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A FAMILIA DE MANUEL RODRIGUES COELHO EM RESUMO

November 13, 2017
INDICE DO MEU BLOG
CONTEƚDO DESTE BLOG – ALL CONTENTS
01. GENEALOGIA
https://val51mabar.wordpress.com/2018/12/31/as-mais-novas-aventuras-genealogicas/
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https://val51mabar.wordpress.com/2016/10/22/encontro-jose-vaz-barbalho-mais-uma-vez-e-outras-noticias-para-a-familia-coelho/
https://val51mabar.wordpress.com/2016/03/25/os-rodrigues-coelho-e-andrade-do-carlos-drummond-em-minas-gerais/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/05/10/nos-os-nobres-e-a-avo-do-juscelino-tambem-pode-ter-sido-barbalho-coelho/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/03/07/algumas-notas-genealogicas-20142015/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/07/22/um-nosso-lado-cristao-novo-e-talvez-outro-paulistano/
https://val51mabar.wordpress.com/2014/04/14/genealidade-e-genealogia-de-ary-barroso/
https://val51mabar.wordpress.com/2013/12/06/genealogias-de-familias-tradicionais-de-virginopolis/
https://val51mabar.wordpress.com/2013/05/30/barbalho-coelho-e-pimenta-no-site-www-ancestry-com/
https://val51mabar.wordpress.com/2012/09/11/barbalho-pimenta-e-talvez-coelho-descendentes-do-rei-d-dinis/
https://val51mabar.wordpress.com/2011/02/24/historico-do-povoamento-mineiro-genealogia-coelho-cidade-por-cidade/
https://val51mabar.wordpress.com/2012/07/02/familia-barbalho-coelho-no-livro-a-america-suicida/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/05/23/a-historia-da-familia-coelho-do-centro-nordeste-de-minas-gerais/
https://val51mabar.wordpress.com/2011/04/24/a-familia-coelho-no-livro-a-mata-do-pecanha/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/05/03/arvore-genealogica-da-familia-coelho-no-sitio-www-geneaminas-com-br/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/09/22/ascendencia-dos-ancestrais-jose-coelho-de-magalhaeseugenia-rodrigues-rocha-uma-saga-a-ser-desvendada/
https://val51mabar.wordpress.com/2013/01/17/a-heranca-furtado-de-mendonca-no-brasil/
02. PURA MISTURA
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https://val51mabar.wordpress.com/2016/11/26/trumpando-o-eleitor/
https://val51mabar.wordpress.com/2016/06/08/conspiracoes-alienigenas-tesouros-desaparecidos-e-dominacao/
https://val51mabar.wordpress.com/2016/09/17/ridiculosamente-falando/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/12/23/aliens-conspiracies-disappeared-treasures-and-dominance/
03. RELIGIAO
https://val51mabar.wordpress.com/2018/12/31/que-a-paz-de-deus-seja-feita-em-todos-voces/
https://val51mabar.wordpress.com/2011/05/29/a-divina-parabola/
https://val51mabar.wordpress.com/2011/01/28/o-livro-do-conhecimento-de-deus/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/01/22/carta-de-libertacao/
04. OPINIAO
https://val51mabar.wordpress.com/2018/12/31/das-vezes-que-opinei-na-vida-e-nao-me-arrependo/
https://val51mabar.wordpress.com/2018/04/07/a-verdade-nao-se-trata-de-nenhuma-teoria-de-conspiracao/
https://val51mabar.wordpress.com/2014/06/08/a-iii-gm/
https://val51mabar.wordpress.com/2013/01/03/israel-as-diversas-verdades-e-o-padececer-da-palestina-e-outros-textos/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/06/26/faixa-de-gaza-o-travessao-nos-olhos-da-humanidade/
https://val51mabar.wordpress.com/2013/05/12/neste-mundo-so-nao-eh-gay-quem-nao-quizer/
05. MANIFESTO FEMININO
https://val51mabar.wordpress.com/2018/12/31/pelo-tempo-que-me-ausentei-me-perdoem/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/07/21/13-estrelas-mulher/
06. MISTO
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https://val51mabar.wordpress.com/2016/08/20/minhas-postagens-mais-recentes-no-facebook/
https://val51mabar.wordpress.com/2014/06/08/a-iii-gm/
https://val51mabar.wordpress.com/2013/11/06/trilogia-de-variedades/
https://val51mabar.wordpress.com/2012/07/02/familia-barbalho-coelho-no-livro-a-america-suicida/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/01/25/03-o-menino-que-gritava-lobo/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/01/25/minhas-postagens-no-facebook-i/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/01/25/minhas-postagens-no-facebook-ii/
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https://val51mabar.wordpress.com/2015/01/25/meus-escritos-no-facebook-iv/
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07. POLITICA BRASILEIRA
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https://val51mabar.wordpress.com/2018/12/31/se-nao-queria-que-isso-acontecesse-nao-deveria-ter-aceitado/
https://val51mabar.wordpress.com/2015/04/19/movimento-fora-dilma-fora-pt-que-osso-camarada/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/10/16/o-direcionamento-religioso-errado-nas-questoes-eleitorais-brasileiras/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/10/19/resposta-de-um-neobobo-ao-excelentissimo-sr-ex-presidente-fernando-henrique-cardoso/
https://val51mabar.wordpress.com/2011/08/01/miilor-melou-ou-melhor-fernandes/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/08/05/carta-ao-candidato-do-psol-plinio-de-arruda-sampaio/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/05/26/politica-futebol-musas-e-propaganda-eleitoral-antecipada-obama-grandes-corporacoes-e-imigracao/
08. IN ENGLISH
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https://val51mabar.wordpress.com/2015/12/23/aliens-conspiracies-disappeared-treasures-and-dominance/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/06/02/the-nonsense-law/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/08/21/13-stars-woman/
https://val51mabar.wordpress.com/2011/10/05/the-suicidal-americaa-america-suicida/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/08/25/100-reasons-to-amnesty-the-undocumented-workers-in-united-states/
https://val51mabar.wordpress.com/2009/09/25/about-the-third-and-last-testament/
https://val51mabar.wordpress.com/2009/09/12/the-third-and-last-testament/
09. IMIGRACAO
https://val51mabar.wordpress.com/2018/12/31/o-que-ha-de-novo-no-assunto-migracao/
https://val51mabar.wordpress.com/2010/06/17/imigracao-sem-lenco-e-sem-documento-o-barril-transbordante-de-injusticas/

 

A FAMILIA DE MANUEL RODRIGUES COELHO EM RESUMO

 

INDICE:

001. TIO JOAOZINHO, BARBALHO, MAS NEM TANTO!

002. ENFIM ALGO CONCRETO A RESPEITO DA FAMƍLIA NUNES COELHO.

003. CONTATO CON DONA ANA ROCHA

004. ANALISANDO DADOS DE ANTEPASSADOS ENCONTRADOS NO SITE FAMILYSEARCH.

005. POLICARPO JOSE BARBALHO

006. “COROACI – ONTEM E HOJE”

007. O RESUMO EM ESQUELETOS GENEALOGICOS

008. DESCENDENTES DE D. PEDRO I, DE PORTUGAL, E DONA IGNEZ DE CASTRO?

009. GENEALOGIA DE ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO:Ā UM POUCO DO CONTEƚDO DA “REVISTA TRIMENSAL DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAPHICO BRAZILEIRO”

010. OS BARBALHO DO RIO DE JANEIRO, POR RHEINGANTZ

011. PRIMEIROS MORADORES DE GUANHAES, VIRGINOPOLIS E PECANHA …

012. A FAMILIA DE MANUEL RODRIGUES COELHO EM RESUMO.

 

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001. TIO JOAOZINHO, BARBALHO, MAS NEM TANTO ASSIM!
A ironia se encontra naqueles tĆ­tulos de genealogias que geralmente carimbam as capas dos livros abordando dados genealĆ³gicos.
Aqui nĆ£o se trata de nenhuma ironia maldosa. Trata-se apenas de discernir entre algo usado por ser didĆ”tico, contudo, que pode levar a algumas interpretaƧƵes enganosas.
Ja mencionei isso antes. Quando nossa prima IVANIA BATISTA COELHO, intitulou o livro dela: “Arvore GenealĆ³gica da FamĆ­lia Coelho”, todos nos sabĆ­amos o que o titulo significava.
Significava aquilo que na pratica enxergĆ”vamos. A frequĆŖncia do sobrenome Coelho era enorme. Predominava. Isso porque ela dedicou-se `a Arvore de DescendĆŖncia do Alferes-de-MilĆ­cias JOSE COELHO DE MAGALHAES. E nisso se omitia que ele fora casado com EUGENIA RODRIGUES DA ROCHA.
Logo em seguida, ela direcionou os estudos dela para o ramo do filho JOSE COELHO DA ROCHA, que foi casado com LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO, filha de: ANTONIO JOSE MONIZ e MANOELA DO ESPIRITO SANTO.
Em seguida, fixou mais seus estudos em cima dos quatro filhos do casal JOSE e LUIZA. Por ter sido primeiro-moradores e fundadores de GUANHƃES, eram a nossa honra. Ainda mais que dois dos filhos estavam entre os fundadores de VIRGINƓPOLIS, cidade onde nascemos e crescemos.
E os quatro casais, filhos e seus cƓnjuges foram, por ordem de nascimento:
01. Francisca Eufrasia de Assis Coelho c. c. tenente Joaquim Nunes Coelho
02. tenente JoĆ£o Baptista Coelho c. c. Maria HonĆ³riaĀ Nunes Coelho
02. Eugenia Maria da Cruz Coelho c. c. capitĆ£o Francisco MarƧal Barbalho
04. tenente Antonio Rodrigues Coelho c. c. Maria Marcolina Borges do Amaral
Por ai se observa que dois dos cĆ“njuges tambĆ©m eram Coelho, entĆ£o, nĆ£o se admira a predominĆ¢ncia do sobrenome. E, no caso do casal ANTONIO e MARIA MARCOLINA, os sobrenomes dela nĆ£o foram adiante. O Ćŗnico sobrenome diferente que foi para frente foi o Barbalho.
MARIA MARCOLINA BORGES DO AMARAL descendia de dois ramos COELHO, pelo menos. Descendia de ANTONIO COELHO DE ALMEIDA, via familia PEREIRA DO AMARAL e ANNA COELHO, via a BORGES MONTEIRO.
Por enquanto nĆ£o sabemos se por acaso os NUNES COELHO e os COELHO DE MAGALHAES procedem de uma mesma raiz ou raizes diferentes. Essa Ć© uma incĆ³gnita que desperta suspense!
Ate ao momento, tƭnhamos que JOAQUIM e MARIA HONƓRIA NUNES COELHO eram considerados do mesmo ramo dos nossos ancestrais: EUZEBIO NUNES COELHO e ANNA PINTO DE JESUS.
Mas o parente, senhor DIONE NUNES COELHO, que concedeu-nos informaƧƵes preciosas do ramo, nĆ£o confirmou ainda tal hipĆ³tese. NĆ£o que duvide, apenas nĆ£o tem uma prova documental que JOAQUIM, ANTONIO e JOSE NUNES COELHO sejam filhos do casal.
Portanto, vamos botar nossas barbas de molho tambĆ©m. Dizem que “cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguĆ©m.”
Lembrando-nos aqui que nossa parente em PeƧanha, MARINA RAIMUNDA BRAGA LEAO, acrescentou mais dois nomes ao quebra-cabeƧas: MARIA e ALTIVO NUNES COELHO.
Alem desses, encontrou duas senhoras de escravos, no ano de 1875, naquela cidade: JOANNA e ANNA NUNES COELHO. Ao todo, sĆ£o 7 pessoas que podem, e devem, ou nĆ£o descender do mesmo ramo que o nosso.
Pelas informaƧƵes trazidas pelo senhor DIONE, sabemos que os informantes anteriores, dando nome ao pai do EUSEBIO por MANOEL, se enganaram, pois, o casal: THOME NUNES FILGUEIRAS e ANNA MARIA COELHO foram pais dos patriarcas EUSEBIO e MANOEL NUNES COELHO. O primeiro prosperou em GUANHƃES e o segundo em ITABIRA.
Sabemos ha muito que o padre POLICARPO JOSE BARBALHO fora, em ITABIRA, o nosso grande patriarca, embora tivĆ©ssemos noticias mesmo apenas da descendĆŖncia de um dos filhos que foi o capitĆ£o FRANCISCO MARCAL BARBALHO.
Alguns sabiam que o filho JOSE DE MAGALHAES BARBALHO fora pai de ANNA, essa fora mĆ£e de JOAO BATISTA DE MAGALHAES. Ela engravidou de alguĆ©m desconhecido de nome, por nos, e o pai JOSE enviou-a para GUANHƃES.
GUANHƃES ficava na beira da fronteira final de colonizaĆ§Ć£o `a Ć©poca. E ali ja residiam os tios de ANNA MARIA: padre EMIGDIO DE MAGALHAES BARBALHO e capitĆ£o FRANCISCO MARCAL BARBALHO.
JOAO BATISTA, tido como resultado do malfeito de ANNA, nasceu em 15.10.1862 e cresceu em GUANHƃES. Indo depois casar-se com sua prima, CANDIDA DE MAGALHAES BARBALHO, filha e EUGENIA e do capitĆ£o FRANCISCO.
Esse personagem foi na famĆ­lia um verdadeiro pandego. Entre os muitos causos dele, ensinou aos netos chama-lo de tio. Para todos, era o tio JOAOZINHO. Perguntado porque, respondia: “AvĆ³ Ć© a vĆ©ia”, e indicava sua cara-metade com o beiƧo e queixo , conhecida pelo apelido de SA CANDINHA.Ā Motivo: ela havia nascido 4 anos antes dele,Ā a 10.01.1858.
E a familia disputou o titulo de a mais comica da Terra. Se nĆ£o conseguiu o titulo, foi por ele nĆ£o ser distribuĆ­do. Mas, em VIRGINƓPOLIS, onde criaram a famĆ­lia, haviam sĆ©rios concorrentes.Ā Tanto que o provĆ©rbio ali sempre era repetido: “Se construir um muro em volta Ć© porque Ć© manicĆ“mio, mas se jogar uma lona em cima, vira circo.”
Com tudo o que se sabia, nĆ£o havia um aprofundamento melhor da raiz dessa famĆ­lia. Os dados estavam ocultos.
A melhor informaĆ§Ć£o que tĆ­nhamos era que o padre POLICARPO residia em ITABIRA, tinha os filhos, ficara viuvo e depois da ordenaĆ§Ć£o do filho EMIGDIO, retornou ao seminĆ”rio, do qual desistira na juventude para casar-se, e ai ordenou-se, ja idoso e que talvez tenha sido pĆ”roco em SANTA RITA DURAO, onde foi pĆ”roco e faleceu.
Foi atribuĆ­da ao padre EMIGDIO a composiĆ§Ć£o, que ele recitava para as pessoas curiosas de saber seu passado:
“Meu pai Ć© padre.
Eu tambƩm sou padre.
Nao sou filho de padre.
E sou padre mais velho que meu pai.”
Foram essas tradiƧƵes e os causos que tornou possĆ­vel a famĆ­lia nĆ£o esquecer-se dos nomes e feitos desses ancestrais. Alias, toda a famĆ­lia BARBALHO era meio artista!
Em alguns locais tĆ­nhamos a informaĆ§Ć£o de que a esposa do POLICARPO tinha o primeiro nome GENOVEVA. Inclusive, haviam as mulheres que receberam o nome de VITA. Imaginamos que ela houvesse recebido o apelido de GENOVEVITA, depois isso reduziu-se ao final do apelido e assim permanecendo na descendĆŖncia.
Essa teoria caiu por terra a partir de quando o pesquisador JOBERTO MIRANDA RODRIGUES encontrou em MARIANA-MG, no ARQUIVO ARQUIDIOCESANO, o documento “DE GENERE ET MORIBUS” do padre EMIGDIO. Ali constava as certidƵes de batismo do padre e a de casamento dos pais.
Por isso vimos a saber que: o padre POLICARPO foi marido de ISIDORA FRANCISCA DE MAGALHAES. Alem disso, que era “filha natural de GENOVEVA NUNES FERREIRA ou FILGUEIRAS”.
Bom, ate ai tĆ­nhamos o nome da esposa. O que nĆ£o se poderia deduzir era que fosse a Ćŗnica, e mĆ£e de nossos ancestrais JOSE e FRANCISCO MARCAL.
Essa questĆ£o so ficou resolvida quando o amigo MAURO DE ANDRADE MOURA enviou-me os inventĆ”rios, entre outros, da avĆ³ ISIDORA FRANCISCA.
Nele constava apenas 4 filhos. JOSE DE MAGALHAES BARBALHO, com 17 anos; EMIGDIO DE MAGALHAES BARBALHO, 14 anos; FRANCISCO MARCAL BARBALHO, 7 anos, e LUCINDA FRANCISCA DE MAGALHAES, com 3 anos de idade.
Existem registros no site Familysearch que constam o casal ter sido pai de MARIA (1817), GENOVEVA (1812) e JOAO. JOAO nasceu em 27.05.1809. Iria ser o Ćŗnico maior de idade na abertura do inventario da mĆ£e, que se deu em 1827. Estaria com 18 completos. Mas acredito que esses 3 faleceram em vida da mĆ£e, dai suas ausĆŖncias.
Devemos, entĆ£o, atribuir a confusĆ£o em relaĆ§Ć£o `a identidade de sua esposa ao possĆ­vel fato de a avĆ³ GENOVEVA ter sido a mĆ£e de criaĆ§Ć£o, especialmente para FRANCISCO MARCAL e LUCINDA. Foi a mĆ£e que conheceram.
Nos inventĆ”rios informa-se que a avĆ³ GENOVEVA possuĆ­a fazenda em ITABIRA. E encontrei no ALMANAK DA PROVƍNCIA DE MINAS GERAIS, de 1864, que houve uma fazendeira em GUANHƃES com o nome GENOVEVA NUNES FERREIRA.
Veja-se o extrato que retirei daquele ALMANAK:
DISTRICTO DE S. MIGUEL E ALMAS -Pags. 207-8
Foi creado pela resoluta de 14 de julho de 1832. Tem um distrito denominado – PatrocĆ­nio – creado pelo art. 2o. da lei n. 1:143 de 24 de Setembro de 1862.
Juizes de Paz:
1o. Francisco Nunes Coelho*
2o. Francisco de Souza Pereira
3o. Jose Pereira da Silva*
4o. Antonio Rodrigues Coelho*
Subdelegado:
Francisco Nunes Coelho*
Inspector Parochial:
Rev. Jose Julio de Oliveira (Ʃ vigƔrio)
Professor de primeiras letras:
Joaquim Francisco de Aguiar
Vacinador:
Joaquim Domingues da Silva
Negociantes de Secos
D. Alexandrina Savelly de Alkmim.
Antonio Carlos da Conceicao
Antonio Francisco Vieira
Bento Goncalves Pimenta
Custodio Jose Moreira*
Firmianno Ribeiro de Carvalho*
Francisco Jose Moreira*
Francisco Nunes Coelho*
Joao Luiz de Souza
Joao da Silva Netto*
Joaquim Guardianno Teixeira
Jose Coelho da Rocha Ribeiro*
Jose Pereira da Silva*
Jose Rodrigues de Souza e Silva
Pio Ferreira da Silva*
Ditos de Molhados:
Campos & Pinto
Firmianno Ribeiro de Carvalho*
Francisco Jose Moreira*
Joao Luiz de Souza
Ditos de Generos do Pais:
Antonio Gomes de Brito*
Antonio Jose de Queiroz
Bernardino Manoel Ribeiro
Clementino Goncalves da Silva
Custodio Jose Moreira*
Francisco Jose Alves
Francisco Luiz da Rocha
Francisco Pinheiro de Araujo
Jeronymo Correa da Silva
Jeronymo Goncalves Lima
Jeronymo da Rocha Leme
Joao Angelo
Joao da Cunha Menezes*
Joao Nepomuceno de Aguiar
Joao da Rocha Ramos
Joaquim Antonio Pereira
Joaquim Jose da Silva
Jose Goncalves GuimarĆ£es*
Jose Justinianno de Aguiar
Jose da Silva Ribeiro
Jose Vaz Barbalho*
Jose Vieira Braga
Jose Vieira de Souza
Luiz Antonio de Araujo
Manoel Angelo dos Passos
Martiniano Ignacio Ribeiro
Martinianno Vieira de Souza
Miguel Fernandes Maciel
Pedro Teixeira da Costa
RomĆ£o da Silva Chagas
Theodoro Rodrigues da Silva
Pharmaceuticos:
Modesto Alves Barroso*
Fazendeiros que cultivam canna:
Accacio Jose da Silva
Amancio da Silva GuimarĆ£es
D. Anna Pinto de Jesus*
Antonio Coelho Linhares*
Antonio de Figueiredo
Antonio Rodrigues Coelho*
D. Genoveva Nunes Ferreira*
Joao Rodrigues Lemos
Joaquim Ferreira Pinto
Joaquim Jose de Figueiredo*
Jose Coelho da Rocha*
Jose Francisco de Azevedo
Jose Lopes Nunes
Jeronymo Maciel
Severianno Pereira Candido
Sapateiros:
Francisco Fernandes Maciel
Joaquim Roque
Jose Vicente dos Santos
Alfaiates:
Luiz Estrangeiro
Placido Jose de Souza
Seleiro
Joao da Cunha Menezes*
Carpinteiros
Manoel de Moura Justo
Manoel de Souza e Silva
Rancheiro:
Firmianno Ribeiro de Carvalho*
Districto de Patrocinio:
NĆ£o obtivemos noticia alguma deste distrito.”
  • Os asteriscos foram usados para identificar pessoas comĀ vĆ­nculos ouĀ possĆ­veisĀ vĆ­nculos com aĀ famĆ­lia.

SenhorĀ JOAO DA CUNHA MENEZES* parece-me ser avĆ“ ou tio do senhor JOAO DA CUNHA, filho de JOSE DA CUNHA MENEZES, que nos legou farta parentela em VIRGINOPOLIS.

Ā 
O mais surpreendente aiĀ Ć© aĀ presenƧa de dona GENOVEVA NUNES FERREIRA* entre os fazendeiros.
Ā 
NĆ£o podemos afirmar que seja a nossa ancestral masĀ sĆ£o boas as chances. Observe-se que ela e aĀ tetravĆ³Ā ANNA PINTO DE JESUS*Ā sĆ£oĀ os benditos frutos entre os homens. Possivelmente seriam de idades semelhantes. A idadeĀ nĆ£o deve ter sido impedimento.
Ā 
Acredito que GENOVEVITA eraĀ pouca coisa mais velha que “ANNITA”. Isso porque nos foi pentavĆ³ e sextavĆ³ ao mesmo tempo. Mas por termos ela e a ISIDORA FRANCISCA na mesma linha deĀ ascendĆŖncia, e as mulheres podiam ter filhos muito cedo,Ā nĆ£o precisava serĀ tĆ£oĀ mais velha.
Ā 
POLICARPO e ISIDORA FRANCISCA casaram em 1808. Portanto, aĀ mĆ£eĀ dela, naqueles dias, poderia ter uma idade aproximada de 30 anos. Ou seja, menos oito e a seguir menos 22, poderia ter nascidoĀ prĆ³ximo a 1778.
Ā 
E, 22 somado a 64, estaria com 86 anos de idade na data em que surge o mesmo nome dela no ALMANAK. Poderia sim estar viva. E os bons genes dela se somam a outros para resultar na longevidade daĀ famĆ­lia.
Ā 
MasĀ nĆ£oĀ podemos deixar de reconhecer a probabilidade quanto a isso ser menor. Nesse caso, ha que se esperarĀ tambĆ©m queĀ nĆ£oĀ seja ela. Pode ser uma filha ou outra parenteĀ prĆ³xima.
Ā 
As evidencias levam a crer que seja ela mesmo, pois, isso seria mais umaĀ razĆ£o pela qual o nome VITA ficou naĀ famĆ­lia. Enquanto que o nome ISIDORA era totalmente desconhecido, ate mesmo para os netos desta.
Ā 
Alem do que ha aĀ coincidĆŖncia de ja ser dona de fazenda em ITABIRA e, caso tenha mudado paraĀ GUANHƃES mesmo,Ā nĆ£o mudaria aĀ profissĆ£o.
Ā 
Seria um achado seĀ buscĆ”ssemos eĀ encontrĆ”ssemos osĀ inventĆ”rios dessa pessoa. No ALMANAK de 1872, outro que tive acesso, nem ela nem “ANNITA” aparecem mais, por isso julgo que faleceram nesse intervalo de 8 anos. Resta saber onde encontra-lo: emĀ GUANHƃESĀ ou no SERRO.
Nos inventĆ”rios da ISIDORA FRANCISCA o nome GENOVEVA NUNES FERREIRAĀ havia sido fixado e repetido. A duvida anterior entre o FERREIRA ou FILGUEIRAS se dissipou.
Desde o tempo em que descobriu-se o “DE GENERE” do padre EMIGDIO ja se sabia que os nomes dos pais do padre POLICARPO foram: capitĆ£o JOSE VAZ BARBALHO e ANNA JOAQUINA MARIA DE SAN JOSE.
Observe-se que o mesmo nome do pai surge em GUANHƃES, em 1864 e, em 1875, ele aparece em SABINƓPOLIS. Mas trata-se do filho de VICTORIANO JOSE BARBALHO, ja falecido,Ā e MARIA DO CARMO DE MACEDO, que era viva aos 90 anos de idade quando os inventĆ”rios do filho: FRANCISCO JOSE BARBALHO, foram abertos em 1875. O irmĆ£o JOSE VAZ foi nomeado 2o. testamenteiro.
Alem disso, pela presenƧa do 3o. testamenteiro nomeado: capitĆ£o FRANCISCO MARCAL BARBALHO, penso que VICTORIANO tambem foi irmao do POLICARPO. Mas a confirmaĆ§Ć£o devera ser encontrada em documentos da circunscriĆ§Ć£o do SERRO-DIAMANTINA.
O que nos falta ai seria tirar as duvidas quanto ao JOSE VAZ BARBALHO, pai do POLICARPO, ter sido ou nĆ£o filho do casal: MANOEL VAZ BARBALHO e JOSEFA PIMENTA DE SOUZA. Mas nĆ£o serĆ” aqui que iremos resolver isso.
Enfim, chegamos ao ponto. Apos `as ultimas, com os dados ja comentados no capitulo anterior, informa-se que o primo DIONE NUNES FERREIRA gentilmente presenteou-nos com mais alguns documentos reveladores.
Entre os documentos, encontram-se umas fotos do Censo de 1840, em ITABIRA. E nelas aparecem o resumo abaixo:
No. Ā Pessoas Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā Idade Ā  Ā  Cor. Ā  Ā  Est. Civ. Ā  Profis. Ā SituaĆ§Ć£o Ā  Niv. Alfab.
40. Ā Manuel Nunes Coelho Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  53. Ā  Ā  pardo. Ā  Ā casado. Ā  lavrador. Ā  Ā livre. Ā  Ā sabe ler
Ā  Ā  Ā  Ā Valeriana Roza Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  51. Ā  Ā parda. Ā  Ā casada. Ā  costureira. livre. Ā  Ā  nĆ£o
Ā  Ā  Ā  Ā Manuel Nunes Junior. Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā 18. Ā  Ā pardo. Ā  Ā  Ā solt. Ā  Ā  Ā  Ā tropeiro. Ā  Ā livre. Ā  Ā  sabe ler
Ā  Ā  Ā  Ā Pantalean Bento. Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā 21. Ā  pardo. Ā  Ā  Ā solt. Ā  Ā  Ā  Ā ferreiro. Ā  Ā  livre Ā  Ā  Ā sabe ler
Ā  Ā  Ā  Ā Jose Thomas Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  15. Ā  Ā  pardo. Ā  Ā  solt. Ā  Ā  Ā  Ā sem. prof. livre. Ā  Ā  sabe ler
PossuĆ­am 6 escravos: Alexandre (26 anos), Maria Antonia (26 – viuva e cozinheira), Gessiano (14), Caetano (6), Vicente (4) e Francisca (2). Todos, inclusive as crianƧas, classificados como roceiros, exceto Maria Antonia.
294. Thome Nunes Filgueiras. Ā  Ā  70. Ā  Ā pardo. Ā  Ā  casado. Ā  mineiro. Ā  Ā livre. Ā  Ā analfabeto.
Ā  Ā  Ā  Ā  D. Anna Coelho Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā 70. Ā  Ā parda. Ā  Ā  casada. Ā  ………… Ā  Ā  livre. Ā  Ā  o mesmo
Ā  Ā  Ā  Ā  pe. Jose Gls. Filgueiras. Ā  Ā  Ā  34. Ā  pardo. Ā  Ā  Ā Eclesias. ………… Ā  Ā  …….. Ā  Ā  …………..
Residiam nas propriedades: Jose (14); Joaquim (14), Jose (20), Rita (17), JoĆ£o (ns); Maria (40); Antonio (40); Felizarda (40). Eram todos livres, ocupavam-se principalmente com o trabalho de costura e sabiam ler. Apenas Maria era branca. Os outros, pardos.
PossuĆ­am os cativos: Rosa (40); Ritta (27); Prudencia (17); Germana (25); Luzia (21); Victoria (30); Caetano (38) e Quitilianno (20).
Prudencia, Caetano e Quintilianno eram solteiros e as outras casadas. ProfissƵes que ocupavam era alfaiates, cozinha e serventes. NĆ£o foi especificado o grau de alfabetizaĆ§Ć£o.
74. Ā Jose de Magalhaes Barbalho Ā 30. Ā  pardo. Ā  casado. Ā  fab. de ferro Ā livre. sabe ler
Ā  Ā  Ā  Ā Maria Germana Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā 25. Ā parda. Ā  Ā casada Ā  Ā costureira. Ā  Ā livre. Ā  analf.
Ā  Ā  Ā  Ā Margarida Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  7. Ā parda. Ā  Ā  Ā solt. Ā  Ā  Ā  ……………. Ā  Ā  livre. Ā  idem
Ā  Ā  Ā  Ā Leonor Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā 5. Ā parda Ā  Ā  Ā  idem Ā  Ā  Ā ……………. Ā  Ā  livre. Ā  idem
Ā  Ā  Ā  Ā Anna Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  3. Ā parda. Ā  Ā  Ā idem Ā  Ā  Ā ……………. Ā  Ā  livre. Ā  idem
PossuĆ­am 4 escravos ou, cativos, no jargĆ£o da Ć©poca. Joaquim (44); Gregorio (48); Jose (39) e Martiniano (16). Eram ferreiros, carvoeiro e servente.
Ainda residiam nas dependĆŖncias da casa: Miguel Angelo (19) e JoĆ£o Coelho (30). Miguel era pardo e livre. JoĆ£o era africano e liberto.
Retornando apenas um pouco ao padre POLICARPO JOSE BARBALHO, encontrei o registro de batismo dele, que se deu em SANTA RITA DURAO, tendo sido em 21 de novembro de 1779.
Pelos cƔlculos das idades, THOME e D. ANNA nasceram em 1770. MANOEL em 1787, VALERIANA em 1779, JOSE em 1810 e MARIA GERMANA em 1815.
Quando estava raciocinando sobre esses dados, estava cansado, entĆ£o, larguei-os para la para fazer uma caminhada com o Rudy, o cachorro de minha filha e que tomo conta. Ja havia passado de hora de ele e eu fazermos nosso exercĆ­cio diĆ”rio.
Em meio `a caminhada ocorreu-me uma teoria: MARIA GERMANA pode ser a mesma MARIA, filha do casal MANOEL NUNES COELHO e VALERIANA ROSA GONƇALVES. Eu tinha os apontamentos dos filhos batizados em ITABIRA, que estĆ£o no site familysearch.
A partir da metade da caminhada, e tendo o pensamento, forcei-me a completar o circuito planejado, mas a ansiedade de verificar fez a jornada parecer bem mais longa que o normal. Enfim cheguei em casa e a primeira coisa que fiz, apĆ³s limpar o cĆ£ozinho, foi buscar o caderno de anotaƧƵes.
La estava, MARIA NUNES COELHO, 23.06.1816. Itch!!! Fez agua na teoria! Errei por um ano!
Passado algumas horas recordei-me que tinha tambƩm os registros de Livros de Batismos, de ITABIRA. Uma excepcional cortesia do amigo MAURO DE ANDRADE MOURA.
La estĆ£o registrados os nascimentos de muitos parentes nossos, especialmente da FamĆ­lia BARBALHO. E isso consta:
17.03.1838, pagina 77v, MARGARIDA, filha de JOSE DE MAGALHAES BARBALHO e MARIA GERMANA. Padrinhos: MANUEL NUNES COELHO e GENOVEVA NUNES FERREIRA.
Com certeza, estĆ£o ai duas pessoas que eu ja sabia fazer parte da famĆ­lia, antes de a preciosa contribuiĆ§Ć£o do senhor DION NUNES FERREIRA.
Logo percebi o contraste. MARGARIDA foi batizada em 1838 e em 1840 estava com 7 anos de idade. NĆ£o precisei gastar muito fĆ³sforo para lembrar-me que naquele tempo era comum ocorrer a falta de padres em locais ermos, onde muitos moravam.
Ha no inventario que o amigo MAURO enviou-me, o do FRANCISCO JOSE BARBALHO, o qual esta acompanhado de Testamento. O testamento foi lavrado pelo JOSE DE MAGALHAES BARBALHO e, naturalmente, em vida do FRANCISCO.
Foi ai que descobri que FRANCISCO JOSE era filho de VICTORIANO JOSE BARBALHO e MARIA DO CARMO DE MACEDO. Tinha por irmĆ£o um JOSE VAZ BARBALHO, o qual foi nomeado segundo testamenteiro. O primeiro era a esposa QUINTINA FRANCISCA BARBALHO. O terceiro foi nada mais que o capitĆ£o FRANCISCO MARCAL BARBALHO.
Por esses dados todos penso que VICTORIANO tenha sido irmĆ£o do padre POLICARPO. O mesmo se deve achar em relaĆ§Ć£o ao senhor MODESTO JOSE BARBALHO. Mas tanto os registros de batismos quanto os de casamentos devem ter ocorrido no territĆ³rio da atual ARQUIDIOCESE DE DIAMANTINA, cujo arquivo ainda nĆ£o tivemos acesso.
Mas no Testamento do FRANCISCO JOSE BARBALHO ha uma menĆ§Ć£o a residir emĀ ITAMBE DO MATO DENTRO. Embora, o endereƧo do FRANCISCO e dona QUINTINA fossem nas ruas de ITABIRA. Mais precisamente, RUA DA AGUA SANTA.
Isso fez-me raciocinar que JOSE DE MAGALHAES BARBALHO deve ter residido em ITAMBE DO MATO DENTRO, que era filial de ITABIRA. Dai a probabilidade de as filhas terem sido batizadas tempos depois do nascimento, o que era comum em dadas circunstancias.
Muitos ate fazem troƧa dizendo que os pais iam juntando filhos para quanto juntar um determinado numero leva-los todos a batizar no mesmo dia, porque no atacado o padre fazia mais barato! E como o padre EMIGDIO, que poderia fazer de graƧa, ainda estava estudando!
Nesse caso, ha a possibilidade de a MARIA GERMANA, esposa do JOSE DE MAGALHAES BARBALHO, ter mesmo sido a filha: MARIA, de MANOEL e VALERIANA.
Somando as pistas, vamos nos lembrar que a amizade entre MANOEL NUNES COELHO e POLICARPO JOSE BARBALHO ficou registrada, indiretamente, na Ata da reuniĆ£o da Camara de CaetĆ©, datada de 12 de Outubro de 1822.
Na reuniĆ£o foi tratado o apoio dos “nobres homens bons” `a ProclamaĆ§Ć£o da IndependĆŖncia do Brasil, de 7 de Setembro do mesmo ano, e apoio, condicional, ao imperador D. Pedro I. A ata esta transcrita no volume primeiro da Revista do Arquivo Publico Mineiro, fascĆ­culo 1o., de Janeiro a MarƧo de 1896.
A ata ocupa desde a pagina 225 ate a 238. E contem umas 10 paginas dedicadas apenas `a relaĆ§Ć£o das pessoas que assinaram, alguns por procuraĆ§Ć£o. `A pagina 229 temos juntos: “Alferes de OrdenanƧas, MANOEL NUNES COELHO, e Tenente POLICARPO JOSE BARBALHO.
O capitĆ£o THOME NUNES FIGUEIRAS, note-se ai que nesse documento nĆ£o aparece o “l” do sobrenome, esta nomeado `a pagina 232. Foi representado por procuraĆ§Ć£o passada ao padre JOSE ANTONIO DE ARAUJO, que havia assinado antes dele. Alias, o padre ocupa boa parte da pagina por representar diversos ausentes.
Mas, certamente que nĆ£o foi por acaso que MANOEL e POLICARPO aparecessem juntos na assinatura da ata.
Retornando ao registro de batizado da “tia” MARGARIDA, acredito que os padrinhos, a bisavĆ³ dela, GENOVEVA NUNES FERREIRA foi convidada por madrinha por causa da importĆ¢ncia representada para a famĆ­lia.
E, nos batismos de primogĆŖnitos, geralmente os avĆ³s seriam convidados. Nesse caso, se minha hipĆ³tese estiver correta, MANUEL NUNES COELHO terĆ” entrado por ser o avĆ“ materno. Sendo que ANNA MARIA COELHO nĆ£o o acompanhou porque a bisavĆ³ teria a preferencia `a honra.
Uma pena nĆ£o termos o batismo da ANNA MARIA DE MAGALHAES, pois, mais certo serĆ” que a avĆ³ materna ANNA MARICA COELHO devera ter sido a madrinha. O prĆ³prio nome da menina seria uma homenagem a uma pessoa mais velha na famĆ­lia.
Outro indĆ­cio interessante Ć© a presenƧa da “cativa” GERMANA na casa do THOME NUNES FILGUEIRAS. CoincidĆŖncia?! Observe-se que era da mesma idade da MARIA GERMANA, 25 anos de idade.
Sei nĆ£o! Tem coisas absurdas que acontecem que ate as ciĆŖncias nĆ£o explicam. Pode sim ser mera coincidĆŖncia. Mas o que parece ser Ć© que a escrava mĆ£e, por gostar tanto da sinhazinha recĆ©m-nascida, pediu para o senhor colocar o mesmo nome na prĆ³pria filha.
NĆ£o pode esperar que fossem irmĆ£s gĆŖmeas. Uma, MARIA GERMANA, esta classificada como parda; a outra, como “crioula”. Mas nĆ£o se duvide que tenham sido irmĆ£s de leite. A menos que as duas mĆ£es tivessem excesso de produĆ§Ć£o. Assim, os irmĆ£os de leite seriam outros.
E, por falar na cor. Lembre-se que o termo pardo no Brasil tinha diversos aspectos. Na verdade tinha componentes na ascendĆŖncia e de situaĆ§Ć£o econĆ“mica. Se tinha ascendĆŖncia visĆ­vel africana ou indĆ­gena, se fosse pobre seria pardo; e se fosse rico, poderia “embranquecer”!
De um modo geral, o termo descrevia pessoas de origem Ć©tnica mista. Obviamente, `a medida que o ImpĆ©rio Brasileiro foi se firmando, e a cor do brasileiro natural escurecendo mais, ocorreu uma reaĆ§Ć£o que influenciou as decisƵes governamentais.
D. Pedro II, o “bonzinho preconceituoso”, instituiu incentivos favorecendo `a imigraĆ§Ć£o de pessoas europeias ou cores de pele menos escura que a do brasileiro comum. A tentativa foi a de “alvejar” o brasileiro.
Ou substituir sua elite por outra menos escura. NĆ£o nos esqueƧamos que durante o sĆ©culo XIX as teorias afirmando que a cor branca denotava superioridade estavam na “ordem do dia”. Portanto, a decisĆ£o de “embranquecer” o brasileiro, ao invĆ©s de aplicar recursos na educaĆ§Ć£o dos que ja existiam, foi uma das decisƵes politicas que prejudicam o pais ate hoje.
E a razĆ£o para que a cor mesmo da elite brasileira estivesse se tornando escura foi o fato de que o numero de homens que chegaram pela aventura de “enricar” era muito maior que o de mulheres brancas.
No inicio, os portugueses de poucos recursos, chegando solteiros, logo buscavam uma indĆ­gena para o matrimonio. Com o aumento da presenƧa dos escravos, as senzalas tambĆ©m passaram a fornecer mulheres para seus patrƵes e empregados. Alias, com o passar do tempo, a senzala substituiu quase completamente a uniĆ£o com indĆ­genas.
Quando a colonizaĆ§Ć£o em Minas Gerais iniciou-se, a populaĆ§Ć£o brasileira ja era mais parda que branca. E ai a situaĆ§Ć£o continuou favorĆ”vel `as miscigenaƧƵes, pois, a probabilidade de as pessoas fazerem fortuna naquele ambiente de pura aventura era muito menor que os riscos de mortes de todas as formas.
Portanto, era ambiente pouco convidativo para mulheres brancas, especialmente as de fino trato. Essas, eram em numero reduzido e geralmente chegavam acompanhando os pais que procediam diretamente da Europa para ocupar cargos da confianƧa do senhor rei do ImpĆ©rio PortuguĆŖs.
Por mais brancos que os brasileiros possam pensar ser na atualidade, eles descendem de ramos pardos que somente puderam ser produzidos pela miscigenaĆ§Ć£o com os considerados pardos a principio: os levados da Africa ou os nativos-brasileiros.
O que podemos afirmar Ć© que a maioria absoluta dos brasileiros `a Ć©poca de 1840 era considerada parda. E a tendencia Ć© voltar a ser o que foi naquela Ć©poca, pois, os consecutivos casamentos entre pessoas de origem mista tendem a diluir as cores originais, dando `a descendĆŖncia um tom intermediĆ”rio, o que, em minha opiniĆ£o, Ć© ate mais bonito.
Nosso primo, FELIX TOLENTINO, que estuda as genealogias do torrĆ£o natal dele, a Cidade do Serro, ja disse, em artigo publicado em jornal de Belo Horizonte, que `a medida que o ouro foi se esgotando nos veios de aluviĆ£o da regiĆ£o, os mineradores foram se acomodando, construindo suas casas `a beira dos cĆ³rregos locais, e isso deu origem ao primeiro traƧadoĀ urbano na cidade.
E, com a particularidade, esses primeiros habitantes casaram-se com suas escravas, por ausĆŖncia de outras mulheres disponĆ­veis.
No mesmo volume no qual encontra-se a Ata da ReuniĆ£o da Camara de CaetĆ©, foi publicado um histĆ³rico da regiĆ£o do Serro. Inclui a Freguesia do PeƧanhaĀ e outras. Os artigos foram de autoria do alferes Luiz Antonio Pinto.
Acredito que isso seja uma sugestĆ£o para a origem da famĆ­lia a qual ele prĆ³prio fazia parte. Para explicar alguns fatos ocorridos no inicio do povoamento do SERRO, o alferes aproveita-se para mencionar um casamento realizado pelo padre, LUIZ PINTO DE ALMEIDA. Isso, `a pagina 761.
Ja, `a pagina 762, ele reproduz parte do registro de batismo de CATHARINA. Ali esta que, “A f. 110v, do Livro de Batismos da matriz de N. Sra. da CONCEICAO e Capelas filiais”, temos:
“Catharina – Aos tantos dias de Dezembro de mil setecentos de dezoito anos, batizou o Reverendo Padre VigĆ”rio o Licenciado ANTONIO DE MENDANHA SOTTO MAYOR a CATHARINA filha de MARIA escrava de MANOEL DA SILVA PINTO, e o dito senhor a reconheceu por filha; foi padrinhos, MANOEL DE MATOS SOTTO MAYOR …”
Na verdade o assento que registra foi uma copia do original que sobrou de um incĆŖndio que havia acontecido em 25 casas no SERRO. Inclusive a do padre que guardava os livros. De toda forma, foi 7 anos depois, as testemunhas do fato devem ter confirmado.
E, por nossa ancestral ANNA PINTO DE JESUS, esposa do tetravƓ EUSEBIO NUNES COELHO, devemos ser reflexo desse nascimento. Possivelmente, algum dia alguƩm poderƔ demonstrar que nossa cor de pele tem um de seus inƭcios naquele batizado.
Acredito tambĆ©m que JOSEFA PIMENTA DE SOUZA, esposa de MANOEL VAZ BARBALHO, tenha sido mulata. NĆ£o sendo ela, teremos que esperar que ANNA JOAQUINA MARIA DE SAN JOSE, esposa do JOSE VAZ BARBALHO terĆ” sido uma pessoa de cor.
Se nĆ£o for assim, restar-nos-a o ramo de ascendĆŖncia da tetravĆ³ ISIDORA FRANCISCA DE MAGALHAES, esposa do POLICARPO, pois, nĆ£o seria possĆ­vel ao JOSE DE MAGALHAES BARBALHO ter sido pardo se todos os seus ancestrais fossem brancos.
Para quem tem preconceito com essas partes da HISTORIA GENEALƓGICA, isso pode ate soar mal. Mas eu tenho um prazer maior quanto mais encontro diversidades em meus genes.
Pena para mim Ć© que a cor morena pĆ£o assado somente se ressalta em mim quando tenho oportunidade de expor-me muito ao sol. Mas aqui no Norte do planeta as oportunidades de tomar sol sĆ£o raras e muito preciosas.
Voltando ao assunto principal genealogia e heranƧa genƩtica, precisamos compreender que existem diferenƧas entre ser e ser classificado como pardo. Por ser um texto mais compacto, indico o endereƧo abaixo da Wikipedia, para quem desejar saber mais, ver o que o termo definia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pardos
Ha pois que ir ao endereƧo e ler-se pelos menos as subdivisƵes do texto: “Origem” e “Nos Censos Brasileiros”. Sabendo pois, entĆ£o, que 99% da populaĆ§Ć£o brasileira atual Ć© “parda”. Segundo os critĆ©rios dos antigos censos.
E eu nĆ£o me iludo que nĆ£o sou! Embora, frequentemente, sou confundido por outros brasileiros como se tivesse origem aqui mesmo nos Estados Unidos.
Obviamente, vamos deixar claro aqui duas coisas. Os dados que temos das famĆ­lias NUNES COELHO e BARBALHO em ITABIRA sĆ£o reais. A Ćŗnica hipĆ³tese aqui sĆ£o as relaƧƵes de laƧos familiares existentes.
Nesse caso Ʃ uma desconfianƧa minha de que o NUNES da ancestral GENOVEVA NUNES FERREIRA e do ancestral THOME NUNES FILGUEIRAS serƔ o mesmo. Por isso, acredito que os NUNES COELHO e MAGALHAES BARBALHO saƭram de um mesmo ventre.
Acredito tambƩm que o FERREIRA da ancestral devera encontrar-se com essa assinatura em outros membros dessa famƭlia, como exemplo: no sobrenome do sr. DION NUNES FERREIRA.
Acredito na possibilidade de que esse sobrenome FERREIRA, na maioria dos casos na regiĆ£o da antiga VILA DO PRƍNCIPE, atual SERRO, estarĆ” ligado aos bandeirantes. Em especial `a famĆ­lia do GASPAR SOARES FERREIRA. Em outros casos, os SOARES da regiĆ£o, na maioria, tambĆ©m deverĆ£o estar ligados `a mesma fonte.
NĆ£o que sejamos descendente do GASPAR. Observe-se nesse outro texto abaixo que ele estava presente na expediĆ§Ć£o que encontrou ouro em CONCEIƇƃO DO MATO DENTRO e no SERRO. Ele prĆ³prio encontrou ouro e fundou o arraial que recebeu o nome de MORRO DO GASPAR SOARES, atual MORRO DO PILAR.
https://pt.wikipedia.org/wiki/AntƓnio_Soares_Ferreira
Observe-se que o titulo do texto ANTONIO SOARES FERREIRA, demonstra quem era o lĆ­der da expediĆ§Ć£o, embora, o GASPAR entre como integrante. E pelas assinaturas iguais, podem ter sido irmĆ£os ou primos.
No final do texto ha indicaƧƵes de onde encontrarmos a genealogia pregressa do ANTONIO. Embora o GASPAR nĆ£o tenha sido identificado por SILVA LEME, no GENEALOGIA PAULISTANA, isso nĆ£o quer dizer que nĆ£o sejam irmĆ£os. Muita gente nĆ£o foi relacionada por ele mas os pesquisadores recentes ja acrescentaram outros nos nĆŗcleos originais que ele descreveu.
Deixando as teorias para a pratica. Consolida-se o entendimento de que JOSE DE MAGALHAES BARBALHO e MARIA GERMANA (hipĆ³tese em relaĆ§Ć£o a ela por enquanto) sĆ£o membros das famĆ­lias BARBALHO e NUNES COELHO. E deles, com toda certeza, nasceu a menina ANNA.
Fica apenas no ar ainda que a ANNA encontrada no Censo de 1840 seja a mesma. `A Ć©poca era muito comum as crianƧas falecerem em idades tenras. Mas, se nĆ£o for ela e essa ter falecido, certamente serĆ” outra que, nascida apĆ³s o falecimento, terĆ” recebido o mesmo nome. Nesse caso, possĆ­vel homenagem `a avĆ³ ANNA MARIA COELHO.
De certo, o que sabemos foi que ANNA MARIA DE MAGALHAES engravidou-se em ITABIRA. Contava-se antes que era filho de um musico do RIO DE JANEIRO que acompanhava um circo. Ele seria negro.
Mas ha outra versĆ£o, que MURILLO COELHO, (bisneto de ANNA MARIA e neto do filho nascido em GUANHƃES, cujo nome completo era JOAO BATISTA DE MAGALHAES BARBALHO,) quando ainda lĆŗcido, alegava essa paternidade ser de um membro da sociedade itabirana.
Talvez essa versĆ£o seja a realista, pois, algumas notas da tradiĆ§Ć£o familiar apontam para uma cor mais clara desse antepassado. ANNA MARIA por outro lado podemos dizer que era de um tom mulato-claro.
Devemos observar que a “sociedade itabirana” era formada em sua maioria por pardos, o que denotava que a classificaĆ§Ć£o parda tratava-se apenas da questĆ£o de cor de pele e nĆ£o de situaĆ§Ć£o social.
Os “nossos” pardos como THOME NUNES e o filho MANOEL NUNES, ocupavam posiƧƵes naquela sociedade. Podemos verificar isso na Ata da Camara Municipal de CaetĆ©, de 12.10.1822, na qual MANOEL NUNES COELHO comparece com a patente de Alferes de OrdenanƧas. O pai THOME era capitĆ£o, no mesmo documento.
Podemos inferir com exatidĆ£o a respeito do tom mulato-claro em ANNA MARIA, pois, a famĆ­lia recorda em seus serƵes que o “tio” JOAOZINHO tinha especial apreƧo pela neta MARIA ANGELA (JU) COELHO, pois, entre todas, ele alegava ser a que mais se parecia com a mĆ£e dele.
E tanto a minha geraĆ§Ć£o quanto a dos netos da tia JU a conheceram o suficiente para identificar o tom de cor da trisavĆ³ ANNA MARIA DE MAGALHAES. A cor nĆ£o se fixou apenas desse lado, pois, descendemos tambĆ©m da MARIA HONƓRIA NUNES COELHO.
Tia JU deve ter herdado os genes para cor e aparĆŖncia mais africana, porem, as duas dezenas de irmĆ£os que teve variaram desde entre a cor prĆ³xima `a dela ate ao claro e loiro. Contudo, todos com traƧos em maior ou menor grau mostrando a miscigenaĆ§Ć£o.
Alguns vĆ£o lembrar-se que o “tio” JOAOZINHO assinava apenas JOAO BATISTA DE MAGALHAES. Mas nĆ£o foi assim pela vida toda. Antigamente, as pessoas mudavam seus nomes como desejavam. Nesse caso, ele cortou o BARBALHO.
Assim como o genro dele JOSE BATISTA COELHO JUNIOR, cortou o BATISTA. Isso porque essa assinatura foi herdada do avĆ“ dele, JOAO BATISTA COELHO (marido da MARIA HONƓRIA). No avĆ“ justificava-se o sobrenome porque nasceu no dia de SĆ£o JOAO BATISTA. NĆ£o se sabe porque o neto nĆ£o desejou perpetuar a homenagem, ao contrario de irmĆ£os.
Entre os documentos enviados pelo senhor DIONE, encontram-se duas atas dos exames finais das escolas publicas das Freguesias de SĆ£o MIGUEL E ALMAS e do PATROCƍNIO DE GUANHƃES. Ou seja, GUANHƃES e VIRGINƓPOLIS.
Em 18.12.1872, na escola dirigida pelo professor MILITAO XAVIER CALDEIRA, sob a presidĆŖncia do delegado de ensino FRANCISCO NUNES COELHO, os alunos foramĀ inquiridos. Nessa prova final, o aluno JOAO BATISTA DE MAGALHAES BARBALHO, foi o primeiro aprovado com distinĆ§Ć£o.
Postarei aqui os nomes dos outros alunos para que todos os que procurarem informaƧƵes a respeito de ancestrais saibam onde localizar aqueles meninos que na atualidade sĆ£o ja ancestrais de varias geraƧƵes. Segue a lista:
AMANCIO JOSE DE QUEIROZ
ANTONIO RODRIGUES COELHO JUNIOR*
ANTONIO DE ARAUJO SOARES
ALTIVO RODRIGUES COELHO*
CARLOS PEDRO(?) COELHO
FRANCISCO DE ARAUJO FARIAS
FRANCISCO RODRIGUES DE OLIVEIRA
FRANCISCO SE SOUSA TEIXEIRA
HERMOGENES BARRADA(?) DA SILVA
JORGECIANO PEREIRA GUIMARAES
JOSE COELHO DA ROCHA SOBRINHO*
JOAO LUIS DA SILVA FILHO
LINDOLPHO RODRIGUES COELHO*
MILITAO XAVIER CALDEIRA FILHO
SIMAO NUNES CALDEIRA
MODESTO SE SOUSA TEIXEIRA
ERNESTO RIBEIRO CARVALHO
MARCOS GONCALVES PIMENTA
MAXIMINO PINTO DO NASCIMENTO
SALVIANO(?) JOSE DOS REIS
INNOCENTE FERREIRA DOS REIS
HIBRAIM(?) PEREIRA DA ROCHA
LUIS BOSSI PEREIRA DA ROCHA
RAIMUNDO GONCALVES PIMENTA
RAIMUNDO JOSE DOS REIS
MANOEL DOMINGUES DA SILVA
ANTONIO PEIXOTO DA SILVA
ANTONIO DIAS DA SILVA
JOAO SILVESTRE DA SILVA
PEDRO JOSE ADVINOULAMOSTRA(?)
OUTROS ALUNOS:
VICENTE FELIX COELHO
ANTONIO TORQUATO DA SILVA
RODOLPHO EVATISTO DE MORAES
MANOEL LUIS PEREIRA
JOAQUIM FERREIRA DOS SANTOS
SALVIANO GERALDO DE ANDRADE
ANTONIO DA COSTA VILLA REAL
SEVERIANO FERREIRA SEABRA
NAO COMPARECERAM AOS EXAMES:
JOAQUIRO SATYRO DE OLIVEIRA
JOAO BERNARDES DE CASTRO
MANOEL DA SILVA COSTA
PIO NUNES COELHO*
(EMIJASAO) GOLCALVES PIMENTA
SEBASTIAO PORFIRIO NEPOMUCENO
JOSE POLIDORO DA ROCHA*
JOAO DONISETE DA SILVA
JOAO ALVES DA CUNHA
ZEFERINO PEREIRA DA SILVA
CLEMENTE PIMENTA DO NASCIMENTO ROCHA
JOSE BARBOSA DA SILVA
ANTONIO GONCALVES PIMENTA
JOAQUIM DOMINGUES DA SILVA
JOAO {JANJAN} FERREIRA DA SILVA*
JOSE DOMINGUES DA SILVA
CELESTINO PEREIRA DA SILVA
MANOEL THOMAS DA COSTA
DAVID GERALDO DE ANDRADE
SEVERIANO PEREIRA CANDIDO
No futuro PIO NUNES COELHO e JOAO {JANJAN} FERREIRA DA SILVA tornar-se-iam concunhados, casando-se na cas de ANTONIO RODRIGUES COELHO e MARIA MARCOLINA BORGES DO AMARAL. TrĆŖs dos filhos do casal estavam na primeira turma.
Possivelmente, esse nĆ£o comparecer `as provas devia-se `as condiƧƵes climĆ”ticas de dezembro na regiĆ£o. Chovia tanto que os caminhos tornavam-se intransitĆ”veis durante meses. E muitos residiam em fazendas, a lĆ©guas distantes da sede do municĆ­pio.
A ata foi lavrada pelo prĆ³prio professor MILITAO e vai assinada pelos presentes, inclusive o delegado do ensino FRANCISCO NUNES COELHO*.
Em 12.12.1882, na escola publica feminina, dirigida pela professora ERSILLA COELHO DE ANDRADE MAGALHAES, em VIRGINƓPOLIS, constou que o secretario foi o senhor JOAO BATISTA DE MAGALHAES. Ou seja, assim que ficou adulto, suprimiu o ultimo sobrenome.
Aparecem ai ainda os nomes dos senhores ELIDIO RODRIGUES NUNES e LUIZ FURTADO LEITE SOBRINHO. O senhor ELIDIO tem descendentes entre nossos parentes. Mas nada sei informar a respeito da esposa ou filhos.
Em dados que encontrei no site com a lista de ex-alunos do COLƉGIO DO CARAƇA, estava la registrado nada mais que meu amigo e colega: GERALDO NUNES LACERDA. Mais conhecido como GERALDO CRISPIM.
Ele esta registrado sob o numero de matricula 2160, de 1965, Filho de: ILIDIO NUNES NETO e dona ZILDA CANDIDA LACERDA. GERALDO CRISPIM casou-se com UELVA NUNES LEITE, nossa prima pelos lados BARBALHO, BATISTA COELHO e NUNES COELHO.
Ja o senhor LUIZ FURTADO LEITE SOBRINHO foi marido da LUIZA NUNES COELHO, filha dos tios JOAQUIM NUNES COELHO e FRANCISCA EUFRASIA DE ASSIS COELHO. O sobrinho no final do nome dele talvez ajude a aprofundar melhor na genealogia da familia FURTADO LEITE, ou simplesmente LEITE.
Alem desse parentesco, filhos se misturaram com os primos COELHO. Uma verdadeira farra! UELVA descende do QUINSOH, irmĆ£o da LUIZA N. COELHO.
O senhor DIONE nĆ£o enviou-me a copia completa dessa 2a. ata. Assim, entre os alunos aparecem apenas os nomes daqueles que vinham primeiro, indicados pela mestra, para fazer primeiro as provas como exemplo da qualidade da escola.
E os nomes desses foram: JOAO COELHO DE ANDRADE, JULIA NUNES COELHO, MARIA ISABEL FERREIRA e MARIA COELHO DE ANDRADE. JOAO foi aprovado com distinĆ§Ć£o e as outras foram “simplesmente aprovadas”.
Fica ai a duvida quanto a JOAO e MARIA COELHO DE ANDRADE terem sido irmĆ£os ou primos da mestra. NĆ£o tenho nenhuma informaĆ§Ć£o mais adequada da famĆ­lia dos trisavĆ³s: JOAQUIM COELHO DE ANDRADE e JOAQUINA UMBELINA DA FONSECA, pais da Dindinha ERSILLA.
Tenho noticias que houveram os filhos JOAQUIM, JOSE (JUCA) e talvez CLARISSA. Ha a duvida quanto a essa ser neta porque viveu ate pelo menos aos anos de 1960 e andava de DIVINOLANDIA a VIRGINƓPOLIS, se o CISTA nĆ£o tinha antes a noticia de que estava na estrada e mandasse a charrete de encontro.
As informaƧƵes eram que nĆ£o era clara apenas de nome. Mas de cabelos e pele.
A mestra ERSILLA estava muito jovem em 1882 e caso tenha sido a ou das mais velhas na famĆ­lia, poderia ter irmĆ£os em idade de escola ainda. Ainda mais que naquela Ć©poca podia-se entrar nas escolas primarias mesmo depois de passado os 10 anos de idade.
As tradiƧƵes de famĆ­lia falam em dificuldades passadas por JOAQUIM, JOAQUINA e familiares, que eram muito numerosos, tendo sido esse o motivo de se transferirem para o CƓRREGO DOS HONƓRIOS, com a assistĆŖncia do genro MARCAL.
Para nĆ£o perdermos os pique, fiquemos apenas com o “tio” JOAOZINHO (BATISTA DE MAGALHAES BARBALHO).
Na reuniĆ£o de 12.12.1882, dindinha ERSILLA, assim a chamamos por ser bisavĆ³ paterno/paterno da casa de meus pais, estava contando com 3 anos e meses de casada (05.07.1879), e ela havia se casado aos 17 anos de idade, nascida a 04.03.1862. Faleceu em 18.06.1937.
Foi a esposa do MARCAL DE MAGALHAES BARBALHO,Ā que nasceu a 08.08.1854 e faleceu a 19.01.1909. O primeiro filho, ONESIMO, estava com menos de um ano de idade (16.02.1882).
Apos ele tiveram: VITA (30.11.1887), TRAJANO (CISTA, 20.04.1890), MARCIAL 1o., MARCIAL (12.09.1892), SALVA (irmĆ£ HELENA, 15.06.1894), MURILLO (01.07.1895 – 23.01.1914), FILOTHEIA (TETE, 31.12.1897), OLGA (22.06.1899), DAFINIS (29.09.1900 – 20.03.1901) ABILA PATROCƍNIO (BILOCA, 11.10.1903).
MARCAL foi ainda pai natural de ADELINA (24.06.1878) que casou-se em OURO PRETO com o portuguĆŖs JOAQUIM AFONSO PAINHAS. Sobrenome esse que encontrei na Historia da IRMANDADE TERCEIRA DE SAO FRANCISCO DE ASSIS DE OURO PRETO, em outra pessoa. Mas nĆ£o sei qual o parentesco.
Essa previa foi justamente para anunciar que o tio JOAOZINHO casou-se com CANDIDA (SA CANDINHA) DE MAGALHAES BARBALHO, irmĆ£ completa do MARCAL. Assim, ele e dindinha ERSILLA tornaram-se concunhados.
Ā SA CANDINHA e JOAOZINHO casaram-se no ano seguinte `a reuniĆ£o: 30.06.1883. E foram pais de:
01. JoĆ£o Magalhaes Junior c. c. Alda de Magalhaes Barbalho
02. Eliezer (Seo Li) Magalhaes, solt.
03. Emydia (Miluca) Magalhaes c. c. Evencio Batista Coelho
04. Wilson (SĆ£o) Ā Magalhaes c. c. Maria Julia de Magalhaes Pacheco
05. Davina Magalhaes c. c. Jose (Juca Coelho) “Batista” Coelho Junior
06. Getulio Magalhaes, solt.
07. Maria (Maricas) Magalhaes c. c. Sinval Rodrigues Coelho
08. Candida Magalhaes c. c. Jose de Magalhaes Barbalho
09. GastĆ£o Magalhaes c. c. Julita Coelho do Amaral
Ai, nessa famĆ­lia valia aquele ditado antigo: “O mais certo joga pedra nos outros”! A comeƧar pelos patriarcas.
Os cĆ“njuges de todos os casados sĆ£o primos mais ou menos prĆ³ximos. Os solteiros tiveram filhos dos quais conhecemos dois.
Na genealogia da famĆ­lia o sobrenome esta intermediado ao nome pelo “de”, mas isso nĆ£o havia. Eram todos Magalhaes puros. NĆ£o se sabe o porque disso. Possivelmente, tio JOAOZINHO desejou criar nova dinastia e isso seria o diferencial dos demais.
Estou explicando isso porque vou acrescentar alguns particulares da famĆ­lia, tiradas dos seroes que tĆ­nhamos com frequĆŖncia quando os adultos reunidos contavam os “causos”.
Um deles revelava uma certa antipatia que nosso avĆ“ CISTA tinha pelo primo e tio-afim. NĆ£o se sabe se havia preconceito racial. Como os BARBALHO antigos eram pardos, os dois casamentos em famĆ­lias COELHO que ocasionou o nascimento do CISTA e irmĆ£os os fez “brancos” Ā puros!
Mas o certo era que havia sim uma animosidade. Isso fica transparente com o depoimento de minha mĆ£e MARIA JUDITH que uma vez “soltou os cachorros” contra o sogro, o CISTA, porque ele estava falando mal do avĆ“ dela, com ela presente! E olha que a duvida era somente se foi distraĆ§Ć£o ou feito para provocar mesmo!
A animosidade entre eles revela-se no fato de que o CISTA era tropeiro e levava sua tropa ate o RIO DE JANEIRO, antiga capital do BRASIL.
E o comerciante JOAO DOMINGOS (ia me esquecendo de acrescentar. Era assim chamado porque os tios arranjaram um casamento, antes dele nascer, da mĆ£e dele com a pessoa que sabemos apenas o pre-nome: DOMINGOS). recebeu uma nota que valia muito `a Ć©poca e nĆ£o tinha como trocar nas praƧas da Ć”rea.
Naturalmente, como o sobrinho estava com as tropas prontas para dirigir-se `a capital, pediu a ele o favor de trocar a nota em miĆŗdos, para proporcionar a circulaĆ§Ć£o no comercio. Favor encomendado e aceito, espera-se o mĆŖs inteiro, na ida e na volta, que durava a viagem.
Ao retornar, o sobrinho entrega a mesma nota com a desculpa: “NĆ£o tive tempo de ir ao banco para trocar”!Ā Essa pegou o tio JOAOZINHO com as calƧas na mĆ£o! NĆ£o teve como retribuir!
Certa vez tentei esclarecer essa confusĆ£o. Tinha ouvido na infĆ¢ncia ou juventude que o motivo da birra era o TIO JOAOZINHO nĆ£o ter colocado o sobrenome BARBALHO nos filhos. Mas os presentes na conversa retrucaram porque o prĆ³prio nĆ£o assinava BARBALHO, portanto, esse nĆ£o teria sido motivo.
Agora temos sim a comprovaĆ§Ć£o de que era fato. JOAOZINHO cortou o BARBALHO da prĆ³pria assinatura. E matou no nascedouro o progresso dela.
E so posso supor que a birra tenha nascido por motivos polĆ­ticos. O CISTA era meio fanĆ”tico por essa atividade. Alem de ambicioso. E. `aquela Ć©poca, politica e negĆ³cios eram servidos na mesma mesa. NĆ£o se concebia uma pessoa ter sucesso sem mexer com os pauzinhos polĆ­ticos.
O nome de famĆ­lia era fundamental para isso. Quanto maior a famĆ­lia, refletindo em mais votos, melhor se abriam as oportunidades para os assuntos politica e negĆ³cios.
Mas houve o fato de que o grande perpetuador do sobrenome BARBALHO emĀ VIRGINƓPOLISĀ  foi o capitĆ£o FRANCISCO MARCAL BARBALHO. Mas a esposa, EUGENIA MARIA DA CRUZ, coitada, era a culpada por isso,Ā so lhe deu 8 filhos e filhas, dos quais apenas dois eram machos. Foram o PEDRO e o MARCAL.
Esses tiveram filhos o quanto puderam. E carimbaram todos com o DE MAGALHAES BARBALHO.
Ja, das mulheres, a JULIA nĆ£o se casou. As EMIGDIA, PETRONILHA, e AMBROSINA se engraƧaram com os primos NUNES COELHO e nĆ£o passaram o sobrenome para frente. A QUITIRINHA, encontrou-se com o JOAQUIM PACHECO e os filhos ficaram DE MAGALHAES PACHECO.
O CISTA, entĆ£o, entendia que a salvaĆ§Ć£o da lavoura era o JOAOZINHO e a SA CANDINHA ter feito mais uns DE MAGALHAESINHOS BARBALHINHOS para completar a roda. Mas nĆ£o, justamente o casal BARBALHO com BARBALHO, so deu MAGALHAES!
Ai sim, vamos entender o CISTA. Foi uma puta sacanagem do JOAOZINHO!!!
Mas contava-se que ja na juventude JOAOZINHO nĆ£o era fĆ”cil. Talvez justificando as inĆŗmeras piadas em torno do menino peralta de mesmo apelido! Tinha tambĆ©m o dom da psicologia pre-freudiana.
Ele sabia por exemplo que as pessoas bisbilhotavam as ruas da cidade atravĆ©s das frestas das janelas de madeira, `a noite, apĆ³s `aquele horĆ”rio prĆ³prio, que se afirmava que “pessoas de famĆ­lia educada estĆ£o dormindo nesse horĆ”rio porque sĆ£o laboriosas e se levantam muito cedo.”
JOAOZINHO era um musico de fino gosto e muito habilidoso em diversos instrumentos. Era especialista em clarinetas. Sabedor da regra social, resolveu um dia despir-se, colocar apenas gravata e sapato para, altas horas da noite, no horƔrio em que gente honesta estava dormindo, sair fazendo serenata pelas ruas da cidade.
No outro dia, fora do recƓndito das cozinhas, ninguƩm havia presenciado tal feito. Nem um pio se dava sobre o acontecido.
Foram preciso passar dĆ©cadas, e talvez ate o artista ja ter falecido, para que uma senhora ja idosa e sem aquelas obrigaƧƵes sociais, ja que todo mundo era mais novo que ela, e o respeito tinha que ocorrer na direĆ§Ć£o para ela, resolveu confessar: “Eu vi, fulano, ciclano, beltrano e todo mundo na cidade viu o JOAO DOMINGOS fazer serenata sem roupa”!
Dentro da casa onde residiam era uma farra. Tudo segundo as regras antigas. Os filhos jantavam `as 4 – 5 horas da tarde. Para esperar o horĆ”rio de dormir, iam fazer o “footing”, que se dava justamente na praƧa principal de VIRGINƓPOLIS, o acesso para a qual era apenas o abrir da porta da residĆŖncia.
Enquanto isso SA CANDINHA, zelosa como era, dispunha copos com leite no beiral da janela na entrada. Um copo para o JOAO, outro para o GASTAO, para CANDIDA etc. Era um copo para cada filho. Eles deveriam entrar, beber o leite e ir dormir.
Certo dia o SAO chegou com fome desigual. Tomou o copo dele. Mais o da DAVINA, o da EMIGDIA etc, e acabou tomando todos. Foi justamente no hora que a CANDIDA, filha, entrou.
Dai, CANDIDA, sistemĆ”tica como era, comeƧou a falar que era um absurdo ele fazer aquilo, porque os outros iriam dormir mal, e mais isso e aquilo. Por fim resolveu ser taxativa. Vou contar para papai o que vocĆŖ fez.
O SAO, que nĆ£o era nada bento, retrucou na hora: “Se contar pra papai, te dou um tiro na bunda”!!!
Passaram a noite, mal dormida para os outros e tranquila para o SAO. CANDIDA mais tarde, e no reservado, resolveu dedurar o irmĆ£o. Contou tudo para o pai. Ele apenas disse: “Pode deixar”!
No outro dia, CANDIDA percebeu que nĆ£o havia acontecido nada. Resolveu cobrar do pai a atitude prometida. Ao argui-lo, ele falou baixinho para ela: “CANDIDA, se ele ficar sabendo que vocĆŖ me contou, ele pode resolver te dar um tiro na bunda mesmo. E como vocĆŖ vai fazer? Vai mostrar a bundo pro delegado?!” NĆ£o se falou mais nisso naquela casa.
Tio JOAOZINHO e o genro JUCA COELHO adoravam um carteado. E a turma se reunia na caso do JUCA. E o casal mais velho residia sozinho. Dado determinado horĆ”rio, CANDIDA queria ir para casa mas nĆ£o podia fazer isso enquanto o marido nĆ£o terminasse o seu afazer, pois, era ele quem carregava a chave da casa.
Ela usava a artimanha de enviar recados, via netos, porque estava no horĆ”rio. O marido retornava o recado dizendo que agora nĆ£o. Um dia ela resolveu mandar um recado mais autoritĆ”rio, de que: “Se ele nĆ£o tem responsabilidade com o horĆ”rio, que me mande a chave que vou sozinha”.
O JOAOZINHO, tranquilo, pƵe a mĆ£o no bolso, pega a chave, pƵe na mĆ£o da neta o cabo da chave e segura o da fechadura, puxa a menina para prĆ³ximo de si e cochicha um recado.
A menina sai sĆ©ria, ou segurando o riso, leva a chave para a avĆ³ e fala: “Oh vĆ³, o tio JOAOZINHO mandou a chave mas falou que era pra falar com a senhora pra senhora ir a puta que pariu!” Dona JUDITH contava que fora portadora do mesmo recado mais de uma vez.
Pode ser que tudo nĆ£o fosse apenas aparĆŖncias! Aqueles velhos antigos tinham la seus recursos! A raiva e discussĆ£o poderia ser uma simulaĆ§Ć£o para os dois comunicarem que aquele era “o dia”!
Isso poderia ser indicado por outra passagem da vida deles. Dormiam em camas separadas quando mais velhos. E no canto do mesmo quarto havia uma terceira cama para o “menino de recados”. AlguĆ©m que era escalado para dormir com eles para a eventualidade de algum passar mal ir pedir socorro.
A neta JUDITH passou os Ćŗltimos meses ocupando o cargo. E contava que a avĆ³ ficava conversando com ela apĆ³s JOAOZINHO recolher-se e entrar no sonho dos anjos. Um dia ela fez essa observaĆ§Ć£o: “Olha como ele dorme despreocupado! Parece ate que a gente nem esta aqui com ele!”
SA CANDINHA era tambĆ©m super controladora. Era implicada com o marido ir `as tardinhas tomar um vinhozinho do PORTO no bar da cidade. Ja raivosa com a situaĆ§Ć£o, resolveu tentar intimidar o marido para acabar com a farra.
Apresentou-se ao bar, coisa que nunca se ouvira falar que uma dona de respeito o fizesse, e sentou-se junto com o marido e pediu um copo ao atendente. Explicou ao marido que ja que ele bebia, ela tambƩm podia beber junto com ele.
Longe de ficar zangado, TIO JOAOZINHO ate agradeceu aquele ato, dizendo que agora ele tinha companhia `a altura e logo serviu o primeiro copo. A inexperiente SA CANDINHA, sorveu o conteĆŗdo no vira.
TIO JOAOZINHO perguntou se estava bom. Ela retrucou que sim. “EntĆ£o, disse ele, tome mais um pouquinho.” E encheu o segundo copo. Conversa vai, conversa vem, um copo atras do outro. SA CANDINHA ficou bebada, e o marido a levou carregada para casa. Nunca mais ela repetiu a aventura!
Mas nĆ£o se deu por vencida.Ā Com a raiva dobrada, um dia encheu um balde com agua e o levou ao bar. Olhou de soslaio na entrada e verificou que TIO JOAOZINHO estava de costas para a rua.
Entrou pe ante pe. Jogou toda a agua do balde sobre a cabeƧa dele. Ele, quietamente, deu uma olhada para uma janela voltada para a nascente, mudou o olhar para as portas que davam para o poente. Tudo claro!
EntĆ£o, com um ar de bastante intrigado disse: “Ue seo! NĆ£o foi mesmo que choveu e nem trovejou!!!” E da mesma forma que estava bebendo o vinho antes, continuou, sem sequer dirigir uma palavra `a esposa. E ela foi para casa como um cachorro com o rabo entre as pernas!
Mas toda a famĆ­lia fazia das suas. Embora alguns nos pareceram mais sĆ©rios. NĆ£o se contava casos nem da MILUCA, DAVINA ou MARICAS.
SEO LI era o maldoso e esquecido. Gostava de fazer maldades com os sobrinhos. Dava puxƵes rƔpidos de cabelo para irritar os meninos. `As vezes pegava um deles, colocava uma toalha envolvendo-os pela barriga, e ficava balanƧando-os por fora das varandas altas, e dizendo que o apavorado sofredor estava voando!
Num dia dessas maldades, trancou um sobrinho, parece que no paiol. E ficou esperando que o menino gritasse desesperado. Acontece que passou o tempo e ele se distraiu, indo fazer outra coisa e deixando o menino trancado.
Passado mais tempo, todo mundo deu falta do menino. ComeƧaram a procurar e a perguntar. Foi uma loucura. Depois de um bom tempo de buscas, chega o SEO LI do que estava fazendo. Ai ele se lembra do menino e corre ao paiol. Cansado de esperar, la estava ele dormindo tranquilo!!!
Ja bem velho, o mesmo personagem passava todos dias em sua caminhada dificultosa entre sua residĆŖncia na Rua SĆ£o Jose ate `a Conferencia de SĆ£o Vicente no beco adjacente. Vez por outra, estava o RUBINHO, filho dos primos DIMAS e CIDINHA, no portĆ£o da casa e o velho nĆ£o perdia a oportunidade de dar o puxĆ£o de cabelo costumeiro.
Um dia o menino ficou no local fatĆ­dico esperando. Tomou o puxĆ£o, esperou o tio se afastar uns 10 metros adiante e o chamou pelo nome. Quando ele se virou, tomou uma pedrada de estilingue bem em cima do saco. Quase se dobrou de dor. Foi a ultima vez que puxou aqueles cabelos!
Apesar desse lado maldoso do ELIEZER, e ao contrĆ”rio do que possa parecer, era uma pessoa dedicada aos serviƧos comunitĆ”rios, como a maioria dos familiares eram naquele tempo. E, em relaĆ§Ć£o `as crianƧas, o SEO LI era daquele tipo que se dizia: “tem cheiro de Ć©gua”.
Isso significava que era um atrativo para as crianƧas. Ele tinha as liberdades de fazer as brincadeiras, muitas vezes de menor gosto, justamente porque tudo o que tinha, compartilhava com a meninada.
Por exemplo, tinha uma carroƧa puxada por animal para levar e trazer as coisas da roƧa. E como nĆ£o era uma diversĆ£o comum e disponĆ­vel para todos, ele deixava os meninos darem voltinhas na carroƧa. Brincava com elas como se fosse um menino maior.
Outro caso dele foi o sistema que inventou para lembrar coisas a fazer. Indo da fazenda para a cidade, olhava o que estava faltando por la. Mas a memĆ³ria era fraca, entĆ£o, amarrava uma palhinha no dedo para lembrar que tinha que carregar algo no dia seguinte.
Um dia alguĆ©m o viu parado em frente `a venda, olhando para o dedo e a palhinha. Curiosa, a pessoa perguntou o que ele estava fazendo. Ele respondeu: “Amarrei a palha no dedo para lembrar de fazer alguma coisa. Agora nĆ£o sei que coisa que Ć©!!!
Tio SEO LI, como o chamĆ”vamos, participava de apresentaƧƵes sociais, inclusive cantando no coral da igreja e participando em peƧas de teatro. Recordo-me de uma que assisti quando o ginĆ”sio ainda tinha seu anfiteatro. Era um salĆ£o maior que depois foi transformado em trĆŖs salas de aulas.
Ele contracenava com o sobrinho-neto, atual doutor SILVESTRE, medico. `A epoca o chamĆ”vamos de MENININHO. NĆ£o parecia, mas Ć© 6 anos mais velho que eu. Era no inicio da dĆ©cada de 1960.
Eu ainda devia ser menor que ele, mas na peƧa o MENININHO sentava-se na perna o nosso tio comum e dava para perceber que o tio era maior, embora, para estatura de adulto fosse baixinho. Eu nĆ£o teria, entĆ£o, mais que 5 anos de idade.
A peƧa era cƓmica e o personagem da crianƧa era travessa. Recordo-me apenas da cena em que o adulto, nosso tio, atuava como se houvesse dormido, sentado na cadeira e debruƧado sobre a mesa.
EntĆ£o, o menino travesso vinha e pregava nele um rabo de burro ou de capeta. Nas prĆ³ximas cenas haviam as discussƵes que nada me recordo e nas falas do tio ele mexia o corpo para o rabo balanƧar e a assistĆŖncia ir ao delĆ­rio de tanto rir.
Ha no livro: “Notas HistĆ³ricas Sobre GuanhĆ£es”, o autor, nosso primo, INNOCENTE SOARES LEAO, conta um caso passado. Havia sido programada uma visita do bispo `a cidade. Naturalmente, a populaĆ§Ć£o 100% catĆ³lica `a Ć©poca fez a maior festa para aguardar o lĆ­der religioso.
Aconteceu um imprevisto. NĆ£o podendo ir, foi expedida uma nota comunicando essa informaĆ§Ć£o `a populaĆ§Ć£o de GUANHƃES. Acontece que o responsĆ”vel nĆ£o comunicou, nĆ£o sei eu dizer se isso foi passado via telegrama ou emissĆ”rio.
Possivelmente, um emissĆ”rio, pois, muita gente da regiĆ£o tinha contatos comerciais com Diamantina. E os estudos mais avanƧados se davam no SERRO e DIAMANTINA, havendo ocasiƵes em que os caminhos se enchiam de viajantes, sobretudo em Ć©pocas de ferias ou entrada das aulas.
E dizem que esse emissĆ”rio, por ter o privilegio da informaĆ§Ć£o, aproveitou-se disso. Vestiu-se de bispo. QuilĆ“metros de distancia, as noticias ja estavam dando conta de que o bispo estava chegando. E a foguetearia nĆ£o parava. Era a visita histĆ³rica.
E os Ć¢nimos ficavam cada vez mais eloquentes `a medida que naquela regiĆ£o montanhosa, do alto se podia avistar pontos da trajetĆ³ria, e nesses pontos era vista a passagem de um cavaleiro vestido de vermelho.
Acontece que o cavaleiro foi passando por caminhos mais ermos de forma a contornar a cidade e ao invĆ©s de dirigir para ela, sumiu no mapa. O INNOCENTE LEAO reivindica a autoria da traquinagem ao pai dele. Algumas vozes de VIRGINƓPOLIS atribuĆ­am ao SEO LI.
Dizem que o SAO era muito forte. E, como todas as pessoas envolvidas nos trabalhos de roƧa, fazia de tudo um pouco. Um dia tomou a obrigaĆ§Ć£o de ferrar um burro. Mas houve um momento em que se distraiu e o burro deu-lhe um coice na perna.
SAO teve um rompante de raiva tĆ£o forte que pegou o animal pela pata que o atingira e, segurando com uma mĆ£o e deixando o burro esperneando de costas ate cansar, gritou com ele: “Olha aqui seo burro! VocĆŖ pode ate ser mais inteligente que eu! Mas mais forte nĆ£o Ć© nĆ£o!!!
SA CANDINHA, ja mais velhinha e sem dentes, adorava chupar o aƧĆŗcar que cobria os beijos-quentes. Mas, com a falta dos dentes, nĆ£o comia o amendoim por dentro. Ia enfileirando-os no beiral da janela onde todos passavam.
Quando resolveram perguntar para ela porque, ela respondeu: “Deixa ai, `as vezes passa algum menino que goste de amendoim e aproveita.”
Ela, sistemĆ”tica, mas com sentimentos nobres.Ā Sempre ajudou a famĆ­lia nas necessidades. E um dia, viveu ate 1955 quando faleceu aos 97 anos de vida, ja mais velha, a viram plantando pe de jabuticabas.
AlguĆ©m implicou-se com aquilo e resolveu arguir: “Ue SA CANDINHA, para que a senhora esta plantando arvore de jabuticaba? Nessa idade a senhora nunca vai chupar do que plantou!”
Ela voltou-se para a pessoa e respondeu: “Verdade. Mas quando eu nasci ja encontrei jabuticabeiras que eu nĆ£o tinha plantado. Ai eu estou plantando para quem vier depois de mim.”
TIO JOAOZINHO tambĆ©m dava suas aulas praticas de vivencia. Um dia vendo um dos filhos comer um prato cheio rapidamente, para comer outro em seguida, ele ensinou para ele: “Coma devagar e mastigue bem. Quando vocĆŖ terminar o primeiro prato vai perceber que nĆ£o precisa comer dois.” FaƧam a experiencia.
Esse personagem de nossa famĆ­lia deve ter sido tĆ£o excĆŖntrico que escolheu o dia 15.10.1942 para falecer. Era o dia que estaria completando 80 anos de idade. Quem nĆ£o gostou dessa ultima brincadeira do avĆ“ foi a neta JUDITH. Ela havia nascido 17 anos no mesmo dia.
Ja SA CANDINHA foi a outro extremo. Surpreendeu de outra forma. Era daquelas surdas espertas. Quase nada ouvia. Exceto quando estavam conversando, pensando que ela nĆ£o estava ouvindo, sendo ela o assunto das conversas atravessadas.
Nessa hora ela fazia alguma observaĆ§Ć£o que assustava os interlocutores. “Mas a senhora nĆ£o Ć© surda?” Ao que ela retrucava na bucha: “Eu ouƧo quando me convĆ©m!”
VovĆ³ como os netos carinhosamente a chamam ate hoje, marcou diversas vezes sua viagem para as estrelas do CĆ©u. Vez por outra ia ter alguma festa, olha ela passando mal. `A beira da morte, o padre ja preparado para a extrema-unĆ§Ć£o, todas as atividades na cidade eram canceladas.
Passada a festa, oh ela ai de volta! Foram alguns de seus Ćŗltimos anos passando por essas coincidĆŖncias.
Todos a respeitavam. Fora uma benfeitora da cidade. NĆ£o faz muito tempo em que numa dasĀ ultimas viagens que fiz a VirginĆ³polis, quando pude, entrei na Igreja Matriz de Nossa Senhora do PatrocĆ­nio, e num dos vitrais da igreja vi o nome dela e do Eliezer. Foram doares da obra.
Na ultima vez que ela passou mal, estava havendo um baile na cidade. E baile era quase o Ćŗnico divertimento da juventude. Foram avisar ao neto JOSE FABIANO que ela havia falecido. Ele riu! “VocĆŖs pensam que sou bobo”?! Defendia-se ele da “invenĆ§Ć£o” e peƧa que lhe queriam pregar!
Mas, daquela vez, quem quebrou a cara foi ele. Ela faleceu em 1955, aos 97 anos de idade. TrĆŖs antes de eu nascer. Pouco antes mesmo de meu terceiro irmĆ£o JESSE nascer. E entre eu e ele ainda ha a MAGDA.
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OUTRAS CONSIDERAƇƕES
I.
Ha tambĆ©m que mencionar um fato ainda a ser estudado. Existe uma FamĆ­lia BARBALHO radicada na Cidade do GONZAGA, antigo distrito de VIRGINƓPOLIS. A situaĆ§Ć£o ai Ć© que nĆ£o se sabe a origem do sobrenome dela. Nunca tive oportunidade de conversar isso com alguĆ©m de la.
Os BARBALHO antigos de VIRGINƓPOLIS negavam parentesco. E supunham que fossem descendentes de algum antigo escravo que tivesse adotado o sobrenome dos antigos senhores. Mas sempre tive duvidas quanto a isso.
Agora que temos a certeza de que nossos ancestrais eram pardos e que a ANNA MARIA DE MAGALHAES nĆ£o precisaria ter sido o resultado da uniĆ£o do JOSE, que se supunha ser branco, com alguma escrava, as coisas mudam um pouco. Nem ele nem a MARIA GERMANA eram brancos.
O que implica que os irmĆ£os dele tambĆ©m nĆ£o seriam puros. Talvez houvesse uns mais brancos e outros morenos. FRANCISCO MARCAL, avĆ“ do CISTA, talvez nĆ£o tenha parecido a este ser escuro, porque fosse mesmo mais claro ou porque ja estava mais velho e o branco dos cabelos dessem a impressĆ£o de brancura de pele tambĆ©m.
Quando o CISTA nasceu, FRANCISCO MARCAL ja estava com 70 anos. E faleceu quando o menino estava com 10 anos de idade. Pode ser que os detalhes menores nĆ£o tenham ficado gravados na memĆ³ria do neto.
II.
Nos registros de batismos em ITABIRA que o amigo MAURO enviou-me registra-se o nascimento de FELISBERTO, filho de POLICARPO JOSE BARBALHO e ANNA CATHARINA DAS MERCES. Foi registrado a 21.11.1852, pag. 275 do livro de registros.
Ha que se saber se esse POLICARPO seria o nosso ancestral ou algum parente nosso mais novo que ele. Naquela data, o nosso ancestral teria 73 anos de idade. E, supomos, teria retornado ao seminĆ”rio e se dedicado `a famĆ­lia de JESUS e nĆ£o `a nova prole.
Inclusive, ha um livro: “A IGREJA NA HISTORIA DE SAO PAULO”, no Google Livros, no qualĀ o nome do POLICARPO aparece pelo menos duas vezes. No site ha o limite de datas: “1821 – 1851”.
Especifica-se la que na pagina 294 aparece o nome completo: POLICARPO JOSE BARBALHO. E na pagina 302 acrescenta-se “BARBALHO, Pe. POLICARPO JOSE: 294”. O segundo deve ser o indice remissivo. `A pagina 294 deve conter a informaĆ§Ć£o de algum feito do ancestral para merecer estar no livro. Mas nĆ£o esta aberto para a leitura.
Nesse caso, espera-se que ja tendo sido ordenado padre, no mĆ”ximo em 1851, nĆ£o era esperado ter filho em 1852. Mas nunca se sabe.
III.
Nossa prima IVANIA registra no livro dela o nome MANOEL DE MAGALHAES BARBALHO, como filho do pe. POLICARPO. Mas esse nĆ£o aparece em nenhum dos registros que tive a sorte de revisar. Portanto, foi engano ou o MANOEL foi mestre em ocultar-se. Mas pode ter sido filho em outro casamento do qual nĆ£o temos noticias.
Entre 1827, data do falecimento da esposa ISIDORA FRANCISCA, e 1845, data da ordenaĆ§Ć£o do filho EMGDIO, ainda nĆ£o encontrei nada da vida do POLICARPO. Mais certo que tenha tido outra esposa o amasia nesse intervalo.
IV.
Torna-se cada vez mais urgente, em meu conceito, decifrar nossa genealogia que se arrastou durante o sƩculo XVIII e um pouco antes.
Talvez, por uma sorte desviada, estejamos sofrendo um boicote de forƧas ocultas, pois, os dados mais ausentes e que nos ligariam a genealogias ja prontas e que abordam o sĆ©culo XVII e anteriores devem estar vagando em arquivos, especialmente naqueles que abrangem a antiga regiĆ£o de influencia da VILLA DO PRƍNCIPE, atual SERRO.
Por isso nĆ£o encontramos a informaĆ§Ć£o de quem foram os pais do JOSE VAZ BARBALHO, nosso pentavĆ“; a confirmaĆ§Ć£o ou negaĆ§Ć£o de que o alferes-de-milĆ­cias JOSE COELHO DE MAGALHAES, outro pentavĆ“, era mesmo filho do portuguĆŖs MANUEL RODRIGUES COELHO, e o que precede a este; falta-nos ainda descobrir o que vem antes de nossos pentavĆ³s: ANTONIO JOSE MONIZ e MANOELA DO ESPIRITO SANTO, lembrando que, se ele foi o ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO presente na obra do frei JABOATƃO, a genealogia dele ja esta descrita.
Esses sĆ£o os exemplos mais gritantes. Mas nĆ£o se pode esquecer que agora se juntam a eles a emenda entre MARIA GERMANA e seus pais; o casal THOME NUNES FILGUEIRAS e ANNA MARIA COELHO e ancestrais e assim por diante.
Por que isso torna-se imprescindĆ­vel? Bom, diziam no recĆ“ndito da famĆ­lia que: “O COELHO manca, e o BARBALHO arrasta”. Isso faz-me recordar do velho SEO LI. Quantas vezes em nossa infĆ¢ncia o vĆ­amos passando no passeio de nossa casa andando parecendo alguĆ©m com as pernas peadas!
Para a perna direita ir `a frente, tinha que dar um puxĆ£o, levantando nĆ£o a perna mas todo aquele lado do corpo, quase sendo obrigado a andar de lado. O passo seguinte exigia o mesmo esforƧo de todo o lado esquerdo. Enquanto isso, ia gastando as solas dos sapatos naquele arrasta-pĆ©s que levariam o sr. ZE BARBALHO `a loucura!
Isso. A minha preocupaĆ§Ć£o nesse caso era a de oferecer material genealĆ³gico que pudesse ajudar a decifrar tantos problemas genĆ©ticos que ocorrem na famĆ­lia. Entre eles podemos mencionar: LEER, demĆŖncia (caduquice), cataratas precoces, descompasso entre alto e baixo Ć­ndice de inteligĆŖncia etc.
Mas para sermos sĆ©rios a respeito disso, preciso seria decifrar muitas outras famĆ­lias relacionadas, pois, apesar de suas assinaturas ser diferentes das mencionadas agora, elas deverĆ£o estar misturadas a elas naquele sĆ©culo, quer seja porque forneceram cĆ“njuges para essas ou receberam para si. Assim, todos ja temos parentamentos.
Apos findo o trabalho genealĆ³gico, caberĆ” aos especialistas nas devidas Ć”reas se aproveitarem dele, estudando, descobrindo as relaƧƵes, e usando isso para a prevenĆ§Ć£o e profilaxia dos males que nos atacam.
Assim, quem sabe, nossa descendĆŖncia poderĆ” atingir as idades de 150 anos, como sonham os cientistas atuais, contudo sem as penas dos sofrimentos pelos quais a minha geraĆ§Ć£o ja esta passando desde os 40. Como se diz atualmente: “Entrou nos enta, tudo de ruim acontece!”
V.
Precisava estudar os ALMANAKS DA PROVƍNCIA DE MINAS GERAIS entre o de 1864 e 1872. Aquele apenas menciona que a FREGUESIA DO PATROCINIO DE GUANHAESĀ ja existia.
Mas era comum, `a primeira apresentaĆ§Ć£o, fazer-se uma retrospectiva histĆ³rica dos recĆ©m-criados. E assim poderĆ­amos obter dados de Ć©poca a respeito de fundadores e primeiro moradores.
No de 1872 temos uma lista de proprietĆ”rios que seriam primeiro moradores, porem, omite-se os possĆ­veis falecidos no intervalo. Inclusive o considerado primeiro morador, os senhores FELIX GOMES DE BRITO e JOSE ANTONIO DA FONSECA, nĆ£o aparecem.
Acredito que o senhor ANTONIO GOMES DE BRITO, que aparece em 1864 como varejista em GUANHƃES, poderĆ” ser irmĆ£o ou parente prĆ³ximo do FELIX. Em sendo o caso, um pode ajudar a encontrar os dados da genealogia do outro.
VI.
Acredito ser necessĆ”rio duvidarmos mesmo de todos os dados que nĆ£o estĆ£o comprovados por documentaĆ§Ć£o. Por isso penso ser acertada a atitude do senhor DION lembrar-nos a possibilidade de que MARIA, ALTIVO, ANTONIO, JOSE, ANNA, JOANNA e JOAQUIM NUNES COELHO tenham sido filhos do ancestral EUSƉBIO.
No caso particular do tio JOAQUIM ha uma evidencia que pode induzir `a contraditĆ³ria, pois, ate onde conhecemos, ele foi o Ćŗnico que deu o nome EUSƉBIO a seu primogĆŖnito.
Embora a semente nĆ£o tenha vingado, a atitude realmente acena para a confirmaĆ§Ć£o de ser filho ou, pelo menos, parente muito prĆ³ximo.
VII.
Feliz sem limites porque agora podemos confirmar que o nome MARIA GERMANA ocupa uma das lacunas contidas em nossa genealogia.
A nƭvel de ancestrais mais recentes, fica agora como ultima vaga a ser completada apenas o nome completo do pai do bisavƓ: JOAO BATISTA DE MAGALHAES BARBALHO.
VIII.
A hipĆ³tese que levantei a respeito de MANOEL e VALERIANA terem sido pais da MARIA GERMANA, levando em conta a presenƧa da “cativa” GERMANA, na casa do THOME e ANNA MARIA COELHO pode parecer fazer agua, pois, cada deveria ter sua prĆ³pria casa.
Mas havemos que levar em conta que MANOEL casou-se ao 17 anos de idade. O que indica que nĆ£o tinha condiƧƵes prĆ³prias para manter-se com a esposa e famĆ­lia vindoura. Portanto, presumo que tenham vivido em casa dos pais, inclusive ate `a data de 1816, data dos registros de MARIA, filha de MANOEL e VALERIANA.
IX.
Chama a atenĆ§Ć£o tambĆ©m o nome do pai de VALERIANA, JOAO ALVARES. Talvez fosse esse um dos nomes mais comuns em todo o ImpĆ©rio PortuguĆŖs! Concorreria com JOAO DA SILVA e outros.
Mas tambĆ©m ha que notar-se a menĆ§Ć£o aos nomes dos pais dela ser breve e, talvez, abreviados. O que era muito comum `a Ć©poca. Mas independente de ele ser ou nĆ£o nosso ancestral, recordou-me outra passagem em minhas buscas genealĆ³gicas.
Trata-se da primeira elite canavieira estabelecida no Rio de Janeiro. Em 1634, JOAO ALVARES PEREIRA foi um rico cidadĆ£o, dono de terras que deram origem a diversas cidades da Baixada Fluminense como: NILOPOLIS, SAO GONƇALO e QUEIMADOS.
JOAO foi casado com IZABEL DE MONTARROIOS, filha de um dos fundadores. Tiveram a filha BEATRIZ DE LEMOS, a qual casou-se com AGOSTINHO BARBALHO BEZERRA, filho do governador LUIZ BARBALHO BEZERRA e MARIA FURTADO DE MENDONCA.
Foram os pais de JERONIMO tambƩm, e ele, junto com dona ISABEL PEDROSA, ja esta identificado como ancestral dos BARBALHO mineiros.
O casamento do AGOSTINHO ate recentemente era desconhecido dos genealogistas. Isso porque foi registrado em contrato, fora dos livros de assentamentos eclesiĆ”sticos. E nĆ£o tenho noticias de que tenha tido geraĆ§Ć£o.
Pode-se ver na tese abaixo que os BARBALHO fizeram parte da elite dominante. Sua presenƧa esta registrada na pagina 106:
http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi01/01_artigo02.pdf
EstĆ£o juntos, JERONIMO, AGOSTINHO e PEDRO RAMIRES, genro do JERONIMO.
AGOSTINHO teve sogro e cunhado com o mesmo nome: JOAO ALVARES PEREIRA. Inclusive o dote que recebeu, uma fazenda, era vizinha da do cunhado. A famĆ­lia de JOAO ALVARES PEREIRA multiplicou-se e suas ramificaƧƵes foram absorvidas por outras de grande influĆŖncia, como: MACHADO HOMEM e PACHECO CALHEIROS.
O JOAO ALVARES PEREIRA, filho, casou-se com PAULA DE GALEGOS, e juntos tornaram-se pais da IZABEL DE AZEVEDO COUTINHO que se casou com LUIS DE SOUZA COUTINHO. Ha que se ver esses dados nos livros do RHEINGANTZ.
Mas ai esta a possibilidade, mesmo que mĆ­nima, de o pai da VALERIANA proceder dessa origem. Pode ser ate que o JOAO ALVARES, pai dela, tivesse o sobrenome PEREIRA, mas isso nĆ£o ter sido escrito ou nĆ£o pode ser lido no registro do casamento dela devido ao estrago do tempo.
Mas isso conta apenas como uma informaĆ§Ć£o sem conclusĆ£o alguma, por enquanto.
No momento, o meu servidor “safari” (safado!) nĆ£o esta querendo deixar-me abrir a tese:
http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Dissert-2003_CAETANO_Antonio_Filipe_Pereira-S.pdf
A partir da pagina 187 ha informaƧƵes genealĆ³gicas da famĆ­lia BARBALHO no RIO DE JANEIRO. Nem todas corretas. Mas o autor ANTONIO FILIPE nos presta a informaĆ§Ć£o de que as elites formavam “bandos” (partidos sem nome) para tentar conquistar e manter o poder.
Aqueles que conseguissem atrair mais adeptos, com votos, automaticamente dominavam e se serviam da governanƧa.
E o nepotismo e usufrutos eram legais, sem o desvio da corrupĆ§Ć£o que, mesmo assim, ja era moeda corrente. Diga-se de passagem, A Revolta da CachaƧa se deu em funĆ§Ć£o das duas coisas: disputa pelo domĆ­nio e corrupĆ§Ć£o.
NĆ£o serĆ” de admirar que os GONƇALVES ja fizessem parte do bando do BARBALHO desde entĆ£o!

 

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002. ENFIM ALGO CONCRETO A RESPEITO DA FAMƍLIA NUNES COELHO.
Ha algum tempo atras o primo BalduĆ­no Cesar Rabelo deu a dica de que o sr. Dione, da FamĆ­lia Nunes Coelho, fazia pesquisas a respeito mas guardava para si os resultados. Deu-me o contato e eu tentei. NĆ£o resultou o que gostaria.
Ha pouco mais de mĆŖs, o primo Walquirio Coelho de Oliveira contatou-me transmitindo a informaĆ§Ć£o que o prĆ³prio senhor Dione gostaria de falar comigo, deu telefone e e-mail para o contato.
Mas ai fui eu quem demorou a retomar a iniciativa. Parecia ate ma vontade. Mas coincidiu que meus deveres diĆ”rios, a ocorrĆŖncia das eleiƧƵes brasileiras de 2018 e o livro do monsenhor Otacilio Augusto de Sena Queiroz estavam ocupando muito espaƧo em minha mente.
Com todo respeito aos ancestrais desse nosso ramo da famĆ­lia, e em particular ao sr. Dione que havia dado o passo `a frente, eu me desculpo e lembro como desculpa o fato de que queria imensamente o contato, porem, preferia que ocorresse com tempo disponĆ­vel para apreciar e deliciar quaisquer dados que nos chegassem.
Antes que eu retornasse quaisquer comunicaƧƵes, recebi um e-mail, via Alessandra Nunes, do sr. Dione Ferreira Nunes, contendo o essencial da formaĆ§Ć£o do tronco Nunes Coelho em nossa famĆ­lia.
Ao ver os dados encontrei informaĆ§Ć£o chocante, no bom sentido, e outras muito boas. Mas as eleiƧƵes ainda nĆ£o haviam ocorrido. E correndo foi que respondi ja enviando a ele o principio da famĆ­lia do nosso tio Antonio Nunes Coelho, que fora para PeƧanha, dados que haviam me sido passados pela prima Marina Raimunda Braga LeĆ£o, de la.
Ainda recorri `a prima Ivania Batista Coelho, autora da obra: “Arvore GenealĆ³gica da FamĆ­lia Coelho” para eliminar a ultima duvida. E ela confirmou a passagem que ate entĆ£o eu a tinha por conflituosa.
Antes que prolongar, vou apresentar o que ja possuĆ­mos em relaĆ§Ć£o ao principio do ramo Nunes Coelho, formado em Minas Gerais. Apos isso, tentarei dar apenas uma pincelada rĆ”pida para salientar os pontos que mais me chamam a atenĆ§Ć£o.
O ramo NUNES COELHO de nossa famĆ­lia inicia-se em THOMAS (THOME) NUNES FILGUEIRAS e D. ANNA COELHO. Ambos nascidos em 1770, mais ou menos, pois, contavam 70 anos `a data de 1840.
THOME e ANNA foram pais de:
01. MANOEL NUNES COELHO, em 1840 contava com 53 anos de idade, portanto, nascido em 1787,Ā residia na Fazenda Estiva, em Itabira do Mato Dentro, Foi casado com VALERIANA (UBERIANA) ROSA GONƇALVES, com idade de 51 anos em 1840, nascida assim em 1789, filha de JOƃO ALVARES e MARIA GONƇALVES. Casaram-se em Itabira, na data de: 27 de agosto de 1804.Ā Foram pais de:
a) Antonio Nunes Coelho, bat. a 09.11.1806
b) Agostinho Nunes Coelho, bat. a 18.01.1808.
c) JoĆ£o Nunes Coelho, bat. a 15.02.1812
d) Anna Nunes Coelho, bat. a 10.05.1814
e) Maria Nunes Coelho, bat. a 23.06.1816
f) PantaleĆ£o Bento Nunes Coelho, nascido em 1819, com 21 anos em 1840.
g) Manoel Nunes Coelho Jr, bat. a 02.11.1818
h) Jose ThomƔz, nascido em 1825, com 15 anos em 1840.
Os dados acima sĆ£o a soma de dados enviados pelo sr. Dione ao que se encontra no site Familysearch. Somente os trĆŖs mais novos surgem nos dados que o sr. Dione enviou-me. Manoel foi o Ćŗnico que se repetiu em ambas as listas.
Ressalve-se que os dados do sr. Dione foram retirados do Censo de 1840, portanto, os 3 eram os que residiam com os pais. NĆ£o ha o destino dos outros filhos.
O sr. Dione relata que Manoel Nunes Coelho Jr. teria 18 anos em 1840. O que nĆ£o se encaixa exatamente na data de nascimento em 1818. Mas, naquele tempo era comum as crianƧas falecerem. Portanto, pode ser que o Manoel acima tenha falecido, e outro nascido em 1822 o tenha substituĆ­do.
Pela sequencia de nascimentos, deverĆ­amos ter uma pessoa nascida em 1810. Mas nĆ£o havia o registro de batismo no site. Pode ter acontecido abortamento, batismo em outro lugar ou impossibilidade de ler-se o registro devido `a deterioraĆ§Ć£o do livro e, ainda, nĆ£o ter existido.
Talvez tenha havido algum descanso entre partos. Observe-se que dona Valeriana casou-se aos 15 anos e aos 17 ja estava tendo o primeiro filho. `As vezes os intervalos se davam naturalmente, principalmente quando a mĆ£e amamentava os filhos por longo tempo.
O esforƧo fisiolĆ³gico da produĆ§Ć£o do leite pode regular as ovulaƧƵes, protegendo mĆ£es e filhos.
No site ainda tem:
b) AGOSTINHO NUNES COELHO c. c. THEREZA FERNANDES MADEIRA, pais de:
b.1 Edovirgem Coelho, nasc. a 17.10.1840 e bat. a 16.02.1841
b.2 Julio, nasc. a 01.09.1844
b.3 Ignez, batizada a 19.10.1850 (dado do Livro de Batismos de Itabira, pag. 181)
No site prossegue:
MANOEL NUNES COELHO c. c. PRUDENCIA CANDIDA DE JESUS, pais de:
1. Maria Nunes, bat. a 12.12.1830 e Nasc. a 02.12.1830
2. Manoela Nunes, bat. a 09.05.1834.
Em outro documento esse Manoel surge com o sobrenome NUNES FILGUEIRAS, o que descartaria a possibilidade de ser o mesmo MANOEL em nossa famĆ­lia.
Outra presenƧa interessante no site familysearch Ʃ o registro de batismo de:
Rita, batizada em 06.03.1847, e filha de: JoĆ£o Martinho Ferreira e FRANCISCA NUNES COELHO. Francisca essa que nĆ£o ha outro registro dela para sabermos se se encaixa nessa mesma genealogia.
Os padrinhos da Rita foram: Fernando Antonio Drummond e Theresa Miquelina da Silveira. Possivelmente, um parente do poeta Carlos Drummond. Demonstrando um vinculo que nĆ£o poderia ser diferente, pois, em cidades pequenas como Itabira era, todas as famĆ­lias sĆ£o reunidas por laƧos familiares.
E, ainda, encontramos no site:
EGIDIO NUNES COELHO c.c. BENICIA GUILHERMINA DE JESUS, pais de:
a. Clara, nascida a 15.07.1857 e batizada a 27.09.1857
b. Maria, nascida a 11.07.1859 e batizada a 23.07.1859
c. Antonia, batizada a 09.07.1861
d. Antonio, nascido a 09.08.1863 e batizado a 08.09.1863
e. Vicente, nascido a 19.07.1866 e batizado a 08.09.1866
f. Antonio, nascido a 17.07.1868 e batizado a 02.08.1868
Os dados no site constam proceder de Santo Antonio de Santa Barbara, o que deveria ser a Paroquia, sendo que os registros todos devem ser relativos a Itabira, mas nĆ£o menciona a igreja filial. NĆ£o se encontra ai o vinculo desse Egidio com a famĆ­lia.
02. Ten. EUZEBIO NUNES COELHO, segundo filho do casal THOME e ANNA COELHO
Casou-se com dona ANNA PINTO DE JESUS. NĆ£o temos nome dos pais dela. AlguĆ©m adicionou na Arvore GenealĆ³gica coletiva, montada no Familysearch, que o pai seria HONORATO PINTO.
Mas penso que seja apenas chute, pois, o professor Dermeval teria chamado ANNA de ANNA HONORATA. EntĆ£o, HONORATO PINTO esta mais para uma deduĆ§Ć£o, ainda mais que a sugestĆ£o de data de nascimento foi 1770 e do falecimento 1880.
O professor Dermeval Jose Pimenta deixou escrito em livro que o ten. EUZEBIO iniciou a vida econĆ“mica na Fazenda Folheta, em SĆ£o Domingos do Rio de Peixes, atual Dom Joaquim, Minas Gerais, onde os filhos nasceram.
De la mudou com a famĆ­lia para o entĆ£o Arraial de sĆ£o Miguel e Almas dos GuanhĆ£es, onde a famĆ­lia cresceu e multiplicou-se.
O Ten. EUZEBIO NUNES COELHO casou com dona ANNA PINTO DE JESUS e foram pais de:
a) PrudĆŖncio Nunes Coelho, casado mas nĆ£o teve filhos.
b) Clemente Nunes Coelho, casou-se com Anna Maria Pereira da Silva, filha de Manoel Pereira da Silva e de Maria Pereira Moreia. Clemente e Anna foram pais de:
b.1 AnƩsio Nunes Coelho c. c. Julita Soares Nunes,
b.2 AmƔvel Nunes Coelho c. c. Sebastiana Petita Coelho,
b.3 Ulisses Nunes Coelho c. c. 1a. sua sobrinha (filha do Pio) Alzira Nunes Coelho; 2a. Maria Soares e 3a. Maria de Queiroz,
b.4 Pio Nunes Coelho c. c. Josephina Marcolina Coelho
b.5 Dermeval Nunes Coelho c. c. Julia Soares Nunes
b.6 Ernestina Nunes Coelho c. c. Pio Ferreira Nunes (avĆ³s do sr. Dione, o qual tambĆ©m descende via materna dos Borges Monteiro fundadores de SabinĆ³polis, que sĆ£o os mesmos nossos ancestrais),
b.7 Maria Nunes Coelho c. c. JoĆ£o JanuĆ”rio da Silva Neto,
b.8 Aneglia Nunes Coelho c. c. Pedro Alves Barroso,
b.9 Alzira (ou Algiza) Nunes Coelho c. c. Jose Coelho LeĆ£o (estĆ£o no livro da Ivania, pag. 17. Jose era irmĆ£o do dr. Innocente Soares Leao, autor do livro: “Notas HistĆ³ricas Sobre GuanhĆ£es).
b.10 Vitalina Nunes Coelho c. c. Altivo Rodrigues Coelho (no documento esta Nunes Coelho em ambos, mas o tio Altivo era irmĆ£o dos tios Lindolpho e Josephina, e eram 3 irmĆ£os casados com 3 irmĆ£os.
b.11 Marcolina Nunes Coelho c. c. Lindolpho Rodrigues Coelho,
b.12 Knesvita Nunes Coelho c. c. Benicio Alves Barroso
c) Bento Nunes Coelho c. c. Surpina Sophia Leite, pais de:
c.1 Prudencio Nunes Coelho (sobrinho)
c.2 Antonina Nunes Coelho c. c. Sebastiao Ferreira Rabelo (pais de: Pedralvo, Pedro, Antonio, Blandina c. c. Gabriel Nunes Coelho, Marietta c. c. OnƩsimo de Magalhaes Barbalho, Jose, EpitƔcio e, acrescentando, dona Maria Clara Nunes Rabelo c. c. Francisco Dias de Andrade Jr.)
d) Cap. Francisco Nunes Coelho c. c. Maria Augusta Cesarina de Carvalho, pais de:
d.1 Salathiel Nunes Coelho c. c. Maria Julia de Campos,
d.2 America Nunes Braga c. c. Pedro de Oliveira Braga,
d.3 Dr. Heitor Nunes Coelho c. c. Modestina Ferreira da Matta,
d.4 Dr. Francisco Augusto Nunes Coelho (Chiquitinho) c. c. Inah de Carvalho
d.5 Claudionor Augusto Nunes Coelho c. c. Maria Augusta Campos Nunes (sobrinha do marido, filha de seu irmĆ£o Salathiel e Maria Julia).
d.6 Etelvina Nunes Coelho, solteira.
e) Maria Honoria Nunes Coelho c. c. ten. JoĆ£o Batista Coelho e foram pais de:
e.1 JoĆ£o Batista Coelho Junior c. c. QuitĆ©ria (Titi) Rosa Pereira do Amaral,
e.2 Maria Honoria Coelho c. c. Jose Pereira da Silva,
e.3 Antonio Paulino Coelho c. c. Julia Salles Coelho,
e.4 Sebastiana Honoria Coelho c. c. Joaquim (Quinsoh) Nunes Coelho (filho),
e.5 Joaquim (Quim Bento) Bento Coelho c. c. Antonia Paschoalina da Silva Neto,
e.6 Anna Honoria Coelho c. c. Candido de Oliveira Freire,
e.7 Emigdia Honoria Coelho c. c. Amaro de Souza e Silva,
e.8 Antonia Honoria Coelho c. c. Pedro de Magalhaes Barbalho,
e.9 Virginia Honoria Coelho c. c. Antonio Candido de Oliveira,
e.10 Jose Batista Coelho c. c. 1a. Maria Marcolina Coelho e 2a. Virginia Marcolina Coelho,
e.11 Marcolina Honoria Coelho c. c. Demetrio Coelho de Oliveira
e.13 Francisco Batista Coelho c. c. 1a. Maria Rosa Coelho do Amaral e 2a. Maria Coelho de Oliveira (as duas esposas do ti Chico eram sobrinhas dele, a 1a, filha de JoĆ£o Jr. e a 2a. de Virginia e Antonio CĆ¢ndido)
e.3 Julia Salles era filha extraconjugal, reconhecida, de Antonio Rodrigues Coelho, que era irmĆ£o de JoĆ£o Batista Coelho.
e.4 Quinsoh era filho de Joaquim Nunes Coelho, irmĆ£o de Maria HonĆ³ria e de Francisca Eufrasia de Assis Coelho, irmĆ£ de JoĆ£o Batista Coelho, ou seja, o casal Quinsoh e Sebastiana era primo-irmĆ£os.
e.7 e e.9 CĆ¢ndido e Antonio CĆ¢ndido eram irmĆ£os entre si e se casaram com as 2 irmĆ£s.
e.8 Antonia e Pedro eram primos em primeiro grau. Ele era filho de Eugenia Maria da Cruz e do capitĆ£o Francisco MarƧal Barbalho.
Eugenia Maria da Cruz foi irmĆ£ de Francisca Eufrasia, JoĆ£o Batista e Antonio Rodrigues Coelho, filhos todos do capitĆ£o Jose Coelho da Rocha e sua esposa Luiza Maria do Espirito Santo, fundadores de GuanhĆ£es.
f) Ten. Joaquim Nunes Coelho c. c. Francisca Eufrasia de Assis Coelho, e tiveram filhos:
f.1 Euzebio, faleceu crianƧa,
f.2 Joaquim Nunes Coelho c. c. Sebastiana Honoria Coelho,
f.3 Jose Coelho Nunes c. c. Emigdia de Magalhaes Barbalho,
f.4 Emygdio Nunes Coelho c. c. Camila Maria da PaixĆ£o,
f.5 Rita Nunes Coelho c. c. Marcos Xavier Caldeira,
f.6 Lino Nunes Coelho, solteiro
f.7 Autino Nunes Coelho (?)
f.8 JoĆ£o Nunes Coelho c. c. Petronilha (Pitu) de Magalhaes Barbalho
f.9 Miguel Nunes Coelho c. c. Ambrosina (Sinha) de Magalhaes Barbalho
f.10 Luiza Nunes Coelho c. c. Luiz Furtado Leite
f.2 ja esta dito acima
f.3, f.8 e f.9 casaram na casa dos tios Eugenia e capitĆ£o Francisco MarƧal.
g) Antonio Nunes Coelho c. c. Maria Araujo Ferreira e tiveram os filhos:
g.1 Virgilio Nunes Coelho (1862 + 1895)
g.2 Prudencio (1864)
g.3 Alexandre (*1873)
g.4 Leopoldina Nunes Coelho (1874) c. c. Vicente Xavier
g.5 Raymunda Nunes Coelho (1877) c. c. Antonio Moreira da Silva (1876)
g.6 Cassiano Nunes Coelho (1879) c. c. Maria Batista de Queiroz
g.7 Ana Nunes Coelho (1869) c. c. JoĆ£o Cardoso Furtado (1870)
g.8 Antonia Nunes Coelho (1883)
Esse ramo da famƭlia foi construƭdo na Cidade de PeƧanha. O professor Dermeval Jose Pimenta nos da noticias de que Antonio Nunes Coelho foi 3o suplente de subdelegado, no ano de 1875, quando foi criada a Vila do Rio Doce.
Em 1881 o nome mudou para SuaƧui. Em 1886 houve o retorno ao antigo nome de Santo Antonio do PeƧanha. Ja no perƭodo republicano o nome foi reduzido para a ultima palavra.
h) Jose Nunes Coelho c. c. Maria Luiza
O sr. Dione faz a observaĆ§Ć£o de que os filhos do ten, Euzebio tinham os nomes de papas. E mencionou Joaquim, Antonio e Jose como exemplos de que ainda esta pesquisando. Mas o Francisco tambĆ©m nĆ£o era nome de papa ate `a ultima eleiĆ§Ć£o.
Observe-se que esses 4 nĆ£o tem nomes de papas mas sim, talvez possamos dizer, santos da mais alta hierarquia da Igreja CatĆ³lica. O que ja informou Ć© queĀ nĆ£o encontrouĀ a documentaĆ§Ć£o mostrando a filiaĆ§Ć£o deles.
Mas o Joaquim Nunes Coelho sempre foi considerado como filho de Euzebio e Anna em VirginĆ³polis, onde criou e a famĆ­lia multiplicou-se, e muito.
Quem atestou que o Antonio tambĆ©m era, foi filho o professor Dermeval Jose Pimenta. Pelos dados que obteve dele, filiaĆ§Ć£o paterna, Euzebio Nunes Coelho, e ano de nascimento, 1829, deduzo que pesquisou as listas de eleitores em PeƧanha, na qual Antonio foi suplente de subdelegado em 1875 e eleitor em 1881.
Quanto ao Jose, torna-se novidade. Nunca o encontrei nem mesmo em menƧƵes. Embora, haja sim a menĆ§Ć£o a Jose Nunes Coelho no Almanak da ProvĆ­ncia de Minas Gerais, que deve ser ele.
A principio, por ter noticias de Jose Nunes Coelho, identifiquei-o como sendo o filho dosĀ tios JOAQUIM e FRANCISCA EUFRASIA. Mas o filho deles assinava COELHO NUNES, talvez justamente para diferenciar-se do seu suposto, por enquanto, tio.
PossĆ­vel serĆ” que houve algum planejamento familiar entre os patriarcas. Conhecendo os riscos dos casamentos muito consanguĆ­neos para a descendĆŖncia, podem ter decidido espalhar a famĆ­lia o mĆ”ximo possĆ­vel pelo grande territĆ³rio que passou a pertencer a GuanhĆ£es.
Poderia ser por isso que Maria HonĆ³ria e Joaquim tenham se dirigido para o PatrocĆ­nio, atual VirginĆ³polis. Bento e Clemente tinham fazendas bordejando os limites da atual SabinĆ³polis. Isso esta descrito na Ata de instalaĆ§Ć£o da Vila de SĆ£o Miguel e Almas, atual GuanhĆ£es.
Essas terras da Famƭlia Nunes Coelho eram imensas. Na conversa que tive em 20014 com o centenƔrio MOACIR NUNES BARROSO ele contava das verdadeiras viagens que faziam para participar de festas maravilhosas e que as terras se estendiam ate SENHORA DO PORTO.
Creio que Francisco tenha ficado com a posse de terras da Fazenda do Grama, ou da Candonga. Ou seja, lado oposto a SabinĆ³polis, na direĆ§Ć£o de VirginĆ³polis, porem, `a margem direita do Rio Corrente, que separa VirginĆ³polis de GuanhĆ£es.
Como PrudĆŖncio nĆ£o teve filhos, tambĆ©m nĆ£o faria diferenƧa onde localizar-se. Falta-nos ai saber para onde Jose destinou-se, pois, sabe-se que Antonio seguiu para PeƧanha e la teve sua famĆ­lia.
O territĆ³rio era mesmo tĆ£o grande que Jose poderia ter se instalado nas atuais Ć”reas de BraĆŗnas, AƧucena, Dores de GuanhĆ£es ou mesmo no que sobrou para VirginĆ³polis, quando emancipou-se e levou inclusive um naco do atual MunicĆ­pio de Governador Valadares, que a descendĆŖncia, se houve, tornou-se por desconhecida.
Se a intenĆ§Ć£o inicial foi espalhar para evitar a consanguinidade, ela nĆ£o foi perfeita. Isso porque os consecutivos casamentos entre primos se deram e de forma tĆ£o perigosa que existem muitos descendentes com males que geralmente estĆ£o vinculados a esse fator.
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IMPRESSƕES QUE ESSAS NOVAS INFORMAƇƕES DESPERTAM
A) THOME NUNES FILGUEIRAS e ANNA COELHO
Teremos que buscar informaƧƵes mais profundas a respeito das famƭlias que deixaram nosso ancestrais alferes-de-milƭcias JOSE COELHO DE MAGALHAES, e a daquele que o professor Nelson Coelho de Senna apontou como pai dele: MANUEL RODRIGUES COELHO.
No ano em que o casal acima nasceu 1770, indica a possibilidade de que possam ter sido filhos de um ou outro dos patriarcas. Apenas 12 anos antes, 1758, o portuguĆŖs Manuel Rodrigues Coelho havia obtido sesmarias em Cachoeira do Campo, distrito da atual Ouro Preto.
Professor Nelson tambĆ©m afirmava que a famĆ­lia havia se mudado para e se distribuĆ­do em Santa Barbara, Itabira e ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro; embora localize a Fazenda AxupĆ©, onde disse que ali nasceram os filhos do alferes-de-milĆ­cias, em Morro do Pilar. A qual fazia divisa com ConceiĆ§Ć£o.
O professor Nelson fala em “De uma crĆ“nica da famĆ­lia Coelho (os Coelho da Rocha, Coelho de Magalhaes, Rodrigues Coelho, Nunes Coelho …. “O fundador dessas famĆ­lias norte-mineiras foi, no sĆ©culo XVIII (1774) o ja referido portuguĆŖs MANUEL RODRIGUES COELHO, …..).
Embora nĆ£o se possa ter certeza, ha ai a sugestĆ£o de que as famĆ­lias dos sobrenomes mencionados tinham origem na mesma pessoa. Pode ser, entĆ£o, que dona ANNA COELHO fosse irmĆ£, talvez filha, do alferes-de-milĆ­cias.
Em minhas pesquisas no livro “ARCHIVO HERƁLDICO-GENEALƓGICO” do visconde de SANCHES DE BAENA, encontrei menĆ§Ć£o a outro contemporĆ¢neo do MANUEL, em MARIANA-MG, que se chamava BENTO RODRIGUES COELHO.
Trata-se de uma Carta de BrasĆ£o, passada a DOMINGOS RODRIGUES DE QUEIROZ, filho do BENTO e D. MARIA DE QUEIROZ SEIXAS. DOMINGOS nasceu em MARIANA. A carta dele tem a numeraĆ§Ć£o 610 e esta na pagina 153 do livro.
A carta remonta a genealogia ao herĆ³i portuguĆŖs ANTONIO DE QUEIROZ MASCARENHAS, atuante em 1640, quando da guerra de separaĆ§Ć£o da coroa portuguesa da Espanha. Existe ai a possibilidade de MANUEL e BENTO ter sido irmĆ£os.
Infelizmente, o professor Nelson ateve-se apenas `as tradiƧƵes e “crĆ“nicas” que nĆ£o sĆ£o documentos prĆ³prios para comprovar-se as paternidades. SĆ£o apenas indicativos Ć³timos mas nĆ£o necessariamente de valor definitivo.
Mesmo o THOMAS poderia ser descendente de um ou outro. Temos que o alferes-de-milĆ­cias foi casado duas vezes. Embora o professor Nelson afirmou que a primeira esposa, ESCOLƁSTICA DE MAGALHAES, teve filhos, nĆ£o os nomeou.
Afirmou tambĆ©m que da segunda esposa, EUGENIA RODRIGUES DA ROCHA, teve os 5 filhos: capitĆ£o Jose, capitĆ£o JoĆ£o, Antonio, Felix e Clara Maria de Jesus. Disse que todos, exceto Antonio, se casaram. Porem, dedicou-se apenas `a descendĆŖncia do bisavĆ“ dele, capitĆ£o JOAO COELHO DE MAGALHAES.
Professor Nelson tambĆ©m afirmou que o alferes-de-milĆ­cias Jose Coelho DE MAGALHAES era portuguĆŖs, da mesma forma que o suposto pai. E que o pai o havia levado para o Brasil. Sendo que em 1744 o portuguĆŖs MANUEL RODRIGUES COELHO ja se encontrava na colĆ“nia.
Dado a essas informaƧƵes, conclui-se que a idade de ambos poderia permitir ter sido pais de pelo menos um dos membros do casal: ANNA e THOMAS.
Embora o THOMAS tenha sobrenome diferente, nĆ£o significa impossibilidade. Isso porque o sobrenome FILGUEIRAS (Felgueiras) era carne e osso com o COELHO. Desde os anos prĆ³ximos a 1385, quando D. JOAO I, Mestre de Avis, assumiu o trono em Portugal, chamava-se o primeiro senhor de Felgueiras e Vieira: FERNAO COELHO.
Ali se dava o morgado da familia. Assim, natural seria que todas as famĆ­lias nobres do mesmo domĆ­nio se tornassem descendentes dos senhores locais. De forma que o prĆ³prio MANUEL RODRIGUES COELHO poderia ter ancestrais Filgueiras ou ter sido marido de alguĆ©m que assinasse.
Naquele tempo os filhos nĆ£o herdavam necessariamente os sobrenomes dos pais. Mais comum era adotarem nomes de ancestrais e, muito comum durante os sĆ©culos XVIII e XIX, a combinaĆ§Ć£o de diversos sobrenomes ancestrais. Meia dĆŗzia era pouco!
Seria interessante se encontrĆ”ssemos os inventĆ”rios e, talvez, testamentos desses dois patriarcas e, quem sabe, toda a descendĆŖncia nascida pelo menos no sĆ©culo XVIII. Isso para tirarmos ou comprovarmos essa duvida se ja nĆ£o Ć©ramos consanguĆ­neos desde la.
Outra possiblidade, porem, serĆ” a de que nossa ancestral ANNA COELHO nos dar consanguinidade via outro ramo.
Por volta do tempo em que ela nasceu, em 1775, nosso ancestral portuguĆŖs, Antonio Borges Monteiro, casou-se no Serro com Maria Fiuza de Souza, que era filha de Norotea Barbosa Fiuza e JoĆ£o de Souza Azevedo.
Apos o professor Dermeval Jose Pimenta ter deixado essas informaƧƵes ocorre que outros encontraram que os pais de JoĆ£o de Souza chamavam-se: Manuel de Souza Azevedo e Anna Coelho, sendo eles naturais de Vila Nova do Norte (?).
E, nesse caso, seria natural que alguma filha do JoĆ£o adotasse o nome da avĆ³. Nem todos os membros das famĆ­lias em nosso ramo descendem deles via Dorotea. Mas podemos ai somar consangĆ¼inidades se os NUNES COELHO “sofrerem do mesmo mal”!
Mas nĆ£o se pode ficar apenas em hipĆ³teses, pois, os COELHO eram muitos na regiĆ£o. Portanto podemos esperar tambĆ©m a possibilidade de haver apenas coincidĆŖncia, pois, quantas mulheres recebiam o nome de Anna naquela Ć©poca e quantas tinham o COELHO como alcunha de famĆ­lias?!
Basta-nos perguntar: E quem nĆ£o tem um Coelho como ancestral? Embora, o mesmo pode ser alguĆ©m ainda la na Idade Media portuguesa! PerĆ­odo esse que durou mais la que nos paĆ­ses mais instruĆ­dos.
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Ja fazem dias que escrevi o que estava acima. Hoje ja Ć© 10.11.18. Mas o senhor DIONE FERREIRA NUNES continuou alimentando minhas buscas com outros documentos, os quais empolgaram-me tanto que nĆ£o fechei esse capitulo ainda.
Bom, o que foi para mim “chocante”, no melhor sentido, foi sanar a antiga duvida quanto `a paternidade de nossa trisavĆ³ MARIA HONORIA NUNES COELHO.Ā O causador dessa duvida foi o que encontrei no livro do professor PIMENTA.
`A pagina 71 do livro dele, “A Mata do PeƧanha, sua Historia e sua Gente”, ele escreveu expressamente que CLEMENTE NUNES COELHO fora pai de PRUDƊNCIO, ANTONIO e MARIA HONORIA NUNES COELHO, casada com JOAO BATISTA COELHO.
Quando conversei com a IVANIA, ela informou-me que no mapa que acompanha o livro dela: “Arvore GenealĆ³gica da FamĆ­lia Coelho”, constava que era filha de EUSEBIO NUNES COELHO e ANNA PINTO DE JESUS.
Uma verdade que eu notei logo de inicio anos atras. Mas, `a pagina 221 do livro dela, copiou uma grade retirada do livro do professor DERMEVAL, inclusive com o erro. Deduzi que havia duvida.
Expliquei a mim mesmo que, como o professor DERMEVAL nĆ£o havia encontrado o nome da esposa do CLEMENTE, com a qual havia tido os 3 filhos, entre outros, pensei que a IVANIA houvesse decidido ser melhor manter o nomes dos supostos avos em lugar dos pais. Quebrei o queixo!
E, como observou o senhor DIONE, ele havia observado esse erro do DERMEVAL e os que trataram do assunto posteriormente. Claro que, devido `a inocĆŖncia, acabamos espalhando ao vento o que, nĆ£o era uma mentira, porem, era informaĆ§Ć£o falsa.
De qualquer forma, foi muito bom agora ter quebrado o queixo, pois, com isso podemos consertar nossa genealogia. NĆ£o teremos o incomodo mais de termos apenas um pai de uma ancestral porque a vaga estarĆ” ocupada.
Assim fica estabelecido que MARIA HONORIA e CLEMENTE eram, em verdade, irmĆ£os. Todos ganhamos com a informaĆ§Ć£o corrigida.
E o mais importante, embora temeroso por causa das consangĆ¼inidades dobrarem porque na nova situaĆ§Ć£o, EUZEBIO NUNES COELHO e ANNA PINTO DE JESUS deixam de ser nossos pentavĆ³s e passam a ser nossos tetravĆ³s.
O problema ai fica para quem terĆ” neles a repetitividade como ancestrais. Nos temos primos que descendem de 4 dos filhos do casal JOSE COELHO DA ROCHA e LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO, ao mesmo tempo que repetem ancestrais em 4 dos filhos da JOAO BATISTA COELHO e MARIA HONORIA NUNES COELHO.
Nesse caso, loucura pouca Ć© bobagem!!! Ainda bem que a loucura, nesse caso, tem sido refletida na amabilidade e inteligĆŖncia dos 12 primos que temos nessa situaĆ§Ć£o. Parentes entre os quais eu mais gosto.
Mas foi por pura sorte que nos nĆ£o nos engraƧamos uns com os outros e nĆ£o deu nenhum casamento entre nos. Desde que a famĆ­lia dispersou-se, a maioria tem se casado com “parentes” mais distantes.
Isso mesmo! Antes de conhecer como conheƧo atualmente nossa genealogia, ninguĆ©m sabia de todos os fatos. Alguns mais antigos tinham ideia. Mas eles acreditavam que o melhor era casarmos com parentes. NĆ£o conheciam exatamente os riscos para a descendĆŖncia.
Mas ao retroagir alguns ramos ao sĆ©culo XVIII, encontrei alguns vĆ­nculos parentais entre atuais casados que nĆ£o tinham conhecimento do parentesco.
Um exemplo que jamais poderƭamos imaginar,. Na pagina 257 do livro do professor DERMEVAL, ja na primeira linha, ele registra o casamento entre dona ALICE REIS e senhor ALIPIO TEIXEIRA. Confirmados ser os mesmos antigos moradores de VIRGINƓPOLIS.
A neta deles, STELLA MARIS (falecida) foi esposa do nosso primo RUI HERCY COELHO. Acontece que dona ALICE encontra-se no livro por descender do tronco PIMENTA VAZ-BARBALHO.
Ainda nĆ£o ha comprovaĆ§Ć£o documental do nosso conhecimento que o capitĆ£o JOSE VAZ BARBALHO foi mesmo filho de MANOEL VAZ BARBALHO e dona JOSEPHA PIMENTA DE SOUZA, os fundadores daquele tronco.
Mas as duvidas de que assim serĆ” sĆ£o poucas. E, nesse caso, constata-se pelo menos um vinculo parental, embora por enquanto remoto, entre o RUI e a saudosa STELLA MARIS.
Faltaria rebuscar os nossos e outros ramos ascendentes dela para, com certeza, encontrarmos outros. Principalmente porque quanto mais prĆ³ximos chegarmos aos primeiros anos do sĆ©culo XVIII, a populaĆ§Ć£o que deixou descendĆŖncia em MINAS GERAIS vai ficando cada vez mais reduzida.
Nesse caso, nĆ£o sobra outra alternativa a nĆ£o ser sermos descendentes repetidamente dos mesmos ancestrais. Ainda mais que os “reprodutores” eram poucos mas as proles eram enormes!!!
A observaĆ§Ć£o apenas Ć© que STELLA MARIS tinha pelo menos um avĆ“ “turco”, (natural do LĆ­bano). Pelo menos ai se garante alguma diversidade entre ela e nos, os “puro-sangue”!!!
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BENTO NUNES COELHO c. c. SURPINA SOPHIA LEITE
Supimpa esse nome da tia SUPINA! possivelmente irĆ” encaixar-se naquele ramo LEITE que multiplicou-se em VirginĆ³polis, o qual acredito que a maioria ja esta na famĆ­lia.
Ja tinha conseguido desvendar a genealogia de dona ANTONINA NUNES COELHO c. c. SEBASTIAO FERREIRA RABELO DE MAGALHAES. Quem passou-me os dados foi o primo BalduĆ­no Cezar Rabelo. Ate ai sabia. NĆ£o sabia o nome dos pais da dona ANTONINHA como a conheceu.
Agora fica desvendado os ramos das donas BLANDINA e MARIA CLARA, alem da tia MARIETTA, casada com o tio ONESIMO DE MAGALHAES BARBALHO.
O mundo gira, e a genealogia da voltas. TĆ­nhamos tantos parentes descendentes das trĆŖs sem fazer a menor ideia, primeiro de que tinham esses vĆ­nculos e eram NUNES COELHO, agora, que eles se dobram!
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Vou fechar, quase correndo, essas minhas reminiscĆŖncias a respeito da genealogia NUNES COELHO. Ainda ha detalhes a ser comunicados. Mas eles estĆ£o tambĆ©m ligados ao ramo BARBALHO. Assim vamos deixar para o prĆ³ximo capĆ­tulo.
Ha algum tempo atras, estudando as genealogias passadas a nos pelos nossos geneologos mais antigos, em especial o professor DERMEVAL, suspeitei um pouco das coincidĆŖncias. O fato era que havia que desconfiar-se do fato de todo fim de linha que ele se deparava com ele era ocupado por MANOEL nĆ£o sei das quantas!
Cheguei ate fazer piada. Parece que quando nĆ£o se encontra os pais de alguĆ©m, por se julgar ser portuguĆŖs, entĆ£o, acrescenta-se mais uma geraĆ§Ć£o e lasca no patriarca o mais famoso nome portuguĆŖs: MANUEL!
Era assim com os PEREIRA DO AMARAL, tendo na raiz: MANOEL PEREIRA e MARIA DE BENEVIDES. Os NUNES COELHO contavam com MANOEL NUNES COELHO.
Posteriormente, nos BORGES MONTEIRO temos a raiz que, por enquanto, vai ate ao casal portuguĆŖs: MANUEL DE SOUSA AZEVEDO e ANNA COELHO. E o professor NELSON DE SENNA nos deixou que o alferes-de-milĆ­cias JOSE era filho do MANUEL RODRIGUES COELHO.
Agora ficamos informados que pelo menos um desses nĆ£o esta em nossa raiz, pois, nosso ancestral EUSEBIO nĆ£o teve o MANOEL por pai e sim irmĆ£o. Mas nĆ£o se pense de todo que o MANOEL nĆ£o seja ancestral de pelo menos alguns de nos.
Mas aqui ha que nos lembrarmos que se dona ANNA COELHO, a esposa do THOME NUNES FILGUEIRAS, tiver sido filha do MANUEL RODRIGUES COELHO, sendo, entĆ£o, irmĆ£ do alferes-de-milĆ­cias JOSE, vamos ter a mesma incĆ³gnita, por enquanto, em duas raizes.
Fiquei feliz porque pudemos decifrar nosso parentesco com a descendĆŖncia do CLEMENTE NUNES COELHO e dona ANNA MARIA PEREIRA DA SILVA. Embora o perdemos como ancestral em termos coletivos, podemos agora inscreve-lo como antepassado alem de outros, dos nossos primos prĆ³ximos descendentes deles.
Alem disso, encontrou-se ai o fio da meada, mostrando que o BENTO NUNES COELHO e dona SURPINA SOPHIA LEITE deixaram descendencia que nos Ć© cara.Ā Em especial cita-se ai os casais:
01. Blandina Nunes Rabelo c. c. Gabriel Nunes Coelho (tios PITU e JOAO).
02. Maria Clara Nunes Rabelo c. c. Francisco Dias de Andrade Junior
03. Marietta Nunes Rabelo c. c. Onesimo de Magalhaes Barbalho
Enfim, nĆ£o vamos esgotar o assunto por agora senĆ£o depois perde a graƧa. Por enquanto posso adiantar apenas que entramos na turma do LEO. LEOPARDOS!!!

 

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003.Ā CONTATO COM DONA ANA ROCHA

Prezada senhora Ana Rocha,
Ha questĆ£o de um mĆŖs aproximadamente minha prima Joria Martinho Goncalves solicitou-me informaƧƵes de locais dos quais nossos ancestrais procederiam em Portugal, pois, desejava aproveitar a oportunidade de um passeio para ver de onde procedemos.
Entre os locais que mencionei, dei ĆŖnfase ao SantuĆ”rio de SĆ£o Francisco de Assis na Cidade do Porto.
Ao retornar, ela comunicou-me com essa nota: “Oi! Fui la no santuĆ”rio de SĆ£o Francisco. Por sorte, a diretora do museu tava na portaria. Ela disse pra vocĆŖ enviar e-mail que os alunos devem ter alguma informaĆ§Ć£o. So que, em 1822 (se nĆ£o me engano) houve um incĆŖndio e vĆ”rios documentos perdidos. Mas ha outra opĆ§Ć£o no arquivo distrital do Porto. La eles tem informaƧƵes tambĆ©m.”
Em razĆ£o disso estou enviando-lhe o meu e-mail: valbarbalho@hotmail.com
O mesmo estou usando para essa mensagem. O que pode verificar.
NĆ£o recordo o quanto ou o que informei `a Joria a respeito do interesse que temos a respeito da genealogia da FamĆ­lia Barbalho. E a oportunidade de nos encontrarmos pessoalmente para conversarmos a respeito seria rara, pois, ela reside no Brasil e eu nos Estados Unidos.
Mas, basicamente, tinha a vontade de esclarecer a linhagem Barbalho da qual descendemos, as relaƧƵes familiares que possuĆ­a com linhagens de outros sobrenomes e, particularmente, locais de procedĆŖncias.
E o intuito era justamente para a ocasiĆ£o dos passeios, que volta e meia meus familiares fazem a Portugal, indicar-lhes onde, quem e quando nossos antepassados viveram, o que deixaram por construĆ­do para assim podermos reencontrar nossas raizes.
Alias, observo que, entre outros mais antigos, talvez tenhamos um parentesco convosco via o sobrenome Rocha. Ate ha pouco tempo, porque o conhecimento genealĆ³gico de nossa famĆ­lia era restrito, conhecĆ­amo-nos pelo apelido de FamĆ­lia Coelho.
Isso porque era sabido na famĆ­lia que descendĆ­amos do portuguĆŖs: alferes-de-milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es. Ele foi para o Brasil antes de 1744, segundo dados de tradiĆ§Ć£o e pesquisa compilados pelo professor Nelson Coelho de Senna, em seu livro: “Algumas Notas GenealĆ³gicas”, publicado em 1939.
Nessa brochura o professor Nelson afirmou que Jose fora levado por seu pai para o Brasil. Particularmente para a ProvĆ­ncia das Minas Gerais, onde estava ocorrendo o conhecido “Ciclo do Ouro”.
Segundo o professor, o nome do pai do Jose foi Manuel Rodrigues Coelho, que juntou grande fortuna `aquela Ć©poca. Como prova de que ja se encontravam no Brasil, `aquela data, ha uma carta de sessĆ£o de sesmaria em nome do Manuel.
Essa no atual Distrito (Freguesia) de Santa Rita DurĆ£o, antigo Inficcionado, pertencente `a Cidade de Mariana, Minas Gerais. Em 1756 o mesmo obteve outra sesmaria na localidade de Cachoeira do Campo, pertencente `a Municipalidade de Ouro Preto.
Foi dito tambĆ©m que Jose casou-se duas vezes. A primeira com dona EscolĆ”stica de MagalhĆ£es, da qual temos apenas a informaĆ§Ć£o do professor Nelson de que deixaram descendĆŖncia, sem informar mais. E a segunda, e principal, com dona Eugenia Rodrigues da Rocha. Ela, brasileira.
Segundo o professor Senna, a segunda foi nossa ancestral. Tendo gerado 5 filhos, sendo que a Joria e eu descendemos do capitĆ£o Jose Coelho de MagalhĆ£es Filho que, na realidade, continua mais conhecido como Jose Coelho da Rocha, fundador da Municipalidade de GuanhĆ£es, e grande multiplicador do sobrenome Coelho na regiĆ£o.
Algo senĆ£o inusitado, pelo menos curioso, Ć© que a tradiĆ§Ć£o mantem que tambĆ©m o alferes fora conhecido como Jose Coelho da Rocha. Ā O que seria de certa forma esquisito em tempos tĆ£o machistas iguais aqueles, o marido nĆ£o ter se importado de ser conhecido pelo sobrenome da esposa.
Melhora a hipĆ³tese de que o primeiro Jose usava tambĆ©m o sobrenome da Rocha o fato de termos noticias que um dos filhos do capitĆ£o Jose recebeu o nome de Jose Coelho da Rocha Neto. O que, penso, nĆ£o seria verdade se o avo nĆ£o tivesse a assinatura. Mas pode ser engano de nossos genealogistas.
Portanto, penso haver a possibilidade de o sobrenome Rocha ser parte da linhagem Coelho antes mesmo daquele segundo casamento do alferes com Eugenia da Rocha. A possibilidade seria a de que tambĆ©m a mĆ£e dele, da qual nĆ£o temos nem mesmo suspeita do nome, ter pertencido ao ramo.
Posteriormente, outro genealogista na famĆ­lia, o professor Dermeval Jose Pimenta, escreveu que Eugenia fora filha de Giuseppe Nicatigi da Rocha e Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho.
Possƭvel serƔ que esse Nicatigi esteja enganado. No livro dele o professor relatou que outro nosso ancestral, Antonio Borges Monteiro, procedia da Municipalidade de Geia. Mas trata-se da Freguesia de PinhanƧos, Municipalidade de Seia, Distrito de Guarda. Imagino ser Nicatsi. Nome comum na Italia.
A informaĆ§Ć£o acrescenta que Giuseppe tinha origem luso-italiana, inclusive informando que a parte italiana procedia da Calabria. Contudo, nĆ£o temos nenhum outro dado que nos permita aprofundar o lado “da Rocha” que, presumivelmente, serĆ” a parte lusitana.
De qualquer forma, vemos ai a possibilidade de termos algum grau de parentesco por esse sobrenome com a senhora.
O que nĆ£o seria impossĆ­vel haver tambĆ©m outro pelo lado Rodrigues Coelho/Coelho de MagalhĆ£es. Isso porque o professor Nelson julgava que esse ramo procedia da antiga ProvĆ­ncia do Entre Douro e Minho. Muito provavelmente da Ć”rea do Porto.
Caso tenhas ancestrais na regiĆ£o, provavelmente serĆ£o os mesmos que os nossos por ambos esses lados. No caso do “da Rocha”, li uma informaĆ§Ć£o, salvo engano em Sanches de Baena, que coloca um Ćŗnico gerador do sobrenome, e seria um nobre procedente da Irlanda.
Quanto ao sobrenome Barbalho, foi por ele que me vi motivado a indicar o SantuĆ”rio de SĆ£o Francisco. AlĆ£o, em sua obra: “Pedatura Lusitana”, deixou uma observaĆ§Ć£o que ditou a pista da relaĆ§Ć£o entre o sobrenome e o local.
Ali ele afirma que os Barbalho “tiveram capela no SantuĆ”rio de SĆ£o Francisco do Porto.” Portanto, posso crer que ali estĆ£o os restos mortais de nossos ancestrais portugueses mais antigos do sobrenome. Alem da narrativa de sua Historia e Genealogia pregressa.
Como se poderĆ” observar no tratado de AlĆ£o, copiado abaixo, ele vinculou a FamĆ­lia Barbalho `a Municipalidade do Porto.
Segundo noticias de autores mais antigos, foi com o primeiro donatĆ”rio da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, 1535, que BrĆ”s Barbalho Feyo foi para o Brasil. E, salvo engano meu, deu origem a toda descendĆŖncia desse e outros sobrenomes no pais.
Note-se que Pernambuco e SĆ£o Vicente ( SĆ£o Paulo, Rio e Minas Gerais) foram as Ćŗnicas Capitanias HereditĆ”rias que prosperaram desde o inicio da colonizaĆ§Ć£o.
A primeira em funĆ§Ć£o da produĆ§Ć£o de aƧĆŗcar de qualidade e a segunda por estar na rota marĆ­tima das Grandes NavegaƧƵes. SĆ£o Vicente tornou-se porto de abastecimento, reparo de navios e comercio escravo do “gentio da terra”.
Os primeiros colonos chegados a essas provĆ­ncias foram os que deixaram a descendĆŖncia “nobre da terra”. Foi ela que multiplicou primeiro e foi absorvendo em seu seio familiar os recĆ©m-chegados do Velho Continente. Alem de indĆ­genas e afrodescendentes.
Foi essa descendĆŖncia que chefiou a lenta colonizaĆ§Ć£o do continente brasileiro. Ela foi abrindo os primeiros caminhos, fundando os primeiros arraiais e suprindo com efetivos a exploraĆ§Ć£o do imenso territĆ³rio.
Os Barbalho primeiro se multiplicaram em Pernambuco. Foram expulsos quando da InvasĆ£o Holandesa, em 1630, para a Bahia e o Sergipe. Iniciaram com outras famĆ­lias ja aparentadas a Reconquista do Nordeste, a partir de Pernambuco para o Norte.
A partir de 1640 estiveram, especialmente na pessoa de Agostinho Barbalho Bezerra, junto com os portugueses na Guerra da RestauraĆ§Ć£o. Ha uma afirmaĆ§Ć£o biogrĆ”fica de que ele esteve envolvido em todos os embates que se deram na PraƧa de Elvas, salvo engano meu.
E com os irmĆ£os e muitos outros parentes conseguiram tambĆ©m a restauraĆ§Ć£o do Brasil `a coroa portuguesa, que se deu nas Batalhas dos Guararapes, em 1648-9.
Nesse ponto, o ancestral Luiz Barbalho Bezerra, em idade, debilitado por doenƧa agravada pelo stress de guerra e sem sua fortuna que empenhara na reconquista, havia sido nomeado governador do Rio de Janeiro, para exercer durante os anos de 1643-5. Indo falecer no oficio em 1644.
Ele deixou filhos que se distribuĆ­ram em Pernambuco ou Paraiba, Sergipe, Bahia e Rio de Janeiro.
Durante o Ciclo do Ouro, a partir de 1698, houve um fluxo imenso das gentes da terra, de Portugal e estrangeiros para os. campos das ricas minas. Entre os migrados estĆ£o alguns descendentes de Luiz Barbalho.
Nessa nova colonia ha renovada multiplicaĆ§Ć£o. E desde o final do sĆ©culo XVIII, quando do esgotamento do ouro farto, essa descendĆŖncia inicia migraĆ§Ć£o para os novos pontos de colonizaĆ§Ć£o, como faz o cirurgiĆ£o-mor de Porto Alegre, Policarpo Joseph Barbalho, que mudou-se para o Rio Grande do Sul por volta de 1780.
Outros ramos dirigiram-se para o Santa Catarina. Depois GoiƔs. Dos ramos que permaneceram no Nordeste, ha noticias que se espalharam por todo o Norte do pais.
Na atualidade vemos a dispersĆ£o da FamĆ­lia por todos os pontos do pais. Sendo que ha registros de nordestinos dirigindo-se para paragens mais ao Sul e sulistas retornando `as suas origens nordestinas.
A descendĆŖncia atual conta-se aos milhƵes. Porem, nĆ£o ha um numero exato por causa da dificuldade em alinhavar uma Arvore GenealĆ³gica coletiva. Infelizmente, no Brasil o poder publico ainda nĆ£o enxergou vantagens em digitalizar todos os documentos antigos e disponibiliza-los via eletrĆ“nica para consulta.
Talvez o recente incidente do incĆŖndio no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, possa alertar alguma autoridade mais responsĆ”vel para o fato de que se esquecermos nossa Historia corremos o risco de nos colocarmos eternamente como se inferiores fossemos.
No entanto, sabemos que o povo brasileiro de um modo geral descende do povo que iniciou as Grandes NavegaƧƵes e por elas pudemos ter o que hoje temos que Ć© a interconexĆ£o global.
E, via portugueses, descendemos de todos os nobres que na atualidade sĆ£o estudados nos livros da Historia Universal. E deles descendem todos os povos que habitam a terra.
Desculpe ter prolongado tanto. Mas tenho o defeito de nĆ£o ser conciso
AgradeƧo-lhe carinhosamente a prontificaĆ§Ć£o para ajudar-nos. Muito obrigado mesmo.
SaudaƧƵes,
Valquirio de MagalhĆ£es Barbalho.
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APENDICE
A partir de agora vou adiantar-lhe os dados que ja reuni a respeito do tronco familiar Barbalho. Talvez, se algum aluno aceitar o desafio de decifrar por nos os vƭnculos familiares e lugares em Portugal, essas informaƧƵes sejam facilitadoras.
Penso que do ramo devem descender todos os Barbalho do pais e uma multidĆ£o centenas de vezes maior de pessoas com essa ascendĆŖncia, mesmo sem assinar ou saber.
Entre os famosos pode-se citar compositores como Chico Buarque de Holanda e Fernando Brant. O bispo D. Manoel Nunes Coelho. Os dois Ćŗltimos ja falecidos. Acredito ser desnecessĆ”rio continuar tais menƧƵes, pois, pode-se imaginar a abrangĆŖncia de boa parte do povo brasileiro.
Destino esse apĆŖndice `aqueles que se “atreverem” a aceitar o desafio de aprofundar um pouco essas raizes com nomes de pessoas e lugares. Considero um feito difĆ­cil, pois, outros pesquisadores nĆ£o encontraram.
A mencionar, Nelson Barbalho, que faleceu sem poder encontrar a chave da ligaĆ§Ć£o da famĆ­lia Barbalho brasileira e sua origem em Portugal. A respeito desse autor:
http://www.cbg.org.br/colegio/historia/galeria-socios/nelson-barbalho-de-siqueira/
Apenas desconfio que pesquisadores anteriores nĆ£o tiveram o devido acesso aos estudos de AlĆ£o. E muito possivelmente realizaram pesquisas em documentos da Torre do Tombo, sem imaginar que havia a possibilidade de encontrar melhores noticias no Porto e regiĆ£o.
Vamos ao resumo do que tenho conhecimento:
1a. geraĆ§Ć£o
BrĆ”s Barbalho Feyo. Foi dito que nasceu em Portugal e ido para o Brasil junto com o capitĆ£o-mor Duarte Coelho. Casou-se com Catarina ou Maria Tavares de Guardes. Ela era filha de: Francisco Carvalho de Andrade e Maria Tavares de Guardes.
Por essa outra postagem abaixo, podemos seguir melhor:
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=188&cat=Ensaios
Trata-se da Arvore de Costado de Francisco Buarque de Holanda. De autoria de Pedro Wilson Carrano Albuquerque. Editada pela editora Usina de Letras.
Entre os dĆ©cimos segundos avos do Chico Buarque, nos nĆŗmeros: 9694 e 9695 temos BrĆ”s Barbalho Feyo e Maria Guardes. Mas ja vi publicaĆ§Ć£o diferente dizendo ser Catarina.
Os nĆŗmeros 9692 e 9693 sĆ£o Antonio Bezerra Felpa de Barbuda e Maria AraĆŗjo, que sĆ£o pais de Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda.
Na 13a. geraĆ§Ć£o temos os nĆŗmeros e donos dos nĆŗmeros:
19386 PantaleĆ£o Monteiro, Fundador do Engenho de SĆ£o PantaleĆ£o (do Monteiro)
19387 Maria Monteiro (Na verdade, Maria de AraĆŗjo)
19390 Francisco Carvalho de Andrade, senhor do Engenho de SĆ£o Paulo da VĆ”rzea. “Foi …… e pessoa tĆ£o bem conceituada que conseguiu casar bem as filhas que teve c. Maria Tavares de Guardes: Ines e Leonor Guardes. Teve uma outra filha que casou com BrĆ”s Barbalho.”
19391 Maria Tavares de Guardes.
EngraƧado ai foi que a outra filha, nĆ£o teve a boa sorte de casar-se bem!
Maria de Araujo, esposa de Antonio Bezerra Felpa de Barbuda, era filha de PantaleĆ£o Monteiro e Maria de Araujo (Monteiro).
2a. GeraĆ§Ć£o
Temos na 11a. geraĆ§Ć£o de avĆ³s do Chico Buarque:
4846 – Guilherme (ou Antonio) Bezerra Felpa de Barbuda. Com a esposa Camila Barbalho teve os filhos Luis e Felipe Barbalho Bezerra e Brasia Monteiro.
4847 – Camila Barbalho (filha de BrĆ”s Barbalho e Maria de Guardes).
Aqui a linhagem que vai ao Chico Buarque segue a de Brasia Monteiro, irmĆ£ do Luiz Barbalho Bezerra e do Felipe.
BrĆ”s Barbalho tornou-se senhor do Engenho de SĆ£o Paulo em lugar do seu sogro Francisco Carvalho de Andrade.
Ha menĆ§Ć£o em outra publicaĆ§Ć£o que Francisco Carvalho de Andrade foi tambĆ©m armeiro real na Capitania de Pernambuco.
3a. GeraĆ§Ć£o
Luiz Barbalho Bezerra casou-se com Maria Furtado de MendonƧa, filha de Fernand’Aires Furtado e Cecilia de Andrade Carneiro. Dos sogros nada tenho.
Luiz Barbalho foi senhor do Engenho Barbalho, que ficava no Cabo de Santo Agostinho. Nasceu em 1584 e faleceu em 1644, ocupando o cargo de governador no Rio de Janeiro.
Foi tambĆ©m mestre-de-campo de um terƧo das tropas na Bahia, durante as lutas contra os holandeses. Tornou-se notĆ³rio quando liderou a retirada de suas tropas do Porto de Touro, no Rio Grande do Norte, ate Salvador na Bahia.
Enquanto nĆ£o atravessou o Rio SĆ£o Francisco, as tropas estavam cercadas pelo inimigo e mal municiadas e supridas. Por isso e pelos feitos a retirada foi considerada herĆ³ica.
Antes ele havia sido capturado pelos holandeses e deportado para a Holanda. Mas conseguiu fugir e entrar na Espanha, quando ainda havia a UniĆ£o IbĆ©rica e Portugal e Brasil estavam sub-JĆŗdice da Coroa Espanhola.
Em 1638 compartilhou a lideranƧa do combate `a tentativa da invasĆ£o de Salvador pelos holandeses. ReforƧou o Forte que passou a ser conhecido como Forte do Barbalho. Forte esse que nĆ£o mais existe e cujo apelido tornou-se nome de bairro da cidade.
Esses dados sĆ£o antigos. Contudo, a aceitaĆ§Ć£o de alguns tem sido feita pelos genealogistas mais recentes, incluindo Rheingantz e Carlos Eduardo de Almeida Barata, autores de genealogias renomadas.
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ALGUMAS VERSƕES MAIS ANTIGAS:
Abaixo, copiei o titulo: “Barbalhos” do “Pedatura Lusitana”, de CristĆ³vĆ£o AlĆ£o de Morais:

pag. 343 Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā ā€œBARBALHOS

  1. FernĆ£oĀ (A) Barbalho era natural de Entre Douro e Minho .. .. .. e teve:

2.Ā Antonio Barbalho

2. Luis Barbalho

2. Alvaro Barbalho

2. Antonio Barbalho filho 1o. este viveo no Porto aonde foi cidadĆ£o. Casou com ā€¦ā€¦ā€¦ e teve:

3. Antonio Barbalho

3. D. Guiomar ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦.. m.er de Ignacio Cenarche de Noronha co. g.Ā Casou 2a. vez com D. Antonia Bezerra, ou Monteira, filha de Domingos Bezerra ā€¦ ā€¦ ā€¦ e houve:

3. Luis Barbalho Bezerra

3. Felippe Barbalho Bezerra

3. Antonio Barbalho filho 1o. deste viveo no Brazil ā€¦ ā€¦ ā€¦

3. Luis Barbalho Bezerra filho 2o. de Anto. Barbalho E o 1o. de

*******************************

(A) Os f.os deste FernĆ£o Barbalho erao primos de M.elĀ Fran.coĀ Barbalho e tiverao Capella em S.Ā Fran.coĀ do Porto. E o dito M.elĀ Fran.coĀ Barbalho foi pai de Clara Barbalho m.er de G.ar de Carvalho e forao pais de Jo. Lopes Barbalho fidalgo da casa delRei eĀ Com.orĀ de Sanfins de Nespereira e Mestre de Campo no Alentejo.

*******************************

Pag. 354

sua 2a. mulher n.2 foi insigne Soldado nas armas do Brazil: foi fidalgo da Casa delRei EĀ com.orĀ dos casaes na ordem de Christo. E Governador do Rio de Janeiro onde morreo.

Casou com D. Maria Furtado de M.Ƨa Ā filha de Fernandā€™Ayres Furtado E de sua m.er Cecilia Carreira E houve:

4. Guilherme Barbalho Bezerra

4. Agostinho Barbalho Bezerra

4. FernĆ£o Barbalho

4.Ā Fran.coĀ Monteiro Barbalho

4. Cosma Bezerra m.er deĀ Fran.coĀ de Negreiros Soeiro Sr. de hum engenho no Brazil

4. D. Antonia Bezerra m.er de Antonio Pereira de Sousa fo. de Eusebio Frra. Dromondo E de Cn.a de Sousa sua m.er.

4. D. Cecilia .. ā€¦ .. m.er de Anto. Barbosa Calheiros fo. de Io. Barbosa Calheiros em Vianna

4. D.Ā Fran.caĀ Furtada

4. Guilherme Barbalho Bezerra filho 1o. deste he Alcaide-mor de Serzipe delRei e tem a Comenda de seu pae. Casou com D. Anna Pereira fa. de D.os de Negreiros Soeiro Sr. de Engenho ā€¦ ā€¦ ā€¦ e teve

5. Luis Barbalho

5. Domingos Barbalho

Pag 355

4. Ago. Barbalho Bezerra fo. 2o. de Luis Barbalho Bezerra n.3 Foi correo-mor do Brazil ā€¦ā€¦

4. FernĆ£o Barbalho filho 3o. de Luis Barbalho Bezerra no. 3 Foi Vedor da Fazenda da India. Casou co D. Maria de Macedo m.er baixa.

4.Ā Fran.coĀ Monteiro Barbalho filho 4o. de Luis Barbalho Bezerra no. 3 Foi G.or da Fortaleza de S. Marcello na Bahia

3. Felippe Barbalho Bezerra filho 3o. de Antonio Barbalho no. 2 E o 2o. de sua m.erā€¦ā€¦..

2. Luis Barbalho filho 2o. de FernĆ£o Barbalho no. 1 servio na India ā€¦ā€¦ā€¦ e teve

3. D. ā€¦ ā€¦ ā€¦ m.er de D. Luis de Sousa ou da Sylva paes delRey de Maldiva tto. de gras.

2. Alvaro Barbalho filho 3o. de FernĆ£o Barbalho n. 1 Ā Casou no Brazil co ā€¦. ā€¦ ā€¦.ā€

OBSERVAƇƕES MINHAS:

Infelizmente os trabalhos de AlĆ£o nĆ£o nos dĆ£o ideias de datas para compararmos.

Mas creio na possibilidade de o primeiro filho de FernĆ£o Barbalho, ANTONIO, ser o prĆ³prio Bras Barbalho Feyo. Pode ser que tivesse o nome de Antonio BrĆ”s, tendo AlĆ£o preferido o nome de batismo e os autores no Brasil preferido o nome pelo qual todos o conheciam.

Isso porque coincide que foi dito que o BrƔs foi pai de Felipe, Alvaro e Camila.

Por nĆ£o ter tido noticias da existĆŖncia da Camila foi que ele atribuiu a paternidade do governador Luiz Barbalho Bezerra ao prĆ³prio Antonio, que era o avĆ“ e nĆ£o o pai.

Para isso ser verdade, porem, houve uma completa confusĆ£o de AlĆ£o. E seria necessĆ”rio que o BrĆ”s, ou Antonio BrĆ”s, houvesse se casado 3 vezes. Sendo a terceira com Catarina ou Maria Tavares de Guardes.

Se tivƩssemos datas de nascimentos e falecimentos do Antonio e do BrƔs, ou Antonio BrƔs, poderƭamos saber se poderiam ter sido pais do governador Luiz Barbalho que nasceu em 1584.

Existem estudos recentes que dĆ£o nomes `as esposas do Antonio. Sendo que a segunda seria filha de Branca Dias, eternizada pelo processo inquisitorial que sofreu. E a noticia da transferencia Antonio (BrĆ”s) para o Brasil nĆ£o tivesse chegado aos ouvidos do autor.

Claro, o BrĆ”s poderia ter sido um membro da famĆ­lia nĆ£o mencionado por AlĆ£o, por nĆ£o ter tido conhecimento da existĆŖncia dele. Dai as confusƵes.

Interessante foi que AlĆ£o deve ter consultado alguns arquivos mas nĆ£o ter se dirigido aos filhos do prĆ³prio governador Luiz Barbalho que ainda eram vivos.

Inclusive, por ocasiĆ£o da escrita, Agostinho Barbalho Bezerra fora enviado a Lisboa, para responder a processo consequente da Revolta da CachaƧa, acusaĆ§Ć£o de crime pelo qual foi absolvido e requereu algumas mercĆŖs reais, em funĆ§Ć£o dos serviƧos prestados `a coroa portuguesa pelo pai, ja falecido, e por ele prĆ³prio.

Entre as mercĆŖs concedidas estaria a da Capitania HereditĆ”ria de Santa Catarina, da qual nunca tomou posse por antes ter falecido.

`A ocasiĆ£o alegou ter mĆ£e e 3 irmĆ£s, pelas quais ele era o responsĆ”vel. Dessas 3 irmĆ£s, somente atravĆ©s de AlĆ£o tenho informaĆ§Ć£o que uma chamava-se Francisca Furtada.

Ate entĆ£o, sabia os nomes de 6 varƵes e 3 mulheres. Como os destinos delas Ć© sabido, talvez tenhamos mais uma (se Agostinho incluiu dona Cecilia que ja deveria ser viuva) ou duas (caso contrĆ”rio), das quais nĆ£o sabemos os nomes.

Seriam, entĆ£o, um total de 11 ou 12 filhos, diferentemente do que foi dito por Borges da Fonseca serem 10.

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Esse e outros estudos estĆ£o numa pagina de meu blog cujo endereƧo Ć©:

O extrato esta no capitulo:
008. DESCENDENTES DE D. PEDRO I, DE PORTUGAL, E DONA IGNEZ DE CASTRO?
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O sitio abaixo:

contem informaƧƵes importantes a respeito dos engenhos pernambucanos. Os engenhos de aƧĆŗcar estĆ£o organizados por ordem alfabĆ©tica e os nomes de fundadores e senhores em sequencia cronolĆ³gica.

Algumas das informaƧƵes podem ter bom uso nas pesquisas genealĆ³gicas.
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Ha no site do google livros os estudos do frei Antonio de Santa Maria JaboatĆ£o, (Antonio Coelho Meirelles, 1695 – 1779). Ali pude ler a genealogia que ele preservou voltada tanto para as primeiras famĆ­lias chegadas `a Bahia, principal, quanto para alguns ramos das chegadas a Pernambuco.
Frei JaboatĆ£o fez uma descriĆ§Ć£o bem resumida da FamĆ­lia Barbalho, penso, principalmente porque descreve a descendĆŖncia de apenas duas das filhas do governador Luiz Barbalho, sendo elas: donas Cosma e Antonia; e de um filho: Guilherme, cujos dois filhos mencionados nĆ£o deixaram descendĆŖncia.
Os estudos de AlĆ£o, mencionam mais um: Luiz Barbalho, filho de Guilherme, mas nĆ£o lhe da sucessĆ£o. Foi o Ćŗnico autor, dos que conheƧo, que menciona esse filho.
Na pagina:
https://val51mabar.wordpress.com/2017/11/13/a-familia-de-manuel-rodrigues-coelho-em-resumo/
E capitulo:
008. DESCENDENTES DE D. PEDRO I, DE PORTUGAL, E DONA IGNEZ De Castro?
descrevi os estudos que fiz na obra, pois, ha uma oportunidade de, talvez, eu e familiares sermos descendentes das famĆ­lias portuguesas primeiro chegadas `a Bahia.
Entre elas a Barbalho, atravƩs de dona Antonia Barbalho Bezerra e seu marido Antonio Ferreira de Sousa.
Tentei reabrir a pagina no Google Livros no qual pude ler a obra do Frei JaboatĆ£o. Mas nĆ£o consegui. Para facilitar aos voluntĆ”rios, copiarei aqui o que ja copiei de la:
Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  BARBALHOS – (PAG. 310)
“Luiz Barbalho, o velho, natural de Pernambuco, filho de Antonio Barbalho, foi mestre de campo na Bahia (2) e na armada do Conde de Torre, por ir esta derrotada para (311) as ƍndias de Castela, passou dela ao porto de Touro na Costa do Brasil ao norte, donde caminhou por terra com a gente, que trazia, assim soldados como moradores, rompendo matos, atravessando pelos sertƵes, vencendo as dificuldades dos rios e brenhas, sofrendo fomes e gentio selvagem; o que engrandecem todos os que isto escreveram como D. Francisco Manoel na Epana, fora triunfante, e foi esta armada do Conde de Torre derrotada no ano de 1639. Depois governou a Bahia com o senado da cĆ¢mara, o provedor da fazenda real LourenƧo Correa, e o bispo D. Pedro da Silva* pela prisĆ£o do governador D. Jorge Mascarenhas, Marquez de MontalvĆ£o, primeiro vice-rei deste estado desde, 16 de Abril de 1641 ate 26 de agosto do mesmo ano. Casou com D. Maria Furtado de MendonƧa , filha de Aires Furtado de Mendonca e de sua mulher Cecilia de Andrade Carneiro, e teve filhos:
  1. Agostinho Barbalho, que, servindo bem em todas asĀ ocasiƵes em que se achou, naĀ remoĆ§Ć£o de Salvador Correa de Sa e Benevides, governador do Rio de Janeiro, o degolou. Foi senhor da ilha de Santa Catarina, de que lhe fezĀ mercĆŖ el-rei D. Afonso VI, porĀ provisĆ£o de 4 de Fevereiro de 1664.

2. Guilherme Barbalho, que se segue

Ā  Ā  Ā 3. FernĆ£o Barbalho, que serviu ao infante D. Pedro, e morreu vedor da India, sem filhos, foi fidalgo da casa real, e capitĆ£o na fortaleza de N. S. do Populo.
Ā  Ā  Ā 4. D. Antonia, mulher de Antonio Ferreira de Souza, filho este de Eusebio Francisco e de sua mulher D. Catharina de Souza, e casou D. Antonia com este Antonio Ferreira de Souza a 11 de Setembro de 1642, e foi ministro e padrinho o Sr. bispo D. Pedro da Silva na igreja de S. Bento da Bahia, padrinhos o mestre de campo Luiz Barbalho e o governador LourenƧo Correa de Brito.
Ā  Ā  Ā 5. D. Cosma, mulher de Francisco de Negreiros, na Patativa, a fl…., n. 6, e ali a sua descendencia.
Ā  Ā  Ā  * por provisĆ£o regia de 4 de MarƧo de 1641. (pag. 312)
Ā  Ā  Ā 6. Francisco Monteiro Barbalho Bezerra, que, diz dele o Liv. 4 a fl. 304, que trata dos serviƧos das pessoas deste estado, era fidalgo da casa de Sua Majestade, como era o dito seu pai o mestre de campo Luiz Barbalho Bezerra, e natural de Pernambuco, e que este seu filho Francisco Monteiro Barbalho Bezerra, de idade de 8 anos, assentou praƧa de soldado na companhia de seu irmĆ£o Agostinho Barbalho Bezerra, uma das do mestre de campo D. Felipe de Moura, com seis cruzados por mĆŖs, em 20 de Fevereiro de 1642, e serviu de soldado em outras companhias ate 17 de MarƧo de 1667, em que, passado seu irmĆ£o FernĆ£o Barbalho para o serviƧo do Sr. Infante D. Pedro, como fica dito, entrou o dito Francisco Monteiro Bezerra, ou Barbalho Bezerra, por capitĆ£o do forte novo de N. Sra. do Populo do mar, de que era o dito seu irmĆ£o FernĆ£o Barbalho, serviu neste ate 1704, que neste ano, que requeria os seus serviƧos, faziam 24 anos, 4 meses e 17 dias, que servia; e Ć© o que dele achamos.
N. 2. Guilherme Barbalho, filho segundo de Luiz Barbalho, o mestre de campo, e de sua mulher D. Maria Furtado de Mendonca, serviu nas guerras de Pernambuco, foi fidalgo da casa real, cavaleiro da ordem de Christo, foi alcaide-mor da cidade de SĆ£o ChristovĆ£o de Sergipe de el-rei, coronel de um partido de auxiliares na Bahia, onde casou com D. Anna de Negreiros, filha de Domingos de Negreiros, a fl…, n. 2 e 5, e de sua mulher Maria Pereira, filha de Martim Lopes Soeiro e de sua mulher Anna Pereira, a fl…, e teve filhos:
Ā  Ā  Ā 7. Domingos Barbalho Bezerra, que se segue:
Ā  Ā  Ā 8. D. Marianna Barbalho, mulher de Manoel Alves da Silva, filho de Antonio Alves da Silva e de Luiza Freire, sua mulher, sem filhos.
Ā  Ā  Ā 7. Domingos Barbalho Bezerra, filho de Guilherme Barbalho, n. 2, teve o foro de fidalgo, e comenda de alcaide-mor de seu pai e avĆ“, viveu com seu pai na patativa, solteiro.”
Ā  Ā  Ā `As paginas 308 e 314, respectivamente, encontram-se breves descriƧƵes do inicio das famĆ­lias Negreiros de Sergipe do Conde e Ferreiras de Souza, nas quais casaram-se dona Cosma e Guilherme e dona Antonia, respectivamente. A sequencia de descendĆŖncias se da em capĆ­tulos diversos.
Ā  Ā  Ā Nessa obra nĆ£o se relata a existĆŖncia dos filhos: Cecilia, Francisca, Jeronimo e Antonio. E Sergipe do Conde, Ć© uma municipalidade do Estado da Bahia, na qual os Barbalho baianos se multiplicaram.
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Outro estudo importante que descreve o inicio da famƭlia Barbalho no Brasil esta no endereƧo:
http://objdigital.bn.br/acervo_digital/anais/anais_047_1925.pdf
Infelizmente, nesse momento, o site esta mostrando uma imagem distorcida da obra.
Trata-se do livro: “Nobiliarchia Pernambucana”, publicado pela Biblioteca Nacional. Uma reproduĆ§Ć£o dos “Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro” volume XLVII, de 1925. (A reproduĆ§Ć£o foi em 1925, a obra Ć© anterior) O trabalho foi escrito por Antonio Jose Victoriano Borges da Fonseca.
Existem muitas criticas ao trabalho de Borges da Fonseca. Tratam-o por confuso e enganoso em certas partes. NĆ£o sei ate onde ele errou.
Mas observei, por exemplo, que ele disse que Jeronimo Barbalho Bezerra, que foi “degolado” (enforcado) em consequĆŖncia da Revolta da CachaƧa, teria sido filho do Felipe, irmĆ£o do governador Luiz Barbalho. Observe-se que ha o engano em JaboatĆ£o ao afirmar que o “degolado” foi o Agostinho.
Na atualidade os genealogistas concordam que Jeronimo fora filho do governador Luiz. E os fatos comprovam que foi ele o enforcado.
Os genealogistas atuais tambĆ©m contradizem Borges da Fonseca em relaĆ§Ć£o a um Antonio, o qual ele afirma ter sido filho do Felipe, irmĆ£o do Luiz Barbalho Bezerra. Isso se da em relaĆ§Ć£o aos casamentos deles.
Borges da Fonseca afirma que Antonio, filho do Felipe, casou-se e foi para a Paraiba tornando-se o II senhor do riquĆ­ssimo Morgado de SĆ£o Salvador do Mundo, instituĆ­do por Duarte Gomes da Silveira que, por nĆ£o ter herdeiros, deixou para uma parente (neta para alguns e sobrinha para outros).
Outros, atuais, dizem que foi o Antonio Barbalho Bezerra, porem, filho do governador Luiz Barbalho Bezerra.
`A pagina 35, no “Titulo de Bezerras Felpa de Barbudas” fala que foi uma filha de Domingos Bezerra Felpa de Barbuda e Brasia Monteiro: “3. Maria Monteiro, que casou com seu primo Antonio Bezerra, filho de Luiz Barbalho”.
`A pagina 189 do estudo abaixo ha outra menĆ§Ć£o. Fala-se que Antonio, o filho mais novo, (na verdade nĆ£o deve ser, pois, o autor contava apenas 6 filhos, e que o casamento de Luiz e Maria Furtado de MendonƧa Ā se dera em 1614). teria se casado com “Joanna Gomes da Silveira, neta do ilustre Duarte Gomes da Silveira, fundador do morgado …”
Sabe-se que o casamento deu-se em 6.10.1633. Guilherme foi o primogĆŖnito. Assim, para casar-se naquela data, Antonio teria que ter sido o 2o. ou 3o. Ainda assim, para casar-se por volta de seus 15 anos de idade, no mĆ”ximo.
Algumas literaturas afirmam que Jeronimo nasceu em 1616 e Agostinho em 1619, havendo assim pouca margem para que Antonio pudesse ter sido o casado em 1633.
Acredito que Borges da Fonseca tenha razĆ£o quanto ao Antonio casado com Joana ter sido filho do Felipe. E Antonio, filho do governador Luiz, ter retornado a Pernambuco onde casou-se com a Maria Monteiro. A tese Ć© esta:
http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Dissert-2003_CAETANO_Antonio_Filipe_Pereira-S.pdf
Borges da Fonseca, contudo, inicia o Titulo dos Barbalhos, `a pagina 139, assim:
” 1. Principia esta famĆ­lia em BrĆ”s Barbalho Feyo, que passou a Pernambuco logo nos primeiros anos de sua povoaĆ§Ć£o. Casou com D. Leonor Guardes, irmĆ£ de Ignez Guardes mulher do instituidor do Morgado do Cabo, e filhas de Francisco Carvalho de Andrade e sua mulher Maria Tavares de Guardes.
Ā  Ā  Ā Deste matrimonio de Bras Barbalho Feyo nasceram:
Ā  Ā  2 – Alvaro Barbalho Feyo, que continua. (…)
Ā  Ā  2 – Camilla Barbalho, que ja se acha nomeada no Livro Velho da Se, por madrinha de um batizamento feito a 7 de Novembro de 1608. Casou com FernĆ£o Bezerra. E da sua descendĆŖncia se da noticia em titulo de Bezerras Felpa de Barbudas. (…)
Ā  Ā  2.- Braz Barbalho Feyo.”
Na verdade, quando ia falar a respeito da geraĆ§Ć£o deixada por Camilla e “FernĆ£o”, ele se omite a respeito da descendĆŖncia de Luiz Barbalho, mencionando apenas que eram 10 e que outros ja os haviam mencionado. Salvo engano meu, ele menciona o autor Castrioto (que pode ser o nome da obra).
Alias, posso aqui postar as informaƧƵes mais exatas, `a pagina 37 temos, em relaĆ§Ć£o `a famĆ­lia Bezerra Felpa de Barbuda:
“2 – N…….. Bezerra Monteiro, casou com Camilla Barbalho, filha de Braz Barbalho, e de sua mulher N……. Guardes, em titulo de Barbalhos. A primeira Camilla de Braz Barbalho, vivia em Olinda em 1608. No Livro velho da Se se acha nomeada como madrinha de alguns batizados. Do referido matrimonio nasceram:
3 – Luiz Barbalho Bezerra, Fidalgo da Casa Real. Comendador da Ordem de Christo e Mestre de Campo de infantaria, que governou a Bahia e o Rio de Janeiro, de quem os escritores da guerra dos Holandeses fazem muitas vezes, digo, fazem inumerĆ”veis vezes a mais honrada memĆ³ria, e seria prolixa a nossa se a fizĆ©ssemos de tantas, tĆ£o repetidas e gloriosas aƧƵes quando basta o que desse grande soldado disse o general Francisco de Brito Freire neste grande elogio: – A quem tantas continuadas ocasiƵes pelo decurso desta Historia, adiantaram ao insigne Mestre de Campo e deram ilustre fama principalmente naquela celebre e portentosa expediĆ§Ć£o em que socorreu a Bahia, penetrando quatrocentas lĆ©guas os desertos da America. Foi casado e teve 10 filhos, dos quais o mais velho foi o capitĆ£o Guilherme Barbalho Bezerra, mas como todos no ano de 1638 embarcaram para a Bahia, onde, e no Rio de Janeiro viveram, nĆ£o tenho deles outras noticias.”
`A pagina 38 temos:
“4 – Felipe Barbalho Bezerra, consta no Livro Velho da Se que casou a 24 de Setembro de 1608 com Serafina de Morais, filha de Domingos da Silveira e de sua mulher Margarida Gomes Bezerra, em titulo de Bezerras, Morgados da Paraiba.” (pag. 37)
Deste matrimonio nasceram:
Ā  Ā  Ā 5 – Jeronymo Barbalho Bezerra, que foi para o Rio de Janeiro, onde ha noticia que morrera degolado. (…)
Ā  Ā  Ā 5 – Antonio Barbalho Bezerra, que ja se achava casado em 1633 com sua parente Joanna Gomes da Silveira, filha herdeira de seu tio, irmĆ£o de seu avĆ“, Duarte Gomes da Silveira, que neles instituiu com faculdade regia o Morgado do Salvador do Mundo, da Paraiba a 6 de Dezembro do dito ano. Dele e da sua sucessĆ£o se escreve em titulo de Bezerras Morgados da Paraiba.”
`A pagina 384 o autor Borges da Fonseca, parte do livro na qual existem alguns ApĆŖndices, retorna ao titulo Barbalhos e assim descreve, em seu inicio:
  1. “Principiou estaĀ famĆ­liaĀ em Braz Barbalho Feyo, que passou a Pernambuco logo nos primeiros anos de suaĀ povoaĆ§Ć£oĀ  casou com N …… Guradez,Ā irmĆ£ de Ignez Guardes, mulher do instituidor do Morgado do Cabo e filha de Francisco Carvalho de Andrade, e de sua mulher Maria Tavares de Guardes, que foram os primeiros senhores do engenho de SĆ£oĀ Paulo daĀ VĆ”rzea. (pag. 385)
Deste matrimonio de Braz Barbalho Feyo, nasceram:
Ā  Ā  Ā 2 – Alvaro Barbalho Feyo, de quem acima se trata
Ā  Ā  Ā 2 – Braz Barbalho Feyo, adiante,
Ā  Ā  Ā 2 – Camilla Barbalho, que ja se acha nomeada no Livro velho da Se por madrinha de um baptisamento feito a 7 de Novembro de 1608. Casou com FernĆ£o Bezerra, e da sua sucessĆ£o se da noticia em titulo de Bezerra Felpa de Barbuda, onde se verĆ” quem foram os pais do famoso Luis Barbalho Bezerra.”
Dai para frente descreve-se a descendĆŖncia dos irmĆ£os da Camila.
Aqui ha que mencionar-se a inseguranƧa do autor em relaĆ§Ć£o ao nome da esposa do Bras Barbalho Feyo (1) e do marido da filha Camila. Embora ele houvesse anunciado antes que no primeiro caso seria Leonor Tavares de Guardes, encontrei a noticia do contrĆ”rio com o Frei JaboatĆ£o.
A obra do Frei esta publicada na “Revista Trimensal do Instituto HistĆ³rico e Geographico Brasileiro” de 1889. Na pagina 43 ele inicia a descriĆ§Ć£o dos Albuquerques MaranhƵes em Pernambuco.
Ali fala que Leonor Tavares de Guardes era casada com Antonio Pinheiro Feyo. Esses, salvo engano porque nĆ£o estou tendo acesso `a obra no momento, foram os sogros do Jeronymo de Albuquerque MaranhĆ£o, filho do Jeronymo de Albuquerque, o chamado “AdĆ£o de Pernambuco” por causa da numerosa descendĆŖncia com varias mulheres.
E, no mais, a obra da noticia da descendĆŖncia deles. Portanto, foi engano de Borges da Fonseca mencionar que Leonor fora esposa do BrĆ”s Barbalho Feyo. Confirmando-se ai que a esposa deste chamava-se Maria ou Catarina mesmo.
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A tese tambĆ©m pode ser consultada. Trata-se de um estudo a respeito da crise conhecida como: “A REVOLTA DA CACHAƇA”. Ocorrida no Rio de Janeiro entre o final de 1660 e o inicio de 1661.
Foi o embate de duas forƧas antagĆ“nicas entre os nobres descendentes dos fundadores do Rio de Janeiro e os que estavam sendo “empurrados com a barriga” pela corrupĆ§Ć£o no governo de Salvador Correia de Sa e Benevides.
A revolta teve como chefe maior Jeronimo Barbalho Bezerra, filho de Luiz Barbalho. O qual perdeu a vida ao final. Mas essa consequĆŖncia provocou tambĆ©m a condenaĆ§Ć£o do governador por todos os seus crimes. Veja:
http://www.historia.uff.br/stricto/teses/Dissert-2003_CAETANO_Antonio_Filipe_Pereira-S.pdf
A partir da pagina 187, capitulo: “Os Honoratiores Goncalenses: a familia Barbalho”, encontra-se uma descriĆ§Ć£o resumida desse tronco familiar e da um parecer geral a respeito dos filhos de Luiz Barbalho, que estiveram no Rio de Janeiro.
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Talvez seja melhor visitarem o endereƧo:
https://val51mabar.wordpress.com/2016/12/04/500-anos-de-historia-e-genealogia-da-presenca-barbalho-no-brasil/
Nessa pagina de meu blog eu disponibilizei muitos dados e menƧƵes `a famƭlia, que venho encontrando em minhas pesquisas.
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Espero que essas notas sejam uteis a quem for procurar decifrar os vĆ­nculos que tornam possĆ­vel fazer a ponte que liga os Brasileiros do sobrenome Barbalho e Portugal, com seus devidos lugares, datas e pessoas.
Acredito que o estudo desse gĆŖnero e a divulgaĆ§Ć£o de um resultado positivo poderĆ” ajudar a desenvolver um fluxo de turismo dos Barbalho brasileiros a Portugal e seus parentes de Portugal para o Brasil, para apreciar os pontos histĆ³ricos os quais se enfeitam com seus nomes.
Bom trabalho aos que aceitarem o desafio.
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004. ANALISANDO DADOS DE ANTEPASSADOS NO SITE FAMILYSEARCH
INDICE
01. 004. ANALISANDO DADOS DE ANTEPASSADOS NO SITE FAMILYSEARCH
02. OS DOCUMENTOS
03. OLHA OS ENGANOS!
04. O HUMILDE ANCESTRAL JOAQUIM COELHO DE ANDRADE
05. OS NOSSOS PEREIRA DO AMARAL
06. OS PEREIRA DO AMARAL – BENEVIDES
07. RESENHA FINAL
01. 004. ANALISANDO DADOS DE ANTEPASSADOS NO SITE FAMILYSEARCH
Ha muito estava adiando mas agora resolvi visitar o site Familysearch para ampliar os dados que ja possuĆ­a la e saber se aumentava meus conhecimentos, caso houvessem dados que nĆ£o conheƧa.
Encontrei coisas interessantes. Ate mesmo maravilhosas. Mas ficou claro que ha muitos enganos.
Acredito que os enganos devam-se a ansiedades de iniciantes. Inclusive a minha.
Consta no site que o nosso ancestral, o alferes, Jose Coelho de MagalhĆ£es era filho do Bernardo Antonio e sua esposa Ana Josefa. Quem acompanha os meus estudos pode lembrar-se que “achei” que fossem. Inclusive passei isso para sites, mas ja me retratei.
NĆ£o tenho ate hoje como dizer que sim ou que nĆ£o. Isso porque o professor Nelson Coelho de Senna afirmou que no lugar do Bernardo Antonio entraria um Manoel Rodrigues Coelho.
E estou dizendo um porque o professor nĆ£o aprofundou na pesquisa dele, e eu ja encontrei mais de um possĆ­vel ancestral com o nome Manoel Rodrigues Coelho que foram contemporĆ¢neos de nossos ancestrais em Minas Gerais.
O problema ate o momento tem sido que nĆ£o encontrei documento algum que comprove qualquer hipĆ³tese.
Sei que deve haver algum InventĆ”rio e, possivelmente, Testamento do nosso ancestral, alferes-de-milicias, Jose Coelho de MagalhĆ£es, em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro onde foi dito que faleceu, ou no Serro que, em 1806 na data, era a Ćŗnica sede de Comarca na regiĆ£o.
Esse seria um documento que devemos guardar com carinho, pois, devera desfazer diversas duvidas e abrir novos horizontes para nossas pesquisas. Isso porque nada sabemos com seguranƧa, pois, o que sabemos deles vem de tradiƧƵes, o que podem ser falhas.
Os Testamento e Inventario do Jose Coelho de MagalhĆ£es poderiam, definitivamente, revelar com certeza se somos mesmo descendentes da Eugenia Rodrigues da Rocha, como ate agora acredita-se, ou da EscolĆ”stica de MagalhĆ£es, primeira esposa dele.
Os documentos iriam, no minimo, informar-nos quem foram os filhos de cada esposa, com quem se casaram, os que ja eram casados. e talvez alguns netos que acaso fossem Ć³rfĆ£os.
O Testamento poderia revelar quem foram os pais, onde nasceu e ate alguma resenha a respeito de ancestrais e da origem geogrĆ”fica. Mas somente depois que encontrar-se algum documento revelador Ć© que podemos fazer uma resenha segura. Ate la, tudo nĆ£o passa de especulaĆ§Ć£o.
Infelizmente, nĆ£o tive a oportunidade de buscar em todos os locais possĆ­veis de encontrar algo seguro a respeito do nosso, provĆ”vel, ancestral Manoel Rodrigues Coelho. Ha que verificar na Casa dos Contos e no Museu da InconfidĆŖncia, em Ouro Preto.
Se por la houver algum Inventario dele, entĆ£o, poderĆ” revelar se deixou um filho chamado Jose Coelho de MagalhĆ£es.
Algum documento do gĆŖnero devera existir, pois, foi dito ter sido muito rico. E ha a possibilidade de ele ser encontrado em documentos referentes ao Inficcionado, atual Santa Rita DurĆ£o, em Mariana, e Cachoeira do Campo, Distrito de Ouro Preto.
E nĆ£o se pode descartar ainda a possibilidade de ter sido o prĆ³prio Manoel Rodrigues Coelho que tenha levado toda a famĆ­lia para o, entĆ£o, Norte de Minas. Informa-nos o professor Nelson que a famĆ­lia espalhou-se por Santa Barbara, Itabira e ConceiĆ§Ć£o do Serro (do Mato Dentro).
Mas nĆ£o especificou quando se deu isso. Manoel ganhou a Sesmaria em Cachoeira do Campo em 1758, quando ja nĆ£o havia ouro a explorar-se na regiĆ£o. Mas houveram outros surtos de ouro no Norte do Estado.
Talvez tenha sido atraĆ­do para a regiĆ£o de ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro/Morro do Pilar, Fazenda do AxupĆ©, onde o professor Coelho de Senna afirma que a famĆ­lia esteve estabelecida, ainda no sĆ©culo XVIII, antes de o nosso ramo ter ajudado a fundar e passar a residir em GuanhĆ£es.
Portanto, pode-se, talvez, encontrar-se algum Inventario e Testamento no Serro. Nunca se sabe. Enquanto nĆ£o encontrarmos o “elo perdido” nada se pode afirmar.
Mas, queria resumir o mĆ”ximo possĆ­vel porque ha muito o que escrever com o que ja encontrei. Vamos, entĆ£o, a apenas postar novamente alguns documentos. Deles nĆ£o se pode duvidar da veracidade.
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02. OS DOCUMENTOS
a. Registro de batizado de POLICARPO JOSE BARBALHO
“Aos 21 dias do mĆŖs de novembro de 1779, na Capela de Santa Anna do (Percuava?), o padre Andre Vaz de Almeida batizou e pos os Santos Ɠleos a Policarpo, filho legitimo de Jose Vaz Barbalho e de sua mulher Anna Joaquina de Sam Jose. Foram padrinhos Manoel da Ponte e Delfina Soares, todos dessa freguesia (??) e por esse assino:
O vigĆ”rio: Pedro Jose Pereira de Castro.”
b. Registro de batizado de PLACIDO JOSE BARBALHO
“Aos 18 dias do mĆŖs de MarƧo de 1781 anos, nessa Igreja Matriz de Nossa Senhora de NazarĆ© do Inficcionado (atual Santa Rita DurĆ£o), batizei e pus os Santos Ɠleos a PlĆ”cido, pĆ”rvulo, filho legitimo de Jose Vaz Barbalho e Anna Joaquina sua mulher, postos forros, que viverĆ£o na Freguesia de Vila do Principe a partir dessa Freguesia do Inficcionado (??) do epifano a 9 do dito mĆŖs. Foi padrinho: Silvestre de Almeida do Freixo, dessa freguesia, o que foi aposto.
O Encomendado: Pedro Jose Pereira De Castro.”
Ambos os documentos os vi nas reproduĆ§Ć£o fotogrĆ”fica do livro de batizados que pode ser visto no site Familysearch.
c. Sinopse do Inventario de POLYCARPO JOSEPH BARBALHO
“POLYCARPO JOSE BARBALHO – Faleceu a 20 de junho de 1801. Era natural da Vila do Principe do Cerro Frio, filho de Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza. Casou com Bernarda Maria de Azevedo, de quem teve 7 filhos: Constancia Joaquina, casada com Jose Bernardes Ribeiro; Josefa Pimenta de Souza, casada com Jose Peixoto de Miranda, PossidĆ“nio Jose Barbalho, Julio Vaz Barbalho, Eugenia Perpetua, Candida Hypolita e Manoel Vaz Barbalho (fls. 108v Liv 4)”
d. Sinopse do Inventario de BERNARDA MARIA DE AZEVEDO
“BERNARDA MARIA DE AZEVEDO – Faleceu a 13 de abril de 1813. Era natural da Vila do Rio Grande, filha de Silvestre Silveira e Ana Gomes de Azevedo. Casou com o cirurgiĆ£o-mor Policarpo Jose Barbalho, de quem teve os filhos seguintes: ConstĆ¢ncia Joaquina, Josefa Pimenta, casada com Jose Peixoto de Miranda, PossidĆ“nio Jose Barbalho, Jose Antonio Julio, Candida, Eugenia e Manoel. Era irmĆ£ de Manoel de Moura Ribeiro. (fls. 41v Liv 10)”.
Esses dois resumos podem ser vistos no endereƧo abaixo:
https://www.scribd.com/doc/45971157/Sinopse-dos-Inventarios-e-Testamentos-de-Porto-Alegre-RS-1776-1852
Polycarpo esta registrado na pagina 12 e dona Bernarda na 33.
Observe-se ai a coincidĆŖncia do nome Silvestre aparecer tanto como padrinho do PlĆ”cido quanto como pai da dona Bernarda. Tenho uma ligeira desconfianƧa que seja a mesma pessoa.
Obvio, ha a duvida das diferenƧas de sobrenomes. Mas ele poderia chamar-se Silvestre de Almeida da Silveira. O “do Freixo”, poderia ser menĆ§Ć£o ao local onde nasceu.
Freixo Ć© um anexo `a Cidade do Porto, e fica `as margens do Rio Douro. Muito mencionado em genealogias que citam os filhos ilustres oriundos do local. Encontram-se ali exemplos dos Cernaches, famĆ­lia de nobreza que ali residia.
Podemos lembrar Freixo por seu palƔcio:
https://en.wikipedia.org/wiki/Palace_of_Freixo
Era muito comum os portugueses chegados ao Brasil adotarem entre os sobrenomes a localidade de onde procediam, mesmo que nĆ£o fossem membros de uma famĆ­lia com o mesmo sobrenome.
E os escrivĆ£es antigos costumavam redigir os registros depois dos fatos. E eles colocavam os nomes nas pessoas de acordo como conheciam, algumas vezes usando pseudĆ“nimos e nĆ£o os verdadeiros nomes.
Se, no caso, o Silvestre chamava-se mesmo Silvestre de Almeida da Silveira, nascido em Freixo, poderia ser ao mesmo tempo padrinho do PlĆ”cido, pai da dona Bernarda Maria e, talvez, nosso ancestral, caso fosse tambĆ©m pai da ancestral Anna Joaquina Maria de SĆ£o Jose.
Como parece que Ana Joaquina nĆ£o tenha tido sobrenomes mas sim uma sequencia de nomes que compƵem a FamĆ­lia Sagrada, e nĆ£o sabemos os nomes dos pais dela, ha essa possibilidade, mesmo em sendo remota.
Naquele tempo, os profissionais de determinadas Ć”reas viajavam mais que o povo comum. Mas nĆ£o se mencionava com frequĆŖncia as profissƵes de padrinhos. Ja foi uma dadiva mencionarem a do Policarpo Joseph Barbalho, cirurgiĆ£o-mor de Porto Alegre.
Observa-se que o mais provĆ”vel seria que os pais de Ana Joaquina fossem os padrinhos do primogĆŖnito Policarpo. Seria menos comum que uma mulher naquela Ć©poca, talvez muito jovem, se casasse e fosse morar longe da casa dos pais.
Portanto, os candidatos mais fortes a pais dela seriam Manoel da Ponte e dona Delfina Soares. Isso pelas tradiƧƵes de os primogĆŖnitos serem batizados pelos avĆ³s.
Vamos a mais documentos:
e. Sargento-Mor, DOMINGOS BARBOSA MOREIRA
Esta mencionado no documento abaixo:
http://www.ufjf.br/hqg/files/2009/10/AN-CC-0137.pdf
`A pagina 46 temos:
“101.1723/10/13 177-4; total em rĆ©is: 265.688; Sargento-mor Domingos Barbosa Moreira; quartĆ©is da Comarca do Serro Frio.”
Na verdade, a postagem faz um translado do livro: “O LIVRO PRIMEIRO DA PROVEDORIA DA REAL FAZENDA DE MINAS GERAIS, 1722-1727”. TraduĆ§Ć£o essa feita por Angelo Alves Carrara.
f. FRANCISCO JOSE DE BARBOSA FRUAO
O Francisco aparece com os dados:
“data de entrada: 02/1747
Ā data de profissĆ£o: 10/1747
Ā 1753, Juiz das marcaƧƵes e mediƧƵes de sesmarias.
Ā 1764, Mestre de NoviƧos.”
Esses dados estĆ£o na pagina 273, da publicaĆ§Ć£o:
http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2015/08/VERSƃO-FINAL-CRISTIANO-OLIVEIRA-DE-SOUSA.pdf
Trata-se ai da pesquisa de doutorado do professor Cristiano de Oliveira de Sousa. E o nome pomposo da monografia foi:
“Prestigio, poder e hierarquia: A “elite dirigente” da VenerĆ”vel Ordem Terceira de SĆ£o Francisco de Assis de Vila Rica (1751- 1804).”
1751 foi a data do estabelecimento oficial da ordem em Ouro Preto. Mas ja existia antes, pelas prĆ³prias datas de ingresso e profissĆ£o de nosso ancestral. Na verdade, ele descreve como se dava a “mafia” dos privilĆ©gios.
Para fazer parte da ordem, era preciso ter renda. E os estabelecidos nas ordem recebiam os favores das nomeaƧƵes para os cargos cuja remuneraĆ§Ć£o era elevada. Ou seja, dinheiro rendendo dinheiro. Uma divinizaĆ§Ć£o do Brasil atual.
NĆ£o se descreve detalhes da vida de nosso ancestral. Apenas passa aquelas informaƧƵes e datas preciosas para os nossos estudos genealĆ³gicos. Mas o trabalho Ć© super interessante de se ler para se ter conhecimento de como as coisas funcionavam no passado. O conhecimento nĆ£o ocupa lugar.
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03. OLHA OS ENGANOS!
Resolvi falar primeiro dos enganos que encontrei na genealogia de nossa famĆ­lia que ja esta formada no familysearch.
Atribuo certos enganos ao que mencionei antes, ansiedades. E ja mencionei aquele meu engano de ter identificado como pais do alferes-de-milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es aos Bernardo Antonio Pinto de Mesquita e sua esposa Ana Josepha de MagalhĆ£es Pinto.
Havia sim a possibilidade de terem sido em razĆ£o das possĆ­veis idades. Mas nĆ£o tenho nenhum documento a comprovar. E como o professor Nelson Coelho de Senna disse que o Jose era filho do Manuel Rodrigues Coelho, o chute fica parecendo mentira.
A ansiedade nesses casos pode ser traduzida por ansiedade mesmo, por um lado, mas tambĆ©m ha a vontade que fosse, quando as pessoas estĆ£o menos experientes.
Acontece que nĆ£o tem sido fĆ”cil encontrar os dados corretos. Assim a gente pode passar a desejar que fosse aquele que primeiro aparecer. Mesmo que a coincidĆŖncia seja apenas um nome.
Bom, para falar do que encontrei de fato.
Em nossa linhagem descrita pelo professor Dermeval Jose Pimenta, ele acrescentou ao que ja conhecĆ­amos que Eugenia Rodrigues da Rocha, pentavĆ³ da minha geraĆ§Ć£o, era filha de Giuseppe Nicatigi da Rocha e Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho.
E no site esta que Maria Rodrigues foi filha do Policarpo Joseph Barbalho e Bernarda Maria de Azevedo. E la ela esta identificada como Maria Rodrigues Barbalho. Ou seja, o MagalhĆ£es talvez nĆ£o existisse mesmo.
O problema esta em que a data do nascimento recai em 1767. O que seria 15 anos antes do seu neto: Jose Coelho da Rocha, ou Jose Coelho de MagalhĆ£es Filho que, segundo os genealogistas da famĆ­lia nasceu em 1782.
Nesse caso, ja sabemos que essa data esta incorreta e que Bernarda Maria nĆ£o poderia ter sido mĆ£e dela. Ou, haveria uma possibilidade sim.
O professor Nelson Coelho de Senna disse que o casamento da Eugenia Rodrigues com o alferes-de-milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es deu-se em 1799. E tambĆ©m que ele era viuvo de dona EscolĆ”stica de MagalhĆ£es.
Nesse caso, a mĆ£e da Eugenia poderia ter nascido em 1767. O que nĆ£o poderia era ser a avo do Jose Coelho da Rocha que nasceu em 1782. Se em 1782, aos 15 anos de idade, dona Maria Rodrigues houvesse casado e tido a filha em 1783, Eugenia poderia ter se casado em 1799, tambĆ©m aos 16 anos de idade.
EntĆ£o, o professor teria que ter-se enganado em relaĆ§Ć£o `a data de nascimento do bisavĆ“ dele, tido por nascido em 1785, cuja data verdadeira poderia ter sido 1805. E isso tem fundamento de se pensar.
Isso porque ao narrar os eventos da famĆ­lia pelo lado materno dele, o professor Nelson da as datas de nascimento de 3 filhas. A avo dele Emilia Brasilina (1828); tia Eufrasia (1829) e tia Maria Eugenia (1835).
Ele narrou tambĆ©m que o casamento havia se dado em 1804. E que os bisavĆ³s dele, JoĆ£o e Bibiana LourenƧa de AraĆŗjo foram pais tambĆ©m de 3 filhos: JoĆ£o, Joaquim e Cassiano. Mas nĆ£o revela as datas dos nascimentos desses tios dele.
Mas se aconteceu de o professor ter-se enganado, e o nascimento do tio JoĆ£o Coelho de MagalhĆ£es se deu em 1805, com o casamento se dando em 1824, teria havido espaƧo para o nascimento dos filhos, antes ou pelo menos um entre as mulheres.
Ao contrƔrio, se o casamento houvesse sido mesmo em 1804, ficaria um espaƧo enorme demais para o nascimento dos 3 filhos, entre 1805-28 e muito curto para as 3 filhas. E a tia Bibiana teria tido uma vida fƩrtil muito longa de 31 anos, mas somente 6 filhos.
Aviso: nĆ£o seria impossĆ­vel, contudo, muito pouco provĆ”vel.
De toda forma, em tal suposiĆ§Ć£o, nos, descendentes do Jose Coelho da Rocha, nĆ£o seriamos descendentes da Eugenia e, muito provavelmente, seriamos descendentes da dona EscolĆ”stica de MagalhĆ£es.
Eu ja havia levantado a hipĆ³tese de o Jose Vaz Barbalho, por enquanto o tenho por filho do Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza, que foi pai, poderia ter sido fruto de um casamento anterior do Policarpo Joseph Barbalho, ou seja, nĆ£o seria filho de dona Bernarda Maria.
Interessante aqui Ć© que podemos observar, pelos InventĆ”rios, letras c e d, no capitulo de documentos acima, que Policarpo e Bernarda nĆ£o tiveram filha com o nome Maria. Se tiveram, o nome dela nĆ£o aparece nos inventĆ”rios de nenhum dos dois. Algo diferente dos costumes.
EngraƧado parece que pode ter havido mesmo um Jose. Observe-se que no InventƔrio do Policarpo, o que se confirma nos registros de batismos, que tiveram o Julio Vaz Barbalho.
Mas no InventĆ”rio de dona Bernarda ha um Jose Antonio Julio. Eu copiei como estava no documento na internet. Mas penso que foi engano de quem estava traduzindo o original para a sinopse. E o engano foi nĆ£o ter colocado a ou as virgulas.
Nesse caso, eles podem ter tido Jose, Antonio e Julio. Ou Jose Antonio e Julio Vaz Barbalho.Observem que as filhas usavam dois nomes. Caso da ConstĆ¢ncia Joaquina. Os homens eram Vaz Barbalho ou Jose Barbalho.
Acredito, entĆ£o, na possibilidade de que ConstĆ¢ncia Joaquina, Josefa, Jose e Antonio poderiam ter sido filhos de sangue apenas do Policarpo Joseph Barbalho. Isso porque nĆ£o vi registros deles nos livros de GravataĆ­, como tem dos outros.
Mas de toda forma, fica aqui a dica de que nĆ£o creio que nossa ancestral Maria Rodrigues tenha parentesco tĆ£o direto com Policarpo Joseph Barbalho. Acredito que ela fosse prima dele.
E a raiz onde se encontram seria na Eugenia, irmĆ£ do Manoel Vaz Barbalho, o velho. Ele nasceu em 1690 e ela em 1695, segundo o que esta no livro: “Primeiras FamĆ­lias do Rio de Janeiro”, de autoria de Carlos G. Rheingantz.
Maria poderia ter sido filha ou neta da Eugenia. E por isso teria tido a filha Eugenia Rodrigues da Rocha.
Outro erro que encontrei na Arvore foi que o nosso ancestral Antonio Jose Barbosa FruĆ£o, foi pai do Sargento-Mor Domingos Barbosa Moreira. Nada contra. Apenas as datas nĆ£o permitem.Ā Os documentos “e” e “f” mostram isso.
Em 1723, Domingos era ja sargento-mor da Vila do Principe do Serro do Frio. O cargo era eletivo. Para ocupa-lo a pessoa precisava ter experiencia e prestigio. NĆ£o seria um recruta a ocupar o lugar. Portanto, estaria pelo menos na faixa dos 30 anos de idade.
E, para ser pai dele, o Antonio Jose teria que ter nascido uns bons 20 anos ou mais antes disso. Ou seja, teria que ter nascido por volta de 1673. O mais provƔvel seria antes disso ainda.
Mas em 1764, o Antonio ainda estava na ativa, Ć©poca em que provavelmente tornou-se tambĆ©m o pai da nossa ancestral Francisca Angelica da EncarnaĆ§Ć£o. Isso porque, em 1781 a Francisca estava se tornando mĆ£e do Francisco Pereira do Amaral e continuou tendo filhos pelo menos ate 1791, quando foi mĆ£e do nosso ancestral: Malaquias Pereira do Amaral.
Tudo segundo as notas do professor Dermeval Jose Pimenta, no livro dele: “A Mata do PeƧanha, sua Historia e sua Gente”.
`Aquela Ć©poca seria um fato inusitado para o Antonio Jose Barbosa FruĆ£o ter vivido ate mais de 90 anos. E ainda estar tendo filhos ja seria uma hipĆ³tese um tanto quanto fabulosa!
NĆ£o verifiquei quem postou o Antonio como pai de dois de nossos ancestrais. Seja la quem for, acredito que tenha cometido apenas uma distraĆ§Ć£o. Comum a todos nos que mexemos com esse quebra-cabeƧas.
Erro mesmo a gente verifica numa de nossas raizes mais profundas. La esta o nosso ancestral Lovesendo Ramires casado com Zaida ibn Zaydan. O que foi verdade.
O erro esta em que postaram a mesma pessoa da esposa casada com o pai dele, Ramiro II, rei de Leon. Pior, o Lovesendo teria sido o filho que teve relaƧƵes com a prĆ³pria mĆ£e.
Esse foi um erro crasso. Isso porque a informaĆ§Ć£o em outros sites, como o Geneall.net, podemos verificar que a mĆ£e do Lovesendo chamava-se, provavelmente, Onega (?). Exato, a informaĆ§Ć£o esta sob suspeita com um sinal de (?). Mas nĆ£o se justificaria isso se a informaĆ§Ć£o que esta no familysearch fosse conhecimento.
Fiz essa PrĆ©via a respeito desses enganos e erro apenas para salientar que nĆ£o devemos confiar em tudo por enquanto. Mas ha um computo geral positivo. Vamos seguir para frente porque as boas novidades estĆ£o por vir.
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04. O HUMILDE ANCESTRAL JOAQUIM COELHO DE ANDRADE
Apesar dos riscos dos enganos, penso que esta no site do Familysearch uma das linhagens que nos ligam ao remoto passado e que podemos segui-la geraĆ§Ć£o a geraĆ§Ć£o.
Antes disso, vou postar aqui um documento que, senĆ£o curioso, pode ser a origem do nosso humilde ancestral Joaquim Coelho de Andrade.
O amigo Mauro Moura de Andrade ja havia me passado um resumo, contendo dados menos detalhados. Mas buscando na internet, pude encontrar tudo com mais detalhes. A postagem esta no site:
01.Ā https://genealogiafb.blogspot.com/2014/08/relacao-dos-emigrantes-acorianos-para.html, e os detalhes na pagina:
02.Ā https://www.dropbox.com/s/8rbhu23v6s7w51s/arbelo-rel%2Bemigrantes%2Bbrasil%2Bpass1771-74-bihit%2Bvol.V%281947%29.pdf?dl=0
Trata-se da “RelaĆ§Ć£o dos emigrantes aƧorianos para os Estados do Brasil, extraĆ­da do “Livro de Registros dos Passaportes da Capitania Geral dos AƧores”. (ContinuaĆ§Ć£o da pagina 165 do volume 5o.)”. Por: Antonio Raimundo Belo.
Dessa pagina do trabalho, republicado no “Boletim do Instituto HistĆ³rico”, temos `a pagina 35, lista de emigrados da “Ilha Terceira”, “Ano de 1770”:
“ANTONIO COELHO LINHARES, da Vila Nova, `a Comarca de Vila do SabarĆ” de Minas Gerais, com sua mulher Inez Francisca, e seus filhos: Mariana, Rosa, Maria, Clara, Ana, Rita e JoĆ£o, menores, para a fazenda que para ele comprou o seu filho Mateus Coelho, assistente nas ditas minas.”
A “escadinha” de filhos leva a supor que esse seria um segundo casamento do ANTƔNIO e, provavelmente, o MATEUS, pessoa ja adulta, devera ter sido filho de algum primeiro matrimonio.
OBS.: `A pagina 36 temos o registro de um senhor, JOSE NUNES COELHO, que dirigia-se para o Rio de Janeiro.Ā Anotado ai apenas pela curiosidade de ter o mesmo sobrenome de nossos ancestrais.
E em 1770, procedentes tambĆ©m de Vila Nova, e ele levava consigo a esposa “Mariana Antonia, filho Jose Coelho e filha EsperanƧa de Jesus.” Em 1770, acredito, nosso ancestral MANOEL NUNES COELHO deveria estar numa faixa de 10 anos de idade.
Mais certo serĆ” que o Coelho do ANTƔNIO e do JOSE era o mesmo. Portanto, se algum dia comprovarmos parentesco com um, muito certo serĆ” que teremos parentesco com o outro.
Quanto ao MANOEL, poderĆ”, talvez, ser aquele que em 27.08.1804 teria tido um segundo, possĆ­vel, casamento com VALERIANA ROSA GONƇALVES. Esse era filho de THOMAS NUNES FILGUEIRAS e ANNA COELHO. Ha que se saber inclusive se ela seria filha do nosso suposto ancestral MANUEL RODRIGUES COELHO.
Deixando de lado as conjecturas, vamos ao que interessa. As tradiƧƵes da famƭlia nos afirmam que JOAQUIM COELHO DE ANDRADE, teve um perƭodo de dificuldades econƓmicas.
E tambĆ©m que teria sido levado para a entĆ£o, Paroquia de Nossa Senhora do PatrocĆ­nio de GuanhĆ£es, atual VirginĆ³polis, pelo bisavĆ“ da minha geraĆ§Ć£o, MARCAL DE MAGALHƃES BARBALHO, por ser o prometido sogro dele.
A minha impressĆ£o Ć© a de que devemos negar esse “levar”, pois, inclui-se na tradiĆ§Ć£o que o bisavĆ“ prometia arcar com as despesas dos estudos da bisavĆ³ ERSILA COELHO DE ANDRADE, na Cidade de Diamantina, para se casarem depois que ela formasse.
Acontece que entre um e outro a diferenƧa de idade era de apenas 6 anos. E eles se casaram em 5.7.1879. Ela aos 19 anos e ele aos 25 anos de idade. Ou seja, uns 5 anos antes do casamento ela devera ter se dirigido a Diamantina aos 14, enquanto ele teria em torno de 20 anos de idade.
Poderiam ate casar-se ja. Mas seria muito difĆ­cil ele possuir recursos prĆ³prios para bancar os estudos da noiva. O trato poderia ter sido feito entre os pais dos noivos, mas acho que nĆ£o seria bem o caso.
A partir disso, imagino a possibilidade de alguns familiares do trisavĆ“ JOAQUIM ter-se dirigido para o PATROCƍNIO DE GUANHƃES, inclusive o prĆ³prio pai dele e, talvez, a mĆ£e. Isso porque a PAROQUIA foi fundada em 1858.
Portanto, imediatamente nos anos seguintes deve ter atraĆ­do algumas dezenas de casais dispostos a explorar aquela nova fronteira de colonizaĆ§Ć£o. Essa era a grande oportunidade para as pessoas da Ć©poca.
Essa minha conjectura se da porque sabemos que a famĆ­lia estabeleceu-se `as margens de um cĆ³rrego. O cĆ³rrego, antes sem nome, passou a ser chamado CƓRREGO DOS HONƓRIOS. E fica nas divisas das cidades de DIVINOLANDIA e GONZAGA – MG.
E nossa tradiĆ§Ć£o atribuiu o nome do cĆ³rrego ao trisavĆ“ JOAQUIM. Isso porque ele era conhecido pelo apelido de JOAQUIM HONƓRIO. Fica obvio para mim que o apelido revelava o nome do pai dele. E seria possĆ­vel que outros irmĆ£os e primos estavam juntos.
Ha pouco tempo o amigo Mauro Moura de Andrade enviou-me resumos dos assentamentos de batismos ocorridos em FERROS, atual cidade e, entĆ£o, Distrito de ITABIRA.
Entre eles estavam os registros de JOAQUIM e ANTƔNIO, filhos de HONƓRIO COELHO DA SILVA, como consta no primeiro registro, e HONƓRIO COELHO LINHARES, no segundo. A mĆ£e de ambos foi SIMPLICIANA ROSA DE ANDRADE.
E nos arquivos do site Familysearch encontram-se o registro de casamento do HONORIO e SIMPLICIANA. Ele foi filho de ANTONIO COELHO DA SILVEIRA e MARIA VIEIRA DA SILVA.
Ela era viuva de JOAO DE SOUZA E SILVA. No mesmo site encontra-se o registro desse primeiro matrimonio. Sendo ele filho de ALEXANDRE DA FONSECA E SOUSA e ANNA JOAQUINA DA SILVA. SIMPLICIANA era filha de JOSE JOAQUIM DE ANDRADE e MARIA LUCIA DA SILVEIRA.
Porque o casamento da SIMPLICIANA com o JOƃO se deu em 1812 e com o HONƓRIO em 1822, imagino a possibilidade de esse ter sido um pouco mais novo que ela e aquele, mais velho.
Aqui temos, talvez, apenas uma coincidĆŖncia. Mas o HONƓRIO, nĆ£o sei se por algum engano, recebeu o sobrenome COELHO LINHARES. Mesmo sendo filho de um COELHO DA SILVEIRA.
EntĆ£o, aventa-se a possibilidade de ele ter sido neto materno daquele ANTƔNIO COELHO LINHARES, procedente de Vila Nova da Ilha Terceira. A Comarca de SABARA era imensa, o que incluĆ­a Itabira e Ferros.
NĆ£o seria difĆ­cil que alguma das filhas do ANTƔNIO tenha sido esposa de marido da famĆ­lia SILVEIRA. E eles terem sido pais do ANTƔNIO COELHO DA SILVEIRA. Mas naquela Ć©poca nĆ£o se agarravam aos sobrenomes paternos.
Dava-se importĆ¢ncia aos sobrenomes ancestrais. Muitas vezes os filhos adotavam os nomes de algum dos avĆ³s. Foi o caso, por exemplo, da JOSEFA PIMENTA DE SOUZA, que era filha do POLICARPO JOSEPH BARBALHO. O nome da filha foi o mesmo do da mĆ£e do pai dela, ou seja, da avĆ³.
E isso era muito comum. As pessoas tanto somavam diversos sobrenomes ancestrais ou restringiam-se ao sobrenome que mais lhes aprouvesse. NĆ£o se sabe se o MATEUS, filho do ANTƔNIO dos AƧores, tinha outros sobrenomes. Mas no documento aparece apenas o COELHO.
Bom, essas minhas conjecturas em relaĆ§Ć£o aos sobrenomes pouco tem a ver com o caso que queria apresentar. Trata-se apenas de uma mensagem para o futuro. Quem sabe, saber disso um dia facilite outras pesquisas.
O que quero focar aqui era no fato de encontrarmos o nosso possƭvel ancestral JOSE JOAQUIM DE ANDRADE. Estou colocando-o como possƭvel porque precisamos comprovar via documentos que o JOAQUIM COELHO DE ANDRADE, vulgo JOAQUIM HONƓRIO, foi mesmo o filho do HONƓRIO e SIMPLICIANA.
Se foi o caso, entĆ£o, as janelas estĆ£o devidamente abertas para o nosso passado. Sabemos que a bisavĆ³ de nossa geraĆ§Ć£o ERSILA COELHO DE ANDRADE contava aos netos que era parente do CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.
Parece que tinham a informaĆ§Ć£o como certa, de maneira que ninguĆ©m realmente esforƧou-se para descobrir o como isso poderia dar-se. E o poeta teve realmente um tio-bisavĆ“ com o nome JOSE JOAQUIM DE ANDRADE, irmĆ£o do bisavĆ“ dele, Alferes, FRANCISCO JOAQUIM DE ANDRADE.
Alem disso, informou-nos o amigo Mauro Moura de Andrade, que eles eram primos da esposa do Alferes FRANCISCO JOAQUIM, dona MARIA CANDIDA DA CUNHA ATAIDE. Mas a informaĆ§Ć£o nĆ£o aparece ainda no site do Familysearch.
Para simplificar, vou postar aqui umas sequencias genealĆ³gicas que acompanhei no site e que creio ser verdadeiras. Assim, a partir do JOSE JOAQUIM DE ANDRADE, vamos seguir a sequencia de pais, avos, bisavĆ³s ….
01. Jose Joaquim de Andrade c. c Maria Lucia da Silveira
02. Helena da ConceiĆ§Ć£o Correia c. c. Jose Gaspar Godoi
03. Margarida Correa Alvarenga c. c. JoĆ£o Francisco de Basto
04. MĆ©cia Leme de Andrade c. c. Elias Correa de Alvarenga
05. Manoel Monteiro de Alvarenga c. c. Guiomar de Castilho
06. Balthazar Alvares de Alvarenga c. c. MĆ©cia Monteiro
07. Bernardo Anes Soeiro de Alvarenga c. c. Joana Vaz
08. Isabel ou MĆ©cia Cardoso c. c. Alvaro Anes Soeiro de Albergaria
09. Vasco Pais Cardoso c. c. Brites Anes de LourenƧo
10. Alvaro Vaz Cardoso c. c. Maria Rodrigues de Vasconcelos
11. Vasco LourenƧo Cardoso c. c. Francisca Martins
12. Lourenco Vasco Cardoso c. c. ?
13. Vasco Ermiges Cardoso c. c. Cardosos (Quinta da Torre).
14. Ermigo Pais de Matos c. c. Mecia Soeiro Cardoso
15. Paio Viegas c. c. Aldara
16. Egas Ermiges c. c. Gontinha Eris Godosende
17. Ermigo Alboazar c. c. D. Dordia Osores
18. Alboazar Lovesendes c. c. Unisco Gondines
19. Lovesendo Ramires c. c. Artiga ou Zayra ibn Zaydan
20. D. Ramiro II, rei de Leon c. c. Onega (?)
Nesse ponto encontra-se o engano que mencionei antes. Zayra foi esposa do Lovesendo e nĆ£o do pai dele. Acrescente-se ai que ela era descendente do profeta Mohammad.
Agora, retornando `a geraĆ§Ć£o 06 e invertendo-a temos:
06. Mecia Monteiro c. c. Balthazar Alvares de Alvarenga
07. Gaspar Monteiro c. c. Catarina Dias Correa
08. Lopo Monteiro c. c. Guiomar de Oliveira
09. GonƧalo Monteiro c. c. Isabel Rodrigues de Vasconcelos
10. Lopo Martins Monteiro c. c. Florencia Vieira
11. Martim Afonso Monteiro c. c. ?
12. Afonso Nunes Monteiro c. c. ?
13. Nuno Mendes Monteiro c. c. ?
14. Martins Pais Monteiro c. c. Mariana
15. Teresa Anes de Leomil c. c. Payo Monteiro
16. Tereza Goncalves Bezerra c. c. JoĆ£o Soares de Leomil
17. GonƧalo GonƧalves Bezerra c. c. Bezerra
18. GonƧalo Viegas de Riba Douro c. c. Teresa
19. Egas Mendes de Riba Douro c. c Ausenda Garcia de Sande
20. Mem Viegas c. c. (?) no site esta errado
21. Egas Moniz, o Aio c. c. Dordia Viegas de Riba Douro
22. Monio Ermiges de Riba Douro c. c. Ouroana
23. Ermigio Viegas de Riba Douro c. c. Unisco Pais
24. Toda Ermiges c. c. Egas Moniz de Riba Douro
25. Ermigio Aboazar c. c. Vivili Turtesendes
26. Aboazar Lovesendo c. c. Unisco Godinhes
27. Lovesendo Ramires c. c. Zayra ibn Zaydan
28. Ramiro II, rei de Leon c. c. Onega (?)
29. Ordonho II, rei de Leon c. c. Elvira Mendes de Portugal
30. Alfonso III, das Asturias c. c. Jimena Garces de Pamplona.
Coloquei essa sequencia apenas para ilustrar mas ela esta errada. Verifiquei em outros sites e ha essa passagem a partir do Mem Viegas para a descendĆŖncia. Quem postou enganou-se.
Acontece que, mesmo assim, em algum momento, acertando-se o que estiver errado, com certeza iremos chegar aos mesmos ancestrais. No fundo no fundo vale aquele entendimento indĆ­gena.
Se a pessoa estiver num passado remoto e deixou descendĆŖncia, entĆ£o, serĆ” meu ancestral. Pode-se nĆ£o saber como, mas que Ć©, Ć©!!! E, por incrĆ­vel que pareƧa, Ć© mesmo. E estou certo disso tambĆ©m.
Alias, para comprovar isso, busquei em outro site. Ali encontra-se a seguinte sequencia:
08. Alvaro Anes Soeiro de Albergaria c. c. MĆ©cia Cardoso
09. Soeiro Fernandes de Albergaria c. c. Sancha Alvares Martins BulhĆ£o
10. FernĆ£o Soares c. c. (?)
11. Soeiro Fernandes c. c. Sancha Martins
12. D. Fernando Ermiges c. c. Maria Pais
13. Hermigio Mendes c. c. Sancha Pires de BraganƧa
14. Mem Moniz de Riba Douro c. c. Cristina GonƧalves das Asturias
15. Moninho Ermiges, o Gasco c. c. Ouroana
16. Ermigio Viegas c. c. Unisco Pais
17. Egas Moniz de Ribadouro c. c. Toda Ermiges
Obs.: Mem Moniz de Riba Douro era irmĆ£o do Egas Moniz, o Aio, que foi marido de Dordia Pais de Azevedo e de Teresa Afonso. E deles descendemos multiplas vezes.
14. D. Sancha Pires de BraganƧa, foi filha de Pero Fernandes, o BraganĆ§Ć£o, senhor de BraganƧa; e de D. Fruilhe Sanches de Celanova. Estavam entre as maiores nobrezas de Portugal `a Ć©poca.
Melhor mesmo nĆ£o postar algo mais que vi no familysearch devido `a duvida quanto `a certeza do que encontra-se la. Mas, de um modo geral pode-se garantir que com poucos consertos tornar-se-ia de grande credibilidade.
Apenas para esclarecer melhor o engano. No Familysearch esta que dona Tereza Fernandes de Marnel fora esposa do Mem Viegas de Riba Douro. Na verdade, ela foi esposa do Mem Viegas de Sousa. Ai temos:
20. Mem Viegas c. c. (?) no site esta errado
21. D. Egas Gomes de Sousa c. c. Gontinha GonƧalves da Maia
22. D. Gomes Echigues c. c. Gontronde Moniz de Touro
23. Echega Gucoi c. c. Aragunta Soares
24. D. Vizoi Viizois c. c. Munia
25. D. Ufo Ufes c. c. Teresa Soares
26. D. Hugo Soares Belfaguer c. c. Mendola
27. D. Sueiro Belfaguer c. c. Munia Ribeiro
28. Flavio Teodosio de Coimbra c. c. Munia Sueira de Coimbra
29. Flavio Alarico de Coimbra c. c. Flavia Teodia Atenerico
30. Flavio Ataulfo de Coimbra c. c. Lidoaria Atauldo
31. Egica
Essa linhagem vem dos reis visigĆ³ticos. Ai temos a linhagem Egica, Flavio e Rodrigo, que foi o ultimo rei eleito por parte da nobreza visigoda. A imposiĆ§Ć£o do rei Rodrigo colocou os visigodos em clima de revoluĆ§Ć£o civil.
Foi nesse instante que os muƧulmanos se aproveitaram das fragilidades do adversƔrio e invadiram e conquistaram a Penƭnsula IbƩrica, em 711 d. C.
Mas o importante a saber aqui Ć© as nobrezas que reconquistaram Porto Cale e depois formaram o Reino de Portugal, descendem dessas e outras raizes.
Ja o Mem Viegas, filho do Egas Moniz, o Aio, nĆ£o se sabe com quem se casou. Entao, no site familysearch deveria estar assim:
20. Mem Viegas c. c. (?)
19. Egas Mendes de Riba Douro c. c. (?)
18. GonƧalo Viegas de Riba Douro c. c. Tereza (?)
17. Mem Goncalves da Fonseca c. c. Maria Pires de Cambra + idem de Tavares.
Essa familia viveu no lugar de Fonte Seca. Conta-se que havia no local uma fonte que nos verƵes de secas prolongadas deixava de verter suas aguas. Dai o nome do local e que a corruptela do nome virou nome de famƭlia.
Alem dos “da Fonseca”, origina-se tambĆ©m de Egas Moniz, o Aio, os “de Vasconcelos” que descendem de dona Maria Soares Coelho, que casou-se com D. JoĆ£o Pires de Vasconcelos, senhor da Torre de Vasconcelos; e os “Coelho” que descendem do Soeiro Viegas Coelho, pai de dona Maria Soares, que era bisneto do Aio.
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05. OS NOSSOS PEREIRA DO AMARAL
Segundo as pesquisas processadas pelo professor DERMEVAL JOSE PIMENTA, publicadas ainda nos anos de 1960, a famĆ­lia PEREIRA DO AMARAL procedeu da Ilha de SĆ£o Miguel, do ArquipĆ©lago dos AƧores.
Desse ramo descendem os RODRIGUES COELHO, descendentes de ANTONIO RODRIGUES COELHO e MARIA MARCOLINA BORGES DO AMARAL. E a sequencia que o professor deixou foi essa:
01. Maria Marcolina Borges do Amaral c. c. Antonio Rodrigues Coelho
02. Daniel Pereira do Amaral c. c. Maria Francelina Borges Monteiro
03. Malaquias Pereira do Amaral Ā c. c. Ana Maria de Jesus
04. Miguel Pereira do Amaral c. c. Francisca Angelica da EncarnaĆ§Ć£o (Barbosa)
05. Manuel Pereira c. c. Maria de Benevides
O ultimo casal foi o que deu origem ao ramo sendo que nĆ£o temos noticias de que tenha deixado sua terra natal para ir para o Brasil. Foi o filho Miguel quem levou a alcunha para la.
No site Familysearch nĆ£o ha uma sequencia para a famĆ­lia Pereira. Mas ha para a ascendĆŖncia da Maria de Benevides do Amaral. O que parece foi que todos os ramos do qual ela descende ficaram estacados em becos sem saĆ­da.
Melhor dizendo, foram encontrados ancestrais longĆ­nquos, porem, nĆ£o foram ligados ainda a ancestrais mais antigos e que retornem `aqueles ancestrais das sequencias genealĆ³gicas anteriores.
E eu a procurei primeiro por ter visto algo em nossa ancestralidade, postado no site, ligado aos Benevides. Ou Benavides, como se fala em espanhol. Inclusive levou-me a pensar que fosse apelido italiano. Mas o resumo da origem da famƭlia pode ser lido no endereƧo:
https://www.heraldrysinstitute.com/lang/pt/cognomi/Benevides/Portugal/idc/601523/
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06. OS PEREIRA DO AMARAL – BENEVIDES
Foi um pouco trabalhoso reencontrar o que eu havia visto antes. Mas com o engano na postagem do site Familysearch, colocando nossos ancestrais FRANCISCA ANGELICA DA ENCARNAƇƃO e Ā DOMINGOS BARBOSA MOREIRA como irmĆ£os, apagara-se da memĆ³ria o que vira antes.
Assim sendo, como o ANTƔNIO JOSE BARBOSA FRUƃO surge em ambas partes, vou admitir que em relaĆ§Ć£o `a FRANCISCA a genealogia poderĆ” vir a estar correta. E, se eu ainda tivesse a ansiedade de encontrar-me com os ancestrais mais antigos, pensaria que tenho a dupla ascendĆŖncia.
Mas pelas razƵes ja resumidas anteriormente, melhor nos contentarmos com uma Ćŗnica vez. Vamos entĆ£o abandonar a resenha e irmos direto ao assunto. Invertendo-se as posiƧƵes da geraĆ§Ć£o 04 acima:
04. Francisca Angelica da EncarnaĆ§Ć£o c, c. Miguel Pereira do Amaral
05. Ana Maria de Jesus Benevides c. c. Francisco Jose Barbosa FruĆ£o
06. Manuel de Souza Benevides c. c. Antonia Muniz Carneiro
07. Teresa de Benevides c. c. Jose SimƵes Cardoso
08. Isabel de Benevides Soares e Souza c. c. Manuel Velho Sueiro BaiĆ£o
09. Tome Rodrigues de Souza Benevides c. c. Catarina Soares
10. Manuel SimƵes de Souza Benevides c. c. Isabel Ferreira
11. Manuel SimƵes de Benevides c. c. Catarina Dias Paes
12. Gaspar Rodrigues de Souza c. c. Jeronima Dias
13. Guiomar Rodrigues de Souza c c. JoĆ£o Goncalves da Rocha
14. Pedro Rodrigues de Sousa c. c. Violante de Benevides
15. Beatriz Afonso c. c. Bartolomeu Rodrigues
16. JoĆ£o Afonso Pimentel das Grotas Fundas c. c. Isabel GonƧalves de Bairros
17. Afonso Pimentel y Enriquez c. c. Maria Vigil de Quinhones y Toledo
18. Rodrigo Afonso Pimentel c. c. Leonor Enriquez de Mendonza
19. Joana Teles de Menezes c. c. conde, JoĆ£o Afonso Pimentel
20. D. Martim Afonso Telo de Menezes c. c, AldonƧa Anes de Vasconcelos
21. Afonso Martins Teles Raposo c. c. Berengaria LourenƧa de Valadares
22. GonƧalo Anes, o Raposo c. c. Urraca Fernandes de Lima
23. Juan Afonso Tellez de Menezes c. c. Elvira Gonzalez de Giron
24. Teresa Sanches de Portugal c. c. Afonso Tellez de Menezes
25. Sancho I, rei de Portugal c. c. Maria Paes Ribeiro
26. Afonso I, rei de Portugal c. c. Matilda de SabĆ³ia.
RETORNANDO `A GERACAO 20 TEMOS:
20. AldonƧa Anes de Vasconcelos c. c. D. Martim Afonso Teles de Menezes
21. JoĆ£o Mendes Vasconcelos c. c. Aldara Afonso Alcoforado
22. Mem Rodrigues de Vasconcelos c. c. Maria Martins Zote
23. Rodrigo Anes de Vasconcelos c. c. MĆ©rcia Rodrigues de Penela
24. Maria Soares Coelho c. c. D. JoĆ£o Peres de Vasconcelos
25. Soeiro Viegas Coelho c. c. Maria Mendes de Gandarei
26. Egas LourenƧo Coelho c. c. Senhorinha de Penagate
27. LourenƧo Viegas, o Espadeiro c. c. Ortigueira
28. Egas Moniz, o Aio c. c. Dordia Pais de Azevedo
RETORNANDO `A GERACAO 18 TEMOS AINDA:
18. Leonor Enriquez de Mendonza c. c. Rodrigo Afonso Pimentel
19. Alfonso Enriquez de Castilha c. c. Joana de Mendonza y Ayala
20. Fradique Alfonso de Castilha c. c. Leonora Paloma Gedalah
21. Alfonso XI, rei de Leon, Castela e Galicia c. c. Leonor Nunez de Guzman e P. L.
22. Constanca de Portugal c. c. Ferdinand de Burgundy
23. D. Dinis, rei de Portugal c. c. Isabel Elizabeth de Aragon
24. D. Afonso III, rei de Portugal c. c. Beatriz de Castela
25. D. Afonso II, rei de Portugal c. c. Urraca de Castela
26. D. Sancho I, rei de Portugal c. c. Aldonza
27. D. Afonso Henriques, rei de Portugal c. c. Matilda de SabĆ³ia
Ai fica constatado que todos os caminhos acabam levando ao mesmo grupo de ancestrais do tempo da Reconquista de Portugal e Espanha aos mouros.
Isso nĆ£o significa que todos nos nĆ£o tenhamos outros ancestrais diversos. Essa foi a nata da elite daqueles tempos. E nĆ£o haviam registros, ou se perderam no tempo, de todas as pessoas que nasceram, viveram e foram contemporĆ¢neas.
Os parcos documentos que sobreviveram recordam apenas os que tinham algum poder.
Acredito que essas sequencias estejam dentro de um nĆ­vel aceitĆ”vel de credito. Eu prĆ³prio esperava que os Barbosa em nossa famĆ­lia processem dessa elite.
Particularmente a partir de quando encontrei o nome do FRANCISCO JOSE BARBOSA FRUƃO como membro da Ordem Terceira de SĆ£o Francisco de Assis de Vila Rica. Era uma ordem bastante elitizada, cuja participaĆ§Ć£o restringia-se aos privilegiados e nĆ£o necessariamente os com mĆ©ritos.
O que tenho estranhado mesmo Ć© estarmos tendo maiores dificuldades em encontrar os fios da meada que ligam os nossos diversos Coelho, Pereira, MagalhĆ£es, Moniz, Soares e tantos outros que eram sobrenomes frequentes junto a essa elite.
Talvez, com o passar do tempo, possam eles aparecer melhor “na fita”!
NĆ£o quis detalhar mais para nĆ£o ficar por demais cansativo, e repetitivo, mas essas personalidades da Historia IbĆ©rica descendiam de todas as figuras importantes de tempos anteriores.
A princesa Urraca de Castela, esposa do Afonso II, de Portugal, era filha de Eleanor Plantageneta, rainha de Castela. Eleanor foi irma dos reis Ricardo, CoraĆ§Ć£o de LeĆ£o, e John, IrmĆ£o deles. O JoĆ£o sem terra. Aquele que foi obrigado a assinar a Magna Carta.
E por ai vamos da elite inglesa para francesa, para alemĆ£, italiana, retornando e indo de novo. Alem disso, ha ramos que nos ligam aos ImpĆ©rios Romano, Bizantino, Grego, Persa, EgĆ­pcio etc. Incluindo nisso a rainha Esther, aquela da BĆ­blia.
E isso se mostra em meus estudos mais antigos. NĆ£o precisamos repetir.
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07. RESENHA FINAL
A alegria aqui ficou um tanto quanto contida por causa dos enganos que detectamos e tambƩm por causa das limitaƧƵes que contemplam as informaƧƵes apenas alguns ramos da famƭlia.
Seria maior o prazer se ficasse definido ligaƧƵes corretas entre os ancestrais dos casais tronco, a saber:
01. Giuseppe Nicatisi da Rocha c. c. Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho
02. Eugenia Rodrigues da Rocha c. c. alferes-de-milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es, e
03. Antonio Jose Moniz c. c. Manoela do Espirito Santo.
Por enquanto, a ancestralidade desses 3 casais contemplaria a maior parte dos familiares com os quais tive contato durante a vida e cresci com eles.
Quanto `a informaĆ§Ć£o encontrada no Familysearch de que Maria Rodrigues ter sido filha do Policarpo Joseph Barbalho e Bernarda Maria de Azevedo, contradiz todas as nossas tradiƧƵes, de descendermos da Eugenia Rodrigues da Rocha, filha dela.
Isso porque sabemos que o capitĆ£o Jose Coelho de MagalhĆ£es Filho (ou da Rocha) nasceu em 1782, na antiga Fazenda do AxupĆ©, tida como ter existido em Morro do Pilar, segundo o professor Nelson Coelho de Senna, mas que poderia ser outra que existe atualmente em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro.
Ou seja, para ele ter sido filho da Eugenia Rodrigues da Rocha, a mĆ£e dela teria que ter nascido em torno de 1750, pouco mais ou pouco menos. Mas ha indĆ­cios de que os dados no Familysearch estejam errados.
Um deles foi o professor Dermeval Jose Pimenta ter deixado que o nome completo da ancestral Maria inclui os sobrenomes Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho. No site o “de MagalhĆ£es” nĆ£o aparece.
Por enquanto, uma possibilidade que encontrei, nos registros no prĆ³prio site, foi um batizado em nome de Maria Rodrigues. Esse seria o nome da batizanda, aleatoriamente escolhido por quem registrou.
Ali temos que Maria Rodrigues nasceu em 26 Jul 1750, filha de: EstevĆ£o Rodrigues de MagalhĆ£es e dona Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o. O registro vem do livro: Santo Antonio, Ouro Branco, Minas Gerais Brazil.
Consta os nĆŗmeros: C68o51-1 (Indexing Project Ā (Batch) Number; e 1284536 (GS Film Number). FHL, microfilm number 1,284,536.
ReforƧa a ideia de que a Maria nĆ£o poderia ter sido filha do Policarpo e dona Bernarda os dados encontrados nos InventĆ”rios de ambos, nos quais nĆ£o ha nenhuma menĆ§Ć£o a terem sido pais de alguma filha com o nome.
Naturalmente, nada nos garante que a Maria batizada em 1750 seja a nossa ancestral. Acredito apenas que seja uma forte candidata para o quadro.
Ela poderia ter se tornado avĆ³ em torno dos 32 anos, o que teria sido normal `aquela Ć©poca. E o sobrenome do pai, Rodrigues de MagalhĆ£es, encaixa-se naquilo que o professor Dermeval publicou.
Faltar-nos-ia o complemento Barbalho. O que, infelizmente, pode estar oculto no nome Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o. `Aquela Ć©poca Ā muitos dos nomes femininos evocavam uma devoĆ§Ć£o religiosa, suprimindo os nomes de famĆ­lias `as quais participavam.
Acredito na possibilidade de dona Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o poder ter sido descendente da Eugenia, senĆ£o de algum dos irmĆ£os que quis lembra-la, a qual o iminente genealogista Carlos G. Rheingantz menciona como filha de Manoel de Aguiar.
Ele nĆ£o identifica a esposa Maria da Costa Barbalho. No Capitulo AGUIAR, pagina 27, do livro: “Primeira FamĆ­lias do Rio de Janeiro (Sec. XVI e XVII)”, ele menciona que Manoel de Aguiar nasceu por volta de 1634 e fora casado por volta de 1664 com Domingas Martins.
Menciona ainda os nascimentos dos filhos: JoĆ£o de Aguiar Barbalho, Manuel Vaz Barbalho e Eugenia. E no site Familysearch ha o registro de casamento de Theodozia de Aguiar Barbalho, ocorrido a 17.12.1717; na Igreja de Nossa Senhora da AssunĆ§Ć£o, de Mariana – MG, com Matheus Lage.
Portanto, cada um desses poderĆ” ter sido nossos ancestrais, na passagem entre dona Anna Mari ate a Eugenia Rodrigues da Rocha. A suposiĆ§Ć£o procede da presenƧa do nome Eugenia ter permanecido na famĆ­lia. Inclusive existindo outra do nome entre as filhas do Policarpo Joseph Barbalho, registrada em 1791.
Quanto `a descendencia atual ANDRADE, especialmente dos trisavĆ³s: JOAQUIM HONƓRIO e JOAQUINA UMBELINA DA FONSECA, alias, devemos salientar que ela tambĆ©m pode ter alguma ascendĆŖncia nos mesmos ancestrais ja que no passado as pessoas casavam muito entre primos, temos que ainda ter mais noĆ§Ć£o de como espalhou.
Acredito que no CĆ³rrego dos HonĆ³rios, localizado entre Divinolandia de Minas e Gonzaga, deverĆ£o ter se encontrado outros descendentes do HONƓRIO e SIMPLICIANA.
Acredito que uma JOAQUINA COELHO DE ANDRADE, nascida por volta de 1826 e falecida, em VirginĆ³polis, em 1916, aos 90 anos de idade, devera ser filha deles tambĆ©m.
Consta que falecera viuva de CASSIANO COELHO. Talvez seja ela a quem o professor Nelson Coelho de Senna, identificou como JOAQUINA SIMPLICIANA, esposa do tio-avƓ dele: CASSIANO COELHO DE ARAUJO.
Alem dela, deverĆ£o haver mais, pois, minha esposa tambĆ©m Ć© ANDRADE. Cuja famĆ­lia procede da regiĆ£o entre Gonzaga, Santa Efigenia e Divinolandia. TrĆŖs antigos distritos de VirginĆ³polis.
E dela tenho os nomes de pais, avos e bisavĆ³s. Pelo lado paterno ela tem SOARES e LUIS DE ANDRADE. Esse ultimo inclusive identificado como presente na famĆ­lia do poeta CARLOS DRUMMOND.
Alem do VEIRA e ARAUJO E SILVA. O primeiro ligado `a mĆ£e do HONƓRIO, Ja o ARAUJO encontra-se tanto no lado do professor NELSON, da bisavĆ³ dele, BIBIANA LOURENƇA DE ARAUJO, quanto do lado de mina esposa que Ć© duplo ARAUJO, das bisavĆ³s: ANA DE ARAUJO E SILVA e MARIA VIEIRA DE ARAUJO.
Pelo lado materno, minha esposa Ć© FONSECA., do bisavĆ“: PEDRO BASILIO DA FONSECA. Pode ser que seja parente a trisavĆ³, JOAQUINA UMBELINA DA FONSECA.
Por isso penso que esses ANDRADE do HONƓRIO devem estar presentes tambĆ©m na cidade de Coroacy – MG. Foram diversos os virginopolitanos que la se estabeleceram ja na fundaĆ§Ć£o. E o sobrenome ANDRADE esta bem presente.
Ja no lado PEREIRA DO AMARAL temos algo inusitado. Temos uma famĆ­lia com o sobrenome em VirginĆ³polis. Descendendo ela de um de seus primeiros casais moradores, os tetravĆ³s: JOAQUIM PEREIRA DO AMARAL e MARIA ROSA DOS SANTOS CARVALHAIS.
Conhecido foi que procedem de Sabinopolis. Mas nĆ£o lhes temos os nomes dos pais. Por isso nĆ£o sabemos se sĆ£o ou nĆ£o descendentes dos mesmos PEREIRA DO AMARAL.
A duvida se da porque encontrei na revista do Arquivo Publico Mineiro um artigo do alferes Luis Antonio Pinto, no qual menciona o escrivĆ£o da Camara do Serro JOSE PEREIRA DO AMARAL, em 1772.
Esse JOSE deve regular idade com nosso ancestral MIGUEL PEREIRA DO AMARAL. Poderia ser irmĆ£o, primo, talvez, tio. Mas tambĆ©m pode pertencer a outro ramo que se estabeleceu no Sul de Minas, na Comarca de SĆ£o JoĆ£o d’El Rey. Esses procediam do continente.
Alem disso, ha a possibilidade de a descendĆŖncia do JOSE, se teve, ter a mesma raiz dada por ANTƔNIO JOSE BARBOSA FRUƃO e ANNA MARIA DE JESUS BENEVIDES.
Isso porque era muito comum os de uma mesma famĆ­lia casar-se com os de outra famĆ­lia. Nesse caso, se o JOSE e o MIGUEL fossem irmĆ£os ou primos, poderia o primeiro ter se casado com uma irmĆ£ da ANNA MARIA.
Mas precisamos antes provas de quem foram os pais e ancestrais do nosso JOAQUIM PEREIRA DO AMARAL para ver se essa hipĆ³tese serĆ” verdadeira.
Mas, o que mais parece Ć© que o tetravĆ“ JOAQUIM ira encaixar-se mesmo entre os PEREIRA DO AMARAL procedentes da Ilha de SĆ£o Miguel. NĆ£o sendo, seria uma ironia, pois, eles sĆ£o os que assinam os apelidos.
Mas, sendo PEREIRA e AMARAL, alem de outros sobrenomes de conhecida nobreza, com certeza alguƩm ira encontrar raiz nos mesmos ancestrais do passado.
O sangue PEREIRA DO AMARAL Ć© um dos mais difundidos do Centro-Nordeste Mineiro. Alem desse ramo que nos foi passado pela trisavĆ³ MARIA MARCOLINA BORGES DO AMARAL, ha aquele descrito pelo professor DERMEVAL, no livro dele.
A parte mais propriamente genealĆ³gica do livro aborda a descendĆŖncia dos avos dele: MODESTO JOSE PIMENTA e ERMELINDA QUERUBINA PEREIRA DO AMARAL, que era irmĆ£ do nosso tetravĆ“: DANIEL PEREIRA DO AMARAL. Portanto, nossa tia.
EntĆ£o, alem de todas as cidades locais ja mencionadas, pode-se citar SĆ£o JoĆ£o Evangelista e Sabinopolis, por causa da proximidade e sabermos que a famĆ­lia ajudou a fundar. Temos tambĆ©m noticias que diversas populaƧƵes de outras cidades tem, em parte, sua origem nesse ramo pioneiro.
A familia Ć© imensa. Mas esta tĆ£o espalhada e misturada que nĆ£o se pode mais contar seus componentes na atualidade. E se mencionarmos inĆŗmeros locais como registro de presenƧa dela, com certeza, muitos outros que ficarem de fora da memĆ³ria irĆ£o conter sangue dos mesmos PEREIRA DO AMARAL.
Inclusive, conhecidos temos na descendĆŖncia de MARIA FRANCELINA, que foi casada com o senhor DAVID BARROSO. Ela era filha dos tetravĆ³s DANIEL e MARIA FRANCELINA. Herdou o nome da mĆ£e.
Deles descendiam os senhores WALDOMIRO BARROSO e o cabo CICA. Ambas as famĆ­lias estiveram presentes desde minha infĆ¢ncia e juventude.
Provavelmente, outros BARROSO na cidade poderĆ£o ter origem semelhante.
Aqui tambĆ©m podemos constatar a utilidade de buscarmos nas genealogias os nossos lados femininos. Muitas vezes, por causa da tradiĆ§Ć£o de ter nos sido passados os sobrenomes paternos, nos somos induzidos a pensar que nos somos aquele sobrenome.
Mas a verdade pode ser bem outra. Os pais antigamente procuravam maridos para suas filhas entre seus aparentados, quando de origem na nobreza, ou entre aqueles feitos nobres por causa de seus feitos ou os feitos de seus pais, especialmente aqueles que recebiam favores reais.
Nesse caso, o sobrenome vindo do ancestral masculino frequentemente acarreta em fim de linha porque os ancestrais dele vinham do povo comum ou porque a famĆ­lia permaneceu longo prazo numa qualidade de nobreza secundaria.
Assim, o casamento geralmente servia para restaurar uma nobreza antiga, porem, os dados genealĆ³gicos que encontramos mais facilmente vem da linhagem materno/paterno.
Algo assim podemos verificar na linhagem genealĆ³gica a partir do FRANCISCO JOSE BARBOSA FRUƃO e ANNA MARIA DE JESUS BENEVIDES. Embora ele tenha sobrenomes de nobreza, tivesse uma posiĆ§Ć£o social protegida, foi a partir dela que o rastreamento levou primeiro aos ancestrais de maior nobreza.
Ai devemos tomar conhecimento no que colocar nossa atenĆ§Ć£o quando estudamos.
Com isso podemos acrescentar ai o BARBOSA que, por enquanto, nĆ£o leva aos ancestrais tidos como de maior nobreza. Isso se torna interessante ate porque se esperava que fosse o contrĆ”rio.
Segundo a nossa cultura machista, eram os homens que serviam a nobreza `as suas linhagens. Mas as aparĆŖncias muitas vezes enganam.
Veja-se a lista de familias mais nobres e mais ricas de Portugal `a epoca que o rei D. Manoel, o Venturoso, mandou gravar no Palacio de Sintra o registro:
https://www.vortexmag.net/talvez-tenha-sangue-real-e-nao-saiba-lista-dos-apelidos-das-familias-nobres-portuguesas/
Vejam que temos: Aguiar, Almeida, Andrade, Azevedo, Borges, Carvalho, Coelho, Ferreira, Miranda, Pereira, Pinto, Sousa (Souza).
Essas, somente a nivel de ancestrais mais recentes. Mas nenhum desses sobrenomes ainda nos levou `a descoberta de algum rastreamento mais profundo.
Outros sobrenomes que possuĆ­mos como Rodrigues, MagalhĆ£es, Monteiro, Rocha, inclusive o Benevides e outros sĆ£o tambĆ©m de origem nobre. Esses nĆ£o se encontram na lista das 72 famĆ­lias mais ricas e nobres do Reino de Portugal.
NĆ£o entraram porque `a Ć©poca eram da chamada baixa nobreza. E a lista menciona apenas as de alta. Ao todo, o Visconde de Sanches de Baena, no seu “Archivo HerĆ”ldico-GenealĆ³gico” relata pelo menos umas 300. E nessas a populaĆ§Ć£o brasileira descendente de portugueses quase toda se encaixa.
FaƧo a observaĆ§Ć£o tambĆ©m que no livro do professor Dermeval Jose Pimenta ha a menĆ§Ć£o `a presenƧa de um ANTƔNIO COELHO DE LINHARES, como um dos primeiros moradores de SĆ£o JoĆ£o Evangelista.
Antes pensei que pudesse ser o ANTƔNIO, batizado em 1838, em FERROS, e filho dos ancestrais HONƓRIO e SIMPLICIANA. Mas ele mencionou tambĆ©m que aquele teria nascido em 1826. Talvez nĆ£o sejam o mesmo, mas a famĆ­lia poderĆ” ser a mesma.
Acredito tambĆ©m que, pelos sobrenomes e por causa da Ć©poca em que entram como agregados `a FamĆ­lia Coelho de GuanhĆ£es e VirginĆ³polis, que dona ANTONIA NUNES LAGE e o senhor AMARO DE SOUZA E SILVA serĆ£o encaixados no mesmo grupo de famĆ­lias que migrou para VirginĆ³polis durante o quarto final do sĆ©culo XIX.
Dona ANTONIA foi esposa do PEDRO NUNES COELHO e seo AMARO da tia-bisavĆ³ Ā EMIDIA HONORIA COELHO.

 

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005.Ā POLICARPO JOSE BARBALHO

Sem propriamente buscar, encontrei o registro de batismo de certo PLACIDO VAZ BARBALHO.

Esse menino nasceu em 18.Mar.1781.

Por um acaso, o registro esta no livro do Distrito de Santa Rita DurĆ£o, que pertence a Mariana – MG.

Livro esse que estive com ele na mĆ£o quando visitei o Arquivo Arquidiocesano da Arquidiocese de Mariana. Mas sem os Ć³culos, nĆ£o pude ler os garranchos das letras cursivas. Cheguei a ver que havia la um POLICARPO. Qual era, nĆ£o deu para definir.

Agora o site FamilySearch publicou as copias fotogrĆ”ficas do livro por la. Ainda nĆ£o pude ler. Mas por baixo das paginas ha uma traduĆ§Ć£o do essencial. Vamos la pra ver!

Assim, lembrei-me de buscar nas paginas. E na 56 temos o PLƁCIDO, e o POLICARPO na 47.

POLICARPO DE SAM JOZE VAZ BARBALHO.

Batizado na Igreja de Nossa Senhora de NazarƩ.

Filho de: JOZE VAZ BARBALHO e ANNA JOAQUINA DE SAM JOZE.

Local: Santa Rita DurĆ£o (antigo Inficcionado)

Data: 21.Mar.1779

Ou seja, o padre POLICARPO casou-se aos 29 anos, em 1808. Ja estava bem erado, como se costuma dizer e, talvez, ja fosse padre anterior ao casamento. Tudo depende das tradiƧƵes que podem ocultar certos dados sensƭveis das biografias de nossos antepassados.

Poderia ter abandonado as funƧƵes para depois, apĆ³s ter ficado viuvo e ja com a idade aproximada de 71 anos, em torno de 1850, retornar ao seminĆ”rio e `a ordenaĆ§Ć£o. Mas as tradiƧƵes afirmam que nĆ£o chegou a ordenar antes.

O padre, nosso tio, EMIGDIO, filho do POLICARPO, ordenou-se em 1845 e dizia:

“Eu sou padre,

meu paiĀ Ć© padre,

eu nĆ£o sou filho de padre,

e sou padre mais velho que meu pai.”

Vamos ver se aprendo a mexer nos botƵes. Se segurem ai!!!

Talvez consiga ver os livros de casamentos depois. E ai, se encontrar o casamento do JOSE VAZ BARBALHO e ANNA JOAQUINA, ficaremos sabendo se somos ou nĆ£o descendentes diretos do MANOEL VAZ BARBALHO e de JOSEPHA PIMENTA DE SOUZA.

Vejam a pagina, que esta aberta a quem tem assinatura, gratuita, no FamilySearch:

https://www.familysearch.org/ark:/61903/3:1:S3HY-65L9-RGR?i=46&cc=2177275

Ai encontra-se o registro do nascimento do POLICARPO. Mas antes descubra o nome do tio PLƁCIDO nos recordes e abra. No lado direito aparecera a foto do livro e para abrir basta clicar em cima.

2a. NOTA

Passei uma olhada no livro (na traduĆ§Ć£o resumida) e nĆ£o encontrei outros parentes. Mas ja estou satisfeito em encontrar o tio PLƁCIDO, alem do registro do tetravĆ“.

Infelizmente, algumas paginas estĆ£o sem a traduĆ§Ć£o, portanto, nĆ£o deu para saber se os ancestrais JOSE VAZ BARBALHO e ANNA JOAQUINA MARIA DE SAM JOSE tiveram mais algum filho em SANTA RITA DURAO.

No mesmo site tem os registros de casamento do POLICARPO (1808), GERVASIO (1813) e FIRMIANO (1822).

La esta que o GERVASIO nasceu em CONCEIƇƃO DO MATO DENTRO. Mas como nĆ£o tem a idade, nĆ£o se sabe quando os ancestrais se mudaram para aquela cidade. E como ele casou-se em 1813, provavelmente devera ter sido o terceiro filho.

Se o PLƁCIDO nĆ£o faleceu crianƧa ainda, pode ter migrado para o RIO GRANDE DO SUL, onde la se encontrava parte da famĆ­lia, pois, o POLICARPO JOSEPH BARBALHO, filho do casal MANOEL VAZ BARBALHO e JOSEPHA PIMENTA DE SOUZA, mudou-se para o Sul e, `a mesma Ć©poca, registrou vĆ”rios filhos em GRAVATAI, na regiĆ£o da Grande PORTO ALEGRE.

Digo isso porque naquele estado o nome PLƁCIDO parece ser comum, inclusive teve o PLƁCIDO DE CASTRO, nascido no RS, que tornou-se herĆ³i do ACRE, quando chefiou a revolta dos seringueiros para tomar o territĆ³rio da BOLƍVIA.

E, talvez haja ai ate alguma possĆ­vel relaĆ§Ć£o de parentesco.

O POLICARPO, que foi para o RS, deixou filhos com nomes tais: MANOEL, EUGENIA, UMBELINO, ANNA, POCIDONIO, JULIO e CANDIDA.

Como sabem, alguns desses nomes sĆ£o comuns na nossa linhagem BARBALHO e tambĆ©m sĆ£o no RIO GRANDE.

Assim fica mais essa evidencia que pode ligar-nos aos ancestrais MANOEL VAZ BARBALHO e JOSPHA PIMENTA DE SOUZA, oĀ que tenho apenas como suspeita sem ainda um comprovante documental.

Alias, JOSEPHA era nome de outra filha do POLICARPO JOSEPH. Ela deve ser mais velha e nĆ£o ha o registro de nascimento no site, porem, ha o de casamento com JOSE PEIXOTO DE MIRANDA, em 05.07.1794. Deve ter casado pouco mais que menina.

A filha mais velha registrada em GRAVATAI, chamava-se EUGENIA que nasceu em 28.09.1791 e batizada em 09.10.1791. PossĆ­vel serĆ” que a JOSEPHA nasceu em 1780, e o registro estivesse em livro diferente, dai nĆ£o ter aparecido.

De toda forma fica tambĆ©m comprovada a presenƧa dos BARBALHO no mesmo local no qual o professor NELSON DE SENNA registrou a chegada dos RODRIGUES COELHO. Embora nĆ£o vi pelo traduzido nenhuma referencia a eles.

Segundo o professor, ficaram muito ricos. EntĆ£o, devem ter registrado sua presenƧa em Ouro Preto ou MARIANA, que eram mais chique!

Mas ha outro detalhe, encontrei ja que o MANUEL RODRIGUES COELHO, suposto pai do JOSE COELHO MAGALHAES, ganhou mesmoĀ a Sesmaria que o professor NELSON menciona no livro dele, em 1744, no INFICCIONADO.

Mas, mais tarde, 1756, ele obteve outra em CACHOEIRA DO CAMPO. E esse tempo deve ter sido quando os filhos estavam casando, portanto, os registros poderĆ£o ter sido feitos em CACHOEIRA, que Ć© distrito de OURO PRETO, embora MARIANA sempre tenha sido a sede eclesiĆ”stica do Estado.

Mesmo assim, com certeza, os RODRIGUES COELHO e os BARBALHO ja se conheciam. E quando se casam os trisavĆ³s FRANCISCO MARCAL BARBALHO e EUGENIA RODRIGUES DA ROCHA COELHO, em GUANHƃES, o fato de se conhecerem ja era consumado.

Alem disso, ja possuĆ­am o parentesco por a EUGENIA ter sido neta da EUGENIA RODRIGUES DE MAGALHƃES BARBALHO. O que me faz supor que todas essas EUGENIAS na famĆ­lia receberam o nome em homenagem a EUGENIA, irmĆ£ do MANOEL VAZ BARBALHO.

Eu a descobri nos livros do CARLOS G.Ā RHEINGANTZ. Essa EUGENIA, a meu ver, pode ter sido ancestral dos COELHO em nossa famĆ­lia e tia dos BARBALHO. Ā Ou, em outra hipĆ³tese, pode nĆ£o ter tido filhos, porem, foi homenageada na descendĆŖncia de seus irmĆ£os.

Algo interessante Ć© que quando prestei atenĆ§Ć£o que o JOSE, filho da ISIDORA MARIA DA ENCARNAƇƃO e do capitĆ£o ANTƔNIO FRANCISCO DE CARVALHO, sendo ela filha do MANOEL VAZ e da JOSEPHA PIMENTA, havia nascido em 1768, pensei na possibilidade de ele ter sido o pai do nosso padre POLICARPO.

Isso porque o POLICARPO, ao casar-se em 1808, deixava uma margem de 40 anos de espaƧo de tempo. Assim, se tivesse nascido por volta de 1790, aquilo seria possĆ­vel. Mas agora um dos “suspeitos” de ter sido pai do POLICARPO JOSE BARBALHO esta eliminado como tal.

EntĆ£o, agora temos a possibilidade de o POLICARPO JOSEPH ter sido primeiro casado em MINAS GERAIS, antes de ter ido para o RIO GRANDE DO SUL, e deixado o filho JOSE para trĆ”s. Afinal, aquele nasceu em 1735 e somente aparece tendo filhos, no SUL, em 1780, aos 45 anos de idade.

Teria portanto a possibilidade de ter tido mais uma famĆ­lia entre seus 25 e 45 anos de idade. Muito raramente os homens naquele tempo, os que se casavam, nĆ£o o fariam ate aos 30 anos. Isso porque, pela media de idade, nĆ£o esperavam viver muito mais que isso. Ā Mas o POLICARPO do SUL viveu ate seus 65, falecendo em 1801, na VILA DE PORTO ALEGRE.

Tempo ele teve para ter outra famĆ­lia, porem, nĆ£o ha nenhuma menĆ§Ć£o a isso nos documentos dele, presentes na internet, inclusive dados dos inventĆ”rios.

NĆ£o sendo o POLICARPO do SUL, entĆ£o, voltamos `a hipĆ³tese principal. O capitĆ£o JOSE VAZ BARBALHO deve ter sido mesmo filho do casal: MANOEL VAZ BARBALHO e JOSEPHA PIMENTA DE SOUZA.

Acredito nisso tambĆ©m porque nĆ£o tenho conhecimento deĀ o nome POLICARPO ter se repetido nas descendĆŖncia do padre POLICARPO. Se o POLICARPO JOSEPH fosse avĆ“ dele, acredito que as homenagens aconteceriam.

Mas como era homenagem a um tio que depois ficou esquecido, isso pode explicar o sumiƧo da alcunha em nossa genealogia. Mesmo com a presenƧa do padre POLICARPO nela.

Falta-nos apenas confirmar essa passagem para, enfim, definir de vez os nossos vĆ­nculos com os BARBALHO do RIO DE JANEIRO.

NĆ£o Ā se esqueƧam de visitar:

https://val51mabar.wordpress.com/2017/03/11/a-historia-e-a-familia-barbalho-coelho-andrade-na-historia/

Ai poderĆ£o constatar a presenƧa dos BARBALHO ja em ITABIRA. Ficamos ao lado dos ANDRADE e NUNES COELHO, que acabam se misturando em VIRGINƓPOLIS e GUANHƃES.

Por hoje Ć© so. NĆ£o encontrei o livro de registros de casamentos. Mas o JOSE VAZ e a ANNA JOAQUINA devem ter se casado no SERRO ou CONCEIƇƃO DO MATO DENTRO. Ele nasceu na primeira e ela na segunda.

3a. NOTA

Resolvi, entre outras coisas, fazer a leitura e copiaĀ completa do registro de batismo do padre POLICARPO. Contudo, vou atualizar os termos:

“Aos 21 do mes de novembro de 1779, na Capela de Santa Anna do (Percuava ??) o padre Andre Vaz de Almeida batizou e pos os Santos Oleos a Policarpo, filho legitimo de JOSE VAZ BARBALHO e de sua mulher ANNA JOAQUINA DE SAM JOSE. Foram padrinhos Manoel da Ponte e Delfina Soares, todos dessa Freguesia (??) e por este assino:

O vigĆ”rio: Pedro Jose Pereira de Castro.”

Resolvi traduzir o registro do tio PLƁCIDO tambƩm. Segue:

“Aos 18 dias do mĆŖs de MarƧo de 1781 anos, nessa Igreja Matriz de Nossa Senhora de NazarĆ© do Inficcionado (atual Santa Rita DurĆ£o), batizei e pus os Santos Ɠleos a PLƁCIDO, pĆ”rvulo, filho legitimo JOSE VAZ BARBALHO e ANNA JOAQUINA sua mulher, postos forros, que viverĆ£o na Freguesia de Vila do Principe, a partir dessa Freguesia do Inficcionado, (??) do epifano a 9 do dito mĆŖs. Foi Padrinho: Silvestre de Almeida do Freixo, dessa freguesia, o que foi aposto.

O Encomendado: Pedro Jose Pereira de Castro.”

NĆ£o posso garantir que fiz a traduĆ§Ć£o rĆ©is por rĆ©is. No registro do tio PLƁCIDO temos a menĆ§Ć£o a ele ser “pĆ”rvulo”, que informa uma condiĆ§Ć£o de saude delicada do recĆ©m-nascido. ExpressĆ£o que tambĆ©m aparece no registro do padre Emigdio.

No segundo registro contem a informaĆ§Ć£o de que o casal estava se dirigindo para ou procedia de Vila do Principe, atual Serro. O batismo se deu a 18.Mar.1781 e o menino havia nascido no dia 09. O padrinho unico deve indicar um batizado feito `as pressas.

O escrivĆ£o foi o mesmo, porem, parece que esta escrito o encomendado.

Talvez ai se confirme a mudanƧa da capital para o Serro. Nesse caso, poderia ter sido para a Freguesia de ConceiĆ§Ć£o do Serro (atual CONCEIƇƃO DO MATO DENTRO), onde o casal teve outros filhos.

Ou, ainda, esteja aiĀ a justificativa para que nĆ£o tivessem mais filhos inscritos nos livros do Inficcionado (atual Santa Rita DurĆ£o).

A principio, tentei traduzir esses documentos pensando exatamente nos padrinhos. Era a primeira opĆ§Ć£o dos antigosĀ buscar os avos para batizar os primogĆŖnitos. Ai tive a esperanƧa de encontrar pelo menos um nome com a assinatura BARBALHO, o que poderia revelar nosso parentesco com MANOEL VAZ e JOSEPHA PIMENTA.

Como nĆ£o foi possĆ­vel, ficou a duvida se os padrinhos do padre POLICARPO nĆ£o seriam os pais da ANNA JOAQUINA, da qual nada sabemos. Mas quando isso acontecia, a palavra avĆ³s precedia os nomes dos padrinhos. Porem, nem sempre a menĆ§Ć£o aparecia.

Ficou tambĆ©m a duvida quanto ao padre POLICARPO ser ou nĆ£o o primogĆŖnito da famĆ­lia. Nas paginas que nĆ£o tinham jeito de traduzir por meios ao nosso alcance talvez tenham outros filhos, caso ele nĆ£o seja.

Para melhorar um pouco meus conhecimentos a respeito da viagem da famĆ­lia de Santa Rita DurĆ£o para o Serro, busquei ver se encontrava alguma Capela de Santana no percurso da estrada, que fosse antiga o suficiente para ser aquela mencionada no batismo do antepassado POLICARPO.

Existe sim, a atual Igreja de Santana, no Distrito de Cocais, que pertence `a Cidade de BarĆ£o de Cocais.

Encontrei poucas informaƧƵes na internet, mas existe que a capela ja existia desde antes de 1769. Alem disso informa-se que foi capela particular das famƭlias: Furtado Leite e Pinto Coelho.

Ou seja, esta ai mais uma fonte de enriquecimento, pois, temos representantes de ambas as famƭlias em nossa genealogia. Mas esse seria assunto extra aqui neste breviƔrio.

Segue uma postagem. Ha que rolar um pouco a matƩria para chegar `a atual Igreja de Santana:

http://pelasestradasdeminas.com.br/cocais-mg-caminho-diamantes-estrada-real/

 

Mas nĆ£o podemos nos esquecer que se o endereƧo final da viagem fosse em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, poderiam ter escolhido o caminho alternativo que passa por SabarĆ”.

Ai encontra-se outra Capela de Sant’Anna. Possivelmente um pouco mais velha que a anterior. Mas que nĆ£o importa a idade ja que ambas sĆ£o anteriores a 1779.

Acredito que a definiĆ§Ć£o de qual delas deva-se ao nome “Percuava”, palavra que deve ser outra mas `a minha leitura foi o que deu para entender. Essa palavra pode definir o local.

Possivelmente, nosso ancestral nasceu durante a viagem dos pais, de sua origem em CONCEIƇƃO/SERRO para MARIANA/INFICCIONADO.

Pode-se ver aqui a descriĆ§Ć£o e fotografia da Capela ou Igreja de Sant’Anna:

http://www.infopatrimonio.org/?p=20213#!/map=38329&loc=-19.911423864036035,-43.826608657836914,14

 

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006.Ā “COROACI – ONTEM E HOJE”

Esse Ć© nome de um livro. Da autoria de dona Angela Rocha da Silva Chaves. Ela, natural da cidade cujo nome e menƧƵes sĆ£o tantas em minha memĆ³ria que parece ate ja ter ido la. Mas nunca fui.

No ano passado, 2017, em viagem ao Brasil pudemos rever a sobrinha de minha esposa, Olivia. Essa formou-se no curso de enfermagem e pela profissĆ£o atende na cidade. Seu parceiro Reinaldo Ć© natural de Coroaci.

Ao conhece-lo, nĆ£o pude deixar de mencionar que deveria ter muitos parentes na cidade. E ao dizer sobrenomes de pessoas ligadas `a famĆ­lia, eles mencionaram o livro. Em seguida veio a promessa que enviariam uma copia para mim.

Logo criei expectativas um pouco fora da realidade. Imaginei que poderia vir acompanhado de uma genealogia das famĆ­lias pioneiras. E, entre elas, identificaria facilmente nossa parentela.

Como isso foi `as vƩsperas de voltarmos, e estƔvamos em Santa Efigenia, o livro ficaria para depois. Ao retornar inclusive comuniquei aos amigos que tinha uma surpresa que logo seria compartilhada.

Mas passaram-se uns meses e acabei encontrando outro veio de dados preciosos na obra do Frei JaboatĆ£o. Nesse intervalo meu filho foi ao Brasil e pode trazer a copia. Contudo foi difĆ­cil poder parar para ver o que de novo iriamos ver naquela obra.

Li e nĆ£o havia nenhuma genealogia. Antes que ficar decepcionado, mesmo assim fiquei maravilhado com a obra da dona Angela. Coisa simples, modesta.

Mas sĆ£o 185 paginas repletas daquelas informaƧƵes do dia-a-dia do pequeno municĆ­pio que qualquer nativo adoraria ter para si. Para as pessoas de la deve ser como rever um filme da prĆ³pria vida.

Os nomes dos personagens e personalidades locais sĆ£o lembrados, os costumes e usos, tudo enfim tem uma pagina ou mais.

No capitulo religiĆ£o sĆ£o lembrados os padres e seus feitos. Os eventos, como a inauguraĆ§Ć£o do primeiro grupo escolar, contam com a apresentaĆ§Ć£o da ata inaugural. E nela consta os nomes das autoridades presentes, assim como os nomes de cada aluno matriculado.

Num numero total de uns 300. EntĆ£o, como um habitante local nĆ£o se maravilharia se ali encontrar os nomes de seus familiares, ancestrais, pessoas conhecidas etc.

Assim, segue o livro discorrendo sobre todas as atividades, desde as economicas locais, quanto a passagem de circos e touradas. Os primeiros comerciantes sĆ£o lembrados. A atividade fabril, especialmente a extraĆ§Ć£o da mica, com importĆ¢ncia fundamental no desenrolar da II Guerra Mundial.

Alias, ha ate um artigo de membro da FEB (ForƧa ExpedicionĆ”ria Brasileira) que esteve na Italia, quando da tomada do Monte Castelo. O nome dele, Dirceu Guedes Ramos. Esse prĆ³prio escreveu tambĆ©m o prefacio do livro.

Enfim, existe a lista de prefeitos e membros da cĆ¢mara. Conta ainda com dados de bandas de musica, primeira estrada de rodagem, futebol, folclore, correios, Historia, chegada de luz elĆ©trica e mais outros detalhamentos.

Na lista de bibliografias consultadas Ć© mencionado algumas obras que despertaram minha curiosidade. Logicamente, um dos livros nem tanto porque ja o possuo. Trata-se do “A Mata do PeƧanha sua Historia e sua Gente”, do professor Dermeval Jose Pimenta.

Mas tambĆ©m ha: “PeƧanha e sua Historia”, do tambĆ©m nosso primo dr. Rui Pimenta Filho. O terceiro Ć© o “PeƧanha, sua Historia e sua Gente”, de Sady da Cunha Pereira. Afinal, observo que literatura existe.

Falta juntar tudo numa mesma coletĆ¢nea para melhor servir a regiĆ£o, pois, ha uma interconexĆ£o enorme entre as genealogias dasĀ populaƧƵes de todas as cidades da vizinhanƧa.

Vamos passar, entĆ£o, `a analise de alguns pontos do livro.

Ja os primeiros capĆ­tulos, naquele dedicado `a religiĆ£o, mostram a presenƧa de virginopolitanos ilustres e fundamentais na Historia de Coroaci. O segundo vigĆ”rio do municĆ­pio foi o padre Manoel Nunes Coelho, padre Nelo, como era conhecido localmente.

D. Manoel, mais tarde bispo de Luz, foi quem elaborou a planta da Igreja de Santana. Entre os construtores temos Otoniel (So TĆ£o) e Jose Nunes Coelho, irmĆ£os do bispo.

Outro irmĆ£o deles, Gamaliel (seo Gama) Nunes Coelho era o mantenedor do jardim e tanques de peixes que ornamentavam o local.

Eles foram filhos dos tios-bisavĆ³s Miguel Nunes Coelho e Ambrosina (tia Sinha) de MagalhĆ£es Barbalho.

D. Manoel foi nomeado para paroquiar a cidade em 1908. Era o homem mais velho da casa, ja que tia Sinha perdera o primeiro, Ismael. Era o arrimo da famĆ­lia e estava com 24 anos, pois, tio Miguel havia falecido em 1903 e deixou 13 filhos vivos.

Ha uma informaĆ§Ć£o por engano que consta D. Manoel como o mais velho. Mais velha que ele tambĆ©m tinha a Consuelo (Bebem). Mas `a Ć©poca considerava-se a partir dos homens.

Alem dos ja citados, foram irmĆ£os: Laurentina (Lala), Miguel, Notel, Laet, Maciel, Misael e Maria de Lourdes. Essa nĆ£o deve ter conhecido o pai.

Entre os fundadores locais consta o casal: Demetrio Coelho de Oliveira e Marcolina HonĆ³ria Coelho. Ela tambĆ©m nossa tia-bisavĆ³ e, naturalmente, o marido tambĆ©m fica no lugar de tio-bisavĆ“, pelo casamento.

Observe-se que tia Marcolina, Sinha e Miguel eram primos em primeiro grau. Todos netos dos fundadores de GuanhĆ£es: Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo. Alem de serem filhos de primeiros moradores de VirginĆ³polis.

Demetrio foi parte de uma famƭlia Coelho de Oliveira, constituƭda pelo senhor Leonel Coelho e esposa. Foram donos da Fazenda da Lavrinha que os herdeiros venderam na dƩcada de 1920.

Talvez, acidentalmente, tenhamos encontrado o registro de batismo do senhor Leonel Coelho nos livros do municĆ­pio de Itabira. NĆ£o se pode dizer que seja certo mas sim um tiro de longo alcance.

A crianƧa, Leonel, nasceu em 27.12.1837. Foi filho registrado apenas pela mĆ£e, Bibiana de Souza Coelho. Padrinhos: Simpliciano da Silva Coelho e Maria Edwiges de Jesus. PossĆ­vel serĆ” que os padrinhos fossem os avos.

Bibiana foi mĆ£e tambĆ©m de Jose (03.05.1841), Gil (31.05.1846) e Maria (30.04.1848). Faltaria comprovar que pelo menos o Leonel mudou-se para GuanhĆ£es, constituiu famĆ­lia e dela resultou Demetrio e irmĆ£os.

A Lavrinha tinha esse nome por ter fornecido ouro aos primeiros moradores de GuanhĆ£es e VirginĆ³polis, existindo atualmente a fazenda remanescenteĀ no territĆ³rio dessa segunda. Por isso Ć© histĆ³rica.

A respeito do Demetrio revela-nos o livro que foi o primeiro boticĆ”rio do municĆ­pio. O segundo foi o Octaviano, filho dos tios Demetrio e Marcolina. Houve outro, Urias Coelho, que nĆ£o sei dizer a qual dos ramos Coelho pertencia.

Note-se que a familia Guedes tambĆ©m aparece no capitulo dedicado `a saĆŗde local. Mas por falta de dados nĆ£o tenho como dizer se ha parentesco entre eles e o sr. Guedes, que foi farmacĆŖutico antigo em VirginĆ³polis. Possivelmente sim, e a famĆ­lia deve tambĆ©m encontrar raiz em Itabira.

O livro cita o fundador Demetrio com boas palavras dizendo-o humilde e dedicado ao atendimento do prĆ³ximo. Fez-se amigo da pobreza e atendia a todo momento que fosse chamado nĆ£o visando pagamento. Acabou falecendo pobre em 1911.

Voltando ao capitulo da religiĆ£o, foi a viuva Marcolina quem doou o madeirame ao padre Nelo, para a construĆ§Ć£o da Igreja de Santana.

`A pagina 86 temos as fotografias dos tios Demetrio e Marcolina. NĆ£o ha como descrever. Ambos transmitem grande simpatia. E se buscarmos fotografias antigas de pessoas mais velhas na famĆ­lia pode-se encontrar semelhanƧas com a tia Marcolina.

Pesar se tem apenas de que os recursos grĆ”ficos usados na produĆ§Ć£o do livro foram limitados. Mesmo as melhores fotografias se assemelham a copias xerograficas. NĆ£o se trata de defeito do conteĆŗdo escrito doĀ livro em si.

Pela foto, uma pessoa que lembro-me assemelhar-se `a tia Marcolina foi tia Cecy Marcolina Coelho. Pessoas com menos de 50 anos so deverĆ£o poder lembrar-se dela por fotografia.

Tia Cecy era sobrinha da tia Marcolina e irma do meu avo materno Juca Coelho. Os laƧos parentais sĆ£o mais Ć­ntimos que a palavra tia revela, pois, o pai, Ze Coelho, era irmĆ£o da tia Marcolina e a mĆ£e, Maria Marcolina, era prima em primeiro grau.

Para mim nĆ£o parece complicado. Mas melhor explicar. Os fundadores de GuanhĆ£es, Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo foram pais de 4 filhos que nos interessam no momento.

Francisca Eufrazia que casou-se com Joaquim Nunes Coelho; Eugenia Maria da Cruz, casou-se com Francisco MarƧal Barbalho; JoĆ£o Batista Coelho, casado com Maria Honoria Nunes Coelho e Antonio Rodrigues Coelho, casado com Maria Marcolina Borges do Amaral.

Joaquim foi filho de Eusebio Nunes Coelho e Anna Pinto de Jesus. Era irmĆ£o do Clemente, que foi o pai da Maria Honoria. Ou seja, eram tio e sobrinha casados com dois dos irmĆ£os.

Joaquim e Francisca foram pais do Miguel Nunes Coelho. Eugenia e Francisco foram pais da tia Ambrosina. E Miguel e Ambrosina eram primos em primeiro grau eĀ foram os pais do D. Manoel Nunes Coelho e seus irmĆ£os.

Por causa do Antonio ter se casado com uma Maria Marcolina, todas as filhas deles foram chamadas Marcolina Coelho.

Todas as filhas do JoĆ£o Batista e Maria Honoria tinham o Honoria como nome do meio, antes do Coelho. Por issoĀ o nome da tia era Marcolina Honoria Coelho. O mesmo acontece com Anna, Sebastiana, Emigdia e outras.

Nesse caso, a mĆ£e do meu avo e da tia Cecy, chamava-se Maria Marcolina, mesmo nome da mĆ£e dela, acrescido de Coelho. Essa casou-se com o Jose Batista Coelho (Ze Coelho), que era filho do JoĆ£o Batista e Maria Honoria tambĆ©m.

Por tradiĆ§Ć£o o Ze Coelho deu nome de fulana Marcolina Coelho `as filhas. Esse foi o caso da tia Cecy. O mesmo se deu em relaĆ§Ć£o `as filhas da segunda esposa dele, tia Virginia Marcolina Coelho, que era irmĆ£ da primeira.

Espero que nĆ£o tenha ficado complicado demais para que os “de fora” nĆ£oĀ se percam!

Entre os mĆ©dicos antigos ha o dr. Mario Serra. TambĆ©m nĆ£o sei dizer se foi o mesmo que serviu em VirginĆ³polis. Entre as parteiras nota-se a Sa Marcolina.

Entre os mƩdicos nascidos no local tem o dr. Cesar Coelho Xavier. Esse apenas posso supor um possƭvel vinculo parental.

Isso porque nĆ£o ha menĆ§Ć£o no livro de que nossos tios-bisavĆ³s: JoĆ£o Batista Coelho Neto e Lucinda Xavier de Andrade, ela natural de Coroaci, tenham vivido no municĆ­pio e deixado descendĆŖncia por la.

Em nossos livros genealĆ³gicos a composiĆ§Ć£o desse ramo da famĆ­lia tambĆ©m esta muito incompleto.

No capitulo a respeito da educaĆ§Ć£o, temos uma surpresa ou coincidĆŖncia. `A pagina 61 temos a menĆ§Ć£o a professora substituta: Candida de MagalhĆ£es, em 1942.

O nome Ć© o mesmo da tia Candida, filha dos bisavĆ³s: Candida de MagalhĆ£es Barbalho e JoĆ£o Batista de MagalhĆ£es. A bisavĆ³ tambĆ©m era prima em primeiro grau da tia Marcolina.

Entre as diretoras do GinƔsio Odilon Behrens existem varias com a assinatura Coelho, mas nenhuma que posso identificar com absoluta certeza pertencer ao ramo de nossa famƭlia.

Mas a diretora entre 1963-1965 chamava-se Lucilia Ferreira da Silva. Temos uma pessoa de mesmo nome na famĆ­lia. Tratava-se de filha dos tios-bisavos Luiza Marcolina Coelho e Emidio Ferreira da Silva.

A Lucilia em nossa famĆ­lia nasceu em 1893. Para tanto, teria sido diretora aos 70 anos de idade. O que nĆ£o seria impossĆ­vel. Acredito que a tia-avo Edith Coelho do Amaral deve ter passado dessa idade exercendo o mesmo cargo.

Mas a Lucilia retorna ao livro como diretora do Grupo Escolar Pe. Sady, ate 1975. Nisso fica a duvida, pois, estaria entĆ£o com 82 anos de idade.

NĆ£o tenho data de falecimento de nossa prima Lucilia, mas foi casada com o senhor JoĆ£o Lopes Junior.

Entre os fundadores da biblioteca publica local conta-se com os irmĆ£os Otoniel e Jose Nunes Coelho.

Por acidente, `a pagina 74, aparece o nome da dona Maria Madalena de MagalhĆ£es Souza. Brincadeira `a parte. Ela aparece como Supervisora de Area do antigo programa de alfabetizaĆ§Ć£o de adultos, o MOBRAL.

Esposa do ex-prefeito de VirginĆ³polis, Gabriel Geraldo Soares de Souza, nosso parente, foi realmente supervisora do programa na regiĆ£o.

Entre os primeiros moradores menciona-se, naturalmente, Demetrio e Marcolina. Mas tambĆ©m aparecem Urias Coelho e Graciana, alem de JoĆ£o Henrique Coelho eĀ Teodoro Coelho de Oliveira. NĆ£o sei de quem se tratam os quatro Ćŗltimos.

Alem desses, existem diversos sobrenomes que poderiam ter algum vinculo parental conosco. Entre eles destaca-se o Pimenta. Que muito provavelmente seja o mesmo vinculado ao Barbalho desde os anos de 1732 com o casamento entre Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza, nossos muito provƔveis ancestrais.

Em 1928 se deu a construĆ§Ć£o da estrada de rodagem (rodovia) entre Coroaci e Governador Valadares. No capitulo dedicado ao fato informa-se que houve uma festa de inauguraĆ§Ć£o. Foi feito o corte da fita inaugural.

“O Ā corte da fita ficou a cargo da mais velha sobrevivente de um dos fundadores de Coroacy, sra. Marcolina Honoria Coelho (SiĆ” Culina); e ao seu lado o Pe Sady e o Dr. Jose Paulo Fernandes.” Acredito que faltou a palavra esposa para completar melhor o sentido.

Conta-se ainda as voltinhas que foram oferecidas `a populaĆ§Ć£o naquela novidade que era um caminhĆ£o Ford 29. Seria, pela foto, classificado atualmente como uma camionete.

Os nomes dos filhos dos tios Demetrio e Marcolina foram: Hermiria, Antonietta, Julietta, Marietta, Octaviano, Maria, Juvenal, Jose (fal. menor), Valentina, Honoran e Annita.

No capitulo que aborda profissƵes e lojas temos diversos representantes com combinaĆ§Ć£o de sobrenomes na qual entra o Coelho. Ai temos:

Otoniel (Oto)Ā Nunes Coelho, Cicero de Oliveira Coelho, Teodoro Coelho de Oliveira, Jose Coelho SimƵes, Rua D. Manoel, PraƧa Demetrio Coelho, Demetrio e Otavio Coelho SimƵes, Geraldo da Costa Coelho, Abilio Ramos Coelho, Raimundo Nonato Coelho, Jose da Silva Coelho, Raimundo Martins Coelho, Jose CecĆ­lio Coelho, Antonio de Almeida Coelho e Abel da Costa Coelho.

NĆ£o se pode afirmar que sim ou nĆ£o. Alguns desses que nĆ£o identificamos podem ser nossos aparentados. Lembramos que na fundaĆ§Ć£o de SabinĆ³polis estavam os Coelho de Almeida, descendentes de Antonio Coelho de Almeida, nosso ancestral.

Os da Costa Coelho devem remontar ao Serro. Houve la uma famĆ­lia com esse sobrenome que remonta ao sĆ©culo XVIII. Dela descende o padre Lafayette da Costa Coelho, nascido no Serro e por muitos anos paroquiou em Santa Maria do SuaƧui. Atualmente ele esta entre os candidatos a santo no altar catĆ³lico.

Mas nĆ£o seria surpresa se um bom numero dos nĆ£o identificados sejam membros do mesmo ramo do nosso Coelho. Isso porque tanto o suposto ancestral Manoel Rodrigues Coelho quanto o alferes de milĆ­cias Jose Coelho de MagalhĆ£es poderĆ£o contar com muitos descendentes dos quais nĆ£o temos noticias. Sabemos que tiveram mas nĆ£o sabemos quem foram todos. E deles esses podem descender.

O progresso da cidade nĆ£o poderia se dar sem a presenƧa da luz elĆ©trica. E foi levada para o local pelo padre Nelo que, viajando pela Europa resolveu comprar um dĆ­namo, que usava o potencial energĆ©tico do CĆ³rrego Santana.

Somente em 1964 essa pequena usina foi substituĆ­da pela Cemig. E a primeira iniciativa teve a participaĆ§Ć£o dos irmĆ£os Otoniel e Jose Nunes Coelho.

No capitulo dedicado `a emancipaĆ§Ć£o surgem os diversos personagens com o sobrenome Coelho. Entre eles destaca-se o dr. Rafael Caio Nunes Coelho, entĆ£o prefeito de PeƧanha. Obviamente, nosso primo que mais tarde viria a tornar-se deputado por varias gestƵes.

O dr. Guilherme Machado, cuja famƭlia tem vƭnculos com os Coelho, tambƩm foi decisivo no capitulo.

Ai se da noticias de que um dos lideres da emancipaĆ§Ć£o polĆ­tica foi o senhor Joaquim Campos do Amaral. Poderia ser coincidĆŖncia, porem, temos uma pessoa de mesmo nome, que foi o marido de dona Maria Xavier.

O sobrenome dela denuncia a proximidade com Coroacy. O nosso conhecido foi filho do casal Antonio Ferreira Campos BaguaryĀ e professora Augusta Rabello do Amaral. Ela foi mais conhecida como Augusta Campos e virou nome de praƧa em VirginĆ³polis. Essa famĆ­lia, umas das tradicionais locais.

Apos implantado o municipio, os Coelho se destacam na ocupaĆ§Ć£o dos cargos eletivos. De grande influencia polĆ­tica foi o senhor Jose Coelho SimƵes. Foi vereador e prefeito mais de uma vez.

Na gestĆ£o dos anos 1955-1958 o prefeito contou comĀ o vice na chapa Otoniel Nunes Coelho. Na gestĆ£o anterior dona Inez Nunes Coelho havia sido acessora da prefeitura, na Ć”rea fazendĆ”ria.

Na gestĆ£o 1963-1966 houve a posse de dois vereadores: Josias Coelho Pimenta e Jose de Almeida Coelho. Na gestĆ£o seguinte aparece o vereador Marcos Nunes Coelho. Os quais nĆ£o conhecemos a procedĆŖncia.

Nas gestƵes seguintes aparecem os nomes: JoĆ£o CrisĆ³stomo Coelho, Afonso Coelho Pimenta, Geraldo Campos Coelho, MĆ”rcio Antonio Coelho Chaves, Amilcar Coelho de Almeida e entre os assessores surge dona Marta Helena Coelho Chaves.

Essa combinaĆ§Ć£o Coelho Chaves existe entre nossos familiares. Contudo, nĆ£o temos um acompanhamento dos Chaves de VirginĆ³polis. A famĆ­lia foi uma das povoados locais.

A familia comeƧou, em VirginĆ³polis, com o casal: Francisco Chaves – Chico Carreiro e dona Joana Chaves. Segundo dados do livro “Historia de VirginĆ³polis” da professora dona Filomena Dias de Andrade.

Dos seis filhos mencionados por dona Filomena, as filhas: Etelvina, casou-se com Jose Xavier e Matilde com Jose Rodrigues. Ela tambĆ©m informa que os maridos viviam em Coroacy. Os outros foram: Maria, PrudĆŖncia, Olivia e Raimundo.

Entre os mĆŗsicos ha a menĆ§Ć£o dos nomes: Jose, Silvio e Jorge Coelho da Rocha; Otto Nunes Coelho, Sady Coelho de Souza, Sergio Coelho da Silva e Raimundo Martins Coelho, da Lira Musical Santa Terezinha.

Uma banda anterior, a Santa Cecilia, havia sido fundada pelo D. Manoel Nunes Coelho.

Destaque para o futebol. `A pagina 150 temos a menĆ§Ć£o:

“Alguns afirmam que o Futebol com “TĆ©cnicas” foi trazido de VirginĆ³polis, por Jose SimƵes, Cicero Coelho e Josio Avelino, os quais foram praticamente os primeiros jogadores de Futebol de Coroaci.”

Da familia Avelino de VirginĆ³polis temos ainda a professora dona ConceiĆ§Ć£o Avelino Coelho, viuva de nosso primo Jose Darcy Coelho. NĆ£o me recordo do sobrenome SimƵes relacionado a VirginĆ³polis. NĆ£o estou dizendo isso no senso de negar, apenas nĆ£o conheci.

Minha duvida ai seria se seria nosso primo Cicero Rodrigues Coelho ou o anteriormente citado Cicero de Oliveira Coelho, o qual nĆ£o sei localizar em nossa Arvore GenealĆ³gica.

Entre os poetas que elaboraram odes a Coroaci constam 3 Coelho: Nilce G. Coelho, Marcio Antonio Coelho Chaves e Magda Coelho Rocha. Os Coelho da Rocha em nossa famĆ­lia tiveram homĆ“nimos em SĆ£o JoĆ£o Evangelista. Porem, esses deverĆ£o ser nossos primos em outras raizes.

Talvez, entre as pessoas nĆ£o mencionadas e que engrandeƧam Coroaci esta, como casal, aos Notel Nunes Coelho e dona Maria Isabel Rodrigues. Ele foi mencionado pelo primeiro nome como irmĆ£o do D. Manoel.

Porem, o casal foi pai dentre outros do Monsenhor Omar Nunes Coelho. Este foi pĆ”roco em SĆ£o Gotardo/Rio ParanaĆ­ba, MG. Nasceu em Coroaci em 1915 e faleceu na Diocese de Luz, em 18.01.2009. Gozava de grande respeito dos seus paroquianos.

Esse eh o resumo que faƧo do livro.

A ma noticia foi a de que resolvi procurar a autora para conversarmos a respeito da genealogia da cidade. Quando acessei o site da prefeitura vim a saber que ela havia falecido em setembro de 2017. Ou seja, poucos dias depois que tinha tido a noticia da existĆŖncia da obra.

Dona Angela Rocha da Silva Chaves fora professora e bibliotecaria do municipio. `A pagina 184 deixou esse recado:

“Coloco-me `a inteira disposiĆ§Ć£o, para futuras informaƧƵes, que poderĆ£o um dia fazer parte da complemento da Historia de Coroaci.”

Resta-nos esperar que alguĆ©m com mais familiaridade e conhecimento local se anime e de continuidade a tĆ£o importante e sublime trabalho de manter nossos ancestrais vivos em seus feitos e realizaƧƵes.

 

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007. O RESUMO EM ESQUELETOS GENEALOGICOS

01. Jeronimo Moniz Barreto, o velho c. c. Isabel de Lemos (17)

02. Francisco Moniz de Menezes c. c. D. Maria Lobo de MendonƧa

03. Jeronimo Moniz Barreto c. c. D. Thereza de Souza

a. 04. D. Francisca Isabel Barreto de Menezes c. c. Francisco Moniz Barreto (1)

05. D. Leonor Maria da Silva Corte-Real c. c. Martinho Afonso de Mello (2)

06. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c. c. Martinho Moniz Barreto

07. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

b. 04. D. Luiza Josefa de Menezes, irma de D. Francisca Isabel c. c. Antonio Galas da Silveira (3)

05. Diogo Moniz da Silveira c. c. D. Anna Maria da Afonseca (4)

06. Martinho Moniz Barreto c. c. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes

07. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

c. 01. Isabel de Lemos c. c. Jeronimo Moniz Barreto, o velho

02. JoĆ£o Rodrigues Palha c. c. MĆ©cia de Lemos, e era filha do fidalgo cavaleiro FernĆ£o de Lemos.

d. 02. D. Maria Lobo de MendonƧa c. c. Francisco Moniz de Menezes

03. D. Victoria de Barros c. c. Manoel de Freitas do Amaral (5)

04. D. Catharina Lobo de Almeida c. c. Gaspar de Barros de MagalhĆ£es (6)

05. Henrique Lobo c. c. Isabel de Reboredo

06. Baltazar Lobo de Souza c. c. Joana Barbosa (*)

e. 03. D. Thereza de Souza c. c. Jeronimo Moniz Barreto

04. Antonia Barbalho Bezerra c. c. Antonio Ferreira de Souza

05. Luiz Barbalho Bezerra c. c. D. Maria Furtado de MendonƧa (7)

06. Camilla Barbalho c. c. Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda

07. BrƔs Barbalho Feyo c. c. Catharina Tavares de Guardes

f. 04. Antonio Galas da Silveira c. c. D. Luiza Josefa de Menezes

05. Agueda de Pina c. c. LourenƧo de Oliveira Pita

06. Felipe de Lemos Palha c. c. Francisca Barbosa Caramuru

07. Joao Rodrigues Palha c. c. MĆ©cia de Lemos, filha do fidalgo cavaleiro FernĆ£o de Lemos.

g. 06. Francisca Barbosa CaramuruĀ c. c. Felipe Palha de Lemos

07. Catarina Alvares c. c. Baltazar Barbosa de Araujo (8)

08. Genebra Alvares c. c. Vicente Dias de Beja (9)

09. Catharina du Brezil c. c. Diogo Alvares Correa, Caramuru (10)

10. Cacique Taparica, CarijĆ³/Tupinamba

h. 04. Antonio Ferreira de Souza c. c. Antonia Barbalho Bezerra

05. D. Catharina de Souza c. c. Eusebio Ferreira (11)

06. Belchior de Souza Drummond c. c. D. Mecia de Armas (12)

07. Antonio de Souza Drummond c. c. D. Joana Barbosa Caramuru

08. Joao Goncalves Drummond c. c. D. Marta de Souza

09. Clara Anes Drummond c. c. Gaspar Goncalves Ferreira (13)

10. Sir John Drummond (16) c. c. D. Branca Afonso da Cunha (14)

11. Sir John Drummond, 12o. sr. de Lennox c. c. Elizabeth Sinclair of Roslin

i. Ā 07. D. Joana Barbosa Ā CaramuruĀ c. c. Antonio de Souza Drummond

08. Catarina Alvares c. c. Baltazar Barboza de Araujo (8)

09. Genebra Alvares c. c. Vicente Dias de Beja (9)

10. Catharina du Brezil c. c. Diogo Alvares Correa, Caramuru (10)

11. Cacique Taparica, CarijĆ³/Tupinamba

j. Ā 08. D. Marta de Souza c. c. Joao GonƧalves Drummond

09. Baltazar Lobo de Souza c. c. Joana Barboza (*)

Logo apĆ³s ter escrito esse resumo e a descriĆ§Ć£o da numeraĆ§Ć£o, lembrei-me que faltaram alguns componentes genealĆ³gicos para completar-se melhor o quadro. SĆ£o apenas mais 4, mesmo que pensei antes fazer reservas a dois deles:

k.Ā 03. Jeronimo Moniz Barreto c.c. Thereza de Souza, filho de:

04. Francisco Moniz de Menezes c.c. (1) D. Maria Lobo de MendonƧa, filhoĀ de:

05. Jeronimo Moniz Barreto, o velho c.c. D. Izabel de Lemos (17), filho de:

06. Egas Moniz Barreto c.c. D. Maria da Silveira ou Anna Soares, filho de:

07. Guilherme Moniz c.c. (?), filho de:

08. SebastiĆ£o Moniz c.c. (2) D.Ā Joana da Silva(18), filho de:

09. Guilherme Moniz Barreto, alcaide-mor de Silves (19) c.c. Ignez (20), filho de:

10. Henrique Moniz c.c. (?), filho de:

11. Vasco Martim Moniz c.c. (?)

l. Ā 05. Henrique Lobo c. c. Isabel de Reboredo, filho de:

06. 1492Ā Balthazar Lobo de Sousa c. c. Joana Barbosa (*) 1a. esposa.

07. 1472 Felipa de Souza c. c. Diogo Lobo

08. Joana da Guerra c. c.Ā JoĆ£o Fernandes de Souza, 4o. sr. de BaiĆ£o

09. Isabel da Guerra c. c. GonƧalo Vaz Coutinho

10. D. Ignez da Guerra c. c. Alvaro Pires da TƔvora

11. Pedro da Guerra c. c. D. Tereza Anes De Andeiro (21)

12. D. JoĆ£o de Portugal, duque de Valencia c. c. Desconhecida

13. D. Pedro I, rei de Portugal c. c. D. Ines de Castro

14. D. Afonso IV, o Bravo c. c. D. Beatriz de Molina e Castela

15. D. Dinis I, o Lavrador c. c. D. Isabel de AragĆ£o

16. D. Afonso III c. c. D. Beatriz de Castela

17. D. Afonso II c. c. D. Urraca de Castela

18. D. Sancho I, o PovoadorĀ c. c. D. Dulce de AragĆ£o

19. D. Afonso I Henriques, o Conquistador c. c. D. Mafalda de SabĆ³ia

20. D. Teresa de Leon c. c. D. Henri de Borgonha

21. D. Alfonso VI de Leao e Castella c. c. Ximena Moniz

(*) O nome Joana Barbosa foi sugerido por Manuel Abranches, mas nĆ£o se tem certeza.

m. 10. Sir John Drummond c. c. Branca Afonso da Cunha + Catarina Vaz

11. Sir John Drummond, 12th of Lennox c. c. Elizabeth Sinclair of Roslin

12. Sir John Drummond, 11th of Lennox c. c. Mary Montfex, Heiress of Stobhall

13. Sir Malcolm Drummond, 10th of Lennox c. c. Lady Annabella Graham

14. Sir Malcolm Drummond, 9th Thane of Lennox c. c. Margareth Graham

15. John Drummond, 8th thane of Lennox c. c. Elena Drummond

16. Sir Malcolm Drummond, 7th thane of Lennox c. c. Margareth Drummond

17. Malcolm Beg Drummond, Chamberlain of Len. c. c. Ada of Maldwin of Lennox

18. Malcolm II Drummond, 5th thane of Lennox c. c. ?

19. John Drummond, 4th thane of Lennox c. c. ?

20. Maurice Drummond, 3st thane of Lennox c. c. ?

21. Malcolm de Drummond, 2nd seneschal of Lennox c. c. ?

22. Maurice de Drummond, 1st Seneschal of Lennox c. c. ?

n.Ā 02. Elizabeth Sinclair of Roslin c. c. Sir John Drummond

03. Henry Sinclair, 1st Earl of Orkney c. c. Jean Halyburton of Dirleton

04. William Sinclair of Roslin c. c. Isabel Graham of Strathean

05. Sir William Sinclair of Roslin c. c. Rosabelle

06. Sir Henry Sinclair of Roslin, 7th lord of Roslin c. c. Alice de Fenton

07. Sir William Sinclair of Roslin, 6th lord of Roslin c. c. Amicia de Roselyn

08. Robert de St. Clair c. c. Eleanor de Dreux

RESSALVE-SE QUE:

I. Na obra do Frei JaboatĆ£o ha uma narrativa genealogia, que ocupa quase 3 paginas a partir da numero 135, de Baltazar Barboza de AraĆŗjo e de seu meio-irmĆ£o Francisco.

Muitos dos ancestrais de ambos os personagensĀ serĆ£o os mesmos de outros que compƵem as raizes dessa genealogia.

DESCREVENDO O NUMERADO:

(1) Francisco Moniz Barreto, casado com D. Francisca Isabel, era natural da Ilha Terceira, AƧores, e filho de Guilherme Moniz Barreto e sua esposa D. Maria Faleiro. Pag. 374

(2) Martinho Afonso de Mello era natural de Maragogipe, BA, e filho do sargento-mor Jose Pereira da Cunha e de D. Ignacia Pereira de Mello, sua esposa. Pag. 376

(3) Antonio Galas da Silveira teve a merce do habito de Cristo que nĆ£o professou por ter falecido antes de tomar posse. Pag. 376

(4) D. Anna Maria da Afonseca foi filha do capitĆ£o Antonio Diniz de Macedo e de sua esposa D. Virginia da Fonseca, filha do sargento-mor Francisco Pinto da Fonseca DeƧa. Pag. 376

(5) Manoel de Freitas do Amaral foi homem rico e cavaleiro fidalgo. Pag. 206

(6) Gaspar de Barros de MagalhĆ£es, viveu no RecĆ“ncavo Baiano foi muito rico e afazendado. Pag. 203

(7) D. Maria Furtado de MendonƧa fez parte da famĆ­lia de igual sobrenome que fez Historia no Rio de Janeiro. Era filha de Fernand’Aires Furtado de MendonƧa e de sua esposa D.Ā Cecilia de Andrade Carneiro. Pag. 311

(8) Baltazar Barbosa de Araujo era natural de Ponte de Lima, Portugal, e filho de Gaspar Barboza de Araujo e sua esposa D. Maria de Araujo. Pag. 135 e segue.

(9) Vicente Dias de Beja, era natural da Provincia do Alentejo, era moƧo fidalgo da casa do infante D. Luis. Pag. 86

(10) Diogo Alvares Correa, Caramuru, era filho das principais famĆ­lias nobres de

Viana. Pag. 84

(11) Eusebio Ferreira, era natural de Porto Santo, na Ilha da Madeira, e filho de LeĆ£o Ferreira. Pag. 313.

(12) D. MĆ©cia de Armas, foi segunda esposa de Rafael Telles, do qual nĆ£o teve filhos; e filha de Luis de Armas e de D. Catharina Jacques, “pessoas nobres e principais da Bahia”. Pag. 175

(13) Gaspar Goncalves Ferreira. Era filho de GonƧalo Aires Ferreira.

(14) Branca Afonso da Cunha era natural de Covilha.

(15) Elizabeth Sinclair de Roslin descendia de Sir William Sinclair of Roslin, um nobre cavaleiro na EscĆ³cia que as tradiƧƵes e provas atuais indicam que chefiou uma expediĆ§Ć£o exploratĆ³ria que aportou na Nova EscĆ³cia, ProvĆ­ncia do Canada, por volta de 1360, ou seja, mais de um sĆ©culo antes de Colombo.

A missĆ£o de William Sinclair seria a de proteger supostos tesouros dos Cavaleiros TemplĆ”rios, Ordem que fora dissolvida pelo papa Clemente, em 1312.

Mas houve continuidade tanto na EscĆ³cia quanto em Portugal, onde a organizaĆ§Ć£o veio a chamar-se Ordem de Cristo.

(16) A familia Drummond, tanto quanto a Sinclair, formou-se a partir da nobreza francesa, porem, quando da transferencia do Sir John Drummond para a Madeira ja era ha mais de 1 sƩculo famƭlia escocesa.

(17) Izabel de Lemos era irma de Felipe de Lemos Palha, filhos de JoĆ£o Rodrigues Palha e D. MĆ©cia de Lemos. Pags. 469 (batizada a 25.03.1568) e 161.

(18) D. Joana da Silva era filha de GonƧalo da Silva, regedor da justiƧa em Lisboa. Pag. 144.

(19) Guilherme Moniz Barreto foi tambĆ©m casado com D. Joanna da Costa Corte-Real, filha de JoĆ£o Vaz da Costa Corte-Real. Pag. 144

Talvez venhamos a ser descendentes desses tambƩm, pois, o (1) Francisco Moniz Barreto tinha por pai outro Guilherme Moniz Barreto. E antes de migrar para o Brasil a famƭlia estava radicada na Ilha Terceira, AƧores.

(20) D. Ignez, era filha de GonƧalo Nunez Barreto, alcaide-mor do Faro. Pag. 144

(21) D. Teresa Anes de Andeiro, foi filha de JoĆ£o Fernandes de Andeiro, segundo Conde de Ourem, e sua esposa D.Ā Maior Fernandes de Moscoso.

Maior Fernandes de Moscoso era entĆ£o viuva de FernĆ£o Bezerra. Deles descendem os Bezerra em Pernambuco, dos quais tambĆ©m descendia o governador Luiz Barbalho Bezerra, nosso ancestral.

Consta em genealogias um terceiro nobre casado com Maior Fernandes de Moscoso. Caso seja a mesma, teremos a oportunidade de descender dela por 3 vias, sendo pelo menos uma de cada marido.

Quem desejar aprofundar mais pode verificar os nomes e genealogias dos cĆ“njuges de nossos possĆ­veis ancestrais mais nobres, pois, estĆ£o expostos na internet.

Aconselho aos descendentes dos ancestrais ANTƔNIO JOSE MONIZ e MANOELA DO ESPIRITO SANTO, via Luiza Maria do Espirito Santo e seu marido, o fundador de GuanhĆ£es, capitĆ£o de milĆ­cias Jose Coelho da Rocha, a copiarem esse resumo para te-lo disponĆ­vel.

A minha convicĆ§Ć£o de nosso ancestral Antonio Jose ser o mesmo ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO aumenta a cada retorno que faƧo a esses estudos. As evidencias dissoĀ sĆ£o enormes.

Seria bom ter os dados guardados em mĆ£os porque pode-se perder as informaƧƵes na internet caso hajam mudanƧas indesejĆ”veis no futuro. E tambĆ©m, fica mais fĆ”cil consultar os dados quando se for falar no assunto na ausĆŖncia de um computador `as mĆ£os.

Ha que lembrarmos tambĆ©m que nossa ancestral Manoela do Espirito Santo pode vir do mesmo nĆŗcleo de famĆ­lias primeiro fundadoras da Bahia.

E temos outra ancestral, Tereza (Fiuza) de Jesus, baiana, `a Ć©poca, procedente de Itabaiana, atualmente em Sergipe, que devera ter pelo menos alguns dos mesmos ancestrais.

Ha a necessidade de sabermos isso para termos a ciĆŖncia de que: aqueles ancestrais que pensamos ser antigos demais para termos vĆ­nculos parentais prĆ³ximos com eles, em verdade, sĆ£o nosso “bisavĆ³s-de-fato” devido a tantas vezes que nos sĆ£o ancestrais.

 

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008. DESCENDENTES DE D. PEDRO I, DE PORTUGAL, E DONA IGNEZ DE CASTRO?

 

“ARGOLOS

Rodrigo Argolo foi um nobre Castellano, que passou `a Bahia nos princĆ­pios da sua fundaĆ§Ć£o, e n’ella com Joana Barboza Lobo, uma das trez irmans orfans, filhas de Balthazar Lobo de Souza, que faleceu na carreira da India, as quaes trez irmans, com outras mais, tambĆ©m orfans e filhas de pessoas nobres, mandou a rainha D. Catharina, mulher do Sr. rei D. JoĆ£o III, no anno de 1551, na armada de que era capitĆ£o de mar e guerra Antonio de Oliveira Carvalhal, que foi o primeiro alcaide-mor da Bahia, e vieram a entregar estas orfans ao governador ThomĆ© de Souza, primeiro que no anno de 1549 veio fundar esta cidade, mudando-a de Villa-Velha do Pereira para onde agora esta, recomendando el-rei e a rainha ao dito governador cazasse as taes donzellas com as pessoas principaes que houvesse na terra, e assim com o tal Rodrigo de Argolo, acima, que n’esta mesma ocaziĆ£o, com o governador ThomĆ© de Souza, ou na prĆ³pria armada do Oliveira veio `a Bahia cazou o governador a D. Joana Barboza, a qual e suas duas irmans, nomeadas a fl… dizem as memĆ³rias, que d’ellas tratam, eram sobrinhas do Conde de Sortella. Foi este Rodrigo Argolo provedor da AlfĆ¢ndega da nova cidade do Salvador, Bahia de Todos os Santos, por mercĆŖ do Sr. rei D. JoĆ£o III, por cazar com a sobredita D.Joana Barboza, da qual teve os filhos seguintes:”

Acabo de fazer mais uma pequena revista nos escritos e encontrei, alem de outras, essa passagem bastante esclarecedora de nossa genealogia. Isso porque Balthazar Lobo de Sousa foi pai de:

01. Joana Barbosa Lobo c. c. Rodrigo de Argollo

02. Micia Lobo de MendonƧa c. c. Francisco Bicudo

03. Catharina Lobo de Barbosa Almeida c. c. Gaspar de Barros MagalhĆ£es.

Cada um desses casais ira dar reflexo em nossa genealogia. Eu apenas nĆ£o os analisei a contento. Mas sei que os Argollo irĆ£o depois misturar-se com nossos familiares.

Micia e Francisco serĆ£o paisĀ de outra Micia. Essa serĆ” a primeira esposa de Jeronimo Moniz Barreto, o velho. Eles serĆ£o os pais do Egas Moniz Barreto, que serĆ” pai do Francisco Barreto de Menezes que, por sua vez, Egas Moniz Barreto, o marido de D. IgnezĀ Teresa Barbalho Bezerra.

D. Ignez foi filha de Antonia Barbalho e Antonio Ferreira, e neta por via materna do governador Luiz Barbalho Bezerra e de sua esposa Maria Furtado de MendonƧa. Por ai sai alguns tƭtulos de nobreza do Imperio Brasileiro.

Ja a dona Catharina e seu esposo Gaspar foram pais de dona Vitoria de Barros que casou-se com Manoel de Freitas do Amaral.

Deles nasceu dona Maria Lobo de MendonƧa que foi casar-se com Francisco Moniz de Menezes, observe-se como o nome eh parecido com o do Francisco Barreto de Menezes!

Maria Lobo e Francisco Moniz, porem, serĆ£o pais do Jeronimo Moniz Barreto, o mais moƧo que o anterior. Esse ira casar com dona Teresa de Souza, irmĆ£ da dona Ignez Teresa, tambĆ©m filha de Antonia Barbalho e Antonio Ferreira.

Dai para frente basta seguir na ordem descendente para encontrar-se poucas geraƧƵes depois o ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO que, ate que se prove o contrario, devera ser nosso ancestral:

ANTONIO JOSE MONIZ, que se casou com MANUELA DO ESPIRITO SANTO e foram pais, em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, da nossa preciosa ancestral, tetravĆ³: LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO.

E que o Divino Espirito Santo proteja a todos no carnaval e todos os dias da vida.

Essa mensagem foi passada durante o carnaval de 2018. Eu estava satisfeito com o que havia encontrado ate entĆ£o. Mas dai!

Retornando `a “REVISTA TRIMENSAL” parece-me que em alguma parte o autor da genealogia ou eu cometemos um grave engano. Assim, porei em sequencia para tirar as duvidas.

PAG. 161

“N. 3 – Jeronimo Moniz Barreto (2), filho terceiro de Egas Barreto, a fl…, e de sua mulher D. Maria da Silveira …………………, e ali cazou duas vezes, a primeira com D. Micia Lobo de MendonƧa, filha de Francisco Bicudo e de sua primeira mulher D. Micia Lobo de MendonƧa …………………. E dela teve filhos:

  1. Egas Muniz Barreto, que se segue.”

Ā 

Teve ainda: Angela, Maria Francisca, casadas, e Izabel e Vasco, solteiros.

PAG. 162

“N.1 – Egas Moniz Barreto (1) filho primogenito de Jeronimo Moniz Barreto e de sua primeira mulher D. Micia Lobo deĀ MendonƧa, cazou trez vezes, a primeira com D. Agueda de Lemos,Ā irman de sua madrasta D. Izabel de Lemos, acima, e a fl…, n.5, e della teve filho:

5. Francisco Barreto de Menezes, que se segue. Batizado em Paripe a 6 de Junho de 1602.

D. Micia de Menezes, mulher de Paulo Argol, a fl…”

`As paginas 177-8 surgem dois Paulo Argolo. Na revista faltou o “o” final. O primeiro era filho do Rodrigo Argolo Castellano e dona JoanaĀ Barbosa Lobo e Ā casou-se com Felicia Lobo, filha de Gaspar de Barros deĀ MagalhĆ£esĀ e sua esposa Catharina Lobo de Barbosa Almeida, ou seja, eram primos em primeiro grau pelos lados maternos.

O autor confundiu ao dizer que dona Joana Lobo era irmĆ£ da dona Felicia. Deveriam ser tia e sobrinha.

O segundo Paulo Argolo, filho do primeiro e dona Felicia, casou-se com Micia Lobo de MendonƧa. Porem essa ja possuƭa um parentesco um pouco mais distante, pois, foi filha de Egas Moniz Barreto e sua esposa Agueda de Lemos.

Esse era o Egas Moniz, filho do Jeronimo Moniz Barreto, o velho, e de sua primeira esposa Micia Lobo de MendonƧa. Por sua vez, essa era filha de Francisco Bicudo e a primeira Micia Lobo de MendonƧa, uma das 3 irmĆ£s que foram enviadas para casarem-se com as maiores figuras da terra. Seguindo:

“N. 5 – Francisco Barreto de Menezes, fidalgo escudeiro, filho de Egas Moniz, n. 1, e de sua primeira mulher Agueda de Lemos, cazou com D. Izabel de AragĆ£o, filha de Melchior de AragĆ£o (2) e de sua mulher Maria Dias, e teve filhos. Faleceu D. Izabel de AragĆ£o a 19 de Maio de 1674, ja viuva. Sepultada em S. Francisco.

12. Egas Muniz Barreto, que se segue. Batizado na sƩ a 22 de Agosto de 1646.

________________________

(1) Fidalgo escudeiro. Faleceu a 23 de Outubro de 1646, sepultado em Camamu, onde era morador.

(2) Senhor do engenho Mataripe. Faleceu em 1669.

Dona Izabel de AragĆ£o, aparece na pagina 110 da Revista. Sua mĆ£e, Maria Dias, consta, na pagina 109, ter sido “outra filha de Maria Dias e seo marido Francisco de Araujo.” E Melchior era oriundo da Ilha da Madeira.

Maria Dias, esposa de Francisco de Araujo, foi filha de Genebra Alvares e seu marido Vicente Dias de Beja. Sendo Genebra Alvares filha de Diogo Alvares Correia, o Caramuru, e Catharina Alvares, a ParaguaƧu. Ou seja, teriam entĆ£o o mesmo sangue que nos. A menĆ§Ć£o esta na pagina 86.

PAG. 163.

“N. 12 – Egas Moniz Barreto, filho de Francisco Barreto de Menezes, n. 5, foi coronel escudeiro fidalgo, cazou com D. Ignez Barbalho Bezerra, filha de Antonio Ferreira de Souza e de sua mulher D. Antonia, filha de Luiz Barbalho, a fl…”

FAZENDO O ESQUELETO GENEALOGICO I

01. Egas Moniz Barreto c. c. D. Ignez Barbalho, filho de:

02. Francisco Barreto de Menezes c. c. Izabel de AragĆ£o, filho de:

03. Egas Moniz Barreto c. c. Agueda de Lemos, filho de:

04. Jeronimo Moniz Barreto c. c. Micia Lobo de MendonƧa, filho de:

05. Egas Moniz Barreto c. c. D. Maria da Silveira.

PAG. 161

“Segunda vez cazou Jeronimo Moniz Barreto com D. Izabel de Lemos, filha de JoĆ£o Rodrigues Palha e de sua mulher Micia de Lemos e teve filhos:

4. Miguel Telles de Menezes, a fl… e ali o mais

4. Antonio Moniz Telles, adiante. Batizado na se a 19 de Abril de 1586

4. Vicente, Francisco, Jeronimo, D. Joana e Anna de Lemos, mulher de ChristĆ³vĆ£o Rabelo, com filhos, a fl…”

PAG. 372

“MONIZES DO SOCORRO

N. 1 – Francisco Moniz de Menezes, *filho de Jeronimo Moniz Barreto, o velho, e de sua segunda mulher D. Izabel de Lemos, a fl…, foi fidalgo da caza real e cazou com D. Maria Lobo de Mendonca, filha de Manoel de Freitas do Amaral e de sua mulher D. Victoria de Barros, a fl…, n. 6, e teve filhos:

1. D. Victoria de Menezes, mulher de Vasco de Souza, a fl…, e depois de Jeronimo da Cruz, cazou com este a 30 de Abril de 1658.

________________________________

  • Faleceu a 1. de Abril de 1674, sepultado na capella-mor da Mizericordia na sepultura de seu avĆ“ Francisco de Araujo.”

 

PAG. 373

“2. Jeronimo Moniz Barreto, que se segue:

N. 2 – Jeronimo Moniz Barreto, filho de Francisco Moniz de Menezes, acima, e de sua mulher D. Maria Lobo de MendonƧa, cazou com D. Tereza de Souza, (1), filha de Antonio Ferreira de Souza e de sua mulher D. Antonia Bezerra, a fl. 269, e teve filhos:

3. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, que se segue, batizada a 21 de Janeiro de 1666″

…………………………………………………………..

5. D. Luiza Josefa de Menezes, depois, batizada a 25 de Setembro de 1687.”

FAZENDO O ESQUELETO GENEALOGICO II

01. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c. c. Francisco Moniz Barreto

01. D. Luiza Josefa de Menezes c. c. Antonio Galas da Silveira, ambas filhas de:

02. Jeronimo Moniz Barreto c. c. D. Thereza de Souza, filho de:

03. Francisco Moniz de Menezes c. c. D. Maria Lobo de MendonƧa, filho de:

04. Jeronimo Moniz Barreto c. c. D. Izabel de Lemos, filho de:

05. Egas Moniz Barreto, o velho c. c. D. Maria da Silveira

Assim, torna-se claro que enganei-me ao identificar ao Egas Moniz Barreto, casado com Ignez Thereza, como se fosse irmĆ£o de Jeronimo Moniz Barreto, casado com dona Thereza, irmĆ£ de dona Ignez.

Os Franciscos pais eram diferentes. O problema ai foi que a mistura era muito semelhante ja que nos lados maternos dona Agueda era irmĆ£ de D. Izabel de Lemos. E dona Maria Lobo era prima de dona Micia Lobo.

O Jeronimo da D. Thereza de Souza era da geraĆ§Ć£o do Francisco, pai do Egas da Ignez Thereza.

Assim se desfaz alguns mal-entendidos e tambĆ©m se informa o quĆ£o as famĆ­lias no perĆ­odo colonial se entrelaƧavam de forma muito semelhante ao que fariam as geraƧƵes descendentes ate `a altura de nossos pais e seus familiares.

Observe-se, entĆ£o, os riscos para a saĆŗde da descendĆŖncia! Motivo Ć³timo para se estudar a genealogia e usa-la em medicina preventiva.

Para uma melhor compreensĆ£o do que ja passamos nessa revista, ha que repetir aqui o esqueleto maior, ate ao momento:

ESQUELETO GENEALOGICO III

01. Diogo Alvares Correia (Caramuru)Ā c.c. Catharina Alvares, pais de:

02. Genebra Alvares c.c. Vicente Dias de Beja, pais de:

03. Catharina Alvares c.c. Balthazar Barboza de Araujo, pais de:

04. Francisca Barboza c.c. Felippe de Lemos, pais de:

05. Agueda de Pina c.c. LourenƧo de Oliveira Pita, pais de:

06. Antonio Galas da Silveira c.c. D. Luiza Josefa de Menezes, pais de:

07. Diogo Moniz da Silveira c.c. Anna Maria da Affonseca, pais de:

08. Martinho Moniz Barreto c.c. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, pais de:

09. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

Por ai se vĆŖ como poderemos chegar `a nossa genealogia, caso esse ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO seja o mesmo nosso tetravĆ“ ANTƔNIO JOSE MONIZ.

Ja vimos em nosso texto anterior, embora esteja ao depois no blog, que Baltasar Barbosa de AraĆŗjo tem ancestrais conhecidos `a sua Ć©poca que remontam a anos anteriores ao ano 1.000 de nossa era.

Mas hoje sabemos que o ancestral apontado naquela carta sob o nome de Egas Moniz de Riba Douro, trata-se do senhor de Riba Douro, que se casou com Toda Ermiges. Ela foi bisneta do rei D. Ramiro I, de Leon.

A carta ate menciona que o conde D. Pedro dizia isso mas o autor nĆ£o chegou `a informaĆ§Ć£o. Egas e Toda foram os bisavĆ³s de Egas Moniz, o Aio. Esse foi o bisavĆ“ do D. Soeiro Viegas Coelho, o que iniciou a geraĆ§Ć£o da assinatura Coelho.

D. Soeiro foi o pai de, entre outros, Maria Soares Coelho, que foi a esposa do D. JoĆ£o Peres, I senhor da Torre de Vasconcelos, e cuja famĆ­lia adotou o sobrenome por causa disso. Na carta aparece somente ele como D. JoĆ£o Pires de Vasconcelos. Tinha ele o apelido de “o Tenreiro”.

Outro que aparece naquela lista foi o D. Rui GonƧalves Pereira. Como ja mencionei, era primo prĆ³ximo do D. Nuno Alvares Pereira. EstĆ£o eles entre as primeiras geraƧƵes desse nobre sobrenome da Pereira. E tambĆ©m sĆ£o descendentes do rei D. Ramiro I.

A ascendĆŖncia conhecida de D. Ramiro I remonta a tempos anteriores a Cristo. O que, alias, se confunde com a ascendĆŖncia de toda a nobreza europeia.

01.Ā D. Catarina Alvares foi filha do chefe Taparica, maioral dos Morubixabas, uma das tribos da naĆ§Ć£o Tupinamba.

04. Vejamos como Felipe de Lemos se enquadra num esqueleto.

ESQUELETO GENEALOGICO IV

01. Felipe de Lemos c. c. Francisca Barbosa, filho de:

02. Micia de Lemos c. c. JoĆ£o Rodrigues Palha, filha de:

03. FernĆ£o de Lemos, fidalgo cavaleiro.

Dona Agueda de Lemos, que aparece na genealogia do Egas Moniz Barreto, acima, e Isabel de Lemos que aparece no Esqueleto Vi, abaixo, eram irmĆ£s do Felipe de Lemos.

`A pagina 469 temos:

“5. Felippe de Lemos, cazado com filhos, e teve o foro de escudeiro fidalgo, e logo o de cavalleiro fidalgo por alvarĆ” de 18 de Janeiro de 1620, batizado na sĆ© a 7 de Maio de 1576.”

Como nada se pode encontrar do LourenƧo de Oliveira Pita e Anna Maria da Affonseca, vamos tratar do esqueleto seguinte:

ESQUELETO GENEALOGICO V

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. D. Thereza de Souza, pais de:

02. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Francisco Moniz Barreto, pais de:

03. D. Leonor Maria da Silva Corte-Real c.c. Martinho Affonso de Mello, pais de:

04. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Martinho Moniz Barreto, pais de:

05. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

Como se pode ver, essas foram as duas formas como chegamos ao mesmo, possƭvel, ancestral ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO.

Falta-nos, entĆ£o, a parte que nos cabe do capitulo MONIZ BARRETO:

ESQUELETO GENEALOGICO VI

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. Thereza de Souza, filho de:

02. Francisco Moniz de Menezes c.c. (1) D. Maria Lobo de MendonƧa, filho de:

03. Jeronimo Moniz Barreto, o velho c.c. D. Izabel de Lemos, filho de:

04. Egas Moniz Barreto c.c. D. Maria da Silveira ou Anna Soares, filho de:

05. Guilherme Moniz c.c. (?), filho de:

06. SebastiĆ£o Moniz c.c. (2) D.Ā Joana da Silva, filho de:

07. Guilherme Moniz Barreto, alcaide-mor de Silves c.c. (3) Ignez, filho de:

08. Henrique Moniz c.c. (?), filho de:

09. Vasco Martim Moniz c.c. (?)

Aqui encontramos o quadro onde D. Izabel de Lemos foi irmĆ£ de Felippe de Lemos, acima, esqueleto IV.

ESQUELETO GENEALOGICO VII

01.Ā D. Maria Lobo de MendonƧa c. c. Francisco Moniz de Menezes, filha de:

02. D. Victoria de Barros c. c. Manoel de Freitas do Amaral, filha de:

03. Catharina Lobo de Barbosa Almeida c. c. Gaspar de Barros MagalhĆ£es, filha de:

04. Henrique Lobo c. c. Isabel de Reboredo, filho de:

05. 1492Ā Balthazar Lobo de Sousa c. c. Joana Barbosa (?) 1a. esposa.

06. 1472 Felipa de Souza c. c. Diogo Lobo

07. Joana da Guerra c. c.Ā JoĆ£o Fernandes de Souza, 4o. sr. de BaiĆ£o

08. Isabel da Guerra c. c. GonƧalo Vaz Coutinho

09. D. Ignez da Guerra c. c. Alvaro Pires da TƔvora

10. Pedro da Guerra c. c. D. Tereza Anes De Andeiro

11. D. JoĆ£o de Portugal, duque de Valencia c. c. Desconhecida

12. D. Pedro I, rei de Portugal c. c. D. Ines de Castro

13. D. Afonso IV, o Bravo c. c. D. Beatriz de Molina e Castela

14. D. Dinis I, o Lavrador c. c. D. Isabel de AragĆ£o

15. D. Afonso III c. c. D. Beatriz de Castela

16. D. Afonso II c. c. D. Urraca de Castela

17. D. Sancho I, o PovoadorĀ c. c. D. Dulce de AragĆ£o

18. D. Afonso I Henriques, o Conquistador c. c. D. Mafalda de SabĆ³ia

19. D. Teresa de Leon c. c. D. Henri de Borgonha

20. D. Alfonso VI de Leao e Castella c. c. Ximena Moniz

(?) O nome Joana Barbosa foi sugerido por Manuel Abranches, mas nĆ£o se tem certeza.

Consta que JoĆ£o Fernandes ficou Ć³rfĆ£o muito novo e era o Ćŗnico neto de Luis Alvares de Souza. E um trisavĆ“ dele chamava-se: D. Frei Alvaro Goncalves Camelo, que foi prior da Ordem do Hospital.

Ou seja, era da Ordem dos TemplĆ”rios, que em 1307 foi perseguida e extinta pela Igreja CatĆ³lica, porem, foi ressuscitada em 1317 pelo rei D. Diniz, passando `a Ordem do Hospital, ou Ordem Militar de Malta ou, ainda, Ordem de Cristo.

Essas informaƧƵes a mais aparecem na leitura:

http://www.soveral.info/mas/Argollo.htm

Aqui se afirma tambĆ©m que donas Joana e dona Micia (MĆ©cia ou Maria) na verdade eram irmĆ£s do Henrique Lobo e dona Catharina seria sobrinha e nĆ£o irmĆ£ delas.

A leitura ai tem um pouco de tudo. Romance, drama etc.

Mesmo com certa modorra em ler-se texto tĆ£o complicado, resolvi fazer a leitura melhor detalhada. Foi por isso que pude reconstituir as 20 geraƧƵes de nossos muito provĆ”veis ancestrais.

Bom, nesse caso, em se tratando do Antonio Jose Moniz Barreto. Caso nĆ£o seja ele o nosso ancestral, e pode se-lo por alguma outra via, poderemos sim sermos descendentes das mesmas pessoas, apenas seguindo outras sequĆŖncias que ainda nĆ£o pudemos reconstituir.

Interessante foi que `a leitura do texto, pareceu-me que o professor Manuel Abranches de Soveral fez alusĆ£o ao fato do Frei JaboatĆ£o ter se enganado ao incluir dona Catharina como irmĆ£ das trĆŖs Ć³rfĆ£s, e destaca que foi sobrinha.

Ele alega para a correĆ§Ć£o, nĆ£o apenas o que esta escrito no “Pedatura Lusitana”, de autoria do AlĆ£o, mas tambĆ©m documentos comprovantes. O que chegou a convencer-me. Sem duvidas.

TambĆ©m alega que as filhas de Balthasar Lobo de Souza nĆ£o eram Ć³rfĆ£s, pois, o pai delas se encontrava vivo. Contudo, estava do outro lado do mundo. Em sua missĆ£o nas ƍndias, Goa, com sua segunda esposa e 10 filhos para cuidar.

Elas nĆ£o seriam Ć³rfĆ£s de todo. Apenas nĆ£o tinham mĆ£e e o pai era ausente. Mas ele faz mais algumas revelaƧƵes importantes. Tais como, eram mesmo 3 irmĆ£s:

01. Joana Barbosa Lobo c. c. Rodrigo de Argolo

02. Micia Lobo de MendonƧa c. c. Francisco Bicudo

03. Marta de Souza c. c. JoĆ£o GonƧalves Drummond

E com isso faz outra revelaĆ§Ć£o que passa a ser nosso prĆ³ximo esqueleto:

ESQUELETO GENEALOGICO VIII

01. Baltasar Lobo de Souza c. c. Joana Barbosa (?)

02. Marta de Souza c. c. JoĆ£o GonƧalves Drummond

03. Antonio de Souza Drummond c. c. Joana Barbosa

03. Melchior (Belchior) de Souza Drummond c. c. MĆ©cia de Armas

04. Catharina de Souza c. c. Eusebio Ferreira

05. Antonio Ferreira de Souza c. c. Antonia Barbalho Bezerra.

06. Tereza de Souza c. c. Jeronimo Moniz Barreto

Esses foram pais de duas das ancestrais do Antonio Jose Moniz Barreto:

01. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c. c. Francisco Moniz Barreto

02. D. Luiza Josefa de Menezes c. c. Antonio Galas da Silveira.

Abaixo, explicarei melhor que Joana Barbosa foi filha de Baltazar Barbosa de AraĆŗjo e dona Catarina Barbosa. Ou seja, era irmĆ£ da Francisca Barbosa, esposa do Felippe de Lemos. Esses estĆ£o no Esqueleto III, geraĆ§Ć£o 4.

O trabalho do professor Soveral trata mesmo da famĆ­lia Argolo. O que serĆ” Ćŗtil para o conhecimento da genealogia brasileira como um todo, inclusive com as preciosas informaƧƵes da procedĆŖncia dos tĆ­tulos de nobreza do ImpĆ©rio Brasileiro depois adquiridos pela descendĆŖncia.

Fica ai mais essa dica interessante pois ele informa que tais nobres descendiam nĆ£o apenas de uma das irmĆ£s, mas de duas: dona Joana e dona Marta e da sobrinha delas, Catarina.

Ou seja, nos seriam aparentados em duplo, caso sejamos descendentes de dona Marta e dona Catarina.

Ressalve-se que na descriĆ§Ć£o de ancestrais do numero 4. Paulo Argollo, deixa escrito que Antonia Bezerra, casada com Antonio Ferreira de Souza, foi filha de Luiz Bartolo e Maria Furtado.

NĆ£o sei dizer o que levou ao engano. Pode ter sido interferĆŖncia de outros dados no momento de escrever e `a revisĆ£o nĆ£o ter percebido. Mas esses seriam os nossos ancestrais, Luiz Barbalho Bezerra e Maria Furtado de MendonƧa.Ā Tem-se que rolar 2 bons dedos na tela do laptop para localizar-se esse engano.

Alias, nĆ£o foi por falta de literatura na qual basear-se. O casamento de Antonio Ferreira e Antonia Barbalho esta registrado tanto pelo Frei JaboatĆ£o quanto pelo “Pedatura Lusitana”, do AlĆ£o. Vou ate repetir aqui para facilitar para os leitores. Dona Antonia e Antonio estĆ£o no numero 4:

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pag. 343 Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā “BARBALHOS

  1. FernĆ£oĀ (A) Barbalho era natural de Entre Douro e Minho .. .. .. e teve:

2.Ā Antonio Barbalho

2. Luis Barbalho

2. Alvaro Barbalho

2. Antonio Barbalho filho 1o. este viveo no Porto aonde foi cidadĆ£o. Casou com ā€¦ā€¦ā€¦ e teve:

3. Antonio Barbalho

3. D. Guiomar ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦ā€¦.. m.er de Ignacio Cenarche de Noronha co. g.Ā Casou 2a. vez com D. Antonia Bezerra, ou Monteira, filha de Domingos Bezerra ā€¦ ā€¦ ā€¦ e houve:

3. Luis Barbalho Bezerra

3. Felippe Barbalho Bezerra

3. Antonio Barbalho filho 1o. deste viveo no Brazil ā€¦ ā€¦ ā€¦

3. Luis Barbalho Bezerra filho 2o. de Anto. Barbalho E o 1o. de

*******************************

(A) Os f.os deste FernĆ£o Barbalho erao primos de M.elĀ Fran.coĀ Barbalho e tiverao Capella em S.Ā Fran.coĀ do Porto. E o dito M.elĀ Fran.coĀ Barbalho foi pai de Clara Barbalho m.er de G.ar de Carvalho e forao pais de Jo. Lopes Barbalho fidalgo da casa delRei eĀ Com.orĀ de Sanfins de Nespereira e Mestre de Campo no Alentejo.

*******************************

Pag. 354

sua 2a. mulher n.2 foi insigne Soldado nas armas do Brazil: foi fidalgo da Casa delRei EĀ com.orĀ dos casaes na ordem de Christo. E Governador do Rio de Janeiro onde morreo.

Casou com D. Maria Furtado de M.Ƨa Ā filha de Fernandā€™Ayres Furtado E de sua m.er Cecilia Carreira E houve:

4. Guilherme Barbalho Bezerra

4. Agostinho Barbalho Bezerra

4. FernĆ£o Barbalho

4.Ā Fran.coĀ Monteiro Barbalho

4. Cosma Bezerra m.er deĀ Fran.coĀ de Negreiros Soeiro Sr. de hu engenho no Brazil

4. D. Antonia Bezerra m.er de Antonio Pereira de Sousa fo. de Eusebio Frra. Dromondo E de Cn.a de Sousa sua m.er.

4. D. Cecilia .. ā€¦ .. m.er de Anto. Barbosa Calheiros fo. de Io. Barbosa Calheiros em Vianna

4. D.Ā Fran.caĀ Furtada

4. Guilherme Barbalho Bezerra filho 1o. deste he Alcaide-mor de Serzipe delRei e tem a Comenda de seu pae. Casou com D. Anna Pereira fa. de D.os de Negreiros Soeiro Sr. de Engenho ā€¦ ā€¦ ā€¦ e teve

5. Luis Barbalho

5. Domingos Barbalho

Pag 355

4. Ago. Barbalho Bezerra fo. 2o. de Luis Barbalho Bezerra n.3 Foi correo-mor do Brazil ā€¦ā€¦

4. FernĆ£o Barbalho filho 3o. de Luis Barbalho Bezerra no. 3 Foi Vedor da Fazenda da India. Casou co D. Maria de Macedo m.er baixa.

4.Ā Fran.coĀ Monteiro Barbalho filho 4o. de Luis Barbalho Bezerra no. 3 Foi G.or da Fortaleza de S. Marcello na Bahia

3. Felippe Barbalho Bezerra filho 3o. de Antonio Barbalho no. 2 E o 2o. de sua m.erā€¦ā€¦..

2. Luis Barbalho filho 2o. de FernĆ£o Barbalho no. 1 servio na India ā€¦ā€¦ā€¦ e teve

3. D. ā€¦ ā€¦ ā€¦ m.er de D. Luis de Sousa ou da Sylva paes delRey de Maldiva tto. de gras.

2. Alvaro Barbalho filho 3o. de FernĆ£o Barbalho n. 1 Ā Casou no Brazil co ā€¦. ā€¦ ā€¦.ā€

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O prĆ³prio professor Manuel Abranches de Soveral haveria de convir que os tempos que aqueles escritores escreveram nĆ£o eram fĆ”ceis para esse tipo de trabalho. Imagine-se, vasculhar sĆ©culos de documentaĆ§Ć£o nĆ£o catalogada!

No caso do AlĆ£o, SoveralĀ bem mencionou que o irmĆ£o, Belchior de Souza Lobo, do Baltazar Lobo de Souza, e outros, nĆ£o foram mencionados. Ai acima, no titulo “BARBALHOS”, existem outros mistĆ©rios tambĆ©m.

Pelos nomes dos filhos, acredito que o Antonio Barbalho, filho de FernĆ£o Barbalho, deverĆ” serĀ o mesmo BrĆ”s Barbalho Feyo, tĆ£o frequente na literatura genealogia brasileira, surgindo desde Frei JaboatĆ£o ate Borges da Fonseca e, obviamente, todosĀ os mais recentes.

Caso contrario, o BrĆ”s poderĆ” ter sido um irmĆ£oĀ nĆ£o mencionado. E dai surgem outras confusƵes, tais como a de que o grande Luis Barbalho teria sido filho daquele Antonio. Os mesmos autores concordam que foi filho daĀ Camila Barbalho e alguĆ©m da FamĆ­lia Bezerra.

Atualmente se acredita queĀ o pai foi o Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda. O que, pela regressĆ£o de datas, posso dizer que seja o candidato mais forte.

Na verdade, eu nĆ£o desejava ter extendido tanto esse capitulo de meus estudos. A intenĆ§Ć£o era a de resumir o que ja sabia, concentrando-o nos esqueletos que penso ser melhor explicativos. Mas a menĆ§Ć£o a que Baltazar seria sextoneto do Pedro I e dona Ines de Castro acabou incitando minha curiosidade.

Porem ha ai outro engano no trabalho do professor Soveral. Tive que buscar em outras fontes para esclarecer. Ele postou que D. JoĆ£o Fernandes de Andeiro teria sido filho do Infante D. JoĆ£o, filho de Pedro e Ines.

Na verdade foi o Pedro da Guerra quem era, como esta no esqueleto. Dona Teresa Anes de Andeiro, esposa do Pedro, era filha do JoĆ£o Andeiro e sua esposa Maior Fernandes de Moscoso, que tinha antes sido viuva de FernĆ£o Bezerra.

Assim fica explicado o quĆ£o pequeno foi aquele mundo no qual nossos antepassados viviam. Ela ja era nossa ancestral via o lado Bezerra da famĆ­lia. Porem, com o primeiro marido. Agora as vezes podem multiplicar-se. E muito! Alem disso, descendia de D. Teresa de Leon e Henri de Borgonha.

A informaĆ§Ć£o de que podemos ser descendentes do Pedro e Ines de Castro Ć© realmente nova para mim. Ate hoje eu havia encontrado no mĆ”ximo ao rei D. Diniz como nosso ancestral. Assim, a gente fica descendente de praticamente toda a Dinastia Afonsina.

Nesse caso, faltaria completar com o D. Sancho II, rei de direito, porem, deposto por desagradar `a Igreja CatĆ³lica. Entrando no lugar dele o seu irmĆ£o, Afonso III.

E aqui temos um entroncamento interessante. Antes ha que nos lembrarmos que o rei D. Afonso IV foi quem ordenou a morte da rainha D. Ines de Castro. Ela e outros castelhanos que estavam em Portugal estavam ficando influentes demais junto ao prĆ­ncipe herdeiro Pedro.

E como Pedro abandonou a rainha de direito ConstanƧa Manuel, em favor do amor por Ines, pensava o rei e sua corte ser melhor mata-la para evitar uma guerra com os espanhĆ³is.

Os executores foram: Alvaro GonƧalves, Diogo Lopes Pacheco e PeroĀ Coelho. Houve praticamente uma revoluĆ§Ć£o. Mas os nervos foram acalmados e Pedro prometeu nĆ£o vingar depois que subisse ao trono. E a primeira coisa que fez foi quebrar a promessa, mandando executar seus desafetos.

Pedro I foi pai do rei de direito: Fernando I. Contudo esse nĆ£o teve filhos do sexo masculino para ocupar o trono. A filha tornou-se esposa do rei de Castela. EntĆ£o, com o falecimento de Fernando I, o rei JoĆ£o I de Castela invadiu Portugal.

As cortes em Coimbra ja haviam decidido que o rei seriaĀ JoĆ£o I, o Mestre de Avis, que ocuparia o trono. Esse JoĆ£o, Infante de Portugal, era filho do mesmo Pedro I, porem, extraconjugal.

De toda forma houve a guerra. Os portugueses derrotaram os castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Mesmo com menor numero de pessoas nas forƧas militares. As tĆ”ticas de guerra usadas pelos portugueses ajudados por ingleses foi superior. Os espanhĆ³is contavam com ajuda dos aragoneses e franceses.

Decidido quem ficaria no trono e que Portugal permaneceria independente, a vida continuou. O grande general da Ć©poca, D. Nuno Alvares Pereira, atualmente, Santo Nun’Alvares, tinha uma filha. Chamava-se Beatriz Pereira Alvim.

D. Nuno foi casado com Leonor Alvim. Essa era filha de primos: JoĆ£o Pires de Alvim e dona Branca Pires Coelho. Ambos descendiam do D. Egas Moniz, o Aio.

D. Beatriz Pereira Alvim, alem de ser filha Ćŗnica do D. Nuno, acabou casando-se com D. Afonso, filho do rei D. JoĆ£o I, de Portugal, e Ines Pires Esteves. Esse D. Afonso foi o primeiro Duque de BraganƧa. E do casal descende a Casa de BraganƧa.

Assim seguiram as duas linhagens. A que seguiu a Dinastia de Avis, se extinguiu em 1580, com o rei Felipe I da Espanha tomando a coroa de Portugal.

A Reconquista se deu a partir de 1640, com o restabelecimento da coroa portuguesa e a coroaĆ§Ć£o de D. JoĆ£o IV, que entĆ£o era o herdeiro do ducado de BraganƧa.

Assim se mostra que podemos nĆ£o ser descendentes de outros reis portuguesesĀ mais recentes, porem, todos os reis de Portugal e Brasil que existiram depois descenderam de mesmos ancestrais que nos.

E quando digo nos, estou referindo-me a boa quantidade da populaĆ§Ć£o brasileira. Imagine-se apenas os fatos. As 3 filhas e a neta do Baltazar Lobo de Souza devem ser ascendentes de milhƵes.

E, logicamente, nĆ£o devem ter elas sido as Ćŗnicas descendentes a se mudarem para o Brasil `a Ć©poca. Pedro governou apenas 10 anos, 1357 a 1367. Teve 6 filhos que chegaram `a idade adulta. Praticamente 200 anos apĆ³s seu governo foiĀ que elas foram para o Brasil.

200 anos era suficiente para que tivesse alguns milhares de descendentes, os quais nem todos estavam em situaĆ§Ć£o financeira melhor, portanto, ir para o Brasil era o sonho de “fazer a America”.

Apesar de que, somente o Baltazar Lobo de Souza estava com 10 filhos vivendo nas ƍndias. Ha que se pensar nisso tambĆ©m. Podemos ter milhares, senĆ£o milhƵes, de familiares indianos sem o sabermos.

Diga-se de passagem, alem desses que estavam por la, haviam outros irmĆ£os do Baltazar. E, provavelmente, outros parentes andavam `as voltas.

Alem deles, temos a noticia no texto do AlĆ£o que antes havia ido para as ƍndias: o Luis Barbalho, filho de FernĆ£o Barbalho. Ao depois foi para la tambĆ©m o FernĆ£o Barbalho Bezerra, filho do governador Luiz.

O que falta saber serĆ” se toda essa gente deixou descendĆŖncia e se ela permaneceu no Oriente. Se ficou, devemos ter um parentesco relativamente prĆ³ximo com, pelo menos, as gentes de Goa.

Em resumo, teremos parentesco obrigatĆ³rio com as pessoas dos tĆ­tulos descritos pelo Frei JaboatĆ£o:

01. 42 Albuquerques MaranhƵes na Bahia (1)

01. 77Ā Bicudo

02. 84Ā Caramurus na Bahia

03. 111Ā Britos Freires com Caramurus na Bahia

04. 135Ā AraĆŗjos e Barbosas

05. 138 Caramurus

06. 140 Adornos e Caxoeira

07. 144 Monizes Barretos na Bahia

08. 146 Alomba

09. 160 Ulhoa

10. 174 Telles (2)

11. 177 Argollos

12. 180 Argollo Ribeiro

13. 182 Araujo, Barboza

14. 182 Argolos e Pereiras

15. 202 Torres

16. 203 Barros e MagalhĆ£es na Bahia

17. 211 Barros, Lobo e Velho

18. 212 Moreiras do Socorro (3)

19. 217 Cunha e Severin

20. 219 Pereiras Soares de Paripe

21. 224 Amorim, Barboza

22. 226 Pereiras de Paripe

23. 238 Ā Vaz, etc

24. 242 Florianos na Bahia (4)

25. 243 Barros da FranƧa na Bahia

26. 274 Parui, Brito e Lobo (5)

27. 276 Britos e Castros

28. 279 Castros, Freires, Souzas e Tavoras

29. 281 Souzas de Andrade (6)

30. 308 Negreiros de Sergipe do Conde

31. 310 Barbalhos

32. 313 Ferreiras e Souzas

33. 372 Monizes do Socorro e Fiuzas

34. 382 Monteiros

35. 385 Rocha, Sa e Soutomaior (7)

35. 386 Maciel e Sa

36. 392 Brito CassĆ£o

37. 395 Dormondo (Drummond) (8)

38. 407 Subtil e Siqueira

39. 427 Bravo (9)

40. 454 Paredes na Bahia (10)

41. 468 Palha

(1) A famĆ­lia “Albuquerques MaranhƵes na Bahia” entra em nosso ramo de parentela nĆ£o por ser nossa ancestral mas por possuir ancestral que compartilhamos desde seu inicio.

Essa familia comeƧa com Jeronimo de Albuquerque, o Torto,Ā filho do Jeronimo de Albuquerque, o AdĆ£o de Pernambuco, e de sua companheira, a indĆ­gena D. Maria do Espirito Santo Arcoverde. O Torto ajudou a conquistar o Rio Grande e foi seu primeiro governador.

Foi casado com D. Catharina Pinheiro Feio. Essa foi filha de Antonio Pinheiro Feio, reinol, e de sua esposa, D. Leonor Tavares de Guardes.

Ela foi filha do senhor do engenho de SĆ£o Paulo da VĆ”rzea do Capibaribe, Francisco Carvalho de Andrade e sua esposa Maria Tavares de Guardes.

Esses foramĀ tambĆ©mĀ pais de dona Ignez de Guardes, esposa do instituidor do riquĆ­ssimo morgado do Cabo de Santo Agostinho, JoĆ£o Paes Barreto.

Era tambĆ©m irmĆ£ das anteriores, Maria ou Catharina Tavares de Guardes, que foi a esposa de BrĆ”s Barbalho Feyo, que foram os avos do Luiz Barbalho Bezerra, via Camilla Barbalho.

Diga-se de passagem, nos, BarbalhoĀ em Minas Gerais, terĆ­amos parentesco com todos os Albuquerques ja, pelo menos, pelo lado de Martim Afonso de Sousa, primeiro Governador Geral do Brasil.

Esse foi filho de Lopo de Sousa e D. Brites de Albuquerque. Que nĆ£o se trata da mesma que casou-se com Duarte Coelho.

(2) Ha ai um parentesco colateral, pois, Rafael Telles, o patriarca, casou-se segunda vez com Micia de Armas, que era viuva de Belchior de Souza Drummond (Dormondo). Eles estĆ£o do Esqueleto VIII como nossosĀ ancestrais.

(3) Outra vez, parentesco por via do tronco que gerou Martim Afonso de Sousa.

(4) O parentesco com esses esta indefinido mas deles ha os Corte Real que se misturaram com os Moniz Barreto. Na sequencia, Barros da Franca na Bahia, entram descendentes de donas Cosma e Antonia Barbalho Bezerra.

(5) Nosso parentesco se da com D. Joana de Argolo, esposa do dr. SebastiĆ£o Parui de Brito. Britos e Castros Ć© sequencia do anterior. O mesmo se da com o 28.

(6) Parentesco por aproximaĆ§Ć£o. D. Maria Furtado Barbalho casou-se com Nicolau de Souza de Andrade, porem, nĆ£o tiveram filhos.

(7) Familia que comeƧa em Diogo da Rocha de Sa, que casou-se com Ignez Barreto, filha de Egas Moniz Barreto e irma de Duarte Moniz Barreto. Sequencia em Maciel e Sa. Segue em Brito CassĆ£o.

(8) Os Drummond da Bahia,Ā nesse caso, se mostram nossos duplo parentes porque descendem simultaneamente dos casais: JoĆ£o GonƧalvesĀ Drummond e sua esposa dona Marta de Souza; e de Baltazar Barboza de AraĆŗjo e sua esposa Catarina Alvares, filha de Caramuru e ParaguaƧu.

O primeiro casal foi pai de Antonio de Souza Drummond e o segundoĀ de D. Joana Barbosa que se casaram e foram pais do Melchior (Belchior) de Souza Drummond que casou-se com Micia de Armas, filha de Luiz de Armas e sua esposa Catarina Jacques.

Antonio, que nasceu em IlhƩus, e Micia foram os pais da Catharina de Souza, esposa do Antonio Ferreira, sendo esses os pais do Antonio Ferreira, marido da Antonia Barbalho Bezerra. Como esta no esqueleto acima (VIII).

Alias, aqui acrescenta-se essa segunda descendĆŖncia nos ancestrais: Caramuru e Guaimbim-Para (ParaguaƧu).

(9) ComeƧa em Antonio Bravo, natural do Porto. Quase certamente serƔ parente de Miguel Gomes Bravo, tambƩm do Porto, nosso ancestral no Rio de Janeiro.

(10) ComeƧa em JoĆ£o Paredes da Costa que casou-se com D. Paula de Barros, filha de Gaspar de Barros de MagalhĆ£es e D. Catharina Lobo, possivelmente, nossos ancestrais.

As 41 familias acima citadas sĆ£o aquelas das quais descenderĆ­amos diretamente ou suas raizes descendem das mesmas pessoas que nos. Isso nĆ£o significa que as outras nĆ£o possuam semelhante vinculo.

O que fica gravado ai Ć© que as outras, nĆ£o relacionadas por mim, tem ou terĆ£o vĆ­nculos apĆ³s o tempo do Frei JaboatĆ£o (1695 – 1779). Lembrando que ele concluiu seu trabalho genealĆ³gico em 1770.

A partir disso, teremos apenas o trabalho de encontrar quem foram os pais de nosso ancestral Antonio Jose Moniz, ou se ele assinava o Barreto tambƩm, para transformar esse estudo em nossa genealogia.

Por enquanto tudo isso, apesar da trabalheira, Ć© apenas especulaĆ§Ć£o.

Apenas como uma observaĆ§Ć£o. Ja recebi opiniĆ£o de que isso de estudar mais profundamente nossa genealogia nĆ£o ajuda em nada. Afinal, por que quer-se saber de defuntos tĆ£o distantes?!!!

A verdade Ć© queĀ quem ja passou, e deixou herdeiro, nĆ£o esta morto. Nossos antepassados vivem em nos. Quem tem aquela opiniĆ£o teria razĆ£o num ponto:

Temos uma relaĆ§Ć£o de descendĆŖncia com nossos pais de 50%. Ou seja, a metade de cada um vive em nos. 25% Ć© a cota de nossos avĆ³s. 12.5% de nossos bisavĆ³s. 6.25% de nossos trisavĆ³s. 3.125% de nossos tetravĆ³s. e + ou – 1.56% de nossos pentavĆ³s.

Realmente. Dai para frente seria quase que uma bobagem pensar em grau de parentesco, pois, essa serĆ” uma porcentagem prĆ³xima `aquela que o ser humano possui com seus primos mais prĆ³ximos, os chimpanzĆ©s. EntĆ£o, para que saber mais?!

Acontece que hĆ£o outros detalhes. Vamos tomar como exemplo as vezes possĆ­veis que descenderĆ­amos do Baltazar Barbosa de Souza. Ele foi pai da dona Marta e avo da dona Catarina.

Na sequencia, temos as duas personagens:

01. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c. c. Francisco Moniz Barreto

02. D. Luiza Josefa de Menezes c. c. Antonio Galas da Silveira.

Ambas foram avĆ³s do Antonio Jose Moniz Barreto. Cada uma delas foi 2 vezes descendentes do Baltazar, portanto, o Antonio Jose foi 4 vezes descendente dele.

Agora, apenas caso o nosso pentavƓ Antonio Jose Moniz tenha sido a mesma pessoa, nos sabemos ser 5 vezes pentanetos e uma vez sextonetos dele. Ao todo 6. E multiplicando 6 X 4, temos o resultado de 24 vezes descendentes do Baltazar.

Ainda assim torna-se pouco, devido a distancia que ha entre ele e nos. O problema Ć© nĆ£o sabermos a origem da Manoela do Espirito Santo, a esposa do Antonio Jose, nosso ancestral. E se ela for baiana tambĆ©m?

Dela, nĆ£o temos noticias mas sabemos que temos pelo menos outra ancestral baiana, cujo nome foi Teresa (Fiuza) de Jesus, esposa do sargento-mor Domingos Barbosa Moreira. Vejam ai a repetiĆ§Ć£o do sobrenome Barbosa.

Ja ate nĆ£o importa tanto buscar mais. 24 vezes em tal espaƧo de tempo ja nos da quase um grau de pentavĆ“. Nesse caso, justifica-se a busca de ancestrais mais antigos, pois, na verdade nĆ£o sĆ£o tĆ£o distantes quanto imagina a nossa vĆ£ filosofia!

Mais ainda, justifica-se saber quem foram os pouco mais antigos que o Baltazar. Isso porque, esses deverĆ£o ser nossos ancestrais nĆ£o apenas as possĆ­veis 24 vezes que o Baltazar deverĆ” ser.

Eles deverĆ£o ser os mesmos ancestrais de nossos ancestrais intermediĆ”rios, cujos sangues chegaram ate a nos por outras linhagens.

Assim, embora mais antigos que o Baltazar, podem ser ate nossos parentes mais prĆ³ximos. Essa ja seria uma boa justificativa. Mas, como se dizia antigamente, “o saber nĆ£o ocupa lugar”!

Agora, imaginem o prazer que daria a uma crianƧa atual, descobrindo os primeiros capĆ­tulos da Historia Universal, ao mesmo tempo podendo ter em mĆ£os uma genealogia que mostre que os ilustres personagens sĆ£o seus ancestrais ou terem algum grau de parentesco com ela!

Acredito que tal alegria nĆ£o teria preƧo!!!

 

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009. GENEALOGIA DE ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO:Ā UM POUCO DO CONTEƚDO DA “REVISTA TRIMENSAL DO INSTITUTO HISTORICO E GEOGRAPHICO BRAZILEIRO”

INDICE

01. INTRODUCAO

02. EXTRATOS DA REVISTA

03. PRIMEIROS COMENTARIOS

04. ESQUELETOS GENEALOGICOS

05. BUSCANDO ANCESTRAIS DO ANTONIO JOSE MONIZ

06. ANTEPASSADOS E FAMILIARES DO ANTONIO JOSE

07.Ā O QUE QUE A BAIANA TEM? OS QUINDINS DE IAIA!!!

08.Ā CONSIDERAƇƕESĀ A RESPEITO DE MAIS PARENTESCOS

09. UM POUCO DA DESCENDENCIA DA DONA COSMA BARBALHO

10. ANTONIO BARBALHO PINTO, NOSSO QUASEĀ ANCESTRAL!

11. CONCLUSOESĀ 

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01. INTRODUCAO

Sim, a grafiaĀ Ć© essa mesma. Trata-se do exemplar numero 52, parte I, que foi publicada em 1889.

O engraƧado, ou nota de alegria, foi que estava procurando ver se encontrava dados paternos do Gaspar de Souza Barbalho, ancestral da amiga Perlya, e encontrei algo que pode ser de grande importĆ¢ncia para a genealogia do nosso ramo.

Na verdade, a publicaĆ§Ć£o naquela revista poderia levar o nome de “Nobiliarquia Baiana”. Trata-se de estudo que abrange diversas famĆ­lias nobres. Registra pessoas que chegaram desde a implantaĆ§Ć£o da Capitania ate `as ultimas dĆ©cadas do sĆ©culo XVIII (1770).Ā Os dadosĀ sĆ£oĀ deĀ Ć©poca. A publicaĆ§Ć£o em 1889 foi umaĀ reproduĆ§Ć£o.

`A medida que outrasĀ famĆ­liasĀ vĆ£o chegando, ali se casam com a nobreza da terra, somando sangues de outras paragens portuguesas e brasileiras. Isso se da com aĀ FamĆ­lia Barbalho.

Chegada em Pernambuco desde os tempos doĀ capitĆ£o-mor Duarte Coelho, foge para a Bahia devido aos conflitos com os holandeses. Em 1638, o governador Luiz Barbalho Bezerra e sua esposa Maria Furtado deĀ MendonƧa se instalam na,Ā entĆ£o, capital daĀ colĆ“nia, SĆ£o Salvador.

Em 1643 ele e parte daĀ famĆ­lia se transferem para o Rio de Janeiro para assumir o cargo de governador daquelaĀ provĆ­ncia. Porem deixa na Bahia duas filhas eĀ trĆŖs filhos. D. Cosma, D. Antonia, Guilherme,Ā FernĆ£o e Francisco Monteiro.

Somente recentemente,Ā atravĆ©s do livro “Pedatura Lusitana”, tomei conhecimento que oĀ FernĆ£o foi casado. Mas ele, mais tarde foi transferido para Goa, onde exerceu aĀ funĆ§Ć£o de vedor, eĀ nĆ£o temos noticias deĀ descendĆŖncia.

HaĀ tambĆ©m aĀ menĆ§Ć£o a Francisca Furtada. Os dados que tinha mencionavam 10 o total de filhos do governador e sua esposa. Por meus estudos, ateĀ entĆ£o, havia encontrado 9. Agora se completam com Cecilia, Agostinho, Antonio e Jeronimo.

Guilherme transferiu-se para SĆ£oĀ CristĆ³vĆ£o, antiga capital de Sergipe, na qual foi alcaide-mor. Depois passou aĀ alcaidaria para o filho Domingos. Acredito que Guilherme tenha assumido a governadoria por 2 ou 3 anosĀ tambĆ©m.

Por enquantoĀ nĆ£oĀ descobrimos o estado civil do Francisco Monteiro. Sabe-se que foiĀ capitĆ£o do Forte de Nossa Senhora daĀ ConceiĆ§Ć£o do Populo, ou Forte de SĆ£oĀ Marcelo. Esse forte fica dentro da Bahia de Todos os Santos e Ć© um dosĀ Ćŗnicos com arquitetura circular no Brasil. Por histĆ³rico, Ć©Ā atraĆ§Ć£oĀ turĆ­stica.

Francisco Monteiro aposentou-se em 1704, com pouco mais de 24 anos deĀ serviƧo. Devia estar com mais de 60 anos de idade. Portando, se teve filhos em sua juventude poderia estar tornando-se bisavĆ“.

Acredito que o autor do estudo preferiuĀ nĆ£o fazer um capitulo dedicado `aĀ descendĆŖncia Barbalho justamente por ela ter chegado depois. Ou seja, eleĀ expƵe um inicio entre as paginas 310 a 312.

AsĀ sequĆŖncias daĀ descendĆŖnciaĀ esta dispersa nosĀ vĆ”riosĀ capĆ­tulos nos quais ela se casou. Assim, `a pagina 308 iniciara-se os “NEGREIROS DE SERGIPE DO CONDE”, no qual dona Cosma e Guilherme se casaram.

Os “FERREIRAS E SOUZAS” iniciam a partir da pagina 313. Nesse capitulo temos parte daĀ descendĆŖncia de dona Antonia e seu marido Antonio Pereira de Souza. Ali temos que:

ANTONIO PEREIRA DE SOUZA c.c. ANTONIA BARBALHO BEZERRA, pais de:

01. D. Ignez Barbalho Bezerra c.c. Egas Moniz Barreto

02. D. Thereza de Souza c.c. Jeronimo Moniz Barreto

03. D. Catharina de Souza c.c. Rafael Soares de Franca

04. D. Maria Furtado de Souza c.c. Nicolao de Souza de Andrade

05. Euzebio Ferreira, falecidoĀ crianƧa.

06. D. Francisca Barbalho c.c. Diogo de Sa Soto-maior.

Cada um desses casais aparece nos respectivosĀ capĆ­tulos nos quais os sobrenomes dasĀ famĆ­lias dos maridos Ć© estudado. Somente o Egas encontra-se no capitulo MONIZES BARRETO, a partir daĀ pagina 144.

OĀ irmĆ£o dele, Jeronimo Moniz Barreto, esta separado, aparecendo a partir da pagina 372, no capitulo MONIZES DO SOCORRO E FIUZAS. Somente o encontrei porque interessei-me em verificar osĀ FiĆŗzas, pois, temos ancestrais com o sobrenome.

D. Maria Furtado de Souza foi a unica dasĀ irmĆ£sĀ queĀ nĆ£o teve filhos.

Penso ser melhor copiar os trechos da revista que interessaram-me anotar de imediato. Assim seĀ poderĆ” verificar algo daĀ evoluĆ§Ć£o daĀ famĆ­lia e depois mostro meusĀ comentĆ”rios. SegueĀ entĆ£o:

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02. EXTRATOS DA REVISTA

Pag. 313.

Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  “FERREIRAS DE SOUZAS

Euzebio Ferreira, natural de Porto-Santo na ilha da Madeira do reino de Portugal, filho deĀ LeĆ£o Ferreira passou `a Bahia, e n’ellaĀ cazou com D. Catharina de Souza (1), filha de Melchior de SouzaĀ Dormondo e de sua mulher Catarina Jacques. De Euzebio Ferreira e sua mulher D. Catarina de Souza foram filhos:

(1) cazaram na Se a 13 de Maio de 1603, em caza, que os recebeu o coadjutor Antonio Viegas; testemunhasĀ ChristĆ³vĆ£oĀ de Aguiar e Melchior de Sa. E faleceu ao 1o. de Novembro de 1636.

D. Catarina sua mulher faleceu a 21 de Agosto de 1649, sepultada no Carmo.”

Pag. 314

N. 5. Antonio Pereira de Souza, filho de Euzebio Ferreira e de sua mulher D. Catharina de Souza,Ā cazou com D. Antonia Bezerra (2), filha do mestre de campo Luiz Barbalho, o velho, a fl…, batizada na capela do Nome de Jezus do Socorro a 27 de Agosto de 1656, e teve filhos:” (acima)

Cont. “14. D. Ignez Barbalho Bezerra, que casou com o coronel Egas Moniz Barreto, irmĆ£o de D. Victoria de Menezes, filha esta de Francisco Moniz de Menezes, a fl…. n.4.”

A data do batismo esta fora de lugar, pois, o casamento se deu em 1642. Possivelmente seria,Ā entĆ£o, de 1626. Para melhor acompanhar os dados, resolvi retornar `a pagina 144 e verificar o inicio do titulo MONIZES BARRETOS NA BAHIA.

Antes, nao busquei ainda os dados da ancestral de D. Catharina de Souza, que pode tambƩm ter sido nossa ancestral.

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COMPLEMENTO INTERESSANTE ACRESCIDO A ESCRITA:

“GENEALOGIAS DA ZONA DO CARMO – TITULO LV

DRUMONDS (de Itabira)

– O capitĆ£o Antonio Carvalho Drumond e sua mulher InĆ”cia Micaela de Freitas Henriques, nascidos e batizados na freguesia da se do Funchal, na ilha da Madeira, sĆ£o os troncos dos Drumond de Itabira em Minas, os quais tem larga ramificaĆ§Ć£o na zona do Carmo. Os primitivos Drumonds (Dormundos) fixaram-se em SĆ£o Miguel do Piracicaba.”

NOTAS NO RODAPE:

3. “Ha farta bibliografia sobre a familia Drumond, cujos troncos escoceses se fixaram na Madeira: Consultem-se as coleƧƵes da revista do Instituto GenealĆ³gico Brasileiro.”

4. “Na Nobiliarchia Pernambucana de Antonio Jose Victoriano Borges da Fonseca, vol II – 253 (ediĆ§Ć£o da Biblioteca Nacional 1935), ha noticia de Leandro Teixeira Escocia de Drumond, Juliana de Drumond, Manuel Escocia de Drumond, Carlos Maria de Drumond e outros.”

5. “TambĆ©m, no Catalogo GenealĆ³gico de JaboatĆ£o (ediĆ§Ć£o da revista do Instituto HistĆ³rico), pag. 395, ha um titulo Dormondo que comeƧa: “Antonio de Souza Dormondo, natural do Brazil, capitania dos Ilheos, era filho de JoĆ£o GonƧalves Dormondo, da ilha da Madeira, da ilustre famĆ­lia dos Dormondos, e fidalgo, e de sua mulher D. Marta de Souza ….”

Penso ser informaĆ§Ć£o de grande importĆ¢ncia, pois, ai se informa que a famĆ­lia Drummond procede da EscĆ³cia; ja desde o perĆ­odo colonial houveram esses diversos ramos imigrantes no Brasil e, especialmente, nos podemos descender do Melchior de Souza Drummond, portanto, outra vez aparentados do poeta itabirano Carlos Drummond de Andrade.

Ha pouco tempo um de nossos primos fez exame de DNA. Em nossa famĆ­lia ha uma certa incidĆŖncia de ruivos sardentinhos.

O exame dele, a meu ver, deu uma incidĆŖncia elevada de porcentagem com origem no Reino Unido porque ate agora nĆ£o havia encontrado ancestrais relativamente recentes como esses com essa origem.

Talvez essa informaĆ§Ć£o agora feche essas contas. E tambĆ©m nos da uma grande evidencia de que, enfim, o nosso ANTƔNIO JOSE MONIZ foi encontrado com sua devida ascendĆŖncia. Temos agora que ver o que nos falam os documentos dele, quando os encontrarmos.

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Pag. 144

Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā “MONIZES BARRETOS NA BAHIA

Egas Moniz Barreto, natural da Ilha Terceira, etc, filho de Guilherme Moniz e sua mulher. Foi morgado, neto deĀ SebastiĆ£o Moniz,Ā tambĆ©m Morgado, e de sua mulher D. Joanna da Silva, filha deĀ GonƧalo da Silva, regedor deĀ JustiƧa de Lisboa, e bisneto de Guilherme Moniz Barreto, alcaide-mor de Silves, e de sua segunda mulher D. Ignez, filha deĀ GonƧalo Nunes Barreto, alcaide-mor de Faro, do qual Guilherme Moniz Barreto, foi mulher D. Joanna da Costa Corte-Real, filha de Joao Vaz da Costa Corte-Real, terceiro-neto de Henrique Moniz, quarto-neto de Vasco Martim Moniz; foi este dito Egas Moniz Barreto o primeiro, que veio `a Bahia no tempo em que so havia a Villa-Velha eĀ povoaĆ§Ć£o do Pereira junto `a Victoria.

Foi cazado na mesma Ilha Terceira com D. Maria da Silveira, de quem teveĀ trez filhos abaixo nomeados; sendo certo que seĀ cazou com D. Anna como consta no assento do seu enterro, que diz assim: Faleceu Egas Moniz Barreto a 4 de Novembro de [PAG. 145] 1582, sepultado em Nossa Senhora da Ajuda, Testamenteira sua mulher D. Anna, a qual por outro assento consta faleceu a 4 de Setembro de 1596. Testamenteiro seu filho Duarte Moniz, sepultada em Nossa Senhora da Ajuda.

Nem se deve dizer, que na BahiaĀ cazou segunda vez este Egas Moniz com outra mulher chamada D. Anna; porque a ser assim,Ā nĆ£o diria o tal assento do seu enterro, que fora testamenteiro seu filho Duarte Moniz; porque diz Cordeiro (1) no lugar citado, com os outros filhos de D. Maria da Silveira, podendo ser erro da escrita o por D. Maria, em lugar de D. Anna Soares, como se acha no seu testamento feito a 3 de Novembro de 1595. Faleceu a 4 de Setembro de 1596. Sepultada em Nossa Senhora da Ajuda pois o assento doĀ Ć³bito Ć© manifesto. Foram filhos os seguintes:

Ā  Ā  Ā  Ā 1. Duarte Moniz Barreto, que se segue;

Ā  Ā  Ā  Ā 2. Henrique Moniz Barreto, ou Telles, abaixo

Ā  Ā  Ā  Ā 3. Jeronimo Moniz Barreto, ou Telles, adiante

Ā  Ā  Ā  Ā 4. Diogo Moniz Barreto, e D. Ignez Barreto a fl…., mulher de Diogo da Rocha de Sa, a fl….”

PAG. 161

‘N 3 – Jeronimo Moniz Barreto (2) filho terceiro de Egas Barreto, a fl…, e de sua mulher D. Maria da Silveira ou D. Anna, como ja ai fica anotado, passou `a Bahia com seu pai eĀ irmĆ£os, e aliĀ cazou duas vezes, a primeira com D. Micia Lobo deĀ MendonƧa, filha de Francisco Bicudo e de sua primeira Mulher D. Micia

……………………………..

(1) Cordeiro, pag. 313

Lobo deĀ MendonƧa, a fl…, uma das 3Ā irmans orfans, que mandou a rainha D. Catharina paraĀ cazarem, com as pessoasĀ principaes, como ja se tem dito; e della teve filhos:

Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  1. Egas Moniz Barreto, que se segue …”

PAG. 162

“N 1 – Egas Moniz Barreto (1) filho primeiro de Jeronimo Moniz Barreto e de sua primeira mulher D. Micia Lobo de MendonƧa, cazou trez vezes, a primeira com D. Agueda de Lemos, irman de sua madrasta D. Izabel de Lemos, acima, e a fl…., n.5, e dela teve filho:

5. Francisco Barreto de Menezes, que se segue. Batizado em Paripe a 6 de Julho de 1602 ….

……………………………………………………..

N 5 Francisco Barreto de Menezes, fidalgo escudeiro, filho de Egas Moniz, n.1, e de sua primeira mulher Agueda de Lemos, cazou com D. Izabel de AragĆ£o filha de Melchior de AragĆ£o (2) e de sua mulher Maria Dias e teve filhos. Faleceu D. Izabel de AragĆ£o a 19 de Maio de 1674, ja viuva. Sepultada em S. Francisco.

12. Egas Moniz Barreto, que se segue. Batizado na Se a 22 de Agosto de 1646.”

……………………………………………………………………………………..

PAG. 163

N 12 – Egas Moniz Barreto, filho de Francisco Barreto de Menezes, n.5, foi coronel escudeiro fidalgo, cazou com D. Ignez Barbalho Bezerra, filha de Antonio Ferreira de Souza e de sua mulher D. Antonia, filha de Luiz Barbalho, a fl…, n.4, como consta do livro de cazamentos na Capella do Bom Jezus, a 8 de Janeiro de 1698, e teve filhos:

15. Antonio Ferreira de Souza, que segue”

……………………………………………………………………..

“N 15 – Antonio Ferreira de Souza, filho do coronel Egas Moniz Barreto, n 12, foi escudeiro fidalgo, como seu pai, e senhor do engenho de Mataripe, cazou com D. Izabel*, filha de seu tio Diogo Moniz, o Gordo, e teve filhos:

20. Antonio Ferreira de Souza, sem geraĆ§Ć£o.

21. Egas Carlos de Souza Menezes, adiante

………………………………………………………………………..

PAG. 165

N. 21 – Egas Carlos de Souza de Menezes, filho de Antonio Ferreira de Souza, n. 15, e de sua mulher D. Izabel, cazou com D. Maria Francisca da ConceiĆ§Ć£o, filha de Antonio Machado Velho, a fl…. n.9, e de sua mulher D. Antonia Maria de Menezes, e teve filhos:

32. Antonio Moniz de Souza Barreto, que se segue

N.32 – Antonio Moniz de Souza, filho de Egas Carlos de Souza de [PAG. 166] Menezes, n.Ā 21, tem o foro de Fidalgo cavaleiro, como tem seu pai, com 1$500 de moradia e um alqueire de cevada por dia, por alvara de el-rei, de 30 de Maio de 1768. Cazou com D. Luiza Francisca Severina (1) filha de Luiz Coelho Ferreira, cavaleiro professo da Ordem de Christo, e mercador na praƧa da Bahia, e de sua mulher D. Maria Dias do Vale.”

…………………………………………………………………………..

Acrescente-se o que vai abaixo que ainda nĆ£o podia ser anotado pelo autor por ainda ser futuro `a sua Ć©poca.

“Antonio Moniz Barreto de Souza e AragĆ£o c.c. Luiza Francisca Zeferina Coelho Ferreira, pais de:

I. Jose Joaquim Moniz Barreto de AragĆ£o, 1o. barĆ£o de Itapororoca, c.c. Josefa Joaquina Gomes FerrĆ£o de Castelo-Branco, pais de:

IĀ a. Maria Amalia FerrĆ£o Moniz Barreto de AragĆ£o c.c. Frutuoso Vicente Viana, 2o. barĆ£o de Rio de Contas.

I.b Emilia Augusta FerrĆ£o Moniz Barreto de AragĆ£o c.c. Joaquim Inacio de AragĆ£o BulcĆ£o, 1o. barĆ£o de Matuim.

II. Salvador Moniz Barreto de AragĆ£o e Menezes, 1o. barĆ£o de Paraguassu c.c. Teresa Clara do Nascimento Viana, pais de:

II a. Francisco Moniz Barreto de AragĆ£o, 2o. barĆ£o de Paraguassu (sem sucessĆ£oĀ )

II b. Pedro Moniz Barreto de AragĆ£o, 1o. barĆ£o de Rio de Contas c.c. Maria Joaquina de AragĆ£o BulcĆ£o (+ Carlota Lirio Ratton), pais de:

II b 1. Salvador Antonio Moniz Barreto de AragĆ£o c.c. Maria Bernardina de Lima e Silva (sobrinha do duque de Caxias), filha de Jose Joaquim de Lima e Silva Sobrinho, 1o. conde de Tocantins e de Maria Balbina da Fonseca Costa.

III Manuel InĆ”cio Moniz Barreto de AragĆ£o c.c. Francisca de Assis Viana, pais de:

III a. Francisca de Assis Viana Moniz Barreto, 1a. baronesa de Alenquer c.c. Custodio Ferreira Viana Bandeira.

OBS.: Maria Joaquina de AragĆ£o BulcĆ£o (acima) foi filha de:

Jose de Araujo AragĆ£o BulcĆ£o, 2o. barĆ£o de SĆ£o Francisco c.c. Ana Rita Marinho Cavalcanti de Albuquerque. Foram pais de:

Joaquim InĆ”cio de Siqueira BulcĆ£o c.c. InĆ”cia Calmon du Pin e Almeida, pais de:

Antonio Araujo de AragĆ£o BulcĆ£o, 3o barĆ£o de SĆ£o Francisco, c.c. Maria Clara e Maria Jose Moniz Viana. As duas esposas foram irmĆ£s e filhas dos 2os. barƵes de Rio de Contas. (acima).

RETORNANDO `A REVISTA, PAG. 372

“MONIZES DO SOCORRO E FIUZAS

N 1 – Francisco Moniz de Menezes,* filho de Jeronimo Moniz Barreto, o velho, e de sua segunda mulher D. Izabel de Lemos, a fl…, foi fidalgo da caza real e cazou com D. Maria Lobo de MendonƧa, filha de Manoel de Freitas do Amaral e de sua mulher D. Victoria de Barros a fl…, n.6, e teve filhos:

1. D. Victoria de Menezes, mulher de Vasco de Souza, a fl…., e depois de Jeronimo Cruz, cazou com este a 30 de Abril de 1658.

…………………………………………………………………………..

*Faleceu a 1 de Abril de 1674, sepultado na Capella-mor da Mizericordia na sepultura de seu avo Francisco de Araujo.”

PAG. 373

2. Jeronimo Moniz Barreto, que se segue

N 2 – Jeronimo Moniz Barreto, filho de Francisco Moniz de Menezes, acima, e de sua mulher D. Maria Lobo de MendonƧa, cazou com D. Tereza de Souza (1), filha de Antonio Ferreira de Souza e de sua mulher D. Antonia Bezerra, a fl. 269, e teve filhos:

3. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, que se segue, batizada a 21 de Janeiro de 1666.

4. D. Joana de Souza Barreto c.c. dr. JoĆ£o de Aguiar Villas Boas

5. D. Eugenia Thereza de Menezes 25.09.1687

6. D. Luiza Josefa de Menezes 03.09.1673

7. D. Antonia 25.04.1672

8. D. Catarina Barreto de Menezes, 08.03.1682

9. Diogo Moniz Barreto 02.08.1677

N 3 – D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, filha de D. Thereza de Souza e de seu marido Jeronimo Moniz Barreto, cazou com o capitĆ£o Nicolao Lopes Fiuza (2) natural de Viana, freguezia de S. Maria Maior, filho d’este capitĆ£o Nicolau Lopes Fiuza e de sua mulher Izabel Lopes, o qual Nicolau Lopes Fiuza era viuvo de D. Izabel Maria de AragĆ£o Menezes, filha do coronel Egas Moniz Barreto e de D. Ignez Barbalho Bezerra, sua mulher, e a sobredita Izabel Maria de AragĆ£o era tambĆ©m viuva do coronel Antonio Machado Velho. NĆ£o teve a dita D. Francisca Izabel Barreto de Menezes do dito Nicolao Lopes Fiuza filho algum.

Segunda vez cazou esta na freguezia de N. S. da

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(1) cazaram na capella do nome de Jezus da freguezia do Desterro a 24 de Junho de 1663, e os recebeu o padre Francisco de Souza, religioso do Carmo, irmĆ£o do pai do nubente.

(2) cazaram-se a 2 de Janeiro de 1707; sendo o consorcio celebrado pelo vigĆ”rio de S. Pedro Velho da Bahia doutor Francisco Pinheiro Barreto.”

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PAG. 374

“Ajuda da Bahia a 1 de Novembro de 1713, esta com o capitĆ£o de infantaria pago Francisco Moniz Barreto, fidalgo da caza real, e natural da ilha Terceira, filho de Guilherme Moniz Barreto, fidalgo da caza real, e de sua mulher D. Maria Faleiro, teve d’esse segundo marido os filhos seguintes:

7. D. Leonor Maria da Silva Corte-real, que se segue

8. D. Mariana Antonia Corte-real, que vive solteira recolhida no convento do Desterro.

N 7 – D. Leonor Maria da Silva Corte-real, filha de D. Francisca Izabel Barreto de Menezes e de seu marido capitĆ£o Francisco Moniz Barreto, cazou* com Martinho Affonso de Mello, natural da Villa de Maragogipe, que a tirou por justiƧa, o qual era filho do sargento-mor Joze Pereira da Cunha e de sua mulher D. Ignacia Pereira de Mello, natural da Bahia, e tiveram filhos:

9. D. Anna Maria de Mello, que segue

10. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, adiante

11. Jose Manoel de Menezes Corte-real, solteiro

12. Martinho Francisco de Menezes Corte-real, solteiro.

N 9 – D. Anna Maria de Mello Corte-real, filha de D. Leonor Maria da Silva e de seu marido Martinho Affonso de Mello, cazou com seu parente Antonio Galas da Silva, filho de Diogo Moniz da Silva da Silveira e de sua mulher Anna Maria da Fonseca, e foram dispensados no terceiro grao de consanguinidade, e tiveram filhos:

13. Francisco Joaquim da Silveira

14. GonƧalo Joze Galas da Silveira

15. Joana Senhorinha de Menezes Corte-real

16. Diogo Moniz Barreto da Silveira

17. Maria Francisca de Menezes Corte-real

18. Victorino Moniz Barreto da Silveira

Todos menores em 1770

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  • Cazaram na Capella da ordem terceira do Carmo a 12 de Dezembro de 1736 com licenƧa do cabido pelo coadjutor Jorge Francisco de Souza.

 

PAG. 375

N 10 – D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, filha segunda de D. Leonor Maria da Silva Corte-real e de seu marido Martinho Affonso de Mello, cazou com Martinho Moniz Barreto, filho de Diogo Moniz da Silveira, e de sua mulher D. Anna Maria da Fonseca, e foi tambĆ©m dispensado no terceiro grao de consanguinidade, por ser irmĆ£o de Antonio Galas, acima, e teve filhos:

19. D. Margarida Francisca de Menezes Corte-real

20. Antonio Jose Moniz Barreto

21. D. Luiza Thereza de Menezes.”

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03. PRIMEIROS COMENTARIOS

Interessou-me copiar ate aqui por causa da presenƧa do “20. ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO”. Isso porque ele parece ser de idade semelhante `a de seus primos, filhos de dona Anna Maria de Mello, portanto poderĆ” ter sido o mesmo ANTƔNIO JOSE MONIZ, casado com MANUELA DO ESPIRITO SANTO, e pai da nossa tetravĆ³ LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO, que nasceu em 1789.

Como se pode observar, Egas Moniz Barreto, que se casou com D. Ignez Thereza Barbalho Bezerra, era irmĆ£o do JERƔNIMO MONIZ BARRETO que se casou com a irmĆ£ dela, THEREZA DE SOUZA.

Ha mais tempo, encontrei no “Projeto Compartilhar” uma famĆ­lia Moniz. Trata-se do inventario de Antonio Muniz Barbosa, iniciado em 1786, que se encontra no museu, em SĆ£o JoĆ£o Del Rei, e o local de moradia do Antonio Muniz era Baependi, MG.

Antonio Muniz teve um filho chamado tambĆ©m Antonio, batizado em 03.07.1758, e que poderia ter adotado o sobrenome Jose Moniz. Era comum trocar-se em cartĆ³rio o Muniz pelo Moniz. Se fosse esse nosso ancestral, a idade dele seria compatĆ­vel com a paternidade da ancestral LUIZA MARIA.

Mas ha esse outro detalhe de nĆ£o termos nada alem do nome ANTƔNIO JOSE MONIZ, casado com MANUELA DO ESPIRITO SANTO. Nada que nos possa garantir alguma procedĆŖncia dele.

O problema que enxergo em relaĆ§Ć£o a esse Antonio, filho do senhor Antonio Muniz, ter sido nosso ancestral foi ele nĆ£o ter comparecido ao testamento do pai. Poderia ser que nĆ£o tivesse ultrapassado a idade infantil, como era tĆ£o comum naquele tempo.

LĆ³gico, ele poderia ter crescido e desaparecido. Fica ai a dificuldade de dizer que fosse nosso ancestral, pois, ha na publicaĆ§Ć£o apenas a informaĆ§Ć£o de que “nĆ£o compareceu ao testamento do pai”. NĆ£o se sabe se faleceu antes e, mesmo que nĆ£o, nĆ£o ha a informaĆ§Ć£o com quais sobrenomes completou sua graƧa.

Ja, o professor Dermeval Jose Pimenta, que nos informa da existencia do ANTONIO JOSE MONIZ e sua esposa MANUELA DO ESPIRITO SANTO, talvez os possa ter achado no registro de casamento da filha LUIZA MARIA com o capitĆ£o JOSE COELHO DA ROCHA, e que foram nossos tetravĆ³s.

Caso tenha sido esse o caso, justificar-se-ia a supressĆ£o do ultimo sobrenome, BARRETO, porque era muito comum `a Ć©poca abreviar-se nomes para economizar papel e tinta. Os nomes ANTƔNIO JOSE MONIZ era mais que suficiente para identificar a pessoa, pois, devia ser bem conhecido do escrivĆ£o.

O ideal mesmo seria encontrar deles o registro do prĆ³prio casamento. Esse seria o documento no qual os homens demonstravam sua independĆŖncia e, geralmente, os nomes dos nubentes apareciam completos. Casamento era sĆ­mbolo de status.

Nossos ancestrais JOSE e LUIZA MARIA, residiram primeiro em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, numa sesmaria chamada Fazenda da Lapinha. Segundo informaƧƵes do amigo Bento Silva, natural da cidade, era enorme e atualmente faz parte do territĆ³rio da vizinha Santana do Riacho.

Devido `as caracterĆ­sticas do relevo a Ć”rea foi transformada em capital nacional dos esportes radicais. E as montanhas e quedas d’agua dĆ£o ar e grande beleza dos locais antigos.

Por enquanto so posso especular que a sesmaria pertenceu ao ANTƔNIO JOSE MONIZ e sua esposa MANUELA DO ESPIRITO SANTO. O ancestral JOSE nascera na Fazenda Axupe, que foi localizada a principio na tambĆ©m vizinha cidade do Morro do Pilar. Talvez fosse na prĆ³pria ConceiĆ§Ć£o, na qual atualmente ainda existe uma propriedade de mesmo nome.

Presume-se, entĆ£o, que para queĀ o ancestral ANTƔNIO MONIZ tenha se tornado dono da Lapinha, ele ja teria posses antes de chegar a isso. EntĆ£o, ser parte da famĆ­lia MONIZ BARRETO o favoreceria. A riqueza dela Ć© ate lendĆ”ria.

Mas nĆ£o posso deixar de mencionar que ha algum tempo encontrei um personagem cujo nome foi JOSE COELHO DE MAGALHƃES. O mesmo de nosso patriarca Coelho. Mas ate ao momento tudo indica que foram homĆ“nimos e nĆ£o a mesma pessoa.

Claro, nenhuma conclusĆ£o pode ser definitiva nesse ponto em que estamos. Outra possibilidade comum existe. Nada sabemos a respeito dos antecedentes dos familiares da avĆ³ MANUELA.

ANTONIO MONIZ poderia ter sido apenas um “consorte” da princesa. Poderia ser ela a herdeira de alguma das famĆ­lias primeiro chegadas a ConceiĆ§Ć£o, no inicio do Ciclo do Ouro, que se dera ha poucas dĆ©cadas antes do nascimento da geraĆ§Ć£o deles.

Nesse estado, quaisquer ANTONIO MONIZ poderia encaixar-se no cargo de marido “consorte”.

Muito comum, no caso, pessoas como o “baiano” de tĆ£o alta estirpe ter optado pela carreira militar. E ao prestar seus serviƧos `a sua majestade, “que Deus a guarde”, pode ter sido destacado para o Serro e Diamantina. ConceiĆ§Ć£o fazia parte por ser freguesia do Serro.

Por ser solteiro fardado, logo despertaria o interesse das donzelas “casadoiras”. E com isso justificaria tantas posses `a Ć©poca.

Naturalmente, ele poderia ter a principio outra profissĆ£o, como advogado por exemplo, cuja demanda era enorme naquelas Minas Gerais em pleno Ciclo do Ouro. Ate mesmo o cargo de professor era muito requerido, e poderia ser regiamente pago.

Para comprovarmos qualquer hipĆ³tese, nada melhor que pesquisar no Serro (Museu General Carneiro + dos Otonni); Diamantina (Arquidiocese) ou ConceiĆ§Ć£o (cartĆ³rios locais).

Nessas cidades, espera-se encontrar algum documento (casamento, inventario, testamento) que revele os nomes paternos dos ancestrais ANTƔNIO MONIZ e MANUELA.

Uma opĆ§Ć£o, talvez, mais direta, porem incerta, seria verificar os livros do genealogista Antonio de AraĆŗjo de AragĆ£o BulcĆ£o Sobrinho.

(www.cbg.org.br/colegio/historia/patronos/antonio-sobrinho/)

NoĀ endereƧoĀ acima encontra-se uma biografia e a obraĀ literĆ”ria produzida por ele. Estou certo que nosĀ era aparentado por descender dos BARBALHO nossos ancestrais.

Observe-se que osĀ tĆ­tulos da literaturaĀ genealĆ³gica escrita por ele relembram os mesmos sobrenomes envolvidos naĀ porĆ§Ć£oĀ genealĆ³gica que copiei da Revista Trimensal. Ali se pode destacar: Soeiro (1947), Monizes da Bahia (1950),Ā FiĆŗza (1960),Ā BulcĆ£o (1961 a 1962) e Sa Menezes (1968). TodosĀ entrelaƧados com os BARBALHO.

A busca nessa literatura poderia encurtar a nossa procura se acaso ela revelar que oĀ ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO casou-se com MANUELA DO ESPIRITO SANTO ainda na Bahia.

Alem disso, devera informar queĀ nĆ£o ficaram na Bahia, ja que a nossa genealogiaĀ supƵe que LUIZA MARIA DO ESPIRITO SANTO nasceu emĀ ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, em 1789.

Mas se oĀ ANTƔNIOĀ mudou-se solteiro e foi casar-se emĀ ConceiĆ§Ć£o, muito possivelmente issoĀ nĆ£oĀ serĆ” demonstrado pelo autor Antonio deĀ AraĆŗjo.

Ha, porem, outro indicio deĀ famĆ­lias baianas `aĀ Ć©poca naĀ regiĆ£o do Serro. Havemos que nos lembrar que ja no inicio doĀ sĆ©culo XVIII oĀ portuguĆŖs DOMINGOS BARBOSA MOREIRA casou-se com TEREZA DE JESUS, natural deĀ Itabaiana, atualmente no Sergipe.

Eles foram os pais da NOROTEA BARBOSA FIUZA que se casou com outroĀ portuguĆŖs, JOAO DE SOUZA AZEVEDO. NOROTEA nasceu em SĆ£oĀ GonƧalo do Rio das Pedras, distrito do Serro.

Foram os pais da MARIA DE SOUZA FIUZA, que casou-se com mais umĀ portuguĆŖs, oĀ ANTƔNIO BORGES MONTEIRO, natural deĀ Seia da Guarda. Eles se tornaram grandes patriarcas naĀ regiĆ£o. Esse casamento se deu em 1775, ja naĀ Ć©poca em que oĀ ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO deveria ser jovem.

Meus estudos mais recentes encontraram o Sargento-mor DOMINGOS BARBOSA MOREIA e suas ligaƧƵes intimas com a Bahia. Em 1723 ele quitou osĀ dĆ­zimos dosĀ quartĆ©is da Comarca do Serro Frio.

Muito certamente, serviu de ponto de apoio e referencia para a transferencia de familiares da esposa dele, da Bahia para aĀ regiĆ£o do Serro.

Em 1750Ā comeƧa oĀ declĆ­nio do Ciclo do Ouro. O ouro esgotou-se nasĀ Ć”reas mais tradicionais, aquelas representas pelas cidadesĀ histĆ³ricas em torno da Estrada Real.

AĀ consequĆŖncia da queda deĀ produĆ§Ć£o foi aĀ expansĆ£o daĀ Ć”rea deĀ colonizaĆ§Ć£o em busca de novas jazidas. E muitos encontros se deram naĀ Ć”rea mais ao Norte do Estado de Minas Gerais. Ai se inclui Minas Novas e PecanhaĀ (1750-3), Itabira (1780),Ā GuanhĆ£es/VirginĆ³polisĀ (1828),Ā BarĆ£oĀ de Cocais (1840).

Alem disso, aĀ produĆ§Ć£o de diamantes naĀ regiĆ£o de Diamantina ainda atraiu muita gente noĀ perĆ­odoĀ pĆ³s Ciclo do Ouro.

Nesse periodo pos Ciclo do Ouro, o que atraiu um grande contingente de migrantesĀ tambĆ©m foi a fertilidade das terras paraĀ produĆ§Ć£oĀ agropecuĆ”ria.

O Estado de Minas tornou-se o preferido no BrasilĀ para migrantes do mundo inteiro, ate por volta do ano de 1900. Em 1872, quando se deu o primeiro censo populacional brasileiro, dos 9.930 milhƵes de habitantes, 2.039 (mais de 20%) residiam em Minas Gerais.

Observe-se que somente a Bahia, que tivera em si a capital do Brasil por mais de 200 anos, tinhaĀ populaĆ§Ć£o acima de 1Ā milhĆ£o de habitantes, alem de Minas Gerais. Outrossim, em 1872 a Bahia ja contava com 320 anos deĀ colonizaĆ§Ć£o europeia eĀ Minas Gerais com apenas 174.Ā Observe o mapaĀ estatĆ­stico:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Censo_demogrƔfico_do_Brasil_de_1872

Por ai se pode ver que, em termos genealĆ³gicos, todaĀ a populaĆ§Ć£o brasileira tem vĆ­nculos com Minas Gerais, pois, no inicio a ProvĆ­ncia atraiu gente de todos os pontos de Portugal e das outras provĆ­ncias brasileiras. Alem, claro, dos outros componentes que se misturam em nossa genĆ©tica.

Os migrantes multiplicaram-se enormemente em Minas e, depois, com a expansĆ£o da colonizaĆ§Ć£o para outros interiores e a industrializaĆ§Ć£o de SĆ£o Paulo e Rio de Janeiro, os mineiros migraram para todos os locais que os atraĆ­ram.

Nesse caso, espera-se que cada famĆ­lia brasileira atual, tenha pelo menos um ancestral nascido em Minas Gerais.

NĆ£o se trata aqui de dizer-se que ha algo de melhor nos mineiros. Minha analise reflete apenas o numero de pessoas e nĆ£o a qualidade.

Mesmo porque, os mineiros sĆ£o produto da conspiraĆ§Ć£o da natureza e nĆ£o das pessoas. Imaginem, foram milhƵes e milhƵes de anos. Ela trabalhou muito para concentrar em nossas serras uma quantidade imensa de minerais que, antes de a populaĆ§Ć£o humana multiplicar-se e conhecer mineralogia, nada valiam.

Os que chegaram por sua prĆ³pria vontade no inicio, foram atraĆ­dos pelo brilho dos minerais, tais quais os insetos sĆ£o atraĆ­dos pela claridade de lĆ¢mpadas quando estĆ£o enxameados.

Como a maioria nĆ£o encontrou o que buscava, acabou ficando no lugar. E as gentes que ficaram, cresceram e multiplicaram, como o fariam em quaisquer outros locais que estivessem.

Isso nunca foi merito de ninguĆ©m. E sim dadiva da natureza. Mas a consequĆŖncia pratica foi que os mineiros tornaram-se tambĆ©m, junto com os outros que os precederam, grandes ancestrais da populaĆ§Ć£o brasileira e ja conta com parte da mundial.

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04. ESQUELETOS GENEALOGICOS

Baseado no que ja possuĆ­amos anteriormente e somando ao que tenho encontrado ao longo de minhas pesquisas, vou expor os esqueletos genealĆ³gicos, possĆ­veis, da famĆ­lia Barbalho Coelho, cujo ramo difundiu-se na regiĆ£o Centro-Nordeste de Minas Gerais.

Naturalmente, as cidades bases foram GuanhĆ£es e VirginĆ³polis. Mas dai ela se expandiu tanto para os antigos distritos delas quanto paraĀ os grandes centros, especialmente aqueles criados apĆ³s sua multiplicaĆ§Ć£o, tais como: Ā Belo Horizonte, Governador Valadares, Ipatinga e Brasilia.

Ainda, tenho noticias e contatos com pessoas de nossa famĆ­lia que vĆ£o desde o Rio Grande do Sul ao Acre. E de la para Aracaju e Salvador, alem de tudo o que esta dentro da Aquarela Brasileira e, em parte, exterior. Segue entĆ£o:

I.Ā PRIMEIRO ESQUELETO

01. Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho c.c. Giuseppe Nicatigi da Rocha, pais de:

02. Eugenia Rodrigues da Rocha c.c. Jose Coelho de MagalhĆ£es, pais de:

03. CapitĆ£o Jose Coelho da Rocha c.c. Luiza Maria do Espirito Santo, pais de:

04.1 Jose Coelho da Rocha c.c. Candida Jovina Pereira e Maria de Deus Villa Real.

04.2 Maria Luiza Coelho (Nha MoƧa) – solteira

04.3 Francisca Eufrasia de Assis Coelho c.c. ten.Ā Joaquim Nunes Coelho

04.4 Anna Maria de Jesus Coelho (Nha Ninha) – solteira

04.5 ten. JoĆ£o Batista Coelho c.c. Maria Honoria Nunes Coelho

04.6. Eugenia Maria da Cruz Coelho c.c. cap. Francisco MarƧal Barbalho

04.7 Antonina – faleceu crianƧa

04.8 Antonio Rodrigues Coelho c.c. Maria Marcolina Borges do Amaral e Virginia de Campos Nelson. E teve 2 filhas extraconjugais reconhecidas com: Getulia Justiniana de Aguiar (filha Emidia Justiniana) e Anna Girou Bonefoi (filha Julia Salles).

II.Ā SEGUNDO ESQUELETO

01. Gov. Luiz Barbalho Bezerra c.c. Maria Furtado de MendonƧa, pais de:

02. cap.Ā Jeronimo Barbalho Bezerra c.c. Isabel Pedrosa, pais de:

03. PƔscoa Barbalho c.c. Pedro da Costa Ramires, pais de:

04. Maria da Costa Barbalho c.c. Manuel de Aguiar, pais de:

05. Manuel Vaz Barbalho c.c. Josefa Pimenta de Souza, pais de:

06. Isidora Maria da EncarnaĆ§Ć£o c.c. cap. Antonio Francisco de Carvalho, pais de:

07.1 JoĆ£o (1761)

07.2 Victoriana Florinda de Ataide (1762)Ā c.c. Damasio Rouco

07.3 Antonio (1764)

07.4 Luciano (1766)

07.5 Mariana (1767)

07.6 Jose (1769)

07.7 Francisco (1771)

07.8 Bernardo (1776)

07.9 Boaventura Jose Pimenta (1779) c.c. Maria Balbina de Santana Borges Monteiro. Esse casal foi pai de Modesto Jose Pimenta, que se casou com Ermelinda Querubina Pereira do Amaral.

Estes foram osĀ avos, e seus pais osĀ bisavĆ³s, do professor Dermeval Jose Pimenta e, basicamente, no livro genealĆ³gico escrito por ele: A Mata do PeƧanha, sua Historia e sua Gente, 1966, entram como a base da genealogia principal.

Tornam-se ai nossos parentes, pois, alem do Barbalho, a Maria Francelina Borges Monteiro foi irmĆ£ da Maria Balbina; e o Daniel Pereira do Amaral, irmĆ£o da Ermelinda Querubina.

Maria Francelina e Daniel foram os pais da Maria Marcolina Borges do Amaral, esposa do ten. Antonio Rodrigues Coelho. SĆ£o trisavĆ³s da minha geraĆ§Ć£o.

III. TERCEIROĀ ESQUELETO.

“MANUEL DE AGUIAR, n. por volta de 1634, fal., casado por volta de 1664 com Domingas Martins. Pais de:

I.1 JoĆ£o de Aguiar Barbalho, n. no Rio (Guaratiba) por volta de 1685, fal., casado no Rio (Iraja 2o., 36) a 1.7.1710 (na igreja de Santo Antonio de Jacutinga, RJ) com Agueda Rodrigues (ou JordĆ£o), n. no Rio (Iraja), filha de Fernando Rodrigues e de Luisa da Silva, pais de:

II.1 Francisco, n. no Rio (Iraja 6o. 107) bat. a 6.6.1709 (Legitimado)

I. 2 Manuel Vaz Barbalho, n. por volta de 1690

I.3 Eugenia, n. no Rio (Iraja 6o., 78) bat., a 28.4.1695.”

Essa pequena peƧa de esqueleto foi extraƭda do Primeiras Famƭlias do Rio de Janeiro, de autoria do Carlos G. Rheingantz. E ele enganou-se quanto `a maternidade desses filhos. Foram filhos da Maria da Costa Barbalho que esta no II ESQUELETO.

JoĆ£o de Aguiar Barbalho teve tambĆ©m uma segunda ou primeiraĀ esposa cujo nome era Joana de Oliveira. Deles nasceu Thereza de Aguiar de Oliveira que casou-se em Mariana, a 24.06.1730 com Jose Rodrigues.

IV. QUARTO ESQUELETO (hipotƩtico).

01. Eugenia de Aguiar Barbalho c.c. (desconhecido), pais de:

02. Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o c. c. EstevĆ£o Rodrigues de MagalhĆ£es, pais de:

03. Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho c.c. Giuseppe Nicatigi da Rocha.

Essa situaĆ§Ć£o hipotĆ©tica, por enquanto, tenta explicar o sobrenome Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho em nossa ancestral Maria, do Primeiro Esqueleto.

Como se pode observar, Rheingantz encontrou uma Eugenia, filha do Manuel de Aguiar que, pela Ʃpoca do nascimento, foi tambƩm filha da Maria da Costa Barbalho.

O registro de nascimento de uma menina com o nome Maria, filha de Anna Maria e EstevĆ£o Rodrigues de MagalhĆ£es tambĆ©m existe. Ele encontra-se no site do

Familysearch. A menina nasceu em 1750, na cidade de Ouro Branco, MG.

Nosso ancestral Jose Coelho da Rocha nasceu em 1782. 32 anos de diferenƧa de sua suposta avo Maria. A possibilidade de isso ter acontecido nĆ£o chegava a ser absurda naquela Ć©poca em que a mulheres costumavam casar com 15 anos de idade ou menos.

V. QUINTO ESQUELETO.

01. Gov. Luiz Barbalho Bezerra c.c. Maria Furtado de MendonƧa, pais de:

02. Antonia Barbalho Bezerra c.c. Antonio Ferreira de Souza, pais de:

03. D. Tereza de Souza c.c. Jeronimo Moniz Barreto, pais de:

04. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Francisco Moniz Barreto, pais de:

05. D. Leonor Maria da Silva Corte-real c.c. Martinho Affonso de Mello, pais de:

06. D. Francisca Isabel Barreto de Menezes c.c. Martinho Moniz Barreto, pais de:

07.1 D. Margarida Francisca de Menezes Corte-real

07.2 ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

07.3 D. Luiza Thereza de Menezes.

Claro, apenas em suposiĆ§Ć£o, por enquanto, podemos dizer que o filho 07.2, ANTƔNIO, serĆ” o mesmo que se casou com MANUELA DO ESPIRITO SANTO e tornaram-se nossos ancestrais.

Note-se tambĆ©m que aqui nĆ£o esta em discussĆ£o o fato de essas pessoas da genealogia baiana terem sido nossos familiares. Afinal, descendem do mesmo ramo BARBALHO do qual, supostamente mas com quase certeza, nos procedemos.

As Ćŗnicas discussƵes aqui serĆ£o:

01. Se a Eugenia do terceiro esqueleto deu ascendĆŖncia `a Maria Rodrigues ou nĆ£o. E, em caso de nĆ£o, se algum dos irmĆ£os ou sobrinhos geraram um ramo do qual Maria Rodrigues foi descendente.

O fato de a Maria Rodrigues ter sido mĆ£e da Eugenia Rodrigues, nossa quinta e, simultaneamente, sextavĆ³, deixa quase claro que esse foi mesmo o caminho que o sobrenome BARBALHO foi introduzido na linhagem COELHO.

Mas nĆ£o podemos descartar outras possibilidades que nĆ£o conhecemos, ja que nĆ£o sabemos quais outros BARBALHO estavam presentes na regiĆ£o de formaĆ§Ć£o da famĆ­lia.

A propria presenƧa do ANTƔNIO MONIZ em nossa genealogia, em sendo ele esse que agora encontramos, pode indicar que outros primos BARBALHOĀ dele podem te-lo acompanhado. E de algum deles podemos descender, caso seja comprovada a primeira suposiĆ§Ć£o.

NĆ£o podemos ignorar a evidencia tambĆ©m da presenƧa da D. Luiza Thereza como irmĆ£ do Antonio Moniz. Naturalmente os nomes dela sugerem homenagem ao prĆ³prio governador Luiz e da neta dele, D. Thereza.

Portanto, nossa ancestral LUIZA MARIA pode ser uma sequencia normal de homenagem aos ancestrais. E, diga-se de passagem, mesmo sem o saber disso, as pessoas da famĆ­lia continuam usando o nome Luiza ate com alguma frequĆŖncia maior que outros nomes comuns.

Outra evidencia importante, que nĆ£o se pode desprezar, serĆ” o segundo matrimonio do nosso tio-trisavo Jose Coelho da Rocha com Maria de Deus Villa Real.

Era um sobrenome que junto ao Corte Real acompanhava os sobrenomes da mais alta nobreza portuguesa. Poderia ate que Jose e Maria de Deus fossem primos por ela tambƩm poder ter sido descendente do Antonio e Manuela.

VI. SEXTO ESQUELETO

01. Cap.Ā Jose Vaz Barbalho c.c. Anna Joaquina Maria de Sao Jose, pais de:

02. Alferes, padre, Policarpo Jose Barbalho c.c. Isidora Francisca de MagalhĆ£es, pais de:

03. Cap.Ā Francisco MarƧalĀ Barbalho c.c. Eugenia Maria da Cruz Coelho.

Ou seja, essa serĆ” a ligaĆ§Ć£o que, alem de levar o sobrenome Barbalho `a nossa genealogia, manteve o sobrenome e ate hoje corre na descendĆŖncia.

A duvida aqui esta apenas na passagem do sobrenome do segundo esqueleto para esse. Isso porque houve tempo hƔbil para o Jose, filho da Isidora e do cap. Antonio Francisco ter sido pai do Policarpo Jose Barbalho, pois, o cap. Jose nasceu em 1769 e o Policarpo casou-se em 1808.

SĆ£o 39 anos de espaƧo. Ou seja, um deles teria que ter se casado por volta dos 19 anos de idade e o outro com idade semelhante. O que nĆ£o era muito comum para homens. Mas haviam os que tinham filhos antes do casamento. E isso nĆ£o seria problema se a famĆ­lia fosse abastada.

Mas dentre os filhos do casal Manoel Vaz e Josefa Pimenta, alem de dona Isidora da EncarnaĆ§Ć£o, por enquanto, encontrei apenas o cirurgiĆ£o-mor, Policarpo Joseph Barbalho. Ele nasceu no Serro, exerceu o cargo em Porto Alegre e teve filhos em Gravatai – RS.

Ha a possibilidade de o Jose Vaz Barbalho ter sido irmĆ£o dos dois anteriores. Nisso, nĆ£o encontrarĆ­amos dificuldades de idades, pois, o cirurgiĆ£o-mor nasceu em 1735 e teve filhos ate aos anos de 1790. Dona Josefa nasceu por volta de 1712, portanto, ate por volta de 1752 ainda estaria em idade fĆ©rtil.

O que calculo Ć© que o nosso ancestral Policarpo tenha nascido em torno de 1780, mas poderia ter nascido ate em 1790,Ā quando o pai poderia estar em torno dos 40 anos de idade dele. Em caso de ter sido filho de Manoel e Josefa.

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05. BUSCANDO ANCESTRAIS DO JOSE ANTONIO MONIZ

A partir do que ja havia encontrado, resolvi mergulhar um pouco mais nessa genealogia. e o primeiro que fiz foi buscar informaƧƵes a respeito do pai do ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO.

Fui desde o principio do livro, numa leitura ultradinamica, observar se via o nome dele. Pouco mais de hora de vistoria, encontrei, logo depois dos dados maternos:

PAG. 376

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“N. 5 – D. Luiza Josefa de Menezes, filha quarta de D. Thereza de Souza e de seu marido Jeronimo Moniz Barreto, n. 2; cazou com Antonio Galas da Silveira, *que teve a merce do habito da ordem de Christo, pelos serviƧos de seus avos, e nĆ£o professou por falecer antes de o tomar; e era filho de LourenƧo de Oliveira Pita e de sua mulher Agueda Pina Barboza, e para se receberem foram dispensados, e teve filhos:

29. Agueda, Joana e Thereza, que faleceram donzelas.

30. Diogo Moniz da Silveira, que se segue.

N. 30 – Diogo Moniz da Silveira, filho ultimo de D. Luiza Josefa de Menezes e de seu marido Antonio Galas da Silveira, cazou com D. Anna Maria de Afonseca, filha do capitĆ£o Antonio Diniz de Macedo, e de sua mulher D. Virginia da Fonseca, filha do Sargento-mor Francisco Pinto da Fonseca DeƧa, e teve filhos:

33. Jose Telles Moniz Barreto, solteiro

32. Antonio Galas da Silveira, cazou com D. Anna Maria de Mello, filha de Martim Alonso de Mello n.9.

33. Martinho Moniz Barreto, casado com D. Francisca Izabel Barreto, filha do sobredito Martinho Affonso.

“N. 34 – Diogo Moniz da Silveira, cazou com D. Margarida Josefa de Almeida Calmon, filha de JoĆ£o Calmon e de D. IgnĆ”cia de Nazareth, dispensados no parentesco por ser o dito Diogo primo co-irmĆ£o de sua esposa, e ate este anno de 1770 nĆ£o teve filhos.”

35. Luiz Antonio Moniz da Silveira, cazado, mulher D. ApolĆ³nia.

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*Cazaram na Capella do Desterro da freguezia do Socorro a 2 de Fevereiro de 1690, e os recebeu o cĆ“nego Pedro de Teive, sendo testemunhas o sargento-mor Egas Moniz Barreto e o capitĆ£o Bartholomeu Vabo, e vigĆ”rio JoĆ£o Ribeiro de Souza.

Segunda vez cazou com o capitĆ£o Martinho Ribeiro, sem filhos.”

PAG. 377

“36. Martinho Moniz Barreto, casado com sua prima segunda D. Francisca Izabel.

37. D. Maria Gertrudes, D. Anna Maria, donzelas.

Fr. Carlos de S. Bartolomeu, religioso menor na Bahia.

N. 33 – Marinho Moniz Barreto, filho de Diogo Muniz da Silveira, n. 30, e de sua mulher D. Anna Maria da Fonseca, cazou com sua prima segunda, D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, filha de D. Leonor da Silva Corte-Real e de seu marido Martinho Afonso de Mello, e foram dispensados no 3o. grao, e teve filhos:

38. Margarida Francisca de Menezes Corte-Real

39. Antonio Jose Moniz Barreto

40. D. Luiza Thereza de Menezes.”

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Ja de inicio deve-se observar que tomei nota do N. 34 como um complemento Ćŗtil aos estudos, pois, ali se informa que 1770 foi a data exata da escrita do livro.

Parece-me que o autor da genealogia estava querendo terminar rƔpido o capitulo e talvez tenha cometido alguns enganos. A principio, ele postou 2 vezes o nome Martinho Moniz Barreto, 33 e 36, ambos casados com dona Francisca Izabel.

E por ultimo alterou o nome Martinho para Marinho. PossĆ­vel serĆ” que o 36 se chamasse Marinho, e pode ter se casado com D. Francisca Izabel numa segundas nĆŗpcias dela. Porem, os filhos deverĆ£o mesmo ser do Martinho.

Foi um pouco difĆ­cil compreender o que o autor afirma ter sido eles primos em segundo grau e dispensados no 3o. grau de consanguinidade. Tive que preparar dois esqueletos genealĆ³gicos para verificaĆ§Ć£o. E ai ficou assim:

PRIMEIRO ESQUELETO

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. D. Thereza de Souza, pais de:

02. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Francisco Moniz Barreto, pais de:

03. D. Leonor Maria da Silva Corte-Real c.c. Martinho Affonso de Mello, pais de:

04. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Martinho Moniz Barreto, pais de:

05. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

SEGUNDO ESQUELETO

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. D. Thereza de Souza, pais de:

02. D. Luiza Josefa de Menezes c.c. Antonio Galas da Silveira, pais de:

03. Diogo Moniz da Silveira c.c. Anna Maria da Affonseca, pais de:

04. Martinho Moniz Barreto c.c. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, pais de:

05. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

Como se pode observar, tanto dona Francisca Izabel quanto Martinho eram bisnetos da dona Thereza e do Jeronimo. EntĆ£o, serĆ£o primos em 3o. grau para nos atualmente, pois, as avos eram irmĆ£s entre si.

A menos que haja outro parentesco entre os pais e que os dados presentes nĆ£o nos permitam identificar. O que serĆ” bem provĆ”vel porque ja percebi o quanto as famĆ­lias baianas se casavam entre primos.

Algo difĆ­cil de fugir quando os casamentos se dĆ£o em locais com populaƧƵes menores. E era exatamente isso, alem dos preconceitos, que acontecia durante o perĆ­odo colonial brasileiro.

Os ricos buscavam casamentos em suas castas. Isso para garantir os privilĆ©gios que eram “os direitos de nobreza”.

E aqui ja podemos estar demonstrando que minhas hipĆ³teses genealĆ³gicas estĆ£o se confirmando e ja podem ganhar o status de teorias. O que serĆ” uma fatalidade nĆ£o se confirmar por verdade cientifica.

Meus objetivos de buscas genealĆ³gicas era comprovar que nossos ancestrais pouca coisa menos recentes sĆ£o ancestrais de boa parte de nos, portanto, somos aparentados de todo mundo, especialmente das populaƧƵes contidas em limites fronteiriƧos.

O segundo objetivo era justamente determinar via genealogia e com melhor grau de precisĆ£o a quantidade de consanguinidade que ha entre as pessoas. Junto a isso, levantar os males mais comuns que acompanham as famĆ­lias.

Esse objetivo tem uma funĆ§Ć£o mais tĆ©cnica e interessa mais ao meio medico. Via essa interaĆ§Ć£o de dados, pode-se usar o conhecimento pratico na medicina preventiva. Aconselhando-se os casais antes do casamento para os riscos dessas heranƧas para os filhos.

E outro objetivo igualmente importante seria a facilitaĆ§Ć£o do entendimento da evoluĆ§Ć£o da Historia e da polĆ­tica no passar do tempo. Pois, se tivĆ©ssemos nossa genealogia mais completa antes de conhecer o que ensinam na Historia, iriamos verificar que ela corre em nossas veias tambĆ©m.

Vou apenas dizer por alto. Mas ja tenho a certeza que nossos familiares la na Bahia se entrelaƧaram aos Sa de Soutomaior. Os representantes mais conhecidos desse ramo sĆ£o o governador Mem de Sa, e os sobrinhos desse: o fundador do Rio de Janeiro Estacio de Sa e o governador Salvador Correia de Sa e Benevides.

Posteriormente pincelarei mais alguns dados dessa genealogia que nos permitirĆ£o demonstrar isso.

E nossa ligaĆ§Ć£o nĆ£o se da apenas por entrelaƧamento. Salvador Correia de Sa e Benevides foi o governador do Rio de Janeiro que mandou executar nosso ancestral Jeronimo Barbalho Bezerra, em 1661. Diga-se de passagem, por pura pirraƧa!

Na verdade, a briga dos dois se deu em torno dos interesses polƭticos e econƓmicos que cada um defendia. Salvador defendia os privilƩgios de sua gangue. Jeronimo queria que a dele tivesse parte mais ampla.

Pode-se dizer que Jeronimo estava do lado menos errado. Seus companheiros de revolta depois foramĀ perdoados e obtiveram ganho de causa. Mas ele perdeu a vida. Salvador perdeu o comando, os privilĆ©gios no Brasil e foi preso.

Quem desejar saber mais, informe-se pelo titulo: A Revolta da CachaƧa no Rio de Janeiro.

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06. ANTEPASSADOS E FAMILIARES DO ANTONIO JOSE

Os esqueletos genealĆ³gicos entre D. Thereza de Souza, e seu marido Jeronimo Moniz Barreto, ate ao Antonio Jose ja estĆ£o prontos acima. Ja temos informaƧƵes da ascendĆŖncia dela em meus outros estudos.

Organizei, entĆ£o, o terceiro esqueleto para tratar da ascendĆŖncia do Jeronimo Moniz Barreto. Segue assim:

TERCEIRO ESQUELETO (nesse capitulo)

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. Thereza de Souza, filho de:

02. Francisco Moniz de Menezes c.c. (1) D. Maria Lobo de MendonƧa, filho de:

03. Jeronimo Moniz Barreto, o velho c.c. D. Izabel de Lemos, filho de:

04. Egas Moniz Barreto c.c. D. Maria da Silveira ou Anna Soares, filho de:

05. Guilherme Moniz c.c. (?), filho de:

06. SebastiĆ£o Moniz c.c. (2) D.Ā Joana da Silva, filho de:

07. Guilherme Moniz Barreto, alcaide-mor de Silves c.c. (3) Ignez, filho de:

08. Henrique Moniz c.c. (?), filho de:

09. Vasco Martim Moniz c.c. (?)

(1) D. Maria Lobo de MendonƧa, filha de Manoel de Freitas do Amaral e Victoria de Barros.

(2) D. Joana da Silva, filha de GonƧalo da Silva, regedor da justiƧa em Lisboa.

(3) D. Ignez, filha de GonƧalo Nunez Barreto, alcaide-mor do Faro.

Para melhor completar esse quadro, repito aqui os outros esqueletos postados no capitulo anterior:

PRIMEIRO ESQUELETO (nesse capitulo)

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. D. Thereza de Souza, pais de:

02. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Francisco Moniz Barreto, pais de:

03. D. Leonor Maria da Silva Corte-Real c.c. Martinho Affonso de Mello, pais de:

04. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes c.c. Martinho Moniz Barreto, pais de:

05. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

SEGUNDO ESQUELETO (nesse capitulo)

01. Jeronimo Moniz Barreto c.c. D. Thereza de Souza, pais de:

02. D. Luiza Josefa de Menezes c.c. Antonio Galas da Silveira, pais de:

03. Diogo Moniz da Silveira c.c. Anna Maria da Affonseca, pais de:

04. Martinho Moniz Barreto c.c. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, pais de:

05. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

Nesse estagio da pesquisa, nĆ£o encontrei, nesse livro, os antecessores de: Martinho Affonso de Mello, Antonio Galas da Silveira e Anna Maria da Affonseca. Fica difĆ­cil por uma busca simples.

Isso porque nos tĆ­tulos aos quais os sobrenomes poderiam estar ligados temos os ancestrais mais longĆ­nquos. Ou seja, os que se instalaram no Brasil. Mas haver-se-ia que tomar cada pessoa daqueles capĆ­tulos e verificar se se casou com alguĆ©m de outro capitulo e seĀ para la a descendĆŖncia foi transferida.

Francisco Moniz Barreto era portugues recĆ©m chegado ao Brasil, portanto, os dados que o precedem nĆ£o se encontram nessa literatura. Veja-se o que se encontra a respeito de D. Maria Lobo de MendonƧa:

PAG. 203

“BARROS E MAGALHAES DA BAHIA

Gaspar de Barros de MagalhĆ£es, homem fidalgo, viveu no Brazil no recĆ“ncavo da Bahia, onde chamam SĆ£o Paulo; e viera de Portugal exterminado, foi mui rico e afazendado, cazou na Bahia com Catharina Lobo BarrosĀ de Almeida, uma das trez irmans orfans que mandou a [204] rainhaĀ D. Catharina para a Bahia cazarem com as pessoas principaes, como ja foi dito, e d’ella teve filhos:

1. Jeronimo de Barros, que se segue

2. Baltazar Lobo de Souza, adiante

3. Gaspar Barreto de MagalhĆ£es, ao depois

4. D. Felicia Lobo, que foi cazada quatro vezes, a primeira com Pedro Dias de quem teve filhos, a fl… retro n.1; a segunda com Paulo Argolo, e teve filhos a fl….; a terceira com Vicente Coelho, e a quarta com Constantino Menelao, dos quais nĆ£o achamos filhos.

5. D. Micia Lobo de MendonƧa, a primeira mulher de Jeronimo Moniz Barreto, a fl…, n. 3. NĆ£o era filho d’este.

6. D. Victoria de Barros, mulher de Manuel de Freitas do Amaral, adiante, e D. Ignez de Barros Lobo, depois.”

PAG. 206.

“N. 6 – D. Victoria de Barros, filha sesta de Gaspar de Barros de MagalhĆ£es, o primeiro d’este nome, e de sua mulher Catharina Lobo de Almeida, cazou com Manoel de Freitas do Amaral, homem formado e Cavalleiro fidalgo.”

A respeito de D. Victoria, seu marido e descendĆŖncia nĆ£o se fala mais. Mas basta dar uma rĆ”pida passada d’olhos no capitulo para constatar que todas as outras famĆ­lias mais nobres das terras brasileiras estĆ£o entrelaƧadas a esse tronco.Ā E a presenƧa dos sobrenomes presentes hoje-em-dia sĆ£o comuns em todo o Brasil.

Observe-se que nĆ£o se trata da primeira vez que encontramos a menĆ§Ć£o `as Ć³rfĆ£s enviadas pela rainha D. Catharina para casarem-se com as pessoas principais da colonia. E essa foi uma estratĆ©gia colonialista bem inteligente!

Isso remonta desde os tempos dos primeiros colonizadores que se “promiscuĆ­am” com as indĆ­genas e negras escravas. O caso mais famoso foi o do Jeronimo de Albuquerque, cunhado do primeiro capitĆ£o hereditĆ”rio de Pernambuco, Duarte Coelho.

Com a chegada dos padres jesuitas, inclusive Manoel da NĆ³brega e Jose de Anchieta, os governantes portugueses foram informados e pressentiram que as relaƧƵes “ilĆ­citas e promiscuas” produziriam pessoas com caracterĆ­sticas raciais diferentes daquelas comuns `a Europa.

Logo, pelo preconceito e temor, raciocinou-se que as misturas criariam povos nĆ£o apenas com diferenƧas fĆ­sicas, mas tambĆ©m com intelecto que logo perceberia as agruras do colonialismo, atravĆ©s do qual o povo, considerado inferior, era levado a trabalhar para sustentar os privilĆ©gios dos graĆŗdos brancos.

Como se vivia muito pouco `a Ć©poca, era comum os pais deixarem uma grande quantidade de filhos menores. Mesmo aqueles com origem na nobreza e, sem os provedores paternos, tornavam-se um “incomodo” para a coroa, pois, sem fortuna nĆ£o tinham como se casar, pois, os costumes exigiam os dotes cuja obrigaĆ§Ć£o era dos pais das filhas.

Essas eram criadas em conventos de freiras para que depois “tivessem alguma serventia”. E, claro, criadas em uma instituiĆ§Ć£o intimamente ligada `a governanƧa, ja que Igreja e Estado estavam unidos, as crianƧas tambĆ©m eram instruĆ­das dentro dos valores impostos por tais instituiƧƵes.

Nesse caso, envia-las para a colĆ“nia passou a ser uma estratĆ©gia de Estado e nĆ£o uma aĆ§Ć£o caritativa. A finalidade disso era manter a pureza da raƧa, ao mesmo tempo que essas crianƧas, “adestradas segundo os crĆ©ditos da imposiĆ§Ć£o da dominaĆ§Ć£o de uns pelos outros”, passassem para os filhos a mesma educaĆ§Ć£o que receberam.

NĆ£o se tratava de ensinar humildade e sim subserviĆŖncia. NĆ£o se tratava de democratizar os privilĆ©gios da nobreza. Era uma estratĆ©gia de dominĆ¢ncia `a distancia, pois, essas famĆ­lias eram ensinadas a se crer superiores, embora submissas ao poder metropolitano.

Assim a reaĆ§Ć£o se dava em cadeia. Os nobres de Portugal eram submissos aos reis e `a Igreja. O povo ficava abaixo. Os nobres na colonia, eram submissos ao mesmo, mas impunham ao povo colonial antes a submissĆ£o a eles prĆ³prios, como se fossem mais gente.

Essa Ć© a origem do elitismo entre as classes dominantes brasileiras e do complexo de vira-lata entre os muitos afetados pelo mal no Brasil, dentro de todas as classes socioeconĆ“micas. Seguimos, entĆ£o, com a prĆ³xima:

Como se dizia antigamente: “estava atoa na vida” e ai passou um “passarinho verde” para dar-me duas palhinhas!

PAG. 468

“PALHA

JoĆ£o Rodrigues Palha, de quem nĆ£o achamos noticia certa donde fosse natural, e so que fora dos primeiros povoadores da nova cidade de Salvador, Bahia de Todos os Santos, e que tivera o foro de escudeiro fidalgo e morador da freguezia de Matuim, e casado com Micia de Lemos, [469]Ā que era irmĆ£ de Beatriz de Lemos, (1) e do chantre Jorge de Pina, filhos estes de FernĆ£o de Lemos, fidalgo Cavalleiro. De sua mulher Micia de Lemos teve JoĆ£o Rodrigues Palha os filhos seguintes:

1. Constancia de Pina, que se segue.

2. Vicente Rodrigues Palha, (2) que ordenado se sacerdote foi doutor formado na Universidade de Coimbra em ambos os direitos, cĆ“nego, vigĆ”rio geral na se da Bahia, e governador do seu bispado, e renunciando todas estas honras se recolheu religioso no convento de S. Francisco na cidade da mesma Bahia, no qual professou a 30 de Janeiro do anno de 1600; foi o 7o. custodio, e prelado maior da dita custodia antes de ser elevada a provĆ­ncia, e n’ella faleceu com boa opiniĆ£o no convento da Bahia, pelos annos de 1636 para 1639, com o nome de frei Vicente do Salvador.

3. Izabel de Lemos, segunda mulher de Jeronimo Moniz Barreto, o velho, a fl…, e ahi o mais. Batizada na se a 25 de MarƧo de 1568.

(1) Cazada esta com Antonio da Mota Fidalgo.

(2) Batizada na se a 28 de Janeiro de 1567.”

A primeira esposa do Jeronimo Moniz Barreto havia sido D. Micia Lobo de MendonƧa, uma das 3 irmĆ£s Ć³rfĆ£s. Ou seja, por pouco nĆ£o nos tornarĆ­amos descendentes simultaneamente de pelo menos duas delas. Isso, obviamente, se o Antonio Moniz, Ā ai descendente, for mesmo o nosso ancestral.

Contudo nĆ£o se para ai. Foi aqui que o “passarinho verde” disse aos meus ouvidos. Sem ter o porque, continuei lendo o que se passava.

PAG. 473

“N. 5 – Felippe de Lemos, filho de JoĆ£o Rodrigues Palha e de sua mulher Micia de Lemos, foi cazado com Francisca Barboza, (2) filha de Baltazar Barboza de AraĆŗjo e de Catharina Alvares, sua mulher, e era ja viuva esta Francisca BarbozaĀ de ChristĆ³vĆ£o Ā de Sa de Betencourt, do qual tinha dois filhos, Joanna Barboza, cazada com Miguel Telles de Menezes, e Francisco de Sa de Betencourt, casado com Anna de Souza, e d’este Felippe de Lemos teve mais:

Vicente Palha de Lemos, Lourenco de Lemos, Maria de Lemos ou Barboza e Agueda de Pina, cazada com Lourenco de Oliveira Pita, com filhos.

(2) Cazaram a 28 de Janeiro de 1620, e era viuvo de D. Maria Barboza. Piraja.

Ai esta. Antes que procurando, por sorte encontrei quem foram os pais de Antonio Galas da Silveira, marido de D. Luiza Josefa de Menezes. E ai vou ter que retornar ao livro para melhor compreender as relaƧƵes de parentesco.

Certo, porem, Ć© que, o autor do livro estava correto. O casamento entre pessoas com terceiro grau de parentesco, da aos filhos um terceiro grau de consanguinidade.

Ai se trata de genƩtica para explicar, pois, a quantidade do DNA dos avos comuns dobram quando esses casamentos acontecem. Assim, essa quantidade se torna a mesma que ha entre pessoas primas em terceiro grau, mesmo sendo na genealogia consideradas primas em quarto grau.

Isso implica dizer que os filhos de primos em terceiro grau possuem a mesma quantidade do DNA de seus ancestrais na mesmaĀ proporĆ§Ć£o que seus pais. A cada geraĆ§Ć£o, essa quantidade era para cair pela metade. Porem, a metade do lado materno se soma `a metade do lado paterno, produzindo um inteiro.

Nesse caso, ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO e irmĆ£os eram primos terceiros por causa da linhagem Barbalho/Barreto. Mas tambĆ©m tinham o sangue acumulado do lado PALHA. Nesse caso, tornaram-se mais primos que o 3o. grau, o que poderia ser o 2o.

Para que nĆ£o se percam no raciocĆ­nio, resolvi repetir aqui aquele pequeno trecho da pagina 376:

“N. 6 – D. Luiza Josefa de Menezes, filha quarta de D. Thereza de Souza e de seu marido Jeronimo Moniz Barreto, n. 2; cazou com Antonio Galas da Silveira, * que teve a merce do habito da ordem de Christo, pelos serviƧos de seus avos, e nĆ£o professou por falecer antes de o tomar; e era filho de LourenƧo de Oliveira Pita e de sua mulher Agueda Pina Barbosa, e para se receberem foram dispensados, e teve filhos:”

Via Agueda Pina Barbosa constata-se que o Antonio Jose Moniz Barreto alem de Barbalho com Barbalho e Moniz Barreto com Moniz Barreto, foi tambƩm Palha com Palha. Era o Palhinha!

E assim se da porque o Francisco Moniz de Menezes ja era filho de D. Izabel de Lemos (Palha) e Jeronimo Moniz Barreto, o velho.

E observe-se que levando-se em contaĀ apenas o Felippe de Lemos, que havia sido tio antepassado do Antonio Jose, veja-se com quantas famĆ­lias a raƧa se misturou. Alvares, AraĆŗjo, Barbosa, Sa de Betencourt, Souza, Oliveira e Pita.

Alias, esse Oliveira Pita do ancestral LourenƧo talvez proceda dos de SĆ£o Paulo. Pode ter sido um dos bravos que prontificou-se a defender a terras brasileiras conquistadas pelos holandeses.

Houveram alguns casos que paulistas se mantiveram no Nordeste e por la deixaram geraĆ§Ć£o. Algo a se verificar. NĆ£o encontrei a famĆ­lia dele na Bahia.

Ou melhor, nĆ£o encontrei o local ao qual ele possa estar inscrito. Isso porque ha um capitulo: ROCHA PITA, na Bahia. Trata-se de primeiros chegados cujos filhos podem ter se casado em outras famĆ­lias. Mas isso tem que ser verificado mas nĆ£o tenho tempo agora.

Bom, ate aqui descobre-se que o ANTƔNIO JOSE MONIZ BARRETO descende dos PALHA. NĆ£o consegui nada a respeito do LourenƧo de Oliveira Pita. Tive, entĆ£o, que ver o lado materno da ancestral dele, FRANCISCA BARBOZA.

PAG.113

Aqui o autor deu continuidade a capitulo anterior. So nĆ£o foi completamente por acaso que encontrei porque busquei antes na internet. Assim, tive algumas informaƧƵes previas e passando os olhos acabei encontrando o que procurava:

“SucessĆ£o da sexta filha de Genebra Alvares e de seu marido Vicente Dias, a qual foi:

N.17 – Catharina Alvares, filha de Genebra Alvares e de seu marido Vicente Dias de Beja, moƧo fidalgo da caza do infante D. Luiz, cazou com Baltazar Barbosa de Araujo, natural de Ponte de Lima, filho de Gaspar Barboza de Araujo e de sua mulher D. Maria de Araujo. DeĀ Catharina Alvares e seu marido Balthazar Barbosa, foram filhos:

1. Francisca, batizada na se a 12 Fevereiro de 1579. Casada com ChristĆ³vĆ£o de Sa Betencourt, a fl…, e depois com Felippe de Lemos.”

Observe-se que as informaƧƵes sĆ£o suficientes para concluirmos que esses foram os pais que procurava. E, para encontrar que capitulo fazia aquela parte separada, nĆ£o precisei buscar tanto assim. Faziam parte do CARAMURUS NA BAHIA.

PAG. 84

“CARAMURUS NA BAHIA

Diogo Alvares Correia, *da principal nobreza de Vianna, vindo `a Bahia por acazo da fortuna, sendo o primeiro Portuguez, que n’ella aportou, e pizou as suas praias, e pelo sucesso do seu naufrĆ”gio, e modo com que escapando d’elle com vida a conservou entre o gentio, que lhe acrescentou o cognome de – CARAMURU – Ć© tĆ£o celebrado na tradiĆ§Ć£o e historia. Depois de ter de uma

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  • Faleceu a 3 de Outubro de 1557, sepultado no mosteiro de Jezus, que era do collegio da Companhia: cadern. fl. 70 verso.

PAG. 85

filha do principal dos indios, que habitavam as costas da barra da Bahia, varias filhas illegĆ­timas que n’esse lugar se assentaram, e chamado ainda entĆ£o, como gentia, – ParaguaƧu – como escrevem algumas memĆ³rias, ou com tem outras – Guaibim-Para – e tudo quer dizer o mesmo que – mar ou rio-grande – e conhecida depois de batizada por Catharina Alvares: d’esta e de seu marido Diogo Alvares Caramuru foram filhas legitimas:

1. Anna Alvares, que se segue.

2. Genebra Alvares, adiante.

3. Apolonia Alvares, depois.

4. Gracia Alvares, mulher de AntĆ£o Gil.”

PAG. 86

“SucessĆ£o da segunda filha legitima de Catharina Alvares e seu marido Diogo Alvares Caramuru, que foi:

N. 2 – Genebra Alvares, filha segunda de Catharina Alvares e de seu marido Diogo Alvares Caramuru, cazou com Vicente Dias de Beja, natural da Provincia do Alentejo, moƧo fidalgo da caza do infante D. Luiz. Assim se acha em varios papeis manuscritos feitos por pessoas antigas, que tiveram o cuidado de escrever e fazer memĆ³ria dos sugeitos, que casaram com estas filhas de Catharina Alvares e seu marido Diogo Alvares Caramuru, como tambĆ©m do Teatro GenealĆ³gico das arvores das principais famĆ­lias do reino de Portugal e suas conquistas.

De Genebra Alvares e seu marido Vicente Dias foram filhos:

12. Diogo Dias, que se segue.

13. Maria Dias (1) mulher de Francisco de AraĆŗjo, adiante.

14. LourenƧo Dias, sem geraĆ§Ć£o.

15. Melchior Dias, sem geraĆ§Ć£o.

16. Vicente Dias, sem geraĆ§Ć£o.

17. Catharina Alvares, (2) adiante.

***************************************

(1) Batizada na se a 5 de Janeiro de 1556

(2) Batizada na se a 18 de Julho de 1559.

PAG. 87

18. Andreza Dias, mulher de Diogo de Amorim Soares, (1) filho de Francisco Soares, de Ponte de Lima, sem geraĆ§Ć£o.

19. Francisca Dias (2) mulher de Antonio de AraĆŗjo, irmĆ£o de Gaspar Barbosa, de Ponte de Lima, adiante `a fl… Segunda vez cazou essa Francisca Dias (3) como consta do assento seguinte: Aos 15 de Fevereiro de 1597 recebi eu o legado Pedro de Campos, deĆ£o da se, a Francisco de Aguiar, filho de Jacome Duarte e de sua mulher Izabel de Aguiar, moradores na cidade de Braga, freguezia de S. JoĆ£o de Souto, com Francisca Dias, filha de Vicente Dias e de sua mulher Genebra Alvares.”

**********************************

“(1) cazaram a 12 de Janeiro de 1586

(2) cazou com este a 8 de Janeiro de 1518. Na se. Padrinhos Antonio de Paiva e AntĆ£o Gil.

(3) Faleceu esta a 8 de Agosto de 1611. Sepultada em S. Francisco.”

As informaƧƵes no livro sĆ£o vagas. Busquei algo mais para dimensionar a importĆ¢ncia da indĆ­gena Gauibim-Para. Entre as coisas que acho importante foi determinar que ela era Tupinamba e o nome do pai foi Taparica. Quem desejar ver um resuminho, abra:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_ParaguaƧu

Para facilitar a leitura, vamos entĆ£o fazer mais um esqueleto dessa genealogia. Assim saberemos como o Antonio Galas da Silveira descende desses ancestrais. Segue assim:

QUARTO ESQUELETO (nesse capitulo)

01. Diogo Alvares Correia (Caramuru)Ā c.c. Catharina Alvares, pais de:

02. Genebra Alvares c.c. Vicente Dias de Beja, pais de:

03. Catharina Alvares c.c. Balthazar Barboza de Araujo, pais de:

04. Francisca Barboza c.c. Felippe de Lemos, pais de:

05. Agueda de Pina c.c. Lourenco de Oliveira Pita, pais de:

06. Antonio Galas da Silveira c.c. D. Luiza Josefa de Menezes, pais de:

07. Diogo Moniz da Silveira c.c. Anna Maria da Affonseca, pais de:

08. Martinho Moniz Barreto c.c. D. Francisca Izabel Barreto de Menezes, pais de:

09. ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO

Penso que agora ficou demonstrado que mesmo que esse Antonio Jose nĆ£o seja nosso ancestral, ele devera ter sido de outras pessoas no Brasil e a descendĆŖncia dele poderĆ” ser imensa, tanto quanto Ć© a de nosso ancestral.

Imagine-se, entĆ£o, o quanto maior devera ser a descendĆŖncia do Diogo Alvares e Catharina Alvares! Pode ser que nĆ£o sejamos descendentes deles atravĆ©s do Antonio Jose, mas difĆ­cil serĆ” nĆ£o sermos por outros esqueletos.

De qualquer forma fica ai comprovado que o estudo da disciplina Historia ficaria muito mais prazeiroso se ao invĆ©s de estuda-la como se os personagens nos fossem alienĆ­genas, eles fossem o que sĆ£o: nossos ancestrais.

E, diga-se de passagem, de certa forma, Ć­ntimos. SĆ£o apenas 9 geraƧƵes entre a primeira geraĆ§Ć£oĀ ate ao Antonio Jose. Caso o nosso ancestral seja esse mesmo temos apenas 6 geraƧƵes ate `a minha prĆ³pria.

Pode parecer que o parentesco seria pequeno, contudo, os da casa de meus pais descendem 6 vezes do mesmo Antonio Jose Moniz. Ou seja, Isso soma tanto que ele e sua esposa se tornam praticamente nossos pais, por ser 6 vezes em apenas 6 geraƧƵes!

Para fechar esse capitulo vamos anotar apenas alguns exemplos do destino de nossos aparentados. Segue entĆ£o:

PAG. 244

“BARROS DA FRANCA NA BAHIA

Affonso de Franca, foi um homem honrado, e fidalgo da bom procedimento, irmĆ£o de Andre Dias da Franca, o qual Affonso da Franca passou `a Bahia com sua mulher D. Catharina Corte-Real, e o pai d’este Affonso da Franca foi Lancerote de Franca. De Affonso de Franca e sua mulher foram filhos:”

PULANDO `A PAG. 247

N, 2 – Rafael Soares da Franca, filho de JoĆ£o Alvares Soares e de sua mulher D. Catharina Corte-Real, cazou com D. Catharina de Souza, filha de Antonio Pereira de Souza, Cavalleiro do habito de Santiago, e de sua mulher D. Antonia Bezerra, filha do mestre-de-campo Luiz Barbalho Bezerra; foi homem rico e senhor de engenho no rio de Parana-mirim, teve filhos:”

PAG. 384

“ROCHA, SA E SOTOMAIOR

Diogo da Rocha de Sa, o 1o. aqui

Manoel de Sa Soutomaior, foi provedor da alfĆ¢ndega da Bahia, e cazado com Elena de Argolo, a fl… Era irmĆ£o de Diogo da Rocha de Sa, que aqui se segue, e naturaes da Villa de Viana, Foz de Lima, dos Sas e Soutomaiores, e filhos legĆ­timos de Leonardo de Sa Soutomaior, pessoas nobres e de famĆ­lias principaes do reino de Portugal, donde se passaram para a Bahia nos princĆ­pios de sua fundaĆ§Ć£o, e n’ella cazou Diogo da Rocha de Sa com D. Ignez Barreto, irman do alcaide-mor Duarte Moniz Barreto, e filhos ambos, com outros mais, que ja ficam a fl…, n. 1, e seus filhos e filhas com outros mais de Egas Moniz Barreto ahi a fl…, n. 1 e seg., e n’ella cazou Diogo da Rocha de Sa (1) e teve filhos:

1. Mem de Sa, que se segue.

2. D. Felippa de Sa, adiante

3. Diogo da Rocha de Sa, ao depois.

N. 1 – Mem de Sa, filho de Diogo da Rocha de Sa e de sua mulher D. Ignez Barreto, cazou com D. Maria Barboza, (2) filha de Francisco Barbuda, o velho, cavalleiro da caza de el-rei, e de sua segunda mulher Maria Barboza, que era irman inteira de Gaspar Dias Barboza Mello, e teve no decurso de 21 annos, que viveram cazados, os filhos seguintes:

************************************************

5. D. Escolastica, mulher do capitĆ£o Gaspar Maciel, adiante”

PAG. 386

“MACIEL E SA

N.6 Diogo de Sa Soutomaior, filho Ćŗnico de D. Escolastica de Sa, n. 5, e de seu marido Gaspar Maciel, capitĆ£o de mar e guerra, cazou com D. Guiomar da Rocha, primeira mulher, e teve:

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Segunda vez cazou Diogo de Sa Soutomaior com D. Francisca Barbalho, filha de Antonio Ferreira de Souza, filho de Euzebio Ferreira e de sua mulher Catharina de Souza, a fl…, n. 5 e 18: casaram na Capella do Bom Jezus do Socorro no 1o. de Dezembro de 1668.”

PAG. 391

“N. D. Roza Maria de Sa, filha do capitĆ£o-mor Mem de Sa, n. 10, e de sua mulher D. Mariana Cecilia da Serra, cazou com Egas Moniz Barreto, filho do coronel Egas Moniz Barreto e de sua mulher D. Ignez Thereza Barbalho Bezerra, a fl…:

O padre GonƧalo de Sa Soutomaior

O capitĆ£o Roque Moniz Barreto, que faleceu solteiro.

Estacio de Sa Moniz Barreto, que se segue.

Egas Moniz Barreto, que faleceu solteiro.

Jose Sotero Moniz Barreto, cazado em Pernambuco

Nazario da Rocha de Sa Soutomaior, que cazou duas vezes, a primeira com D. Roza Maria Florentina, filha de Manoel Nunes de Vasconcellos e de sua mulher D. Catharina Barboza, e d’esta teve seis filhos que todos faleceram solteiros, que foram: Manoel, Mario, Augusto, Antonio, Roza e Catharina.

Vicente Vasco Jose, que faleceu solteiro

D. Antonia Maria Francisca, adiante.

D. Roza Maria de Sa, ao depois. [PAG. 392]

D. Maria Sofia de Jezus Maciel, adiante.

D. Mariana Cecilia Bezerra, ao depois.”

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Assim completamos o capitulo com a conclusĆ£o de que, fatalmente, em sendo descendentes do Antonio Jose Moniz Barreto, seremos em maior ou menor teor aparentados da maioria dos baianos e brasileiros de um modo geral.

E se fizermos uma genealogia mais completa dos descendentes desses ancestrais verificaremos que eles tambĆ©m serĆ£o, obrigatoriamente, ancestrais de todas as personalidades de todos os Ć¢mbitos de atividade.

Isso significa dizer que o maior coco da Bahia, Rui Barbosa; o poeta Castro Alves e tantos escritores e compositores terĆ£o algo de nossa genĆ©tica recente.

E quanto mais geraƧƵes se passam, maior tendĆŖncia serĆ” de sermosĀ aparentados das geraƧƵes mais novas. Isso porque a cada novo entroncamento haverĆ” a chance de os filhos nascerem de descendentes de nossos ancestrais, tanto do lado materno quanto paterno.

Essa se torna a grande verdade do estudo genealĆ³gico. NĆ£o se precisa casar com parentes prĆ³ximos e conhecidos para deduzir que teremos parentesco com nossos cĆ“njuges. Ja sabemos que temos, com qualquer pessoa. A genealogia somente confirma isso e da o grau!

Quem depois abrir esse livro, pode procurar que na sequencia da descendĆŖncia do Diogo Caramuru e ParaguaƧu, multiplica-se, entre outras, a AraĆŗjo de AragĆ£o. Ou seja, aquela que depois ira se encontrar com o Barbalho BarretoĀ na formaĆ§Ć£oĀ dos diversos tĆ­tulos de nobreza do impĆ©rio.

Outro detalhe, nĆ£o confundam o capitĆ£o-mor, aqui presente, Mem de Sa, como o governador geral do Brasil. Os Sa sĆ£o os mesmos. E o nome tambĆ©m. Mas esse casamento se deu quando o governador ja era defunto.

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07.Ā O QUE QUE A BAIANA TEM? OS QUINDINS DE YAYA!!!

ComeƧando com uma brincadeira, abram para acompanhar a leitura:

http://www.tcm.com/mediaroom/video/1075601/Three-Caballeros-The-Movie-Clip-Os-Quindin-De-Ya-Ya.html

Sem palavras:

PAG. 135

“ARAUJOS E BARBOZAS

Balthazar Barboza de Araujo, *de quem era irmĆ£o bastardo Francisco Barboza de Araujo, a fl… n. 3, e ambos naturaes de Ponte de Lima, era filho legitimo de Gaspar Barboza de Araujo e de sua mulher D. Maria de Araujo, neto De Francisco Rodrigues de Araujo e de sua mulher D. Genebra Barboza, filha de EstevĆ£o GonƧalves Susteiro e de sua mulher D. Brites Barboza, filha de GonƧalo Fernandes de Barboza, que servio a el-rei D. JoĆ£o I com gente `a sua custa na batalha de Aljubarrota, o qual GonƧalo Fernandes de Barboza houve a dita D. Brites Barboza de sua mulher Beatriz Correa, filha de FernĆ£o Affonso Correa, senhor de honra de FarelƵes, e das freguezias de S. Pedro do Monte e Villameana, e de sua mulher D. Leonor Rodrigues da Cunha, neta de Affonso Vasques Correa, senhor da honra de FarelƵes, e de D. Berengueira Nunes Pereira, filha de Rui Pereira, a quem chamara o Bravo, e de D. Violante Lopes de Albergaria, e neta de D. Rui GonƧalves Pereira e de D. Berengueira Nunes, filha de Nuno Martins Barreto, bisneto de Paio Correa de Alvaranntu e de D. Maria Mendes de Mello, filha de Mem Soares de Mello, terceira neta de Pedro Paes Correa, e de D. Dordens Paes, filha de D. Pedro Mendes de Aguiar, quarta neta de D. Paio Soares Correa, o velho, e de sua segunda mulher D. Maria Gomes da Silva, filha de [136] D. Gomes Paes da Silva, alcaide-mor do castello de Santa Olaia, quinta neta de D. Sueiro Paes Correa e de D. Urraca Sueiro, filha de D. Huergueda, sexta neta de D. Paio Ramiro, fidalgo portuguez, rico homem d’el-rei D. Affonso VI de Espanha.

Foi GonƧalo Fernandes de Barboza filho de D. FernĆ£o Pires de Barboza e de sua mulher D. Mauroires, filha de Aires Paes de Torozelos e de D. Urraca Ramires, filha de Dom Rui GonƧalves da Cunha, neto de Martim de Barboza e de D. Margarida Eanes, filha de JoĆ£o Aires Duro e neta de Aires Rodrigues Duro e de D. Thereza de Vasconcellos, filha de JoĆ£o Pires de Vasconcellos, bisneto de Nuno Pires Barboza, e terceiro neto de D. Pedro Nunes de Barboza e de D. Elvira, filha de Martim Pires da Maia, Ojami, de alcunha, quarto neto de D. Nuno Sanches de Barboza e de sua mulher D. Thereza Alvares, filha do Conde D. Alvaro de Ferreira de Castella, quinto neto do Conde D. Sancho Nunes e da Condessa D. Thereza Mendes, filha de D. Mem Moniz de Riba-Douro, sexto neto do Conde D. Nuno de Salanova e de Sancha Gomes Echegui, sĆ©timo neto de Guterre Arias, Conde de Tui, mordomo-mor d’el-rei D. Affonso Magno, oitavo neto de Ermenegildo, Conde de Tui, mordomo-mor e parente d’el-rei D. Affonso Magno, pelos annos de Christo de 864.

Foram Balthazar Barboza de Araujo e seu irmĆ£o Francisco de AraĆŗjo Barboza bisnetos de Rodrigo Alvares de Araujo, commendador da ordem de Santiago, e de D. Bibiana Alvares de Antas, filha de Alvaro Pires de Antas, e neta de EstevĆ£oĀ Rodrigues de Antas, que se achou no escalamento de Tui, como refere Azurara na Chronica d’el-rei D. JoĆ£o I, e concorreo nos tempos d’el-rei D. Diniz, bisneta de GonƧalo Fernandes de Antas, senhor do Pasto de Antas, e do conselho de FragĆ£o, e de sua mulher D. Ignez Aldred, filha de D. Vasque Aldred Da Silva, terceira neta de Garcia Vasques de Antas e de sua mulher D. Thereza de Novaes, filha de D. Paio de Novaes, senhor de Gondum, que era da caza de Castella, e de sua mulher D. Thereza Oerio, quarta neta [137] de Pedro Esteves de Antas e de D. Dordia Martins, filha de Martim Dadi, o velho, e de sua mulher D. Urraca Pires, filha de D. Pedro Mendes de Aguiar.

Foram os ditos Balthazar Barboza de AraĆŗjo e seu irmĆ£o Francisco de AraĆŗjo Barboza, terceiros netos de Alvaro Rodrigues de AraĆŗjo, commendador do Rio-Frio, e de D. ConstanƧa da Veiga Azevedo, filha de Rui Lopes da Veiga Azevedo,Ā quartos netos de Paio Rodrigues de AraĆŗjo, que chamaram o cavalleiro, embaixador d’el-rei D. JoĆ£o I de Portugal, capitĆ£o da guarda do infante D. Henrique, e de sua mulher D. Leonor Pereira de Barbuda, senhor do solar de Barbudo, quintos netos de Pedro Anes de AraĆŗjo Portegueiro, maior de Cella-Nova, senhor da terra de Lindozo, e de sua mulher (nĆ£o lhe explica o nome) filha do senhor de Pedrozo, sextos netos de GonƧalo Rodrigues de AraĆŗjo, vassalo d’el-rei D. Fernando de Portugal, senhor de Villar de Vallar, e do Ingar de LadrƵes, e Cazal de Donez, e da terra de Lindozo, e de sua mulher, que foi filha de um senhor da caza de Ribeira, e da terra de Lindozo, e dos Susgados, e Portorgo de Castro Laboeiro, e de sua mulher, que foi filha de um senhor da caza de Ribeira em Galiza, sĆ©timos netos de Pedro Anes de AraĆŗjo, fronteiro-mor contra a parte de Galiza, e de sua mulher N. Velozo, oitavos netos de Vasco Rodrigues de AraĆŗjo, o primeiro que teve esse apellido de AraĆŗjo, por ser senhor dessa Villa, Milmenda, Interino e 13 da ordem de Santiago e de sua mulher D. Leonor GonƧalves Velho, filha de Pedro Anes Velho, mestre da ordem de Santiago em Portugal, nonos netos de Paio Cavalleiro, em quem comeƧou esta famĆ­lia.

O Marquez de Monte-Bello, nas notas ao Conde D. Pedro, affirma descender do infante D. Velozo, filho d’el-rei D. Ramiro. Foi este Paio Cavalleiro senhor das villas de AraĆŗjo, Interino, Guindeve, Milmenda, e Val de Pedras. Tudo o que aqui se refere anda nos livros das linhagens em Portugal, e no Conde D. Pedro; e nos autores, que escreveram as notas ao dito Conde D. Pedro; e tambĆ©m no 1o. tomo da Corografia Portugueza, cap. 14 fl. 253, se trata da famĆ­lia dos AraĆŗjos.”

Observem que nada tratei da descendencia do Francisco de Araujo Barboza, irmĆ£o do Balthazar.

Acredito nĆ£o precisar por hora, pois, isso que anotei ja deu algum trabalho e nada nos valera; tanto se acaso do Antonio Jose Moniz Barreto nĆ£o nos for ancestral direto, quanto se for mas nĆ£o verificarmos isso por meio dos documentos que acaso isso mostre.

A vantagem serĆ” que se esses estudos de nada valerem para nos, pelo menos poderĆ” valer para quem, com certeza, seja descendente das pessoas ai presentes. Se lerem meus escritos, tirem bom proveito.

Quando tratei da descendencia do Jose Coelho de MagalhĆ£es, pensando ser com certeza o nosso ancestral na linhagem Coelho, tive a oportunidade de ver diversos desses mesmos nomes. E outros que antecedem a esses. Portanto ja os sei ser descendentes das realezas europeias mais antigas.

Quanto ao Francisco de AraĆŗjo Barboza temos:

PAG. 93

“N. 3 – Maria Dias, filha segunda de Genebra Alvares, n. 2, e de seu marido Duarte Dias cazou com Francisco de Araujo, filho natural de Gaspar de Barboza AraĆŗjo, natural de Ponte de Lima, da nobilissima familia dos AraĆŗjos, que ha na provincia de Entre-Douro e Minho (1).

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(1) Theat. Geneal., arv. 36. Faleceu este a 27 de Agosto de 1602. Sepultado na Mizericordia.”

Essa nota sera interessante para quem se interessar em aprofundar mais porque a descendĆŖncia do irmĆ£o do Balthazar poderĆ” ser igualmente nossa parente prĆ³xima, caso sejamos descendentes do Antonio Jose Moniz Barreto.

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08.Ā CONSIDERAƇƕESĀ A RESPEITO DE MAIS PARENTESCOS

A)Ā Obviamente,Ā nĆ£oĀ se encerrou ainda a nossa busca por nossos parentes.Ā NĆ£o tive a oportunidade de verificar nada a respeito de nossa ancestral Manoela do Espirito Santo, que foi a esposa do pentavĆ“ Antonio Jose Moniz.

Caso ele seja oĀ mesmo Antonio Jose Moniz Barreto,Ā entĆ£o,Ā terĆ­amosĀ que buscar saber se ela era baiana e, em sendo, de qualĀ famĆ­lia procedia. Caso seja, muito provavelmenteĀ terĆ”Ā ascendĆŖncia semelhante `a do marido, com o risco, para nos que somos descendentes, de descender dos mesmos ancestrais que ele.

Se ela for mineira,Ā terĆ”Ā ancestrais queĀ serĆ£o ancestrais do marido. Essa torna-se uma fatalidadeĀ obrigatĆ³ria. Contudo, em sendo ancestrais de variasĀ geraƧƵes anteriores `as deles,Ā nĆ£oĀ serĆ” grande problema para nos, pois, isso Ć© o normal!

B)Ā Alem dela temos outra oportunidade de descender do conjunto de ancestrais presentes nesse estudo. Trata-se de Thereza de Jezus. Apenas para manter a grafia daquelaĀ Ć©poca.

Thereza de Jezus teve por marido aoĀ portuguĆŖs sargento-mor Domingos Barboza Moreira. Vejamos esse esqueleto para explicar como chegam ate a nos:

01. Domingos Barbosa Moreira c.c. Thereza de Jesus, pais de:

02. Norothea BarbosaĀ FiĆŗza c.c.Ā portuguĆŖs,Ā JoĆ£o de Souza Azevedo, pais de:

03. Maria de Souza Fiuza c.c.Ā portuguĆŖs, Antonio Borges Monteiro, pais de:

04. Antonio Borges Monteiro Jr. c.c. Maria Magdalena de Santana, pais de:

05. Maria Francelina Borges Monteiro c.c. Daniel Pereira do Amaral, pais de:

06. Maria Marcolina Borges do Amaral c.c. Antonio Rodrigues Coelho, e esses se tornaram nossosĀ trisavĆ³s, tanto do lado materno quanto paterno.

02.Ā JoĆ£o de Souza Azevedo foi natural de Vila Nova do Norte, Portugal, e filho de Manoel de Sousa de Azevedo e Anna Coelho.

03. Antonio Borges Monteiro foi natural da Vila de Seia, Freguesia de PinhanƧos, do Distrito de Guarda,Ā tambĆ©m de Portugal no continente. Foi filho de Antonio Borges e de sua segunda esposa Joanna Monteiro. Atualmente temos maisĀ informaƧƵes a respeito deles.

Segundo o professor Dermeval Jose Pimenta, Thereza de Jesus procedia de Tabaiana, BA. Isso `a epoca que o Sergipe fazia parte da Bahia, pois, a atual cidade chama-se Itabaiana e Ć© naquele estado. Aqui podemos supor que possa ter cometido algum engano.

AĀ ĆŗnicaĀ informaĆ§Ć£o que nos passou a respeito do sargento-mor Domingos Barbosa Moreira foi a de que eraĀ portuguĆŖs.Ā NĆ£o temos ainda suaĀ procedĆŖncia.

EncontramosĀ informaƧƵes interessantes a respeito dele, ja em Minas Gerais. Isso foi descrito na pagina:

https://val51mabar.wordpress.com/2017/03/11/a-historia-e-a-familia-barbalho-coelho-andrade-na-historia/

O que ha esta no ultimo capitulo: 10. A PRESENCA DA FAMILIA BARBOSA NO INICIO DO CICLO DO OURO EM MINAS GERAIS.

Dentro do capitulo acima, inicio a descriĆ§Ć£o do que encontrei a respeito do Domingos Barbosa no sub-capitulo 6. Ha que se rolar quase todo o conteĆŗdo da pagina para encontrar.

De util para nossa genealogia mesmo encontrei que ele arrecadou os dƭzimos dos quartƩis da Comarca do Serro do Frio em 1723, quando ja era sargento-mor.

Alem disso, como referencia, so tĆ­nhamos as datas a partir de 1775, quando a neta Maria de Souza Fiuza se casou. Outras referencias a ele dĆ£o conta que tinha ligaƧƵes com cristĆ£os-novos, inclusive alguns processados pela InquisiĆ§Ć£o.

Outro detalhe importante da vida dele foi que a literatura afirma que alegou ter lutado contra a rebeliĆ£o de Felipe dos Santos, que se deu em 1720, em Minas Gerais.

Ele usou o argumento de que havia aumentado a fazenda real com suas aƧƵes, alem de ter protegido os interesses da coroa portuguesa `as prĆ³prias custas e com o “uso de gente e escravos”.

Assim, pode-se deduzir que foi abastado. Mesmo porque, somente se o fosse poderia ter ocupado os cargos que ocupou e pretender os privilƩgios de nobreza que requereu.

Alem disso, a data de 1720 torna-se imprescindĆ­vel para deduzir que deveria ser maduro, apto ao casamento. Provavelmente, os filhos que teve, caso tenha tido outros alem da nossa ancestral, deverĆ£o ter nascido no mĆ”ximo dentro da faixa dos 30 anos seguintes.

EntĆ£o, precisamos retornar `a Revista Trimensal para encontrarmos alguns dados interessantes. Vejamos entĆ£o:

PAG. 375

“N. 5 – D. Eugenia Thereza de Menezes, filha de D. Thereza de Souza e de seu marido Jeronimo Moniz Barreto, n. 2, cazou com o Sargento-mor JoĆ£o Lopes FiĆŗza, * cavalleiro professo na ordem de Christo, natural de Ponte de Lima, villa de Viana, filho de SebastiĆ£o FiĆŗza e de sua mulher Izabel Lopes; e teve filhos:”

“23. D. Thereza Eugenia de Menezes, cazada com o capitĆ£o-mor JoĆ£o Felix Machado Soares em Santo-Amaro, e depois com o doutor Francisco Gomes de Sa, e de ambos sem filhos. Batizada a 11 de Maio de 1713, na Se.”

Pensar que D. Thereza Eugenia seja nossa ancestral, nessas circunstancias, seria querer demais. Mas nĆ£o seria impossĆ­vel.

Nascida em 1713, poderia estar pronta para o casamento por volta de 1725. `A Ć©poca nĆ£o seria considerado absurdo algum. Como ela nĆ£o teve filhos dos seus dois maridos, nada mais consta em relaĆ§Ć£o `a vida dela.

Mas algo nĆ£o se pode negar. Aqui se registra o encontro das famĆ­lias Barbalho e FiĆŗza. Nesse caso, nĆ£o se pode descartar a possibilidade de outros casamentos terem se dado entre as duas famĆ­lias. Ou FiĆŗza com outra famĆ­lia da qual, talvez, sejamos descendente.

O extremo da coincidencia ai poderia ser que D. Thereza Eugenia poderia ter tido seus dois maridos, que poderiam ter sido senhores mais velhos, e eles terem se casado com ela e falecido no espaƧo dos prĆ³ximos 15 anos. Ou seja, antes de 1740.

Estando viuva e ainda jovem, em torno de 27 anos no mƔximo, poderia ter tido a terceira oportunidade de casar-se, dessa vez com um Domingos Barboza Moreira tambƩm ja maduro. Acredito que ele tenha nascido ao mais tardar em 1695, o que o faria chegar a 1740 aos 45 anos de idade.

Nesse caso, ate 1775, quando do casamento da ancestral Maria de Souza FiĆŗza, seriam 35 anos de espaƧo, perfeitamente dentro das possibilidades para os nascimentos dela e sua mĆ£e, Dorothea Barboza Fiuza.

Construi essa hipĆ³tese apenas paraĀ alertar a respeito das possibilidades de sermos descendentes por tantas vias dos mesmos ancestrais. NĆ£o por desejo de que isso realmente tenha acontecido.

Mas para alertar a respeito dos riscos de ignorarmos a genealogia e nĆ£o termos uma medida dos riscos que, por ignorĆ¢ncia do passado, podemos estar expondo nossa descendĆŖncia a eles.

A genealogia, nesse caso, devia ser um Ć³timo instrumento para uso em medicina preventiva. Todos deveriam te-la escrita. O mĆ©dicos teriam que ser instruĆ­dos a respeito da matĆ©ria para orientar os nubentes.

E estes precisariam abrir suas consciĆŖncias, pois, para eles prĆ³prios isso nĆ£o seria problema, os problemas sĆ£o passados para as geraƧƵes seguintes.

C) BRAVO, BRAVISSIMO. Naturalmente, havemos que considerar as diversas formas pelas quais devemos ser aparentados de todas as famĆ­lias brasileiras. O sobrenome Bravo entra como uma das possĆ­veis chaves.

PAG. 427

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“BRAVO

Antonio Bravo, foi natural do Porto, e cazado com Margarida Antonia, e teve filhos:

1. Antonio Mendes Bravo, que se segue.”

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Esse foi apenas um inicio de um capitulo curto. NĆ£o quiz aprofundar. Somente vi que no fim do capitulo a descendĆŖncia estava com o sobrenome SerrĆ£o. SerĆ” sobrenome que posteriormente produzira famĆ­lias com titulo de nobreza.

O interessante aqui foi que `a mesma Ć©poca e no mesmo Porto registra-se a saĆ­da de nosso ancestral Miguel Gomes Bravo. Possibilidade deĀ serem parentes para mim chega a 100%.

A diferenƧa foi que nosso ancestral tomou rumo mais ao Sul. Foi para Vitoria-ES e depois Rio de Janeiro.

D) BARRETOS EM PERNAMBUCO. JoĆ£o Paes Barreto foi o maior entre os senhores de engenho no inicio da colonizaĆ§Ć£o de Pernambuco, contando com o senhorio de 10 engenhos. Foi casado com Ignez Guardes de Andrade, filha de Francisco Carvalho de Andrade e Maria Tavares de Guardes.

BrĆ”s Barbalho Feyo foi modesto em relaĆ§Ć£o a ele. Foi senhor apenas do engenho SĆ£o Paulo da VĆ”rzea do Capibaribe. Alias, engenho fundado pelo sogro que foi o mesmo Francisco. Foi casado com Catharina ou Maria Tavares de Guardes.

Em uma literatura ha uma descriĆ§Ć£o dizendo que Francisco havia sido uma pessoa tĆ£o bem conceituada que conseguira casar bem as filhas e outra que se casara com BrĆ”s Barbalho Feyo.

BrƔs foi o pai da Camilla Barbalho. Ela com o Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda foram os pais do governador Luiz Barbalho Bezerra.

Guilherme foi neto de Antonio Martins Bezerra e Maria Martins Bezerra. Um dos casais povoadores de Pernambuco. Praticamente todos os nascidos em Pernambuco deverĆ£o te-los como ancestrais.

Por ai se ve que os primeiros chegados a cada lugar tornam-se rapidamente ancestrais das futuras geraƧƵes. E a descendĆŖncia que se desloca para outras paragens acaba se tornando ancestrais das futuras geraƧƵes do novo lugar.

Dessa forma se dĆ£o as multiplicaƧƵes genealĆ³gicas e justamente por isso mesmo, nos acabamos nos tornando descendentes dos mesmos ancestrais que as outras pessoas tambĆ©m o sĆ£o.

Em Pernambuco nĆ£o descendemos dos Barreto. Mas eles descendem de nossos ancestrais. Se nĆ£o formos descendentes dos Barreto da Bahia, eles serĆ£o descendentes de nossos ancestrais que foram para la.

Dado que,Ā nĆ£o quiz ainda repetir a informaĆ§Ć£o, em SĆ£o Paulo e Rio de Janeiro, alem de descenderem dos Gomes Bravo, descendem dos capitĆ£es-mores, Antonio de Oliveira e JoĆ£o Carvalho de Pimenta. O que tambĆ©m nos descendemos.

Creio que esse motivo nos basta para demonstrar o quĆ£o infame Ć© o orgulho das pessoas que pensam ser melhores que as outras.

Deverƭamos dar o mƔximo de nos para fazermos uma genealogia o mais completa possƭvel. Assim, toda vez que alguns se arvorarem de melhores que os outros poderƭamos esfregar em suas faces as origens de todos.

Esse mundo precisa de menos orgulho e mais uniĆ£o. De menos disputas e mais soluƧƵes.

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09. UM POUCO DA DESCENDENCIA DA DONA COSMA BARBALHO

Para nĆ£o deixar sem uma menĆ§Ć£o, resolvi postar um pouco da descendĆŖncia de dona Cosma Barbalho Bezerra e seu marido Francisco de Negreiros Sueiro. Isso ajuda a termos uma ideia de como se diversificou nossa famĆ­lia na Bahia.

Bom, a bem dizer, multiplicou-se em sobrenomes. Mas os ancestrais de todos acabam se encontrando nos mesmos nichos, especialmente em Portugal. E nĆ£o pretendo extrair mais nada do livro, pois que senĆ£o terei que acabar de copia-loĀ integralmente! E a revista tem quase 500 paginas.

PAG. 308.

“NEGREIROS DE SERGIPE DO CONDE

Ā  Ā  Ā Jorge Esteves, que era filho de Jeronimo Esteves, passou com sua mulher Dorothea Fernandes,Ā naturaes todos da Villa de Agua Revez, do arcebispado de Braga, para a Bahia, e na Villa de Sergipe do Conde foi juiz ordinĆ”rio e dos Ć³rfĆ£os, e teve filhos:

Ā  Ā  Ā 1. Domingos de Negreiros, que se segue

Ā  Ā  Ā 2. Jeronimo de Negreiros.

Ā  Ā  Ā N. 2 – Domingos de Negreiros, filho de Jorge Esteves, acima, foi cazado com Maria Pereira* filha de Martim Lopes Sueiro e de sua mulher Anna Pereira a fl…, n. 2 e teve filhos:

Ā  Ā  Ā 1.Ā DamiĆ£o de Negreiros, mulher sua D. Luzia de Souza fl…

Ā  Ā  Ā 4. OĀ capitĆ£o Domingos de Negreiros Sueiro, que se ordenou de sacerdote no anno de 1645, e das suasĀ inquiriƧƵes consta, que eraĀ filho de Domingos de Negreiros, acima, e de sua mulher Maria Pereira, neto por parte paterna de Jorge Esteves e de sua mulher Dorotea Fernandes, naturaes da villa de Agua Revez, do arcebispado de Braga, e por parte materna neto de Martim Lopes Sueiro e de sua mulher Anna Pereira. Batizado na capella de S. Germano Patativa, pelo coadjutor Nicolao Viegas, a 17 de Marco de 1629. Padrinhos seu tio Jeronimo de Negreiros e D. Maria de Souza, mulher de Duarte Lopes Sueiro.

Ā  Ā  Ā 5. D. Anna de Negreiros, mulher doĀ capitĆ£oĀ Guilherme Barbalho, a fl… n. 2.

Ā  Ā  Ā 6. Francisco de Negreiros Sueiro, que se segue.

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Ā  Ā  Ā Cazaram a 4 de Fevereiro de 1607.

PAG. 309

N. 6 – Francisco de Negreiros Sueiro, filho de Domingos de Negreiros, n. 2, e de sua mulher Maria Pereira, foi cazado com D. Cosma Barbalho, filha do mestre de campo Luiz Barbalho e de sua mulher D. Maria Furtado de MendonƧa, a fl…, e teve filho:

7. Luiz Barbalho de Negreiros, que se segue.

N. 7 – Luiz Barbalho de Negreiros, filho de Francisco de Negreiros, n. 6, e de sua mulher D. Cosma Barbalho cazou com D. Luiza Corte-Real, (1) filha de JoĆ£o Alvares de FranƧa, a fl…, e de sua mulher D. Catharina Corte-Real, e teve filhos.

8. Francisco de Negreiros Corte-Real, que se segue

9. JoĆ£o Alves Soares Corte-Real, batizado a 26 de Fevereiro de 1668

10. Domingos Soares Barbalho, batizado a 23 de MarƧo de 1669, cazou com D. Izabel Barboza a 15 de Fevereiro de 1700.

11. Antonio Barbalho de FranƧa, adiante, batizado a 7 de Novembro de 1670.

12. GonƧalo Soares de FranƧa, batizado a 10 de Janeiro de 1678, clƩrigo.

13. Joze Barbalho Corte-Real, faleceu solteiro.

14. D. Maria Josefa Corte-Real, solteira.

N. 8 – Francisco de Negreiros Corte-Real, filho de Luiz Barbalho de Negreiros, n.7, e de sua mulher D. Luzia Corte-Real, casou com D. Antonia de AraĆŗjo ou de AragĆ£o (2) filha de Pedro Camelo de AragĆ£o Pereira e de sua segunda mulher D. Anna de AraĆŗjo, a fl…, n. 74, a qual D. Antonia era viuva de Pedro Paes Machado, como fica ahi, e d’este seu segundo marido Francisco de Negreiros teve filhos; segunda vez cazou com D. Elena Maria de Argolo Menezes, filha do capitĆ£o Antonio Moreira de Menezes e de sua mulher D. Anna de Menezes, a qual D. Elena ja era viuva do legado Bartolomeo Soares, nĆ£o teve filhos.

15. D. Luiza Corte-Real, mulher do alferes SebastiĆ£o da Rocha Pita, a fl… n. 12, sem filhos.

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(1) faleceu esta a 23 de Janeiro de 1716

(2) cazaram a 7 de Outubro de 1697; na capella da Pena do Engenho da Ponta.

PAG. 310

16. Luiz Barbalho de Negreiros Corte-Real, cazou com D. Anna Joaquina de Almeida, irman do mestre de campo Bernardino Marques; nĆ£o teve filhos.

17. D. Anna de AraĆŗjo ou AragĆ£o, vive solteira

18. Antonio Joze de Negreiros Corte-Real; cazado com D. Catharina Josefa, sua parents, sem filhos.

N. 11 – Antonio Barbalho da FranƧa, filho de Luiz Barbalho de Negreiros, n. 7, e de sua mulher D. Luiza Corte-Real, cazou com D. Roza de AraĆŗjo de AragĆ£o (1), filha de Pedro Camelo de AragĆ£o Pereira, que ja fica acima, e era esta D. Roza irman de D. Antonia, e filhas ambas, do sobredito Pedro Camelo. De D. Roza e seu marido Antonio Barbalho da FranƧa foram filhos:

19. Ignacio, batizado a 8 de Dezembro de 1693

20. Luiz Barbalho de Negreiros

21. D. Anna de AragĆ£o, mulher de Felix de Itaparica, sem filhos.

22. D. Antonia, mulher do doutor JoĆ£o Pereira de Vasconcellos, a fl… n. 76.

Segunda vez cazou Antonio Barbalho, acima, com D. Catharina Jozefa de AraĆŗjo Azevedo, filha do capitĆ£o Gaspar de AraĆŗjo Azevedo e de sua mulher D. Izabel Barboza, e teve tambĆ©m filhos:

Antonio e D. Cosma, que faleceram solteiros.”

Creio nĆ£o precisar estender mais. Mesmo porque nĆ£o ha no Ć­ndice indicaĆ§Ć£o dos nomes com os quais se casaram essa descendĆŖncia. Pelo menos, o que ja esta ai da uma mostra geral.

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10. ANTONIO BARBALHO PINTO, NOSSO QUASEĀ ANCESTRAL!

Desfazendo confusƵes. Anteriormente, havia postado uma pagina em meu blog na qual reproduzi o que encontrei no livro: “PEDATURA LUSITANA, NOBILIƁRIO DE FAMILIAS DE PORTUGAL.” CAPITULO: “BARBALHOS”. O endereƧo da pagina Ć©:

https://val51mabar.wordpress.com/2017/03/11/a-historia-e-a-familia-barbalho-coelho-andrade-na-historia/

Esta no capitulo da pagina: 08. DA FIDALGUIA DA FAMILIA BARBALHO.

Basta rolar o material ate aproximadamente `a metade doĀ conteĆŗdoĀ da pagina para encontrar aĀ matĆ©ria.

Mas antes disso, vejam outro relato. O amigo Mauro Moura de Andrade enviou-meĀ tambĆ©m noticias em forma de paginas do livro: A SAGA DOSĀ CRISTƃOS-NOVOS NAĀ PARAƍBA. De autoria de dona Zilma Ferreira Pinto.

Antes de tudo, veja-se o que ha deĀ informaƧƵes maisĀ Ćŗteis para nosso estudo agora. Segue-se isso, da pagina 143:

“Antonio Barbalho Pinto, um neto de Branca Dias no Senhorio do Camaratuba. O homem que desacatou PauloĀ Linge. O nobre avoengo e ancestral dos grandesĀ povoadores.”

Ao demonstrar que, ao contrario do que fora dito por Borges da Fonseca a respeito da morte de Antonio Barbalho Pinto, dado como morto por ele em 1625, na verdade, em 1645 ainda estava vivo; ela copia, de Diogo Lopes Santiago e Maximiano Machado, `a pagina 150, e temos:

“…. eĀ tambĆ©m foram soltando alguns malsinados debaixo dos mesmos passaportes e prometimento de fidelidade com as grandes peitas que lhes deram, exceto Antonio Mendes de Azevedo, que mataram, por trazer um filho e um genro na guerra…

das outras freguesias das capitanias, desde o Rio SĆ£oĀ Francisco ate aĀ ParaĆ­ba, prenderam a outros muitos homens, e daĀ ParaĆ­ba veio preso Antonio Barbalho, queĀ nĆ£o soltaram com os mais…

posto que o governador PauloĀ Linge desejou bem de prender alguns dos moradores principais, como tinha por ordem e havia ja mandado prender a Antonio Barbalho …. (71)”

Do livro pude extrair um pouco da genealogia. Veja-se isso:

  1. Antonio Barbalho PintoĀ e

Ā  Ā  1.Ā Guiomar Barbalho, filhos de:

Ā  Ā  2. Antonio Barbalho c.c. Violante Fernandes, filho de:

Ā  Ā  3.Ā FernĆ£oĀ Barbalho c.c. ?

Violante Fernandes foi filha de: Branca Dias c.c. Diogo Fernandes.

Branca Dias foraĀ cristĆ£-nova e DiogoĀ cristĆ£o-velho.

Foram casados 2 vezes cada um:

1) Violante Fernandes c.c.Ā JoaoĀ Pereira, pais de:

Ā  Ā  Ā a) Leonardo Pereira c.c. Brasia Pinto

Ā  Ā  Ā b) Mateus Pereira

2) Antonio Barbalho c.c. D. Antonia Bezerra

a) Felipe Barbalho

b) Luis Barbalho (N. 1601 aprox.)

Antonio Barbalho Pinto c.c. Anna da Silveira.

Vejamos agora o que nos trƔs de interessante o PEDATURA LUSITANA:

PAG. 343

“BARBALHOS

  1. FernĆ£o (A) Barbalho era natural de Entre Douro e Minho …… e teve:

2. Antonio Barbalho

2. Luis Barbalho

2. Alvaro Barbalho

2. Antonio Barbalho filho 1o. este viveo no Porto aonde foi cidadĆ£o. Casou com ….. e teve

3. Antonio Barbalho

3. D. Guiomar ……. m.er de Ignacio Cernache de Noronha co. g.

Casou 2a. vez com D. Antonia Bezerra, ouĀ Monteira, filha de Domingos Bezerra … … … … e houve:

3. Luis Barbalho Bezerra

3. Felipe Barbalho Bezerra

3. Antonio Barbalho filho 1o. deste viveo no Brazil …..

3. Luis Barbalho filho 2o. de Anto. Barbalho E o 1o. de

*************************

(A) Os f.os deste FernĆ£o Barbalho erĆ£o primos de M.el Fran.co Barbalho e tiverĆ£o Capella em S. Fran.co do Porto. E o dito M.el Fran.co Barbalho foi pai de Clara Barbalho m.er de G.ar de Carvalho e forĆ£o pais de Jo. Lopes Barbalho fidalgo da caza delRei e com.or de Sanfins de Nespereira e Mestre de Campo no Alentejo.”

*************************

PAG. 354

“sua 2a. mulher n.2 foi insigne Soldado nas armas do Brazil: foi fidalgo da Caza delRei E com.or dos casaes na ordem de Christo. E Governador do Rio de Janeiro onde morreo.

Casou com D. Maria Furtado de M.Ƨa filha de Fernand’Ayres Furtado E de sua m.er Cecilia Carreira E houve:”

Na verdade, os genealogistas na atualidade seguem uma combinaĆ§Ć£o de linhagens deixada por *Borges de Fonseca, e outros, na qual temos:

01. BrĆ”s Barbalho Feyo c.c. Maria (ou *Catarina)Ā Tavares de Guardes, pais de:

02. Camila Barbalho c.c. Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda, pais de:

03. Luis Barbalho Bezerra c.c. D. Maria Furtado de MendonƧa.

*Borges da Fonseca afirma, em parte, que o nome da esposa do BrĆ”sĀ era Leonor, mas outros mencionam nome desconhecido, embora sabendo que houvesse uma filha chamada Leonor Tavares de Guardes, filha de Francisco de Andrade Carvalho e Maria Tavares de Guardes.

No capitulo, Barbalhos,Ā pag. 139, ele escreveu que a esposa do BrĆ”s fora a Leonor. E que Camilla Barbalho, teria se casado com FernĆ£o Bezerra.Ā Na segunda nĆ£o ousou escrever nomes.

Na verdade, a nobiliarquia escrita por Borges da Fonseca que verifiquei na internet contem trĆŖs partes.

No capitulo BEZERRAS FELPA DE BARBUDA, pag. 35, menciona `a pag. 36Ā o nome N……….. Bezerra Monteiro como marido da Camilla.

A outra esta mais ao final da publicaĆ§Ć£o, nos indexes.Ā O que inicia-se `a pag. 384 tambĆ©m nĆ£o nomeia a esposa do BrĆ”s, destaca apenas que havia sido irmĆ£ de Ines Guardes, “mulher do instituidor do Morgado do Cabo”.

Quem desejar verificar os detalhes, pode-se ler o livro no endereƧo:

http://memoria.bn.br/pdf/402630/per402630_1925_00047.pdf

Por essas notas podemos observar que houve confusĆ£o do autor do Pedatura Lusitana. Na verdade, sĆ£o dois troncos, por enquanto, separados, que deram origem `a FamĆ­lia Barbalho no Brasil. Aquele iniciado pelo BrĆ”s e o iniciado pelo Antonio Barbalho Pinto.

Segundo o Borges da Fonseca, o BrĆ”s ja estava no Brasil, Pernambuco, desde os tempos do primeiro proprietĆ”rio da capitania,Ā capitĆ£o-mor, Duarte Coelho. E dele nasceu Camilla Barbalho, a qual passou o sobrenome para os filhos.

Ao que tudo indica, para que tenhamos origem no FernĆ£o Barbalho, como propƵe o autor, este terĆ” que nĆ£o ter encontrado documentos dizendo que o BrĆ”s tambĆ©m fosse filho dele. Pela idade, acredito que BrĆ”s pode ter sido irmĆ£o do FernĆ£o, talvez primo.

Enxergo outra pequena possibilidade tambĆ©m. A de que o Antonio, filho de FernĆ£o Barbalho, fosse o prĆ³prio BrĆ”s Barbalho Feyo. Talvez se chamasse Antonio BrĆ”s Barbalho Feyo. E os autores nĆ£o mencionaram.

Nesse caso, ele poderia ter sido pai de Antonio e D. Guiomar ainda em Portugal. Mas o autor do Pedatura deve ter recebido informaƧƵes desencontradas ja que realmente teve filhos com os nomes Felipe e Alvaro.

O que ele tambĆ©m nĆ£o ficou sabendo foi que teve a filha Camilla. Essa sim casou-se com Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda, que fora neto do PantaleĆ£o Monteiro e Brazia de AraĆŗjo ou Monteiro.

Nesse caso, Luiz Barbalho BezerraĀ e Felipe Barbalho Bezerra ja eram netos e nĆ£o filhos do “Antonio” BrĆ”s. Dentro dessa possibilidade, o Antonio Barbalho Pinto, seria meio-irmĆ£o da Camilla Barbalho.

Porem, nĆ£o se teria mais noticia desse parentesco. Em primeiro lugar ele nĆ£o teria crescido na presenƧa dele, e foi posteriormente para o Brasil.

No Brasil, poderiam ter residido distanciados. EntĆ£o, quando da prisĆ£o do Antonio Pinto, poucos ou ninguĆ©m mais que ele prĆ³prio saberia de tal parentesco.

Talvez para preservar os parentes e a si prĆ³prio, mantivesse distancia por causa da condiĆ§Ć£o de ser neto de uma cristĆ£-nova.

Pareceu-me que a esposa nĆ£o mencionada no Pedatura devera ser dona Violante Fernandes.

E a razĆ£o para ela nĆ£o aparecer naquele livro deve ter sido justamente proceder de famĆ­lia cristĆ£-nova. Isso seria motivo mais que suficiente para exclusĆ£o, para nĆ£o “manchar” a nobreza porque estava-se em plena InquisiĆ§Ć£o.

Nesse caso, o Antonio Barbalho Pinto devera ter sido o primeiro filho do primeiro Antonio. E pode ter sido neto do FernĆ£o Barbalho.

PossĆ­vel serĆ” que dessa confusĆ£o tenham brotado outras, nas quais os antigos genealogistas apontavam Fernando Bezerra ou Antonio Bezerra Monteiro como pai do governador Luiz Barbalho Bezerra.

Na verdade, os dois: Luis e Luiz Barbalho Bezerra foram contemporĆ¢neos. Ja havia visto essa menĆ§Ć£o de que o grande soldado havia nascido em torno de 1601.

Na verdade, o governador Luiz Barbalho nasceu em torno de 1584 ja que foi dito que casou-se aos 30 anos, em 1614, mesmo ano no qual nasceu seu primeiro filho, Guilherme Barbalho Bezerra.

NĆ£oĀ seria impossĆ­vel, mas bastanteĀ improvĆ”vel que o Luiz comeƧasse a ter filhos e se casado em torno de seus 14 anos de idade, mesmo naquela Ć©poca. Naquele tempo o homem valia o quanto tinha no bolso.

Os homens de origem nobre buscavam casamentos, quando se casavam, depois que eram provados. Os pais eram os que determinavam com quem as filhas iriam se casar. E eles preparavam dotes para o casamento das filhas.

Esses dotes representavam verdadeiras fortunas. Quanto maior fosse o dote, mais elevado na escala social poderiam “comprar” um marido. O que pretendiam comprar era seguranƧa para a prĆ³pria descendĆŖncia, portanto, tinham o cuidado de escolher maridos que ja tivessem mostrado valor.

O prĆ³prio governador Luiz Barbalho Bezerra casou-se aos 30 anos.

NĆ£o se pƵe data no casamento do filho dele FernĆ£o. Mas o Pedatura menciona que foi casado com Maria de Macedo, e acrescenta: “m.er baixa”. O que deve significar, sem nobreza. E, tambĆ©m, sem dote. Talvez ele tenha se casado novo.

Existem mais duas evidencias que nos mostram que o governador Luiz Barbalho nĆ£o foi filho do Antonio Barbalho. Primeiro porque o segundo casamento dele se deu por volta de 1586, quando o governador ja era nascido.

A segunda questĆ£o foi a de que Antonio Barbalho Pinto foi o filho de Antonio Barbalho e Violante Fernandes. E que, em teoria, teria sido irmĆ£o do governador.

Nesse caso, ele teria tido um irmĆ£o que chefiou a resistĆŖncia `a invasĆ£o holandesa durante vĆ”rios anos, sendo famosĆ­ssimo por conta desse fato.

O governador Luiz Barbalho faleceu em 1644, no comando do Rio de Janeiro. Mas neste interim seus filhos tambƩm foram valorosos soldados contra os invasores.

A biografia do Agostinho Barbalho Bezerra esta repleta de condecoraƧƵes por seus atos de bravura. FernĆ£o, Jeronimo, Guilherme, Antonio e Francisco Monteiro tambĆ©m se envolveram e se tornaram herĆ³is da resistĆŖncia.

Portanto, a prisĆ£o do Antonio Barbalho Pinto levaria ao mesmo resultado que a do senhor Antonio Mendes de Azevedo, que tinha somente um filho e um genro Ā envolvidos na guerra.

Muito possivelmente, o BrĆ”s Barbalho Feyo poderĆ” ter sido um tio ou, no muito, um primo mais distante. Parentesco que ficava oculto nas brumas do passado que nĆ£o permitia aos holandeses ter noticia dele.

Acredito que um pequeno detalhe, que demonstra as erratas no texto do Pedatura, foi o autor ter atribuĆ­do o nome Cecilia Carreiro `a mĆ£e de nossa ancestral Maria Furtado de MendonƧa.

Pode ter encontrado Cecilia Car.o, abreviado da forma que ele usava tanto. Apenas que em algumas abreviaturas cabiam mais de um nome. No caso dela, tinha o nome completo de Cecilia de Andrade Carneiro. Car.o era, nesse caso, Carneiro.

O nosso parentesco com os Monteiro e Bezerra da-se dessa forma:

01. PantaleĆ£o Monteiro c.c. Brazia AraĆŗjo, ou Monteiro, pais de:

02. Maria de Araujo c.c. Antonio Bezerra Felpa de Barbuda, pais de:

03. Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda c.c. Camilla Barbalho, pais de:

04. Luiz Barbalho Bezerra c.c. Maria Furtado de MendonƧa.

Segundo os genealogistas mais recentes, Antonio Bezerra Felpa de Barbuda foi filho dos grandes povoadores de Pernambuco: Antonio Martins Bezerra e Maria Martins Bezerra.

Antonio Felpa, nasceu em Ponte de Lima. Ao que tudo indica foi irmĆ£o de Domingos Bezerra Felpa de Barbuda. Domingos nasceu em 1524, em Viana. Nisso, penso que Antonio fosse mais velho.

A razĆ£o que leva-me a pensar foi o fato de essa data remontar `a grande corrida consequente aos Grandes Descobrimentos. O que direcionou o desenvolvimento para as cidades portuĆ”rias, como era Viana.

Assim fica fƔcil imaginar que o movimento demogrƔfico foi de Ponte de Lima para Viana. E ai sim para Pernambuco, pois, a maioria dos povoadores procediam do Entre-Douro e Minho, sediada esta provƭncia pela cidade do Porto.

Mais informaƧƵes a respeito do Domingos encontramos na postagem:

http://familybezerrainternational.blogspot.com/2009/12/fontes-sobre-as-origens-da-familia.html

Quem desejar resumir a leitura, antecipe-se `a pagina 11. Observe-se que Domingos Bezerra de Barbuda foi tio-avĆ“ do governador Luiz Barbalho Bezerra. E foram dois irmĆ£os, Antonio e Domingos, casados com duas irmĆ£s, Maria e Brasia Monteiro (AraĆŗjo).

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11. CONCLUSOES

A maior e principal conclusĆ£o serĆ” a de que precisamos mesmo recorrer aos documentos de Ć©poca para determinarmos com certeza de que o nosso ancestral ANTƔNIO JOSE MONIZ Ā seja esse que se completa com o sobrenome BARRETO.

Como devem ter residido ate ao falecimento em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, pode ter deixado InventĆ”rios e, talvez, Testamento em algum cartĆ³rio local. Ai podemos encontrar a menĆ§Ć£o a nome de pais.

Caso nĆ£o se encontrem la, poderĆ£o estar no Serro, que `a Ć©poca dele foi a Ćŗnica Comarca na regiĆ£o.

Ou pode ser que tenha casado nalguma das freguesias que compunham ConceiĆ§Ć£o do Serro (do Mato Dentro). Nesse caso os registros devem encontrar-se no Arquivo Arquidiocesano da Diocese de Diamantina. O ideal seria encontrar o registro de casamento dele com MANOELA DO ESPIRITO SANTO.

Quem sabe, nĆ£o foram pais de pelo menos mais uma meia dĆŗzia de meninos e meninas, alem da nossa ancestral Luiza Maria, os quais podem ter tido tanta descendĆŖncia quanto Luiza Maria e o capitĆ£o Jose Coelho da Rocha. Se for o caso, serĆ” difĆ­cil encontrar pessoa na regiĆ£o que nĆ£o tenha ascendĆŖncia nos avos Antonio Jose e Manoela.

NĆ£o se pode esquecer que os trabalhos do genealogista Antonio de AraĆŗjo AragĆ£o BulcĆ£o Sobrinho podem ja ter essa resposta. O Antonio Jose pode ter sido parente dele e se este casou-se na Bahia, pode aparecer na literatura produzida pelo genealogista. Se houver, pode encurtar nossa labuta.

Caso se comprove essa hipotese, de sermos descendente do ANTONIO JOSE MONIZ BARRETO, talvez possamos explicar as brincadeiras que rodavam em torno da famĆ­lia Coelho.

Ha tempos dizia-se que os Coelho nĆ£o podiam ver sombra que queriam se sentar. Ai ficaria explicado! SĆ£o baianos de origem!

Ha tambĆ©m outro parecer do mesmo ramo familiar. Diziam que nĆ£o se podia disputar uma cadeira com um Coelho. Ainda mais quando fosse preciso correr um pouco porque a cadeira nĆ£o estivesse ao alcance rĆ”pido.

Isso porque o Coelho virava-se deĀ costa e se sentava. A bunda grande chegava primeiro e ela depois puxava o corpo!!!

Em verdade, as brincadeiras eram uma celebraĆ§Ć£o da dominĆ¢ncia da famĆ­lia, imaginaria ou nĆ£o. O certo foi que a nossaĀ assinatura CoelhoĀ que deu maior forƧa `as tradiƧƵes chegou para o Brasil em data tardia.

Em 1744 foi passada a primeira carta de sesmarias ao portuguĆŖs Manoel Rodrigues Coelho, que as tradiƧƵes dizem ter sido o primeiro do ramo no Brasil.

NĆ£o lhe temos nomes de esposa(s). Mas tambĆ©m deve ter sido representante da nobreza portuguesa. Isso porque, a partir do filho dele, os casamentos se deram com pessoas das famĆ­lias que ja se encontravam no Brasil ha mais tempo.

EntĆ£o, para que as geraƧƵes posteriores nĆ£o tenham comentado a respeito de ancestrais tĆ£o antigos e ilustres, deve ter sido porque a bagagem que ele trazia tinha pelo menos fama igual.

E como foram muito poucas as pessoas preocupadas em guardar memĆ³ria de seus ancestrais mais longĆ­nquos, os comuns contentaram-se com o vislumbre daquela figura mais nova. Mas nem precisava, por ser portuguĆŖs da metrĆ³pole, os brasileiros ja o tinham por “superior”!

E, com esse deslumbramento por assinaturas, asĀ geraƧƵes futuras nĆ£o apenas se esqueceram da tradiĆ§Ć£o anterior do recĆ©m chegado, como nem mesmo tomou nota do que era mais antigo. Assim deve ter sido a perda de nossa memĆ³ria que agora precisava ser recuperada.

Escrevo apenas para que os futuros tenham onde encontrar.

Bom seria que fosse feita uma recuperaĆ§Ć£o de tudo o que for possĆ­vel e entĆ£o fossem escritas enciclopĆ©dias novas, pois, assim poderiam as crianƧas de cada geraĆ§Ć£o ter acesso nĆ£o apenas `a Historia que nos parece de outros, mas sim a verdadeira Historia, aquela que inclui nossos ancestrais e a saga da descendĆŖncia deles.

Essa Ć© a unica e verdadeira Historia que existe. Aquela que conta a Historia dos acontecimentos e de como o sangue dos herĆ³is circula em nossas veias.

 

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010. OS BARBALHO DO RIO DE JANEIRO, POR RHEINGANTZ

INDICE:

O1. INTRODUCAO

02. FAMILIA BARBALHO NO RIO DE JANEIRO SECULO XVII

03.Ā MAIS BARBALHO NO RIO

04. OS BARBALHO DE AGUIAR NO RIO E MINAS

05.Ā A NOSSA EUGENIA

06. UM POUCO MAIS DE DISCUSSƃO A RESPEITO DOS DADOS

07. UM POUCO MAIS DOS AGUIAR NA FAMILIA

08. TITULO CARVALHO

09. DOS COSTA

10. PONTOS DO NORDESTE TAMBEM SERIAM NOSSO?

01. INTRODUCAO

“Primeiras Familias do Rio de Janeiro (SĆ©culos XVI e XVII)” Primeiro Volume.

Este Ć© o titulo da grande obra do genealogista Carlos Grandmasson Rheingantz. A obra foi planejada para conter 3 volumes. Dos quais o primeiro foi publicado em 1965 e o segundo em 1967.

O autor nĆ£o publicou o terceiro. O ColĆ©gio Brasileiro de Genealogia, sediado no Rio de Janeiro, tem publicado o terceiro em fascĆ­culos, publicaĆ§Ć£o prĆ³pria. Mas nunca tive acesso.

Acabo de ganhar fotos do capitulo entitulado BARBALHO, que foi resumido entre as paginas 188 a 191.

Vou manter esses dados para ajudar-nos em pesquisas maiores. Infelizmente acrescenta poucoĀ ao que sabemos da linhagem que nos toca.

Foi bom ter este conhecimento novo porque a partir dele podemos ter uma ideia mais ampla de como se formou nossa famĆ­lia e, quem sabe, muito em breve, iremos poder seguir estes rastros para descobrirmos que temos uma grande parentela espalhada pelo mundo inteiro.

Ha tambĆ©m o senĆ£o. A presenƧa da ancestral Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho na atual raiz, ate onde o professor Dermeval Jose Pimenta nos deixou decifrado, da FamĆ­lia Coelho. Assim, essa linhagem Barbalho da qual todos descendemos pode depois encaixar-se no capitulo escrito pelo Rheingantz.

Segue o encontrado. AgradeƧo `a amiga Perlya que enviou-me as fotos das paginas:

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02. FAMILIA BARBALHO NO RIO DE JANEIRO SECULO XVII

PAG. 188

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“BARBALHO

Luis Barbalho Bezerra, n. por volta de 1584 e fal. no Rio (Se 3o. 31v) a 16.4.1644 (sepultado na capela-mor do Colegio da Companhia de Jesus). Governador. Filho de FernĆ£o Bezerra Monteiro e de d. Camila Barbalho. Casado por volta de 1614 com d. Maria de MendonƧa. No ano de 1638 a famĆ­lia toda retirou-se de Pernambuco e vai para a Bahia. Pais de:

I.1 CapitĆ£o Guilherme Barbalho

I.2 CapitĆ£o Jeronimo Barbalho Bezerra, n. em Pernambuco (?) por volta de 1616, e fal. no Rio (Se 4o. 37) a 8.4.1661, expirou degolado no cadafalso. Casado por volta de 1644 com d. Isabel Pedrosa, n. no Rio (Se 2o., 123) bat. a 1.6.1631 e fal. no Rio (Se 7o., 150v) a 10.12.1709 (fal. fora da cidade), filha de Joao do Couto Carnide e de Cordula Gomes. Pais de:

II.1 Jeronimo. n. no Rio (Se 3o. 80) bat. a 26.6.1645

II.2 Felipe Barbalho Bezerra, n. no Rio (Se 3o. 88v) bat. a 18.9.1647, fal., casado no Rio (Se 2o., 21) a 2.7.1667 com Maria Pinta, n. por volta de 1649 e fal. no Rio (Candelaria 2o., 71) a 17.10.1704 (ja viuva). Pais de:

III.1 ajudante JuliĆ£o Barbalho (Bezerra), n. no Rio (CandelĆ”ria, 2o., 33v), bat. a 11.6.1668.

III.2 Maria de Lima, n. no Rio por volta de 1670, fal. no Rio (Se 10o., 86), casada no Rio (Se 2o., 101) a 24.2.1686 com Faustino de Souza Pinto. Pais de:

IV.1 Francisca de Souza Barbalho, n. no Rio (Se 5o., 56) bat. a 19.3.1687, fal. de parto em 8.1723, casada no Rio (Se 3o., 91) a 7.1.1705 com Manuel Dias Pataias, residente no Rio (InhaĆŗma) n. em N. S. da EsperanƧa de Pataias, bisp. de Leiria por volta de 1667, fal., viuvo de Ursula da Fonseca, e filho de Manuel Dias Pataias e Domingas Rodrigues. Pais de:

V.1 Manuel Dias (Pataias) n. no Rio (Candelaria 3o., 60v) a 18.4.1706.

V.2 Nicolau, n. no Rio (Candelaria 3o., 72) bat. a 25.9.1707

V.3 Florencia, n. no Rio (Candelaria 3o. 83v) bat. a 2.4.1709

V.4 Joana, n. no Rio (Candelaria 3o., 93) bat. a 25.11.1710

V.5 Maria de Souza, n. no Rio (Candelaria 3o. 105) bat. a 18.7.1712, fal., casada no Rio (Candelaria 4o. 19v) a 21.5.1726 com Bento Gomes de Araujo, n. em Icarai, RJ, filho de Joao de Barcelos e de Luiza Faria.

V.6 Pedro, n. no Rio (Candelaria 3o., 115) bat. a 3.12.1713

V.7 Tereza, n. no Rio (Candelaria 3o., 133) bat. a 1/4.11.1715

V.8 Maria, n. no Rio (Candelaria 3o., 146) bat. a 13.1.1717

V.9 Clemente, n. no Rio (Candelaria 4o. 7v) bat. a 8.12.1718

V.10 Francisco, n. no Rio (Candelaria 4o. 33) bat. a 17.2.1721

V.11 Francisca, n. no Rio (Se 7o. 53v) bat. a 6.4.1722

V.12 Ignacio. n. no Rio (Candelaria 4o., 82) bat. a 4.8.1723

PAG. 189

IV.2 Padre Felipe de Souza, sacerdote de habito de SĆ£o Pedro, n. no Rio (Se 5o., 68v) bat. a 4.9.1689

IV.3 Pedro. n. no Rio (Se 5o. 79) bat. a 23.2.1692, fal. menor

IV.4 Maria, n. no Rio (Se 5o. 90v) bat. a 19.5.1694, fal. menor

IV.5 Maria, n. no Rio (Se 5o. 103v) bat. a 19.3.1696, fal. menor

IV.6 InƔcia, n. no Rio (Se 5o. 117) bat. a 13.7.1698, fal. menor

IV.7 Maria, n. no Rio (Se 5o. 125v) bat. a 12.10.1699, fal. menor

IV.8 TomƔsia de Souza, n. no Rio (Se 5o., 145) bat. a 14.11.1701, solteira em 1720.

II.3 d. PĆ”scoa Barbalho, n. no Rio (Se 3o. 99v) bat. a 1.5.1650, fal., casada noĀ Rio (Se 2o., 22v) a 19.1.1668 (na Igreja de Sao Jose) com Pedro da Costa Ramires, n. no Rio (Se 3o., 74), batizado a 18.7.1644, fal., filho de Domingos Carvalho de Figueiredo e de Ines da Costa. (ver CARVALHO). Pais de:

III.1 Jose da Costa Barbalho, n. no Rio por volta de 1668, fal., no Rio (Se 7o. 79) a 3.3.1705, casado no Rio (Se 2o., 90) a 7.8.1683 (o noivo com 15 anos de idade …..) (na Igreja de N. S. do Parto) com d. Madalena de Campos, n. no Rio por volta de 1658 e fal. no Rio (Se 7o., 121v) a 27.7.1707, filha de Andre de Siqueira Lordelo de de Madalena de Campos. Ver SIQUEIRA e CAMPOS. Pais de:

IV.1 d. PĆ”scoa Barbalho da RessurreiĆ§Ć£o, n. por volta de 1685, fal., casada no Rio (Se 3o. 70) a 21.1.1703 (na Igreja de SĆ£o Jose) com Jose Vieira da Costa, fal. antes de 1744, filho de Salvador Vieira e de Francisca da Costa. Pais de, entre outros:

V.1 GonƧalo da Costa Barbalho. n. no Rio (Se 6o., 162) bat. a 24.02.1719, fal., casado no Rio (Se 7o. 109v) a 25.11.1747 com Maria Teresa, n. em Sao Nicolau do Su-Surui, RJ, filha de Francisco dos Reis e de InƔcia Soares.

IV.2 d. Teresa Barbalho, n. por volta de 1686, fal., casada no Rio (Se 3o., 97) a 21.1.1706 (com dispensa de 3o. e 4o. graus) com seu primo Afonso Maciel Tourinho, filho de Manuel Gomes Pereira e de Ursula de Aguiar. Ver MACIEL.

IV.3 d. Ana Maria da Costa, n. por volta de 1688, fal., casada no Rio (Se 4o., 3) em 3.5 e 24.5.1708 (na Igreja de SĆ£o Jose) com seu primo em 2o. grau, adiante citado, Francisco de Matos Bezerra, filho de JoĆ£o Batista de Matos e de d. Michaela Pedrosa.

IV.4 Uma filha que era viva ainda e 1707.

IV.5 d. Catarina de Siqueira, n. em SĆ£o GonƧalo, RJ, por volta de 1692, fal., casada e SĆ£o GonƧalo, RJ a 22.2.1727 com Jose de Aguiar Daltro, n. no Rio (Se), filho de Jose de Aguiar Daltro e de Isabel Pedrosa.

II.4 Luis, n. no Rio (Se 3o., 104) bat. a 13.7.1651, fal. menor.

II.5 dona Michaela Pedrosa, n. no Rio (Se 3o. 111), bat. a 18.5.1653, fal. antes de 1723, casada por volta de 1671 com Joao Batista de Matos, n. em Lisboa por volta de 1641 e fal. no Rio (Candelaria) a 1.8.1717, filho do capitĆ£o Francisco Luis Lobo e de d. Catarina de Sene. Pais de:

III.1 CapitĆ£o Jeronimo Barbalho Bezerra, n. por volta de 1672 e fal. no Rio (Se) a 28.1.1717.

III.2 Luis de Matos Bezerra, n. por volta de 1674

III.3 Antonio Barbalho, n. por volta de 1676

III.4 Francisco de Matos Bezerra, n. por volta de 1678, fal., casado no Rio (Se 4o., 3) em maio de 1708 com sua prima em 2o. grau acima citada, d. Ana Maria da Costa (Barbalho), n. por volta de 1668, fal., filha de Jose da Costa Barbalho e de d. Madalena de Campos.

III.5 Inacio Barbalho Bezerra, n. por volta de 1681.

III.6 d. Isabel Pedrosa, n. em SĆ£o GonƧalo, RJ, por volta de 1684, fal., casada em SĆ£o GonƧalo, RJ, a 24.2.1721, com o capitĆ£o Bento da Fonseca e Silva, n. por volta de 1664, fal., viuvo de dona Maria de Albuquerque Queixada, filho de Antonio da Fonseca e Silva e de Maria do Couto.

III.7 d. Catarina de Sene, n. em SĆ£o GonƧalo, RJ, por volta de 1687, fal., casada em SĆ£o GonƧalo, RJ, a 24.2.1721 com Dom Diogo Queixada, n. em SĆ£o GonƧalo, RJ, filho do capitĆ£o Bento da Fonseca e Silva e de sua primeira mulher d. Maria de Albuquerque Queixada.

III.8 Manuel de Matos Bezerra, n. por volta de 1691, e fal. no Rio (Se) a 28.12.1716 “de um tiro de espingarda”.

III.9 d. Teresa de Jesus Barbalho, n. em SĆ£o GonƧalo por volta de 1694, fal., casada no Rio (Se 5o., 90) a 25.9.1723 (na Igreja da MisericĆ³rdia) com Mateus Lopes Vieira, viuvo de Brigida Correia, filho de Inacio Vieira de MagalhĆ£es e de Angela Tourinho.

III.10 d. Francisca Barbalho.

II.6 Luis, n. no Rio (Se 4o., 23) bat. a 20.5.1660. Seria este o capitĆ£o-mor Luis Barbalho Bezerra, casado por volta de 1690 com d. Ana Maria de Vasconcelos Pereira, e pais de:

III.1 Jeronimo Barbalho Bezerra, n. em ItaboraĆ­, RJ, por volta de 1694, fal., casado em SĆ£o GonƧalo, RJ, a 25.9.1724 (no oratĆ³rio do pai da noiva) com sua prima em 3o. grau d. Ana de Albuquerque, filha do capitĆ£o Bento da Fonseca e Silva e de d. Maria de Albuquerque Queixada, sua primeira mulher.

I.3 Agostinho Barbalho Bezerra, n. em Pernambuco por volta de 1619, fal. no sertĆ£o do Rio Doce.

I.4 d. Cecilia Barbalho, n. em Pernambuco e fal. no Rio (Se 7o., 27v) a 9.2.1702, casada por volta de 1650 com o coronel Antonio Barbosa Calheiros. Pais de (entre outros):

II. 1 d. Antonia, n. no Rio (Iraja 6o., 8) bat. a 2.7.1654

II. 2 d. Isabel, n. no Rio (Iraja 6o., 12v) bat. a 23.4.1658

I.5 Francisco Monteiro (Bezerra), residente na Bahia.

I.6 a 1.10. Ne….”

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COMENTARIOS:

  1. Para nos o mais importante talvez seja a comprovaĆ§Ć£o de que Jeronimo Barbalho Bezerra foi mesmo filho do governador Luiz Barbalho Bezerra e d.Ā Maria Furtado de MendonƧa. A duvida estava em que o “Nobiliarchia Pernambucana” oferecia a alternativa de ser filho do Felipe, irmĆ£oĀ do Luiz. Ha que se crer nesse dado porque Rheingantz teve acesso ao registro de casamento do Jeronimo, no qual sempre se colocava os nomes dos pais dos noivos.
  2. Ja o nome para o pai do Luiz mais aceito na atualidadeĀ Ć© Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda. Ha literatura antiga optando por Antonio com o mesmo sobrenome. No Nobiliarchia apresenta FernĆ£o Bezerra numa parte e N…. (desconhecido do autor) em outra. Rheingantz talvez tenha encontrado o nome no registro de Ć³bito.Ā Mas nĆ£o era comum registrar-se nomes paternos nos Ć³bitos.Ā De qualquer forma, em sendo um ou outro candidato o verdadeiro pai do Luiz, acredito nĆ£o alterar significativamente nossa genealogia, pois, seriam parentes, QuiƧa irmĆ£os.
  3. Talvez encontre-se ai a origem de um Inacio Barbalho presente no site Familysearch. O nome da esposa dele varia de Ines da Silva para Ines do Campo. Eles registraram 3 filhos na Igreja de N. S. da ConsolaĆ§Ć£o em Congonhas, MG. Foram: Antonio, 27.3.1737; Manoel, 5.4.1739 e Jose, 3.5.1743. Esse pode nĆ£o ser o filho de Michaela Pedrosa e Joao Batista de Matos, por esseĀ ter nascido em 1681, ou seja, estaria com 56 anos quando o mais novo nasceu. NĆ£o que fosse impossĆ­vel mas nĆ£o era comum. Nos temos na famĆ­lia o exemplo nĆ£o muito distante na Ć©poca do cirurgiĆ£o-mor de Porto Alegre: Policarpo Joseph Barbalho. Ele foi pai de Josepha antes mas teve outros 7 filhos em GravataĆ­. As datas de nascimentos variavam entre 1782, quando ele estava com 47 anos, ate 1793, quando estava com 58. Isso comprova que a idade nĆ£o era uma barreira intransponĆ­vel mesmo `a Ć©poca.Ā O casamento do Jose da Costa Barbalho, filho dos ancestrais PĆ”scoa e Pedro da Costa Ramires, com Madalena de Campos, registra a proximidade das duas famĆ­lias e, muito provavelmente, o casamento de Ignacio e Ines da Silva (do Campo)Ā pode ja ter sido entre primos. Mas nĆ£o tenho o destino tomado pelos 3 filhos.

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03.Ā MAIS BARBALHO NO RIOAo final da pagina 190 o registro da assinatura segue com um exemplo a mais de Barbalho. Trata-se de Francisco Barbalho, o qual Rheingantz nĆ£o revelou origem. Resolvi postar tambĆ©m porque poderĆ” servir aos pesquisadores da assinatura:

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“FRANCISCO BARBALHO, n. por volta de 1641, casado por volta de 1671 com InĆ”cia Rangel, n. no Rio e fal. no Rio (Se 14o., 111v) a 3.12.1737, filha do capitĆ£o Marcos de Azeredo Coutinho e de Paula Rangel de Macedo. Pais de:

I.1 Maria, n. no Rio (Se 4o., 81) bat. a 28.8.1672, fal. antes da mĆ£e.

I.2 Paula, n. no Rio (Se 4o. 94v) bat. a 6.5.1674, fal. antes da mĆ£e.

I.3 Miguel Jacome Barbalho, fal. antes de 1737, deixando um filho natural.

I.4 EsperanƧa Barbalho Coutinho, n. por volta de 1689, fal., casada por volta de 1709 com o ajudante Bernardo de Meireles, fal. antes de 1737. Pais de:

II.1 InƔcio, n. no Rio (Se 6o., 47) bat. a 19.7.1710

II.2 Jose, n. no Rio (Se 6o., 76) bat. a 4.2.1713

II.3 SebastiĆ£o, n. no Rio (Se 6o., 120) bat. a 13.5.1716

II.4 Joana, n. no Rio (Se 6o., 167v) bat. a 7.6.1719

I.5 Jose de Azeredo, fal. antes de 1737, deixando um filho natural.”

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COMENTARIOS:

01. No “Nobiliarchia Pernambucana” de Borges da Fonseca se apresenta o Titulo de BEZERRAS JACOME. NĆ£o encontrei nele um Francisco Barbalho que pudesse ser esse descoberto por Rheingantz no Rio de Janeiro.

O capitulo inicia a partir da pagina 44. E o livro pode ser pesquisado no endereƧo:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/anais/anais_047_1925.pdf

02.Ā Interessante tambĆ©m serĆ” verificar-se que a famĆ­lia Azeredo Coutinho ja estava entrelaƧada com a Barbalho via o casamento de Jeronimo Barbalho Bezerra e dona Isabel Pedrosa, que era filha de JoĆ£o do Couto Carnide e Cordula Gomes.

Dona Cordula Gomes foi filha do cristĆ£o-novo Miguel Gomes Bravo e Isabel Pedrosa de Gouveia. Foi irmĆ£ de dona Antonia Pedrosa de Gouveia, casada esta com Belchior de Azeredo Coutinho.

Essa relaĆ§Ć£o pode ser verificada, entre muitos outros, no endereƧo:

http://www.morrodomoreno.com.br/materias/familias-azevedo-e-azeredo.html

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04. OS BARBALHO DE AGUIAR NO RIO E MINAS

Na sequencia, a Perlya deu-me outro presente da maior importĆ¢ncia para decifrar nossa genealogia.

Alias, ha algum tempo eu havia escrito que nĆ£o iria preocupar-me com esse passado por enquanto, pois, previa que ja houvesse o decifrado. Queria concentrar-me apenas em solucionar as questƵes da passagem da FamĆ­lia do Rio para Minas primeiro.

O professor Dermeval Jose Pimenta havia nos deixado aquelas passagens no livro dele: “A MATA DO PECANHA, SUA HISTORIA E SUA GENTE”. Mas ele buscou apenas o ramo que seguiu ate `a FamĆ­lia Pimenta. NĆ£o se preocupou, ou nĆ£o teve tempo, em decifrar os possĆ­veis outros que derivam.

Seguem as passagens no livro do professor Dermeval:

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” I –Ā LUIZ BEZERRA BARBALHO, herĆ³i brasileiro, nascido em Pernambuco, imortalizado nas lutas com os holandeses, e principalmente na sua famosa retirada `a testa de mil homens, desde o Rio Grande do Norte ate a Bahia, em 1638. Foi nomeado Governador do Rio de Janeiro. Faleceu em 1654. Pai de:

II – CapitĆ£o JERONIMO BEZERRA BARBALHO, casado com IZABEL PEDREIRA. Faleceu no cadafalso, no Rio de Janeiro, em 8 de abril de 1661.

III – PASCOA BARBALHO, neta de JERONIMO BEZERRA BARBALHO, era casada com PEDRO DA COSTA, no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1668. Deste casal procede:

IV – MARIA DA COSTA BARBALHO, batizada na Freguesia de Nossa Senhora da ApresentaĆ§Ć£o de IrajĆ”Ā , distrito do Rio de Janeiro, casou-se com MANOEL AGUIAR, viuvo de ANA PEREIRA DE ARAUJO.

V – MANOEL VAZ BARBALHO, casado em 18-9-1732, em Milho Verde, com JOSEFA PIMENTA, filha de BELCHIOR PIMENTA DE CARVALHO.”

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Em “Ascendentes de Josefa Pimenta” ele descreve que ela descendia do capitĆ£o MANOEL PIMENTA DE CARVALHO, que instalou-se no Rio de Janeiro por volta de 1620.

Mas essa origem hoje Ć© questionada pelos atuais genealogistas, inclusive Rheingantz, que encontrou que BELCHIOR PIMENTA DE CARVALHO (1691), era filho de JOAO PIMENTA DE CARVALHO e MARIA MACHADO. Esse era em verdade descendente do capitĆ£o-mor, JOAO PIMENTA DE CARVALHO, irmĆ£o do capitĆ£o MANOEL.

Por enquanto, vou limitar-me a reproduzir apenas o que o professor disse a respeito da Josefa:

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“IV – JOSEFA PIMENTA DE SOUZA, nascida no Rio, nos anos de 1716, criada e educada na residencia de seu pai, tendo sido batizada na Freguesia de Nossa Senhora do Mosteiro, do Rio de Janeiro; casou-se aos 18-9-1732, na Capela de Nossa Senhora dos Prazeres de Milho Verde, em Minas Gerais, com MANOEL VAZ BARBALHO (Livro 1o. de casamento da Matriz, fls. 78; livro 1o. de Tapanhoacanga, fls. 100; livro de casamento das capelas filiais de fl. 6v) conforme consta do arquivo do Alferes LUIS ANTƔNIO PINTO).”

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O alferes Luis Antonio Pinto nasceu no Serro por volta de 1842, serviu na guerra do Paraguai, e retornou para o torrĆ£o natal onde tornou-se escrivĆ£o ate o falecimento em 1925.

Formou um arquivo que teria um enorme valor na atualidade, tanto para Historia quanto para genealogia. Esse arquivo foi desleixadamente abandonado por algum tempo. Os frangalhos estĆ£o sob a guarda do Arquivo Publico Mineiro. Mas ainda conserva informaƧƵes preciosas.

Ai existem alguns enganos que pudemos corrigir. Luiz e Jeronimo eram Barbalho Bezerra e nĆ£o o inverso. Luiz faleceu em 1644 quando exercia o cargo de governador.Ā PĆ”scoa Barbalho nĆ£o era neta e sim filha do Jeronimo. E Isabel era Pedrosa e nĆ£o Pedreira.

Como os registros do Rheingantz prometiam mais informaƧƵes a respeito do Pedro da Costa Ramires no capitulo CARVALHO, solicitei `a amiga Perlya que enviasse as fotos. E no dia seguinte enviei outro pedido dizendo que talvez o AGUIAR fosse ate mais importante.

A minha duvida encontrava-se em que tinha referencia a filhos do MANUEL e MARIA BARBALHO que assinavam DEĀ AGUIAR BARBALHO. Suspeitei da possibilidade de o MANUEL VAZ BARBALHO nĆ£o ter sido filho deles. E ela prontamente enviou o AGUIAR e, a seguir o CARVALHO.

Segue o que estava no AGUIAR. Alias, sĆ£o 23 pessoas encabeƧando ramos de famĆ­lias com o sobrenome Aguiar no livro do Rheingantz. Desses, reproduzirei o mĆ­nimo necessĆ”rio porque deverĆ£o posteriormente encaixar-se em nossa parentela.

Infelizmente, o Carlos Rheingantz nĆ£o aprofundou muito no capitulo AGUIAR. Provavelmente concentrou-se mais em outras famĆ­lias copilando o que encontrou a partir de parentescos laterais com elas.

E claro, na busca que fazia foi anotando o que encontrou de excedente mas sem preocupar-se se havia relaĆ§Ć£o parental entre uns e outros.

Assim, a maioria dos membros da FamĆ­lia Aguiar encontrados por ele parecem ja nascidos no local, em torno dos anos de 1630, pouco mais ou pouco menos. Origem mesmo ele cita de alguns que variam entre Sao Paulo e Portugal. Mas essas nĆ£o podem ser origem de todos, nem sequer da maioria.

O infelizmente escrito acima nĆ£o reflete uma decepĆ§Ć£o com o trabalho do grande genealogista. Deve ter feito o que pode, nĆ£o o que desejava. O prĆ³prio professor Dermeval ja dizia que inclusive deixou um fichĆ”rio, arquivado no CBG-RJ, com dados dos assentamentos que encontrou.

Muito provavelmente, esse fichĆ”rio contenha dados alem do livro, pois, a prĆ³pria menĆ§Ć£o pelo professor Dermeval `a Maria da Costa Barbalho ter sido nossa ancestral, embora ela nĆ£o entre na descriĆ§Ć£o do livro do Rheingantz, ja Ć© um grande indicativo da importĆ¢ncia desse fichĆ”rio para toda a genealogia brasileira.

Porem, o registro da presenƧa do sobrenome AGUIAR no Rio de Janeiro remonta aos primeiros anos de sua fundaĆ§Ć£o em 1565. Nesse estudo, endereƧo que segue, mostra-se a presenƧa de:

http://revistaacervo.an.gov.br/images/pdf/Deoclecio.pdf

GonƧalo de Aguiar, chegou para o Rio entre 1567 e 1568,Ā escrivĆ£o do 2o. oficio entre 1577 a 1618.

`As paginas 71-72 ha uma curta biografia dele. Contendo mais seus trabalhos. Foi casado com Ines Gomes e era do partido do governador Salvador Correa de Sa e Benevides, o “eterno inimigo” dos familiares Barbalho Bezerra no Rio de Janeiro.

NĆ£o menciona filhos. Mas se os houve pode ser a origem na qual os Aguiar de la se juntam. Se filhos nĆ£o houveram, ele deve ter levado irmĆ£os, primos, compadres etc, para ajudar a povoar o Rio de Janeiro, e deles devem descender diversos dos 23 patriarcas mencionados por Rheingantz.

Seria praticamente impossĆ­vel `aquela Ć©poca as pessoas ocuparem os cargos que ele ocupou sem o apoio de um partido grande de familiares, pois, so quem tinha sustentaĆ§Ć£o que poderia ocupa-los.

Isso Ʃ o que demonstra o professor Joao Fragoso no trabalho dele, endereƧo abaixo:

http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi01/01_artigo02.pdf

Segue entĆ£o a seleĆ§Ć£o de algumas paginas do livro do Rheingantz:

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” Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā AGUIAR

AMARO DE AGUIAR, n. no Rio (Se 3o., 40v) bat. a 21.1.1639, e fal. depois de 1701, filho de Manuel Vieira de Figueiredo e de InƔcia de Aguiar, casado por volta de 1663 com dona Francisca de Almeida, n. no Rio (Candelaria 1o., 75v) bat. a 26.2.1646, e fal. antes de 1698, filha de Feliciano Coelho Madeira e de dona Maria de Oliveira. Pais de:

I.1 InƔcia, n. por volta de 1664, citada em 1670, num legado.

I.2 Aleixo, n. no Rio (Iraja 6o., 20v) bat. a 24.8.1666

I.3 Teresa, n. no Rio (Iraja 6o. 24) bat. a 7.11.1669

I.4 d. Maria de Oliveira, n. no Rio (Iraja 6o. 27) bat. a 23.1.1671 e fal. entre 1707 e 1726, casada no Rio (Candelaria 1o., 27) a 13.1.1693, com Bernardo JordĆ£o da Silva, n. no Rio (Iraja 6o. 31) bat. a 29.11.1666 e fal. antes de 1738, filho do sargento-mor Manuel JordĆ£o da Silva e de Cipriana Martins. Com geraĆ§Ć£o. Ver o titulo JORDAO.

I.5 Antonio Vieira de Aguiar, n. no Rio (Iraja 6o. 30) e bat. a 26.6.1673, fal., casado em primeiras nupcias no Rio (Candelaria 1o., 41v) a 17.9.1697 com Francisca das Chagas, n. no Rio, filha de Antonio Nunes e LourenƧa da Costa. Casado (com o nome de Antonio Vieira de Figueiredo) em segundas nĆŗpcias no Rio (Iraja 2o., 61) a 5.3.1734 com dona Isabel de Araujo, n. no Rio.

I.6 Jose, n. no Rio (Iraja 6o. 34) bat. a 2.4.1675

I.7 dona FRANCISCA DE ALMEIDA, n. no Rio (Iraja 6o., 37) bat. a 2.5.1677, fal., casada em primeiras nupcias no Rio (Campo Grande 3o., 6v) a 6.7.1693 (na capela de SĆ£o JoĆ£oĀ Ā de Trairaponga) com BELCHIOR PIMENTA DE CARVALHO, fal. em 1700, com geraĆ§Ć£o. Ver PIMENTA. Casada em segundas nĆŗpcias no Rio (Se 3o., 48) a 27.2.1701 (na igreja do Engenho dos Reverendos Padres da Cia. de Jesus) com Jose de Bittencourt Correia (ou tambĆ©m, Correia de Bittencourt), n. no Rio, filho de Pedro de Bittencourt Correia e de dona Catarina Sarmento. Pais de:

II.1 InƔcio, n. no Rio (Iraja 6o. 121v) bat. a 19.5.1718

II.2 dona Rita Maria de Jesus, n. no Rio (Iraja) por volta de 1720, fal., casada no Rio (Se 8o., 21v) a 17.11.1749 com Miguel Machado Homem, n. em Meriti, RJ, filho de Bartolomeu Machado Homem de Oliveira e de dona InƔcia Quaresma.

I.8 dona Florencia de Almeida, n. no Rio (Iraja 6o., 40v) bat. a 13.11.1698 (na igreja de SĆ£o Jose) com Manuel da Cunha de Sampaio, n. no Rio e fal. antes de 1741, filho de Manuel Rodrigues de Andrade e de Maria da Cunha de Sampaio. Com geraĆ§Ć£o.

I.9 JoĆ£o Vieira de Aguiar, n. no Rio (iraja 6o., 44v) bat. a 30.6.1681, fal., casado no Rio (Se 3o., 42) a 13.9.1700 com Maria Pinheiro da Silva.

I.10 Rosa, n. no Rio (Iraja 6o., 54) bat. a 13.8.1684″

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Resolvi copiar essa parte que se encontra na pagina 21 do livro porque dona Francisca de Almeida (acrescentei letras maiĆŗsculas no extrato) junto com Belchior Pimenta de Carvalho sĆ£o identificados como pais do Belchior Pimenta de Carvalho, que devera ter sido o pai da Josefa Pimenta de Souza.

Mas uma das razoes pelas quais esses nĆ£o deverĆ£o responder pelo nome de pais do Belchior II foi este ter nascido em 1691. Ou seja, 2 anos depois do matrimonio dos supostos pais. Algo que nĆ£o era incomum, porem, menos comum entre as famĆ­lias dominantes.

Saltando `a pagina 24 temos:

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“MANUEL DE AGUIAR, n. por volta de 1634, fal., casado por volta de 1664 com Domingas Martins. Pais de:

I.1 Joao de Aguiar Barbalho, n. no Rio (Guaratiba) por volta de 1685, fal., casado no Rio (Iraja 2o., 36) a 1.7.1710 (na igreja de Santo Antonio de Jacutinga, RJ) com Agueda Rodrigues (ou JordĆ£o), n. no Rio (Iraja), filha de Fernando Rodrigues e de Luisa da Silva, pais de:

II.1 Francisco, n. no Rio (Iraja 6o. 107) bat. a 6.6.1709 (Legitimado)

I. 2 Manuel Vaz Barbalho, n. por volta de 1690

I.3 Eugenia, n. no Rio (Iraja 6o., 78) bat., a 28.4.1695.”

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Aqui estava realmente o que procurava nesse capitulo. Embora existam detalhes curiosos que nĆ£o batam com o que temos em mĆ£os.

Ha que pular-se um pouco as paginas. `A pagina 27 temos:

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“Ajudante MANUEL DE AGUIAR DO VALE, n. por volta de 1635, fal., casado por volta de 1665 com Domingas de Oliveira. Pais de:

I.1 Maria de Oliveira, n. no Rio (Candelaria 2o., 22) bat. a 10.6.1666 e fal. no Rio (JacarepaguĆ” 5o., 8) a 4.3.1690.

I.2 Miguel, n. no Rio (JacarepaguĆ” 1o., 4v) bat. a 6.10.1668

I.3 Teodosia, n. no Rio (JacarepaguĆ” 1o., 7) bat. a 8.7.1671

I.4 Tomas, n. por volta de 1675 e fal. no Rio (JacarepaguĆ” 5o., 8) a 1.4.1690.”

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Pode-se ter coincidĆŖncias. Mas aqui chama a atenĆ§Ć£o por termos 2 Manuel, nascidos aproximadamente `as mesmas datas, casados `a mesma Ć©poca, com mulheres de mesmo nome, embora havendo um pequeno desvio no sobrenome.

Ha a possibilidade sim de que as coincidĆŖncias tenham acontecido. Mas fica difĆ­cil Manuel e Domingas Martins terem se casado em 1664 e os Filhos nascerem a partir de 1685 e continuarem nascendo, provavelmente, ate depois de 1695.

Uma possibilidade seria a de o Manuel do Vale e dona Domingas terem sido pais do Manuel de Aguiar em 1664. A hipĆ³tese pode, talvez, se verificar caso os papĆ©is analisados por Rheingantz estivessem tĆ£o deteriorados que ele tenha sido obrigado a tirar conclusƵes a partir do que restou.

TambĆ©m porque Rheingantz nĆ£o devera ter encontrado o registro de batismo de Theodozia de Aguiar Barbalho. Eu nĆ£o o tenho mas ela aparece no site do Familysearch casando com Joseph Carneiro da ……, filho de Matheus Lage e Maria Carneiro.

O casamento se deu na igreja de Nossa Senhora da AssunĆ§Ć£o, na cidade de Mariana, MG, a 17.12.1717. E consta que a noiva era filha de Manuel Aguiar e Maria da Costa Barbalho.

Antes eu tinha duvidas quanto ao professor Dermeval ter identificado com acurƔcia os nomes dos pais do Manuel Vaz Barbalho. Mas ai fica comprovado que houveram sim os pais que ele mencionou.

A duvida permanecia apenas em relaĆ§Ć£o ao sobrenome Vaz Barbalho. Mas com o atributo da paternidade do Manuel Vaz ao Manuel Aguiar tambĆ©m pelo Rheingantz, penso que ficou esclarecido que o professor Dermeval estava correto.

Embora, aqui ha que desconfiar-se que o Manuel Aguiar do Vale tambĆ©m ira se encaixar na famĆ­lia. NĆ£o sei como. Fica ai a evidencia de que ele foi pai de uma Teodosia. E o mesmo nome aparece em Theodozia de Aguiar Barbalho.

E no Familysearch encontra-se tambĆ©m o registro de casamento de Thereza de …….. de Oliveira com Jose Rodrigues, filho de Jose Rodrigues e Magdalena do Valle. Esse casamento tambĆ©m se deu na N. S. da AssunĆ§Ć£o de Mariana.

Acontece que Thereza de …….. de Oliveira foi filha de JoĆ£o de Aguiar Barbalho e Joanna de Oliveira. A data do casamento foi de 24.6.1730. Portanto, JoĆ£o teve duas esposas.

Por ai se pode notar que devem ter migrado para Minas Gerais, ja no inicio de sua colonizaĆ§Ć£o que intensificou-se no Ciclo do Ouro, os nĆŗcleos familiares que ja formavam um conglomerado de famĆ­lias entrelaƧadas.

Observe-se que os Rodrigues, Vale, Barbalho, Oliveira e Aguiar se repetem. Para decifrar isso haver-se-a que juntar todos os dados possĆ­veis daquela Ć©poca num so livro.

Parece que Thereza tambĆ©m respondia pelo nome de Thereza Maria de Jesus. Como tal ela aparece como mĆ£e em pelo menos 2 casamentos. Jose e ela foram pais de:

  1. Liandro Jose Barbalho que casou-se a 27.10.1753, na mesma N. S. da AssunĆ§Ć£o, com V. Barbalho. Essa de nome ilegĆ­vel foi filha de Dionisio Barbalho Bezerra.
  2. JanuĆ”rio Jose Barbalho que casou-se a 26.1.1758, na igreja de N. S. da ConceiĆ§Ć£o de Ouro Preto, MG, com Dionisia Coelho da Silva, filha de Antonio Coelho da Silva e Thereza Fernandes de Abreu.

Penso que ate ai fica esclarecido que realmente os descendentes de Manuel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta de Souza se encaixam no tronco principal da FamĆ­lia Barbalho do Rio de Janeiro exatamente no casal Manoel Aguiar e Maria da Costa Barbalho.

Registre-se tambĆ©m que sobrenomes como Fernandes de Abreu, Coelho da Silva e outros surgem nas mesmas povoaƧƵes nas quais os Barbalho se distribuĆ­ram em Minas Gerais, deixando a entender que os laƧos familiares influĆ­ram na povoaĆ§Ć£o e distribuiĆ§Ć£o da carga genĆ©tica da famĆ­lia.

Possivelmente, Manuel Aguiar nĆ£o teve filhos com dona Domingas Martins, ou esses filhos seguiram destino diferente.

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05.Ā A NOSSA EUGENIA

Isso mesmo, a palavra escrita sem acento. Eugenia significa similaridade. Ou, mistura da mesma coisa!

Algo mais que chamou a atenĆ§Ć£o foi a presenƧa da filha EugĆŖnia, irmĆ£ do Manuel Vaz Barbalho. Para esclarecer o que estou antevendo preciso remontar a um “causo” de famĆ­lia.

Meu irmĆ£o, Odon Jose, foi o primeiro a comentar o fato. Disse que nossa tia Maria EugĆŖnia foi, na dinastia, a EugĆŖniaĀ IV.

O que ele queria revelar foi que nossa tia era neta de EugĆŖnia (sinha Gininha). Sinha Gininha era neta de nossa trisavĆ³ EugĆŖnia Ā Maria da Cruz. E essa fora neta da matriarca da famĆ­lia Coelho: EugĆŖnia Rodrigues da Rocha. Portanto, III, II e I respectivamente.

Mas temos, pelos estudos do professor Dermeval, que EugĆŖnia I seria filha de Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho. E pela regressĆ£o de possĆ­veis datas, temos que a EugĆŖnia I deverĆ” ter nascido por volta de 1760.

Supondo que ela tenha sido uma das ultimas entre os possĆ­veis filhos da ancestral Maria, poderĆ” ter nascido quando a mĆ£e estivesse por volta de 36 anos de idade. Ou seja, MariaĀ teria nascido em 1724. E pode ter sido filha da EugĆŖnia, filha do Manuel Aguiar, que entĆ£o contaria com 29 anos de idade.

Em sendo assim, a EugĆŖnia I ja seria neta dessa outra EugĆŖnia e a partir dela seria preciso acrescentar mais um I dinĆ”stico a cada EugĆŖnia, e a tia Maro (Maria EugĆŖnia) teria sido a V.

NĆ£o tenho como afirmar nada, pois, nĆ£o ha noticias de que a EugtĆŖnia do Manuel Aguiar tenha sobrevivido alem da idade infantil. Mas mesmo que ela nĆ£o tenha sobrevivido, a presenƧa do nome dela nesse ramo da famĆ­lia torna-se um indicio de que passe por ai mesmo tambĆ©m a origem do ramo Coelho do qual fazemos parte.

Tudo indica, porem, que essa EugĆŖnia sobreviveu e devera ter migrado e morado nas mesmas proximidades que seu irmĆ£o Manuel Vaz Barbalho. Alem disso, deve ter sido uma pessoa que inspirasse empatia em todos os familiares.

Se os nomes tem o poder de moldar a personalidade das pessoas, entĆ£o, ficara explicado porque as duas EugĆŖnias da dinastia que conheci tinham toda razĆ£o de exalar a simpatia que transmitiam. Conheci minha tia e `a Sinha Gininha.

E pode ser justamente por isso que o cirurgiĆ£o-mor Policarpo Joseph Barbalho deu nome EugĆŖnia `a filha nascida na data de 28.9.1791, em GravataĆ­, RS. Ele foi filho do Manuel Vaz BarbalhoĀ e sobrinho da EugĆŖnia I, filha do Manuel Aguiar.

Maior evidĆŖncia, porem, dessa nossa ligaĆ§Ć£o de descendĆŖncia com a EugĆŖnia I foi o fato de tanto o tetravĆ“ Jose Coelho da Rocha quanto o irmĆ£o dele, JoĆ£o Coelho de MagalhĆ£es, terem tido filhas com o nome EugĆŖnia.

Obviamente, JoĆ£o e Jose foram filhos da EugĆŖnia Rodrigues da Rocha (II). Dai pode nascer a justificativa para as filhas. Mas as somas das evidĆŖncias Ć© o que fortalece a hipĆ³tese.

No caso especifico, em se comprovando a hipĆ³tese,Ā boa parte de nos serĆ”, no mĆ­nimo,Ā duplo Barbalho e duplo Aguiar, alem dos diversos outros sobrenomes que os acompanham.

Aqui serĆ” preciso acrescentar o detalhe de que entre o possĆ­vel nascimento da EugĆŖnia I e 1750 passaram-se 55 anos. `Aquela Ć©poca, idade que nĆ£o era incomum as mulheres que sobreviviam `a essa idade verem nascer bisnetos.

Nesse caso pode ter havido uma geraĆ§Ć£o a mais e a primeira EugĆŖnia ter sido mĆ£e da dona Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o.

Assim, Anna Maria poderia ter nascido por volta de 1725, quando a mĆ£e estaria por dos 30 anos de idade. Essa suposiĆ§Ć£o ganha corpo em funĆ§Ć£o de outro registro que comentei, ha mais tempo, ter encontrado no Familysearch. Trata-se de:

Batismo de Maria “Rodrigues”, filha de EstevĆ£o Rodrigues de MagalhĆ£es e Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o. O evento deu-se `a 26-6-1750. O local que consta no registro Ć© Ouro Branco, MG.

A nos da atualidade parece inconveniente apenas que entre 1750 e 1782 existir apenas 32 anos. Mas `aquela Ć©poca era tempo aceitĆ”vel para Maria ter sido mĆ£e da EugĆŖnia Rodrigues da Rocha, por volta de 1766, e esta tornar-se mĆ£e do nosso tetravĆ“ Jose Coelho da Rocha em 1782.

Por enquanto, esse ultimo registro parece encaixar-se na presenƧa do nome Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho, sugerido para nossa sextavo pelo professor Dermeval Pimenta. Isso porque poderia ter tomado o Rodrigues de MagalhĆ£es do pai, mas nĆ£o ha ainda a confirmaĆ§Ć£o de que Anna pertencia ao ramo Barbalho.

Mas nĆ£o existe nenhuma impossibilidade nessa suposta sequĆŖncia de eventos que permita negar essa hipĆ³tese que levanto, por enquanto.

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06. UM POUCO MAIS DE DISCUSSƃO A RESPEITO DOS DADOS

Ha queĀ registrar-se ainda um possĆ­vel engano do professor Dermeval, por identificar a outra esposa do MANUEL AGUIAR como sendo ANA PEREIRA DE ARAUJO.

O nome aparece em um batizado no familysearch. O nome do marido aparece apenas como MANOEL VAZ. O filho aparece como JULIANO VAZ BARBALHO. E o evento se deu em 27.6.1723, na igreja de N. S. da AssunĆ§Ć£o, em Diogo de Vasconcelos, MG.

No mesmo local ja havia acontecido, em 5.6.1722, o batismo de JoĆ£o Vas Barbalho. Ja o nome da mĆ£e aparece como Anna Costa de AraĆŗjo.

Obviamente, essas trocas sĆ£o muito comuns em documentos antigos. O mais comum era a supressĆ£o de alguns sobrenomes. E, ao que parece, suprimiram o Barbalho do Manoel Vaz.

Anna deveria ter parentes Costa e Pereira, dai o escrivĆ£o ter posto um sobrenome no primeiro registro e outro no segundo.

Antes eu havia confundido. Imaginei que essas anotaƧƵes procedessem de casamentos, portanto, se fossem nubentes poderiam ter sido irmĆ£os do Manoel Vaz. Mas `a essa Ć©poca o Manoel Aguiar, supostamente, ja era falecido.

Levando-se ai em conta a data de nascimento que o Rheingantz atribuiu a ele. Se ele foi filho do Manuel Aguiar do Vale, e nascido em 1664, ai a coisa poderĆ” mudar de rumo. Isso porque em 1723 estava prestes a completar 60 anos e ha poucos, porem ha, casos de homens que passaram pela idade formando famĆ­lia.

As datas de Rheingantz levam a concluir que o viuvo de Ana Pereira (Costa) de AraĆŗjo foi o MANOEL VAZ BARBALHO e nĆ£o o pai dele. O alferes LUIZ ANTƔNIO PINTO ou o professor DERMEVAL devem ter se enganado ao compilar os dados.

Mas ha mesmo que se por uma pequena duvida quanto ao Manuel Aguiar ter nascido em 1634. Isso porque em 1684 estaria com 50 anos de idade. Nesse interim estaria se casando com Maria da Costa Barbalho, irmĆ£ do Jose da Costa Barbalho, descrito no capitulo BARBALHO, acima.

Pelas datas, ela deve ter nascido em torno de 1670. E estaria com 13 para 14 anos naquela Ć©poca. Justamente `a idade que as mulheres estavam se casando. Mas os viĆŗvos na idade do Manuel estavam tendo netos e casavam-se, preferencialmente, com mulheres de idades mais novas, porem, nem tanto.

Isso porque havia uma polĆ­tica vigorando `a Ć©poca que alardeava o “crescer e multiplicar”, pois, a colĆ“nia como um todo era um verdadeiro vazio demogrĆ”fico. E a coroa portuguesa tinha pressa em tomar posse efetiva, tanto para nĆ£o perder o territĆ³rioĀ como para poder taxar uma populaĆ§Ć£o maior, assim tornar-se mais rica e poderosa.

Mulheres na idade da Maria da CostaĀ Barbalho nĆ£o tinham muita escolha entre casar ou nĆ£o casar. Eram praticamente obrigadas a faze-lo. Foi por isso que `a Ć©poca a Cecilia Barbalho, tia-avo dela, construiu um abrigo junto `a Igreja d’Ajuda e internou-se nele com 2 filhas e outras.

Ela queria que se fundasse um convento feminino. Mas os manda-chuvas `a Ć©poca nĆ£o deixavam alegando falta de fundos, caso o convento nĆ£o se sustentasse. Adiaram a construĆ§Ć£o ate 1750. Depois disso, os manda-chuvas internavam nele esposas e filhas que nĆ£o quisessem fazer suas vontades.

De toda forma, nĆ£o era nem proibido nem impossĆ­vel alguĆ©m de mais idade casar-se com uma menina na idade da ancestral Maria da Costa Barbalho.

Mesmo porque, os casamentos eram tratados com os pais, e esses visavam a seguranƧa financeira de sua descendĆŖncia e nĆ£o a satisfaĆ§Ć£o dos filhos. Pessoas mais velhas,Ā a partir deĀ remediadas, tinham os privilĆ©gios.

O casamento entre Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta, em Milho Verde, se deu em 1732. Na oportunidade em que ele deveria ter enviuvado. Caso a falecida nĆ£o tivesse sido esposa do pai dele, como o professor Dermeval entendeu.

Diga-se de passagem, a vida `a Ć©poca era muito curta, particularmente para mulheres que tinham que passar por trabalhos de parto. Era um trabalho de altĆ­ssima periculosidade para elas e filhos,.

Assim, devemos poder acrescentar Juliano e JoĆ£o em nossa Arvore devido ao mesmo sangue correr nas veias. Alem disso, permanece ai mais esse indicio de que o COELHO e os BARBALHO do nosso ramo procedem da mesma raiz.

Alem disso o professor NELSON COELHO DE SENNA disse que os bisavĆ³s dele: JOAO COELHO DE MAGALHAES e BEBIANA LOURENCA DE ARAUJO eram primos carnais.

Ele nĆ£o deixou explicado como. Mas diante de tantas evidĆŖncias acredito ja podermos imaginar que o AraĆŗjo da Anna (Costa) Pereira denuncieĀ isso. Outros da famĆ­lia dela deverĆ£o ter migrado para Minas ja entrelaƧados ou a ponto disso.

Ja no site FamilysearchĀ existem diversos PEREIRA BARBALHO batizados em Santana do Capivari, MG, que poderĆ£o descender dos mesmos ancestrais que nos. Mas por enquanto ainda nĆ£o da para tirar a prova, pois, os batizados se dĆ£o em tordo de 1840, mais de 100 anos apĆ³s os nascimentos de JoĆ£o e Juliano.

Ha tambĆ©m um casamento em Nossa Senhora da ConceiĆ§Ć£o de Ouro Preto que data de 13 de fevereiro de 1768. Os nubentes foram Manoel da Costa Barbalho e Joanna Maria de Freitas. Mas nĆ£o se da nenhum detalhe de quem foram os pais.

Em Itabira, em 1.3.1813, houve o casamento entre Gervasio Jose Barbalho e Anna de Freitas da Costa. Ele foi irmĆ£o do nosso tetravĆ“ Policarpo Jose Barbalho.

Fica comprovado a falha de uma suposiĆ§Ć£o exalada pelo professor Dermeval no livro dele. Ele propunha que o JOSE, como intermediĆ”rio nos nomes masculinos da famĆ­lia, se devia a alguma homenagem `a ancestral Josepha Pimenta de Souza.

No ramo familiar do qual ele fazia parte usa-se o JOSE PIMENTA. Do nosso lado corre o JOSE BARBALHO. Entre os quais esta o Policarpo Joseph Barbalho, que foi cirurgiĆ£o-mor em Porto Alegre no final do sĆ©culo XVIII e filho da ancestral Josepha e do Manoel Vaz Barbalho.

Acrescente-se ai o Policarpo Jose Barbalho, nosso ancestral e sobrinho ou sobrinho-neto doĀ cirurgiĆ£o-mor (que, presumivelmente, foi neto ou bisneto da mesma Josepha e Manoel). Faltando saber apenas quem foram os avos deste, pois, foi filho doĀ capitĆ£oĀ JOSE VAZ BARBALHO e ANNA JOAQUINA MARIA DE SAO JOSE.

Por causa dos Liandro e JanuĆ”rio Jose Barbalho, queĀ nĆ£o descendiam da ancestral Josefa, podemos dizer que ha outra origem para o Jose ao meio do nome. Como D. Jose I, rei de Portugal, nasceu em 6.6.1714,Ā haverĆ” que se lembrar dessaĀ possĆ­velĀ origem.

Mas pode haver outraĀ explicaĆ§Ć£o mais religiosa. Verificando-se pela leitura dessesĀ capĆ­tulos dos livros do Rheingantz contata-se que esse conglomerado deĀ famĆ­lias do Rio congregava na Igreja de SĆ£o Jose.

Pode ter acontecido que os mais antigos deixaram essa marca nos filhos para queĀ nĆ£o esquecessem aĀ procedĆŖncia deles. Algo como os portugueses chegados ao Brasil adotarem ou colocarem nos filhos o nome das cidades de onde procediam.

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07. UM POUCO MAIS DOS AGUIAR NA FAMILIA

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“JOSE DE AGUIAR DALTRO, n. no Rio por volta de 1658, fal., casado no Rio (Candelaria 1o., 18v) a 2.2.1688 com Isabel Pedrosa, n. no Rio, filha de Miguel Gomes Bravo. Pais de:” [PAG. 26]

“I.1 Manuel, n. no Rio (Se 5o., 68) bat. a 21.7.1688

I.2 Francisco Xavier, no Rio (Se 5o., 83) bat. a 6.10.1692, fal., casado no Rio (Se 5o., 29) a 26.5.1720 com Ines de Castro Amaral, n. no Rio (Se), filha de Jose Barreto do Amaral e de Teresa de Castro (Ver ANTUNES).

I. 3 Jose de Aguiar Daltro, n. no Rio (Se) por volta de 1697, fal., casado em SĆ£o GonƧalo, RJ, a 22.2.1727 com d. Catarina de Siqueira, n. em SĆ£o GonƧalo, filha de Jose da Costa Barbalho e de Madalena de Campos. (Ver BARBALHO).

I. 4 cabo de esquadra Antonio de Aguiar Daltro, n. em SĆ£o GonƧalo, RJ, por volta de 1704, fal., no Rio (CandelĆ”ria 9o., 176) a 17.6.1741, casado no Rio (CandelĆ”ria 4o. 111v) a 8.8.1734 com Guiomar Maria de Menezes, viuva de Antonio Ferreira.”

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Acredito aqui que o casamento entre Jose de Aguiar Daltro e Catarina de Siqueira ja se tratava de primo com prima. Muito provavelmente o Miguel Gomes Bravo, pai da Isabel Pedrosa, ja fosse neto do Miguel Gomes Bravo e Isabel Pedrosa de Gouveia.

Esses foram os pais de dona Cordula Gomes. Ela foi esposa do JoĆ£o do Couto Carnide, os pais de outra Isabel Pedrosa, aquela que casou-se com o Jeronimo Barbalho Bezerra. Se nĆ£o foi neto poderĆ” ter sido bisneto.

O primeiro Bravo nasceu por volta de 1553. E Isabel de Gouveia por volta de 1563. Ja estavam tendo terceiros e tetranetos `a Ć©poca.

D. Isabel Pedrosa de Gouveia foi chamada de “a poderosa” por causa de sua idade avanƧada. Faleceu em torno de 1667, quando ja tinha um pouco mais de 100 anos.

AO FIM DA PAGINA 26 TEMOS:

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“SALVADOR DE AGUIAR MARINS, n. por volta de 1653, fal., filho de Francisco Fernandes de Aguiar e de Barbara Pinheiro, casado em S. GonƧalo, RJ, a 11.1.1683, com Teresa de Jesus, filha do capitĆ£o Gaspar Dias de Figueiredo e de Isabel Pedrosa de Gouveia. Pais de:

I.1 Maria Ana de Oliveira, n. em SĆ£o GonƧalo, por volta de 1686, fal., casada em SĆ£o GonƧalo, RJ, a 14.7.1706 com Antonio de Melo Vasconcelos, n. em SĆ£o GonƧalo, RJ, filho de CristĆ³vĆ£o de Melo Vasconcelos e de Antonia Pereira Lobo.”

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Esse exemplo fica apenas para registrar a repetiĆ§Ć£o do nome Isabel Pedrosa de Gouveia. Muito provavelmente, essa esposa do capitĆ£o Gaspar Dias de Figueiredo ja tinha parte na famĆ­lia.

E, talvez, o prĆ³prio poderĆ” ter sido parente do Domingos Carvalho de Figueiredo, que a seguir apresentaremos sua inserĆ§Ć£o na famĆ­lia.

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08. TITULO CARVALHO

`A pagina 318 temos:

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“DOMINGOS CARVALHO DE FIGUEIREDO, n. em Chaves, Portugal, por volta de 1610 e fal., casado por volta de 1640 com Ines Da Costa, n. no Rio por volta de 1622 e fal., filha de Antonio da Costa Ramires e Beatriz da Costa. Pais de:

I.1 Salvador, n. no Rio (Se 3o., 57v) bat. a 26.4.1641

I.2 Jose de Carvalho Figueiredo, n. no Rio (Se 3o., 66v) bat. a 1.4.1643 e fal., habilitado “de genere” em 1689.

I.3 Pedro da Costa Ramires, n. no Rio (Se 3o., 74) bat. a 18.7.1644 e fal., casado no Rio (Se 2o., 22v) a 19.1.1668 (na igreja de SĆ£o Jose) com d. PĆ”scoa Barbalho [Pag. 319], n. no Rio e fal., filha do capitĆ£o Jeronimo Barbalho Bezerra e de d. Isabel Pedrosa, com geraĆ§Ć£o, ver COSTA e BARBALHO.”

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Esses dados ja os tĆ­nhamos quase todos. Confirma-se aqui que Pedro era mesmo neto de Antonio da Costa Ramires. A suspeita foi levantada quando vi na tese do JoĆ£o Fragoso que Antonio havia fundado uma fazenda e o primeiro havia sido senhor do engenho.

Quem desejar ver novamente, pule `a pagina 106 do endereƧo:

http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi01/01_artigo02.pdf

Observe-se que alguns outros membros da famĆ­lia estĆ£o presentes na mesma pagina. Estou informando antes de ter o capitulo COSTA em mĆ£os.

A minha previsĆ£o Ć© a de que por trĆ”s do sobrenome iremos nĆ£o apenas chegar a ancestrais presentes na fundaĆ§Ć£o do Rio de Janeiro como tambĆ©m `as raizes da maioria de famĆ­lias pelo Brasil afora.

Para complementar o capitulo vou postar um segundo CARVALHO porque parece ter sido irmĆ£o do nosso ancestral DOMINGOS. Caso tenha sido, vamos poder constatar o quĆ£o maior se torna a nossa parentela. Segue entĆ£o:

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“JOAO CARVALHO DE FIGUEIREDO, n. por volta de 1617 e fal. no Rio (Iraja 1o. 20) a 24.9.1708 (seria irmĆ£o do anterior?), casado por volta de 1647 com Adriana Barreto, n. no Rio (Se 1o. 41v) a 30.5.1621 e fal. no Rio (Iraja 1o., 20) a ?? 1/9.1708, filha de Antonio Pacheco Barreto e de Ursula de Brito e viuva de Escobar Meireles. Pais de:

I.1 JoĆ£o, n. no Rio (Se 3o., 92) bat. a 19.7.1648 e fal.

I.2 SebastiĆ£o Barreto de Brito, n. no Rio (Se 3o., 98v) bat. a 13.1.1650 e fal., casado no Rio (Se 2o., 34v) a 7.6.1672 com sua parente d. Barbara de Souza de Brito, n. no Rio e fal., filha de Jeronimo de Souza de Brito e de Ana de Azevedo. Pais de:

II.1 Antonio, n. no Rio (Candelaria 2o., 49v) bate a 24.12.1673 fal.

II.2 Antonia, n. no Rio (Candelaria 2o., 61) bat. a 12.7.1677

II.3 Maria, n. no Rio (Candelaria 2o., 66) bat. a 5.2.1679 e fal.

II.4 Adriana, n. no Rio (Iraja, 6o., 48v) bat. a 9.9.1682

II.5 Maria, n. no Rio (Iraja, 6o., 58) bat. a 26.12.1685

I.3 InƔcio Carvalho de Figueiredo, n. no Rio (Iraja 6o. 5v) bat. a 19.5.1651 e fal. no Rio (Candelaria 3o., 123) a 14.8.1709, solteiro.

I.4 Andre, n. no Rio (Se 3o., 114) bat. a 7.12.1653

I.5 Teodosio Carvalho de Figueiredo, n. no Rio (Se 4o., 6) bat. a 19.5.1651 e fal., casado por volta de 1685 com Maria Pacheco de Lima, n. por volta de 1665 e fal., Pais de:

II.1 Barbara, n no Rio (Iraja 6o., 63) bat. a 23.5.1688

II.2 Sebastiana Barreto Machado, n. em Mereti, RJ, por volta de 1690 e fal., casada no Rio (Se 4o., 118) a 28.1.1715 (na igreja de SĆ£o Jose) com Miguel Monteiro de Araujo, n. no Rio (Se) por volta de 1685 e fal., filho natural do padre JoĆ£o Monteiro e Jeronima Mendes de Brito (?).

I.6 Diogo Barbosa Rego, n. no Rio (Iraja 6o., 10v) bat. a 2.2.1657 e fal., casado por volta de 1681 com InĆ”cia Machado, n. no Rio por volta de 1661 e fal., no Rio (Candelaria 3o., 140) a 25.11.1710 e talvez filha de Mateus Pacheco de Lima e de Maria Gago. Com geraĆ§Ć£o, ver BARBOSA e GAGO. Pais de (entre outros):

II.1 JoĆ£o Carvalho de Figueiredo, n. no Rio (Iraja 6o, 48v) bat. a 21.9.1682, e fal., casado no Rio (Se 4o., 38) a 15.6.1711 (na igreja de SĆ£o Jose) com sua prima-irmĆ£ Maria Pacheco de Lima, n. no Rio (Campo Grande) por volta de 1691 e fal., filha de Pascoal Barbosa e de Ines Pacheco de Medeiros. Pais de:

III.1 Diogo, n. no Rio (Candelaria 3o., 97) bat. a 18.3.1711

III.2 Ines de Carvalho de Figueiredo, n. em Pacobaiba, RJ, por volta de 1717 e fal., casada no Rio (Se 7o., 101) a 17.2.1747 com JoĆ£o Dantas de Abreu.

I.7 Agostinho, n. no Rio (Iraja 6o., 13v) bat. a 18.5.1659 e fal.

I.8 Pascoal Barbosa, n. no Rio (Iraja 6o., 14v) bat. a 13.8.1660 e fal. no Rio (Iraja 1o., 7) a 6.7.1697, casado por volta de 1681 com Ines Pacheco de Medeiros, n. por volta de 1661 e fal. Pais de:

II.1 Ana Barbosa, n. no Rio por volta de 1682 e fal., casada no Rio (Candelaria 2o., 1) a 15.8.1699 com Domingos da Silva Salgado, n. no Porto (Se) por volta de 1669 e fal., filho de Domingos da Silva Salgado e de Maria de Almeida. Pais de:

III.1 Rosa, n. no Rio (Se 6o, 15v) bat. a 7.7.1707

III.2 Domingos, n. no Rio (Se 6o., 35) bat. a 6.8.1709

II.2 a II.5 4 filhos homens

II.6 Maria Pacheco de Lima, n. no Rio (Campo Grande) por volta de 1691 e fal., casada no Rio (Se 4o., 38) a 15.6.1711 com seu primo-irmĆ£o JoĆ£o Carvalho de Figueiredo, ver acima.

II.7 a II.8 um filho e uma filha

II.9 Jose, n. no Rio (Candelaria 3o., s/n) bat. a 15.4.1697”

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Aqui se deve observar o quanto o Rio de Janeiro devia ser comparĆ”vel a qualquer cidade interiorana. Por essas pequenas peƧas do quebra-cabeƧa de nossa Arvore GenealĆ³gica ja podemos verificar o quanto os sobrenomes se repetem, alem dos registros dos casamentos entre primos.

Observe-se que ai tambƩm temos presente o nome Teodosio. Pai, em primeiro lugar de Sebastiana Barreto Machado. Em segundo de Diogo Barbosa Rego, casado com InƔcia Machado.

E, segundo o que os atuais genealogistas dizem, a ancestral Josepha Pimenta de Souza foi filha do Belchior Pimenta de Carvalho, filhoĀ de JoĆ£o Pimenta de Carvalho e Maria Machado. Ou seja, temos ai a possibilidade de possuir diversos graus de parentesco com esse tronco familiar.

Como nos conta o professor JoĆ£o Fragoso no trabalho acima mencionado neste capitulo, as elites andavam em bandos de famĆ­lias consorciadas. Como nĆ£o existia uma divisĆ£o politico partidĆ”ria na sociedade, as famĆ­lias se juntavam em partidos ou aglomerados para ter forƧa polĆ­tica para poderem dominar o poder.

E deve ter sido este mesmo mote que levava esses conglomerados seĀ mover a partir do mesmo grupo para os novos locais de colonizaĆ§Ć£o. Embora, isso deva ter sido um pouco mascarado `a chegada do Ciclo do Ouro e em Minas Gerais.

Isso por causa da formaĆ§Ć£o dos partidos dos Paulistas e dos Emboabas. E com a constante chegada de “estrangeiros” como o portuguĆŖs Jose Coelho de MagalhĆ£es.

Embora os novos chegados trazendo “nobreza nova” aos interiores tornassem os cabeƧas das famĆ­lias, as quais pareciam aos antigos genealogistas que houvessem sido as fundadoras delas, na verdade elas se casavam com pessoas da “nobreza da terra” que, se tivessem sido melhor estudadas, veria-se queĀ pertenciam a raizes ate mesmo mais nobres, dos primeiros colonizadores do Brasil.

NĆ£o quero dizer com isso que alguns fossem melhor que os outros. Apenas observar que as famĆ­lias mais ricas das Capitanias de Pernambuco e SĆ£o Vicente (que englobava Rio e SĆ£o Paulo) descendiam de nobres como Martim Afonso de Sousa, o qual era relativamente descendente prĆ³ximo dos reis.

Porem, como o tempo passou e como a multiplicaĆ§Ć£o da populaĆ§Ć£o se deu, teve-se a impressĆ£o de que o sangue nobre diluiu.

Passados 2 sĆ©culos apĆ³s ao inicio da colonizaĆ§Ć£o das provĆ­ncias litorĆ¢neas, e com a descoberta do ouro, qualquer portuguĆŖs cuja nobreza tivesse sofrido a mesma diluiĆ§Ć£o em Portugal, ao chegar ao Brasil, passava a ser considerado mais nobre, pelo fato de ter nascido na metrĆ³pole e nĆ£o porque isso fosse encontrado no sangue.

 

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09. DOS COSTA

Deixei esse espaƧo em branco por certo tempo. Houveram alguns contratempos e fiz uma confusĆ£o quando recebi o material, sem perceber que o que eu desejava estava la. Mas agora encontrei.

Ha somente um probleminha. Uma confirmaĆ§Ć£o que desejava encontrar nĆ£o esta na obra do Rheingantz. Tratava-se dos nomes dos pais de Antonio da Costa Ramires. De qualquer forma, copiarei aqui o que mais interessa:

PAG. 455

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“Antonio da Costa Ramires, n. por volta de 1589 e fal. no Rio (Se 3o., 54v) a 18.7.1648, casado por volta de 1619 com Beatriz da Costa, n. por volta de 1599 e fal. Pais de:

I 1. InƔcio, n. no Rio (Se 1o., 32v) bat. a 5.6.1620

I 2. Ines da Costa, n. no Rio por volta de 1622 e fal., casada por volta de 1640Ā com Domingos Carvalho de Figueiredo, n. em Chaves, Portugal, por volta de 1610 e fal. Pais de: [PAG. 456]

II 1. Salvador, n. no Rio (Se 3o., 57v) bat. a 26.4.1641

II 2. Jose de Carvalho Figueiredo, n. no Rio (Se 3o., 66) bat. a 26.4.1641, e fal. Habilitado “de genere” em 1689.

II 3. Pedro da Costa Ramires …….”

Ali se repete o que se encontra a partir da pagina 188 do livro, capitulo Barbalho. Ja copiei acima (abaixo no blog), no capitulo 2, por o Pedro ter sido o nosso ancestral junto com PƔscoa Barbalho. Foram mais 2 filhos de Antonio e Beatriz da Costa:

“I 3. Luis, n. no Rio (Se 2o., 88) batizado a 28.6.1628

I 4. Gregorio, n. no Rio (Se 2o., 121v) bat. a 22.3.1631”

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De grande importancia notar que a presenƧa do sobrenome Costa no inicio da colonizaĆ§Ć£o do Rio de Janeiro era notĆ”vel. Por maior que sejam os volumes, sĆ£o 56 paginas ocupadas com a assinatura. Eles devem ter sido os Silva `a Ć©poca!

Era meu objetivo verificar ai tambĆ©m quem teriam sido os pais da Isabel da Costa. Isso porque houveram casos de pessoas do sobrenome ser perseguidas no Rio de Janeiro pela InquisiĆ§Ć£o.

E era muito comum as famĆ­lias cristĆ£s-novas casarem seus filhos entre si. Como se dizia antigamente: “para nĆ£o espalhar a fortuna”. E a presenƧa do nome Gregorio do ultimo filho pode ser coincidĆŖncia, porem, foi tambĆ©m nome de membro na famĆ­lia perseguida.

PĆ”scoa ja descendia do Miguel Gomes Bravo, reconhecido cristĆ£o-novo. Se o Costa da ancestral Isabel era de origem semelhante, seria natural essa ligaĆ§Ć£o, pois, na verdade os cristĆ£os-novos andavam juntos para tentar proteger uns aos outros.

Por infelicidade, segundo informaƧƵes do genealogista Carlos Barata, no inicio o Rio de Janeiro nĆ£o adotou o mandamento da Igreja CatĆ³lica da obrigatoriedade dos livros de registro de batismos. Assim, nĆ£o os havia nos primeiros 60-70 anos de existĆŖncia da cidade.

Rheingantz coletou dados a partir do que existia. Podemos notar isso a partir dos inĆ­cios dos capĆ­tulos, pois ele adota datas mais ou menos nas descriƧƵes. PossĆ­vel serĆ” que usou testamentos, inventĆ”rios e documentos “de genere” como complementares, o que ajudou na composiĆ§Ć£o inicial de algumas famĆ­lias.

Mas em outros casos nĆ£o deve ter sido suficiente, ou tais documentos nĆ£o foram encontrados. Esse parece ser o caso dos “da Costa”. Muito provĆ”vel serĆ” que diversos dos presentes no capitulo tiveram algum ancestral comum entre os fundadores de SĆ£o SebastiĆ£o do Rio de Janeiro.

Mas o decifrar disso foi deixado para genealogistas posteriores, o que nĆ£o sei se ja surgiu algum candidato para assumir esse trabalho de Titans.

Importante, para os candidatos a genealogistas da atualidade e depois, serĆ” saber que a publicaĆ§Ć£o dos dois primeiros volumes teria sido “precipitada”. Isso Ć© Ā comum em todos os trabalhos genealĆ³gicos.

O estudante em tal disciplina precisa estabelecer limites `as suas pesquisas. Isso porque todas as vezes que encontra uma ramificaĆ§Ć£o, se ele nĆ£o se mantiver em seus objetivos, jamais finda uma obra, pois, genealogia parece nĆ£o ter fim.

A dificuldade era muito maior para os genealogistas dos tempos de Rheingantz. Eles nĆ£o possuĆ­am internet. Dificilmente podiam contar com respostas em literaturas anteriores. E o numero de estudantes da matĆ©ria era mais reduzido.

Atualmente, com a disponibilidade da internet e a criaĆ§Ć£o de sites especializados no tema, pode-se somar os trabalhos de diversos autores. Mesmo assim nĆ£o quer isso dizer que o trabalho ficou “fĆ”cil”. Assim como facilitou por um lado, dificultou tambĆ©m pelo volume muito maior de dados a ser pesquisados.

Mesmo assim ha que informar-se que, o trabalho do grande genealogista nĆ£o parou nos dois primeiros volumes que publicou. Da mesma forma que os publicou como parte do objetivo atingido, tinha tambĆ©m o conhecimento de que podia amplia-los.

Continuou suas pesquisas e criou um fichĆ”rio que arquivou junto `a entidade criada por ele que Ć© o ColĆ©gio Brasileiro de Genealogia – CBG – na Cidade do Rio de Janeiro. Esse fichĆ”rio contem uma continuidade.

Isso e esforƧos prĆ³prios de discĆ­pulos do Rheingantz resultaram na publicaĆ§Ć£o do terceiro volume, em 1995, em forma de fascĆ­culos do CBG. Talvez ai se encontre muitas respostas que nĆ£o encontramos nos dois primeiros livros.

Uma resposta que nos interessa muito serĆ” encontrar documentado a ponte entre os Barbalho, Aguiar e Costa, que o professor Dermeval Jose Pimenta descreveu no trabalho dele. Nessas trĆŖs oportunidades, Rheingantz nĆ£o nos deu nos dois primeiros volumes.

No capitulo BARBALHO ele menciona filhos do casal Pedro da Costa Ramires e PĆ”scoa Barbalho. Entre eles nĆ£o inclui Maria da Costa Barbalho. Ela foi esposa de Manoel de Aguiar, que ja era viuvo. E dela devera mesmo ter nascido os filhos que assinaram “de Aguiar Barbalho”. E tambĆ©m o Manoel Vaz Barbalho.

O casamento entre Maria e Manoel esta comprovado no registro de casamento da filha deles: Theodozia de Aguiar Barbalho, realizado em 1717, em Mariana, na Igreja de Nossa Senhora da AssunĆ§Ć£o. Casou-se com Joseph Carneiro da ……, filho de Matheus Lage e Maria Carneiro.

Para ter-se casado em 1717, acredito que Theodozia tenha nascido em torno de 1700. O que torna suspeita a data de nascimento do Manoel Aguiar, por volta de 1634, sugerida por Rheingantz.

Isso o faria estar com mais de 60 anos ao nascimento da filha. Nada impossĆ­vel em termos de considerar a virilidade desse membro da famĆ­lia. A dificuldade seria encontrar homens `aquela Ć©poca vivos e produzindo filhos em tal idade.

Por isso acredito na possibilidade de que Manuel de Aguiar, como consta no capitulo do titulo acima (abaixo, no blog), casado com Domingas Martins, poderĆ” ter sido pai do nosso suposto ancestral Manoel de Aguiar, e nĆ£o ser o prĆ³prio. Nesse caso, talvez o complemento da informaĆ§Ć£o se encontre no fichĆ”rio deixado por Rheingantz.

Continuando, o grande interesse em saber os nomes dos pais do Antonio da Costa Ramires se deu porque encontrei, ha mais tempo, algo que guardei a espera da confirmaĆ§Ć£o de que ele fosse avo do Pedro. Mas precisava saber-lhe os nomes dos pais para nĆ£o deixar duvida alguma.

De qualquer forma, vou revelar aqui. Antes da confirmaĆ§Ć£o e sob a Ć©gide de hipĆ³tese. Portanto, pode ser ele ou nĆ£o. Encontrei o nome, porem, estava solteiro. Se houvessem revelado o nome da esposa, tambĆ©m poderia ter sido motivo de confirmaĆ§Ć£o. Segue esse esqueleto genealĆ³gico entĆ£o:

01. Antonio da Costa Ramires, filho de:

02. Alexandre Ramires Correia c. c. Jeronima Rodrigues, filho de:

03. Bras Correia da Costa c. c. Antonia Ramires da Costa, filho de:

04. Rui Vaz Correia c. c. N, filho de:

05. Duarte Vaz Correia c. c. N, filho de:

06. TrintĆ£o Vaz Correia c. c. N, filho de:

07. Izabel Correia c. c.Ā Rui Vasques, filha de:

08. FernĆ£o Afonso Correia, sr. da Honra de Monte FralhĆ£es c. c. Leonor Anes da Cunha, filho de:

09. Afonso Correia c. c. Brites Martins da Cunha, filho de:

10. Paio Correia, o Alvarazento c. c. Maria Mendes de Melo, filho de:

11. Pero Pais Correia c. c. Dordia Pires de Aguiar, essa, filha de Pero Mendes de Aguiar e Estevainha Mendes de Gundar.

10. Maria Mendes de Melo c. c. Paio Correia, o Alvarazento, filha de:

11.Ā Teresa Afonso Gato c.c. Mem Soares de Melo, filha de:

12. Urraca Fernandes de Lumiares c. c. Afonso Pires Gato, filha de:

13. FernĆ£o Pires de Lumiares c. c. D. Urraca Vasques de BraganƧa, filho de:

14. Pedro Afonso Viegas c. c. N, filho de:

15. Afonso Viegas, o MoƧo c. c. Aldara Peres, filho de:

16. Egas Moniz, o Aio c. c. Dordia Pais de Azevedo.

13, D. Urraca Vasques de BraganƧa c. c. FernĆ£o Pires de Lumiares, filha de:

14. D. Vasco Pires de BraganƧa c. c. Sancha Pires de BaiĆ£o, filho de:

15. D. Fruilhe Sanches de Barbosa c. c. D. Pero Fernandes de BraganƧa, filha de:

16. D. Sancha Henriques, infanta de Portugal c. c. Sancho Nunes de Barbosa, filha de:

17. Henry de Bourgogne c. c. Teresa de Leon, Condessa de Portugal.

Aqui temos coisas interessantes a constatar. Por exemplo, Egas Moniz, o Aio, foi o tutor do primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques. Esse era filho do casal da geraĆ§Ć£o 17. Ou seja, isso nos faria sobrinhos dele.

Henry foi filho dos duques da Borgonha, ou Reino das Duas Sicilias, alem de ser descendente do Carlos Magno. Teresa foi filha do rei D. Alfonso VI. Aquele que concedeu as mĆ£os das filhas aos nobres que o fossem ajudar na Reconquista de Portugal.

Egas Moniz, o Aio e Dordia Pais Azevedo foram bisavĆ³s do D. Soeiro Viegas Coelho, o primeiro a assinar o sobrenome e a passa-lo `a sua descendĆŖncia.

Aqui esta tambĆ©m a constataĆ§Ć£o de que todos os caminhos levam aos mesmos ancestrais. Se lerem meus trabalhos passados, ou se leram com atenĆ§Ć£o e se lembram, observarĆ£o que Henry de Borgonha e Teresa, condessa soberana de Portugal, sĆ£o ancestrais tambĆ©m dos Bezerra.

Os que desejarem rememorar, podem consultar:

http://familybezerrainternational.blogspot.com/2009/12/fontes-sobre-as-origens-da-familia.html

Na postagem esta um pouco confuso, porem, observe-se `a pagina 11 que ali se menciona D. Teresa e Henry de Borgonha. Eles foram pais tambĆ©m de D. Urraca Henriques de Portugal. NĆ£o confundir com a rainha D. Urraca, meio-irmĆ£ da Teresa.

Basta agora retornar um pouco `a postagem numero 009 dessa pagina, capitulo:Ā 07.Ā O QUE QUE A BAIANA TEM? OS QUINDINS DE YAYA!!!. Ali foi descrita a genealogia do ancestral Balthazar Barbosa de Araujo.

Pode-se observar no primeiroĀ parĆ”grafoĀ daĀ descriĆ§Ć£o que ele descendia dos mesmos Correia presentes naĀ ascendĆŖncia de Antonio da Costa Ramires.

E, obviamente,Ā nĆ£o vou entrar em maiores detalhes. Mas cada casal dos ancestrais dele na longaĀ descriĆ§Ć£oĀ vai dar em mesmos ancestrais.

AindaĀ nĆ£o tomei tempo para detalhar a genealogia dos Moniz Barreto que deram origem ao Antonio Jose Moniz Barreto, nossoĀ possĆ­vel ancestral,Ā tambĆ©m no texto 009.Ā ComeƧando pelo segundo capitulo.

Mas sei que por terem sido da alta nobrezaĀ tambĆ©mĀ descenderĆ£o dos mesmos ancestrais. O que variaĀ sĆ£o asĀ proporƧƵes. `As vezes temos um sobrenome como mais comum, dai pensamosĀ pertencer a tal “famĆ­lia”. Mas, a verdade Ć© que assinamos, porem,Ā nĆ£o somos somente isso. Somos resultado de uma mistura oriunda das mesmas fontes.

A vantagem para nos em nossos dias Ć© que essasĀ relaƧƵes familiares mais antigasĀ estĆ£oĀ acessĆ­veis em sites, e ate mesmo na Wikipedia por exemplo.Ā NĆ£o apenas os dados que estou apresentando agora, mas observe-se que se pode verificar asĀ famĆ­lias das quais procedem osĀ cĆ“njuges. Ou seja, nossos outros ancestrais. Exemplo:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_Pires_Gato

A partir dai, pode-se observar que esse foi o pai da:Ā 11.Ā Teresa Afonso Gato c.c. Mem Soares de Melo. E casoĀ alguĆ©mĀ queira estender-se mais, pode ver que o Mem Soares de Melo foi o 1o. senhor de Melo. Dai se pode tanto seguir aĀ ascendĆŖncia quanto outrasĀ descendĆŖncias deles.

Ha outro esqueleto genealogico que gostaria de repetir aqui para reafirmar a ideia. Trata-se daquela que parte de nossa,Ā muitĆ­ssimoĀ provĆ”vel, ancestralĀ Josepha Pimenta de Souza.

Ate,Ā entĆ£o, estava em duvida quanto ao professor Dermeval Pimenta ter identificado os nomes dos avos dela. Ao que parece, ele enganou-se. E seremos mesmo descendentes doĀ capitĆ£o-morĀ JoĆ£o Pimenta de Carvalho eĀ nĆ£o, talvez em outra instancia, doĀ irmĆ£o dele,Ā capitĆ£o Manoel Pimenta de Carvalho.

Vejamos,Ā entĆ£o, o que nos aponta esse esqueleto:

01. Josepha Pimenta de Souza c. c. Manoel Vaz Barbalho, filha de:

02. Belchior Pimenta de Carvalho c. c. N, filho de:

03.Ā JoĆ£o Pimenta de Carvalho c. c. Maria Machado, filho de:

04. D. Catarina Pimenta c. c.Ā capitĆ£o Ambrosio de Araujo, filha de:

05.Ā CapitĆ£o-morĀ JoĆ£o Pimenta de Carvalho c. c. Susana Requeixo Estrada.

EssaĀ porĆ§Ć£o pode ser verificada na postagem:

http://www.asbrap.org.br/publicac/revista/rev18_art17.pdf

Observe-se que JoĆ£o Pimenta de Carvalho era filho de GonƧalo Pimenta de Carvalho e Maria Jacome de Melo. NĆ£o tenho as ascendĆŖncias deles. Mas por suas ligaƧƵes com Vila ViƧosa tudo indica que tinham ascendĆŖncia nobre.

O capitĆ£o-mor surge desde o inicio do trabalho. Porem, a descendĆŖncia de dona Catarina Pimenta aparece a partir da pagina 281.

O que o professor Dermeval nos deixou foi que Belchior Pimenta de Carvalho teve as duas esposas descritas no trabalho. Contudo, salienta que teve a filha Josepha, em 1712, antes desses casamentos,Ā sem revelar nome ou procedĆŖncia da mĆ£e.

Devido `a alta incidencia de genes afrodescendente no exame de DNA de um de nossos primos, (Benin/Togo 7%; Africa Sul Oriental Bantu 4%; Africa do Norte 3% e Nigeria 3%) resultando num total de 17% de origem africana, presumo que a mĆ£e da Josepha fosse africana.

Assim penso porque isso corresponde a ele ter mais que um dos bisavĆ³s totalmente africano. E, ao que eu saiba, ele tem apenas nossa trisavĆ³, Maria Honoria Nunes Coelho, como possivelmente mulata.

Se o foi, para nos ela passou apenas 3.125% da porĆ§Ć£o africana que possuĆ­a para nossa geraĆ§Ć£o. Isso, no caso do primo que descende apenas uma vez dela. Eu descendo como trineto e tetraneto. Portanto, ai tenho que somar mais a metade disso.

Assim, temos que somar muito mais para chegar aos 17% no caso dele. Era preciso que Josepha fosse mulata e passasse sua ascendĆŖncia por diversos caminhos para nos para somarmos mais uma pitadinha cada vez. Sei que devo descender 3 vezes dela. Do primo sei apenas uma.

Assim, nossos ancestrais africanos sĆ£o mĆŗltiplos e variados. Isso, devido `a proporĆ§Ć£o e `as diversas regiƵes de procedĆŖncia. O mais provĆ”vel serĆ” que a maioria, senĆ£o todos, dos nossos ancestrais recentes ja teriam quantidades elevadas de sangue africano para chegar tamanha quantidade ao primo.

Para chegar 17% a ele, era preciso que um dos pais possuĆ­sse 34% ou ambos igualmente 17%, como media. Isso porque cada progenitor passa para os filhos apenas a metade do que possui. O restante vem do parceiro.

E, ao que sei, nos sabemos ter ascendĆŖncia africana mas isso nĆ£o Ć© traduzido na aparĆŖncia dos ancestrais recentes que tivemos.

Vejamos mais, entĆ£o, a partir da ancestral Susana:

05. Susana Requeixo Estrada c. c. capitĆ£o-mor JoĆ£o Pimenta de Carvalho, filha de:

06. Felippa da Motta c. c. Afonso Mendes de Estrada, filha de:

07. Francisco de Oliveira Gago c. c. Ines Sardinha, filho de:

08. Felippa da Motta c. c. Manoel de Oliveira Gago, filha de:

09. Felipa Gomes da Costa c. c. Vasco Pires da Motta, filha de:

10. Isabel Lopes de Sousa c. c. EstevĆ£o Gomes da Costa, filha de:

11. Martim Afonso de Sousa c. c. N, filho de:

12. Lopo de Sousa c. c. Beatriz de Albuquerque, filho de:

13. Pedro de Sousa c. c. Isabel Pinheiro, filho de:

14. Martim Afonso de Sousa c. c. Violante Lopes da TƔvora, filho de:

15. Martim Afonso de Sousa c. c. AldonƧaĀ Rodrigues de Sa, filho de:

16. Vasco Afonso de Sousa c. c. Ines Dias Manoel, filho de:

17. Martim Afonso de Sousa c. c.Ā AldonƧa Gil de Briteiros, filho de:

18. Martim Afonso Chichorro c. c. Ines Lourenco de Sousa, filho de:

19. Afonso III, rei de Portugal c. c. Madragana (Mor Afonso), filho de:

20. Afonso II, rei de Portugal c. c. Urraca de Castela, filho de:

21. Sancho I, rei de Portugal c. c. Dulce Berenguer, filho de:

22. Afonso I Henriques, rei de Portugal c. c. Mahaut de SabĆ³ia, filho de:

23. D. Teresa de LeĆ£o c. c. Henry de Borgonha.

Assim, apesar de todas as voltas, chegamos ao mesmo lugar. Nesse caso, quem desejar compreender melhor, pode fazer o exercĆ­cio de navegar na internet em busca dos ancestrais das esposas ou maridos ai presentes.

Posso adiantar que Mafalda (Mahaut) de Savoia descendia da ilustre familia italiana, suaĀ familia real. Madragana tinha origem judia, descendente de rabinos. E Ines Dias Manoel tem toda a realeza castelhana como ancestral. E Dulce vinha de Barcelona, antigo e, talvez, nova AragĆ£o.

Por outro lado, podemos concluir por ai que, por causa da presenƧa nĆ£o apenas de sobrenomes como tambĆ©m pela procedĆŖncia de seus primeiros nominados, as figuras histĆ³ricas do passado sĆ£o nossos ancestrais e as recentes descendem deles tambĆ©m.

O sobrenome Correia, por exemplo nos lembra o poeta Raimundo Correia. Para que se recordem:Ā https://www.mensagenscomamor.com/poemas-raimundo-correia. “Vai-se a primeira pomba despertada…” Por esse verso pode-se lembrar bem a pessoa e de nossa infĆ¢ncia.

Como tambĆ©m nos lembra Salvador Correia de Sa e Benevides. Tinha uma leve desconfianƧa que fosse nosso aparentado em funĆ§Ć£o do Benevides, de nossa ancestral Maria, matriarca dos Pereira do Amaral, nossos ancestrais.

SabiaĀ que por causa da origem dele na nobreza terĆ­amos obrigatoriamente muitos ancestrais comuns. Agora fica patente que os comuns sĆ£o nossos ancestrais tambĆ©m comuns.

Alem do parentesco dele com Mem de Sa, o governador geral do Brasil, foi um dos governadores do Rio de Janeiro. E o mesmo que mandou executar ao nosso ancestral Jeronimo Barbalho Bezerra, por causa da Revolta da CachaƧa, em 1661.

Aqui fica tambĆ©m patente que nos aproximamos do poeta Carlos Drummond de Andrade, tanto por nossa ascendĆŖncia nos Dormondo da Ilha da Madeira, quanto sermos todos descendentes do Martim Afonso de Sousa. Obviamente, alguns de nos ja sabemos ser dos mesmos Andrade.

E assim torna-se o mundo. Afonso I Henriques de Portugal Ć© conhecidamente ascendente da maioria da populaĆ§Ć£o ocidental. Inclui-se ai 2/3 de ex-presidentes dos Estados Unidos. Alem de reis e rainhas de todas as monarquias europeias.

Obviamente, nĆ£o apenas ele. Alem dele, outros de nossos ancestrais descendem dos mesmos ancestrais que ele, tais como doĀ Carlos Magno, Hugo Capeto, reis Merovingios e imperadores romanos.

Estenda-se ai aos gregos, persas, egipcios, arabes e toda sorte de gente que ocupa paginas na Historia Universal. Inclusive os personagens bĆ­blicos, por alguns genealogistas ja terem revelado a relaĆ§Ć£o entre as monarquias da PenĆ­nsula IbĆ©rica e a rainha Esther.

Com certeza, as repetiƧƵes nĆ£o acabarĆ£o por ai. Os Pereira, os Coelho, os Furtado de MendonƧa, os Carneiro de Andrade, os Andrade, os Menezes, os Corte-Real, os Moniz e tantos outros nossos ancestrais repetirĆ£o esses e outros ancestrais, o que nos faz Ā “cuspe e escarro” dos mesmos ancestrais.

Quando se diz que uma crianƧa de parece com seus avos deve ser um fato de pura e absoluta inevitabilidade! Somos todos mesmo “farinha do mesmo saco!”

Alias, quem desejar exercitar um pouco mais, poderĆ” jogar na busca do Google os diversos nomes de ancestrais do Balthazar Barbosa de AraĆŗjo. Entre eles temos D. Tereza, filha de JoĆ£o Pires de Vasconcellos.

Na verdade, trata-se do D. JoĆ£o Peres, senhor da Torre de Vasconcelos. Entre outros detalhes, tornou-se senhor de Penagate por casamento. Ele casou-se com dona Maria Soares Coelho, filha do D. Soeiro Viegas Coelho. Ou seja, tanto os Coelho quanto os Vasconcelos descendem das mesmas fontes.

Outro exemplo Ć© o de D. Rui GonƧalves Pereira. Na verdade, o bisneto, que se casou com dona Berengaria Nunes Barreto. Foi bisneto de D. Rui GonƧalves Pereira. Esses sĆ£o os senhores de Trastamarra.

Entre outras coisas, sĆ£o eles do mesmo nĆŗcleo familiar do Nun’Alvares Pereira, atual Santo Nuno de Santa Maria, II CondestĆ”vel de Portugal. E o que se espera Ć© os Pereira dos quais descendemos irem entroncar-se na mesma raiz.

Fica assim concretizado minha aspiraĆ§Ć£o. Conhecer e divulgar a genealogia de forma a que as pessoas passem a reconhecer que nossos ancestrais fizeram a Historia e ela corre pungente em nossas veias.

Acredito que, o saber nĆ£o ocupa lugar, nĆ£o pode ser tomado e, inexoravelmente, facilitaria muito aos jovens interessar-se pela disciplina Historia. Afinal, nĆ£o se estuda nela os feitos de marcianos e venusianos. Tudo se trata de nossa ancestralidade.

 

MAIS DOS COSTA

Eu havia visto antes, porem, deixei passar por causa da importĆ¢ncia maior do assunto discutido acima. Mas agora resolvi postar, como complemento, duas das curiosidades havidas no capitulo. Segue entĆ£o:

PAG. 440

“MANOEL DA COSTA COELHO, n. por volta de 1652 e fal., casado por volta de 1682 com Mariana Pinheira, n. por volta de 1662 e fal. Pais de:

I. 1 – Joana de Faria, n. no Rio (Candelaria 2o., 82) bat. a 12.7.1683 e fal. no Rio (Candelaria 10o., 89) a 28.1.1746, casada por volta de 1699 com Ambrosio Ramos Ferreira, n. no Porto por volta de 1669 e fal. Pais de:”

PAG. 441

“II. 3 – Gracia Maria Da Cruz Ferreira, n. no Rio (Candelaria 3o., 104) bat. a 3.5.1712 e fal. casada no Rio (Candelaria 4o., 139v) a ?.?.1736 com o capitĆ£o Carlos Jose Ribas, n. em Lisboa (SĆ£o Nicolau) por volta de 1706 e fal., filho de Miguel Ribeiro Ribas e de Arcangela Maria Josefa (ou de Souza). Pais de:

III. 1 – Jose Bonifacio Ribas, n. no Rio (Candelaria 6o., 54v) bat. a 6.6.1739 e fal. casado em SĆ£o SebastiĆ£o – SP, por volta de 1764 com Ana Maria de Toledo e Oliveira, n. por volta de 1744 e fal. filha de Pedro Alvares da Paz e de EscolĆ”stica de Toledo. Pais de:

IV. 1 – d. EscolĆ”stica Bonifacia de Toledo Ribas, n. em SĆ£o SebastiĆ£o, SP, a 22.4.1765 e fal. em SĆ£o Paulo a 31.5.1859. Casada em SĆ£o Paulo (Se) a 18.2.1784 com o coronel JoĆ£o de Castro do Canto e Melo, n. na Ilha Terceira por volta de 1740 e fal. em SĆ£o Paulo ?.?.1826, visconde com as honras de Grandeza de CASTRO, por mercĆŖ de 12.10.1826, filho de JoĆ£o de Castro do Canto e Melo e de Rita QuitĆ©ria. Pais de:”

PAG. 442

“V. 1 – D. Domitila de Castro Canto e Melo, n. em SĆ£o Paulo a 27.12.1797, (bat. a 7.3.1798) e fal. em SĆ£o Paulo a 3.11.1867, viscondessa de SANTOS. Casada em primeiras nupcias em SĆ£o Paulo (Se) 13.1.1813 com o alferes Felicio Pinto Coelho de MendonƧa, n. em Sant’Ana de Cocais, MG, a ?.?.17.., e fal., filho do capitĆ£o-mor Felicio Moniz Pinto Coelho da Cunha e de d. Mariana Manuela Furtado Leite de MendonƧa. Com geraĆ§Ć£o. Casada em segundas nĆŗpcias em Sorocaba, SP, a 14.6.1842 com o brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar. Com geraĆ§Ć£o.”

Aqui o Carlos G. Rheingantz fez uma daquelas extensƵes alem das datas propostas em sua coleĆ§Ć£o. Omitiu as ligaƧƵes de D. Domitila com D. Pedro I. Ela ficou mais conhecida como Marquesa de Santos.Ā A ligaĆ§Ć£o entre eles tambĆ©m resultou em geraĆ§Ć£o.

Queria apenas deixar ai a possibilidade de termos mais de um grau de parentesco com ela. Tanto pelo Coelho quanto pelo Costa iniciais. Alem da ligaĆ§Ć£o dela com os Furtado Leite, mesmo de nossos primos. Por fim, o MendonƧa.

Ha que lembrar-se que dona Maria Furtado de MendonƧa foi a esposa do governador Luiz Barbalho Bezerra, nossos ancestrais.

PAG. 415

“BALTAZAR DA COSTA, n. por volta de 1565 e fal. casado por volta de 1595 com Andreza de Souza, n. por volta de 1575 e fal. no Rio (Se 4o., 11v) a 16.10.1655, fal. filha do capitĆ£o JoĆ£o de Souza Pereira Botafogo e de d. Maria da Luz Escorcia Drummond. Pais de:”

PAG. 416

“I. 3 – Jeronimo da Costa, n. por volta de 1609 e fal. no Rio (Se 3o., 48) a 13.5.1647, casado com Maria Pedrosa, irmĆ£ de Domingos Pedroso, n. por volta de 1619 e fal. no Rio (Se 6o., 156) a 10.7.1698, filha de Miguel Gomes Bravo e de Isabel Pedrosa de Gouveia. Teve de uma india livre, serva de Amador Ribeiro, um filho natural:

II. 1 – Miguel.”

Aqui queria salientar o inicioĀ da famĆ­lia dessa nossa tia ancestral. Era irmĆ£ da ancestral Cordula Gomes, esposa do portuguĆŖs JoĆ£o do Couto Carnide.

NĆ£o sei se a reencontraremos depois em capĆ­tulos como Gomes, Gomes Bravo, Couto ou Bravo. Parece que ha algo mais no livro. Mas ha que abri-lo para ver.

Tenho da familia esse resumo:

Miguel Gomes Bravo foi filho de Rui Dias Bravo e Antonia Rodrigues. Era nascido no Porto, aproximadamente em 1563. Foi casado com Isabel Pedrosa de Gouveia e tiveram os filhos:

01. Rui Dias Bravo (1597)

02. Maria Pedrosa (1600)

03. Cordula Gomes (1602) c. c. JoĆ£o do Couto Carnide

04. Domingos Pedroso (vivo em 1647)

05. Maria (1616)

06. Pascoal (1618)

07. Ursula (1620)

08. Maria Pedrosa (1622) c. c. Jeronimo da Costa

09. Manuel Gomes Bravo (1624)

10. Miguel Gomes Bravo

NĆ£o consta nessa lista, Antonia Pedrosa de Gouveia, que ficou em Vitoria – ES, onde se casou com Belchior deĀ Azeredo Coutinho, filho do bandeirante Marcos Azeredo e dona Maria Coutinho.

Essa, Azeredo Coutinho, foi uma das famƭlias mais influentes no perƭodo colonial tambƩm no Rio de Janeiro. E isso se reflete em tƭtulos de nobreza no perƭodo imperial.

Pode ser que hajam outros filhos. Mas nĆ£o procurei ainda. Isso porque Ć© conhecido que foram 10 ao todo, porem, deverĆ£o ter sido 10 que chegaram `a idade adulta.

Talvez as duas primeiras Marias tenham falecido crianƧa para que a terceira tivesse o mesmo nome. Ou os nomes delas podem estar incompletos e Antonia ser uma delas.

Assim fica comprovada um pouco mais da extensĆ£o de nossa famĆ­lia.

E aqui fica uma possibilidade que nĆ£o passa de suspeita por enquanto. Trata-se do fato de nĆ£o termos os nomes dos pais da ancestral Isabel da Costa, esposa do Antonio da Costa Ramires. Ela pode ter sido filha do casal Baltazar e Andreza.

Claro, Baltazar e Andreza podem nĆ£o ser meus ancestrais porque meus primos tem ancestrais diferentes dos meus. NĆ£o sei quanto de sangue inglĆŖs corre em minhas veias. Mas no primo que fez exame de DNA constam 13% da Gra-Bretanha.

Sabe-se que os EscĆ³cia Drummond procediam da Ilha da Madeira, porem, foram escoceses em transito por la. Obviamente, dona Maria da Luz EscĆ³cia Drummond passaria muito pouco do sangue para os descendentes atuais.

Contudo, como nĆ£o temos conhecimento de escoceses recentes como ancestrais, ela pode ter somado a outros para chegar porcentagem tĆ£o alta como essa. Isso equivale a 1 dos bisavĆ³s 100% da Gra-Bretanha. O que sabemos, nĆ£o temos, entĆ£o, serĆ” preciso somar diversos ancestrais com ascendĆŖncia la.

Ou, por outro lado, o que serĆ” mais provĆ”vel, pode ser que os ingleses descendam tanto dos ibĆ©ricos quanto nos. Dai pode ter havido confusĆ£o no exame do DNA, nĆ£o seriamos nos com sangue inglĆŖs e sim os ingleses com nosso sangue.

Apesar de podermos ter o Drummond da fonte baiana tambƩm. Nesse caso, tanto eu quanto o primo descendemos da mesma fonte.

Mas, buscando melhor na internet, nosso amigo Lenio Richa nos informa que Jeronimo nĆ£o teve filhos com a esposa Maria Pedrosa. Como os dados procedem do Rheingantz nĆ£o se pode afirmar isso com absoluta certeza.

Mesmo assim, nĆ£o esperemos possuir ancestrais por essa via. Para que o primo ou nos possuirmos tamanha quantidade de certo sangue, preciso serĆ” que tenhamos um ancestral recente procedente da origem do sangue.

Ou, como alternativa, para se ter uma ascendĆŖncia um pouco mais longĆ­nqua, todos ou a maioria dos nossos ancestrais recentes teriam que compartilhar dessa mesma ancestralidade. Assim, nossos pais teriam uma composiĆ§Ć£o semelhante entre si e, por isso, a ancestralidade mais antiga nĆ£o se perderia no sangue.

 

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10. PONTOS DO NORDESTE TAMBEM SERIAM NOSSO?

Encontrei algumas coincidĆŖncias que chegam a ser um pouco mais que curiosas. E talvez elas acabem nos revelando um ramo da FamĆ­lia Barbalho que chegou ao Brasil via Pernambuco, foi para o Rio de Janeiro, adentrou Minas Gerais e, talvez, tenha projetado um galho ate ao Rio Grande do Norte.

E a distancia nĆ£o pode ser empecilho, pois, o cirurgiĆ£o-mor Policarpo encarregou-se da extensĆ£o ate ao Rio Grande do Sul. E a minha desconfianƧa Ć© a de que um irmĆ£o ou sobrinho dele fez o caminho oposto.

Em nossa tradiĆ§Ć£o familiar havia um dito mais ou menos assim: “A famĆ­lia procede do Nordeste, eram trĆŖs irmĆ£os. Um foi para o Rio Grande do Sul, outro retornou para o Nordeste e o terceiro foi aquele que deu origem ao nosso Barbalho.”

Penso que esse dito que ouvi solto quando ainda crianƧa referia-se ao tetravĆ“ Policarpo Jose Barbalho. Embora tenhamos comprovaĆ§Ć£o que teve dois irmĆ£os, Gervasio e Firmiano, nĆ£o tenho o destino deles. A existĆŖncia deles esta marcada pelos registros de seus casamentos em Itabira.

Mas pelo que jaĀ encontramos em Itabira, o mais provĆ”vel foi que tenham tido outros irmĆ£os, entre eles os senhores Modesto e Victoriano Jose Barbalho. Ha dados de descendĆŖncia desses dois outros, porem, nĆ£o temos nomes de seus pais.

Vamos a outra passagem. Essa relatada pelo professor Dermeval nas paginas 253 e 254 do livro dele:

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” Ā  Ā  IV – JOSEFA PIMENTA DE SOUZA, nascida no Rio, nos anos de 1716, criada e educada na residĆŖncia de seu pai, tendo sido batizada na Freguesia de Nossa Senhora da Mosteiro, no Rio de Janeiro; casou-se aos 18-9-1732, na Capela de Nossa Senhora dos Prazeres de Milho Verde, em Minas Gerais, com MANOEL VAZ BARBALHO (Livro 1o. de casamento da Matriz fls. 78; livro 1o. de Tapanhoacanga, fls. 100; livro de casamento das capelas filiais de fl. 6v) conforme consta do arquivo do Alferes LUIZ ANTƔNIO PINTO.

Descendentes do casal Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza

Realizado o casamento em Milho Verde, aos 18-9-1732, esse casal, apĆ³s alguns anos, fixou residĆŖncia no Arraial de SĆ£o Jose de Tapanhoacanga pertencente `a Freguesia de Nossa Senhora da ConceiĆ§Ć£o da Vila Nova do Principe, onde criou a famĆ­lia. Eh possĆ­vel que tenham nascido outros filhos, mas so conseguimos obter dados sobre a sua filha ISIDORA MARIA DA ENCARNAƇƃO. Pais de:

F – 1 ISIDORA MARIA DA ENCARNACAO, batizada em 28 de maio de 1738, no Arraial de Tapanhoacanga, tendo por padrinho FRANCISCO DA COSTA MALHEIRO. Em 1759, no dia 30 de agosto, casou-se com o CapitĆ£o ANTƔNIO FRANCISCO DE CARVALHO, o qual, em meados do sĆ©culo dezoito, veio para o Brasil e se estabeleceu naquela localidade. Era portuguĆŖs, filho de ANTƔNIO LEAL, e Dona MARIA FRANCISCA, natural de Vila dos Colares, no Patriarcado de Lisboa. O CapitĆ£o ANTƔNIO FRANCISCO, durante muitos anos, foi sindico-geral dos Santos Lugares, na Comarca de Serro Frio. (Livros 2o. bat. fls. 98v e livro de casamento – capelas filiais fls. 6v). Pais de:

N 1 – JOĆ£O, nascido em 1761,

N 2 – VITORIANA, nascida em 1762;

N 3 – ANTƔNIO, nascido em 1764;

N 4 – LUCIANO, nascido em 1766;

N 5 – MARIANA, nascida em 1767;

N 6 – JOSE, nascido em 1769;

N 7 – FRANCISCO, nascido em 1771;

N 8 – BERNARDO, nascido em 1776;

n 9 – BOAVENTURA JOSE PIMENTA, nascido em 1779.

OBSERVAĆ§Ć£O

Ā  Ā  Do estudo que acabamos de proceder sobre aĀ descendĆŖncia do casal MANOEL VAZ BARBALHO e JOSEFA PIMENTA DE SOUZA, verificamos que este casal, entre outros, teve uma filha de nome ISIDORA MARIA DA ENCARNAƇƃO, casada naquele mesmo Arraial, com o portuguĆŖs capitĆ£o ANTƔNIO FRANCISCO DE CARVALHO.Ā Foi nos dado constatar que este ultimoĀ casal teve nove filhos, mas, somente de dois deles, VITORIANA e BOAVENTURA, pudemos obter dados sobre os seus descendentes, os quais receberam o sobrenome de JOSE PIMENTA, herdados de JOSEFA PIMENTA. Face a esta circunstĆ¢nciaĀ supomos que os demais filhos do casal MANOEL VAZ BARBALHO e JOSEFA PIMENTA bem como seus outros netos, filhos que eram de ISIDORA MARIA DAĀ ENCARNAƇƃO, tenhamĀ tambĆ©mĀ recebido o sobrenome de JOSE PIMENTA, derivado da avo JOSEFA. Ha fortesĀ indĆ­cios de que as variasĀ famĆ­lias PIMENTA residentes no Norte e Nordeste de Minas se originaram em SĆ£o Jose do Tapanhoacanga e de Milho Verde. TodaviaĀ nĆ£o desprezamos aĀ hipĆ³tese de que alguns dosĀ possĆ­veis filhos do casal MANOEL e JOSEFA tenham usado o sobrenome de PIMENTA BARBALHO ou VAZ BARBALHO, os quais teriam dado origem `asĀ famĆ­lias de sobrenomes VAZ ou BARBALHO.

Ā  Ā  ComoĀ nĆ£oĀ dispomos de dados sobre todos estes nove filhos, vamos focalizar apenas VITORIANA e BOAVENTURA, respectivamente N-2 e N-9.”

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Acredito que o professor Dermeval Pimenta tenha tiradoĀ conclusĆ£o um pouco precipitada ao deixar-se pender para o lado do titulo do capitulo do livro dele: “TRONCO PIMENTA-VAZ BARBALHO”.

Geralmente, as regras de nomenclatura doĀ sĆ©culo XVIII e antesĀ nĆ£o se encaixavam naĀ lĆ³gica que a sociedade passou a adotar a partir dosĀ sĆ©culos seguintes.

9 filhos de um mesmo casal poderiam cada um adotar um sobrenome diferente. Muito comumente esses sobrenomes variavam de acordo com que variavam os sobrenomes ate aos 8Ā bisavĆ³s dos filhos do casal.

Assim, sobrenomes sumidos em 3Ā geraƧƵes anteriores poderiam renascer, mas, por as pessoas da atualidadeĀ nĆ£o terem acesso `aĀ genealĆ³gica completa daquelas pessoas, pensar-se-ia que o sobrenome surgiu do nada.

Nesse caso especifico, porem, temos ainda os nomes dos senhoresĀ ANTƔNIO LEAL e MARIA FRANCISCA. Esse segundo nome dela pode inclusive ser daĀ FamĆ­lia FRANCISCO. NaquelaĀ Ć©poca osĀ escrivĆ£es costumavam usar aĀ versĆ£o femininizada dos sobrenomes masculinos como: FURTADA, COELHA e outros.

O certo aqui Ć© que, pode ser que numa pesquisa mais profunda, se todos os filhos de ISIDORA eĀ capitĆ£oĀ ANTƔNIOĀ FRANCISCO DE CARVALHO chegaram `a idade e procriaram, podem ter deixadoĀ famĆ­lias com todos os sobrenomes ja havidos anteriormente naĀ famĆ­lia. Isso inclui o “DA COSTA BARBALHO”.

Pulando-se mais uma cerca, andei verificando o capitulo BARBALHO do livro de nosso amigo ORMUZ BARBALHO SIMONETTI. Ali encontra-se oĀ extrato:

************************************************************************************Ā 

“Segundo o Historiador HĆ©lio GalvĆ£o, do casal BrĆ”s Barbalho Feyo e Leonor Guardes descendem Catharina Barbalho, filha de Isabel de Vasconcellos e JoĆ£o Soares de Avellar. Catharina Barbalho, ao consorciar-se com Francisco Ribeiro Bessa, teve oito filhos, sendo a ultima Catharina Barbalho (segunda do nome) que se casou duas vezes: a primeira com o Tenente Jose de Mello, de Goyana, nĆ£o deixando descendĆŖncia, e segunda vez com Aniceto Ferreira Padilha e tiveram sete filhos. Um desses filhos de Catharina e Aniceto, ja nascido e naturalmente radicado `a terra, descende, sem duvida, Antonio Jose da Costa Barbalho, ou Antonio Barbalho da Costa,Ā como de prĆ³prio punho escrevia ele o seu nome, sendo ele o patriarca dos Barbalho de Goianinha, vindo a falecer em 20 de novembro de 1827, aos 73 anos de idade e deixou inĆŗmeros descendentes.”

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Acredito aqui que o “descendente, sem duvida,” deixou-me com uma enorme duvida. Ao que me pareceu, foi uma suposiĆ§Ć£o e nĆ£o uma certeza. Isso abre a possibilidade de o Antonio Jose da Costa Barbalho ser o mesmo “N 3 –Ā ANTƔNIOĀ  nascido em 1764″ anotado pelo professor Dermeval Jose Pimenta.

Veja-se que poderia ser mesmo ele se encaixando naĀ tradiĆ§Ć£o dos Barbalho. OsĀ irmĆ£os, em verdade,Ā sĆ£o mais que 3. Mas, por enquanto,Ā nĆ£o sabemos quantos nem quais poderiam ter assumido o sobrenome Barbalho.

Talvez, os outrosĀ nĆ£oĀ foram contados porque faleceramĀ crianƧas como eraĀ tĆ£o comum acontecer naquelaĀ Ć©poca. Ou podem ter sobrevivido, como aconteceu com o BOAVENTURA JOSE PIMENTA, porem, teriam sido apenas 3 que herdam o BARBALHO por sobrenome.

Existem outros indicios, porem,Ā ajustĆ”veis `a realidade. AĀ afirmaĆ§Ć£o do Ormuz Ć© a de que o patriarca viveu 73 anos. Mas era muito comum acontecer enganos na contagem da idade. E chega a ser uma grandeĀ coincidĆŖncia que justamente o Antonio da Isidora eĀ capitĆ£o Antonio Francisco tenha nascido em 1864, ou seja, 63 anos antes do falecimento do senhor Antonio Jose.

Alem disso, ha ai aĀ coincidĆŖncia de o senhor Antonio ter recebido o JOSE, que era uma marca de nossaĀ famĆ­lia, alem de assinar o “DA COSTA BARBALHO” ou “BARBALHO DA COSTA” como preferia assinar, queĀ tambĆ©m era sobrenome em nosso ramo daĀ famĆ­lia.

Pode ser mera coincidencia, porem, um dos filhos do senhor Antonio Jose da Costa Barbalho foi o Francisco Antonio Barbalho. No caso, umaĀ possĆ­velĀ inversĆ£o da ordem dos nomes do suposto avo: Antonio Francisco de Carvalho. Algo muitoĀ comum `aquelaĀ Ć©poca.

Aqui ha que salientar-se que mesmo que a data de nascimento, 1754, e a idade ao falecimento, 73 anos, estejam corretas,Ā nĆ£o significa que minhaĀ hipĆ³tese seja falha. Muito pelo contrario.

Isso porque aindaĀ nĆ£oĀ temos aĀ relaĆ§Ć£o de nomes dos supostos filhos do MANOEL VAZ BARBALHO e JOSEPHA PIMENTA DE SOUZA. Temos que foram pais da ISIDORA e do cirurgiĆ£o-mor POLICARPO JOSEPH BARBALHO.

MasĀ nĆ£o sabemos se houveram e quais teriam sido osĀ possĆ­veis outros. Os quais o professor Dermeval supunha que existiram.

E, em sendo o caso,Ā terĆ­amos ai quem foi para o Rio Grande do Sul, quem voltou para o Nordeste e a Isidora pode ter sido a representante de quem ficou em Minas Gerais.

Se acasoĀ aĀ tradiĆ§Ć£o considerava apenas os homens, temosĀ tambĆ©m essaĀ opĆ§Ć£o. Trata-se do JOSE VAZ BARBALHO, o pentavĆ“ de minhaĀ geraĆ§Ć£o. EnquantoĀ nĆ£o sei quem foram os pais dele,Ā nĆ£o posso descartar a possibilidade de ter sido filho do MANOEL e JOSEPHA.

Alem dessaĀ opĆ§Ć£o, ele poderia ser o: “N 6 – JOSE, nascido em 1769″. Seria um pouco apertado, porem, por volta dos 19 anos, em 1789, este poderia estar casado. E por volta de 1789 poderia ter sido pai do nosso ancestral Policarpo Jose Barbalho.

NĆ£oĀ tenho a data de nascimento desse ancestral. Mas tenho a do casamento que se deu em 1808, portanto, deveria estar com pelo menos 18 anos de idade. Mesmo depois dessaĀ Ć©poca ainda era comum casar-seĀ tĆ£oĀ jovem.

E existe umaĀ tradiĆ§Ć£o deĀ famĆ­lia dizendo que ele havia ingressado noĀ seminĆ”rio, mas desistira ao apaixonar-se pela ISIDORA FRANCISCA DEĀ MAGALHƃES, e casou-se antes de ordenar-se.

Somente depois que teve os filhos, ficou viuvo e criou aĀ famĆ­lia, inclusive tendo visto antes seu filhoĀ Emigdio deĀ MagalhĆ£es Barbalho ser ordenado padre em 1845, foi que retornou aoĀ seminĆ”rio e buscou aĀ ordenaĆ§Ć£o, indo falecer, nĆ£o sabemos a data, idoso e pastoreando o rebanho do antigo Inficcionado (atual Distrito de Santa RitaĀ DurĆ£o, Mariana, MG), local em que nascera.

De todo esse capitulo nasce ai aĀ hipĆ³teseĀ de que o ramo Barbalho daĀ regiĆ£o de Goianinha, RN,Ā poderĆ” fazer parte da imensaĀ descendĆŖncia do governador LUIZ BARBALHO BEZERRA e sua esposa MARIA FURTADO DEĀ MENDONƇA. Tudo ainda a ser confirmado.

Acredito que agora falta-nos mesmo, referindo-me ao ramo BARBALHO e COELHO do Centro Nordeste de Minas Gerais, decifrar aquele pequenoĀ espaƧo de tempo, entre 1720 e 1790 de nossa genealogia para constatar todas essas suspeitas.

Como venho repetindo em meus escritos anteriores, acredito que as respostas estejam nos arquivos forenses na cidade do Serro e/ou nosĀ eclesiĆ”sticos da Arquidiocese de Diamantina, ambas em Minas Gerais.

Os dados dessa imensaĀ regiĆ£o de Minas GeraisĀ nĆ£o tem sido devidamente publicados e, parece-me, somente um mergulho nos arquivosĀ desfarĆ£o toda e qualquer duvida. Os meus estudos tem revelado que la temos respostas.

NĆ£o sabemos quais nem quandoĀ virĆ£o. Mas gostaria de poder pagar essa visita `a terra que passaram nossos ancestrais, porque Ć© aĀ Ćŗnica formaĀ possĆ­vel de deixarmos para as futurasĀ geraƧƵes uma Historia deĀ FamĆ­lia, o mais completaĀ possĆ­vel, para assim despertar o interesse delas por nosso passado.

Um passado que,Ā nĆ£o muito distante, nosĀ tambĆ©m seremos parte dele.

 

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011.Ā PRIMEIROS MORADORES DE GUANHAES, VIRGINOPOLIS E PECANHA …

INDICE:

O1. INTRODUCAO

02. OS “HOMENS BONS” DE PECANHA

03. OS DE GUANHAES

04. COMENTARIOS A RESPEITO DO PATROCINIO DE GUANHAES

05.Ā A) FREGUESIA E DISTRICTO DO PATROCINIO

06.Ā B) FREGUESIA E DISTRICTO DE S. SEBASTIAO DOS CORRENTES (a)

07.Ā C) DISTRICTO DE N. S. MĆ£E DOS HOMENS DO TURVO

08.Ā D) FREGUESIA E DISTRICTO DE N. S. DA PENHA DO RIO VERMELHO

09.Ā NOSSA ANCESTRAL GENOVEVA NUNES FERREIRA

10. PRESENCA DE JOAO DA CUNHA MENEZES

11. BIOGRAFIA DE DONA DAMIANA DA CUNHA

12. BIOGRAFIA COMPLETAĀ DE LUIZ BARBALHO BEZERRA

13. COMENTARIOS ENVOLVENDO A FAMILIA DA CUNHA MENEZES

14. COMO SABER SE OS DA CUNHA DESCENDEM DO LUIZ?

15. RELAƇƕES DE COMPADRIO NO BRASIL DO SECULO XVIII

16.Ā VOLTANDO `AS ANALISES

01. INTRODUCAO

Resolvi passar uma revista no ALMANAK ADMINISTRATIVO, CIVIL E INDUSTRIAL DA PROVINCIA DE MINAS GERAIS.

A ideia surgiu porque estava revendo as fontes mencionadas pelo professor Nelson Coelho de Senna. Ele havia dito queĀ no de 1870 tinha uma menĆ§Ć£o, ao capitĆ£o Jose Coelho da Rocha:

“Ja em 1821, um deles, elevado a CapitĆ£o de milĆ­cias da Comarca-do-Serro-Frio, o referido Jose Coelho da Rocha, era considerado o principal fundador e dos primeiros povoadores da referida povoaĆ§Ć£o de SĆ£o-Miguel-e-Almas, hoje cidade de Guanhaes, como refere Assis Martins…”

NĆ£o sei como o computador conseguiu mas ele abriu uma pagina que continha a referida publicaĆ§Ć£o. Foi apenas um relance e, tendo que sair, quando retornei nĆ£o mais encontrei a publicaĆ§Ć£o.

Pelo menos pude comprovar que realmente havia a menĆ§Ć£o. Alem dela, outras informaƧƵes a respeito da “Paroquia de Nossa Senhora do PatrocĆ­nio”, futura Cidade de VirginĆ³polis. Depois eu conto.

Mas, rebuscando a internet novamente, pelo menos encontrei o ALMANAK editado em 1864. Em teoria, devia ser melhor ainda para o que eu queria. Assim, copiei as duas paginas que interessavam.

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02. OS “HOMENS BONS” DE PECANHA

Trata-se das relaƧƵes de “homens bons” que viviam nos domĆ­nios das antigas Santo Antonio do PeƧanha e SĆ£o Miguel e Almas. Segue o que encontrei:

Pagina 205

“Freguezia e Districto de Santo Antonio do PeƧanha foi creado pelo alvarĆ” de 1822. Dista da sede do termo 22 lĆ©guas, da capital 66 e de seus pontos extremos, ao norte 5, ao sul 6, `a leste 18 e a Oeste 7. Confina com a de S. Miguel e Almas pelo rio Correntes, e com a de Jacury pelo Suassuy. Sua populaĆ§Ć£o chega a 6,816 habitantes; da 368 votantes e 12 eleitores.

Juizes de paz:

1o. Remigio Electo de Souza

2o. Joao Batista Dias

3o. Jeronymo Electo de Souza

4o. Henrique Manoel Carvalho

Sub delegado:

Capitao Joao Batista de QueirĆ³s

Inspector Parochial:

Remigio Electo de Souza

Professor de primeiras letras:

Joaquim Lucas Coelho

Nao sabemos se a matriz esta provida de parocho.

Negociantes de Fazendas Secas:

Antonio Jose de Siqueira

Cyrino Jose Barbalho

Firmino Clementino da Silva

Francisco Bonifacio de Almeida Araujo

Jeronymo Electo de Souza

Jose Soares de QueirĆ³s

Remigio Electo de Souza

Negociantes de genero do pais:

Antonio da Rocha Oliveira

Elias Pereira do Nascimento

Joao Luiz Coelho

Joaquim Bernardes Vieira

Joaquim Affonso Pereira

Mathilde Delfina de Jesus

Vicente Jose do Nascimento

Fazendeiros que cultivĆ£o canna:

Antonio Eufrazio da Silva

Antonio Joaquim dos Santos

Antonio Jose de Siqueira

Antonio da Rocha Freitas

Clemente Xavier de Castro

Conrado Alves Sampaio

Cypriano Goncalves Ferreira

Francisco Antonio da Silva

Francisco Jose de Oliveira

Germano Jose Peixoto

Ildefonso da Rocha Freitas

Joao Batista de QueirĆ³s

Joao Bernardes Vieira

Joao Jose da Silva

Joao Paulo de Oliveira

Joao Vieira Simoes

Joao Pereira do Nascimento

D. Joaquina Angelica de Jesus

Jose Quirino da Silva

Jose de Sene e Silva

Manoel Francisco Pires

Manoel Gomes da Conceicao & Comp.

Manoel Netto da Silva

Manoel Rodrigues Atayde

Manoel Salles Martins

D. Maria Jose viuva de Antonio Pereira Affonso

Martinho da Rocha Freitas

D. Senhorinha Rosa de Jesus

Os herd. de Silverio dos Anjos Freitas

Thomas Antonio de Aquino

Valeriano Manso da Costa

Sapateiros:

Abel Marianno

Joao Jose d’Assuncao

Joao Jose de Oliveira

Manoel Ferreira

Ferreiros:

Eufrazio de Campos

Felicissimo Pinto

Felisberto Antonio de Aquino

Joaquim de Campos Martins

Modesto Borges”

Observe-se que Santo Antonio do PeƧanha compreendia o territĆ³rio que hoje-em-dia esta subdivido em diversos outros municĆ­pios, inclusive Governador Valadares.

Muitos dos mencionados acima viviam nesses outros locais. Pelo livro do professor Dermeval Jose Pimenta a gente pode identificar ai diversos moradores de fazendas emĀ SĆ£o Joao Evangelista, a comeƧar pelos que assinaram “da Rocha Freitas”.

D. Senhorinha Rosa de Jesus, entĆ£o, ja devia ser a viuva do senhor Jose Carvalho da Fonseca. Eles residiram numa fazenda com terras banhadas pelo RibeirĆ£o das Araras, prĆ³ximas `a atual SĆ£o Pedro do Suacui.

Foi filha de nossos pentavĆ³s: Antonio Borges Monteiro Junior e Maria Magdalena de Santana.

Tenho duvidas quanto ao ultimo mencionado, Modesto Borges, nĆ£o ser membro da famĆ­lia de Antonio Borges Monteiro, nosso sextavĆ“.

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03. OS DE GUANHAES

“DISTRICTO DE S. MIGUEL E ALMAS {pags. 207-8}

Foi creado pela resoluĆ§Ć£o de 14 de julho de 1832. Tem um distrito denominado – Patrocinio – criado pelo art. 2o. da lei n. 1:143 de 24 de setembro de 1862.

Juizes de Paz:

1o. Francisco Nunes Coelho

2o. Francisco de Souza Ferreira

3o. Jose Pereira da Silva

4o. Antonio Rodrigues Coelho

Subdelegado:

Francisco Nunes Coelho

Inspector Parochial:

Rev. Jose Julio de Oliveira (Ć© vigario)

Professor de primeiras letras:

Joaquim Francisco de Aguiar

Vaccinador:

Joaquim Domingues Da Silva

Negociantes de Seccos:

D. Alexandrina Sevelly de Alkmim

Antonio Carlos da Conceicao

Antonio Francisco Vieira

Bento Goncalves Pimenta

Custodio Jose Moreira

Firmianno Ribeiro de Carvalho

Francisco Jose Moreira

Francisco Nunes Coelho

Joao Luiz de Souza

Joao da Silva Netto

Joaquim Guardianno Teixeira

Jose Coelho da Rocha Ribeiro

Jose Pereira da Silva

Jose Rodrigues de Souza e Silva

Pio Ferreira da Silva

Ditos de Molhados:

Campos & Pinto

Firmianno Ribeiro de Carvalho

Francisco Jose Moreira

Joao Luiz de Souza

Ditos de Generos do Pais:

Antonio Gomes de Brito

Antonio Jose de Queiroz

Bernardino Manoel Ribeiro

Clementino Goncalves da Silva

Custodio Jose Moreira

Francisco Jose Alves

Francisco Luiz da Rocha

Francisco Pinheiro de Araujo

Jeronymo Correa da Silva

Jeronymo Goncalves Lima

Jeronymo da Rocha Leme

Joao Angelo

Joao da Cunha Menezes

Joao Nepomuceno de Aguiar

Joao da Rocha Ramos

Joaquim Antonio Pereira

Joaquim Jose Da Silva

Jose Goncalves Guimaraes

Jose Justinianno de Aguiar

Jose da Silva Ribeiro

Jose Vaz Barbalho

Jose Vieira Braga

Jose Vieira de Souza

Luiz Antonio de Araujo

Manoel Augusto dos Passos

Martinianno Ignacio Ribeiro

Martinianno Vieira de Souza

Miguel Fernandes Maciel

Pedro Teixeira da Costa

Romao da Silva Chagas

Theodoro Rodrigues da Silva

Pharmaceuticos:

Modesto Alves Barbosa

Fazendeiros que cultivĆ£o canna:

Accacio Jose da Silva

Amancio da Silva Guimaraes

D. Anna Pinto de Jesus

Antonio Coelho Linhares

Antonio de Figueiredo

Antonio Rodrigues Coelho

D. Genoveva Nunes Ferreira

Joao Rodrigues Lemos

Joaquim Ferreira Pinto

Joaquim Jose de Figueiredo

Jose Coelho da Rocha

Jose Francisco de Azevedo

Jose Lopes Nunes

Jeronymo Maciel

Severianno Pereira Candido

Sapateiros:

Francisco Fernandes Maciel

Joaquim Roque

Jose Vicente dos Santos

Alfaiates:

Luiz Estrangeiro

Placido Jose de Souza

Seleiro:

Joao da Cunha Menezes

Carpinteiros:

Manoel de Moura Justo

Manoel de Souza e Silva

Rancheiro:

Firmianno Ribeiro de Carvalho

Districto de Patrocinio:

NĆ£o obtivemos noticia alguma deste districto.”

Observe-se ai que temos a presenƧa de nomes semelhantes, porem, de pessoas diferentes. Isso poderia provocar confusĆ£o em pessoas nĆ£o familiarizadas com a genealogia local.

O negociante de secos, Jose Coelho da Rocha Ribeiro, foi tambĆ©m conhecido pelo apelido de ten. Jose Quirino. Foi assim chamado por ter sido criado por um irmĆ£o mais velho, cujo nome era Quirino Antonio Teixeira Coelho.

Esse Jose Coelho foi o marido de dona Emilia Brasilina Coelho da Rocha. Eles foram os avos maternos do professor Nelson Coelho de Senna, o qual descreve essa passagem em sua genealogia.

Ainda menciona que os avos eram primos, procedentes da Fazenda Axupe, donde nosso nĆŗcleo familiar Coelho viveu na segunda metade do sĆ©culo XVIII.

Entre os plantadores de “canna” em Guanhaes, encontra o Jose Coelho da Rocha. Esse segundo foi um dos filhos do fundador Jose Coelho da Rocha, que era casado com Luiza Maria do Espirito Santo.

Esse outro foi nosso tio-trisavĆ“ 5 vezes,Ā por ter sido irmĆ£o de Joao Batista Coelho (1), Eugenia Maria da Cruz (2) e Antonio Rodrigues Coelho (2), alem de ter sido tio-sextavĆ“ uma vez, via Joao Batista Coelho e Joao Jr. Esses dois aparecem em VirginĆ³polis.

Eugenia foi a matriarca dos Barbalho, com o capitĆ£o Francisco MarƧal Barbalho.

Embora sem os devidos dados do PatrocĆ­nio de Guanhaes, acredito que nessa relaĆ§Ć£o de SĆ£o Miguel e Almas constam nomes de moradores da Paroquia.

Isso por causa dos relacionados Antonio Figueiredo, Joaquim Jose Figueiredo e os Pereira da Silva constarem como moradores na relaĆ§Ć£o de 1872, em VirginĆ³polis.

Pio Ferreira da Silva foi pai de Joao (Janjan) e Emidio Ferreira da Silva que foram maridos de filhas de Antonio Rodrigues Coelho.

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04. COMENTARIOS A RESPEITO DO PATROCINIO DE GUANHAES

Fica ai a razĆ£o pela qual nĆ£o quis falar nada a respeito anteriormente. Eu queria tirar uma duvida porque 1864, data desse Almanak, foi justamente 6 anos apĆ³s `a fundaĆ§Ć£o da Paroquia de Nossa Senhora do PatrocĆ­nio de Guanhaes, a atual VirginĆ³polis.

No livro de 1870, 12 anos depois da fundaĆ§Ć£o, constam os nomes de apenas dois fundadores. E o primeiro nĆ£o Ć© o do senhor Felix Gomes de Brito como sempre se pregou nas escolas locais.

O nome poderĆ” ser o da mesma pessoa.Ā Consta que o fundador se chamava Felicio Gomes (da Silva)Ā nĆ£o tenho certeza desseĀ outro sobrenome.

Mas pode ter havido algo semelhante ao que aconteceu em SĆ£o Joao Evangelista. Nesta os primeiros colonos portugueses a fixarĀ residĆŖncia foi aĀ famĆ­lia do senhor Nicolau de Oliveira e a seguir os familiares doĀ capitĆ£o Ildefonso da Rocha Freitas.

E foi esseĀ capitĆ£o que destinou terras para aĀ fundaĆ§Ć£o do arraial. Porem, ele “faleceu em fins deĀ 1873” e o inicio daĀ fundaĆ§Ć£o se deu em 1875. Assim os filhos dele aparecem como fundadores, eleĀ nĆ£o.

Sabe-se que o senhor Felix Gomes de Brito obteve junto `a IgrejaĀ CatĆ³lica aĀ autorizaĆ§Ć£o para aĀ fundaĆ§Ć£o da paroquia que veio a transformar-se na Paroquia de Nossa Senhora doĀ PatrocĆ­nio.

Naquele tempo, Estado e Igreja funcionavam como entidades do mesmo governo. Para fundar-se algum local era preciso ter aĀ autorizaĆ§Ć£o eĀ conivĆŖncia de ambos. Geralmente, devido `a religiosidade do povo, o inicio se dava por vias religiosas.

AĀ autorizaĆ§Ć£o data de antes de 1839. Mas aĀ fundaĆ§Ć£o oficial somente acontece em 1958, porque ai se registra a paroquia. Nesse caso, pode ser que o senhor Felix ja houvesse falecido.Ā EntĆ£o, o nome do fundador, nessa data, pode ser o senhor Felicio Gomes da Silva mesmo.

No livro “Historia deĀ VirginĆ³polis”, da dona Maria Filomena de Andrade (D. Negra), consta que o senhor Felix fora casado com dona Maria de SĆ£o Jose da Silva.

Nem ela nem nos encontramos fontes que tornassemĀ possĆ­vel pelo menos calcular as idades dessas pessoas, porem, a julgar pelo fato de possuirem aquelaĀ autorizaĆ§Ć£o para fundar uma paroquia, ja deveriam ter chegado `a maturidade em 1839, o que tornava estatisticamenteĀ difĆ­cil ter vivido em ou alem de 1858.

Portanto, muitoĀ provavelmente, mesmo sendo fundadores da paroquia, os filhos podem ter sido fundadores do arraialĀ eĀ nĆ£o eles. Nesse caso, o senhor Felicio deve ter sido filho deles. O que contradiz o livro da dona Maria Filomena, pois,Ā nĆ£o o menciona como filho. Cita outros.

Alias, ela cita Candido e Rita do Felix como filhos. O que deve ter acontecido deĀ tambĆ©m o serem. Porem,Ā nĆ£o cita os sobrenomes dos personagens, o que nos daria isso comoĀ evidencia.

Pelos nomes dos patriarcas, que ela deixou escrito, era esperado que os filhos do senhor Felix e dona Maria assinassem mesmo Gomes da Silva.

Mais abaixo, eu postei os dados do Almanak de 1872 (para valer em 1873), no qual consta, naĀ relaĆ§Ć£o de fazendeiros, um senhor Tadeu Gomes da Silva. Talvez seja outro da irmandade.

Outros nomes de filhos mencionados por dona Filomena constam o sobrenome Primo. O que penso na possibilidade de terem sido netos do senhor Felix eĀ nĆ£o filhos.

A minha duvida se da emĀ funĆ§Ć£o de a autora do Historia deĀ VirginĆ³polis ter recorrido mais `aĀ memĆ³ria que `aĀ documentaĆ§Ć£o. E nos pudemos comprovar algumas falhas deĀ memĆ³ria dela.Ā ConfusƵesĀ normais quando trata de outrasĀ famĆ­lias.

NĆ£oĀ temos a data de nascimento dela. ElaĀ nĆ£o recorreu a esse recurso, mas relacionou os filhos da segundaĀ famĆ­lia do professor Francisco Dias de Andrade na qual ela consta como a segunda dos nascimentos.

O primeiro foi o senhor Ari Dias de Andrade, que por acaso temos o nascimento por ter se casado naĀ famĆ­lia Coelho, tendo nascido ele em 11.05.1906. O que implica que o segundo nascimento se deuĀ apĆ³s essa data.

Dona Filomena publicou o livro dela em 1979, mais ou menos, recorrendo a umaĀ memĆ³ria queĀ comeƧou a funcionar, com enganos, por volta de 1912, quando deve ter completado 5 anos de idade.

Disso se pode deduzir que muito dificilmenteĀ terĆ” conhecido filhos do casal Felix e dona Maria da Silva.Ā PossĆ­velĀ serĆ” que essesĀ terĆ£o nascido ao final doĀ sĆ©culo XVIII ou, noĀ mĆ”ximo, no abrir doĀ sĆ©culo XIX.

Mas somenteĀ apĆ³s umaĀ investigaĆ§Ć£o mais detalhada em documentos poderemos esclarecer essas duvidas. Por enquanto fica aĀ sugestĆ£o de que ha que se investigar primeiro.

Penso aqui na ata deĀ instalaĆ§Ć£o do Arraial doĀ PatrocĆ­nioĀ que, por ter sido criado legalmente em 1862, devera ter sido efetivado, pela ata, nos anos logo seguintes.

Esse seria o documento ideal a ser encontrado, pois, constaria os nomes daqueles que correram atras da papelada, chamados esses de fundadores, masĀ tambĆ©m de pessoas que se reuniam em torno da paroquia.

Acredito que para fundar-se um Arraial naquele tempo seria preciso ter pelo menos uns 30 a 50 residentes. Isso, dentre os que tinham renda suficiente para ter direito a voto e vez.

Ser residente apenas nao era suficiente, pois, havia-se que responsabilizar-se pelaĀ construĆ§Ć£o da igreja e outrasĀ dependĆŖncias de governo, o que naquele tempoĀ nĆ£o saia dos cofresĀ pĆŗblicos, aĀ nĆ£o ser em casos de interesse.

Alem disso precisava-se manter asĀ dependĆŖncias e osĀ funcionĆ”rios. Os padres recebiamĀ salĆ”rio do estado. OsĀ cartĆ³rios eram mantidos pelosĀ escrivĆ£es que precisavam do trabalho para ter renda e cobrir seus custos. Enfim tudo era diferente da atualidade.Ā 

Nos dados acima, porem, louva-se aĀ presenƧa do senhor Antonio Gomes de Brito que devera ser membro daĀ famĆ­lia. Tendo esse sido comerciante deĀ gĆŖneros do pais em Guanhaes, ate 1863 pelo menos, eĀ poderĆ” ter sidoĀ irmĆ£o ou parenteĀ prĆ³ximoĀ do primeiro morador deĀ VirginĆ³polis.

Util saber disso, pois, caso os descendentes do senhor Felix resolverem buscar dadosĀ genealĆ³gicos, e houver dificuldade de encontra-los via o ancestral,Ā poderĆ£o buscar os do senhor Antonio, queĀ deverĆ£o ser os mesmos a partir dos pais.

A assinatura “de Brito” Ć© umaĀ Ć³tima pista de onde procedia aĀ famĆ­liaĀ em Portugal. Embora,Ā nĆ£o se possa afirmar que esse seja o caso. Muitas vezes os portugueses adotavam o sobrenome do local de onde procediamĀ apĆ³s chegar ao Brasil.

Mas, o que tudo indica eh que, mesmo que isso ocorreu nesse caso particular, os “de Brito” realmente descendiam dos alcunhados pelo sobrenome. Isso porque o sobrenome eh muito antigo e o local de origem muito pequeno. Visitando a Historia da Freguesia (atual Vila) de Brito:

http://www.freguesias.pt/freguesia.php?cod=030807

Como o Almanak de 1864 nĆ£o nos trouxe os dados do “PatrocĆ­nio de Guanhaes”, busquei o que esta disponĆ­vel na internet, o de 1872 para valer em 1873, para pelo menos ter uma ideia de quem eram os moradores locais, apenas 14 anos apĆ³s `a fundaĆ§Ć£o do Arraial.

Ha que se fazer essaĀ observaĆ§Ć£o. As relaƧƵes nos Almanaques nĆ£o sĆ£o as de moradores totais obviamente. Somente constavam pessoas que as profissƵes lhes davam status e influencia.

Por tras desses vinham os agregados, escravos, familiares que nĆ£o tinham posses etc. Por certo haviam tambĆ©m indĆ­genas que eram incorporados `as sesmarias e fazendas que eram livres, porem, destituĆ­dos do direito de terem sido os verdadeiros donos das terras.

E, claro, nĆ£o podemos nosĀ esquecer que aquele foi o tempo do completo domĆ­nio dos homens. As mulheres eram aves raras que, quando apareciam, eram mais comum ser associadas aos maridos falecidos. Ou seja, mesmo mortos eram considerados mais importantes que elas. Mas houveram raras exceƧƵes!

Aproveitei para adicionar tambĆ©m os moradores de SĆ£o SebastiĆ£o dos Correntes, atual Sabinopolis, do Distrito de Nossa Senhora MĆ£e dos Homens do Turvo, atual Materlandia e Distrito de Nossa Senhora da Penha do Rio Vermelho, atual Rio Vermelho. Segue entĆ£o:

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05.Ā A) FREGUESIA E DISTRICTO DO PATROCINIO

“Juizes de Paz:

1o. Joao Baptista Coelho

2o. Ā  Ā ” Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  ” Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā ” Ā  Ā  Ā Junior

3o. Jose Joaquim de Figueiredo

4o. Joaquim Jose Da Silva Pereira

Subdelegado:

Joao Baptista Coelho

Suplentes:

1o. Firmiano Ferreira Campos

2o. Pedro Goncalves Chaves

3o. vago

Parocho:

Reverendo Bento Felis. Ferreira

Fazendeiros:

D. Anna Bernarda de Oliveira

Alexandre da Silva Pereira

Antonio Joaquim da Silva Figueiredo

Firmiano Ferreira Coelho

Joao Bernardes de Castro

Joao dos Santos Figueiredo

Joao Baptista Coelho

Joaquim Nunes Coelho

Joaquim da Silva Pereira

Jose Joaquim de Carvalho

” Ā  Ā  Ā  Ā  Ā ” Ā  Ā  Ā  Ā de Figueiredo

Manoel Goncalves do Carmo

” Ā  Ā  Ā da Silva Pereira

Pedro da Costa Chaves

Tadeu Gomes da Silva

Negociantes:

Joao Martins Roriz.

Engenho de Canna

Antonio Joaquim de Figueiredo

D. Anna viuva de Joaquim Ferreira Pinto

Candido Ribeiro Freire

Joaquim Nunes Coelho”

O ten. Joaquim Nunes Coelho Ć© considerado um dos fundadores de VirginĆ³polis. Nos ja contĆ”vamos com um parentesco com ele por ter sido irmĆ£o de Clemente Nunes Coelho. Eles foram filhos de Eusebio Nunes Coelho e d. Anna Pinto de Jesus, ela aparece nos quadros em Guanhaes.

Joaquim foi casado com Francisca Eufrasia de Assis Coelho, que tambĆ©m fazia parte da irmandade, filhos de Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo. Portanto, foram nossos tios-trisavĆ³s.

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06.Ā B) FREGUESIA E DISTRICTO DE S. SEBASTIAO DOS CORRENTES (a)

“Sua denominaĆ§Ć£o vem dos trĆŖs ribeirƵes que o atravessam, os quais se denominam: Correntinho, Corrente do Meio e Corrente Canoa. Os dois primeiros desembocam no Jequitinhonha e o ultimo no rio Doce.

Alem destes ribeirƵes passa em seu territĆ³rio, `a distancia de trĆŖs lĆ©guas do povoado, o rio Guanhaes. Dista do Serro 7 lĆ©guas, do Pessanha 12, do Rio Vermelho 9, do porto de Guanhaes 5, de S. Miguel e Almas 3 1/2, da Senhora MĆ£e dos Homens do Turvo, que Ć© filial, 5, e confrontam suas divisas com todos estes lugares.

De uma estatĆ­stica feita com zelo, ao que nos informa o Sr. Eduardo Alves Barroso 1o. Juiz de Paz do distrito a populaĆ§Ć£o em 1866 foi assim computada:

Homens livres ………….. 1470

Mulheres Ā  ” Ā  Ā  ………….. 1545

Homens escravos …….. Ā  525

Mulheres Ā  Ā  Ā ” Ā  Ā  Ā  …….. Ā  Ā 353

Total Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā  Ā ………….. 3.893

Os quais todos empregam-se de preferencia na cultura.

________________________________________________________

(a) Devemos estas noticias ao Sr. Eduardo Alves Barroso

As transaƧƵes comerciais se fazem para a Diamantina.

As molestias que mais graƧam sĆ£o as opilaƧƵes e hydropesias.

Juizes de Paz:

1o. Eduardo Alves Barroso

2o. Joao Pereira do Amaral

3o. Miguel Pereira do Amaral Junior

4o. Jose Vaz Barbalho

Subdelegado:

Eduardo Alves Barroso

Suplentes:

1o. Joao Pereira do Amaral

2o. Maximino Ribeiro de Miranda

3o. Daniel Pereira do Amaral

Parocho:

Marcelino Rodrigues Ferreira

Delegado de InstruĆ§Ć£o:

o mesmo parocho

Professor:

vago.

Negociantes:

Augusto Rodrigues de Miranda

Jose da Rocha Pinto e Souza

CapitĆ£o Joaquim Barroso Alves

Joaquim Quirino da Silveira

Raymundo Jose Alves

Serrarias:

Anselmo da Costa Guimaraes

Maximino Ribeiro de Miranda

Severianno Vaz MourĆ£o

Engenhos de Canna:

Antonio Joaquim de Oliveira

Elias da Costa Coelho

Daniel Pereira do Amaral

Herdeiros de Jacintho Carlos de Miranda

Joaquim Barroso Alves

” Ā  Ā  Ā  Ā Dias de Sa

Joao Pereira do Amaral

Jose Candido de Castro Lessa

Ludugero de Oliveira Costa

Manoel Antonio de Oliveira

Maximino Ribeiro de Miranda

Miguel Antonio dos Santos Junior

Reginaldo Ferreira Rabello

Simao Vaz MourĆ£o

VenĆ¢ncio Justinianno de Gouvea

Cafelista:

CapitĆ£o Antonio Jose de QueirĆ³s

Fabrica de Ferro:

Zeferino Monteiro de Carvalho”

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07.Ā C) DISTRICTO DE N. S. MĆ£E DOS HOMENS DO TURVO

Juizes de Paz:

1o. Antonio Candido de Araujo Abreu

2o. Miguel Pereira do Amaral

3o. Antonio Taveira de Queiroga

4o. Sabino Barroso Alves

Subdelegado:

Antonio Candido d’Araujo Abreu

Suplentes:

1o. Sabino Alves Barroso

2o. Miguel Pereira do Amaral

3o. Antonio Taveira de Queiroga

Delegado de instrucao:

Sabino Alves Barroso

Professor:

Jose Joaquim Gomes Da Cruz

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08.Ā D) FREGUESIA E DISTRICTO DE N. S. DA PENHA DO RIO VERMELHO

Juizes de Paz:

1o. Joao Henrique Pereira

2o. Bernardino dos Santos Carvalhaes

3o. Antonio dos Santos Carvalhaes

4o. Honorio Fernandes de Mendonca

Subdelegado:

Joao Henrique Pereira

Suplentes:

1o. Tenente-coronel Bernardino dos Santos Carvalhaes

2o. Bernardino Pereira Affonso

3o. Celestino Monteiro de Carvalho

Parocho:

Revd. Antonio Alves dos Reis

Delegado de instruĆ§Ć£o:

o mesmo parocho

Professores:

Bento do Espirito Santo Aguiar

(interino)

sexo feminino, vago.”

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09. NOSSA ANCESTRAL GENOVEVA NUNES FERREIRA

Retornando aos dados de Guanhaes, nĆ£o se pode deixar de notar a presenƧa da fazendeira D. Genoveva Nunes Ferreira. Obviamente esse sobrenome Nunes Ferreira nĆ£o era incomum na regiĆ£o. O que o torna interessante Ć© mesmo o prefixo Genoveva.

Isso porque, por coincidencia ou nĆ£o, trata-se do mesmo nome de nossa pentavĆ³ no ramo “de MagalhĆ£es Barbalho.

Outra coincidĆŖncia torna-se a nossa ancestral ter sido fazendeira no municĆ­pio de Itabira, ate pelo menos aos idos de 1827, quando a filha falecida, Isidora Francisca de MagalhĆ£es, foi inventariada pelo marido, Policarpo Jose Barbalho, os quais sĆ£o nossos tetravĆ³s.

Sabemos que no final dos anos 1820 houve uma corrida do ouro para o recĆ©m formado Arraial de SĆ£o Miguel e Almas, que durou ate aos anos 1840. E que as famĆ­lias eram de mineradores. Possivelmente, migraram para Itabira quando para laĀ houve uma corrida do ouro ao final do sĆ©culo XVIII.

Eh razoĆ”vel pensar que a pessoa presente em Guanhaes seja mesmo nossa ancestral. Embora, o limite de idade para que isso tenha acontecido esteja na tampa da beirada! VovĆ³ Geno estaria comĀ um pouco mais ou menosĀ de 90 anos de idade, no mĆ­nimo.

Isso porque a filha Isidora houvera se casado em 1808. Supondo que a mĆ£e a tenha gerado aos 16 anos de idade e ela se casado aos 15, teremos que a data de nascimento da primeira retorna `a volta de 1777. Algo fantĆ”stico, porem, nĆ£o de todo impossĆ­vel.

Levando-se em conta que muita gente da famĆ­lia, especialmente as mulheres pequeninas da famĆ­lia Barbalho, costumavam atingir a essas idades avanƧadas, mesmo naqueles tempos de mĆ©dia tĆ£o inferiores, pode-se pensar que exista algum inventario dessa nossa parente nos cartĆ³rios de Guanhaes ou museu no Serro.

Esse devera tanto informar melhor a respeito da descendĆŖncia dela, como a possĆ­vel maternidade de outra filha, Michaela Nunes Ferreira, acontecido em 1812, em Itabira, registrada nos livros do RibeirĆ£o de Santo Antonio de Santa Barbara, e consta no site Familysearch.

A menos que essa Genoveva mĆ£e da Michaela seja uma outra filha da nossa ancestral Genoveva e que ainda nĆ£o temos a noticia que nasceu. Nesse caso, poderĆ” muito bem ter nascido em torno de 1790 e ter se mudado para Guanhaes onde estaria por volta dos 70 anos de vida. Isso seria mais fĆ”cil ter acontecido.

Policarpo e Isidora Francisca batizaram uma filha com o nome de Genoveva em 28.01.1812. Mas essa nĆ£o consta no inventario da mĆ£e. Presume-se que tenha falecido crianƧa. Se nĆ£o, poderia ter sido ela.

Essa nossa ancestral Geno foi independente. No casamento dos tetravĆ³s Policarpo e Isidora consta que Isidora fora “filha natural”. Nos inventĆ”rios desta fica diversas vezes mencionadas atravĆ©s dos dizeres: “fazenda de dona Genoveva Nunes Ferreira, mĆ£e da falecida”.

Ou seja, nĆ£o era nem casada nem viuva de ninguĆ©m pois, se o fosse, ela seria a viuva do falecido.

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10. PRESENCA DE JOAO DA CUNHA MENEZES

NĆ£o vou mencionar, a respeito de Guanhaes, a presenƧa das diversas outras pessoas identificĆ”veis como parte e agregadas `a nossa genealogia. Praticamente todo mundo se enquadra.

Mas ha uma pessoa que torna-se necessƔrio tratar que Ʃ o senhor Joao da Cunha Menezes. Aparece como comerciante e celeiro. Ha mais tempo observei a presenƧa do nome dele em anos posteriores ao de 1864. Por isso tive duvidas.

Com o surgimento do nome deste em 1864 como homem ja feito, as duvidas se dissiparam. NĆ£o pode mesmo ser o mesmo senhor Joao da Cunha Menezes que veio a ser um dos patriarcas de famĆ­lia em VirginĆ³polis.

Isso porque o senhor Joao da Cunha de la foi pai do Joao Sergio (Serginho) em 1931. Para ser o mesmo, teria que te-lo feito aos 100 ou mais anos de idade. Infelizmente nĆ£o tenho as datas vitais do senhor Joao, em VirginĆ³polis, quando faleceu e com qual idade. Mas se ele tivesse atingido a tal idade seria comentĆ”rio obrigatĆ³rio.

O certo Ć© que ha a tradiĆ§Ć£o de que os “da Cunha Menezes” de VirginĆ³polis descendem do D. Luiz da Cunha Pacheco e Menezes, aquele que foi governador das provĆ­ncias de GoiĆ”s primeiro e depois da de Minas Gerais.

E esse Joao da Cunha Menezes presente em Guanhaes, ja estabelecido pelo menos a partir de 1863, poderĆ” ter nascido no nascer do sĆ©culo XIX, ou seja, ali por volta de 1805. Com extensĆ£o ate 1920.

Isso nĆ£o da a ele a oportunidade de, por exemplo, ter sido filho do “FanfarrĆ£o Minesio”, apelido dado ao governador Luiz no “Cartas Chilenas”. NĆ£o consta que o fanfarrĆ£o tenha sido casado. Consta que nĆ£o era flor que se cheirasse!

O “FanfarrĆ£o Minesio” faleceu em 1819, porem, ha muito ja em Portugal. Portanto, ha a possibilidade do senhor Joao de Guanhaes ter sido neto dele. E penso que tenho em mĆ£os uma pista que pode ajudar a esclarecer isso.

Encontrei um livro superĀ interessante. Trata-se do “ANNO BIOGRAPHICO BRAZILEIRO.” NĆ£o se assombrem nĆ£o. A ortografia esta correta. Isso porque as regras em vigor remontam ao ano de 1876.

O autor era o Joaquim Manoel de Macedo. E a “editora” “Typographia e Lithographia do Imperial Instituto Artistico”. Entao, tratava-se de obra oficial de governo durante do imperio de D. Pedro II.

Vou copiar duas biografias ali encontradas. Elas saĆ­ram do primeiro volume. Este contem uma centena de biografias de personalidades conhecidas e nĆ£o conhecidas ate por quem gosta de Historia de um modo geral.

Depois comento mais. Segue, entĆ£o:

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11. BIOGRAFIA DE DONA DAMIANA DA CUNHA

(a partir daĀ pag. 55)

“Os sertanejos paulistas descobridores do vasto territorio que veio a formar a provincia de Goyaz, (resolvi manter a grafia de alguns nomes, o resto traduzi) tinham visto uns depois de outros passar um sĆ©culo sem que com toda sua bravura abater e conter a tribo selvagem dos cayapos dominadora dos sertƵes de Camapuan.

IntrĆ©pidos e vingativos os cayapos ousavam chegar em suas correrias ate o norte da capitania de SĆ£o Paulo, batiam-se impĆ”vidos com as bandeiras paulistas (companhias ou bandos de sertanejos) e roubavam as caravanas.

Luiz da Cunha Menezes governador e capitĆ£o general da capitania de Goyaz de 1778 ate 1783 resolveu empregar meios dĆ³ceis, conciliatĆ³rios e humanos para chamar `a civilizaĆ§Ć£o aquela tribo enĆ©rgica e guerreira e em 1780 fez

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partir um simples mas inteligente soldado de nome Luiz a frente de cincoenta goyases e tres indios em procura amigƔvel dos cayapos.

Depois de alguns meses chegou de volta a Villa Boa (depois cidade de Goyaz) o soldado Luiz com os seus aventureiros, trazendo cerca de quarenta cayapos com o maioral da tribo, anciĆ£o ainda forte e de imponente aspecto. Entre as mulheres vinha a filha do maioral conduzindo pela mĆ£o a um menino, e `as costas em uma como rede de cipo bonita menina de poucos meses nascida.

A menina, neta do maioral recebeu no batismo o nome de Damiana, e o governador que foi seu padrinho, deu-lhe o seu apelido, da Cunha.

Os cayapos, cujo numero avultou por novos descimentos foram estabelecidos nas aldeias Maria, e de S. Jose.

Na aldeia de S. Jose cresceu, e casou-se com um brasileiro D. Damiana da Cunha, de quem Auguste de Saint-Hilaire que foi visita-la, quando ali esteve, fala com elogio e interesse. Era mulher bonita, amĆ”vel, de espirito atilado, falando bem o portuguĆŖs, e, o que mais importa, gozando a maior consideraĆ§Ć£o entre os cayapos.

Mas a harmonia e a paz nĆ£o duraram muito tempo: aqueles selvagens voltaram de novo `a guerra ainda mais terrĆ­vel; porque nĆ£o eram poucos os que desertando das aldeias depois de ter aprendido a manejar armas de fogo levaram esse poderoso recurso aos seus irmĆ£os dos desertos.

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EntĆ£o no meio da maior fĆŗria da guerra, quando os cayapos atacavam bandeiras, incendiavam habitaƧƵes, destruĆ­am plantaƧƵes, matavam e roubavam, e em consequĆŖncia sofriam tambĆ©m perseguiƧƵes igualmente cruel, acabando muitos em vingativas e horrĆ­veis matanƧas, D. Damiana da Cunha comeƧou a ilustrar sua vida ja por virtudes louvadas, realizando, ela pobre e debil senhora, o que tinham feito Nobrega e Anchieta.

HeroĆ­na do amor fraternal, anjo de caridade, apostolo da fe, suave e potente elemento de civilizaĆ§Ć£o, D. Damiana da Cunha, toma o grande e glorioso empenho de ir aos sertƵes chamar os cayapos `a vida social, `a religiĆ£o santa, e ao dever do trabalho.

Essa admirƔvel e benemƩrita senhora quatro vezes maravilhou os goianos pelos seus triunfos, que lhe custavam longas e penosas marchas, vida exposta `as feras e a mil outros perigos, e meses de trabalhosa perseveranƧa, que lhe esgotavam as forƧas.

Ela nĆ£o levava soldados, nem guerreadores: levava no coraĆ§Ć£o o amor, na alma a fe, e pendente sobre o peito a cruz do redentor.

Em 1808 depois de ter se internado ao sul nos sertƵes do Araguaya entrou D. Damiana na aldeia de SĆ£o Jose, trazendo mais de 70 cayapos de ambos os sexos que receberam as aguas batismais.

Pouco antes de 1820 preparava-se ela para segunda entrada, quando recebeu a honrosa visita do sĆ”bio Saint-Hilaire que deixou entrever duvidas sobre o resultado da empresa: D. Damiana respondeu: “os cayapos me rĆ©s-

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peitam muito para deixar de atender-me.” E o ĆŖxito do segundo empenho igualou ao do primeiro.

Em 1824 a nobre senhora-apostolo internou-se nos sertƵes de Camapuan, e apĆ³s sete meses de fadigas e de santa pregaĆ§Ć£o conduziu `a pia batismal, e ao seio da civilizaĆ§Ć£o cento e dois cayapos de um e outro sexo.

Era muito: estava cansada, abatida e gasta de tanto subir montanhas, descer a extensos vales, arrostar perigos e morte, e provar mil privaƧƵes nos desertos.

Mas no fim de 1829 os cayapos em avultado numero apresentaram-se ameaƧadores, espalhando em sua marcha destruiĆ§Ć£o e morte.

O presidente de Goyaz, desde 1822, provincia do Imperio do Brasil, apelou para D. Damiana da Cunha.

O anjo serenou a tormenta: os cayapos abrandaram-se `a sua voz, e a heroĆ­na abnegada, esquecendo as profundas alteraƧƵes de sua saĆŗde, recebeu instruƧƵes do presidente da provincia, e saiu em companhia de seu marido Manoel Pereira da Cruz, e de um Ć­ndio eĀ de uma Ć­ndia, Jose e Maria, que a acompanhavam sempre, a procurar conseguir a paz, a amizade, e a conquista civilizadora da indomĆ”vel tribo de seus irmĆ£os.

A 24 de maio de 1830 pela quarta e ultima vez abismou-se nos sertƵes, e no fim de oito meses entrou de volta em sua aldeia a 12 de janeiro de 1831.

Alquebrada e doente so com o heroico esforƧo resistira a 8 meses de tormentoso labor: em tais condiƧƵes pouco fizera: o sƩquito de cayapos conquistados por sua influencia

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era menos numeroso; Damiana porem completara o sacrifĆ­cio de sua vida.

Os indios aldeados saƭram a recebe-la com danƧas e festivas demonstraƧƵes; o presidente da provincia acudira a espera-la com todas as autoridades do lugar.

Honras vansĀ do mundo! D. Damiana da Cunha entrou na aldeia apoiada nos braƧos dos Ć­ndios seus irmĆ£os; trazia nos olhos quase sem luz, e na face de palidez marmĆ³rea o selo da morte.

O dia 12 de janeiro de 1831 foi o anunciador da agonia da santa.

O dia 12 de janeiro de 1831 Ć© a branca e gloria mortalha de D. Damiana da Cunha.

Poucos dias depois ela morreu.

Hoje ninguƩm sabe, onde Ʃ o lugar da sepultura dessa missionaria angƩlica.

Tenha D. Damiana da Cunha este simples epitafio na historia: Mulher-Apostolo.”

Gostei muito a partir da introduĆ§Ć£o. `A Ć©poca “os sertanejos paulistas” cantavam mais alto que os de GoiĆ”s!!! Atualmente haveria apenas que traduzir a palavra por sertanistas para corresponder ao verdadeiro significado que o autor deu.

A segunda biografia retirada da mesma literatura nos conta a vida de Luiz Barbalho. Posto-a aqui por ser o melhor resumo das peripĆ©cias do herĆ³i brasileiro e que pƵe uma ordem cronolĆ³gica aos feitos dele de melhor maneira que todos os que ja vi antes. Segue entĆ£o:

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12. BIOGRAFIA COMPLETAĀ DE LUIZ BARBALHO BEZERRA

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15 DE ABRIL

LUIZ BARBALHO BEZERRA

Filho legitimo de Antonio Barbalho Felpa de Barbuda e Camilla Barbalho, Luiz Barbalho Bezerra nasceu em Pernambuco em um dos Ćŗltimos anos {1584} do sĆ©culo decimo sexto.

Adotou a carreira das armas e havia quatorze anos que militava na pĆ”tria, quando em 1630 os holandeses invadiram Pernambuco, eĀ tomaram a cidade de Olinda e o Recife.

ComeƧou a guerra holandesa, e Luiz Barbalho levando seus dois filhos Agostinho e Guilherme, criados e escravos seus apresentou-se ao general Matias de Albuquerque na fortaleza do Arraial do Bom-Jesus de improviso construƭdo, e desde logo principiou a distinguir-se.

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Fora preciso enumerar algumas dezenas de combates, de ataques e tomadas de redutos, de repulsa de assaltos do inimigo, e de assombrosas proezas para referir os feitos herĆ³icos de Luiz Barbalho desde 1630 ate 1635.

Neste ultimo ano Matias de Albuquerque foi obrigado a apressar sua retirada para as Alagoas, e Luiz Barbalho e o sargento-mor Pedro Correa da Gama que comandavam na fortaleza de Nazareth, onde resistiram ao mais vigoroso e apertado cerco por quatro meses, capitularam a dois de julho com as maiores honras da guerra; mas em tal estado que ao sairem da praƧa alguns soldados caĆ­ram mortos por efeito da fome que a dias a guarniĆ§Ć£o sofria.

Luiz Barbalho, sua mulher e filhos ficaram prisioneiros, sendo ele logo depois mandado para a Holanda, d’onde conseguiu passar para a Espanha, e voltar para o Brasil, chegando `a Bahia a 16 de agosto de 1637, vindo nomeado mestre-de-campo de um terƧo que se levantara em Lisboa apenas com 250 soldados.

O cuidado da familia preocupava muito Luiz Barbalho e `a empenho seu o general Bagnuolo escreveu ao prĆ­ncipe Mauricio de Nassau, pedindo que restituĆ­sse `aquele esposo e pai sua esposa e dez filhos conservados prisioneiros no Recife. O ilustre e generoso chefe holandĆŖs prontamente pĆ“s termo ao cativeiro de dois anos dos objetos do amor do bravo Luiz Barbalho e apressou-se em manda-los para a Bahia.

Mas em 1638 Mauricio de Nassau vem com forƧas numerosas tentar a conquista da cidade de S. Salvador; Bagnuolo traz em socorro desta o pequeno exercito que se retirara de Pernambuco e que estava acampado na Torre de Garcia d’Avila.

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Luiz Barbalho sufoca o sentimento de gratidĆ£o pessoal e entre os defensores da cidade capital da Bahia e do estado do Brasil distingue-se como herĆ³i, e rechaƧados os holandeses, recebe no ano seguinte prĆŖmio conferido pelo rei, e deixa seu nome perpetuado em importante forte que construira.

Em 1639 chegara `a Bahia com poderosa armada o conde da Torre, e quase no fim do ano, pondo em execuĆ§Ć£o vasto plano de campanha, deu a vela com numero excedente a 80 navios, levando forƧas de desembarque e os principais chefes brasileiros, entre os quais Luiz Barbalho.

Todo o plano do conde da Torre falhou; as tempestades o contrariaram, e a esquadra holandesa em combates e batalhas navais deixaram muito duvidosa a sua capacidade militar.

Depois dessas cruĆ©is contrariedades o conde da Torre pĆ“s em terra na povoaĆ§Ć£o de Touros, quatorze lĆ©guas ao norte do Rio-Grande Luiz Barbalho com a gente do seu comando, e fez-se ao mar.

Era quase um sacrificio barbaro.

Luiz Barbalho assim abandonado com algumas centenas de valentes a quem o conde da Torre dera apenas raĆ§Ć£o para dois dias, ou tinha de entregar-se prisioneiro com os seus camaradas, ou atravessar o Rio-Grande, a ParaĆ­ba e Pernambuco, trĆŖs capitanias sob o domĆ­nio holandĆŖs, e ainda Sergipe sem pontos de apoio e completamente exposto `as forƧas inimigas.

Luiz Barbalho nĆ£o hesitou; preferiu a retirada quase impossĆ­vel a render-se ao holandĆŖs.

Ele comandava cerca de mil soldados e alguns bravos

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capitĆ£es; falou-lhes com energia, e deu principio a retirada, saindo de um verdadeiro deserto; avanƧando para o sul, procurou de propĆ³sito as povoaƧƵes; naquelas que nĆ£o tinha guarniƧƵes holandesas acolhimento e socorros alimentĆ­cios, nas outras ocupadas pelo inimigo entrou `a forƧa, tomou o necessĆ”rio e incendiou o que nĆ£o podia levar. Depois de mil trabalhos e dificuldades chegou `a Villa de Goyanna, onde os holandeses tinham 530 soldados, Barbalho atacou-os, e em furente peleja os venceu, e mandou passar `a espada os prisioneiros por nĆ£o pode-los levar consigo.

TrĆŖs mil holandeses divididos em trĆŖs colunasĀ saĆ­ram de Recife em perseguiĆ§Ć£o a Barbalho, cuja retirada se tornou ainda mais Ć”spera e tremenda.

O impavido mestre-de-campo viu-se forƧado a marchar, fazendo grandes rodeios, a entranhar-se pelos sertƵes Ć”ridos e desertos, a abrir caminhos atravĆ©s de florestas, a transpor alguns rios engrossados pelas cheias, e outros em todo tempo mais ou menos caudalosos; as vezes urgido pela fome e pelas privaƧƵes despedia partidas ligeiras em busca de alimentos; as vezes aparecendo `a descoberto oportunamente, batia-se, e forcando a recuar a coluna inimiga que de mais perto o perseguia, de novo penetrava nas matas, e iludindo com marchas falsas os holandeses, continuava a sua herĆ³ica retirada.

Por fim Luiz Barbalho chegou `a margem de S. Francisco, e passando alem dele, fez alto da parte do sul, dando descanso e alivio a seus admirĆ”veis soldados e a nĆ£o poucos imigrantes de ambos os sexos que fugindo ao jugo estrangeiro os acompanhavam.

O holandĆŖs nĆ£o ousou persegui-lo alem do S. Francisco, e Luiz Barbalho depois de al-

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uns dias de repouso, prosseguiu em sua retirada, atravessou Sergipe, entrou na Bahia, e foi chegar `a cidade de S. Salvador no fim de quatro meses de marchas calculadas em mais de trezentas lƩguas, tendo combatido muitas vezes sempre com vantagem.

Foi este o feito talvez mais portentoso de toda a guerra holandesa.

A retirada de Luiz Barbalho mereceu o louvor insuspeito de escritores holandeses; os portugueses a compararam `a dos dez mil, e a ele chamaram o novo Xenofonte.

Pouco depois de chegar `a Bahia Luiz Barbalho Ʃ mandado de S. Salvador a desalojar os holandeses que se tinham fortificado no rio Real; atacou-os, rompeu suas fortificaƧƵes, desbaratou-os e po-los em fuga depois de lhes matar mais de 300 homens.

Luiz Barbalho tinha adquirido gloriosa e fulgente fama.

Rompeu e triunfou a revoluĆ§Ć£o regeneradora de Portugal. O Marquez de MontalvĆ£o, 1o. vice-rei do Brasil, aclamou D. Joao IV; mas porque dois irmĆ£osĀ do marquez tinham fugido para a Espanha, nĆ£o querendo apoiar a causa da pĆ”tria, D. Joao desconfiou do vice-rei, e escrevendo-lhe carta autografa em que anunciava o grande acontecimento que o elevara ao trono, dizia-lhe tambĆ©m que adotasse a regeneraĆ§Ć£o de Portugal, proclamando-o portanto no Brasil; dias depois porem faz seguir de Lisboa para a cidade de S. Salvador o padre jesuĆ­ta Francisco Vilhena, trazendo duas outras cartas, uma ao marquez, exonerando-o do cargo de vice-rei, e a segunda nomeando o bispo D. Pedro da Silva, o mestre-de-campo Luiz Barbalho Bezerra, e o procurador-mor LourenƧo de Brito Correa governadores interinos do Estado do Brasil.

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Estas duas cartas deviam servir para o caso de nĆ£o querer o marquez de MontalvĆ£o proclamar o rei D. Joao IV ou de hesitar em faze-lo.

O padre Vilhena chegando `a Bahia, ja achou proclamado o rei D. Joao IV; mas por leviandade, ou ma fe, conspirou para seduzir os tres governadores interinos nomeados para o caso que alias nĆ£o se dera, e, fazendo entrega das cartas, levou estes a depor o marquez de MontalvĆ£o, e `a prende-lo, mandando-o depois para Portugal.

A influencia e o dolo de Vilhena embaƧaram por alguns meses a gloria de Luiz Barbalho, que em 1642 foi remetido preso para Portugal.

D. Joao IV reconheceu a inocĆŖncia de Luiz Barbalho vitima, nĆ£o de criminosa ambiĆ§Ć£o de poder; mas de confianƧa nas instruƧƵes e nos abusivos impulsos do padre Vilhena; e nĆ£o so lhe perdoou o erro involuntĆ”rio, como o nomeou governador do Rio de Janeiro em 1649. {1643}

No governo desta capitania ostentava ele toda a sua atividade, e administraĆ§Ć£o zelosa e enĆ©rgica, quando faleceu a 15 de abril de 1644.

Seus restos mortais foram sepultados na capela-mor da Igreja da Companhia de Jesus.”

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13. COMENTARIOS ENVOLVENDO A FAMILIA DA CUNHA MENEZES

Aos poucos irei explicando os fatos que os dados transmitem a meu parecer.

Em primeiro lugar, desconfiei muito do inicio da biografia de dona Damiana. Uma que o governador Luiz nĆ£o era muito dado `a Ć©tica e `a politica de boa vizinhanƧa.

As biografias naquela Ć©poca foram redigidas ao estilo romĆ¢ntico. O autor parece estar copiando o romĆ¢ntico Jose de Alencar, autor de “IRACEMA” e “O GUARANI”,Ā entre outros, que, alias, viveu e escreveu entre 1829-1877.

Desconfiei do fato de que dona Damiana aparece com avĆ“, mĆ£e e irmĆ£o mas o pai nĆ£o Ć© anunciado. Outro detalhe curioso torna-se a menĆ§Ć£o `a beleza da menina de meses. Quantos?

Nada anormal em relaĆ§Ć£o a isso. Mas crianƧas saudĆ”veis sĆ£o sempre bonitas, seja la qual for a origem. Acontece que quando o numero de crianƧasĀ torna-se maior, o que era esperado em relaĆ§Ć£o a uma populaĆ§Ć£o considerĆ”vel, a beleza vira comum e nĆ£o chama a atenĆ§Ć£o.

O que chamaria a atenĆ§Ć£o mesmo seria o nascimento de uma crianƧa hĆ­brida. Quando ha a hibridizaĆ§Ć£o se da o que comumente se chama de choque sanguĆ­neo. Ha uma probabilidade maior de os hĆ­bridos se tornarem mais saudĆ”veis, portanto, parecerem mais bonitos.

Associado a isso, para confirmar podem ate mesmo procurar o livro na internet e buscarem a biografia de Joao Ramalho. Ele foi o primeiro morador europeu na regiĆ£o de SĆ£o Paulo. Acredita-se que foi naufrago.

Foi encontrado por Martim Afonso de Sousa e ajudou a esse primeiro governador geral do Brasil a fundar a primeira cidade do pais, SĆ£o Vicente, em 1532. Alem disso foi o fundador de Santo Andre, com grande participaĆ§Ć£o prĆ³pria e de suas diversas mulheres.

Entre os indigenas nĆ£o havia preconceito quanto `a poligamia. NĆ£o era uma pratica totalitĆ”ria, mas era muito bem aceita. Principalmente entre os chamados maiorais.

E um estrangeiro que fosse aceito numa tribo, talvez em funĆ§Ć£o da facilitaĆ§Ć£o da comunicaĆ§Ć£o e obtenĆ§Ć£o de vantagens para a tribo junto aos outrosĀ estrangeiros, era tambĆ©m preferido pelos maiorais, que lhes traziam como presente as filhas para que o “enlace matrimonial” Ā gerasse um parentesco. Era uma forma de garantir a manutenĆ§Ć£o da paz e prosperidade.

Os portugueses que se prestaram a ser vĆ­nculos com as tribos inclusive davam a desculpa de que eram os Ć­ndios que queriam que eles tivessem mais de uma “esposa”, contrariando os mandamentos da Igreja na Europa. E foi algo que escandalizou a Anchieta e Nobrega!

Mas esses fizeram o casamento de Joao Ramalho com pelo menos uma de suas concubinas, a Bartira, filha do cacique TibiriƧƔ, que depois recebeu o nome de batismo de Isabel Dias,Ā e nos brasileiros descemos quase todos do personagem e suas mulheres.

Enfim, por esses fatos, fica mais fĆ”cil crer que o Luiz soldado, nĆ£o era outro senĆ£o o prĆ³prio D. Luiz da Cunha Menezes. E o inicio da versĆ£o da biografia de dona Damiana pode ser uma “conversa pra boi dormir”.

Observe-se que a publicaĆ§Ć£o foi feita mais para o final do sĆ©culo XIX. As praticas sexuais ate ao sĆ©culo XVIII eram completamente diferentes no Brasil. Tudo era muito difĆ­cil, casamento era sĆ­mbolo de status e as pessoas nĆ£o esperavam o surgimento de um sacerdote que podia nunca vir.

A moeda corrente era oĀ concubinato. E isso nĆ£o era visto como algum defeito. Embora, quando dos registros, fizessem questĆ£o de escrever “legitimo” aos que fossem casados e registrados. Aos outros cabia um debochado “natural”.

As coisas mudaram a partir do reino da rainha Victoria, na Inglaterra. Houve a partir do reino dela um incentivo `a ortodoxia. O nobre passou a ser a completa cobertura do corpo. A obediĆŖncia cega aos dogmas. E a hipocrisia de que, o que acontecia “longe dos olhos ficava longe do coraĆ§Ć£o”.

Muito provavelmente sera que logo depois do governador Luiz ter se apresentado ao posto em GoiĆ”s o problema a se resolver fosse fazer a paz com a tribo. EntĆ£o, era de se esperar que o maioral oferecesse a filha dele ao “maioral branco” que era solteiro.

E o “maioral branco” nĆ£o poderia fazer uma desfeita ao imponente cacique. E “para o bem do povo e felicidade geral da naĆ§Ć£o”, ele tambĆ©m “ficou”! Mais tarde, ao saber da gravidez via algum “pombo-correio”, resolveu penetrar o desconhecido e resgatar seu sangue.

Nesse caso, nĆ£o duvido da possibilidade de queĀ dona Damiana da Cunha tenha na realidade sido filha do governador. E se o foi, poderĆ” ter sido mĆ£e do primeiro Joao da Cunha Menezes, que residiu em Guanhaes.

E ha a possibilidade tambĆ©m de este JoaoĀ ter sido o pai do senhor Jose da Cunha Menezes, que foi o pai do senhor Joao da Cunha Menezes, o que deixou descendĆŖncia extensa em VirginĆ³polis.

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14. COMO SABER SE OS DA CUNHA DESCENDEM DO LUIZ?

O bom aqui serĆ” que pode-se tirar uma prova relativamente fĆ”cil da hipĆ³tese. Uma via seria verificar se algum descente fez exame de DNA para conhecer a procedĆŖncia de ancestrais. Se nĆ£o tem, o exame pode ser feito.

Pronto o exame, por essa via temos duas possibilidades. Se dona Damiana foi 100% indĆ­gena, a quantidade de sangue serĆ” o dobro nos atuais descendentes caso ela tenha sido apenas 50% indĆ­gena.

Mas assim fica estabelecido que o primeiro Joao teria 50 ou 25% de sangue. O sr. Jose teria entre 12.5 e 25%. O segundo Joao entre 6.25 e 12.5%. Temos filhos do sr. Joao ainda vivos. EntĆ£o, esses deverĆ£o ter a metade disso. Os netos 1/4.

Mas os netos, por descenderem de indigenas por outras vias, deverĆ£o ter pouca coisa a mais. O que deveriam ter por essa via somados a pelo menos 1 ou 2%. Se isso acontecer, a hipĆ³tese estarĆ” praticamente confirmada.

A segunda via a verificar-se seria buscar nos livros de CartĆ³rio de 1o. Oficio em Guanhaes. Ali encontrar-se-ao os registros de eleitores da vila. Esses registros continham pelo menos os nomes dos pais dos eleitores e a idade com que contavam.

Nesse caso, o nome do pai doĀ primeiro Joao da Cunha devera ser Manoel Pereira da Cruz, o marido de dona Damiana. NĆ£o constava os nomes das mĆ£es. Elas eram consideradasĀ secundarias. Mas o fatoĀ Ć© queĀ nĆ£o ha como negar que a mĆ£e seria ela mesmo.

O restante seria apenas localizar o nome da esposa do primeiro Joao Menezes para levar a genealogia completa ate ao D. Luiz. Dai para trƔs, melhor dizendo, para as raizes, deve estar tudo decifrado em Portugal, e nos atuais sites de genealogias portuguesas.

Obviamente tudo isso nĆ£o passa de hipĆ³tese.

Quanto aos “da Cunha Menezes” de VirginĆ³polis, pelo menos os descendentes dos casais: Joao da Cunha – Eva Nunes Coelho/Emidia Nunes Coelho e Maria da Cunha Menezes – Durval Nunes Coelho, sĆ£o tambĆ©m descendentes do governador Luiz Barbalho Bezerra.

Os outros filhos do senhor Jose da Cunha Menezes e dona Maria Tereza Severino podem ou nĆ£o ter descendĆŖncia conjunta com o governador. Ao que se sabe ate agora Ć© que os do ramo dos Barbalho sĆ£o. Donas Eva, Emidia e o Durval descendiam da tia-bisavĆ³ Emigdia de MagalhĆ£es Barbalho.

Mas boa parte das outras famĆ­lias tambĆ©m o sĆ£o porque tem ancestrais descendentes dele. Mesmo que ha muito nĆ£o assinem o sobrenome.

Quanto ao sobrenome do primeiro Joao poder ter sido “da Cunha Menezes” e nĆ£o “Pereira da Cruz”, como se esperaria atualmente. Ha que se lembrar que naquele tempo nĆ£o havia empecilho algum de os descendentes escolherem para si sobrenomes de ancestrais mais proeminentes.

Por saber descender do governador, o primeiro Joao poderia ter adotado o “da Cunha Menezes”, que viria pelo lado materno, sem constrangimento algum. Essa ideia de preferencia pelo lado paterno somente surgiu posterior `aquela Ć©poca.

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15. RELAƇƕES DE COMPADRIO NO BRASIL DO SECULO XVIII

Quanto `a questĆ£o dos batizados, eh preciso tambĆ©m informar-se em relaĆ§Ć£o `as praticas da Ć©poca. O compadrio com as pessoas que ocupavam altos cargos era imensamente buscado pelas pessoas, pois, isso significava abrir uma janela para as oportunidades.

Naquele tempo tudo girava em torno de privilĆ©gios. Sem um QI (quem indica)Ā forte, ninguĆ©m conseguia nada na vida, a nĆ£o ser aqueles que ja estavam por cima. A meritocracia funcionava de acordo com o volume das “burras”.

Por isso, eh bom dar uma olhadinha na tese abaixo. Ela descreve o compadrio em Minas Gerais. Sendo que os exemplos de padrinhos sĆ£o os governadores. E um deles foi o governador da Cunha Menezes. Alias, foi o que mais aceitou afilhados.

Mas observe-se que a situaĆ§Ć£o em GoiĆ”s era diferente da de Minas Gerais. Os apadrinhamentos aceitos pelo governador Luiz parece que faziam parte de uma estratĆ©gia usada por ele para fortalecer uma elite que se tornasse adversaria daquela que dominava anteriormente.

Lembremo-nos que ele estava no governo `a Ć©poca em que havia muita revolta do povo da elite, inclusive a InconfidĆŖncia Mineira estava sendo gestada. A tĆ”tica de dividir para enfraquecerĀ eh estratĆ©gia maisĀ antiga que ele. Foi por causa dela que os inconfidentes foram vencidos. A tese Ć© essa:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882006000200012

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16.Ā VOLTANDO `AS ANALISES
No caso especifico de PeƧanha nĆ£o ha muito o que comentar. Verifica-se a presenƧa de pessoas que se encontram no livro do professor Dermeval Jose Pimenta: “A Mata do PeƧanha, sua Historia e sua Gente”.
Alem do acrƩscimo de outras que podem ter gerado vƭnculos parentais na atualidade. Salvo engano, o senhor Manoel Netto da Silva tornou-se ancestral de alguns Coelho.
Parece-me queĀ a nossa “em lugar de bisavĆ³”, Melita Penha Netto, descendia dele. Ela foi a segunda esposa do bisavĆ“ Joao Rodrigues Coelho.
NĆ£o aparecem ai o senhor Cyrino Jose Barbalho e o tio Antonio Nunes Coelho. Eles surgem a partir de 1875.
De Guanhaes temos que o Jose Vaz Barbalho mais tarde transferiu-se para SabinĆ³polis. NĆ£o tenho ainda algo mais certo a respeito dele.
Com a ajuda do amigo Mauro Moura de Andrade pude ler os inventario e testamento do Francisco Jose Barbalho. Ai encontrei que Francisco e Jose eram irmĆ£os.
A revelacao se faz na autorga do encargo de testamenteiros. A ordem dos nomeados foi: 1o. a esposa Quintina Barbalho; 2o. o irmĆ£o Jose Vaz Barbalho; e o 3o. o capitĆ£o Francisco MarƧal Barbalho.
Infelizmente nĆ£o foi revelado o grau de parentesco que havia entre eles e o trisavĆ“ Francisco MarƧal. Jose e Francisco Jose eram filhos de Victoriano Jose Barbalho e dona Maria do Carmo de Macedo, e ela, `a Ć©poca da abertura do inventario, estava com 90 anos.
Observe-se que tambĆ©m o trisavĆ“ Francisco MarƧal nĆ£o aparece nos dados de 1872 em VirginĆ³polis. Deve ter se incorporado `a Paroquia mais tarde.
De Guanhaes tambĆ©m notei a ausĆŖncia do nome do tio-tetravĆ“ Joao Coelho de MagalhĆ£es. Segundo o professor Nelson Coelho de Senna ele continuou sendo eleito para o cargo de Juiz de Paz. Faleceu em 1879. Mas ai estava ausente.
De VirginĆ³polis ha um dado interessante por mostrar a presenƧa do sr. Firmiano Ferreira Campos. Isso porque demonstra que ele foi o primeiro da fila de irmĆ£os a chegar no municĆ­pio. Os senhores Manoel e Antonio Ferreira Campos Baguary o terĆ£o seguido.
Alem disso, constata-se as possibilidades de enganos durante a redaĆ§Ć£o dos Almanaques daquela Ć©poca. Firmiano aparece com o nome correto como suplente de subdelegado. Como fazendeiro recebe o nome de Firmiano Ferreira Coelho.
Como antigamente versava o ditado: “Quem nĆ£o Ć© Coelho Ć© couve”, nos arredores de VirginĆ³polis, os redatores o salvaram!
A lista de VirginĆ³polis comeƧa com dois de nossos trisavĆ³s. O pai Joao Batista pelo lado materno e o filho, Junior, pelo lado paterno.
Interessante foi que nĆ£o constaram como fundadores em 1870. Na verdade, nĆ£o estavam presentes na fundaĆ§Ć£o da Paroquia.
E segundo a tia-avo Ruth Coelho, deixando escrito em livro prĆ³prio, eles residiam numa propriedade em territĆ³rio guanhanense. Mudaram-se para o povoado depois. Ela conta:
“Meu pai, Jose Batista Coelho, dizia ter vindo para PatrocĆ­nio de Guanhaes aos seis meses de idade, de onde nunca mais saiu.”
O Ze Coelho havia nascido a 05.08.1864, indo falecer a 25.09.1944. Pelos dados, eles teriam ido para a cidade em fevereiro de 1875. Mas antes disso ja eram juizes de paz local. Deve ter havido engano da tia.
Geralmente contava-se que os fundadores de VirginĆ³polis haviam sido os senhores Felix Gomes de Brito, Jose Antonio da Fonseca, ten. Joao Batista Coelho e ten. Joaquim Nunes Coelho. Mais recentemente ouvi uma versĆ£o incluindo um certo capitĆ£o Figueiredo.
Naturalmente, ha uma diferenƧa pequena entre os que mexeram os pauzinhos ou os papeis para registrar o acontecimento e aqueles que assinaram a ata de fundaĆ§Ć£o.
Na ata deve constar todos os mencionados nos almanaques e alguns outros mais. A fundaĆ§Ć£o de um arraial no qual houvesse apenas dois moradores seria distorĆ§Ć£o da realidade.
Havia o arraial. Sabe-se ate hoje onde fica a casa na qual residiu o ten. Joao Batista Coelho. Fica aproximadamente 1 km distante do local da primeira igreja. Mas, talvez, nĆ£o deviam ainda residir la.
PossĆ­vel serĆ” que estavam desmatando, preparando o terreno e construindo a casa. Se essas coisas nĆ£o fossem postas no lugar, tambĆ©m nĆ£o se justificava o verbo residir em termos humanos.
O Joao Junior nasceu em 1845. Portanto, estava com 17 anos de idade no ano de 1862. O pai dele, nascido em 1822, estava com 40. Com isso se demonstra a necessidade da maturidade para assumir posiƧƵes ao tempo. 17 anos era uma idade ainda prematura. Mas com o pai ao lado a coisa mudava de figura!
Estranhei tambĆ©m nĆ£o ver a presenƧa do Joaquim Pereira do Amaral, nosso tetravĆ“ paterno, em VirginĆ³polis. O professor Dermeval menciona um do nome que surge em 1875 com engenho de serrar madeira.
Mas, segundo ele, esse era filho de nossos pentavĆ³s Malaquias Pereira do Amaral e sua esposa Anna Maria de Jesus.Ā EntĆ£o, sendoĀ irmĆ£o doĀ tetravĆ“ Daniel Pereira do Amaral, que residia em SabinĆ³polis.
Ā 
Mas o autor afirma que foi casado eĀ nĆ£o teve filhos. Resta-nos esperar,Ā entĆ£o, que aquele que viveu emĀ VirginĆ³polis e foi nosso ancestral tenha sido filho de um dosĀ irmĆ£os do Malaquias: Francisco, Joao ou Miguel.
Ā 
Nesse caso, o maisĀ provĆ”vel que nosso vinculo atravĆ©s do ancestral Joaquim ai, embora considerado de SabinĆ³polis, deve ter passado pelos distritos de Rio Vermelho e MaterlĆ¢ndia.
Ā 
Isso porque a esposa do ancestral Joaquim chamava-se Maria Rosa dos SantosĀ Carvalhaes. Pode ser que asĀ famĆ­liasĀ ainda residiam em SabinĆ³polis quando se casaram e se mudaram paraĀ PatrocĆ­nio.
Ā 
Mas por certo, todos os citados no almanaque de 1872 emĀ relaĆ§Ć£o a MaterlĆ¢ndia temĀ vĆ­nculos estreitos com SabinĆ³polis. E ali esta aĀ presenƧaĀ do Miguel Pereira do Amaral, queĀ nĆ£o deve ser oĀ irmĆ£o do Malaquias.
Ā 
Esse nascera em 1787.Ā EntĆ£o, poderia ter sido um filho dele e, talvez,Ā irmĆ£o do Joaquim nosso ancestral.
Ā 
Ja em Rio Vermelho temos, alem dos Antonio e ten.-cel. Bernardino dos Santos Carvalhaes, aĀ presenƧa do Celestino Monteiro de Carvalho. Ele foi filho de Senhorinha Rosa de Jesus e Jose Carvalho da Fonseca, que residiam em SĆ£o Pedro do Suacui.
Ā 
Senhorinha foi filha de nossos PentavĆ³s Antonio Borges Monteiro Junior e Maria Magdalena de Santana que fizeram parte do rol de fundadores de SabinĆ³polis.
Ā 
AĀ irmĆ£Ā do Celestino, dona Maria Augusta Cesarina de Carvalho foi a esposa do tio,Ā capitĆ£o Francisco Nunes Coelho. O mesmo que em Guanhaes era 1o. Juiz, subdelegado e negociante de secos.
Ā 
NĆ£o aparece ainda como fazendeiro porque aĀ mĆ£e dele, Anna Pinto de Jesus, nossa pentavĆ³ com o Eusebio Nunes Coelho,Ā ainda era viva.
Ā 
Ele ainda foi politico dos mais respeitados e deixou uma linhagem deĀ polĆ­ticos que atuava por mais 100Ā anos depois daquelaĀ Ć©poca.
Ā 
DosĀ irmĆ£os do Celestino,Ā tambĆ©m o Maximiano Monteiro de Carvalho residiu em Rio Vermelho onde era casado, deixou filhos e era eleitor em 1865.
Ā 
OutrosĀ trĆŖs: Jose, Antonio e Manoel residiram em SĆ£o Pedro do SuaƧui. Obviamente, estou relembrando apenas uma das muitasĀ famĆ­lias de nossos familiares que se instalaram naĀ regiĆ£o. Imagine-se quando se desvendar as partes ocultas da nossa genealogia!!!
Ā 
A respeito dos Alves Barroso ai presentes,Ā sĆ£o todos daĀ famĆ­lia do Ary Barroso. O Sabino, por exemplo, mais tarde tornou-se deputado de muitaĀ relevĆ¢ncia, chegando a tornar-se presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Ā 
Foi ele que deu o jeitinho para descolar a carreira do Ary, que era sobrinho dele. EraĀ irmĆ£o do Joao Evangelista Barroso, o pai.
Ā 
Tenho duvidas quanto aoĀ farmacĆŖuticoĀ que aparece nos dados de GuanhaesĀ nĆ£o ter o nome de Modesto Alves Barroso, aoĀ invĆ©s de Barbosa. O Modesto Barroso deixouĀ descendĆŖncia que incorporou-se aĀ famĆ­lia virginopolitana.
Ā 
Entre os descendentes estava a dona Dinah Barroso, que foi esposa do senhor Antonio Moreira. Foram pais da Railda, esposa do tio Ozanan Barbalho e da Margarida, esposa do Lincoln Antonio Lucio.
Ā 
DessaĀ miscelĆ¢nea so podemos esperar mesmo mais parentesco de nossa parte com todo o circulo de cidades daĀ regiĆ£o! E nos costumamos brincar que: “mesma coisaĀ Ć© umĀ caminhĆ£o cheio de japoneses!” So se for em Minas Gerais!
Ā 
PS. O Ney, meuĀ irmĆ£o fez aĀ observaĆ§Ć£o de que os rios correntes que passam em SabinĆ³polis pertencem todos `a Bacia do Rio Doce.Ā EntĆ£o, esta incorreta aĀ informaĆ§Ć£o passada pelo Almanak emĀ relaĆ§Ć£o ao desaguar no Jequitinhonha.
Ā 
A verdade passa pelo fato de que tanto o Rio Jequitinhonha quanto o Mucuri, queĀ sĆ£o os mais importantes daĀ RegiĆ£o Nordeste de Minas Gerais, nascem naquelasĀ imediaƧƵes, porem, suas nascentes faziam parte do conjunto que formava o Serro e do qual SaoĀ SebastiĆ£o dos Correntes fazia parte.
Ā 
O nome SabinĆ³polis surgiu a partir do nome Sabino Alves Barroso que era ateĀ entĆ£o o filho mais ilustre da localidade. Alguns queriam que o Ary BarrosoĀ tambĆ©m tivesse nascido la. Mas o pai do Ary sim, nasceu la.
PS 2. Havemos de nos lembrarĀ tambĆ©m que os genealogistas mais recentes afirmam que o nome do pai do Luiz Barbalho Bezerra era Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda eĀ nĆ£o Antonio Barbalho Felpa de Barbuda como esta na biografia de 1876.
Ā 
O sobrenome Barbalho Bezerra nasceu a partir daĀ combinaĆ§Ć£o com o sobrenome materno que procedeu de Camilla Barbalho.
Ā 
Guilherme era filho de Antonio, com o mesmo sobrenome, que era filho do casal Antonio Martins Bezerra e Maria Martins Bezerra. Procedia de Ponte de Lima. Antonio e Maria tiveramĀ tambĆ©m o filho Domingos Bezerra Felpa de Barbuda, nascido em Viana do Lima em 1524, e muitos outros.
Ā 
Esse ramo da familia transferiu-se para o Brasil, levado pelo primeiroĀ donatĆ”rio da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho.
Ā 
Isso explica a altaĀ frequĆŖncia do sobrenome Bezerra, eĀ tambĆ©m Barbalho, junto `aĀ populaĆ§Ć£o nordestina. Alem destes aparecem osĀ AraĆŗjo,Ā Andrade, Monteiro, Tavares,Ā MendonƧa, Furtado, Carneiro e outros naĀ formaĆ§Ć£o do ramo que se dirigiu para o Rio de Janeiro e posteriormente para Minas e o Sul do pais.
Ā 
O nome Guilherme para o pai do Luiz Barbalho parece comprovar-se pelo fato de o primeiro filho ter-se chamadoĀ tambĆ©m Guilherme.

 

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012. A FAMILIA DE MANUEL RODRIGUES COELHO EM RESUMO.

INDICE:

01. O TRONCO

02. BUSCANDO INDICIOS DO MANUEL RODRIGUES COELHO

03. MANOEL RODRIGUES COELHO EM JARDINS DE ANGICOS-RN

04. CONTATO COM O AUTOR JOAO EVANGELISTA ROMAO

05. MANUEL RODRIGUES COELHO DA FARMACIA

06. UMA NOVIDADE A RESPEITO DO MANUEL RODRIGUES COELHO

07. MANOEL RODRIGUES COELHO NO FINAL DO SECULO XVIII

08. INFORMACOES VINDAS DO PROFESSOR NELSON

09. “PROJETO COMPARTILHAR”: PEDRO XAVIER E LUIZA BICUDA

10. MANOEL RODRIGUES COIMBRA E MARIA JOSE FERNANDES

11. ANTONIO MUNIZ BARBOSA E CLARA MARIA DE JESUS

12. SEQUENCIA DA HISTORIA DE FAMILIA

13. MAIS EVIDENCIAS NOS MAPAS

14. UM POUCO MAIS DE MANOEL RODRIGUES COELHO

15. BENTO RODRIGUES COELHO EM MINAS GERAIS

16. LOURENCO COELHO DE MAGALHAES

17. MANOEL COELHO RODRIGUES

 

012. A FAMILIA DE MANUEL RODRIGUES COELHO EM RESUMO.

 

01. O TRONCO

De acordo com os genealogistas mais antigos na famĆ­lia, o ramo Coelho formou-se a partir de pessoas presentes ao inĆ­cio do Ciclo do Ouro em Minas Gerais. E deles temos que o tronco que encontraram era formado por:

01. Maria Rodrigues de MagalhĆ£es Barbalho c.c. Giuseppe Nicatisi da Rocha, e foram pais de:

02. Eugenia Rodrigues da Rocha c.c. Alferes-de-Milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es, e foram pais de:

03. CapitĆ£o Jose Coelho da Rocha c.c. Luiza Maria do Espirito Santo.

01. A sugestĆ£o do primeiro casal aparece em ediĆ§Ć£o mais recente do livro “A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente” do professor Dermeval Jose Pimenta.

NĆ£o pude ir alem, porem, encontrei no site Familysearch que mostra o registro de:

“Maria, batizada a 26.Jul.1750. Filha de EstevĆ£o Rodrigues de MagalhĆ£es e Anna Maria da ConceiĆ§Ć£o.”

Caso Anna Maria tenha sido oriunda da FamĆ­lia Barbalho podemos ter ai a sequencia exata para o sobrenome da batizanda Maria. Ela pode ter adotado o nome e ter-se tornado nossa ancestral.

O registro procede da cidade de Ouro Branco. Ha tambĆ©m o registro de Manoel, a 25 Feb 1752. Alem do casamento de Rosa Maria da ConceiĆ§Ć£o, em Itatiaia-RJ, a 02Ā Sep 1795.

02. O Alferes-de-Milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es foi dito ser portuguĆŖs, que havia chegado ao Brasil acompanhando a seu pai, o tambĆ©m portuguĆŖs,Ā Manuel Rodrigues Coelho.

A informaĆ§Ć£o procede do professor Nelson Coelho de Senna. Mas, ao modo do professor Dermeval, nĆ£o nos fornece documentaĆ§Ć£o que confirme tais afirmaƧƵes. Acredito que o professor Senna baseou-se em tradiƧƵes de famĆ­lia.

03. Luiza Maria do Espirito Santo foi filha de Antonio Jose Moniz e Manuela do Espirito Santo. Foi dito que ela nasceu em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, onde se casou e teve os primeiros filhos.

Mais tarde a familia mudou-se da Fazenda Lapinha, ainda em territĆ³rio da Cidade de ConceiĆ§Ć£o, para onde haviam fundado o Arraial de SĆ£o Miguel e Almas, que se tornou o atual MunicĆ­pio de Guanhaes-MG.

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02. BUSCANDO INDICIOS DO MANUEL RODRIGUES COELHO

Aproveitando que estava revisando as literaturas para encontrar algo a respeito de nossos ancestrais Barbosa, resolvi estender um pouco a busca por esse nosso mencionado ancestral, Manuel Rodrigues Coelho.

Mencionado primeiramente pelo tambĆ©m, suposto, descendente dele, professor Nelson Coelho de Senna, em 1939, em sua obra: “Algumas Notas GenealĆ³gicas”.

Segundo o professor de Senna, seria o mesmoĀ senhor que recebeu uma sesmaria do governador da ProvĆ­ncia de Minas Gerais, o general Gomes Freire de Andrade, em dezembro de 1744.

Mas eu nĆ£o havia ate agora encontradoĀ menƧƵes aĀ esse elusivo Manuel senĆ£o num processo em Ouro Preto por disputa de direitos econĆ“micos, na mencionada sesmaria e no site do IBGE a respeito da Cidade de Congonhas do Campo:

https://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?codmun=311800

Nesse ultimo menciona-se que: “ContribuĆ­ramĀ com grandes quantias Francisco de Lima; Manuel Rodrigues Coelho, Bernardo Pires da Silva, de modo que seĀ comeƧou ….”

Ja no site da prefeitura de Congonhas ha umaĀ menĆ§Ć£o que atravessa aĀ informaĆ§Ć£o do IBGE. Veja-se noĀ endereƧo:

http://mg.gov.br/conteudo/conheca-minas/turismo/igreja-do-senhor-bom-jesus-de-matosinhos

Ai se fala no quarto parƔgrafo a respeito do SantuƔrio do Bom Jesus de Matozinhos:

“O interior traz decoraĆ§Ć£o rica e graciosa do perĆ­odo rococĆ³ da arte mineira. Entre 1765 e 1769, o entalhador Jeronimo Felix Teixeira fez os retĆ”bulos do cruzeiro, concluĆ­dos em 1772 por Manuel Rodrigues Coelho. A pintura e douramento sĆ£o de autoria dos pintores Joao Carvalhais (altar de Santo Antonio) e Bernardo Pires da Silva (altar de SĆ£o Francisco de Paula). O retĆ”bulo-mor foi entalhado por Joao Antunes de Carvalho, simultaneamente `a execuĆ§Ć£o do respectivo altar, entre os anos de 1769 e 1775.”

Ou seja, pode ser que tenhamos ai um parente artista e nĆ£o milionĆ”rio. O que ate pode estar ai a verdade, pois, o Manuel deve ter sido ajudante do Jeronimo Felix Teixeira, o que pode indicar que esse tenha sido sogro daquele, o que explicaria os sobrenomes Coelho Teixeira ter se formado tambĆ©m dessa associaĆ§Ć£o.

Observe-se que alem da presenƧa de nossa famĆ­lia nos primĆ³rdios da fundaĆ§Ć£o de Guanhaes estavam presentes tambĆ©m os Carvalho, Carvalhais e Teixeira. Talvez seja apenas uma coincidĆŖncia, devido `a grande frequĆŖncias desses sobrenomes em descendentes portugueses.

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03. MANOEL RODRIGUES COELHO EM JARDIM DE ANGICOS-RN

Outro Manoel Rodrigues Coelho aparece como povoador no Rio Grande do Norte. O livro, possĆ­vel ler em parteĀ no Google Livros: “Alem dos Jardins: Historia e Genealogia de Jardim de Angicos/RN” de autoria de Joao Evangelista RomĆ£o, traz:

“Referem-se os primeiros registros encontradosĀ nos livros de sesmarias,Ā no pĆ³s-guerra, que em 1709, Manoel Rodrigues Coelho possuĆ­a trĆŖs lĆ©guas de terras no Taipu pelo rio Ceara-Mirim acima. No ano seguinte, seu irmĆ£o Francisco Rodrigues Coelho e Mauricio Brochado Ribeiro requeriam a data de No. 85, concedida a 10 de fevereiro de 1710.”

Se nĆ£o pela presteza da informaĆ§Ć£o para a nossa genealogia, pelo menos fica registrado que o nome Mano(u)el Rodrigues Coelho tornou-se comum `a Ć©poca.

Aqui tambĆ©m se verifica a presenƧa do sobrenome Ribeiro, que pode dar-nos uma evidĆŖncia, pois, assinantes do sobrenome Coelho Ribeiro sĆ£o chamados de nossos parentes pelo professor Nelson Coelho de Senna.

Ele narra em seu livro: “5o. Dona EMILIA BRASILINA COELHO DA ROCHA (minha avo materna, casada com o tenente JOSE COELHO DA ROCHA RIBEIRO, seo primo, ficando o casal desses meus avos maternos os nove filhos mais adiante enumerados); …”

NĆ£o creio que aquele Manoel tenha sido nosso ancestral porque ha uma menĆ§Ć£o a ele ter solicitado cargos em 1749, no RN. O nosso possĆ­vel ancestral ganhou sesmaria em Minas Gerais, em dezembro de 1744.

Mas nĆ£o se pode descartar a possibilidade de o primeiro ter sido pai de algum que tivesse ido para Minas Gerais no auge do Ciclo do Ouro.

Observe-se que a Guerra dos Emboabas deu-se entre 1707 e 1709. EntĆ£o, foi nomeado para apaziguar os Ć¢nimos o governador Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho.

Esse era filho do nobre Antonio de Albuquerque de Carvalho e Ines Maria Coelho. Nasceu no MaranhĆ£o, sendo que o pai era portuguĆŖs.Havia sido governador do GrĆ£o-Para e do MaranhĆ£o.

E, pelo sobrenome Coelho, nĆ£o se pode descartar a possibilidade de ter sido aparentado do Manoel Rodrigues Coelho, `a sua Ć©poca povoando Jardim de Angicos-RN, o que facilitaria convidar parentes para ajuda-lo na tarefa de pacificar Minas Gerais.

Infelizmente, o que o Google Livros expƵe do livro vai ate `a pagina 109, quando ainda nĆ£o entra na parte genealĆ³gica. Assim nĆ£o pude conferir mais detalhes que poderiam esclarecer nossa genealogia, caso haja vinculo entre nos e os de Jardins de Angicos.

Havemos de nos lembrar que Bento Rodrigues Coelho filho de Amaro Rodrigues Coelho estava em Minas Gerais por volta daqueles inĆ­cios de povoaĆ§Ć£o europeia do Estado.

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04. CONTATO COM O AUTOR JOAO EVANGELISTA ROMAO

Fiz contato com o autor do livro acima mencionado. Pronta e gentilmente respondeu-me. Copio parte de sua resposta:

“Com relaĆ§Ć£o a Manoel Rodrigues Coelho, nĆ£o tenho sua nacionalidade. O que tenho, resumo:

Nas duas primeiras dĆ©cadas de 1700, Manuel Rodrigues Coelho e seu irmĆ£o Francisco Rodrigues Coelho requereram e obtiveram trĆŖs sesmarias em nossa regiĆ£o, no Rio Grande do Norte, comeƧando no atual municĆ­pio Taipu, acompanhando o Rio Ceara-mirim, englobando terras atuais dos PoƧo Branco, Bento Fernandes, Jardim de Angicos e CaiƧara do Rio do Vento.

Em 1724, Manoel Coelho vende parte de suas terras a Jose Pinheiro Teixeira e foi embora para a Capitania do CearƔ. O restante das terras ficaram com seus descendentes entrelaƧados principalmente aos Pinheiro Teixeira.

Casado com Izabel de Barros, entre seus filhos aparece Ana, batizada em 21 de outubro de 1691, Francisco Rodrigues Coelho batizado em 23 de agosto de 1697, Manoel Rodrigues Coelho batizado em 23 de abril de 1705 e tambĆ©m Maria ConceiĆ§Ć£o de Barros que casou com Francisco Pinheiro Teixeira.”

EntĆ£o, some-se mais esse Manoel Rodrigues Coelho, nascido em 1705, ao nosso rol de possibilidades. Caso ele tenha migrado para Minas Gerais por volta de seus 30 anos de idade, poderia encaixar-se em lugar do capitĆ£o-comandante de Lagoa Dourada, ou do escultor de fama.

NĆ£o se pode exclui-lo de ser o Manuel milionario que o professor Nelson identificou como portuguĆŖs. As outras menƧƵes a esse nĆ£o comentam a respeito de sua naturalidade, exceto aquelas feitas pelo professor Nelson que o da por portuguĆŖs.

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05. MANUEL RODRIGUES COELHO DA FARMACIA

Para colorir um pouco mais a nossa variedade de ManuĆ©is, menciono mais um da raƧa. NĆ£o porque o tenho por certoĀ como possĆ­vel colonizador em Minas Gerais. Mas porque tambĆ©m ele poderia ter tido algum filho que o tenha feito.

Trata-se do boticario Manuel Rodrigues Coelho. Apesar de ter sido boticĆ”rio da corte, segundo o trabalho abaixo, “visava ter seu trabalho autorizado pelo governo, o que nĆ£o conseguiu.” (`as paginas 13 paraĀ 14).

Tratava-se do trabalho: “Farmacia Tubalense QuĆ­mica Galenica, Teoria e Pratica.”Ā Esse Manuel era natural de Setubal, dai o nome do livro.

NĆ£o estou encontrando maiores informaƧƵes a respeito da vida dele via internet. O livro foi publicado em Coimbra, em 1735.

Seria uma grande oportunidade perdida se eleĀ nĆ£oĀ tivesse pelo menos feito uma visita ao Brasil, pois, a farmacologia estava em seusĀ inĆ­cios. AsĀ opƧƵes medicamentosas ainda eram parcas.

E alem da flora variada a ser estudada, haviam ja conhecimentos adquiridos dosĀ indĆ­genas que requeriamĀ catalogaĆ§Ć£o eĀ confirmaĆ§Ć£o.

MasĀ Ć©Ā possĆ­vel que uma tentativa nesseĀ gĆŖneroĀ nĆ£o fosse benvinda em Portugal, queĀ possuĆ­a um governoĀ altamente preconceituoso, ignorante e monopolista.

Os pesquisadores deĀ paĆ­ses europeus mais desenvolvidos acabaram tirando proveito dessa falha dos portugueses, quando foram convidados a ir ao Brasil a partir da ida da corte portuguesa, em 1808, para la.

A postagem que mencionei acima esta noĀ endereƧo da UniversidadeĀ CĆ¢ndido Mendes:

http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/K204126.pdf

Nesse outro estudo abaixo menciona-se muitas vezes o nome do autor da Farmacopeia Tubalense. Porem, por causa do estudo referir-se exatamente a respeito das publicaƧƵes do autor. Ai se afirma que apenas 1 dos minerais usados como fĆ”rmaco `a Ć©poca procedia do Brasil. Portanto, nĆ£o se justifica uma viagem ao pais.

http://www.encontro2014.rj.anpuh.org/resources/anais/28/1400252072_ARQUIVO_ANPUH2014.pdf

Resta, entĆ£o, a possibilidade de algum filho do farmacĆŖutico Manuel Rodrigues Coelho ter tido a premissa de tornar-se um dos colonizadores.

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06. UMA NOVIDADE A RESPEITO DO MANUEL RODRIGUES COELHO

E no “Projeto Resgate” da “Rede MemĆ³ria”, “Arquivo HistĆ³rico Ultramarino”, “Minas Gerais (1680-1832)”, ha essa confirmaĆ§Ć£o, embora nĆ£o tenha podido ler o documento, mas sim a descriĆ§Ć£o:

“Requerimento de Manuel Rodrigues Coelho, solicitando a confirmaĆ§Ć£o de sesmaria de meia lĆ©gua de terra em quadra, na freguesia de Cachoeira, no Termo de Vila Rica. – Anexo: Em anexo: 1 carta; 1 bilhete.”

“Data: A761, julho, 7.”

Tal requerimento deve referir-se a outra sesmaria com mesmas medidasĀ que nĆ£o a do Inficcionado. O professor Nelson de Senna menciona uma datada de 1758. Como aqui parece que a data Ć© do ano de 1761, a confirmaĆ§Ć£o desejada devera ser aĀ dela.

CoincidĆŖncia ou nĆ£o, encontramos a famĆ­lia Rodrigues Coelho requerendo mais tarde uma concessĆ£o de sesmarias na Freguesia de Itabira, em 21.01.1779, para a FAZENDA CACHOEIRA. Assim a primeira, de 1758, estava no MunicĆ­pio de Cachoeira do Campo, entĆ£o freguesia de Vila Rica.

O Arquivo Publico Mineiro dispƵe do registro da segunda:

http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/cc/brtacervo.php?cid=8227

Recordo que houve um Antonio Rodrigues Coelho cujos inventƔrios se encontram em Ouro Preto, junto com os do seu filho Jose Antonio Rodrigues Coelho, nos quais se menciona a presenƧa do segundo em Itabira.

Esses detalhes poderĆ£o ajudar-nos em futuros aprofundamentos das pesquisas.

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07. MANOEL RODRIGUES COELHO NO FINAL DO SECULO XVIII

No Arquivo Publico Mineiro existe o catalogo de dois documentos que mencionam o capitĆ£o comandante Manoel Rodrigues Coelho. Importante notar que o local indicado no fichĆ”rio chama-se Lagoa Dourada. Abra-se para ver:

http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/cc/brtacervo.php?cid=10579

A data 10.07.1784, associada ao local, parece indicar ser a mesma pessoa que aparece batizando uma crianƧa: Maria, neta de Pedro Xavier, tambƩm em Lagoa Dourada. Dados mais abaixo.

O segundo documento, importante, tem endereƧo em Prados-MG. Lagoa Dourada era freguesia de Prados. Verifique-se no endereƧo:

http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/modules/cc/brtacervo.php?cid=9993

Importante confirmar-se que esse capitĆ£o comandante Manoel Rodrigues Coelho que nĆ£o parece ser o mesmo rico senhor portuguĆŖs Manuel Rodrigues Coelho e tambĆ©m nĆ£o deve ser o escultor de mesmo nome. EntĆ£o, nossa sorte conta ai com 3 ou mais chances!

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08. INFORMACOES VINDAS DO PROFESSOR NELSON

Mas as novidades mesmo sĆ£o outras. Primeiramente, ha que deixar claro que o professor Nelson nĆ£o nos deu nenhuma informaĆ§Ć£o precisa paraĀ aĀ origem do alegadoĀ ancestral Manuel Rodrigues Coelho.

Na descriĆ§Ć£o do livro dele menciona a Freguesia de Cete, atual Vila, como local de origem do sobrenome Coelho. O que nĆ£o se confere. O sobrenome vem desde os idos de 1180 aproximadamente, com o cavaleiro Soeiro Viegas Coelho, que o passou aos descendentes.

Ja ao final dos anos 1300 e inicio dos 1400 estabelece-se o senhorio dos Coelho, descendentes do Soeiro, em Felgueiras e Vieira. Desde entĆ£o eles passam `as diversas regiƵes de Portugal e alem mar.

Quem quiser conferir um pouco dessa genealogia pode visitar a pagina. FernĆ£o Coelho foi o primeiro senhor de Felgueiras e Vieira.

http://pagfam.geneall.net/1180/pessoas.php?id=1044951

Naturalmente, o sobrenome nĆ£o estava restrito a ele. Deve ter sido apenas o Coelho mais graĆŗdo `a sua Ć©poca. Interessante Ć© que a esposa dele, Catarina de Freitas, foi quem acrescentou mais ascendĆŖncias nas casas reais europeias ao ramo por eles encabeƧado.

Entre os primeiros povoadores das Ilhas dos AƧores ja seĀ encontram os Coelho. O Joao Coelho, por exemplo, recebeu o apelido de “o povoador”.

Possivelmente, iremos descender deste, via os Coelho Linhares e Coelho da Silveira que 300 anos depois da colonizaĆ§Ć£o das ilhas estavam se mudando para o Brasil, especialmente Minas Gerais. Ali os encontramos ja no sĆ©culo XIX, em Itabira/Santa Barbara.

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09. “PROJETO COMPARTILHAR”: PEDRO XAVIER E LUIZA BICUDA

Porem, a Historia aqui Ć© outra. Trata-se do site chamado “Projeto Compartilhar”. Os administradores tem feito um excelente trabalho ao desvendar dados genealĆ³gicos dos primeiros moradores das partes mais ao Sul do Estado de Minas Gerais.

Ali encontrei os primĆ³rdios da descendĆŖncia de Pedro Xavier e Luzia Bicuda de Alvarenga. Ele, dito natural da FranƧa; e ela de TaubatĆ©. Eles tiveram filhas em GuaratinguetĆ”. As 4 filhas do casal casaram-se e tiveram famĆ­lia em Prados, Sul de Minas.

Um detalhe foi que a filha Izabel Bicuda de Alvarenga, casada com SebastiĆ£o Pereira de Avila, natural do Rio de Janeiro, teve filhos no distrito de Lagoa Dourada, hoje cidade. E ali esta escrito no batizado da filha Maria:

“3.2 Prados – MG – aos 28-10-1748 na capela da Lagoa Dourada filial desta matriz bat. a Maria, f.l. de SebastiĆ£o Pereira Davila e de s/m Izabel Bicuda, fregueses desta dita matriz e foram padrinhos Manoel Rodrigues Coelho, solteiro e Catarina Pereira mulher de Joao da Silva, todos desta dita freguesia.”

Aqui temos algo interessante, o fato do padrinho chamar-se Manoel Rodrigues Coelho e ser solteiro. Mas desde que vi os estudos de Ć©poca no tese de doutorado:

http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2015/08/VERSƃO-FINAL-CRISTIANO-OLIVEIRA-DE-SOUSA.pdf

do professor Cristiano Oliveira de Sousa, constatei que nĆ£o eram raros os homens ricos que viviam solteiros, embora isso nĆ£o os impedisse de manter relaƧƵes estĆ”veis e produzir descendĆŖncia.

Em quadros dessa tese encontram-se menƧƵes ao nome de nosso ancestral Francisco Jose Barbosa FruĆ£o ou TruĆ£o. Ele foi membro da Ordem TerceiraĀ de SĆ£o Francisco de Assis de Vila Rica.

Mais ao final da vida dele deve ter transferido residĆŖncia para Congonhas do Campo onde encontramos sua filha Francisca Angelica da EncarnaĆ§Ć£o casando-se com nosso tambĆ©m ancestral, o aƧoriano Miguel Pereira do Amaral, natural da Ilha de SĆ£o Miguel.

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10. MANOEL RODRIGUES COIMBRA E MARIA JOSE FERNANDES

Mas ate ai nĆ£o se pode afirmar nada. Existe outro tratado genealĆ³gico que chamou-me a atenĆ§Ć£o. Trata-se de Manoel Rodrigues Coimbra e sua esposa Maria Jose Fernandes.

Ele foi natural SĆ£o Martinho da Arvore de Coimbra. Maria Jose era natural de GuaratinguetĆ”. E os primeiros filhos nasceram na terra materna. Tiveram 7 filhos: Maria Jose, Domingos, Antonio, Ana Maria, Felicia, Jose e Joaquim.

Nada anormal. Apenas gostaria de postar aqui os dados de batismo do Jose:

“Prados, MG aos 26-09-1740 na capela de Santo Antonio da Lagoa Dourada bat. a Jose, f.l. de Manoel Rodrigues Coimbra e de s/m Maria Jose desta freguesia, foram padrinhos o Revdo. Padre Antonio de Medeiros, e Maria Pereira, mulher de Manoel Pacheco Barrosas desta freguesia.”

Os detalhes aqui sĆ£o diversos. Os dados prosseguem com descendĆŖncia de apenas 2 filhas, Maria Jose e Ana Maria. Com isso ha o problema de nĆ£o revelar-se outros sobrenomes que andavam pela famĆ­lia.

Salve-se apenas queĀ o Pereira aparece na filha Maria Jose. Muito possivelmente, ele vem por via paterna da Maria Jose Fernandes. Era comum as mulheres receberem somente os sobrenomes maternos. Nesse caso, a Maria Jose filha, e madrinha de seu irmĆ£o Jose, deve ter adotado o sobrenome do avĆ“ materno.

Um detalhe interessante foi que o casal Ā Manoel Rodrigues Coimbra e Maria Jose Fernandes ja devia ser de meia idade. Isso porque a filha Maria Jose casou-se em 1737 e os irmĆ£os dela Jose e Joaquim eram mais novos que o filho dela, Manoel Pacheco Monteiro, nascido em 1738.

Acredito que o Manoel Rodrigues Coimbra poderia chamar-se na realidade Manuel Rodrigues Coelho.

A explicaĆ§Ć£o para a possibilidade Ć© a de que era muito comum aos portugueses chegados ao Brasil adotarem os nomes de seus torrƵes natais como sobrenome. E muitos usavam mais de um sobrenome, conforme cada caso, ou por engano dos escrivĆ£es que nem sempre eram tĆ£o letrados quanto deveriam.

Se essa hipotese puder ser comprovada verdadeira, poderĆ” ser esse Manuel Rodrigues Coimbra fosseĀ o verdadeiro Manuel Rodrigues Coelho, pai do nosso pentavĆ“ Jose Coelho de MagalhĆ£es, e ai estaria o registro de batismo deste.

Observe-se que o marido da Maria Jose, filha, chamava-se Manoel Pacheco Barrosas, “natural da freguesiaĀ de Santo EstevĆ£o de Barrosas termo de Guimaraes Arc. de Braga.” Como o Coimbra, acredito que o Barrosas foi um acrĆ©scimo para distinĆ§Ć£o.

A possibilidade da mudanƧa do sobrenome conta com a presenƧa do outro Manoel Rodrigues Coelho. Muito provavelmente eles eram aparentados prĆ³ximos e um pode ter sido chamado de Coimbra apenas para distinguir-se do outro. Mas o escrivĆ£o pode nĆ£o ter atentado para esse detalhe.

Isso se daria em razĆ£o da frequĆŖncia de mesmo nome ser elevada naquela Ć©poca. Mesmo mais recente temos o exemplo do senhor Antonio Ferreira Campos, o qual o juiz do Serro acrescentou-lhe Baguari ao nome para distingui-lo dos muitos homĆ“nimos que existiam.

Claro, por que o professor Nelson contou outra Historia? Muito provavelmente, se a hipĆ³tese estiver correta, ele deve ter encontrado algum documento informando apenas o nome do pai do Jose.

Ai fica a situaĆ§Ć£o. Onde estava esse Manuel Rodrigues Coelho? O professor Nelson nĆ£o possuĆ­a sequer um milĆ©simo da tecnologia que temos hoje. Ele faleceu em 02 de junho de 1952.

Por mais extensa que tenha sido a pesquisa dele, deve ter encontrado somente

menƧƵes ao rico senhor do nome. Era natural que concluƭsse aquele ser nosso ancestral.

E, entĆ£o, ficamos nesse beco que o escolhido nos oferece resposta ao nome do pai, mas nĆ£o encontramos mais documentos, por hora, que nos confirme ou negue a real paternidade.

Pelo menos fica-se sabendo que os sobrenomes Rodrigues e Coelho estavam presentes no mesmo local, Lagoa Dourada.

Falta-nos,Ā entĆ£o, localizar mais detalhes de ancestrais dessas pessoas ou da possĆ­vel esposa ou companheira do capitĆ£o comandante Manoel Rodrigues Coelho para explicar-se o nome MagalhĆ£es no Jose Coelho de MagalhĆ£es, nosso ancestral.

O certo Ć© que o MagalhĆ£es era e permanece tĆ£o comum entre a descendĆŖncia portuguesa que difĆ­cil serĆ” buscar 3 ou mais geraƧƵes de nossos ancestrais e nĆ£o encontra-lo na mistura.

No proprio Projeto Compartilhar ha dados de descendĆŖncia de alguĆ©m com o nome Caetano Alves de MagalhĆ£es e AraĆŗjo. Viveu nos arredores de Congonhas do Campo. Ele, entre outros diversos exemplos de assinantes, como Bento Pinto de MagalhĆ£es, que viveram ou deixaram descendĆŖnciaĀ em cidades prĆ³ximas a Prados.

Fiz a menĆ§Ć£o apenas para salientar o fato de o professor Nelson ter deixado escrito que os bisavĆ³s dele: Joao Coelho de MagalhĆ£es e Bebiana LourenƧa de AraĆŗjo eram primos carnais. Talvez algum parente do Caetano tenha nos legado tanto o MagalhĆ£es, quanto passado o AraĆŗjo para o ramo do tio Joao.

Mas o que chamou-me a atenĆ§Ć£o tambĆ©m para levantar a hipĆ³tese de que o Jose, filho do Manoel Rodrigues Coimbra, possa ter sido nosso ancestral esta no fato da data de nascimento ter-se dado em 1740.

Penso essa ser uma data razoĆ”vel. Isso porque segundo noticias do professor Senna ele foi casado duas vezes e faleceu em 1806. Ou seja, 66 anos de idade para a Ć©poca ja era praticamente uma benĆ§Ć£o. A media estava muito abaixo disso.

O nosso ancestral Jose Coelho da Rocha nasceu em 1782 e faleceu em 1844, ou seja, aos 62 anos de idade. Apesar de seu irmĆ£o Joao Coelho de MagalhĆ£es ter vivido bons 94 anos de vida, de 1785 a 1879.

Para ter sido filho do portuguĆŖs Manuel Rodrigues Coelho e tambĆ©m ser portuguĆŖs de origem como o professor Nelson alegou a respeito do Jose Coelho de MagalhĆ£es, ele devera ter nascido antes de 1740. Isso porque em 1744 ja estariam no Brasil como demonstra a data da primeira carta de sesmaria.

O Alferes-de-Milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es pode ter nascido ate por volta de 1730 e, nesse caso, falecido com 76 anos de idade.

Portanto, o rol de datas que temos em mĆ£os nĆ£o nos permite eliminar nenhuma possibilidade por enquanto.

Evidencia menor, por causa da alta frequĆŖncia do nome `a Ć©poca, foi haver uma filha do Manoel e Maria Jose Fernandes chamada Ana Maria. O Jose Coelho da Rocha tambĆ©m foi pai de uma Ana Maria (Sinh’Aninha).

O nome era muito comum mas a soma das pequenas evidencias Ć© que sustenta a possibilidade!

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11. ANTONIO MUNIZ BARBOSA E CLARA MARIA DE JESUS

Ha algum tempo atras eu havia localizado outro nĆŗcleo de famĆ­lia no Projeto Compartilhar que parece coincidir com nossa parentela, com entroncamento na linhagem Rodrigues Coelho. Trata-se de Antonio Muniz Barbosa. Na descriĆ§Ć£o temos:

“Antonio Muniz Barbosa, nasceu na primeira metade do sĆ©culo XVIII na freguesia de SĆ£o Pedro da Ilha de SĆ£o Miguel, filho de Manoel Vieira Muniz, natural da freguesia de N. Sa. das Neves, e Apologia de Albernaz, natural da freguesia de S. Roque Ilha de S. Miguel, Bispado de Angra.”

“Aos 04-03-1753 casou com Clara Maria de Jesus, natural de Barbacena, filha de Francisco Mis [Martins], da freguesia de S. Pedro de Oliveira, Arc. de Braga e Ana Maria de Jesus natural da Ilha Terceira. Em Barbacena batizaram filhos.”

Por coincidĆŖncia o casal consagrou o enlace matrimonial em Prados antes de se mudar para Barbacena. Ali lhes nasceu o filho Antonio, batizado em 03.07.1758.

Ao que se pode ver na pagina do Projeto Compartilhar, o sobrenome varia de Moniz para Muniz, o que se pode atribuir aos enganos dos escrivĆ£es.

Antonio nĆ£o comparece no inventario paterno. NĆ£o se pode dizer com certeza a razĆ£o disso. O mais provĆ”vel seria que fosse falecido antes do pai. Mas tambĆ©m pode haver outra explicaĆ§Ć£o em conta.

Como se pode observar, o inventariante, Antonio Felisberto Costa, e genro do Antonio Muniz alega nĆ£o saber sequer o nome da sogra; e da o sogro por nascido no Rio de Janeiro.

Outro detalheĀ Ć© o que se alega de heranƧa nĆ£o parecer ser de maior importĆ¢ncia. Alem de o inventario ter sido aberto em Baependi, que fica ao lado de Caxambu, bem no Sul de Minas e distante das Ć”reas mais centrais do Estado.

Alem disso, se Antonio estivesse vivo em 1786, estaria com 28 anos de idade. Como o pai nĆ£o era rico devia ter procurado meio prĆ³prio de vida e poderia estar vivendo em qualquer outro lugar do antigo ImpĆ©rio PortuguĆŖs.

Isso abre oportunidade para reavivarmos a teoria de que esse Antonio poderia ser o Antonio Jose Moniz, nosso ancestral pentavƓ, marido de Manoela do Espirito Santo, os pais de Luiza Maria do Espirito Santo.

Luiza foi a esposa do Jose Coelho da Rocha, filho do alferes-de-milicias Jose Coelho de MagalhĆ£es, o suposto filho do Manuel Rodrigues Coelho.

Observe-se que em torno de 1750, os mais velhos viviam na regiĆ£o de Prados-MG. Algo que leva a concluir que ja havia conhecimento entre eles e, com boa chance de ter acontecido, haver grau de parentesco envolvido.

Uma evidencia que reforƧa minha hipĆ³tese de conhecimento prĆ©vio trata-se do nome de dona Clara Maria de Jesus. Era um nome comumente adotado pelas mulheres daquele tempo. Portanto, nĆ£o necessitava o exemplo de uma primeira para que outras copiassem.

Mas seria uma feliz coincidencia se, por exemplo, o Antonio Barbosa ter se casado com uma, se acaso foi o filho deles que foi para ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, esse filhoĀ teve uma filha casada com o Jose Coelho da Rocha que tinha uma irmĆ£ cujo nome tambĆ©m era Clara Maria de Jesus.

Ou seja, a evidencia indica uma maior possibilidade de que os membros das famĆ­lias ja se conheciam.

Se estava vivo, outras razƵes para o ancestral Antonio Jose Moniz nĆ£o ter comparecido `a abertura dos inventĆ”rios do suposto pai incluiriamĀ ele poder ter ganho algo como forma de adiantamento. O pai poderia te-lo ajudado a formar sua prĆ³pria tropa e isso seria combinado como heranƧa.

Claro, seria fato marcante tambĆ©m a distancia entre Santana do Riacho ou ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro e Baependi/Caxambu. Atualmente essa distancia gira em torno de 500 km, em estrada asfaltada.

Seria um mĆŖs inteiro de viagem, ida e volta. Alem disso numa direĆ§Ć£o que nĆ£o fazia parte do circuito de tropas que normalmente partiam do Centro-Nordeste de Minas Gerais e seguiam em direĆ§Ć£o ao Rio de Janeiro.

Uma viagem que nĆ£o teria valor para ele ja que nĆ£o iria rever nenhum dos pais, ja que ambos estavam falecidos. E pode ser que tivesse perdido o afeto da famĆ­lia antes mesmo do falecimento da mĆ£e.

Outro detalhe seria que as noticias sempre chegariam dias ou meses apĆ³s aos acontecimentos.

Aqui se abre outra oportunidade de termos parentesco com essa famĆ­lia. Isso porque a mĆ£e da dona Clara Maria chamava-se Ana Maria e procedia da Ilha Terceira, nos AƧores.

O nosso ancestral Miguel Pereira do Amaral procedia da Ilha de SĆ£o Miguel. A sogra dele, esposa do Francisco Jose Barbosa FruĆ£o chamava-se Anna Maria de Jesus.

O filho do Miguel e Francisca Angelica, Malaquias Pereira do Amaral casou-se com outra Ana Maria de Jesus, natural de Congonhas do Campo e filha de Antonio Coelho de Almeida e s/m Ana Maria de Jesus.

Ou seja, nĆ£o se deve dar grande credito `a possibilidade de parentesco em funĆ§Ć£o do nome porque ele era muitĆ­ssimo comum. Mas isso faz uma pequena soma quando de trata de analise de evidencias possĆ­veis.

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12. SEQUENCIA DA HISTORIA DE FAMILIA

Nos encontramos tanto o Jose Coelho de MagalhĆ£es quanto o Antonio Jose Moniz residindo na regiĆ£o de ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro ao final do sĆ©culo XVIII e inicio do sĆ©culo XIX. RazĆ£o mais provĆ”velĀ pela qual os filhos nasceram, se conheceram e casaram entre si.

O professor Nelson Coelho de Senna centra a famĆ­lia Coelho na Fazendo Axupe, antigamente incluĆ­da por eleĀ no territĆ³rio do atual MunicĆ­pio de Morro do Pilar. Mas na internet encontrei apenas uma fazenda com tal nome, no MunicĆ­pio de ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro. Confira a foto:

https://www.panoramio.com/photo/2352337

Alega-se tambĆ©m que Jose Coelho da Rocha e Maria Luiza moraram na Fazenda da Lapinha, territĆ³rio de ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro. Contudo, com as divisƵes territoriais, essa propriedade enorme pertence `a vizinha Santana do Riacho, onde se encontra a Serra da Lapinha.

O que faz pensar Ć© que `a medida que o ouro foi se esgotando, o que deve ter acontecido ja na primeira metade do sĆ©culo XVIII nas partes mais ao Sul do Estado de Minas, a populaĆ§Ć£o excedente preferiu migrar para os espaƧos mais vazios do Nordeste de Minas, em torno de sua, entĆ£o, capital: Vila do Principe, a atual Serro.

O esgotamento precoceĀ dos veios de ouroĀ ao Sul deve ter acontecidoĀ por estar mais perto dos centros mais desenvolvidos como: SĆ£o Vicente, Rio de Janeiro e SĆ£o Paulo, e ter recebido maior quantidade de migrantes. O ouro pode ter se esgotado mas nĆ£o a vontade de ficar rico aceleradamente.

Por enquanto, essas hipĆ³teses que levanto procedem dos fatos que tenho em mĆ£os. Mas para nega-las ou confirma-las basta-nos encontrar inventĆ”rios dos personagens Manuel Rodrigues Coelho, que comprovaria ou negaria ter sido o pai do Jose Coelho de MagalhĆ£es. Mas dele nĆ£o tenho o destino final.

Ja o professor Nelson alegou que o Alferes-de-MiliciasĀ Jose Coelho faleceu em ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro, em 1806. Portanto, seus inventĆ”rios e testamento, se houve, devem estar sob a custaria do Museu General Carneiro, no Serro.

Ali tambƩm, penso, deveriam estar os do Antonio Jose Moniz. Se os houverem, talvez tenhamos como jogar uma luz definitiva em nossa ancestralidade por essas linhagens que temos noticias de que chegaram ate a nos.

Quanto ao professor Nelson ter alegado que tanto o Manuel Rodrigues Coelho quanto o Jose Coelho de MagalhĆ£es tivessem sido portugueses ha que considerar-se ser uma tradiĆ§Ć£o que pode nĆ£o se confirmar.

Apenas relembrando, havia a tradiĆ§Ć£o na famĆ­lia Barbalho de que o patriarca Policarpo procedia do Nordeste do Brasil e que teria tido dois irmĆ£os, sendo que um havia retornado e outro migrado para o Rio Grande do Sul.

Agora ja sabemos que o Policarpo era mineiro de pai, mĆ£e. E os ancestrais que procederam do Nordeste, muito provavelmente, remontam ao governador Luiz Barbalho Bezerra, pernambucano, que governou o Rio de Janeiro em 1643-4.

Da linhagem, sabemos que outro Policarpo Joseph Barbalho foi cirurgiĆ£o-mor na Vila de Porto Alegre, onde faleceu em 1801, aos 66 anos de idade. Era tambĆ©m, mineiro, nascido na Vila do Principe, atual Serro.

Falta-nos saber se teve outros irmĆ£os alem da Isidora Maria da EncarnaĆ§Ć£o. Essa, talvez, tenha sido a irmĆ£ que permaneceu e, talvez tambĆ©m, tenha sido a avo do patriarca Policarpo. EntĆ£o, devemos sim dar credito `as tradiƧƵes, porem, com reservas!

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13. MAIS EVIDENCIAS NOS MAPAS

Tomando Congonhas do Campo como um centro regional, em torno da qual pode ser que tenha se formado nossa famĆ­lia, observa-se que as cidades mencionadas estĆ£o relativamente prĆ³ximas entre si.

O mapa no endereƧo abaixo mostra bem os possĆ­veis itinerĆ”rios. E praticamente mostra o que Minas Gerais foi ate ao final do sĆ©culo XVIII. Temos aqui que imaginar uma linha reta entre SĆ£o Joao Del’Rei e Barbacena. Prados pouca coisa ao norte, `a direita da primeira. Lagoa Dourada esta no caminho, embora nĆ£o apareƧa, entre SĆ£o Joao e Entre Rios de Minas:

http://www.abihouro.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=116&Itemid=501

Prados seria a mais distante, mais pela localizaĆ§Ć£o em relaĆ§Ć£o `as estradas atuais. Hoje fica a 104 km de Congonhas. Contudo, o seu antigo distrito, Lagoa Dourada, fica a apenas 71. Gastava-se normalmente apenas 2 dias de viagem.

Barbacena fica a 96 km. Mas para ir-se de Barbacena para Congonhas ha que se passar por CarandaĆ­. E de CarandaĆ­ ate Lagoa Dourada sĆ£o apenas 40 km de chĆ£o. Ou seja era apenas um dia de viagem naquele tempo.

Entre Congonhas e Ouro Branco sĆ£o apenas 25 km. Os mais espertos fariam a viagem na parte da manha, a partir da madrugada ate `as 11 horas.

Entre Congonhas e Ouro Preto sĆ£o 57 km de distancia, mais 12 para chegar-se a Mariana. Refiro-me `a cidade. Ja em relaĆ§Ć£o ao seu Distrito de Santa Rita DurĆ£o, antigo Inficcionado, passando por Ouro Preto, a distancia pesa um pouco mais, caindo nos 90 km.

O site “Distancia entre Cidades” esta um pouco desatualizado em relaĆ§Ć£o `a distancia entre Congonhas e Cachoeira do Campo. Nele, a estrada mais usada seria a que vai a Ouro Preto e depois retorna pela estrada que liga esta a Belo Horizonte.

Mas via os antigos caminhos, que eram os de roƧa mesmo, nĆ£o deve chegar a 40 km. Alias, essa deve ter sido a via que se tomava antigamente. Congonhas passando pelo Distrito de Santo Antonio do Leite ate Cachoeira do Campo. Dai para Ouro Preto sĆ£o mais uns 20 km.

O que deve ter sido a via preferencial tomada por nossos ancestrais, pois, a distancia seria a mesma que o caminho anteriormente mencionado, entre Congonhas e Ouro Preto,Ā com o conforto das paradas em nĆŗcleos urbanos.

O que faria Congonhas ser centro regional seria essa localizaĆ§Ć£o privilegiada. Alem de a partir da segunda metade do sĆ©culo XVIII contar com o SantuĆ”rio de Bom Jesus do Matosinhos, o que servia de atraĆ§Ć£o turĆ­stica desde o inicio e era o local de retiro para os muito ricos.

Os mais ricos da Capitania tinham no local suas estancias de descanso e lazer. Usavam o local para distanciar do burburinho cansativo das capitais Ouro Preto e Mariana.

Os das classes media e mĆ©dio/baixa deveriam frequentar o local por devoĆ§Ć£o religiosa e para aproveitar para encontros “casuais” com pessoas da alta que lhes poderiam ajudar em seus pleitos por algum privilegio menor.

Naquela terra de privilĆ©gios e “meritocracias oligĆ”rquicas”, somente os que tinham QI (quem indicasse) alto Ć© que deslanchavam na ordem e prosperidade!

E nossos ancestrais que foram abastados nĆ£o fugiram `a regra!

A partir do sĆ©culo XIX os nossos ancestrais se deslocam do circuito da Estrada Real dirigindo-se para o leste. Ai os encontramos em Itabira, Ferros, GuanhĆ£es e VirginĆ³polis. Passam a ocupar o caminho conhecido como Circuito do Rio Doce, que fazia a ligaĆ§Ć£o da regiĆ£o central com o Oceano, em direĆ§Ć£o ao Espirito Santo.

Assim, com o estudo do mapa regional das localidades envolvidas nessa suposta trama genealĆ³gica, pode-se observar que seria possĆ­vel aos envolvidos que formaram o tecido de nossa genĆ©tica tenham sido conhecidos e ate sido parentes entre si, antes de picarem-a-mula um pouco mais para o Norte, formando os genes que resultaram na FamĆ­lia Coelho do Centro-Nordeste de Minas Gerais.

Tomando o mapa podemos observar que Manuel Rodrigues Coelho transitava entre Santa Rita DurĆ£o, Ouro Preto, Mariana, Cachoeira do Campo e Congonhas do Campo.

Manoel Rodrigues Coimbra, vivendo no circuito Prados/Lagoa Dourada deve ter frequentado Congonhas do Campo por estar no caminho de Ouro Preto e Mariana. Essas duas eram as capitais polĆ­tica e religiosa da ProvĆ­ncia.

O capitĆ£o-comandante Manoel Rodrigues Coelho, por evidencias encontradas em suas prĆ³prias cartas, teria mesmo que circular por Congonhas para resolver problemas relativos ao cargo, pois, era subalterno aos superiores em Ouro Preto.

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14. UM POUCO MAIS DE MANOEL RODRIGUES COELHO

Apenas para nĆ£o descartar mais a possibilidade de termos alguma veia artĆ­stica ligada ao nome. Confirma-se realmente que houve um artista com o nome. E ele deixou obra tambĆ©m em SĆ£o JoĆ£o Del’Rei.

Ele foi mencionado nessa postagem:

http://www.camara.gov.br/sileg/integras/360875.pdf

Ai o nome dele aparece na quarta pagina do discurso, junto a outros artistas sacrosĀ que atuaram naquela cidade.

Esse outro endereƧo menciona nĆ£o apenas o feito mas tambĆ©m a profissĆ£o que nosso possĆ­vel ancestral exercia:

https://patrimonioespiritual.org/2017/07/16/igreja-da-ordem-terceira-de-nossa-senhora-do-carmo-sao-joao-del-rei-minas-gerais/

A postagem diz: “Os artĆ­sticos trabalhos em madeira da capela e altar-mor e dos pĆŗlpitos sĆ£o de autoria do artista Manuel Rodrigues Coelho.”

Observe-se que a referencia se da `a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, de SĆ£o JoĆ£o Del’Rei. Ai se repete a Ordem Terceira, que pode ter aproximado nossos ancestrais nas cidades histĆ³ricas do Estado.

Francisco Jose Barbosa FruĆ£o, mencionado no capitulo 7, fazia parte da OrdemĀ Terceira de SĆ£o Francisco de Assis de Vila Rica.

Para ver a menĆ§Ć£o a Manuel no segundo endereƧo ha que se ir `a metade da postagem.

Pelo valor da contribuiĆ§Ć£o que foi atribuĆ­da ao Manuel Rodrigues Coelho para a construĆ§Ć£o do SantuĆ”rio de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, suponho que ele tenha participado de alguma Ordem Terceira, provavelmente da do Carmo de Mariana, ja que nĆ£o aparece entre os mais influentes na de SĆ£o Francisco de Assis de Vila Rica.

Apenas para deixar marcado. O blog do nosso primo, Paulinho Cesar, tambĆ©m faz recordaƧƵes `a nossa Historia GenealĆ³gica. Em homenagem pĆ³stuma a ele, deixo aqui o endereƧo como lembranƧa:

http://asagadevalente.blogspot.com/2010/09/

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15. BENTO RODRIGUES COELHO EM MINAS GERAIS

Decidi dar continuidade a esses estudos recordando alguns personagens que penso estar na parentela do Manuel Rodrigues Coelho, nosso aclamado ancestral.

Ha algum tempo atras encontrei no Archivo HerĆ”ldico-genealogico, do Visconde de Sanches de Baena, a Carta de BrasĆ£o passada a Domingos Rodrigues de QueirĆ³s. O documento esta na pagina 153 e Ć© a carta de numero 610.Ā Assim, repito-a aqui:

“Domingos Rodrigues de QueirĆ³s, cavalleiro professo na Ordem de Christo, bacharel formado pela Universidade de Coimbra, opositor aos lugares de letras, natural da cidade de Marianna, estado do Brazil; filho de Bento Rodrigues Coelho, e de sua mulher D. Maria de QueirĆ³s de Seixas; neto pela parte paterna de Amaro Rodrigues Coelho, e pela materna neto de JoĆ£o QueirĆ³s de Seixas, e de sua mulher D. Feliciana de AraĆŗjo Dantas; bisneto de Jacinto de QueirĆ³s, e de sua mulher Maria Coelho; terceiroĀ neto de Antonio Francisco Marinho, e de sua mulher D. Maria de QueirĆ³s Seixas, descendentes de Antonio de QueirĆ³s Mascarenhas, bem conhecido n’este reino pela sua distincta qualidade, e conhecido valor.

Um escudo esquartelado; no primeiro e quarto quartĆ©is as armas dos Coelho, no segundo as dos QueirĆ³s, e no terceiro as dos Seixas. – Br.p.a 2 de agosto de 1773. Reg. no Cart. da N., Liv. I, fl. 204v.”

Embora nĆ£o apareƧa nenhum Manuel Rodrigues Coelho penso nĆ£o ser errado esperar que um deles tenha sido parente prĆ³ximo do Bento. Pelas idades provĆ”veis, penso que um Manuel que viveu nas imediaƧƵes de Mariana tenha sido irmĆ£o.

Mas tambĆ©m ha a possibilidade de ter sido filho e irmĆ£o do Domingos. Se esse for o caso e caso formos descendentes dele, entĆ£o, seremos tambĆ©m descendentes do Antonio de Queiroz Mascarenhas. E, por este, descendentes do rei D. Afonso I, primeiro rei de Portugal.

O livro de Sanches de Baena pode ser lido no endereƧo:

https://archive.org/stream/archivoheraldic00unesgoog#page/n203/mode/2up

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16. LOURENCO COELHO DE MAGALHAES

Apenas para recordar tambĆ©m. O professor Nelson Coelho de Senna fez uma relaĆ§Ć£o de sesmarias adquiridas por pessoas com a assinatura Coelho durante o sĆ©culo XVIII. Entre elas menciona uma do sr. LourenƧo Coelho de MagalhĆ£es, datada de 1724.

Infelizmente, aĀ menĆ§Ć£o parece ser Ćŗnica. HaverĆ­amos que localizar tal carta para saber o local para o qual ela foi passada. Isso ajudaria.

Nessa oportunidade ha a possibilidade deste senhorĀ LourenƧo ter sido casado comĀ alguĆ©m cuja assinatura que corria emĀ famĆ­lia fosse o Rodrigues. Dai se pode ate supor que um filho do casal poderia ter adotado o nome de Manuel Rodrigues Coelho.

Ja o neto, Jose, poderia ter retornado `a alcunha ancestral e ter assinado Jose Coelho deĀ MagalhĆ£es. SĆ£oĀ apenas conjecturas. Mas quem sabe algum dia elas venham a tornar-se realidade?!

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17. MANOEL COELHO RODRIGUES

Manoel Coelho Rodrigues foi outro personagem presente em Minas Gerais `aĀ Ć©poca do Ciclo do Ouro. O professor Nelson inclusive o menciona como recebedor de sesmaria em 1761.

A genealogia dele, mesmo incompleta, foi estudada peloĀ CĆ“nego Raimundo Octavio Trindade.Ā NĆ£o ha como descendermos dele.

Existe a possibilidade de ser algum parenteĀ prĆ³ximo. Isso porque, ate mesmo para distinguir-se umas pessoas das outras, pessoas em uma mesmaĀ famĆ­lia costumavam usar a ordem inversa de assinaturas.

Um caso, por exemplo, seria o deĀ irmĆ£os com mesmo nome:Ā JoĆ£oĀ Francisco e Francisco Joao. Ou Francisco Pereira da Silva eĀ Francisco de Assis da Silva Pereira.

NĆ£oĀ estou colocando grande credito a essa tese, mas ha uma possibilidade, nem que sendoĀ mĆ­nima!

No livro de Sanches de Baena encontra-se uma carta que se repete 3 vezes. Ela foi passada a 3Ā irmĆ£os. `A pagina 189 a Francisco Coelho BrandĆ£o; `a pagina 548 a Pedro Coelho de Seabra (Alferes) e `a pagina 591 a Vicente Coelho da Silva Seabra Telles. Observe-se como os sobrenomes variavam.

AsĀ numeraƧƵesĀ no livro sĆ£o:Ā 753, 2163 e 2363, respectivamente. E em cada uma das vezes seĀ lĆŖ, `aĀ exceĆ§Ć£o dos nomes dos agraciados:

“2363. Vicente Coelho da Silva Seabra Telles. natural do termo de Villa-Rica do Oiro Preto, estado da America; filho do alferes deĀ cavallaria Manuel Coelho Rodrigues e de sua mulher D. Josepha de Avila Figueiredo, neta doĀ capitĆ£oĀ JoĆ£o deĀ Seabra deĀ GuimarĆ£es; neto pela sua varonia do ajudante de infantaria Antonio Coelho, filho de Belchior Coelho,Ā irmĆ£o do senhor de Felgueiras e Vieira.

Um escudo esquartelado; o primeiro quartel as armas dos Coelhos, no segundo as dosĀ Seabras, no terceiro as dosĀ BrandƵes, e no quarto as dosĀ Avilas. – Br. p. a 23 de novembro de 1782. Reg. no Cart. da N., Liv. III, fl. 79.”

O iminente genealogista mineiro,Ā CĆ“nego Raimundo Octavio da Trindade estudou aĀ formaĆ§Ć£o daĀ famĆ­lia Rocha BrandĆ£o. Entre outros livros, no Velhos Troncos Mineiros, surge:

“Tn 1 – Josefa de Avila e Silva e Figueiredo c. c. o Alferes Manuel Rodrigues Coelho, Tn 15 adiante.” e

“Tn 15 – Manuel Coelho Rodrigues c. c. Josefa de Avila e Silva e Figueiredo, Tn 1 retro. Filhos (Invent. de Manuel Coelho Rodrigues no Cart. do 1o. Of. de Ouro Preto – 1777):”

Os filhos enumerados por ele foram: Maria Jose, Pedro Coelho, Joaquim Coelho, Francisco Coelho da Silva Brandao, Francisca de Avila e Silva, Ana Francisca, Maria, Vicente Coelho de Seabra, Jose Coelho Rodrigues e Nicolau.

OĀ CĆ“nego TrindadeĀ nĆ£oĀ se aprofunda nos pormenores daĀ descendĆŖncia,Ā nĆ£o indo alem de netos de uns dois ouĀ trĆŖs filhos. Mesmo assim torna-seĀ possĆ­vel notar queĀ nĆ£o descendemos daĀ famĆ­lia, pelo menos em nosso lado Rodrigues Coelho.

Seremos muito possivelmente parentes pelo lado Coelho, devido `as diversas vezes que o sobrenome aparece em nossos ancestrais como: Coelho no simples,Ā Coelho deĀ MagalhĆ£es, Coelho de Almeida, Coelho de Andrade e outros.

E esse Manuel Coelho Rodrigues e sua esposa Josefa de Avila, como se pode notar, ja eram primos pelo lado Rocha BrandĆ£o.

Dona Josefa nasceu no Brasil e os pais foram Francisco da Rocha BrandĆ£o, natural de Cabrobo na Bahia e Maria da Silva e Avila, natural de Santo Antonio do Bambu,Ā tambĆ©m Bahia.

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18. CONCLUSAO

Acredito que a unicaĀ conclusĆ£o `a qual podemos chegar no caso Ć© a de que tudo esta discutido, porĆ©m, nada resolvido!!!

Essas conjecturasĀ sĆ£oĀ boas para exercitar nossas mentes mas o que vale mesmoĀ sĆ£o as provas!

Sinto que somente um mergulho nos arquivos em Ouro Preto, Mariana, Serro e DiamantinaĀ poderĆ” sanar todas as duvidas com respostas absolutas e concretas.

As conjecturasĀ serĆ£o apenas umaĀ injeĆ§Ć£o de animo aos pesquisadores que vieremĀ apĆ³s mim, caso euĀ nĆ£o tenha conseguido resolver asĀ questƵes, para queĀ nĆ£o desanimem no surgimento de maiores dificuldades.

Afinal, eu fico deĀ tĆ£oĀ longe, torcendo para que outros tenham encontrado o que busco nas pesquisas deles e tendo toda a dificuldade de procurar em trabalhos queĀ nĆ£oĀ sĆ£o apropriados, sabendo que aĀ lĆ³gica manda buscar nos ditos arquivos.

O problema sempre serĆ”:Ā e onde encontrar a coberta que suporte a empreitada se meus fundosĀ prĆ³priosĀ nĆ£oĀ sĆ£o suficientes paraĀ custea-la?! O nosso problema sempre foi a fartura! (Farta tudo!!!)

Por logica, deveria encontrar o registro de casamento do Alferes-de-Milicias Jose Coelho deĀ MagalhĆ£es e Eugenia Rodrigues da Rocha, queĀ tambĆ©m tinha o nome de Eugenia Maria da Cruz. Segundo o professor Nelson, o enlace se deu a 7 de setembro de 1799.

Porem,Ā nĆ£oĀ menciona o local, embora diga que tenham vivido naĀ Fazenda Axupe, por ele localizada em Morro do Pilar. Mas pode serĀ ConceiĆ§Ć£o do Mato Dentro.

Em outro caso, poder-se-ia buscar osĀ inventĆ”rios do Jose Coelho, dito falecido emĀ ConceiĆ§Ć£o; ou o dela, que foi sepultada no Santo-Antonio-do-Rio-Abaixo, ja viuva, em datas que variam entre 1806 a 1819, acredito eu.

EsseĀ esforƧo se daria para certificarmos os nomes dos pais do casal. Em se confirmando que um Manuel Rodrigues Coelho foi pai dele, torcer para queĀ apareƧam nomes de avos, o que facilitaria em muito as pesquisas.

Em caso deĀ nĆ£oĀ aparecerem nomes de avos nem mesmo no registro de matrimonio, torcer para que seĀ esclareƧam as origens dos nascimentos e dai seguir o veio dessa raiz que tanto tem se mostrada arredia `as nossas pesquisas.

No mais, o que vierĀ serĆ” lucro!!!

FAMILIA: BARBALHO, COELHO … NO LIVRO A AMERICA SUICIDA

July 2, 2012

FAMILIA: BARBALHO, COELHO … NO LIVRO A AMERICA SUICIDA

 

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01. GENEALOGIA
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02. PURA MISTURA
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04. OPINIAO
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05. MANIFESTO FEMININO
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06. MISTO
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07. POLITICA BRASILEIRA
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08. IN ENGLISH
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09. IMIGRACAO
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https://val51mabar.wordpress.com/2010/06/17/imigracao-sem-lenco-e-sem-documento-o-barril-transbordante-de-injusticas/
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FAMILIA: BARBALHO, COELHO … NO LIVRO A AMERICA SUICIDA

 

FAMILIA: AGUIAR, AMARAL, ANDRADE, ARAUJO, BARBALHO, BORGES, CAMPOS, CARVALHAIS, COELHO, CUNHA, FERREIRA, GONCALVES, GUIMARAES, LEAO, LEITE, MAGALHAES, MARTINS, MENEZES, MONTEIRO, NUNES, OLIVEIRA, PACHECO, PEREIRA, PINTO, REIS, ROCHA, SALLES, SILVA, SOUSA, SOUZA, VILLA REAL, XAVIER… NO LIVRO “A AMERICA SUICIDA”.

INDICE

01. INTRODUCAO
02. A AMERICA SUICIDA
03. UM BOCADINHO A RESPEITO DE GENEALOGIA HUMANA
04. O QUE EH SER UM EUROPEU?
05. UM POUQUINHO DE GENEALOGIA EUROPEIA
06. UM FUTURO MELHOR PARA NOSSO FILHOS E…
07. UMA PEQUENA QUANTIDADE DE GENEALOGIA IBERICA
08. SECULOS E PESSOAS QUE AJUDARAM A FORMAR NOSSA HISTORIA EM COMUM
09. O COMECO DE NOVA IORQUE E ESTADOS UNIDOS
10. O INCIO DE NOVA IORQUE E ESTADOS UNIDOS
11. ESTADOS UNIDOS E BRASIL JUNTOS
12. DA REPUBLICA E INVENCAO DO AVIAO `A SEGUNDA GUERRA
13. UMA RELACAO DE AMOR E ODIO
14. BUSCANDO O PARAISO PERDIDO, A SAGA DE UMA FAMILIA
15. TUDO ERA COM RESPEITO `A FAMILIA, MINHA SAGA
16. “ISSO SERA O COMECO DAS DORES” Marcos 13, 8
17. O ESQUEMA PIRAMIDAL
18. QUEM ESTA VENCENDO A GUERRA DE TERRORISTAS?
19. O DISCURSO DE NETANYAHU
20. O APOCALIPSE DO DIA SEGUINTE
21. SOLUCOES
EPILOGO

01. INTRODUCAO

Este pode ser o ultimo livro que escreverei. Apesar do nome do livro eu nao estou planejando “sair de cena”. A razao para ele poder ser o ultimo eh muito simples. Eu nao me lembro desde quando eu escrevo em minha vida sem nunca ter recebido qualquer pagamento. Eu tenho escrito pelo prazer de oferecer conselhos e na intencao de ser util `as pessoas que nem sequer conheco e a amigos. Porem, isso comecou a tomar muito do meu tempo. E eu tenho uma vida independente. Uma vida que muitos chamam de moderna. Uma vida tao moderna que temos que pagar por tudo que a gente usa. Algumas vezes pagamos ate por aquilo que nunca usaremos. Coisas que nem sempre sao essenciais. E o custo disso nao eh barato. E tempo eh dinheiro.

Falando nisso, escrever tem sido um passatempo que eu tenho tido que pagar por ele. Como um pai responsavel, sera preciso que eu sacrifique meu prazer em favor de um futuro mais seguro para minha descendencia.

Esta escrita esta coincidindo com a minha naturalizao como americano. Isso deve ocorrer em primeiro de setembro de 2011, hoje eh dia 11 de agosto, e nao serei capaz de terminar o livro antes daquela data. Nao sei se tornar-me naturalizado ira ser suficiente para que os outros nao me venham com a velha desculpa para desacreditar-me dizendo: “Ah, ele nao eh americano!” Mas eu prefiro olhar as coisas atraves dos angulos positivos. Como americano novo ninguem podera acusar-me de inveja por nao se-lo.

Outro lado positivo eh este, eu poderei me tornar um brasilianista com informacoes que os nascidos americanos nao possuem.

Nada eh novo para mim mas eh sempre interessante saber que, a liberdade de expressao “eh um direito ou liberdade garantido pelo primeiro adendo” da nossa constituicao. Observe-se que a liberdade de expressao eh um direito de todos que vivem nos Estados Unidos. Nao importa que tenha ou nao documentacao. Finalmente, “comunicar sua opiniao sobre qualquer assunto a um funcionario eleito” eh uma “maneira de os americanos participarem da construcao de sua democracia”. Em minha forma de pensar, dar uma opiniao eh meu direito em primeiro lugar. E tambem eh uma responsabilidade, em segundo. Tudo isso esta no folheto: “Aprenda a Respeito das Licoes Civicas Fundamentais para o Teste de Naturalizacao” autorizado pelo Departamento de Seguranca Publica dos Estados Unidos [Reparticao de Servicos de Imigracao e Cidadania].

Eu vou oferecer este conselho a todos os funcionarios eleitos, especialmente aos presidentes.

Mas algumas coisas precisam ficar absolutamente claras aqui. Nao sou doutor em nada. Nada sei alem da minha propria experiencia de vida. As opinioes que irei expor nestes escritos nao pertencem a nenhuma instituicao ou nacionalidade. Sou o unico responsavel por pensa-las e escreve-las. A responsabilidade no ler e entender nao serao minhas. Assim, eu pedirei licenca aos leitores para compreenderem algumas incorrecoes no uso das palavras que poderao leva-los a alguma conclusao errada. Eh preciso que entendam que eu vim para esse pais depois de completar 35 anos, sem saber quase nada de ingles. E o que eu sei agora foi atraves da pratica e nao da escola. Como estou familiarizado com o escrever em portugues, eu sei que uma pequena troca na ordem das palavras pode levar a uma grande diferenca no que se quer dizer. Portanto, desconsiderem quando eu escrever homem grande em lugar de grande homem. Em portugues nos temos a mesma diferenca. Voce deve escrever homem grande quando quer dizer “big man” e grande homem quando a intencao eh “great man”.

O conteudo que eu pretendo por nesse livro esta relacionado com Historia, economia, politica, migracao, orgulho e preconceito. Talvez, um bocadinho de genealogia. Tambem usarei um pouco da minha autobiografia. Tentarei evitar citar nomes quando isso nao for essencial. Em outros casos eu ficarei feliz em dar nome aos bois quando isso se tornar importante para identificar de quem estarei falando.

Como eu nao conheco os detalhes das Historias de outros paises, melhor dizendo, eu conheco alguma coisa a respeito da Historia Mundial mas nao conheco os detalhes das Historias dos paises individualmente. Vou precisar usar a Historia do Brasil, que eh a que melhor conheco, para fazer alguma comparacao. Nao penso comparar Estados Unidos com Brasil. Mas quero destacar eventos onde os dois caminharam juntos em suas Historias, ou mostrar fatos ocorridos num deles e isso atingiu o outro. Imagino que em alguns dos fatos historicos muitos dos outros paises estavam juntos, acompanhando os Estados Unidos, mas me fogem certos detalhes ate mesmo destas parcerias com o Brasil.

Eh parte da minha intencao organizar o que penso em cronicas separadas. Cada uma tratando de um assunto diferente. Tentarei colocar os acontecimentos em ordem cronologica. Assim, os leitores poderam ler os artigos separadamente. Porem, sera preciso ler a obra completa para compreender melhor o conteudo.

Alguns que irao ler este livro deverao sentir-se ofendidos por minhas opinioes. Esta nao eh a minha vontade. Eh um problema na natureza humana. Algumas pessoas sao incapazes de aceitar o pensamento diferente do delas. Elas pensam que o mundo nas mentes delas eh o melhor. Entao, tudo o que pareca contradizer isso eh tratado como abominacao. Eu nao posso controlar os sentimentos dos outros. Tento controlar os meus deixando os outros terem as proprias opinioes mesmo sem concordar com elas. Se alguem desejar por em pratos limpos as nossas razoes, civilizadamente, eu estou totalmente aberto para a ideia.

Algumas das pessoas contrarias quererao assumir que meus escritos tem a finalidade de atingir aos Estados Unidos. Talvez elas irao pensar assim: Ele eh parte de complo, assim como em algumas teorias de conspiracao, com a finalidade de enfraquecer a imagem americana perante ao mundo. Estou escrevendo isso em antecipacao para que nao tenham a desculpa, e saibam que penso assim: sou totalmente favoravel `a verdade. Eu nao imagino a verdade feita para prejudicar. O que prejudica eh ver a verdade e nega-la. O que prejudica eh ver a verdade e nao assumir a responsabilidade frente a ela. Aqueles que veem a verdade e assumem suas responsabilidades frente a ela sao os que sao dignificados pelo respeito.

Em todo caso, eu tenho duas grandes razoes para nao prejudicar aos Estados Unidos. A primeira eh que sou nascido brasileiro. Se alguem pensa que estou escrevendo para prejudicar aos Estados Unidos sera porque tambem pensa que eu faria isso, nao sei como, para beneficiar ao Brasil. Para estes que nada sabem a respeito das relacoes existentes entre Brasil e Estados Unidos, precisam saber isso: o Brasil tem uma reserva monetaria de aproximadamente 320 bilhoes de dolares. E esta eh a unica salvaguarda dele. Dois tercos disso estao investidos em papeis do governo americano. Prejudicar aos Estados Unidos resultaria em prejudicar ao Brasil. O Brasil esta tomando um risco muito serio ao ajudar aos Estados Unidos dessa maneira, no momento de dificuldade deles. Se os Estados Unidos for para o buraco, quase certamente, o Brasil ficara na beira do abismo. Eu nao faria o mesmo que o Brasil esta fazendo senao por familiares ou grande amizade.

Outra razao a meu favor eh esta. Sou pai de dois filhos. Sao os unicos que tenho. Nasceram e vivem nos Estados Unidos, e nunca disse a eles para serem mais brasileiros que americanos. Eu nao faco pressao em nenhum deles. Se algum dia eles sentirem a necessidade de escolher entre um pais ou outro, esta decisao sera deles, nao minha. O que eu quero eh o melhor para eles, mas a escolha eh deles. Assim como eu nunca prejudicaria meus filhos tambem nao quero prejuizos para os paises deles.

Particularmente, penso que a melhor maneira de solucionar nossos problemas eh ficarmos juntos. Paises e povos. Ate agora, o que nos tem sido dito eh isso, nos temos que competir para que isso faca de nos os melhores. Nao concordo com isso em nenhum sentido. Competir implica nisso, alguem ficara prejudicado nalguma forma. Eu sou a favor de trabalharmos juntos. Todo mundo trabalha. E o premio eh repartido com todos. Todas as vezes que se compete ninguem leva o premio melhor. Quando voce esta competindo gasta energia em excesso fazendo coisas que prejudicam a voce mesmo. Se esta energia, esperdicada pelos dois lados, for usada para coisas boas, o premio sempre sera dobrado ou triplicado.

02. A AMERICA SUICIDA

Este capitulo nao obedecera a minha intencao de postar tudo em ordem cronologica. Servira para explicar o nome da obra e tracar um paralelo de uma questao muito importante para a saude publica americana.

Eu estou acostumado a ouvir a 90.9 FM, Radio da Universidade de Boston. Todas as vezes que estou dirigindo estou ouvindo algo util. Tanto faz, noticias nacionais ou internacionais, programas de musica ou simples entrevistas. Geralmente eles entrevistam outores de best sellers, produtores de filmes ou qualquer assunto envolvendo cultura. E eh isso que eu gosto.

Tenho uma historia longa de aprendizado com eles. Logo depois de eu vir para os Estados Unidos eu descobri a 89.7 FM, Radio Publica, que transmite quase o mesmo conteudo. Isso ajudou-me a aprender ingles porque eles falam compassadamente, ai a gente pode ouvir palavra por palavra. Alem disso eu tinha o interesse em tomar conhecimento a respeito da maioria dos assuntos mostrados nestas radios. A minha unica tristeza eh essa, durante todos estes anos, quase 17, eu nunca tive dinheiro suficiente para contribuir com a causa destas radios.

Bem, so por coincidencia, ha pouco eu ouvi num programa de entrevistas a respeito do problema dos suicidios nos Estados Unidos. O entrevistado era um doutor que escreveu um livro com esse respeito. Infelizmente eu nao tinha tempo para ouvir a entrevista toda. Nao peguei nem o nome do autor. Pesquei apenas algumas informacoes importantes. Dai resolvi buscar mais informacoes no site da Fundacao Americana para Prevencao do Suicidio – AMERICAN FOUNDATION FOR SUICIDE PREVENTION – AFSP.

As estatisticas sao chocantes. As informacoes mais recentes sao do ano de 2007. Aproximadamente 34.000 americanos perderam suas vidas em suicidios. Isto eh a “11a. causa de mortes nos Estados Unidos.” “Suicidio eh a 4a. causa de mortes em adultos entre as idades de 18-65 anos. (28.628 suicidios).” “90% que morrem por suicidio tem alguma desordem psiquiatrica diagnosticavel no momento da morte deles.” “A proporcao eh de 4 suicidios masculinos para um feminimo, porem, as mulheres tentam o suicidio tres vezes mais que os homens.” “Ha uma estimativa entre 8-25 tentativas para cada morte causada por suicidio.”

O site tras muitas outras informacoes interessantes a respeito do problema, como: “Suicidio eh o 3a. causa de morte entre pessoas entre as idades de 15-24 anos.” Mas a conclusao deles era esta: “Estudos indicam que o melhor modo de previnir o suicidio eh atraves do reconhecimento antecipado e tratamento de depressoes e outras problemas psiquiatricos.”

Ouvindo a respeito do problema atraves da entrevista na 90.9 FM, as coisas nao parecem ser tao claras quanto os numeros estatisticos da AFSP. Primeiramente, o entrevistado deixou claro isso: ninguem sabe exatamente o que conduz uma pessoa ao suicidio. Ha uma teoria que diz que, isso eh resultado das pressoes dos nossos tempos. Poderia ser algo vinculado `a nossa era. Em oposicao a este ponto de vista ele salientou: existe uma tribo na regiao amazonica que riu quando soube que suicidio eh problema nos Estados Unidos. Eles nao poderiam entender porque nao conhecem nenhum caso de suicidio no meio deles. Para eles, suicidio eh tabu.

Quando o argumento de que o estilo de vida primitivo nao os levasse `as mesmas condicoes de pressao foi levantado, ele respondeu que esta alegacao nao se fundamenta em verdade. O pessoal na tribo esta nos limites da existencia. Frequentemente eh atacado por doencas tropicais. Metade das criancas morrem antes de chegar `a idade adulta. Afinal, eles sofrem tanta pressao quanto um novaiorquino. A diferenca seria esta, Nova Iorque oferece muito mais oportunidades de diversao que a Bacia Amazonica inteira.

O entrevistado ainda falou, que nao apenas aquela tribo especifica mas observando a humanidade como um todo a gente pode notar um alto grau de perseveranca em pessoas que estao `a beira da existencia material. Por que nao poderia ser igual nas sociedades de maior sucesso no mundo?! O suicidio nao eh problema apenas nos Estados Unidos.

Nao sei se o entrevistado disse alguma coisa relacionada a respeito da relacao entre o suicidio e tendencia genetica para ele. Os dados da AFSP nao mencionam isso. Quando eu vivia no Brasil lembro-me de tal mencao. Nao me lembro de quem falou, mas parece que algumas familias sofrem o problema com maior frequencia.

Na entrevista o doutor tambem falou que, frequentemente voce consegue identificar um fato que leva uma pessoa a decidir pelo suicidio mas nao se sabe de onde vem a vontade. Tambem falou que, apesar do suicidio ser o problema maior que o assassinato a gente nao ve isso no noticiario. Quando perguntado porque isso acontece, ele nao tinha certeza mas ofereceu uma explicacao. Poderia ser que no caso de assassinato ha a apresentacao de um vilao e uma vitima identificaveis. Assim fica mais facil trabalhar isso como noticia.

Eu proprio nao estou certo disso. A noticia de suicidio pode ser mais dificil de vender mas sendo maior o problema, entao, seria mais importante que o publico soubesse a verdade. O que parece eh que, apesar de nossa cultura ser avancada, nos temos os nossos tabus tambem. Ele nos desperta o medo porque o suicida eh nossa imagem e semelhanca.

O que me assombrou mais nos dados da AFSP eh o calculo de “8-25 tentativas de suicidio para cada fatalidade.” Isso implica dizer que entre 272.000 e 750.000 pessoas tentam o suicidio anualmente nos Estados Unidos. Eh um numero enorme! Mas se isso eh verdade, nao estou convencido que isso traduza a verdade por inteiro. Estou em duvida se a populacao americana esta afetada pela tendencia para o suicidio. Este comportamente altodestrutivo pode ser observado atraves do preconceito demonstrado pelo Partido do Cha (Tea Party), KKK, grupos neo-nazistas e setores do partido republicano.

Talvez o suicidio seja um comportamento inconsciente e nao intencional mas o resultado eh o mesmo se fosse. Essas pessoas maleficas talvez nao percebam o quanto as atitudes delas estao levando os Estados Unidos `a altodestruicao. Espero que o meu manifesto possa ajuda-las a reconsiderar seus preconceitos para que a autodestruicao nao aconteca.

No meu pobre ponto de vista, penso que assassinato e suicidio sao parte do mesmo problema. Sao resultantes de frustracoes. A resposta diferente esta nos autores serem mais egoistas ou mais altruistas. O altruista prefere acabar com a propria vida. O oposto eh observado nas pessoas egoistas. O bomba-suicida tem que ser considerado um caso aparte porque ele eh manipulado para fazer isso.

O doutor tambem disse que, qualquer que seja o numero de suicidios efetivos eh o dobro dos assassinatos. Sim, nos Estados Unidos sao mais frequentes que nos outros paises industrializados. Mas, nao interessa quao grande seja esse numero, suicidios vem em dobro.

Agora eu preciso especular um pouco. Sera que eh apenas isso? E se, somente se, ha algo muito maior por tras disso tudo? Se parte das mortes ditas acidentais nao forem outra coisa senao tentativas de suicidio bem sucedidas? Nao estou pensando apenas em acidentes de carro. Nos sabemos. A maioria dos acidentes de carro diz-se ter origem na alta velocidade. Mas se todo mundo sabe que a alta velocidade eh a causa numero de mortes, por que tantas pessoas continuam dirigindo acima da velocidade permitida em toda e qualquer estrada?

Por que pessoas continuam fumando sabendo que este eh um fator de risco para suas saudes? Todo mundo sabe ou ouviu falar a respeito do problema poluicao mas porque somente um pequeno numero de pessoas esta tirando de suas vidas alguns confortos modernos responsaveis pela poluicao? Eh muitissimo sabido que, se cada pessoa no mundo comecar a consumir igual a um americano medio nos nao teriamos como servir produtos a todo mundo. Tambem, por que isso nao se torna suficiente para as pessoas entenderem que o modelo de vida esta errado e precisa ser repensado? Por que tamanha resistencia contra a tecnologia limpa? Tudo isso e muitos outros assuntos nao poderiam ser postos como tentativas de suicidio?

Eu realmente penso assim. Eu penso que existem dois tipos de suicidios. Um voce pode chamar de Sindrome Severa do Suicidio. Eh dela que o entrevistado e a AFSP cuidam. O outro eh a Sindrome Cronica para o Suicidio. Pode-se descrever essa assim: eu sei que morrerei um dia, eu quero isso mas nao tenho a coragem de comete-lo rapidamente, entao, melhor eh tomar um comportamento de risco que acabara me levando ao mesmo lugar onde outros decidem ir de forma drastica.

Eu penso que esse segundo tipo esta presente em pessoas como o George W. Bush, nas pessoas que controlam a Wall Street, etc. Estou em duvida quanto ao mesmo comportamento continuar presente na Casa Branca durante o governo do presidente Obama.!

O que eles ja fizeram e continuam fazendo parece ser um tipo de comportamento covarde. Parece nao quererem vida pacifica para eles proprios. Entao, transformam a vida dos outros em um inferno. Parece que eles pensam assim, ja que eu tenho que me ir, melhor eh carregar todo mundo comigo. Sozinho eu nao quero.

Nao culpo ninguem por estar programado para o suicidio. Penso que cada e todos nos guarda um plano secreto de contingencia de vida. A maioria apenas jamais ira usa-lo porque a vida sempre andara como pode e nao como a gente a deseja. Se eu pudesse dizer algo `as pessoas que estao nessa situacao, eu falaria isto: nao interessa o quao grande o problema que voce esta enfrentando lhe pareca, se voce der tempo ao tempo o problema ira passar por ele mesmo. Pense nalgum problema que voce tinha ha 10 anos atras. Possivelmente voce nem sequer se lembre dele. Mas se voce tentar contra sua propria vida e conseguir este objetivo, sera uma decisao da qual voce nao podera se arrepender porque eh uma decisao sem volta. Nao tente tomar decisoes definitivas em tempo de crise. Ninguem eh perfeito. Um julgamento ruim pode induzi-lo a criar um grande problema de uma situacao sem problema algum. Seja mais paciente.

A gente dar alguma interpretacao aos numeros mostrados no relatorio da AFSP e `as causas gerais de suicidio. Estas conclusoes nao foram baseadas em pesquisas apropriadas mas sim fruto das minhas proprias observacoes da vida moderna. No meu ponto de vista, as pessoas nas sociedades ditas primitivas se ajustam `as condicoes que o mundo oferece a elas. O ideal delas eh buscar a felicidade. Felicidade pode ser encontrada em coisas simples como familia, amizade, etc. “Busca pela felicidade” eh uma das respostas para a questao: “Quais sao dois entre os direitos estipulados na Declaracao da Independencia?” dos Estados Unidos.

Atualmente, nossa sociedade esta baseada em possuir as coisas. As pessoas estao passando a vida inteira procurando ter. Isso inclui ter outras pessoas para elas proprias. Para isso elas estao sacrificando as coisas simples da vida e nunca encontram satisfacao naquilo que fazem. Desta forma, a depressao se torna inevitavel e o que vem a acontecer depois serao apenas as consequencias.

Talvez isso explique porque muito mais mulheres tentam o suicidio. Apesar da emancipacao feminina no seculo passado nos continuamos levando um estilo de vida de orientacao machista. Sera preciso entender que homens estao competindo contra os outros desde milhares de anos atras. As mulheres sempre estiveram presentes mas a natureza nos colocou na linha de frente dos riscos. E nos aprendermos a ser mais agressivos com isso. Algumas vezes, irracionalmente agressivos. Em consequencia disso, mulheres mais afeitas `a racionalidade sofrerao maiores pressoes neste mundo de orientacao machista.

Geralmente, as pessoas leigas atribuem aos povos antigos e ao pessoal sem educacao escolar algum tipo de inferioridade. As pessoas olham para outras e pensam: Como eles podem ter vida alguma? Eles andam ao inves de ir de carro! Eles inclusive nao usam aparelhos eletricos, nem assistem televisao! A vida deles so pode ser terrivel! Porem, o que os leigos nao sabem eh o quanto mais os “povos primitivos” riem e gargalham. Nem o quanto mais eles se ajudam uns aos outros.

A gente imagina que a vida que nos estamos levando agora eh a melhor desde o surgimento da pessoa humana na Terra. O problema esta ai, a quantidade de avancos deveria traduzir-se em mais tempo para o lazer, mais tempo para o amor e, especialmente, mais dinheiro na carteiro de todo mundo. Porem, o que a gente ta sempre encontrando sao mais e mais contas a pagar, menos e menos tempo de qualidade com a familia. Seguindo assim eu nao penso que nos estejamos no caminho para o Ceu. Nos estamos mais no caminho para o Juizo Final.

Em capitulo posterior tenho a intencao de escrever alguma coisa a respeito de pessoas sem educacao escolar e imigrante sem documentos perseguidas que comprovam que tais suposicoes nao tem fundamento algum em verdade.

03. UM BOCADINHO A RESPEITO DE GENEALOGIA HUMANA

Ouvi de uma pessoa leiga isso: “Voce eh parente de alguem somente ate ao quarto grau.” Para mim isso eh um pouco complicado explicar no ingles exato. Mas o que ela pensava era alguma coisa assim. Voce nao precisa considerar como parente aos seus primos se o ancestral comum de voces for seus bisavos ou geracoes anteriores. Nao sei de onde ela tirou essa ideia errada. Ela mencionou algo a respeito de religiao, no que penso existir a possibilidade de engano, ou referencia medica, no que eu duvido. A verdade eh muito diferente.

Tenho estudado a genealogia da minha familia. Portanto tenho uma boa ideia do que vou dizer. Tambem sou medico veterinario cursado e tenho o diploma como medico dos animais. Uma disciplina em que tive dificuldades foi justamente uma com o tema: Melhoramento Animal. Eh algo que envolve genetica e ensina como fazer as vacas produzirem mais leite, galinhas botar mais ovos, etc. Eh verdade, eu tive dificuldade em concluir o curso porque matematica esta envolvida nele e eu nunca fui bom em memorizacao de formulas. Sempre preferi resolver os problemas atraves da racionalizacao. Ter dificuldade, neste caso, nao implica que nao aprendi. Algumas vezes a gente aprende melhor quando erra e revisa os erros. E foi isso que fiz.

Muito antes da Historia alguns fatos da genealogia ja eram verdadeiros. Mesmo genealogia nao sendo ainda pensada. E quando ela comecou a ser usada muito erros foram cometidos. Mesmo agora a primeira coisa que nos pensamos a respeito de genealogia que nos vimos da familia so nosso sobrenome. Esta eh uma das ideias erradas que os leigos tem com respeito a genealogia. Normalmente, o seu sobrenome vem do seu pai, que herdou do pai dele e assim por diante. Mas isso so eh verdade se voce estiver pensando na sua linhagem paterna. E isso pode valer pouco ou nada, geneticamente falando.

A gente sabe que, metade mais um pouquinho da nossa genetica vem da nossa mae, e o resto do nosso pai. Dai voce precisa saber disso: se o seu bisavo casou com uma mulher sem parentesco com ele, os seus avos serao praticamente meio-a-meio. Se o seu avo se casou com outra mulher tambem sem parentesco com ele, o seu pai sera 1/4 de qualquer coisa que seu bisavo era. Ainda, se sua mae nao tiver parentesco algum com seu pai, voce recebera apenas 1/8 da parte do seu bisavo. Mesmo assim voce podera ter o sobrenome dele. E ainda podera passa-lo para seus filhos, para os filhos dos filhos e assim vai. Apesar dos seus netos poderem herdar quase nada do seu bisavo.

Se voce eh um leigo, possivelmente voce sabe que tem pai e mae. E tambem que cada um deles tem mae e pai. Entao, voce tem quatro avos. O que voce espera eh que tenha 8 bisavos. E a coisa anda assim, em cada geracao anterior `a sua espera-se que se dobre o numero de seus ancestrais. Entao, se voce esta disposto a fazer um pequeno exercicio, pegue uma calculadora e multiplique 2 X 2 e continue multiplicando os resultados por dois ate chegar `a 33a. geracao. Se voce for persistente em fazer isso ira aprender que, na 33a. geracao anterior `a sua voce eh suposto ter 8.589.934.592 ancestrais. Eh muito para voce? Na proxima geracao voce tem direito a mais de 17 bilhoes. E por ai segue.

O tempo! O tempo eh mais que precioso. Se calcularmos a grosso modo como media, 30 anos entre uma geracao e outra, no final da 33a. geracao terao se passado 1.000 anos. Isso quer dizer que ha 1.000 anos atras voce era suposto ter mais de 8.5 bilhoes de ancestrais, somente da 33a. geracao isoladamente e nao a adicao de todas. Agora eu digo isso a voce, se voce nao tiver alguem ocupando cada um desses lugares voce nao existe. Voce que sabe algo a respeito dos dados populacionais de 1.000 anos atras deve perguntar: Mas como? Ha mil anos atras nao havia gente o suficiente. Mesmo hoje o total da populacao no mundo eh inferior a 7 bilhoes.

Essa questao tem resposta simples. Assim acontece porque alguns dos seus ancestrais daquela geracao sao muitas e muitas vezes seu ancestrais. Possivelmente alguns sao milhoes de vezes e essa eh a razao de voce existir, apesar do numero inferior de ancestrais em relacao ao esperado.

Porem o problema eh bem maior. Se voce fizer o calculo oposto, encontrara o mesmo numero. O que eu quero dizer eh isso, suponha que voce tenha dois filhos. E cada um deles tenha dois filhos. Tambem que seus quatro netos tenham, cada um, dois filhos, assim por diante, ate chegar `a 33a. geracao. Eh esperado que voce tenha mais de 8.5 bilhoes de descendentes somente daquela geracao. Isso significa que, se voce tivesse nascido ha 1.000 anos atras, voce era suposto ter, pelo menos, aquele numero de descendentes. Porem, se nao existe numero suficiente de pessoas na Terra, para onde elas foram?! Isso eh simples de responder.

Se os seus netos, ao contrario de se casarem com alguem diferente da familia se casarem com eles proprios voce nao tera 8 bisnetos como esperado mas somente 4. Estou pensando no caso de voce ter 2 netas e 2 netos. Para que voce tenha o numero esperado de bisnetos eles precisarao ter 4 filhos para cada casal formado. Toda vez que um primo se casa com outro nossa multiplicacao eh esperada cair. Quanto mais as geracoes se passam e primos se casam com primos repetidamente, a media de filhos para manter nossas expectativas precisa ser cada vez maior. Em alguns casos seria preciso que alguns casais tivessem milhares ou milhoes de filhos, e isso ainda nao eh algo facil para o ser humano.

A verdade eh essa, os seus ancestrais nao preencheram repetidamente os lugares como seus ancestrais apenas. Eles fazem o mesmo para um numero enorme de pessoas. Essas sao mais ou menos suas primas, mesmo que nao as conheca. Deixa eu te dizer isso, mesmo que voce tenha 10.000 casais de ancestrais de 1.000 anos atras, o que eh apenas uma fracao do que esperamos, voce pode estar caindo em uma armadilha genetica. Isso sera porque os seus 10.000 casais de ancestrais poderao ja ser parentes proximos. O que nos tem protegido contra a extincao eh a migracao e a multiplicacao sem limites. Agora, a migracao sozinha e os casamentos entre as linhagens diferentes sao o melhor caminho para evitar a nosso extincao.

Vamos simplificar as coisas, saiba isso. Se ha 300 anos, na decima geracao antes da nossa, um casal de nossos ancestrais teve 10 filhos e todos se casaram, e tambem tiveram 10 filhos seguindo assim ate antes da nossa geracao. Tambem, que nenhum descendente do casal tenha casado com outro, entao, ele era suposto ter 10 bilhoes de descendentes, somente da nossa geracao. Isso nao eh legal? Como o povo antigamente tinha filhos de acordo como a natureza permitia, nos somos supostos ter, pelo menos, um casal de ancestrais comuns daquela geracao com todo e qualquer de nossos vizinhos.

Mas as coisas nao sao tao simples. Nem todo mundo naquele tempo teve tantos filhos. Muitos de nossos tios e tias nunca tiveram filhos. Mesmo assim, o esperado eh isso, todos os casais de outrora que tiveram alguns filhos que se casaram e tiveram seus proprios filhos ate a nossa geracao provavelmente sao ancestrais de milhares, talvez ate 1 milhao de pessoas. E nao estou falando a respeito dos poligamistas.

Tai, quando algum site de genealogia anuncia que alguma personalidade descobriu ser parente de algum personagem historico atraves do site eh porque estao usando a popularidade da personalidade para levar vantagem no obvio. Se qualquer um buscar seus ancestrais, mesmo sem se sentir uma pessoa de respeito e, naturalmente, com um pouquinho de sorte porque muitos de nossos ancestrais nao nos passaram seus dados, voce provavelmente encontrara alguma personalidade historica como ancestral. Tambem, as pessoas atuais que sao ditas personalidades sao, provavelmente, seus primos. Alguem disse uma vez a respeito da minha familia: “Nos procedemos do sangue dos REis e os Reis provem do nosso sangue.” E isso eh absolutamente verdadeiro para todos nos.

Esta eh uma das razoes que me fez comecar a estudar nossa genealogia. Nao estou exatamente interessado em identificar reis na minha lista de ancestrais. Estou interessado na propria Historia. Tambem, quando eu encontrar qualquer personalidade como minha ancestral estarei mais interessado em conhecer melhor a Historia dela. E isso deveria ser considerado util para todos e nao para poucos.

As pessoas costumam dizer isso: “A Historia sempre se repete.” Estou certo que nao. Historia nada faz por si mesma. Pessoas repetem seus repetem seus proprios erros muitas vezes, porque ignoram a Historia. Conhecer a Historia nao eh um hobby para excentricos mas sim uma forma de defesa propria.

Outra razao que faz a genealogia tornar-se importante para mim esta nas implicacoes medicas dela. Apesar da gente saber tanto a respeito de genetica hoje eu penso que as mas consequencias de nossa relacao familiar estreita com a maior parte da humanidade tem sido totalmente ignoradas pelos governos. Entao, imagino que as pessoas deveriam conhecer melhor sobre isso para previnirem-se contra um possivel futuro colapso de nossa sociedade. Desde que a gente aprendeu que nao deveriamos ter tantos filhos quanto nossos ancestrais porque nosso planeta eh limitado, nos precisamos procurar nao ter filhos com problemas previsiveis. Nossos ancestrais podiam se dar ao luxo de ter tantos filhos quanto quizessem porque uns cuidavam dos outros mas se nos tivermos um filho com saude e outro sem ela, o problema tornar-se-a maior por causa da familia menor. Pense, e se as duas criancas tiverem problemas?!…

Entao, quando alguem diz que nos somos parentes de outra pessoa baseado no numero de geracoes eh porque ele ou ela nada sabe de genetica. O que acontece eh que nossa vida eh muito limitada quando consideramos o tempo como um todo. Temos o privilegio de conhecer um numero muito pequeno de geracoes dos nossos parentes mais intimos. Algumas vezes nos consideramos melhor algumas pessoas menos parentas nossas que outras mais proximas porque a gente eh guiado pela ideia errada de que, parentes sao aqueles que a gente conhece.

Baseado no que eu sei de genetica e manejamento animal eu posso dizer isso: humanos se parecem mais com galinhas de granja.

Falo isso com consciencia. A maioria das pessoas nem imagina como os cientistas criaram as linhagens de galinha para fornecer ovos ou carne. O que eles fizeram primeiro foi selecionar aquelas que ja botavam ou que cresciam mais rapida e naturalmente. Dai fizeram o cruzamento das mais produtivas umas com as outras. Fizeram isso repetidamente por anos a fio. Fizeram ate o cruzamento entre maes com filhos e pais com filhas.

Quanto conseguiram o que queriam, isto eh, uma linhagem que puzesse mais ovos ou crescia mais rapido, comercializaram-nas. Mas eles guardam seus segredos. Eles desemvolveram pelo menos duas linhagens para cada marca. O que voce encontra no mercado eh o cruzamento das duas. Se voce tentar comecar seu negocio a partir das galinhas que voce pode comprar vivas, elas nao serao tao produtivas como as originais. A menos que voce saiba repetir os experimentos deles e isso ira tomar tempo e dinheiro seus. Para que voce abra um negocio nessa area, voce precisa fazer parcerias com eles. Neste caso, voce ficara com o trabalho e eles partilharam contigo o dinheiro que voce ganhar. Isso eh negocio, eh o que eles dizem!

Mas o que tal pesquisa tambem levou `as galinhas de granja foi isso: elas sao muitisso susceptiveis a doencas e problemas geneticos. Tambem, o manejo ao qual as galinhas estao sujeitas, vivendo em espaco minimo, pode fazer a disseminacao das doencas em um piscar de olhos. Eh por isso que as galinhas de granja precisam de muitas vacinas e antibioticos adicionados em sua alimentacao. Se voce for visitar uma granja de ovos ou carne os donos te pedirao para vestir uma roupa propria que protegera contras as contaminacoes que voce podera levar, mesmo que nao saiba disso.

`A medida que nosso conhecimento genetico avanca temos aprendido a ler o que esta escrito na sequencia de DNA. E, logo apos aos primeiros resultados, os cientistas ficaram assombrados ao descobrir a semelhanca da escrita entre todos nos. Nao faz diferenca se for um esquimo, um caucasiano, um nativo sulafricano ou aborigene. Em nosso DNA somos mesmo como as galinhas de granja.

Se isso eh verdade, por que temos tantas diferencas em nossa aparencia? Talvez eu possa explicar isso. Nas vidas primitivas fomos treinados para observar mais as diferencas. Ver as semelhancas nao tinha tanta importancia. Isso esta relacionado ao nosso meio. Existe um exemplo facil disso no Brasil. Algumas plantas foram usadas como base na alimentacao dos povos. Os orientais tiveram o arroz. Os mediorientais tinham o trigo. Os norte americanos e os sul americanos ocidentais tiveram o milho. Os brasileiros, a mandioca (Manihot utilissima).

Ela eh uma raiz parecida com a batata mas com mais fibras e muito amido. Existem muitos jeitos de conzinha-la. Alguns sao deliciosos. Mas a mandioca tem sua irma gemea. Brasileiros a chamam de mandioca brava. Em ingles poderiamos chama-la de wild mandioca. A mandioca brava tem contem um dos venenos mais efetivos. Ela tem cianidro. Um pedacinho da planta em seu estomago e voce vira historia. Entao, conhecer a diferenca entre elas era uma questao de vida ou morte.

Mandioca pode fornece uma grande quantidade de comida em sua mesa em uma pequena area de cultivo. Ate a mandioca mansa pode conter cianidro suficiente para matar qualquer um ou coisa que come-la. A boa novidade eh que, cozinha-la faz evaporar o veneno. Brasileiros usam-na in natura para tratar do gado apesar do veneno. Eles aprenderam que se ela for fatiada e exposta ao sol ficara limpa. Entao assim se faz antes de tratar-se das vacas.

A parte mais venenosa da planta sao as folhas. Contudo, um grupo inteligente de pesquisadores desenvolveram um suplemento alimentar baseado em folhas de mandioca. Isso eh usado para enriquecer alimentos pouco nutritivos. Uma quantidade diaria pequena do suplemento na comida fraca em nutrientes pode rapidamente trazer saude para criancas com deficiencias nutricionais. O segredo esta em retirar o feneno antes da folha virar alimento.

E essas coisas foram aprendidas dos chamados nativos brasileiros primitivos. Agora eu posso tracar uma relacao entre as folhas de mandioca e os imigrantes sem documentos. Se voce tenta olha-los com menos preconceito voce pode esquecer tudo o que lhe parece veneno e transforma-los num futuro glorioso para os Estados Unidos. Quanto a isso eu tenho certeza, o veneno esta nos olhos das pessoas que sao preconceituosas e nao nos proprios imigrantes sem documentos. Depois eu falarei mais a respeito desse assunto.

Os preconceituosos foram inteligentes ao detectarem os que lhes sao diferentes na face mas nao o suficiente para separar a diferenca que prejudica da diferenca sem malicia.

Existem todo tipo de exemplos destas coisas em todos os lugares. No mundo inteiro as pessoas tinham que reparar cuidadosamente na paisagem, antes de sair das cavernas. Predadores sao conhecidos pela habilidade de misturarem-se aos meios e nao serem detectados. Quem nao tinha a habilidade de identificar as diferencas nao teve chance de passar heranca genetica a nos.

Mas o problema nao existe porque somos tao diferentes uns dos outros. Algumas vezes, ainda no Brasil, eu fui confundido com meus primos. Inclusive nos Estados Unidos e comum pessoas me olharem e pensarem estar diante de um americano de origem europeia. Isso pode parecer loucura. Mas eu pretendo retornar a isso posteriormente. Os meus parentes proximos que me viam constantemente nunca me confundiram com outra pessoa. Mas aqueles que me viam menos sempre cometiam algum erro. Mesmo parentes proximos que me viam pouco faziam isso.

Isso pode ser facilmente verificado por pais de gemeos identicos. Se sao identicos, como se saber suas diferencas? Diferencas minimas sao a resposta. Voce precisa todos os seus sensos em alerta para encontra-las. E esta habilidade todo mundo tem mas tambem podemos ser treinados para apurar nossos sentidos. Dependendo da cultura em que vivemos isso pode ser direcionado para incentivar o preconceito contra os diferentes. Preconceito nao eh uma habilidade natural ou racional. Eh aprendido por defeitos nas culturas.

Talvez, desgotar de algo diferente nao eh um preconceito intencional. Pode ser somente uma reacao natural aprendida nos milenios. O que se transforma em preconceito intencional eh a pessoa comecar a lutar contra a razao. Fazendo uma analogia, quando a pessoa comeca a ver a diferenca na pele do seu vizinho sabendo que isso nao eh nenhum sinal de perigo mas ela se acomoda na primeira impressao, mantendo aceso o sinal de alerta e ate cometendo atos contra o vizinho como se ele realmente estivesse ameacando sua vida ou suas posses.

Todavia, cor da pele eh algo vinculado ao meio. A pessoa tem pele escura por causa da habilidade dela de viver em ambientes quentes, tropicais ou equatoriais. Eh somente uma proteina que quase todos temos a habilidade de produzir. Ela tem o nome de melanina. Ela serve como protetor solar natural. Voce ter a pele mais clara so significa que seus ancestrais viveram por um tempo longo num ambiente menos luminoso. Assim, eles foram forcados pela selecao natural a permitirem uma quantidade maior de luz passar pela pela para que pudessem produzir vitamina D.

O problema eh que `as vezes uma coisa boa leva a certos efeitos colaterais. Se alguem que tem pele clara acompanhada de olhos azuis pensa que isso seja uma grande vantagem, pode tirar o cavalinho da chuva. Olhos azuis significam falta de melanina na iris ocular. Isso nao te atrapalha a visao mas pode causar-lhe cataratas nos olhos, se voce tem a tendencia para esse mal, mais cedo se voce se expuzer muito ao sol.

Se um povo de pele clara estiver sujeito a um ambiente quente por milhares de geracoes e sob a influencia da selecao natural, no final, todo e qualquer descendente dele tera pele mais escura. O mesmo eh verdadeiro para pessoas de pele mais escura que for sujeito a condicoes parecidas ao do Polo Norte. Se eles se recusarem a evoluir numa forma apropriada, eles virarao historia. Assim sera a menos que os de pele escuro encontrem outra fonte de vitamina D, como as pilulas e os de pele clara comecarem a usar bloqueadores solares naturais. Outra alternativa para os de pele clara seria adaptarem-se a ter somente atividade noturna e dormirem durante o dia.

As pessoas preconceituosas tem inteligencia suficiente para perceberem as diferencas mas nao tanto para serem capazes de serem ou fazerem diferente. Posteriormente eu voltarei a esse assunto.

04. O QUE EH SER UM EUROPEU?

Possivelmente, ate os americanos sabem que europeu eh alguem que nasceu na Europa. Mesmo nao sabendo exatamente o que ou onde a Europa eh. Nao falo isso por mim mesmo apenas estou criticando a mim mesmo porque o mundo inteiro conhece a ignorancia geografica americana. Talvez fosse melhor eu chamar este capitulo de: De Onde Surgiram os Europeus? Esta eh uma questao mais interessante.

Primeiro de tudo, nao apenas europeus mas toda a raca humana veio da Africa. Se voce nao acredita nisso e puder provar erro nessa afirmacao, provavelmente ira ganhar o premio Nobel logo depois de tornar publico este seu conhecimento novo.

Algumas vezes vejo pessoas revoltadas contra esta e outras teorias cientificas porque nao gostam ou elas parecem contradizer credos religiosos antigos. Tambem vejo as mesmas pessoas assistindo tv, acreditando que algumas imagens foram geradas no Japao e quase instanteamente podem ser vistas nos Estados Unidos. Tambem tem a capacidade de acreditar em medicos retirando o coracao do seu peito, fazendo nele alguma cirurgia, e reimplantando para que voce tenha uma chance nova de vida. Nao importa. Tudo isso so eh possivel por causa do conhecimento cientifico acumulado pelos cientistas.

Eu sei muito bem que cientistas cometem erros todos os dias. Nao vejo problema nisso. Todos os cometemos. Estao na natureza humana. Isso se torna problema quando alguem os comete e nao aprende nada com isso. E esta eh uma razao de precisarmos que alguns de nos conhecam a Historia Humana melhor para assim, identificando os erros, tentar evitar repeti-los. Um exemplo disso foi que aqui nos Estados Unidos a populacao estava aprendendo a contornar os preconceitos mas parece que essa doenca foi capaz de reinventar ela mesma e esta rapidamente superando a boa vontade de parte da populacao. Agora voltou. E esta mais forte que antes.

Entao, fica muito conveniente acreditar em alguns dizeres cientificos mas nao nisso: todos os humanos tem origem na Africa. Tambem: todo e cada um dos humanos sao parentes proximos uns dos outros. Nao sei o que leva as pessoas a agirem assim mas estou absolutamente certo da presenca de preconceito em decidir negar isso.

Da Africa sairam diversas especies de humanos. Mas todas, exceto pelo Homo Sapiens sapiens, foram extintas. Os cientistas atribuem a nossa permanencia `a nossa abilidade de nos adaptarmos. Adaptacao pode ser traduzida como capacidade em resolver problemas. Nao como na matematica mas eh parecido. Nem sempre isso depende da nossa vontade. Por exemplo, isso acontece quando encontramos uma situacao de epidemia quando uma nova doenca elimina a maioria mas alguns sobrevivem porque eles tem uma defesa natural contra o agente em questao.

Assim, os sobreviventes transmitem para sua descendencia essa capacidade. Temos muitos exemplos de adaptacoes na pessoa humana. Nos vivemos em quase todo tipo de clima na Terra e isso so eh possivel porque somos capazes de modificar nossos corpos de acordo com cada ambiente. Mas eh preciso afirmar isso tambem: “Devagar com o andor porque o santo eh de barro.” Sera preciso tomar cuidado para nao se cometer erros. Algumas adaptacoes precisam de tempo para se tornarem efetivas e ninguem esta preparado para todas as mudancas grandes e repentinas.

Voltemos entao ao nosso assunto. Da Africa nos viemos. E alguns migraram para uma area entre os Mares Negro e Caspio. Esta regiao eh chamada de Caucaso. E este primeiro grupo de pessoas que morou la foi chamada caucasiana. O caucasiano multiplicou-se ali e, possivelmente, nas adjacencias ate 75.000 anos atras. Por volta dessa data eh bem conhecido que um supervulcao entrou em erupcao na Indonesia. Cientistas nao estao certos se so isso ou mais alguma coisa foi responsavel por comecar a nova Era Glacial.

A teoria cientifica diz que, o supervulcao entrou em erupcao e lancou tanta poeira e gas na atmosfera que isso bloqueou uma parte da luz solar. E esta poluicao ficou la por um tempo suficiente para baixar as temperaturas medias na Terra por alguns anos. E isso induziu a natureza a continuar produzindo neve sem derrete-la. Quando a atmosfera voltou a ficar limpa a luz solar voltou mas ela era refletida pela superficie branca maior da Terra. Nos sabemos que superficies brancas refletem luz e escuras absorvem. Entao a Terra entrou num ciclo vicioso sem retorno.

Quanto mais a temperatura caia mais neve vinha. Maior ficava a superficie branca. Mais luz solar era refletida. Ai os invernos ficaram maiores e mais frios. Desde 70.000 anos atras, os cientistas podem detectar o sinal claro de que a Terra estava de novo em nova Era Glacial. Ciclos de menores e maiores temperaturas deixam sinais na paisagem terrestre.

Nosso planeta funciona exatamente como num livro onde as paginas sao as camadas de sedimentos. Se a gente nao retirar a poeira de nossa casa por um ano a gente pode imaginar aonde isso vai levar. A Terra funciona da mesma maneira. O que acontece na superficie por milhares de anos eh transformado em sedimentos nos fundos dos lagos e oceanos. Se isso ficar por muito tempo sob pressao pode ficar duro como pedra. E as camadas podem ser distinguidas umas das outras dependendo do clima em que foram formadas. E o tempo em que foram formadas pode ser medido por atomos presentes no material.

Entao, `a medida que o planeta esfriava menos alimentos ficaram disponiveis para os animais, incluindo humanos. Nos estivemos a um passo da extincao. Um cientista disse uma vez que eles tinham calculado em cerca de 1.500 pessoas vivas pouco tempo depois da erupcao do supervulcao. Agora, alguns animais selvagens estao retornando dessa condicao com a ajuda de fundacoes de protecao aos animais. Humanos nao tinham a quem recorrer senao `a sua propria adaptabilidade. Mas tambem usaram inteligencia.

Agora voce precisa tirar uma boa licao disso. Naquele tempo nos tinhamos pelo menos duas linhagenes de Homo Sapiens sapiens, uma o africano e outra o caucasiano, debatendo-se para manter a especie no cenario terrestre. Mesmo a cultura Neanthertal conseguiu isso, enquanto pode. Isso eh prova de que, alguns de nos, nao importa de qual origem, fomos feitos para ficar. E todos nos que vivemos hoje somos simbolos dessa resistencia herdada de nossos ancestrais.

Contudo, todos nos temos que pensar nisso e tentar responder essa questao simples: se um desastre igual acontecer em nosso tempo como faremos para manter nossas vidas e passar `a nossa descendencia a prova da nossa existencia? Quando isso acontecer de novo, possivelmente, mais de 90% de nos nao sobrevivera. E a unica forma de tentar manter nossos gens por mais um milhao de anos eh aconselhar nossos filhos: misturem-se o maximo possivel e digam o mesmo para seus filhos e netos. Ame a multiplicidade e esqueca qualquer preconceito racial aprendido dos seus ancestrais. Ser racialmente puro eh arriscar-se desnecessariamente.

Ao inves de dizer se, sera melhor dizer: quando o ser humano voltar a uma situacao de quase extincao as primeiras vitimas serao as galinhas de granja. Infelizmente, os cientistas ja sabem que muitos dos desastres imensos que ocorreram no passado voltarao a ocorrer e isso nao eh uma questao de se e sim de quando. Essa resposta ninguem sabe. Quando as galinhas de granja se virem forcadas a viver do que a natureza oferece nao serao capazes de viver por causa das modificacoes que os cientistas fizeram nelas, que as fizeram totalmente dependentes do ser humano. Pode ser que o mesmo aconteca ao proprio ser humano porque agora quase ninguem saberia viver das condicoes naturais. Para piorar, a desordem que a erupcao de um supervulcao traria pode alterar a propria natureza de uma maneira que poucas coisas naturais sobreviverao para manter vida sustentavel.

Veio do Polo Norte um paredao de gelo. Como camadas apos camadas de neve se juntavam, isso ficava pesado demais. Entao, a pressao fez a glaciacao andar na direcao de lugares subtropicais. Em passos de preguicas, ano apos anos apos anos, isso tomou conta da paisagem. Humanos foram inteligentes o suficiente para saber que tinham que buscar abrigos em lugares mais mornos. E eles foram tangidos em direcao ao sul. A populacao se dividiu em grupos que acabaram no Sul da India, provavelmente no Oriente Medio e pelo caminho ate a Penisula Iberica. Isso eh o mesmo que dizer Espanha e Portugal.

Deixem que eu tome por emprestimo a definicao do Webster’s II New Riverside Dictionary – Revised Edition – a definicao de caucasiano: “Eh o estabelecido como classificacao racial humana definida pela cor de pele variando entre branca ate morena que inclui povos nativos da Europa, Norte da Africa, Asia Ocidental e India. – no. 1: Nativo ou habitante do Caucaso. 2: Um membro da classificacao racial caucasiana.”

O que ha de errado na definicao? Primeiramente agora sabemos que humanos nao podem ser classificados por racas. Sim! Para que a gente dividisse humanos em grupos de racas nos precisavamos uma certa quantidade de diferencas acumuladas nalguns grupos sendo isso verificavel em nosso DNA, mas nao temos diferencas suficientes nele. Nos somos parecidos demais, equiparaveis a galinhas de granja. A cor da pele nao pode ser usada em nosso caso. Os caucasianos nao variam a cor da pele de branca a morena. Indo a alguns lugares na India nos podemos verificar que a pele deles varia desde o branco ate ao preto, e nao para no moreno.

Outra “cosita mas”, caucasianos foram os primeiros habitantes da America do Norte e a presenca deles aqui ja foi medida em, pelo menos, 17.000 anos atras. E este foi um dos grandes erros cometidos por cientistas ao longo da Historia. Os mais antigos teorizaram que humanos nao teriam a capacidade de sair da Asia a nao ser a pe e por volta de 7.000 anos atras quando o degelo da Era Glacial produziu uma passagem natural da Russia ate `as Grandes Planicies nos Estados Unidos. Eles tambem levantaram a teoria de que a populacao asiatica foi a primeira a chegar `as Americas porque os europeus no tempo das Grandes Descobertas encontraram apenas asiaticos aqui.

Agora eh largamente conhecido que, muito antes, causianos ja haviam morado aqui. Porem, eh possivel que os caucasianos norte-americanos foram extintos mesmo antes dos asiaticos chegarem. Ninguem sabe ainda ao certo. A fauna gigante que existiu na America do Norte durante a Era Glacial tambem foi extinta. Tigre-dente-de-sabre, mamutes, preguica gigante e tatus do tamanho de um carro viveram na America do Norte enquanto nao veio uma catastrofe que extinguiu a fauna gigante. O que a gente sabe com certeza eh isso: humanos estavam aqui milhares de anos antes da passagem entre Asia e America do Norte ser aberta. Os asiaticos podem ser um deles.

Outro detalhe eh este: as caracteristicas da populacao asiatica comecam a aparecer nos sedimentos apenas de 25.000 anos para ca. O que isso sugere eh que, eles sairam de uma familia caucasiana que primeiro vivia na Mongolia. De la eles multiplicaram e se espalharam atraves da Asia, ilhas do Pacifico e Americas. O Japao eh um bom exemplo da presenca dos dois. Pessoas completamente caucasianas viviam la ate 2.000 anos atras quando os asiaticos chegaram. Inclusive no inicio do seculo XX ainda existia uma populacao pequena de caucasianos la mas ela foi absorvida pelo numero muito maior de pessoas com o visual asiatico.

Mais uma informacao extra. Os primeiros sulamericanos nao foram caucasianos nem asiaticos. Eles pareciam mais com os africanos. Isso eh visto no esqueleto encontrado na cidade de Santa Luzia, Minas Gerais, Brasil. Mais velho que 10.000 anos, esse fossil foi revivido atraves de tecnicas de reconstituicao policial e tinha a fisionomia africana ou aborigene. E se deres uma olhadinha no Mapa Mundi pode imaginar logo: se o gelo estava tao presente no Norte do Globo eh possivel que estivesse mais presente ainda no Sul. Isso porque nao temos terras no Polo Norte e no Polo Sul temos um continente inteiro.

Cientistas mais velhos tendiam a ignorar o quanto humanos sao inventivos. Assim, eles nao gostam de imaginar que ninguem antes de 10.000 anos atras pudesse navegar longas distancias ou usar a beira das geleiras para fazer isso. Mas a beira do gelo do Polo Sul poderia ser muito atrativa para os africanos, por causa da abundancia de alimentos. Na Era Glacial ela estava muito mais proxima da Africa do Sul e as pessoas de la poderiam navegar ate `a beira da calota polar e, indo atras da comida ou por simples acidente, pode ter acabado descobrindo a Australia e a America do Sul.

Mas em umas partes do ano o clima nao era amistoso aos humanos por la, entao, eles tinham que voltar para o norte. E isso poderia explicar como o aborigene chegou `a Australia e ao Brasil. Dai eles andaram muito, muito longe do Polo Sul. Eu indico uma pagina na internet para que possam tirar uma conclusao melhor. Ele eh: http://www.andaman.org/BOOK/chapter54/text-PedraFurada/text-PedraFurada.htm. Trata-se do trabalho da professora Niede Guidon no Brasil. Ali se explica a presenca de sinais de que o ser humano habita a America do Sul desde antes de 36.000 anos atras. Talvez ate 50.000 como a professora acredita.

OBS: Indo diretamente `a pagina acima voce ira encontrar um texto em ingles. Portanto, quem nao conhecer a lingua podera buscar textos similares na Internet. Basta consultar o seu provedor usando o nome da professora Niede Guidon e a localidade Pedra Furada como referencias.

Talvez existam outras possibilidades de como explicar a presenca do ser humana na America do Sul em tempos anteriores que acreditavamos. Pegando o mapa atual voce nao vera exatamente o que era 50.000 anos atras porque as ilhas pequenas eram maiores e o espaco entre continentes eram menores. Mesmo assim a distancia entre eles era grande demais para navega-la em barcos primitivos. Apesar da distancia entre o Nordeste Brasileiro e a Africa Ocidental ser a menor, penso que a viagem via Atlantico Sul eh a mais provavel de ter acontecido porque o gelo poderia servir como referencia do para onde seguir.

Voltemos ao assunto principal desse capitulo. Por volta de 40.000 anos atras, Espanha e Portugal eram os melhores lugares na Europa para pessoas viverem o ano inteiro apesar do frio. O mesmo grupo de pessoas conseguiu transpor o Gilbratar e morar no Norte da Africa. Naquele tempo eles estavam enfrentando o momento mais frio da Era Glacial.

Tinha tanta agua transformada em gelo que a beira da glaciacao na linha de Nova Yorque existia uma muralha com um quilometro e meio de altura. A linha que passa em Nova Yorque passa tambem por Portugal, Espanha, Italia e acima da Grecia. Desde que tinhamos menos agua liquida disponivel, o nivel dos oceanos estava bem abaixo do atual. Entao, nas imediacoes das praias de agora nao tinhamos agua. Para irmos `a praia em alguns casos a gente teria que andar uns 150 quilometros dentro dos mares atuais, no seco.

O Mar Negro nem existia. Isso se deu porque o Mar Mediterraneo estava tao baixo que nao havia comunicacao entre eles. No lugar dele nos tinhamos um volume menor de agua doce. Este era alimentado pelos rios em torno. Como a pressao atmosferica eh maior em lugares mais baixos e isso se traduz em temperaturas mais elevadas, naquele tempo, as margens do Mar Negro poderiam ser um bom lugar para se viver. Tambem, uma parte da terra seca da Europa eh agora o fundo dos mares dela. Entao, sera possivel acharmos provas da existencia de civilizacoes primitivas na pre-historia, bastando cavar os sendimentos nos fundos dos mares.

Dai, entre 40.000 e 13.000 anos atras, europeus viviam somente no sul europeu. Por volta do ano 13.000 atras algo aconteceu e o gelo comecou a derreter. Alguns cientistas pensam que gases congelados no fundo dos oceanos podem ter sido queimados numa erupcao vulcanica menor e o gas foi liberado no Atlantico Norte. Houve uma grande producao de CO2 e este tem a capacidade de absorver calor da luz solar para esquentar a atmosfera. A glaciacao entao comecou a mover-se de volta na direcao do Polo Norte. 10.000 anos atras, a grande familia europeia voltou a migrar. Agora em direcao ao norte.

Agora use a imaginacao e faca as ligacoes. Como as pessoas humanas sao capazes de multiplicar-se como eu disse antes, explicando: um casal tendo 2 filhos que terao 2 outros cada um, ate a 33a. geracao, podendo isso chegar a 8.5 bilhoes em apenas 1.000 anos, entao, voce pode lembrar-se que na Peninsula Iberica os europeus se esconderam por 30.000 anos. O que voce pode esperar disso eh que: O primeiro grupo que chegou la ja era, pelo menos, parente. Mas Espanha e Portugal juntos, mais uma area sob os mares, nao sao tao grandes nem tao pequenos. Este grupo estava organizado como numa tribo.

Depois de algum tempo possivelmente eles fossem milhares, porem, continuavam primos. Como havia multiplicacao eles tem que ter se dividido em outras tribos. Mesmo sendo parentes e primos, faz parte dos seres vivos possuirem alguma variabilidade. Um exemplo pratico disso eh meus pais terem tido 9 filhos. Cada um de nos, mesmo sendo muito parecidos, tem sua diferenca. Eu sou o mais alto de todos. Alguns sao menores. A cor da minha pele lembra europeus e um de meus irmaos eh moreno. Alguns tem cabelo encaracolado e outros ondulados. Alguns tem cabelo escuro e outros castanho, embora estes ultimos fossem loiros quando criancas. Se formos olhar cada parte de nossos corpos veremos combinacoes multiplas.

Entao, imaginemos. Se nossos pais fossem reis e decidissem dividir a nacao em 9 reinos para cada um de nos se tornar novo rei ou rainha. Mais, se para a divisao do reino o rei estabelecer que, as pessoas do reino antigo serao divididas por sua aparencia e os mais parecidos com cada nova rainha ou rei devera segui-los, segundo suas similaridades com cada um dos novos soberanos. Neste caso, os maiores, mais parecidos com europeus, de cabelos ondulados etc me seguiriam. O mesmo aconteceria aos outros.

Imaginem agora se as novas tribos fossem mantidas separadas nao apenas por uma geracao mas por milhares de anos. Eh esperado que nossa descendencia parecesse conosco mesmo mas o que ficaria mais visivel seriam nossas diferencas. Iria ser chocante o reencontro numa reuniao de descendentes. Alguns nunca teriam visto povo tao alto em suas vidas. Outros nunca iriam ter visto povo tao moreno. E como eu disse antes, as diferencas fariam tocar os alarmes em muitos. Lembrem-se, nos fomos condicionados pela natureza a enxergar primeiro as diferencas e fazer uma ligacao delas como sendo aviso de perigo.

Uma parte disso foi exatamente o que aconteceu com os europeus. A Historia nao aconteceu exatamente assim porque a populacao abrigada na Peninsula Iberica ha 10.000 anos atras comecou a mover-se para os lugares mais ao norte mas manteve alguma ligacao cultural entre si. A religiao era parecida; eles faziam encontros em alguns determinados pontos para as festas anuais; nao havia superpopulacao e tinham muita terra a conquistar. Tambem, por volta de 7.000 anos atras a costa atlantica funcionava como uma estrada de comercio livre entre o Norte da Africa ate a Escandinavia. Porem, num determinado momento eles se esqueceram totalmente que eram descendentes do mesmo grupo de pessoas.

Antes que eu me esqueca, a comunidade cientifica ainda nao sabe se houve ou nao trocas geneticas entre caucasianos e outra variedade de humanos que viveram desde o Oriente Medio ate os confins da Europa. Eles sao o povo Neanthertal. `A medida que o caucasiano avancou no territorio europeu esse povo foi desaparecendo. Mas nao se tem evidencias suficientes para dizer-se que houve guerra e o Neanthertal foi extinto. O que as evidencias mostram eh que, em alguns casos, eles residiram ao lado um do outro. Ate existe um esqueleto de uma crianca, de 25-28.000 anos atras, encontrado em Portugal, que parece ser um hibrido dessas duas familias humanas. O europeu pode ter um pouquinho de Neanthertal mas nao o suficiente para alguem afirmar isso ainda.

Mesmo que essa possibilidade seja verdadeira, o que eu escrevi antes continua valido porque por volta de 30.000 atras o Neanthertal tinha desaparecido dos sedimentos. Naquele tempo, a populacao europeia estava chegando por ultimo na Espanha e Portugal. Dai as familias reunidas ali fizeram trocas de material genetico entre elas e todo mundo recebeu a mesma heranca. Alguns podem ter um pouquinho a mais que os outros mas nao o suficiente para fazer alguma diferenca.

O que aconteceu depois eh que eh o problema. As civilizacoes humanas comecaram a desenvolver-se ao redor do mundo. Em varios pontos do Mediterraneo nos tivemos os fenicios ou povo do mar. A Grecia veio depois e deu nome ao restante dos europeus de Keltai. Romanos vieram apos e herdaram o mesmo preconceito introduzindo o nome celtae em sua lingua. Em nossa lingua foi traduzido isso para barbaros.

Por que o nome? So porque os barbaros eram povos mais rurais que urbanos. Eles nao tinham sua Historia escrita. Eles levavam a comida `a boca usando facas e nao colheres e garfos. O povo civilizado jamais cometeria uma barbaridade dessa! Ao contrario, o povo civilizado comecou a caca-los e fazer guerra contra eles. Somente porque os civilizados queriam as terras deles, qualquer outra coisa que eles produzissem, e transforma-los em escravos. Foi com intencao como essa que Roma se tornou a toda poderosa do momento.

Roma tornou-se dona de todas as terras em volta do Mediterraneo tornando-o um lago particular. Ela conquistou ate a Inglaterra. O territorio que corresponde a Inglaterra, Franca, Italia, Portugal, Espanha, Grecia eh um pouco do conquistado por Roma. A maioria dos europeus do Norte nao tinham nada que despertasse a cobica romana, exceto por pessoas para serem escravas. Assim, Roma nao conquistou o Norte Europeu, so fez incursoes la para cacar escravos.

E Roma implantou a Pax Romana. Isso significa que quem estava sob a autoridade romana tinha que seguir sua lideranca ou de outra forma poderia ser apagado da existencia. Sob a lideranca romana voce era obrigado a pagar impostos mas nada recebia em retorno. Roma punha as tropas em suas terras com a desculpa de protege-lo contra invasoes estrangeiras mas os soldados eram mesmo usados para oprimi-lo. Ninguem tinha o direito de ter opiniao diferente.

Apesar de ser assim, numa coisa o governo romano era mais democratico. Qualquer um poderia ter sua religiao desde que ela nao representasse nenhum obstaculo aos interesses de Roma. Ate judeus puderam praticar a religiao deles apesar dessa religiao proibi-los de adorar o imperador. A principio, Roma virou-se conta o cristianismo, tendo ou nao razao para isso, mas depois o imperador Constantino fez do cristianismo a religiao oficial do imperio. Mas isso nao foi para o bem. O que ele queria era que todo mundo fosse submisso a ele proprio e aos seguidores dele.

Dai para adiante o imperio desestruturou. O Cristianismo era dividido em varios credos. Constantino queria uma Igreja que o subsidiasse e queria apagar as diferencas. Para tanto ele ordenou que os bispos fizessem um Concilio em Nicea. Apos o Concilio de Nicea foi proclamado o Credo de Nicea que instituia que todo o Imperio era obrigado a tornar-se cristao e seguir o dogma da Trindade segundo o modelo de Nicea. Os opositores `a crendice de Nicea eram os arianos.

Os arianos receberam esse nome mais ou menos na epoca do Concilio de Nicea porque o representante dessa teologia tinha o nome de Arius. A teologia ariana era mais antiga que Arius e por razoes obvias instituia que existe uma Entidade Superior que nao fora criada. E os primeiros cristaos obviamente sabiam que Jesus era uma criatura concebida por esta Entidade. E isso fica muito claro lendo-se as palavras atribuidas ao proprio Jesus em Joao, 14, 28: “…o Pai eh maior que eu…” Sendo assim, nao adianta a gente querer se enganar dizendo que Jesus e Deus sao a Mesma Pessoa porque nem Deus eh Maior que Ele Proprio.

A teologia ariana foi considerada heretica pelo Concilio de Nicea em 325 mas depois foi reaceita mas isso pode ter contribuido para a queda de Roma. Ate Jesus tinha avisado aos seguidores dele a respeito do reino dividido. O que eu pretendo dizer aqui eh isso: eh super importante permitir opinioes diferentes em nosso meio, desde que todos se respeitem, porque nos podemos ser alertados dos nossos erros por outros. Se todo mundo pensar exatamente igual nunca saberiamos quando fomos errados, nos enganos ou fomos falsos.

Quando voce tenta impor aos outros algo que nao eh essencial voce fara inimigos por acoes que nada lhe valem. Em toda ditadura eh essencial existir um grupo de pessoas que se acredita superior e capaz de decidir as melhores solucoes em nome dos outros. Isso nao passa de empafia, o atribuir a si mesmo o destino dos outros ate sem ouvir ou se abrir ao que os outros tambem desejam.

Entao, antes do ano 381 o arianismo era tolerado e Roma foi administrada por imperadores arianos. Eles ate enviaram sacerdores para ensinar o cristianismo ariano aos povos barbaros extra fronteira do imperio. Mas, naquele tempo, no I Concilio de Constantinopla, o arianismo foi considerado heretico outra vez e os seguidores foram perseguidos. Demais para ser apenas uma mera coincidencia, os barbaros liderados pelos godos invadiram e conquistaram o imperio em 411.

O Imperio Romano foi dividido em 2 partes. Os godos ficaram com a propria Roma mas o Imperio do Leste, com a capital em Constantinopla ou Bizantium continuou. Posteriomente ele foi chamado de Imperio Bizantino.

Os godos dividiram suas conquistas em 2 partes. A Europa Ocidental que inclui o centro e o sul frances mais Espanha e Portugal ficou com os visigodos. A Italia e as areas adjacentes com os ostrogodos. Desde o comeco do governo dos Ostrogodos as coisas nao andaram bem. Eles tentaram conciliar coisas como serem estrangeiros governando outro povo nas proprias terras dos governados. O povo tinha vinculos com Constantinopla que sempre estava tramando contra os ostrogodos. Godos eram arianos e a populacao seguia a orientacao do credo niceano. Eles estavam abertos a entender as opinioes diferentes mas a populacao nao.

Historiadores classificam esse periodo como Idade Media, e algumas vezes como Era da Obscuridade. Os ostrogodos nao permaneceram no poder embora deixaram descendencia que continuou no comando. Os visigodos permaneceram por mais tempo. O esplendor da Roma antiga se foi. Europa tornou-se um lugar de guerras anuais. Cada povo tentando conquistar seu vizinho ou tentando libertar-se do despotismo deles.

Os francos foram outro povo com a mesma origem que os godos na Alemanha mas ja havia algum tempo que viviam no Norte da Franca com autorizacao do Imperio Romano. Eles ate se opuzeram `a invasao dos godos e foram derrotados. Posteriormente esse povo se tornou a maior forca da Europa. Mas houve um acontecimento antes disso.

Muhammad comecou seu ensinamento messianico no Oriente Medio e 100 anos depois o Imperio Muculmano era o maior ja visto. Eles conquistaram desde a India ate o Norte da Africa. Em 711 os visigodos estavam numa guerra de disputa pela sucessao. Os muculmanos nao perderam a oportunidade, cruzaram o Gibraltar e invadiram a Europa desde a Espanha ate a Franca. Imediatamente surgiu a reacao.

Um dos lideres francos foi Charles Martel ou Carlos Martelo. Ele organizou o contra-ataque e teve sucesso em parte. Interceptou o avanco das forcas inimigas e as obrigou a retirarem-se para a Espanha. De la eles nao conseguiram remover o invasor.

Mais tarde, o neto do Carlos Martelo, o Carlos Magno, estava no poder e conquistou toda a Europa Central. Desde a Italia ate a Alemanha. Somente alguns reinos menores ficaram de fora. No tempo dele, o papa em Roma era uma marionete nas maos dos lombardos. Mas Carlos Magno nao era um simples catolico e sim meio fanatico. Assim, ele derrotou os lombardos e se colocou sob a bencao da Igreja Catolica Romana. Em 800 ele foi coroado Imperador do Sagrado Imperio Romano. Essa foi uma tentativa de restaurar o Imperio Romano sob a protecao da Igreja Catolica.

Mas isso nao foi longe. Os barbaros tinham uma tradicao de parcerias. Todos os filhos do rei eram co-reis. E cada um tinha o direito de ficar com uma parte do reino para si mesmo. Em seguida era comum eles fazerem guerra uns contra os outros para reunificar o reino sob um soberano. O melhor que podia acontecer disso era quando eles concordavam em apenas crias novos reinos e nao entrarem em confusao. Dai, com o passar do tempo, a Europa estava mais dividida. Mas o poder de verdade passou para as maos dos papas. Entao, a Igreja Catolica tornou-se o poder dos poderes na Europa.

Carlos Magno foi um rei que alguns quizeram santificar depois de morto. Mas enquanto vivo ele foi capaz de mandar matar 10.000 saxoes porque eles nao aceitavam converter-se do paganismo. Ele eh considerado o pai das monarquias da Franca e Alemanha. Era catolico mas tambem tinha varias esposas. Nao recebeu educacao escolar mas criou o sistema escolar para todos e mandou todos os filhos, inclusives as filhas, estudar. Ele foi mais que uma controversia.

Uma pequena informacao a respeito do reino dele ou do filho, Carlos I, o Piedoso, com utilidade eh que: ele nao foi capaz de reconquistar a Espanha e Portugal e teve sua unica derrota na vida quando estava voltando da Espanha e a retaguarda de suas tropas foram surpreendidas pelos bascos. Mais tarde, Carlos I, o Piedoso reconquistou Barcelona e as imediacoes que se tornaram o reino franco de Aragao.

O que mais temos que mencionar a respeito dos europeus eh isso, eles se esqueceram a respeito de suas origens. Eles se dividiram em familias menores. Deram nome a essas familias de Saxoes, Bretoes, Gauleses, Godos, Lombardos, Bascos, Luzitanos, Francos, Viquingues e outros mais. Eles criaram muitas opressoes de uns para com os outros e exportaram isso atraves da Invasao das Americas e da expoliacao colonial em todos os cantos do globo. Eles recriaram a escravidao e a pioraram. Eles foram capazes de criar a Inquisicao. Exportaram guerras como as napoleonicas e as I e II guerras.

Este capitulo foi feito para apontar algumas coisas ruins feitas pelos europeus. Nao ignoro as boas coisas que fizeram. Mas penso que apontar o mal seja necessario para identificarmos o lado diabolico europeu porque muito do preconceito atual no mundo veio deles e de sua descendencia. Assim, se estes tem algum sentimento de preconceito, pensando que nasceram superiores, estas pessoas preconceituosas precisam ser lembradas do sua heranca ruim. Isso se da porque se a pessoa nao reconhecer sua fraqueza e nao lutar contra ela, a fraqueza acaba se voltando contra a propria pessoa.

05. UM POUQUINHO DE GENEALOGIA EUROPEIA

Ha pouco tempo atras comecei a estudar minha genealogia. Esta eh uma tradicao na familia no Brasil e meu pai servia de inspiracao a toda a familia nisso. Meus estudos comecaram quando das Bodas de Ouro de meus pais. Minha esposa e eu tinhamos acabado de adquirir o green card em novembro de 2001. A gente retornou ao Brasil apos 8 anos sem podermos voltar. Ou melhor, nos poderiamos voltar, o que nao tinhamos era garantias de reentrar nos Estados Unidos. 10 de janeiro de 2002 seria o dia das Bodas.

As comemoracoes foram em dezembro porque 7 de janeiro de 2002 nos tinhamos outras bodas de casamento. Era a festa de 60 anos de tia Odila e tio Eurico. Tambem era o dia de aniversario do meu pai. Entao, nao tinhamos pouco a comemorar!

Tia Odila foi irma do meu pai ate ele morrer em 2003. E a filha dela, Ivania, tinha escrito o livro: ARVORE GENEALOGICA DA FAMILIA COELHO. Nos tinhamos crescido com o livro em casa sem estuda-lo a fundo. Isso nao nos parecia necessario porque a maioria dos dados que estavam la a gente ja conhecia por conhecer as pessoas presentes nas paginas. E se a gente nao tinha conhecido algumas pessoas por elas ja terem morrido antes da gente nascer, elas permaneciam em nossas memorias atraves dos nossos saraus. Penso que posso dizer que eram nossas reunioes em torno da fogueira. A maioria delas eram em casa do meu avo materno ou nas cozinhas dos parentes. Nesse caso, o fogo estava presente nos fogoes a lenha.

Cozinha para nossa grande familia eh um simbolo e um sistema de vida. Pouco interessa se os outros tem um lugar proprio para se reunir. Algumas vezes, o lugar onde nascemos fica bem frio, abaixo dos 20 graus e chegando ao 0. Mas nossas reunioes em torno do fogo faziam a gente esquecer qualquer frio. O calor humano incentivado pelos risos continuos era o que dirigia a nossa conversa. O assunto de sempre eram nossos ancestrais e nossos parentes.

Ai, na casa da tia Odila meu pai teve a ideia de comprar mais exemplares do livro. A tia deu alguns a ele e ele repassou-me um. Eu o trouxe comigo e comecei a estudar os detalhes como nunca tinha feito antes. Em particular o grau de nosso parentesco com quase 90% da populacao da nossa cidade e outras proximas. Porem, faltava ao livro alguns ramos de nossa Arvore Genealogica. Nos a chamamos de Familia Coelho mas o nome nao passa de uma mencao a um de nossos ancestrais que nasceu na metade dos anos 1700.

O ancestral em pessoa era portugues e casado com uma Brasileira. Eles tiveram cinco filhos e somente dois se casaram. Naquele tempo, o estado em que nascemos no Brasil tinha menos de 100 anos em termos de colonizacao de origem europeia. O Estado de Minas Gerais eh o que o proprio nome fala. Eh um lugar enorme, pouca coisa menor que o Texas, com uma corrente montanhosa cujo nome eh Serra do Espinhaco (montanhas em forma de espinha) desde o sul ate ao norte. Foi o lugar onde ouro, prata, ferro, diamantes e muito mais estiveram juntos, enquanto os europeus nao chegaram.

Entao, na primeira metade dos 1700, o Brasil teve sua Corrida do Ouro e Minas Gerais foi o lugar. Por ser colonia, Portugal mandava e tentou bloquear a migracao para la. Portugal queria controlar tudo mas isso nao era facil. A mata dominava tudo. Os rios, exceto por alguns, eram dificeis de navegar. Eles correm nas quatro principais e direcoes intermediarias. Algumas vezes o estado inclusive eh chamado de Caixa d’Agua do Brasil. La eh um dos locais mais altos do Brasil e suas aguas alimentam rios que fazem contato com varios outros estados do Sul e Nordeste Brasileiros. Junte-se a este problemas as muitas doencas tropicais nos locais mais quentes, que eram desconhecidas.

Os europeus, especialmente portugueses e brasileiros das outras capitanias, invadiram o lugar desordenadamente. E eles comecaram a levar escravos para la. Os brasileiros nativos ja estavam la muito antes e se tornaram sujeitos `a escravidao, conversoes forcadas e as indegenas serem usadas para casamentos depois disso.

A nossa genealogia, naquele livro, comeca um pouco depois, quando o ouro ficou escasso e os mineiros comecaram a ser mais fazendeiros que mineiros. O portugues que nos trouxe o sobrenome na familia, o qual muitos de nos continua portando, tinha o nome de Jose Coelho de Magalhaes. Mais tarde eu mencionarei o motivo pelo qual o bicho coelho virou nome de nossa familia. Eh possivel que o avo Jose tenha ficado conhecido pelo apelido de Jose Coelho da Rocha, no final da vida.

Posteriormente fiquei sabendo que a mulher dele, Eugenia Rodrigues Rocha, tambem era chamada de Eugenia Maria da Cruz e era filha de Giuseppe Nicatsi da Rocha e Maria Rodrigues. Giuseppe era meio-a-meio portugues e italiano. Mas ate agora nao sabemos nada a respeito dos ancestrais dele. Maria Rodrigues era brasileira e alguns falam que usava o sobrenome: de Magalhaes Barbalho. Igual em meu nome mas tenho duvidas quanto a isso. Nos temos razoes para duvidar e para acreditar porque o sobrenome Barbalho ja estava presente na area em que ela, provavelmente, nasceu, viveu e faleceu. Mas estou procurando ainda por evidencias para provar como era composto o nome real dela.

O que estou mais interessado agora eh voltar ao assunto que da titulo ao presente capitulo. Nos temos uma tradicao que afirma que o nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes descendia de outro portugues com o nome de Manoel Rodrigues Coelho. O portugues Manoel era rico e amealhou a fortuna dele mineirando ouro e tambem que foi para Minas Gerais nos primeiros momentos da Corrida do Ouro de la. Mas o tempo nao se encaixa na tradicao porque sabemos que os dois nasceram em Portugal. Jose nasceu por volta de 1.750. Manoel entrou para oi servico publico em Ouro Preto, em 1.719. Nessa data ele deveria ter 25 anos ou mais porque ele se tornou tesoureiro da Camara Municipal.

Era muito complicado para um homem naquele tempo com seus 60 anos de idade, rico e correr o risco da viagem oceanica, casar de novo, ter um filho e retornar. Naquele tempo, a probabilidade de vida ou morte numa viagem transatlantica estava na faixa de 50 e 50%. As coisas tinham que ser assim porque temos evidencias que indicam que ele estava no Brasil em dadas posteriores a 1.750. Manoel fez contribuicoes vultosas para a construcao do Santuario de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas do Campo. Este eh um dos monumentos mais conhecidos do Estado de Minas Gerais e continua sendo um marco no marketing do Estado. Teve sua construcao iniciada em 1.757 e foi terminado por volta de 30 anos depois.

Por tais razoes eu comecei a procurar as origens de nosso ancestral em outras fontes. E encontrei alguem com o mesmo nome, possivelmente da mesma idade, num site da Internet. O nome do site eh geneall.net – Portugal, que recolhe informacoes genealogicas de toda a Europa e outros lugares. Ele ja tem uns 10 anos de idade mas os dados procedem de documentos antigos, talvez, desde quando a atividade de genealogia comecou na Terra. Nao tem tudo mas a quantidade eh suficiente para assombrar uma pessoa comum.

Da Idade Media ou antes dela o que eles tem eh um pouco das chamadas familias nobres. Mas o que eh uma familia nobre? Nao eh nada mais que uma familia comum com titulos. E eu sei porque eh assim. Isso vem desde as nossas origens tribais. Uma tribo eh, necessariamente, um grupo de pessoas com ligacoes familiares proximas. Os cientistas calcularam que os egipcios antigos que construiram as grandes piramides nao passavam de 100.000 pessoas. E o Egito antigo era uma nacao, nao apenas uma tribo.

E, no que eu sei ate agora, eu tenho mais de 100.000 parentes ou mais. Nao. Nao estou falando de pessoas que conheco como parentes mas nao saberia dizer nome dos ancestrais delas. Estou falando apenas dos descendentes diretos dos pioneiros que povoaram as cidades em torno daquela onde nasci. Entao, nos tempos antigos a minha familia seria chamada de nacao, nao apenas familia.

Entre meus parentes existe alguns com bons empregos como funcionarios publicos. Outros tem bons empregos por causa dos diplomas universitarios. Alguns sao comerciantes ricos. Tambem temos os sacerdores e qualquer outro exemplo que se possa dizer, sao pessoas de sucesso. Porem a maioria eh de pessoas comuns. Eh como se diz no Brasil: “Eu tenho pessoas ricas entre meus parentes mas eles nao me conhecem, e tambem pessoas pobres mas nao as conheco.”

Atualmente, se alguem fala que trabalha como ferreiro ninguem liga. Ha 1.000 anos atras esse seria filho das familias mais nobres. Isto foi o que fez a chamada nobreza antes e isso foi passado para os dias de hoje atraves da genealogia. Nobilidade nunca foi exclusividade europeia. Em todos os cantos da Terra a gente teve esse tipo de diferenciacao que separou alguns dos outros. Mesmo que pareca a muitos de nos que na Africa e nas Americas antigas nao existia nobreza, essa impressao nasce da nossa historica ignorancia. Os europeus massacraram todas as culturas nestes continentes e monopolizaram o direito `a nobreza. A acao deles foi facilitada porque a maioria das culturas massacradas nao possuiam escrita.

Nobreza nao significa necessariamente carater nobre. Algumas vezes isso se aplica melhor a aventureirismo, soldados da fortuna ou alguem que busca fortuna e posicao social inexcrupulosamente, como o aventureiro esta definido no dicionario.

A justificativa para a existencia de genealogia nos tempos antigos eram as sucessoes. Precisamos pensar isso melhor. Se alguem era rei e tinha muitos filhos mas apenas um tinha o direito de ser o sucessor, os outros tinham que ficar na reserva e nao eram descartados. Tinham que esperar e ver se o novo rei seria capaz ou nao de ter filhos e se os filhos teriam capacidade de reinar. Mesmo assim, todo mundo continuaria na linha de sucessao para qualquer eventualidade. Precisamos lembrar disso, nao era incomum, numa epidemia ou numa guerra desastrosa, a maioria dos nobres serem mortos. Entao, o primeiro da linha de sucessao seria escolhido pela proximidade de parentesco com o rei morto.

Mas algumas vezes a linha sucessoria nao se quebrava durante geracoes. E os irmaos e irmas do primeiro rei deixavam suas proprias descendencias. No principio, eles eram nomeados para os melhores cargos do governo. Depois, os filhos deles caiam para cargos menores para os filhos dos novos reis serem favorecidos. Os netos caiam ainda mais, a menos que casassem com outra pessoa de status elevado. Mantendo a queda na linha de importancia, cinco ou dez geracoes depois, a maioria da descendencia do primeiro rei poderia nao passar de pessoas comuns. Como comuns eles se casavam com outros comuns. Isso aconteceu com a maioria de nos.

Em alguns casos isso foi o que levou algumas familias a se casar mais com os proprios parentes. No Brasil, por falta de informacao a esse respeito, as pessoas brincam dizendo, isso eh para nao espalhar a fortuna. Mas a intencao era a de nao perder os elos com o sangue real. Por ignorancia, tais familias punham suas descendencias no risco de terem doencas degenerativas.

Bem, voltemos ao assunto de novo! Alguns dos descendentes dos meus ancestrais, Jose Coelho de Magalhaes e Eugenia Rodrigues Rocha estao postos no site geneall.net. Baseado em alguns dados que eu enviei a primeira geracao deles esta tambem postada como descendente do Jose Coelho de Magalhaes, o nobre. Antes o site nao havia postado familia para ele. Mas na realidade eu nao posso ainda afirmar que sejam a mesma pessoa. Mas isso nao eh tao importante. Por que?

Se aquele nobre nao for nosso ancestral tera que ser parente. Nao sendo ele sera outra pessoa ligada `as familias reais que nos passaram muitos sobrenomes que temos em nossa genealogia. Como demonstrei antes, qualquer pessoa nascida ha 1.000 anos antes de nos poderia facilmente ser ancestral de todo mundo vivendo na Terra hoje. Mas porque existiam fronteiras e preconceitos desde mais de 1.000 anos atras, somente um pequeno numero de ancestrais tera que ter gerado a populacao inteira de cada pais de hoje. Este pequeno numero pode ser milhares e ate poucos milhoes. Isso nao importa.

Tomemos um exemplo. 1.000 anos atras, Portugal nao tinha mais de 1.000.000 de pessoas. E la tinha que ter algumas centenas ou alguns milhares de nobres. Apesar de alguma migracao para la ter ocorrido na Historia, isso nao mudou nada porque os imigrados se casaram com nas antigas familias. Entao, o nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes, nascido 750 anos depois, seria uma total anomalia se nao tivesse vinculos familiares com elas. E os sobrenomes dele sao as evidencias mais significantes destes vinculos.

Deve ser muito facil nos sermos, simultaneamente, descendentes de toda e qualquer pessoa que viveu e deixou descendencia em Portugal 1.000 anos atras. Desde que sabemos disso: eh possivel termos mais de 8.5 bilhoes de ancestrais que viveram naquele tempo, nos temos espaco mais que de sobra para sermos descendentes de todo e qualquer portugues da 33a. geracao anterior `a nossa e ainda de uma grande quantidade de africanos e nativos sulamericanos. So nao posso garantir os asiaticos da India ao Japao alem da ilhas do Pacifico e Oceano Indico porque nao temos dados que nos liguem a eles como nossos ancestrais. Baseado em meus calculos, nos temos espaco suficiente para sermos descendentes de toda e qualquer pessoa pobre ou nobre da Peninsula Iberica de 1.000 anos atras, repetidamente, muitas e muitas vezes.

Agora eu preciso fazer um resumo dos principais acontecimentos que fizeram a genetica iberica. Como disse antes, povos, agora e no passado, vivendo na Peninsula Iberica eram descendentes do grupo de caucasianos que se estabeleceram naquela area por volta de 40.000 anos atras. Por volta de 10.000 anos atras alguns se mudaram em direcao ao norte. Ate ao tempo de Jesus Cristo a genetica nao mudou.

O povo que vivia em Portugal era chamado de luzitani. E os primos deles viviam em torno. Eles tiveram influencia da Cultura Celta. E permaneceram celtas com um pouco de influencia grega e cartiginesa. Contudo, estas influencias foram apenas culturais. Nao promoveram mudanca alguma na genetica. Depois que os romanos conquistaram cartago eles resistiram `a influencia romana.

Desde 219 a 19 a.C. os luzitani eram os povos mais agressivos na fronteira romana. Os nativos romanos temiam ser destacados para as proximidades do territorio luzitani. Porem, em 19 a.C., Julio Cesar, com ajuda de traicao, conquistou o territorio. A regiao foi transformada na Provincia Romana Hispania Luzitania. Mas o nome nao durou muito por causa das diferencas entre os habitantes dos dois territorios. Ai a provincia virou duas, Hispania e Luzitania.

Um fato curioso aconteceu em torno de 70 d.C. Depois de uma repressao violenta da primeira revolta judia em Israel, os romanos deportaram parte do povo de Israel para a Peninsula. Eles proprios se denominaram Safardins que significava que agora estavam vivendo muito longe de casa. Agora imaginem, se 1.000 anos eh tempo suficiente para um casal deixar tantos descendentes, os judeus que chegaram primeiro tiveram quase 1.000 anos para se tornarem ancestrais dos nossos ancestrais que nasceram 1.000 anos antes de nos. E nao eram apenas um casal, eram, pelo menos, alguns milhares.

Mas o numero deles era pequeno comparando-se com o total da populacao vivendo na Peninsula Iberica que poderia ser em torno de 300.000 pessoas. E os judeus se multiplicaram de duas maneiras. Casando-se entre si e convertendo os celtas pagaos iberianos. Dessa forma, a comunidade judia tornou-se parte importante na vida iberiana. Apesar disso, a presenca dela nao mudou muito a genetica da populacao como um todo.

Outra influencia significante veio por volta de 400 anos depois. Com a invasao do Imperio Romano pelos godos, a Peninsula Iberica tambem foi conquistada. Com os godos veio um povo chamado suevi ou suebi. Eles se instalaram na costa atlantica norte de Portugal e Espanha. Fundaram o primeiro reino medieval verdadeiro la com o nome de Gaelecia. Eles haveriam que ser loiros porque posteriormente a palavra galego em portugues virou sinonimo de loiro.

Nao sei qual foi exatamente o impacto genetico deles na genetica iberiana. Mas alguns afirmam que os godos e os aliados deles contavam cerca de 10% da populacao local. Se for assim, o impacto nao foi nem grande nem insignificante. Os iberos ja tinham longa tradicao de cultura romana e eram cristaos catolicos desde o reino de Constantino. E o povo suevo foi absorvido por essa cultura. O reino dos suevos durou por uns 200 anos ate ser conquistado pelos visigodos, perto do ano 700.

Mais duas informacoes interessantes. Tem que ter sido antes desse tempo que houve uma migracao da area da Gaelecia para povoar a Irlanda e algumas partes proximas na Inglaterra e Escocia. Essa migracao tem que ter acontecido antes da conversao ao catolicismo porque Irlanda e as outras partes povoadas permaneceram culturalmente celtas. Os modernos estudos de DNA demonstram que os irlandeses e ingleses sao os parentes mais proximos dos portugueses e espanhois em toda a Europa. Geneticamente eles sao primos. E o povo loiro da Gaelecia antiga tambem mudou-se em grande numero para o Brasil no tempo da Corrida do Ouro (Ciclo do Ouro), em Minas Gerais nos anos 1.700.

Em 711 os muculmanos conquistaram a Peninsula Iberica quase toda. Depois eu tenho que voltar a esse assunto porque o que eles nao conquistaram foi uma pequena parte com os nomes de Cantabria e Asturias. La tem um terreno montanhoso que vem dos Pirineus passando pelo Norte da Espanha. Ali, Pelagio das Asturias e Pedro da Cantabria foram capazes de iniciar a resistencia que terminou em 1.496 com a expulsao dos muculmanos de volta para Africa.

Tambem as invasoes muculmanas nao fizeram diferenca genetica na Peninsula Iberica porque os arabes eram em pequeno numero em comparacao com o tamanho do Imperio conquistado por eles. A forma como fizeram suas conquistas foi invadir um territorio e oferecer conversao `a populacao. Depois eles treinavam o povo em religiao e armas. Formado o novo exercito que era liderado por um pequeno numero de arabes eles partiam para nova conquista. O que eles levaram para a Peninsula foram os mouros. Os mouros eram antigos habitantes do Norte da Africa em coneccao com Gibraltar. Eram povos caucasianos que cruzaram o Gibraltar na ultima Idade do Gelo e eram parentes proximos dos europeus.

Porem havia um pequeno numero de arabes presentes. E eles legaram mais que palavras nas linguas espanhola e portuguesa. Eles tambem legaram componentes culturais e geneticos. Nao tanto para que possamos dizer que sejamos arabes mas o suficiente para dizermos que somos primos distantes.

As ultimas contribuicoes geneticas que os ibericos receberam vieram da propria Europa. Durante o periodo chamado Reconquista, que durou 500 anos para Portugal e quase 800 para Espanha, logo depois dos cristaos reconquistarem cada parte do territorio eles convidavam outros europeus para migrarem para la. Isso foi chamado pelo nome de repovoamento. Entao, pessoas da Holanda e da Bourgonha tambem fizeram parte da nossa mistura genetica.

Estatisticamente falando, uma parte da populacao europeia de hoje tem uma pequena contribuicao genetica de africanos subsaarianos e asiaticos de diversas partes do globo.

Dito isso, posso voltar aos meus ancestrais. Assim, mergulhei fundo na genealogia do Jose Coelho de Magalhaes que encontrei primeiro no sitio geneall.net – Portugal, mais do que certo de que, se ele nao for nosso ancestral, os ancestrais dele o sao. E disso eu aprendi certas coisas que gostaria de repassar a quem quer que esteja interessado no que escrevo. Porei aqui uma sequencia de ancestrais que ele teve. Comecarei do casal mais velho, que serao os pais da primeira pessoa abaixo deles. Isso ira continuar ate encontrarmos o Pedro, duque da Cantabria.

Graciano, o Velho – esposa desconhecida
Valentiniano I, imperador do Ocidente – Justina
Gala – Theodosio I, imperador de Roma
Gala Placida – Ataulfo (rei)
Theodorico (rei) – Flavia Gala Placida
Theodorico I (rei) – esposa desconhecida
Eurico I Balthes (rei) – Ragnahild
Alarico II Balthes (rei) – Theodegota dos Ostrogodos
Amalric I Balthes (rei) – Clothilde de France
Leovigildo da Septmania Balthes – Theodosia de Cartagena
Hermenegildo II Balthes – Ingunda d’Austrasia
Antanagildo Balthes – esposa desconhecida
Adrebasto Balthes – esposa desconhecida
Ervigio Balthes – Liubigotona Balthes
Pedro, duque da Cantabria – esposa desconhecida

Por esta linhagem a gente pode observar cruzamentos interessantes. Um exemplo eh a Clotilde da Franca que foi filha do Clovis, o rei dos francos. A mae dela era a Santa Clotilda da Bourgonha. Entao, os poderosos do final do Imperio Romano e do comeco da Idade Media tornaram-se da maioria das familias reais governantes do Periodo Medieval na Europa.

Temos muitas outras linhagens cruzando ai mas estou limitando a essa para nao ficar confuso. Pedro, como o titulo fala, foi o duque da Cantabria. E daquele territorio ele liderou a resistencia.

Outro lider foi o Pelagio. Nao temos a ascendencia dele mas ele provinha de familias nobres porque ele foi pego como refem pelas forcas muculmanas. Ele conseguiu escapar e juntar outro grupo de resistencia com patricios das Asturias. Pelagio foi pai de um filho mas este foi morto por um urso numa cerimonia de passagem para adulto. Era uma tradicao antiga que os lideres eram submetidos. Por isso a filha dele, Ermesinda das Asturias tornou-se a herdeira.

Pedro da Cantabria tinha um herdeiro chamado Alfonso. Alfonso casou-se com Ermesinda e virou Alfonso I, Rei das Asturias. Desde entao o nome Cantabria desaparece dos dados e os reinos foram unidos. Eles tiveram um herdeiro que virou rei sob o nome de Alfonso II. Alfonso II se tornou o rei mais celebrado pelos cristaos da Peninsula Iberia daquele tempo. Ele foi chamado de o Casto porque nao se casou e foi inteirmante dedicado `a causa crista da reconquista.

O reino dele durou 52 anos. Alguns dizem que ele transformou uma vasta area entre as Asturias e o norte do territorio muculmano no sul num deserto de pessoas viventes. Outros afirmam que isso aconteceu por causa da peste. O importante foi o resultado disso. As Asturias foram um reino pequeno demais para sobreviver `a superioridade muculmana. Assim, o deserto deu tempo para o reino ganhar mais populacao.

Um evento foi a chave para a salvacao do reino. Encontraram uma cova e a identificaram como sendo de Sao Tiago, o Menor. Sao Tiago, conhecido pelo nome ingles de James ou outras linguagens como Lago e Iago foi o Apostolo de Jesus. A lenda diz que ele foi o primeiro cristao a ensinar o cristianismo na Espanha. Depois ele voltou para Jerusalem e foi decaptado pelo rei Herodes Antipas. Os seguidores dele levaram o corpo de volta para Espanha e o enterraram la.

Depois da identificacao da cova em Compostela (Campo das Estrelas) isso virou um centro famoso de peregrinacao. Cristaos de todos os cantos da Europa comecaram a visitacao e sentir algo magico. Os Caminhos de Santiago de Compostela tem uma extensao de uns 800 quilometros. E os penitentes tinham que percorre-los a pe. Depois da experiencia eles faziam votos de defender a terra e faziam doacoes que ajudavam na Reconquista. A lenda inclusive afirma que Sao Tiago em pessoa veio do ceu num cavalo e armadura resplandecentes para lutar ao lado dos cristaos.

Os Caminhos de Santiago de Compostela foram percorridos pelo escritor brasileiro mais famoso da atualidade, Paulo Coelho. Ele atribuiu sua carreira como escritor de livros a essa passagem da vida dele. Mas eu nao tenho a minima ideia se o Coelho dele tem algo haver com algum conhecido meu.

Alfonso II nao teve herdeiros. Assim, a linhagem sucessoria foi produzida pelo irmao dele, Froila, que recebeu o privilegio. Dai a sequencia passou a ser essa:

725 Froila I – Munia Froilaz
743 Froila das Asturias – esposa desconhecida
760 Bermudo, principe das Asturias – Ursina Muniadona de Coimbra
780 Ramiro I, rei das Asturias – Paterna de Castela
800 Ordonho I, rei das Asturias – Munadona de Vierzo
838 Alfonso III, rei das Asturias – Ximena Garcez, de Pamplona
860 Ordonho II, rei das Arturias – Elvira Mendes de Portugal
900 Ramiro II, rei de Leon – Onega?…

Como se pode ver, as linhagens que estou apresentando sao somente paternais. Quase sempre dos primogenitos dos reis. Mas se qualquer um se interessar por essa genealogia pode ir ao geneall.net – Portugal e dar uma olhadinha nos ancestrais das maes que aparecem. Elas pertencem a familias nobres e a maioria era da Peninsula Iberica. Desde aquele tempo ja existia certo preconceito contra os iberos. Eles eram concebidos como sendo barbaros cuja unica atividade civilizada foi fazer aco e ferramentas dele.

Alfonso III eh mentor de uma importante passagem na retomada de Portugal. Ele foi o rei que comissionou Vimara Peres na retomada do Norte do pais. Vimara eh o heroi portugues daquele tempo. Ele dominou o territorio entre os Rios Minho, ao Norte, e Douro, ao Sul. Ele construiu fortificacoes que viraram uma vila chamada Vimaranes em homenagem a ele proprio. Ele recebeu o titulo de conde, e o titulo virou hereditario. Alguns dizem que em outras monarquias europeias o titulo dele seria duque. O nome Vimaranes tambem foi modificado para Guimaraes. Assim surgiu o nome de familia e, provavelmente, todos que o tem no nome sao descendentes de Vimara Peres.

Mais tarde um descendente de Vimara, Nuno Vimaranes, tentou libertar Portugal do dominio do Reino da Galicia mas ele foi morto na batalha.

Ramiro II foi um guerreiro tenaz contra os muculmanos. Eles o chamavam de “El Diablo” (O Demonio). O reino dele coincide com o de um lider famoso do lado muculmano. O nome dele era Adb al Rahman III ibn Muhammad, o Grande. Nos podemos ver detalhes interessantes desse periodo no video produzido e distribuido pela PBS HOME VIDEO. No site http://www.pbs.org a gente pode buscar: ISLAM, EMPIRE OF FAITH. O que mais chama atencao eh a comparacao entre a Europa do Norte, representada pelo dominio cristao, e a Peninsula Iberica islamica. Foi dito que, uma irma conheceu a beleza e higiene na Espanha islamica e ela nao teve duvida em dizer: “Eh como comparar escuridao e luz.”

Adb al Rahman III foi capaz de conciliar as tres fes diferentes sob seu dominio. Judeus, cristaos e muculmanos serviam a ele em todos os aspectos como iguais. Mas ele confrontou uma oposicao ferrenha dos proprios correligionarios. Eles se sentiam negligenciados e mesmo o reino dele tendo sido de grande progresso em termos de renascimento cultural tambem foi um constante campo de batalhas.

Apesar da rivalidade entre as fes, Ramiro II e Adb al Rahman III concordaram no casamento do filho do Ramiro com uma prima do Adb. Assim, o casamento de Lovesendo Ramires e Zayra ibn Zayda foi tratado para levar paz entre os dois povos. E eu vou postar um pouco mais da genealogia deles. Com respeito a Zayra e Adb al Rahman III se pode seguir a ascendencia deles no site mencionado acima. Eles sao descendentes diretos do proprio profeta Muhammad. O que se segue eh um pouco da descendencia deles:

940 Lovesendo Ramires – Zayra ibn Zayda
960 Aboazar Lovesendes – Unisco Godinhes
980 Ermigio Aboazar – Vivili Turtezendes
1.000 Toda Ermiges – Egas Moniz de Ribadouro, Senhor de Ribadouro
1.020 Ermigio Viegas, Senhor de Ribadouro – Unisco Pais
1.050 Monio Ermiges, Senhor de Ribadouro – Ouroana
1.080 Egas Moniz, o Aio – Dordia Pais Azevedo
Lourenco Viegas – Maria Gomes de Pombeiro
1.135 Egas Lourenco (Coelho) – Esposa desconhecida, de Pombeiro
1.160 Soeiro Viegas Coelho – Mor Mendes de Gandarei

Ai temos uma sequencia interessante. Atraves de uma mulher, Toda Ermiges, o sangue real foi passado `a familia que dominava a regiao chamada de Ribadouro. O que o nome significa eh, Acima do Rio Douro e a familia residia ao Norte do Rio Douro. Toda Ermiges foi uma das bisavos de Egas Moniz, o Aio. Na lingua portuguesa o Aio parece significar masculino de baba (aia). O apelido dado a Egas Moniz se deve a ele ter aceitado ser mentor do Afonso Henriques que depois veio a se tornar o primeiro rei de Portugal.

Na sequencia, ele se tornou avo do Egas Lourenco Coelho. Alguns autores falam que, Egas Lourenco foi o primeiro a usar o sobrenome Coelho. Isto teria acontecido porque ele foi dono de uma propriedade chamada de Quinta da Coelha. Mas isso nao parece ser verdade porque ele nao passou o nome para a descendencia.

Porem, o filho dele passou. E a razao pela qual o filho, Soeiro, passou a usar o nome teve origem na luta da Reconquista. Alguem contou vantagem dele ao rei dizendo que era capaz de penetrar a retaguarda inimiga sem ser notado, como se passasse por tocas de coelhos. Dai ele adotou o nome Coelho e o passou aos filhos. E eh por isso que o bicho coelho virou sobrenome de nossa familia.

Outra linhagem importante deixada pelos reis das Asturias eh esta:

900 Ramiro II, rei das Asturias – Ausenda Guterres de Coimbra
925 Ordonho III, rei de Leon – Elvira Pais Daza
956 Bermudo II, rei de Leon – Elvira Garcez de Castela
994 Alfonso V, rei de Leon – Elvira Mendes, condessa soberana de Portugal
1.015 Sancha, herdeira de Leon – Fernando Magno, rei de Castela
1.039 Alfonso VI, rei de Castela – Ximena Moniz
Teresa de Leon, condessa de Portugal – Henry da Bourgonha

Teresa, condessa de Portugal, como Egas Moniz, o Aio, era descendente do rei Ramiro II que era descendente de Pedro e Pelagio. E o pai dela, Alfonso VI, mandou uma mensagem a todas as familias nobres da Europa, prometendo riquezas e ate a mao das filhas dele em casamento para aqueles que desejassem ajuda-lo na luta contra os mouros. Henry, que era filho do Henry, duque da Bourgonha e outros aceitaram o desafio. Alfonso VI manteve a palavra e casou a Teresa com o Henry. Eles tiveram varios filhos e filhas.

Um dos filhos foi batizado com o nome de Afonso, filho do Henry ou Afonso Henriques como esta na Historia de Portugal. E foi para essa crianca que o Egas Moniz prometeu ao pai dela ser o mentor. Depois que o Henry da Bourgonha faleceu, a mulher dele, Teresa, teve outro homem e talvez tenha sido essa razao que levou o Afonso Henriques a comecar a rebeliao para tentar separar Portugal do Reino de Leon.

Na primeira tentativa ele falhou. Como mentor dele, Egas Moniz deu a palavra ao rei Alfonso VII, garantindo que Afonso Henriques nao iria tentar de novo. Mas ele tentou e conseguiu. E isso foi dito depois: o mentor saiu de Portugal indo ate `a Cidade de Leon com uma canga no pescoco, em companhia de todos os descendentes para oferecer as vidas deles por causa da palavra quebrada. Vendo tal gesto de nobreza, o rei concedeu perdao a ele e mais riquezas. Ninguem sabe o que aconteceu realmente mas penso que ele deu a palavra em primeiro lugar para dar tempo ao Afonso Henriques para reorganizar seu exercito para ter uma segunda chance de vencer o exercito da propria mae. Porem, eh dificil acreditar que, Egas Moniz, tenha sido tao louco a ponto de jogar com sua propria vida e da familia assim. Ele, provavelmente, foi sincero em tudo.

A proxima sequencia genealogica comeca no rei Afonso Henriques.

1.109 D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal – Mafalda da Savoia
1.154 D. Sancho I, rei de Portugal – Dulce de Barcelona
1.185 D. Afonso II, rei de Portugal – Urraca de Castela
1.210 D. Afonso III, rei de Portugal – Maria Peres de Enxara
1.260 D. Afonso Dinis – Maria Pais Ribeiro
1,305 D. Diogo Afonso de Sousa – Violante Lopes Pacheco
1.330 D. Alvaro Dias de Sousa – Maria Teles de Menezes
1.350 D. Lopo Dias de Sousa – Maria Ribeiro
1.370 Violante de Sousa – Rui Vasques Ribeiro
1.410 Pedro (ou Rodrigo) Ribeiro de Vasconcelos – esposa desconhecida
1.440 Francisco Queiroz Ribeiro de Vasconcelos – Maria Goncalves
1.470 Isabel Francisca de Queiroz – Diogo Anes Ribeiro de Vasconcelos
1.495 Manuel Dias Ribeiro de Vasconcelos – Joana Ferreira
1.525 Violante de Freitas, a Mentirosa – Lancarote Pinto
1.550 Simeao Pinto Machado – Ana da Mesquita
Antonio Pinto de Mesquita – Maria de Lemos
Simao Pinto de Mesquita – Maria Barbosa
Antonio Pinto de Mesquita – Angela Vieira de Seixas
Bernardo Antonio Pinto de Mesquita – Ana Josefa de Magalhaes Pinto
1.750 Jose Coelho de Magalhaes – (?) Eugenia Rodrigues Rocha

Novamente, nao posso afirmar, sem duvida, que este Jose Coelho de Magalhaes eh realmente meu pentavo e ancestral de minha familia. Mas, se nao for, algum outro sera e a linhagem deste tera uma ligacao com os aqui mostrados. Com certeza seria uma impossibilidade matematica se nao for assim. Eu nao aposto minha vida na hipotese dessa ser a linhagem. Ninguem precisa fazer isso. Infelizmente, a maioria de nos nao sabe a linhagem de onde veio mas todo mundo tem la suas linhagens de sangue real. Isto eh um clube que nao exige exclusividade alguma.

Uma figura historica importante dessa linhagem que gostaria de mencionar eh D. Afonso III, rei de Portugal. Durante o reino dele, os portugueses reconquistaram as ultimas partes de Portugal nas maos dos mouros. Ele nao era para ser rei porque tinha um irmao mais velho que se tornou o rei Sancho II. Porem, Sancho II nao queria ficar submisso `a poderosa Igreja Catolica e ela ordenou a saida dele do trono. Afonso III foi surpreendido com a decisao onde ele se tornou inesperadamente o numero um em Portugal.

D. Afonso III foi quem completou a Reconquista quando tomou Algarves e a Cidade do Faro que fazem parte do Sul de Portugal e proximos ao Gibraltar. Para Portugal, o governo dele representa uma reviravolta no que fora antes. Tomemos este extrato da Wikipedia como exemplo: “Afonso III deu atencao especial ao que a classe media, compostas por comerciantes e pequenos fazendeiros diziam. Em 1.254, na Cidade de leiria, ele realizou a primeira sessao das Cortes, que foi uma Assembleia Geral composta de nobres, classe media e representantes das cidades. Tambem fez leis com a intencao de proibir as classes altas de aproveitarem da fragilidade das classes mais pobres. Lembrado como um legislador notavel, Afonso III fundou varias cidades, emancipou distritos e reorganizou o servico publico.” Ele foi o criador do Parlamentarismo muito antes disso ter ficado conhecido como sistema de governo.

Igual a outros reis do seu tempo, Afonso III tinha mulheres e concubinas. Uma das concubinas foi Madragana, depois rebatizada por Mor Afonso. Temos informacoes interessantes a respeito dela. Em primeiro lugar, ela era filha do prefeito do Faro. E eles eram judeus. Penso que isso seja interessante porque sabemos que todas as pessoas com ligacoes genealogicas com a Peninsula Iberica sao provavelmente descendente de judeus por causa dos judeus que foram levados pelos romanos desde 70 d.C. Porem eh quase impossivel ter dados que mostrem isso. Por outro lado, nao eh tao dificil achar essa heranca atraves da ascendencia nela e outros. Atraves dela, personalidades de hoje como a Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, sao, comprovadamente, descendentes de judeus tanto quanto descendentes de arabes atraves da Zayra ibn Zayda, a nora do Ramiro II, rei das Asturias.

Estou devendo a voces porque comecei a mostrar uma linhagem Coelho da qual minha familia herdou este nome importante. A linhagem posta acima que termina no nosso suposto ancestral Jose Coelho de Magalhaes tem varias ligacoes com o primeiro dos Coelho, Soeiro Viegas Coelho. O ancestral mais proximo a usar o sobrenome Coelho foi o avo materno. Eu mostrarei outra sequencia genealogica tomando a direcao contraria, dos mais novos para os mais velhos. Comecarei com meu ancestral e o casal abaixo da linha dele serao seus pais. A proxima linha estarao os avos e assim por diante.

1.750 Jose Coelho de Magalhaes – (?) Eugenia Rodrigues Rocha
Ana Josefa de Magalhaes Pinto – Bernardo Antonio Pinto da Mesquita
Joao de Magalhaes Coelho – Isabel Maria Pinto
Jeronimo Ribeiro – Maria Teixeira de Seixas
Domingos Coelho de Magalhaes – Antonia Ribeiro
Isabel Pinto de Magalhaes – Belchior Dias
Ana Coelho – Gregorio Magalhaes de Azevedo
Fernando Coelho – Violante Pinto
1.450 Diogo Coelho de Sampaio – Isabel Sampaio
Rodrigo de Sao Paio Coelho – esposa desconhecida
1.370 Fernao Coelho – Catarina de Freitas
1.340 Goncalo Pires Coelho – Maria Silva
1.320 Pero Esteves Coelho – D. Aldonca Vasques Pereira
1.290 Estevao Coelho – Maria Mendes Petite
1.260 Pero Anes Coelho – D. Margarida Esteves
1.200 Joao Soares Coelho – Maria Fernandes
1.160 Soeiro Viegas Coelho – Mor Mendes Gandarei

Deste ponto em diante a gente pode ligar o Soeiro Viegas Coelho com ele proprio na segunda linhagem apresentada neste capitulo. O que se pode ver no geneall.net – Portugal eh isso: muitas das pessoas dessa linhagem tem parentesco umas com as outras. O sitio nos da um recurso que facilita encontrar isso. Quando alguem eh descendente de certos reis, recebe uma bolinha debaixo do nome. Cores diferentes representam cada rei. Apontando a seta do computador para a bola fara aparecer o nome dele. Assim fica facil seguir algumas linhagens. Algumas vezes voce encontra pai e mae identificados com a mesma bolinha e precisa decidir qual deles buscar primeiro. Boa ideia eh voce escrever num papel a linhagem que voce esta buscando. Se voce precisar voltar sera mais facil para nao se perder.

Agora eu preciso justificar o titulo deste capitulo. O nome menciona genealogia europeia, nao apenas ibera. A razao para eu falar especificamente de Portugal eh tao somente porque eu estou melhor familiarizado com sua Historia e genealogia. Se eu tivesse tomado qualquer outro pais europeu como exemplo, inclusive o menor de todos, os resultados poderiam ser quase iguais porque as familias reais de la tem seus principais ancestrais nas mesmas linhagens. Elas sao apenas a mesma familia porque o tempo todo elas trocavam noivas e noivos e nao eram nada diferentes de um bando de galinhas de granja.

Na segunda sequencia genealogica acima eu postei apenas alguns reis de Portugal porque nao identifiquei outros alem de D. Dinis, filho de Afonso III e tambem rei de Portugal, como meu ancestral. Nao se confunda com o nome Afonso Dinis, tambem filho de Afonso III, mas nao rei. Nao precisamos ter uma lista extensa de reis ancestrais para sermos parentes do resto todo. Podemos pegar a mae do Afonso II, Urraca, princesa de Castela, como exemplo para mostras as ligacoes. Vamos pegar uma sequencia genealogica a partir dela:

Urraca, princesa de Castela – Afonso II, rei de Portugal
Eleanor Plantagenet, princesa da Inglaterra – Alfonso VIII, rei de Castela
Henry II, rei da Inglaterra – Eleonor d’Aquitaine
Matilda, rainha da Inglaterra – Godefroy V Plantagenet, conde d’Anjou
Henry I, rei da Inglaterra – Santa Mathilda, pricesa da Escocia
William I, o Conquistador, rei da Inglaterra – Mathilde de Flandres
Robert I, duque da Normandia – Herleva da Falesia
Richard II, duque da Normandia – Judith da Bretanha
Richard I, conde da Normandia – Gunnor, princesa da Dinamarca

Olhando essa sequencia genealogica podemos fazer muitas ligacoes no mapa europeu. Somente para que saibam, a mae da Urraca, Eleanor Plantagenet, era irma do Ricardo Coracao de Leao. Qualquer um que conheca um pouco de Historia tera visto muito mais que uma sequencia genealogica nessa lista. Eh mais. Eh a propria Historia em cada nome e titulo. Na proxima sequencia comerei a partir da Judith da Bretanha. Segue entao:

Judith da Bretanha – Richard II, duque da Normandia
Ermengarda d’Anjou – Connon I, duque da Bretanha
Adelaide de Vermandois, senhora de Donzy – Geoffroi I Grisegonelle, conde d”Anjou
Robert I, conde de Vermandois e Troyes – Adelaide Werra da Bourgonha
Herbert II, conde de Vermandois – Luitegarde ou Adelia da Franca
Herbert I, conde de Vermandois – Berthe de Morvois
Pepino II, conde de Vermandois – Rothaeide de Bobbio
Bernardo, rei da Italia – Conegonde de Gellome de Toulouse
Pepino I, rei da Italia – Ingeltude d’Autun
Carlos Magno, Imperador do Ocidente – Hildegarde von Vintschgau

Uma lembranca, o nome Normandia significa, homens do norte. Ela foi colonizada por um grupo de Viquingues que desejava se acomodar depois de causarem muito terror `a populacao europeia. Como se pode ver, Judith e Richard II eram avos do William, o Conquistador, que tomou a Inglaterra das maos dos antigos senhores, os reis do Wessex. Os reis do Wessex tambem sao ancestrais das familias reais iberas. Mas nao mostrarei sequencias mostrando isso porque o que temos ja eh suficiente. Pretendo por apenas mais uma sequencia nesse capitulo.

Luitegarde ou Adelia da Franca, esposa do Herbert II, conde de Vermandois, era filha do Robert I, rei da Franca e Adelia de Perthois. Mas o rei Robert I, como era comum `as suas magestades, teve outra esposa com o nome de Beatrice de Vermandois. Assim, eu porei mais uma sequencia para mostrar algo que parece coincidencia mas nao eh. Vejamos:

Robert I, rei da Franca – Beatrice de Vermandois
Hugo, o Grande, duque da Franca – Heduvige von Sachsen
Hugo I Capet, rei da Franca – Adelaide de Poitou
Robert II, o Piedoso, rei da Franca – Constance d’Arles
Robert I, o Velho, duque da Bourgonha – Helie de Semur
Henri, duque da Bourgonha – Beatriz (?) de Barcelona
Henry da Bourgonha – Teresa de Leon
Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mafalda de Savoia

Entao, nos comecamos nossa viagem a partir da mae do Afonso III, rei de Portugal, Urraca, princesa de Castela, e terminamos nos bisavos dele. Nao porei a sequencia genealogica que mostra isso mas vou mencionar apenas. Mafalda de Savoia, como o nome ja diz, vem da Casa de Savoia, a ultima familia real da Italia. A Casa Real de Savoia eh herdeira do Umberto I Biancamano (Mao Branca), conde de Savoia. A nivel de seus bisavos ele era descendente do Luis III, l’Aveugle, Imperador do Ocidente e Anna de Bizantium. Penso que nem precisa mencionar que o Luiz III era tambem descendente do Carlos Magno. Mas a Anna de Bizantium eh quem nos acrescenta mais Historia.

O titulo dela ja explica, a heranca dela comeca no Imperio Bizantino, passando por Santa Teodora, Imperatriz de Bizatium; Santo Isaac e Santo Narso, reis da Armenia e isso mergulha nos tempos antes de Cristo. Por volta de 500 b.C., dois dos ancestrais dela sao o Xerxes I, rei da Persia e a esposa dele, Ester, a mulher que teve o nome de um livro biblico em homenagem a ela. Depois disso, a heranca da Anna de Bizantium continua mergulhando no tempo e termina numa sequencia de faraos egipcios, incluindo-se ai, Ramses II, o Grande. Mas isso eh grande demais para postar aqui. Atraves da Casa de Savoia, todas as familias reais da Europa sao multiplas vezes descendentes destas figuras historicas.

Muitas outras familias reais europeias surgem como nossas ancestrais mas eu nao quero perder tempo mostrando isso. Posso mencionar alguns como: Aragao, Navarra, Pamplona, Leon, Galicia, Holanda, Hungria, Constantinopla, Alemanha, Russia, Polonia, Austria, Dinamarca, Luxemburgo. Ate do Reino de Jerusalem, o qual nao durou muito e nao passava de um ramo da familia real francesa nos temos ancestrais.

Tambem posso dar exemplos de noivas e noivos da familia real portuguesa que se casaram na alta nobreza do resto da Europa. E eu verifiquei antes se os casamentos resultaram em descendentes porque nos temos muitos casos em que isso nao aconteceu, provavelmente em consequencia da consanguinidade excessiva. Nesse caso nos temos: Berengaria, filha de D. Sancho I e Dulce de Barcelona que se casou com Valdemar II, conde da Dinamarca; D. Afonso, filho do D. Afonso II e Beatriz de Castela, que casou-se com sua prima, Violante Manoel, princesa de Castela. Temos tambem D. Constanca, filha do D. Dinis e Santa Isabel de Aragao, que se casou com o rei Fernando IV, rei de Castela.

Para resumir e permanecer apenas nos primeiros reis de Portugal, nos tivemos o exemplo de D. Maria, filha de D. Afonso IV e Beatriz de Castela, que casou-se com Alfonso IX, rei de Castela. D. Maria e o rei Alfonso IX foram os pais do rei Pedro I de Castela. Pedro teve duas filhas com sua parceira, Maria Padilha. A primeira, Constanza, foi casada com John, o Grande, duque de Lancaster. A segunda, Isabel, casou-se com Edmund de Langley, duque de York. E, numa rapida olhada na genealogia presente no geneall.net – Portugal, pude constatar que o atual duque de Manchester eh um direto descendente desta linhagem.

06. UM FUTURO MELHOR PARA NOSSOS FILHOS E…

Vou fugir um pouquinho `a ordem que estava escrevendo. Isso se da porque gostaria de mostrar algo pratico nos meus estudos.

Essa intervencao vem da observacao de que, praticamente, toda e qualquer pessoa com uma longa Historia genealogica no Ocidente eh descendente das figuras historicas mais importantes de 800 ou mais anos atras. Nao apenas deles mas tambem da maioria da populacao que viveu no tempo delas. Mas o que a genealogia disponivel pode nos mostrar nao passa de quase nada do que eh verdadeiro.

Uma pratica comum era os reis terem suas esposas e concubinas, inclusive quando isso nao acontecia como bigamia porque eles se casaram mais de uma vez apos cada esposa anterior ter falecido. Algumas vezes eles tiveram concubinas paralelas ao casamento oficial ou no intervalo deles. O que eles queriam era ter certeza de terem herdeiros ao trono. Mas o que eh util para nos agora eh saber que, a descendencia paralela deles ganhava uma classificacao de nobreza menor. E quando as geracoes iam passando, essa descendencia se misturava com as pessoas comuns. E, como comuns, seus dados nao foram guardados com cuidado. A propria nobreza menor pensava que tivesse coisas mais importantes a fazer do que se certificar que sua heranca genetica fosse lembrada.

Mas se a gente pegar a descendencia de Carlos Magno como exemplo pode-se assegurar que, desde o mais rico ate ao mais pobre, a maioria das pessoas dos paises ocidentais sao descendentes dele. Alguns do Oriente tambem sao. E, matematicamente, nao eh nenhuma surpresa porque ele viveu ate morrer em 814. Cerca de 1.200 anos atras. E ele teve muitas esposas e concubinas para garantir essa heranca imensa.

Baseado nos meus calculos, qualquer um que tivesse dois filhos poderia facilmente ser ancestral da populacao inteira da Terra hoje, bastando apenas ter nascido por volta de 1.000 anos atras. Apenas recordando, se alguem teve 2 filhos, 4 netos, 8 bisnetos e assim por diante, no final de 1.000 anos, ele ou ela poderia ter mais de 8.5 bilhoes de descendentes. O mais importante de tudo eh isso, nossa populacao de hoje poderia ser, simultaneamente, descendente de toda e qualquer pessoa viva ha 1.000 anos atras, desde que tivessem filhos.

Assim se da porque a possibilidade matematica funciona dos dois lados. No espaco de 1.000 anos qualquer um tem o possibilidade de produzir mais de 8.5 bilhoes de descendentes tanto quanto se pode tambem ser descendente de mais de 8.5 bilhoes de ancestrais. E estou falando apenas a respeito da 33a. depois e da 33a. geracao antes da pessoa. Em 1.000 anos voce nao precisa ter mais de 2 criancas para ser ancestral de mais de 15 bilhoes de pessoas vivas. Isso acontece porque nos podemos fazer a adicao das 31a., 32a. e 33a. geracoes porque serao os avos, pais e filhos.

Eu compreendo. O modelo matematico nao funciona tao bem na vida pratica. Isso se da porque na verdade o casamento entre seus descendentes teriam que ser evitados. Em termos praticos isso eh quase impossivel porque algumas familias passam tempo demais residindo numa area muito pequena. Dai, a descendencia das primeiras pessoas comeca a casar-se uns com os outros, repetidamente. Isso acaba transformando-os num bando de galinhas de granja que ja mencionei. Porem, se apenas um descendente sair do circulo vicioso, que seja ha 300 anos atras, sera o suficiente por ser responsavel por multiplicar a familia grandemente em numero. Neste caso, estou pensando numa pessoa que nao limitou o numero de filhos que teve.

Todavia, inclusive quando os descendentes de alguem mantenham se casando entre si por 1.000 anos, baseado no que foi nossa Historia durante este periodo, o que podemos esperar disso eh, a pessoa que teve filhos por volta de 1.000 anos atras e seus filhos foram saudaveis o suficiente para manter a linhagem ate hoje eh, certamente, ancestral de milhoes de pessoas.

Ha uma outra consideracao que voce precisa fazer do modelo matematico. Nao antes de pouco tempo atras ninguem limitava o numero de filhos a um numero como o dois. Se o meu avo paterno tivesse nascido ha 1.000 anos atras e tivesse tido tantos filhos e netos como ele teve, hoje a populacao da Terra poderia ser muitas e muitas vezes descendente dele. Ele teve 14 filhos. Dos quais 13 se casaram e deram a ele 101 netos. Somente pelo lado dele nos somos cerca de 500 pessoas entre vivas e falecidas. Ele nasceu em 1.890. Eh! Quem sabe qual sera o numero de nos daqui a 880 anos!?

Qual eh a pergunta mais importante dos nossos dias? Penso que eh esta: O que acontecera aos nossos descendentes? A maioria de nos fala isso: Eu quero construir um futuro melhor para meus filhos e filhos dos meus filhos. Penso que ha algo de errado na construcao da frase. Primeiramente nos precisamos construir um mundo melhor para eles terem um futuro. Em segundo lugar, nos precisamos de pessoas melhores em nosso mundo e isso inclui nossos proprios filhos.

O que quero dizer com isso eh que, provavelmente, Carlos Magno lutou a vida inteira pensando em dar um futuro melhor para a descendencia dele. Mas provavelmente ele tambem pensou a respeito apenas dos filhos que conheceu e, talvez, esperava que isso seguiria por algumas geracoes apos a partida dele. Tenho certeza que ele nao pensou nos descendentes de hoje-em-dia. E este eh o maior erro que qualquer um pode cometer.

Se ele soubesse o que estou falando agora, talvez tivesse tentado algo diferente do que fez. Isso se da comigo hoje. Sou diferente porque a mim foi permitido saber algo melhor. Carlos Magno pensou em um mundo melhor para os que ele ja conhecia ou esperava vir pouco depois dele. Eu penso a respeito de todos que conheco e que nao conheco. Por que? Porque eu bem sei disso, para que eu tenha milhoes, talvez bilhoes de descendentes na 33a. geracao depois da minha sera urgente que eu cuide de todo mundo que vive no meu tempo porque meus descendentes irao casar-se com os seus descendentes. Entao, ama-los e cuidar deles eh o mesmo que fazer o mesmo por minhas proprias criancas.

Eu sei. Uma vez isso foi ensinado a voces, nas igrejas, para os que acreditam em religiao, pelos sacerdotes. O pensamento religioso eh baseado nisso, se temos um Creador responsavel pelo nosso nascimento, entao, deveriamos honra-Lo, amando as creaturas Dele. Mas isso nunca foi bem entendido pelas pessoas. Agora, o que estou falando eh isso, nos temos outra razao para fazer a mesma coisa. E essa outra razao nao exige acreditar em Deus ou ter uma religiao especifica. Se voce tem planos de ter ou ja tem filhos, entao voce precisa comecar a pensar o que acontecera `a sua descendencia 1.000 anos adiante porque se voce nao os preparar para isso, talvez ela nao chegara ate la e o tempo que dedicou a ela sera um desperdicio.

Isso pode ate parecer magico mas nao eh. Ha quase 1.000 anos atras os piores inimigos no mundo eram os cruzados e muculmanos. Hoje nos somos a descendencia de ambos. Ai, o que de bom a guerra nos trouxe? So posso responder por mim mesmo: nada. Cada um que ler esse texto deve responder essa questao a si mesmo.

O mesmo se repetira. Nao interessa qual sejam os motivos dos cruzados de hoje ou guerra santa. O que os envolvidos nisso estao fazendo eh errado. E daqui a 1.000 ou menos anos adiante a descendencia de Osama Bin Laden ira se casar com a descendencia de George W. Bush e Barack H. Obama. Nao. Nao estou jogando praga em ninguem. Tambem nao estou adivinhando o futuro. Estou apenas falando o que eh provado por meus calculos.

Eu posso estar terrivelmente enganado nos meus calculos porque estou falando do daqui a 1.000 anos sem ao menos saber o que acontecera de concreto amanha. Porem, minha consciencia esta tranquila. Nao estou afirmando que isso acontecera sem condicao alguma. Como crente, eu sei que para isso acontecer Deus precisa permitir-nos 1.000 anos adiante e a multiplicacao de todos precisa ser o mais normal possivel. Neste caso, nos precisamos da participacao de todos em nossa multiplicacao.

Estou fazendo esses calculos na presuncao de que a populacao da Terra daqui a 1.000 anos nao excedera muito ao que ja temos agora. Penso ser uma otima precaucao se nos nao termos mais que duas criancas desde ja porque o nosso planeta ja esta superpovoado por humanos. Alguns criticos dessa concepcao andam dizendo que esse aviso tem sido feito por longo tempo e a populacao continua crescendo e nada aconteceu. Eles dizem assim, humanos tem sempre seus recursos e quando qualquer problema se apresentar alguem apresentara uma resposta para solucionar isso.

O nosso maior problema eh esse, os recursos em nosso planeta sao limitados. E ja estao nos enviando sinais de exaustao. O proprio planeta eh limitado. Dai eu nao penso que ha qualquer inteligencia em nao termos precaucoes quanto a isso. Se formos ir ate ao ponto sem retorno o que acontecera sera nada mais que guerras terriveis pelos ultimos recursos de vida na Terra. E nos temos que nos lembrar que, hoje nos temos recursos suficientes talvez ate para cuidar de 50 bilhoes de pessoas na Terra mas mesmo que a populacao se estabilize nisso, as geracoes continuarao se sucedendo.

Entao, 1.000 anos depois de tal ponto, nos teremos tido 33 geracoes de 50 bilhoes de pessoas vivendo na Terra. Isso eh o mesmo que 1.65 trilhoes vivendo na Terra num mesmo tempo. E nos nao temos a menor ideia por quantos milhares de anos nos teremos somente essa mae Terra para nos dar comida e abrigo. Ser cauteloso nao eh uma questao de nao ter coragem e sim uma questao de conhecer os fatos.

Se voce quizer outra a respeito do que genealogia e genetica pode nos oferecer, peguem o casal Bill e Melinda Gates como exemplo. Penso que eles sao o casal mais rico do mundo. Agora vamos imaginar que, os filhos deles terao filhos e assim por diante, multiplicando como eu tenho dito. Mesmo que nas primeiras geracoes eles nao terao problemas com falta de dinheiro, quando eles forem numerosos como 5.000 pessoas eles nao serao ricos como os ancestrais deles e alguns terao, provavelmente, vida pobre.

Se continuarem multiplicando-se como calculei, eles acabarao se casando com a nossa descendencia, desde dos mais ricos aos mais pobres de cada um de nos. E se a gente nao cuidar uns dos outros desde agora, todos os criminosos, todos os politicos, todos os sofredores serao nossos descendentes coletivos, tanto quanto as pessoas de maior sucesso e intermediarias no tempo delas.

07. UMA PITADA DE GENEALOGIA IBERA

A genealogia da Peninsula Iberica, no comeco, nao foi complicada. O que nao eh facil estuda-la eh justamente quando voce comeca a voltar aos mesmos ancestrais repetidamente. Com certeza, a mesma coisa acontece com as outras genealogias no mundo. Mesmo se a gente tivesse dados completos da Idade Media ate hoje isso nao seria diferente. A unica coisa que a gente poderia esperar ser diferente em relacao ao que ja temos seria, mesmo se a gente achasse linhagens que nunca suspeitassemos que tivessemos, certamente, elas acabariam nos levando aos mesmos ancestrais que ja temos.

Nao eh surpresa alguma termos dados somente das personalidades historicas conhecidas e, quando muito, das pessoas que as acompanhavam em suas Historias. Frequentemente nos encontramos dados de alguem que so aparece nos documentos porque ele ou ela foi casado com alguma personalidade ou com um dos filhos dela. Esta pessoa que parece nascer do ar tras consigo somente o pai ou tambem a mae. Parece que o recem-chegado nem teve um comeco ha milhares de anos atras exatamente como tudo mundo tem.

O recem chegado eh uma pessoa comumente chamada de comum ou gentinha. Algumas vezes tambem conhecida como: o pobre. Porem, o que eu tenho certeza eh isso: esquecido na falta de documentacao e na tradicao falada, nalgum ponto da Historia de cada pessoa, todos nos tivemos os mesmos ancestrais, nao tao distante quanto o leigo supoe. Nossa Historia de privilegios de alguns e exclusao dos outros eh responsavel por essa diferenciacao. E o povo comum nao eh nada mais comum que quem quer que seja no planeta. Todos nos vimos dos dois, comuns e privilegiados. E o que nos separa agora esta mais relacionado ao ter ou nao ter dinheiro.

Como eu disse antes, a Peninsula Iberica foi invadida pelos muculmanos em 711. A unica area que continuou nas maos dos cristaos foram duas partes pequenas do territorio, chamadas de Cantabria e Asturias. De la os cristaos comecaram a luta tentando reconquistar suas terras. Mas a guerra durou geracoes e mais geracoes. Algumas geracoes ate mesmo se esqueceram do porque das guerras.

Como tambem disse antes, somente um reino cristao na Peninsual foi implantado por outros sem ser os proprios iberos. Durante a Historia ele recebeu o nome de Aragao. O responsavel pela criacao foi Luis I, o Piedoso, Imperador do Ocidente. Ele era filho do Carlos Magno e herdou a coroa dele.

O Reino de Leao surgiu apenas em 910. Naquele tempo ele estava desertico e foi conquistado pelo rei Alfonso III das Asturias, e o filho dele, Garcia I, transferiu e a adotou a cidade de Leon como capital do reino. A partir de entao o reino se tornou o principal reinado cristao na Peninsula Iberica.

Outro povo presente eram os bascos. O dominio deles era a costa atlantica sul da Franca e o centro-norte da Espanha. No principio o reino deles se chamava Pamplona e depois virou Navarra.

Durante o reino de Alfonso III, rei das Asturias, o Norte de Portugal foi tomado e estabelecido como condado pelas maos de Vimara Peres.

Apos isso ou ao mesmo tempo, Fernan Gonzalez unificou o Reino de Castela. O reino ganhou este nome porque tinha uma linha de castelos para defender o Reino de Leon. Na Wikipedia a gente pode ler isso: “Em 931 o Condado foi reunificado pelo conde Fernan Gonzalez, que iniciou uma rebeliao contra o Reino de Leon, estado sucessor do de Asturias, e conseguiu seu status de autonomia, passando o condado a ser herdado por seus descendentes e deixando de ser sujeito a imposicoes dos reis leoneses.”

Mais um reino foi somado `a mistura. Este foi o Reino da Galicia que herdou o Condado de Portugal como parte do seu territorio. Porem, em 1.128, Portugal tambem se tornou um reino separado. Dai, todos esses reinos cristaos no seculo XII ja haviam retomado perto da metade da Peninsula Iberica dos conquistadores muculmanos. E algumas vezes eles estavam mais envolvidos em guerras de uns contra os outros que contra os reinos muculmanos localizados nas partes do sul. A forma e a extensao destes reinos estavam em constante mudancas enquanto: Afonso III de Portugal e Fernando, o Catolico, rei de Aragao, e Isabel, a Catolica, rainha de Castela, que se casaram e uniram a Espanha, nao completassem a Reconquista.

Cada um destes reinos produziu sua nobreza. E eles fizeram trocas de noivos e noivas uns com os outros e com todas as familias reais da Europa. E dai, como eu disse antes, os sangues que haviam recebido do povo comum retornou ao povo comum. Como?

Basicamente, quando uma dominacao foi trocada como dos poderosos antigos para os romanos, dos romanos para os suevos e visigodos, dos godos para os muculmanos e dos muculmanos de volta para os cristaos, cada nobreza permaneceu, porem, como nobreza menor. Tambem, de acordo com que praticavam guerras, os considerados povo comum lutaram lado-a-lado com seus senhores. Aqueles que se destacaram dos outros por bravura ganhavam riquezas, posses e ate noivas das novas familias dominantes. Nos podemos verificar isso quando homens, aparentemente vindos do nada, se casam com mulheres da nobreza. Da mesma forma, mulheres sem ascendencia nobre se casando com homens da nobreza.

O mais comum eh vermos um nome vindo `a luz e quando a gente comeca a buscar a origem, encontra isso: la no fundo a origem esta num rei ou parente dele. Depois darei exemplos disso. Vamos comecar pelo como os sobrenomes foram adotados.

Por volta de 1.000 anos atras nao tinhamos exatamente nomes de familia. Porei aqui mais uma sequencia genealogica para facilitar a explicacao:

Moninho Viegas, o Gasco – Valida Trocozendes
Egas Moniz de Ribadouro – Toda Ermiges
Ermigio Viegas – Unisco Pais
Monio Ermiges – Ouroana
Egas Moniz, o Aio – Dordia Pais Azevedo
Lourenco Viegas – Maria Gomes de Pombeiro
Egas Lourenco – esposa desconhecida, de Penagate
Soeiro Viegas Coelho – Mor Mendes de Gandarei

Esta eh a linhagem paterna do conhecido primeiro a usar o apelido Coelho. Se voce prestar atencao nos segundos nomes, provavelmente, nao ira enxergar o padrao. Mas existe um padrao bem claro ai. Naquele tempo era suposto usarmos o nosso nome mais uma mencao a nossos pais. Era dado um nome acompanhado de uma expressao que significava: filho de. O primeiro da lista, possivelmente, se chamava Monio e nao Moninho. O sufixo inho em Portugues eh diminutivo. Entao, Egas Moniz filho dele era: Egas, filho do Monio. Algumas vezes, a expressao: filho de, vem como prefixo como em Viegas. Viegas significa: filho do Egas.

Daquele tempo nos temos muitos nomes usados hoje. Os sobrenomes foram adotados no transcorrer da Historia. Dai alguns nomes de origem paterna foram mantidos e deixaram de corresponder aos nomes dos pais. Neste caso nos continuamos tendo familias com nomes Viegas e Moniz mas isso quer dizer apenas que, em algum tempo passado, os usuarios tiveram ancestrais que se chamavam Egas e Monio.

Eh por causa disso que temos nomes como: Rodrigues, que significa: filho de Rodrigo. Nunes significa: filho de Nuno. Peres/Pero. Fernandes/Fernando. Esteves/Estevao. Soares/Soeiro. Martins/Martim. Mendes/Mendo. Vasques/Vasco. Uma excecao eh Anes. Esse vem de Joao. A diferenca esta na antiga forma de escrever que era Johanes. Entao, Anes significa filho de Joao, o moderno equivalente a Johanes na linguagem portuguesa. Na Espanha a tradicao eh a mesma, trocando-se apenas a letra s pelo z. La os nomes sao: Nunez, Rodriguez, Perez e assim por diante. Uma pequena diferenca para Martins que vem como: Martinez.

Eh verdade, iberos usam dois nomes ou mais. Isso eh outra tradicao. No seculo XII esse sistema de dar nomes estava ultrapassado. A populacao comecara a crescer e tinha gente demais com o mesmo nome. A Igreja Catolica incentivou as pessoas a usarem mais apelidos. Muitos ja eram identificados pelo segundo sobrenome naquele tempo. Eram precedidos das palavras da, de e do. As tres significam, lugar de onde a pessoa vem. Da eh usado para lugares com nome feminino, o que eh o oposto de do. De nao menciona sexo.

O sistema americano se engana ao identificar as tres palavras como nomes. Eh comum o meu nome estar escrito como De Magalhaes mas nao deveria ser assim. De significa lugar de onde se veio e sempre deveria ser escrito em minusculas. Com o tempo algumas pessoas suprimiram as tres palavras dos proprios nomes sem saber a importancia delas. Este eh o caso de alguns de meus familiares que herdaram o Magalhaes sem o de.

Exemplos de nomes e seus signifcados: 1. Geraldo Rodrigues da Costa, que significa, Geraldo, filho do Rodrigo, nascido na costa. 2. Antonio Alvares do Couto: Antonio, filho do Alvaro, de um lugar pequeno. 3. Jose Anes de Guimaraes: Jose, filho do Joao (Johanes), da Cidade de Guimaraes.

Com o tempo, muitos outros nomes foram somados `a lista. Alguns eram lembranca da caracteristica fisica do primeiro usuario. Exemplos disso sao: 1. Alvim, eh o mesmo que Branquinho; 2. Rouco, voz rouca; 3. Barbalho, barba em forma de raiz de alho. Ha algum tempo atras eu ouvi outra explicacao para o meu sobrenome. Alguem disse que vem do Oriente e a origem seria algo como: Barb Al, que foi transformado em Barbalho em Portugal. Mas nao conheco nenhuma evidencia concreta disso.

Tambem as profissoes de ancestrais viraram sobrenome para alguns. Um exemplo eh Cavaleiro. Outro eh Sapateiro ou Zapatero. Alguns receberam o sobrenome de Navegante.

Encontrei na literatura que, em Portugal existiam cinco familias nobres. E os nomes delas eram: Baiao, Braganca, Maia, Ribadouro e Sousa. Mas essa nao eh uma informacao exata. O que possivelmente aconteceu foi algo como na minha familia no Brasil. Ela eh chamada de Familia Coelho. Mas por que eu chamaria a minha familia por este nome se nao o uso?

O que aconteceu foi isso: quando os europeus comecaram a colonizar a area de onde nos somos, meus ancestrais estavam no comando dos primeiros europeus que viveram la. Mesmo que outros estivessem juntos ou vieram depois, a maioria acabou se casando na parentalha Coelho. Dai a familia assina varios nomes mas comumente passou a ser chamada pelo nome Coelho. E todo mundo eh pelo menos uma vez Coelho. E tambem haviam outros ramos Coelho juntos. Na lista de meus ancestrais existem os que assinam: Coelho, Coelho de Magalhaes, Nunes Coelho, Coelho de Andrade e Coelho de Almeida. E nao estou falando aqui de outras combinacoes que apareceram depois mas tao somente dos ramos originais que nao sabemos se ja tinham ligacoes uns com os outros.

Minha duvida quanto a cinco ser igual ao numero de familias nobres foi despertada pelos muitos nomes diferentes que os nobres usavam e suas origens. Como a gente ja viu, o sobrenome Coelho veio depois. Ele era parte da familia chamada de Ribadouro. E eu posso mostrar outra sequencia genealogica para mostrar isso. Se voltarmos ao capitulo 5 nos podemos dar uma olhadinha nas segunda e terceira linhagens postadas la. A segunda termina no rei Ramiro II das Asturias. E a terceira comeca num dos filhos: Lovesendo Ramires. Assim, eu comecarei outra vez a partir deles:

900 Ramiro II, rei das Asturias – Onega (?)
940 Lovesendo Ramires – Zayra ibn Zayda
960 Aboazar Lovesendes – Unisco Godinhes
980 Trastamiro Aboazar, 1o. sr. da Maia – Dordia Soares
1,000 Goncalo Trastamires, 2o. sr. da Maia – Unisco Sisnandes
1.020 Mendo Goncalves, 3o. sr. da Maia – Ledegundia Soares Tainha
1,060 Goncalo Mendes, o Lidador – Urraca Teles
1,080 Moninha Goncalves da Maia – Rodrigo Forjas de Trastamarra
1,100 Forjaz Vermuis de Trastamarra – Elvira Goncalves de Vilalobos
1,130 D. Rodrigo Froias de Trastamarra – D. Urraca Rodrigues de Castro
1,150 D. Goncalo Rodrigues da Palmeira – D. Froille Afonso de Celanova
1,170 D. Rui Goncalves Pereira – Sancha Henriques de Portocarreiro
1,220 D. Pedro Rodrigues Pereira – Estevainha Rodrigues Teixeira
1,250 D. Goncalo Pereira – D. Urraca Vasques Pimentel
1,280 D. Vasco Pereira, conde de Trastamarra – Ines Lourenco da Cunha
1,320 D. Aldonca Vasques Pereira – Pero Esteves Coelho

Se voltarmos ao capitulo 5 para olharmos a sequencia genealogica numero 6, nos acharemos o ultimo casal: Pero Esteves Coelho – D. Aldonca Vasques Pereira. O que eu quero mostrar aqui eh como nomes novos eram criados. Na geracao de D. Rodrigo Froias de Trastamarra, o Palmeira comeca sem uma explicacao melhor. Os filhos dele adotaram o Palmeira como sobrenome e o filho dele, D. Goncalo Rodrigues da Palmeira, deu este nome a todos os filhos, exceto para um, D. Rui Goncalves Pereira. Dai para frente o nome Pereira tambem tornou-se um dos mais comuns na Peninsula Iberica.

Deem uma olhadinha nos sobrenomes das esposas para ver muitas outras familias importantes. Elas vinham de familias nobres tambem. Estevainha Rodrigues Teixeira, esposa do D. Pedro Rodrigues Pereira era descendente do Carlos Magno e do Fernando Magno, rei de Leon e Castela. Este eh o mesmo que aparece como bisavo do rei Afonso Henrique de Portugal na quinta sequencia genealogica, no capitulo 5.

Eu gostaria de apresentar algumas sequencias genealogicas que estao no amago da Historia de Portugal. Comecarei por Estevao Coelho que era o pai do Pero Esteves Coelho.

1,290 Estevao Coelho – Maria Mendes Petite
1,330 Branca Pires Coelho – Joao Pires Alvim
1,360 Leonor Alvim – D. Nuno Alvares Pereira, 2o. Condestavel de Portugal
1,380 D. Beatriz Pereira Alvim – D. Afonso, 1o. duque de Braganca

Ai nos podemos ver que: o ancestral Pero Esteves Coelho era irmao de Branca Pires Coelho, que era mae da Leonor Alvim e avo da D. Beatriz Pereira Alvim, que era esposa do D. Afonso, 1o. duque de Braganca. Naquele tempo a nome Braganca ja estava estabelecido em Portugal e somente depois os duques de Braganca o adotaram como sobrenome mas eles tambem ja eram descendentes de ancestrais de Braganca. Vou mostrar a linhagem paterna do D. Afonso.

1,377 D. Afonso, 1o. duque de Braganca – D. Beatriz Pereira Alvim
1,357 D. Joao I, rei de Portugal – Ines Pires
1,320 D. Pedro I, rei de Portugal – Teresa Lourenco
1,291 D. Afonso IV, rei de Portugal – Beatriz, Infanta de Castela
1,261 D. Dinis, rei de Portugal – Santa Isabel de Aragao

Ai a gente voltou aos primeiros reis de Portugal e D. Dinis era filho do Afonso III. Mas D. Joao I nao era para ser rei. O irmao dele, D. Fernando I, era de direito o herdeiro e ele se tornou rei. Mas o problema veio depois porque a herdeira dele era D. Beatriz e ela se casou com o rei Juan I de Castela. Juan exigiu o direito de ser rei de Portugal depois do falecimento do rei Fernando I. Isso iniciou o que eh conhecido como Crise de 1.383 a 1.385. Nisso Castela e Portugal se envolveram numa guerra sangrenta. E o grande heroi da vez foi D. Nuno Alvares Pereira, que era o sogro do D. Afonso, 1o. duque de Braganca. E vamos colocar mais uma sequencia genealogica para mostrar mais uma coisinha.

1,360 D. Nuno Alvares Pereira – Leonor Alvim
1,310 D. Alvaro Goncalves Pereira – Iria Goncalves do Carvalhal
1,280 D. Goncalo Pereira, arcebispo de Braga – Teresa Peres Vilarinho
1,250 D. Goncalo Pereira – D. Urraca Vasques Pimentel

Como podemos ver acima, os bisavos de D. Nuno Alvares Pereira eram os avos de D. Aldonca Vasques Pereira. E o marido dela, Pero Esteves Coelho era tio da Leonor Alvim, a esposa do D. Nuno. Porei mais uma sequencia:

1,377 D. Afonso, 1o. duque de Braganca – D. Beatriz Pereira Alvim
1,402 D. Isabel de Braganaca – D. Joao, principe de Portugal
1,428 D. Isabel, Infanta de Portugal – Juan II, rei de Castela
1,451 Isabel, a Catolica, rainha de Castela – Fernando II, o Catolico, rei de Aragao
1,485 Catalina de Aragao, Infanta de Aragao – Henrique VIII, rei da Inglaterra
1,506 Maria I, rainha da Inglaterra – Felipe II, rei da Espanha

Nessa ultima sequence nos podemos ver algo para assombrar. A rainha Maria I nao teve filhos. O apelido dela era Maria Sanguinaria porque o pai separou a Igreja Anglicana da Igreja Catolica e ela queria restaurar isso. Mas como parte do povo nao queria, isso gerou manifestacoes e, somente de uma vez, cerca de 300 pessoas foram mortas. Felipe II tambem exigiu o direito dele de usar a coroa inglesa e isso resultou no afundamento de sua Armada Invencivel. Naquele tempo era mesmo a Armada mais poderosa do mundo. Mas isso eh outra Historia.

Eu gostaria apenas de falar um pouco mais a respeito do D. Nuno Alvares Pereira e como ele salvou Portugal na Crise de 1.383/85. Ele era jovem e tinha 25 irmaos. Pelo menos duas de suas irmas foram ancestrais do nobre Jose Coelho de Magalhaes que pode ser meu ancestral tambem. Outros de meus ancestrais tem o sobrenome Pereira. Mas nos ainda nao temos os meios para dizer se hao ligacoes entre meus ancestrais Pereira dos anos 1.700 com os anteriores. Apenas observem mais essa sequencia:

1,280 D. Goncalo Pereira – Teresa Peres de Vilarinho
1,310 D. Goncalo Pereira – esposa desconhecida
1,360 D. Brites Pereira – Lourenco Mendes de Vasconcelos
1,400 Rui Mendes de Vasconcelos – Ana Rodrigues Carvalho
1,440 Brites Mendes Carvalho – Fernao da Mesquita, o Velho
1,475 Lopo da Mesquita – Violante Machado
1,500 Joao Lopes da Mesquita – Ana Roiz Sobrinho da Mesquita
1,530 Miguel Sobrinho da Mesquita – Catarina Vaz
1,560 Ana da Mesquita – Semiao Pinto Machado

O ultimo casal ja esta na quinta sequencia do capitulo 5 acima. Eles sao ancestrais do Jose Coelho de Magalhaes. Muitos dos ancestrais deles levam o nome de Vasconcelos. Este vem da Torre de Vasconcelos onde D. Joao Peres de Vasconcelos foi um dos senhores, por volta de 1.220. Ele foi casado com Maria Soares Coelho, filha do Soeiro Viegas Coelho. Ate agora estava mostrando a descendencia do Soeiro por meio do filho: Joao Soares Coelho. Na terceira linha esta D. Brites Pereira que era meio-irma do D. Nuno Alvares Pereira.

O cargo que D. Nuno tinha eh como se fosse um primeiro ministro e ministro da defesa juntos, alem de comandante geral do exercito. Como os Portugueses nao tinham vontade alguma de se tornarem vassalos do rei castelhano houve guerra. As forcas portuguesas eram muito inferiores `as do inimigo. E isso as encheu de confianca. Os castelhanos foram ajudados por franceses tambem. D. Nuno Alvares entao armou uma arapuca e fez seus companheiros esperarem o ataque. Ele escolheu um campo estreito, mais para brejo, para batalhar. Como as forcas inimigas mais pesadas nao tiveram a liberdade de se movimentar como em campos normais de batalha viraram alvos faceis para os portugueses.

D. Nuno certificou-se que nao houvesse escapatoria e ate o povao veio com instrumentos de trabalho para matar os soldados. Historiadores pensam que milhares de nobres foram mortos. Isso baixou o moral do inimigo. Provavelmente, a maioria dos mortos eram da mesma familia que dos portugueses. Depois dessa batalha que ficou conhecida como Aljubarrota (tambem chamada de Padeira) ele organizou muitos ataques rapidos no territorio inimigo para assegurar que nao houvesse reacao. Claro, ele venceu a guerra. O reconhecimento da Independencia Portuguesa foi assinado em 1.411, no Tratado de Ayllon. E D. Joao I que nao era para ser rei ganhou o trono e a coroa de rei.

Presentes estavam 200 soldados da Inglaterra. Eles estavam armados de bestas e fizeram alguma diferenca a favor dos portugueses. Desde entao, Portugal e Inglaterra tem um Tratado de ajuda mutua contra invasoes externas. Eh com certeza o mais antigo do genero no mundo.

Coincidentemente, D. Nuno Alvares Pereira morreu de causas naturais no mesmo dia que Joana d’Arc foi executada.

D. Joao I casou-se com Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra. Depois o sobrenome dela foi adotado em Portugal como Lancastre. A Familia Lancastre de Portugal eh descendente direta dos Lancaster da Inglaterra. Mas essa segunda dinastia em Portugal durou pouco. Portugal continuou recebendo e enviando noivas e noivos para os reinos espanhois e, em 1.560, a situacao se repetiu. A diferenca eh que neste tempo o rei da Espanha foi o poderoso Felipe II, que foi casado com a Maria I, rainha da Inglaterra.

As linhagens sucessorias em Portugal seguiram nem sempre observando a primogenitura. D. Manuel I subiu ao trono. Ele foi chamado de o Venturoso. Isso foi porque ele herdou o trono sem ter sido o primeiro da linha. Depois vieram as Grandes Descobrimentos no seu tempo. Vasco da Gama transpos o Cabo da Boa Esperanca na Africa do Sul abrindo o Caminho para as Indias aos interesses comerciais portugueses e Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil.

Mas isso era bom demais. Ele foi pai do proximo rei, Joao III, que foi pai da Maria, Infanta de Portugal, que tinha sido a primeira esposa do Felipe II, rei da Espanha. Joao III, rei de Portugal teve um primogenito com o nome de Joao. E este foi o pai do D. Sebastiao. Sebastiao tornou-se rei mas era um tanto quanto lunatico e resolveu reeditar as Cruzadas e reuniu seus exercitos com a intencao de conquistar o territorio dos mouros no Norte da Africa. La ele desapareceu sem deixar um primogenito. Felipe II viu nisso sua oportunidade de conquistar Portugal, unificando as duas coroas. Ele quase nao encontrou resistencia.

Somente 80 anos depois, de 1.560 ate 1.640, a soberania do Reino de Portugal foi restaurada. O novo rei foi D. Joao IV. Este quarto Joao, rei de Portugal, era tambem o oitavo duque de Braganca. Voltando `a linhagem, ele era pentaneto do D. Afonso, 1o. duque de Braganca e de D. Beatriz Pereira Alvim, a filha do D. Nuno Alvares Pereira.

Alem do nome Coelho estar envolvido na genetica dos reis de Portugal, as mulheres que se casaram com os duques de Braganca tinham ancestrais que tambem eram ancestrasi das linhagens que originaram Jose Coelho de Magalhaes. E por volta de 1.820 a familia real portuguesa foi dividida em dois ramos. Um manteve-se no reino de Portugal e outra se estabeleceu no Brasil. Mais tarde a Republica foi proclamada no Brasil, em 1.889, enquanto em Portugal so veio em 1.910.

Na Espanha nos temos os mesmos nomes de familia que em Portugal. Algumas eh dito que foram traduzidos de uma lingua para outra. Ate do Coelho eh dito que virou Conejo, que eh o mesmo Coelho dos dois lados. Os portugueses tambem usam nomes importados da Espanha. Exemplos disso sao: Menezes, Gurgel, Ponce de Leon, Lima, Bezerra, Lara, Maldonado e muitos outros. Um que eu nunca vi no Brasil eh o Bivar. Ele aparece no nome do D. Rodrigo Diaz de Bivar. Ele tinha o apelido de El Cid. Tambem, Matamouros. (Matador dos mouros). Algo que nao soma nada ao nosso orgulho mas ele eh tambem ancestral do Jose Coelho de Magalhaes. El Cid eh mencionado no video “Islam, Imperio da Fe” produzido pelo http://www.pbs.org.

Gostaria de adicionar mais um evento da Historia Portuguesa neste capitulo, com a intencao mais de mostrar uma curiosidade genealogica. Um nome da Historia da Peninsula Iberica sempre lembrado eh o de Ines de Castro. Castro tambem eh nome nobre da Espanha e de nossos ancestrais. Porem, ninguem sabe quem ela eh.

Para comecar, leiamos um extrato da Wikipedia: “Ines foi para Portugal em 1.340 como dama da Infanta Constanca de Castela, recem-casada com o principe Pedro, o primogenito do rei portugues. O principe se apaixonou por ela e comecou a deixar de lado sua legitima esposa, pondo em perigo as ja fracas relacoes com Castela. Para complicar, o amor de Pedro por Ines levou nobres Castelhanos ali exilados para as proximidades do poder, com os irmaos da Ines se tornando amigos do principe e seus conselheiros de confianca. O rei Afonso IV de Portugal, pai do Pedro, nao gostava da influencia da Ines sobre o filho e esperou que o entusiasmo mutuo acabasse, mas isso nao aconteceu.”

Afonso IV fez de tudo para separar o casal mas nao conseguiu. Entao, ele deu ordens a tres de seus confidentes para matar Ines. Um deles foi o Pero Esteves Coelho, que seria nosso ancestral. Pedro deu a palavra ao pai que nao se vingaria o assassinato. Porem, depois que ele subiu ao trono do pai foi justamente isso que ele fez. Capturou dois dos executores e os matou, abrindo a caixa toracica e tirando os coracoes com as maos, em exibicao publica. Isso foi para simbolizar o proprio coracao partido.

Estas passagens foram conservadas pelo poeta Luis Vaz de Camoes no seu epico memoravel, Os Lusiadas. Todos os elementos da trama estao la e eu penso que o Shakspeare usou isso como inspiracao da novela: Romeu e Julieta. A genialidade dele esta no fato de ter amaciado os fatos e transposto a estoria para outro cenario. Nao digo que ele copiou Camoes. Mas, como de costume, todo artista eh inspirado pelo trabalho de outros. Foi melhor mesmo ele ter amaciado os fatos porque a verdade foi muito mais cruel. Se os escritos tivessem sido muito parecidos com os fatos ele poderia se colocar em risco, por causa das relacoes diplomaticas entre Portugal e Inglaterra.

Porem, de alguma forma a Historia eh melhor que a novela. Quem tiver a curiosidade, a Internet esta repleta de outras informacoes.

Meu objetivo nao eh, em momento algum, mostrar que sou descendente das familias reais e nobres europeias. Nao penso que isso me traria nenhum beneficio. O que desejo mostrar eh que: nao sou so eu quem sou. Desde que as Americas foram colonizadas pelos europeus, acredito que, a maioria absoluta das pessoas nascidas nas Americas, com ligacoes com as familias europeias, eh inquestionavelmente descendente das familias reais e nobres europeias. Isso nao nos garante outro privilegio senao, de alguma maneira, sermos primos.

08. SECULOS E PESSOAS QUE DESENHARAM A NOSSA HISTORIA EM COMUM

Comumente a Historia dos Estados Unidos eh apresentada como uma extensao da Historia Inglesa. Mas isso eh mais uma consequencia do que estava acontecendo na Europa como um todo e tem pontos comuns com a Historia do Brasil, apesar do Brasil tambem nao existir como pais autonomo naquela epoca.

Cada evento maior da Historia Europeia dos ultimos seculos da Idade Media deixou marcas em nossa Historia comum. Primeiramente, no final da Idade Media tinhamos a poderosa Igreja Catolica dominando tudo da vida coditiana na Europa. No seculo XIII aparecem descontetamentos com os desvios de comportamento dos clerigos em relacao ao compartamento que deveriam ter. O clero eh o poder dominante mas permite `a aristocracia exerce-lo em seu nome. A Igreja transformou-se num caso incestuoso onde era a mae que gerava a aristocracia e juntos eles geravam a proxima geracao de aristocratas.

A populacao sob o poder deles nao passava de escrava. Muitas ideias novas, inclusive as religiosas, eram julgadas como simples heresias. A Igreja nao prestou atencao nos anseios nem das almas nem dos corpos. A Igreja considerava seu proprio pensamento acima de todo e qualquer pensamento diferente. Foi instituido o Tribunal do Santo Oficio, comumente conhecido como Inquisicao. Isso significava que, nao importava o que voce fez, voce poderia ser acusado de heresia se isso envolvesse duvidas em relacao a religiao ou autoridade. Tudo virou: “Mandado por Deus”.

Outro capitulo de interesse foi a Renascenca. Os historiadores classificam isso como um movimento intelectual entre os seculos XIV e XVII. Ele teria comecado e nos vindo da Italia, trazendo mudancas na “literatura, filosofia, arte, politica, ciencia, religiao, e outros aspectos da busca racional”, como esta descrito na Wikipedia. Embora essa seja a importante para nos, nos tivemos uma Renascenca anterior, dentro do Imperio Muculmano.

Os Muculmanos ja haviam traduzido muitos textos antigos de origem latina e grega. E eles foram os que ja os aplicavam nas artes e vidas. Foi levando algum conhecimento renascido para a Peninsula Iberica que causaram a comparacao do Imperio deles como luz em contraste com o resto da Europa como total escuridao nos primeiros seculos da Idade Media. Eh por isso que a Idade Media tambem eh conhecida como uma era inculta.

E eu penso que foi por esta razao, da Europa estar culturalmente atrasada em relacao ao mundo muculmano, que a Reconquista da Peninsula Iberica demorou tanto. Depois de se estabelecerem la e demonstrarem ser um poder mais tolerante e mais justo, para a epoca, em relacao ao povo pobre, o povo nao tinha razao para revoltas sabendo que, a revolta significaria uma queda de paz em suas vidas.

Para lancar o povo contra os senhores muculmanos, o estrategistas cristaos lancaram mao de uma serie de demonizacoes, inclusive acusando Adb al Rahman III ibn Muhammed, o Grande, de ser homossexual. Eles se aproveitaram do fato que, o lider muculmano tinha mandado executar um jovem cristao, Pelagio, porque ele se recusou se converter ao Isla. Isso tambem eh deploravel, mas os cristaos nunca sentiram vergonha de terem praticado o mesmo aos de outras fes. Nos sabemos o que se fez contra os pagaos, judeus e inclusive aos muculmanos naquele tempo. Entao, acusar ao Abd al Rahman de homossexualismo era a forma de manipular a horda ignara da Idade Media. Isso continua, apesar de nao ser mais um bicho-de-sete-cabecas para a maioria de nos hoje.

Outro capitulo vinculado sao as cruzadas. As cruzadas serviram como cortina de fumaca usada pela Igreja Catolica para desviar a atencao dos malfeitos da administracao dela. Esta eh uma pratica antiga, usada pelos maus governantes. As Cruzadas nao sao exatamente o que se diz delas. Nos tivemos perto de 12 cruzadas contra o poder muculmano sobre Jerusalem e cerca de tres duzias contra eles na Peninsula Iberica e contra europeus que tinham crencas diferentes dos dogmas catolicos. Inclusive, os catolicos da Peninsula Iberica foram dispensados de lutar contra os muculmanos em Jerusalem porque eles ja estavam na luta para recuperar seu territorio.

Mas o tiro da Igreja saiu pela culatra. Durante as Cruzadas os soldados europeus aprenderam um sistema melhor de vida e levaram a licao para casa. Nas bagagens levaram conhecimento novo e gosto por mercadorias que a Europa nao oferecia. Mesmo apos o fim das Cruzadas por Jerusalem nos ultimos anos do seculo XII o comercio ja estabelecido continuou. Os muculmanos tinham o controle do comercio com a Asia e a Africa mas os italianos foram os que intermediaram com o resto da Europa.

E eh nesse contexto que europeus comecam a buscar o conhecimento humanistico que levou `a quebra do monopolio da Igreja. Os clerigos e a aristocracia eram os unicos capazes de produzir e consumir conhecimento e produtos caros. E a populacao comeca a multiplicar-se em numero e riqueza. A urbanizacao da populacao que antes vivia em maioria no campo eh a responsavel pelo surgimento de uma classe nova, os burgueses. O termo se refere a morador urbano.

O uso e a producao do papel que os muculmanos ja comercializavam com a China e a invencao da imprensa por Gutemberg foram as precondicoes para tornar o conhecimento mais atingivel pela crescente populacao de estudantes. Maior conhecimento tambem resultou em mais universidades disponiveis.

O povo portugues estava ha muito tempo tentando fazer a navegacao oceanica e nisso o grande nome eh o principe Henrique, o Navegador, filho do rei D. Joao I e de Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra. Ele dedicou-se a vida inteira `a causa da navegacao e isso deu retorno. No principio eles comecaram a navegar as costas africanas onde, em 1.415, conquistaram Ceuta das forcas mouras. Naquele tempo tambem solicitaram permissao ao papa para escravizar os muculmanos conquistados e a autorizacao foi dada. Posteriormente, essa permissao foi reinterpretada para justificar a escravizacao dos africanos subsaarianos.

Durante o seculo XV os portugueses tambem descobriram os Arquipelagos da Madeira e Acores. Ai esta o inicio das Grandes Descobertas e a colonizacao a partir da Peninsula Iberica. Em 1.498, Vasco da Gama realizou o maior dos sonhos ibericos descobrindo o Caminho das Indias via navegacao oceanica. Em 21 de abril de 1.500, o capitao Pedro Alvares Cabral descobre o que sua tripulacao pensou ser uma ilha mas eles haviam chegado ao Brasil. Depois o engano foi corrigido mas a coroa portuguesa se entregou inteiramente `a exploracao das riquezas mais imediatas atraves do comercio com a Asia. O Brasil ficou 50 anos sem desperta-lhe o interesse.

Do lado da Espanha, os monarcas Fernando II, o Catolico, rei de Aragao e sua esposa, Isabel, a Catolica, rainha de Castela, concluiram a Reconquista da Espanha, tomando o ultimo reino muculmano, Granada, em 1.492. Em 1.494 eles tiraram a sorte grande quando Cristovao Colombo chegou `as Americas, navegando para o oeste, ao contrario de encontrar as Indias como ele estava querendo. No mesmo ano, Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Tordesilhas garantindo a partilha das Americas para os dois. A porcao de Portugal nao era mais que o que hoje eh o Nordeste Brasileiro quase todo e a metade do Sudeste. Isso eh perto de um quarto das terras brasileiras atuais mas eh duzias de vezes maior que Portugal.

Agora precisamos usar nossos cerebros para entendermos a situacao. Logo apos estes fatos o trabalho duro de Portugal estava rendendo. A Espanha estava afogada na incompetencia dos administradores dela. Eles tinham conquistado Granada e logo depois o que fizeram foi matar ou escravizar um quinto da populacao muculmana. Dois quintos foram expulsos para o dominio mouro no Norte da Africa. Os dois quintos restantes foram perseguidos de tal maneira que se exilou posteriormente. Eles fizeram o mesmo aos judeus. E estes migraram para lugares mais tolerantes, onde atualmente eh Holanda, Belgica, Luxemburgo, Alemanha, Polonia e outros paises por perto. Mais tarde a descendencia deles ira arrepender-se dessa escolha mas ninguem imaginava o que estava por vir.

Como eu ja disse antes, Portugal tinha nao mais que 1.7 milhoes de habitantes naquele tempo. A Espanha expulsou perto de 1 milhao, o que era uma parte consideravel da sua populacao. Entre os expulsos, mortos e escravizados estavam a maioria dos artesaos e comerciantes. Ela usou a religiao como desculpa para fazer isso. Mas o que eles queriam mesmo era ganhar dinheiro rapido para financiar a exploracao das promissoras novas colonias.

Isso eh o que a gente sempre ve na Historia. Maus governantes nao olham as consequencias. Se os governos estao numa maior necessidade de dinheiro o primeiro pensamento eh: de quem nos vamos tomar? Os muculmanos e judeus foram as primeiras vitimas dos descobrimentos espanhois. Os amerindios e africanos foram afetados logo depois. Porem como a gente vera depois, o povo da Espanha tambem virou vitima da loucura dos seus reis.

Nao mencionei antes mas havia outro grande acontecimento ajudando a desenhar a nossa Historia a partir do seculo XV em diante. Comecou com as criticas do Eramus de Rotterdam contra o mau comportamento dos clerigos. A intencao dele era mudar o comportamento interno na Igreja. Porem o orgulho dos clerigos era demais para permitir isso. Depois dele chegaram outros como Martinho Lutero e Joao Calvino (Jean Cauvin) que eram mais explicitos em suas criticas ao velho estilo da Igreja Catolica. A atitude deles levou ao movimento chamado de Reforma. E ate o Lutero arrependeu-se da desordem que sem querer o criticismo dele provocou.

No passar dos seculos a Igreja Catolica fingiu-se de surda diante dos pedidos do povo para mudar. Ela monopolizava o conhecimento e a interpretacao das Escrituras Cristas. Os livros eram escritos apenas em Latim, que era uma linguagem morta, a nao ser dentro do meio sacerdotal. Os proprios religiosos que atendiam aos grotoes nao conheciam todos os aspectos da linguagem. Assim, quando Lutero traduziu a Biblia para a linguagem corrente, muitas pessoas puderam ver a diferenca entre o que estava escrito do que era ensinado.

A Reforma ganhou forca a partir dai. Tivemos muitos conflitos dentro da Europa e parte dos principes e reis viram nela a oportunidade de sair do controle do Vaticano. Basicamente, a Reforma lhes deu a oportunidade de terem uma religiao nacional em maos, para usa-la segundo os proprios interesses. Mais tarde isso leva ao surgimento dos Despotas Esclarecidos que foram reis que pensavam que poderiam fazer o que quizessem, sem prestar contas a ninguem, senao a Deus. Exemplos de reinos que se separaram da influencia do Vaticano com a Reforma foram: Suecia, Finlandia, varias partes da Alemanha, Inglaterra e varios outros. Exemplos dos que se opuseram `a Reforma: Portugal, Espanha e Italia.

E os reis daquelas nacoes vincularam a bagunca logo depois do inicio da Reforma `a alfabetizacao. Assim, despresar a educacao transformou-se num instrumento nas maos deles para dominar as proprias populacoes. Eles mantiveram o latim nos textos biblicos e o povo no analfabetismo. Este eh um dos fatos que repercutiram negativamente contra os povos daqueles paises e suas colonias. A desordem nao foi uma consequencia direta da Reforma mas sim das cabecas duras dos papas e reis.

Para que eu faca este capitulo ficar mais interessante, precisarei postar mais duas sequencias genealogicas. A primeira eh um dos exemplos de como o rei Fernando II era descendente dos reis de Portugal.

1,261 D. Dinis, rei de Portugal – Santa Isabel of Aragao
1,290 D. Constanca, Infanta de Portugal – Fernando IV, rei de Castela
1,311 Alfonso XI, rei de Castela – Leonor Nunez de Guzman
1,335 Fradique Alfonso de Castela – esposa desconhecida
1,354 Alfonso Enriquez de Castela – Juana Mendoza de Ayala
1,390 Fradique Enriquez de Castela – Mariana Ayala de Cordoba
1,425 Juana Enriquez – Juan II, rei de Aragao
1,452 Fernando II, o Catolico, rei de Aragao – Isabel, a Catolica, rainha de Castela

A segunda vem dos ancestrais do rei Felipe II. Isso nos ajudara a explicar alguns vinculos entre as Historias dos Estados Unidos, Peninsula Iberica e Brasil.

1,357 D. Joao I, rei de Portugal – Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra
1,391 D. Duarte, rei de Portugal – Leonor, Infanta de Aragao
1,434 D. Leonor, Infanta de Portugal – Friedrich III, kaiser des Heiligen Romischen Reiches
1,459 Maximilian I von Osterreich – Marie, duquesa da Bourgogne
1,478 Philipp I der Schone, Erzherzog von Osterreich e rei de Castela – Juana, a Louca, Rainha de Castela
1,500 Karl V, Kaiser des Heiligen Romischen Reiches e rei da Espanha – D. Isabel, Infanta de Portugal
1,527 Felipe II, rei da Espanha – D. Maria/Maria I/Elisabeth of Valois/Anna von Osterreich

Agora, o que temos aqui!? Felipe II teve quatro casamentos estrategicos que o colocaram na via sucessoria de outros paises. Sua primeira esposa, Maria, era filha do D. Joao III, rei de Portugal. Maria I era a Rainha da Inglaterra. Elisabeth de Valois era princesa da Franca, filha do Henrique II, rei da Franca. A Anna era filha do kaiser, Maximiliano II. A mae do Felipe, D. Isabel, era filha do D. Manuel I, o Venturoso, rei de Portugal. E a avo dele, Juana, a Louca, era filha do Fernando II, o Catolico e Isabel, a Catolica. Viche Maria! Isso eh algo de se levar em conta!

O pai do Felipe, Carlos V, Imperador do Sacro Imperio Germanico, estava na linha de frente da oposicao contra a Reforma. E ele apenas seguiu os passos dele.

Depois que a Reforma nao tinha mais volta a Igreja Catolica e os reis que se opuseram a ela tentaram fazer a Contra-Reforma. E a Igreja Catolica tambem foi reformada mas, mesmo que isso tenha feita dela uma Igreja melhor do que era antes, a mudanca nao foi suficiente para recuperar o poder perdido. Os paises que haviam adotado ramos religiosos novos nao retornaram ao catolicismo, exceto por Polonia, Bohemia, Hungria, partes da Holanda, Franca e o sul da Alemanha. Entre as mudancas aprovadas pela Contra-Reforma foi a criacao da Ordem dos Jesuitas por Ignacio de Loyola.

Como o Velho Mundo nao era mais um monopolio da fe na Igreja Catolica os Jesuitas foram usados como ponta de lanca na catequizacao do Novo Mundo. E, `a medida que o dominio espanhol e portugues ganhou o mundo, o catolicismo foi levado junto.

Eu tenho que voltar a um assunto importante. A Inquisicao Espanhola. Inquisicao ja fora usada pela Igreja Catolica na Idade Media. Para o bem ela havia sido desativada. Mas os reis catolicos, Fernando II de Aragao e sua esposa Isabel de Castela chantagearam o papa para autoriza-los a ter esse instrumento nas maos para usar contra seus inimigos. Eles disseram ao papa que, se eles nao recebecem o que queriam repatriariam os soldados que estavam protegendo os interesses do Vaticano.

Como o papa ficou numa posicao inferior ele concordou, porem, arrependeu-se porque a Inquisicao Espanhola foi usada tambem contra bons cristaos. A permissao tinha o intento de dar poderes aos reis de julgar os judeus e muculmanos convertidos `a forca, em caso deles retornarem a suas fes antigas. Os reis haviam decidico a conversao mandatoria dos praticantes das outras fes pelo decreto que estabelecia: a conversao seria obrigatoria e a opcao seria a de mudar-se para fora do alcance do poder deles. Muita gente aceitou ser batizada como crista mas praticava suas fes, secretamente.

Mas a Inquisicao espanhola nas maos do Tomas de Torquemada, o antigo confessor da rainha Isabel, passou a servir de instrumento de terror contra qualquer oposicao. E isso enviou parte do povo espanhol para outros cantos do planeta so porque ela era judia ou muculmana.

Mais tarde eu terei que retornar a esse assunto. Nos nossos dias temos parte da populacao americana tentando mandar de volta 12.000.000 de imigrantes sem documentos como se isso fosse a coisa certa a fazer para resolver os problemas de nossa economia. Ela tem sido enganada por falsos profetas e falsas profecias. Mesmo o presidente dos Estados Unidos, o sr. Barack H. Obama e o pessoal dele, por volta de 2,5 anos no governo, estao aceitando essa maneira torta de enxergar as coisas e ja deportaram cerca de 1.000.000 de cidadaos uteis sem documentos. Nos ja estamos tomando o retorno disso na cara.

Recentemente o sr. Obama suspendeu a deportacao massiva numa tentativa de revisao de cada caso, alegando que a administracao deseja devolver somente os envolvidos em crimes. A suspeita eh a de que ele esteja usando essa estrategia para nao perder os votos dos imigrantes nas eleicoes do ano que vem. A verdade eh essa, em suas palavras parece que o presidente entende os riscos dos Estados Unidos perderem tamanha populacao mas pela postura do governo dele parece tudo palhacada.

A prova de que o D. Manuel I, o Venturoso, nao era tao venturoso esta nos casamentos. Ele teve tres esposas. A primeira foi Isabel de Aragao e Castela; a segundo foi Maria de Aragao e Castela. As duas eram irmas e filhas do Fernando II com a Isabel. A terceira foi Leonor da Austria, princesa da Espanha. Ela era filha do Carlos V, o Kaiser e rei da Espanha, e que tambem era pai do Felipe II, rei da Espanha. Assim, ele nao estava cercado apenas pelas fronteiras com a Espanha mas tambem pelos casamentos.

E uma das condicoes para o casamento dele foi a de que ele teria que fazer o mesmo que os reis da Espanha, em Portugal. D. Manuel I nao tinha vontade para expulsar o povo portugues. Mas nao podia ficar sem fazer nada. Os portugueses eram mais liberais nesse assunto e permitiram aos judeus migrarem para suas colonias, incluindo o Brasil. Eh provavel que neste tempo a populacao muculmana portuguesa fosse muito pequena porque Portugal ja havia reconquistado seu territoria ha muito e os que nao se haviam convertido naquela primeira hora devem ter-se mudado para os territorios muculmanos na Espanha.

Portugal foi o responsavel pelo inicio das Grandes Navegacoes e, como o proverbio brasileiro nos ensina, “matou dois coelhos com uma so cajadada”. Aos poucos e sempre, o comercio mundial foi deslocado das cidades italianas e muculmanas em torno do Mediterraneo para Lisboa. As cidades estado na Italia tinham o monopolio antes para comercializar com os muculmanos.

A Espanha tinha uma parte nisso porque Granada era parte do Imperio Muculmano. Quando Fernando II e Isabel conquistaram Granada e passaram a perseguir os muculmanos por causa da fe, isso voltou-se contra suas economias. Lisboa virou o porto que atraia os mercadores antes residentes na Italia e no mundo muculmano. Essa eh a primeira migracao na Historia em que pessoas ricas migraram para novos lugares em busca de novas oportunidades. Normalmente, migracao esta relacionada aos pobres e perseguidos.

O ambiente que eles encontraram em Portugal era diferente do que tinham na Italia. Em Portugal e na Espanha os reis estavam procurando negocios que pagassem impostos e desejavam o monopolio para o Estado. Mas na Italia ja estavam praticando as primeiras nocoes de capitalismo. Eles tinham bancos e ja trabalhavam com papeis. O unico lugar onde encontraram um ambiente economico parecido foi nas cidades que hoje estao na Holanda. As cidades la pareciam com as Cidades Estados da antiga Grecia.

Holanda era apenas um Condado, territorio da Burgonha. Mas ela foi herdada por Carlos V, o kaiser do Sacro Imperio Germanico e rei da Espanha. Carlos V havia resistido `a Reforma mas nao teve a capacidade de impor a propria vontade. Parte do reino dele era liberal em relacao a religiao. Assim, protestantes, judeus e catolicos eram livres para comercializar em cidades como Amsterdam e Rotterdam como tambem praticar suas religioes. E esta parte do Imperio foi dada a Felipe II, como um presente do pai dele, Carlos V.

Um sinal da importancia dos italianos no comercio e navegacao transcontinentais esta nos nomes de alguns dos exploradores nas Grandes Descobertas. Como sabemos, Cristovao Colombo eh creditado como o primeiro capitao a trazer uma frota ao Mundo Novo. Americo Vespucio estava na frota capitaneada por Pedro Alvares Cabral que aportou no Brasil. E Giovanni da Verrazzano foi o primeiro navegante na Costa Atlantica da America do Norte, a servico da Franca, em 1.524, quando ele entrou na Baia de Nova York e Baia de Narragansett, Massachusetts. Martin Waldssemuller deu nome Americas aos Novos Continentes no Mapa do Mundo dele, de 1.503, in Lorraine, apos latinizar o nome Amerigo, homenageando Vespucio.

O publico geral teve noticia da descoberta do Mundo Novo somente em 1.503, atraves da publicacao de uma carta atribuida a Amerigo Vespucci. Nunca devemos nos esquecer que, no tempo das Grandes Navegacoes, os marinheiros eram como os astronautas de hoje. O que eles encontraram pode ser comparavel a descobrir um novo planeta, cheio de plantas alienigenas, cheio de animais alienigenas e cheio de civilizacoes alienigenas. E o regime de secredo servia ao monopolio da exploracao.

Colocarei mais duas sequencias genealogicas. A primeira eh de Nicolau Coelho. Ele foi piloto de navio e navegou na expedicao de D. Vasco da Gama. Quando regressaram ele estava tao exaltado com a descoberta que partiu na expedicao de Pedro Alvares Cabral que chegou ao Brasil. Posteriormente ele faleceu, em 1.504, retornando da India, possivelmente na costa de Mocambique. O navio desapareceu.

1,450 Nicolau Coelho – Brites Rodrigues de Ataide
1,420 Pedro Coelho – Luisa de Gois
1,400 Catarina de Freitas – Fernao Coelho, I senhor de Felgueiras e Vieira
1,380 Mecia Vaz Sampaio – Martim Fernandes de Freitas
1,360 D. Maria Pereira – Vasco Pires de Sampaio
1,370 D. Maria de Menezes – Alvaro Pereira
1,330 D. Afonso Telo de Menezes – esposa desconhecida
1,310 D. Guiomar Lopes Pacheco – D. Joao Afonso Telo de Menezes
1,290 D. Maria Rodrigues de Vilalobos – D. Lopo Fernandes Pacheco
1,260 Rui Gil de Vilalobos – Teresa Sanchez
1,240 Maria Diaz de Haro – D. Rui Gil de Vilalobos
1,220 Lope Lopez de Haro, el Chico – Berengaria Gozalez Giron
1,190 Urraca Alfonso de Leon – Lope III Diaz de Haro
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela – Inez Iniguez de Mendonza
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal – Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mahaut de Savoie

Bem, nao penso ser necessario repetir o que vem depois. Na terceira linha dessa sequencia genealogica nos podemos ver os nomes de Catarina de Freitas e Fernao Coelho. No capitulo 5 eles aparecem como ancestrais do meu suposto ancestral, Jose Coelho de Magalhaes. Ha algum tempo eu olhei no site geneall.net – Portugal para verificar se Nicolau Coelho tinha o nosso sangue nas veias e o sitio nao mostrava. Agora parece que foi feita a atualizacao. Isso eh novo para mim inclusive. Nesta linhagem nos podemos apontar varios outros ancestrais comuns como no sobrenome Pereira da bisavo de Nicolau que vem dos mesmos ancestrais do D. Nuno Alvares Pereira.

Somente uma reserva nessa sequencia. Se olharmos as datas antes dos nomes nos vamos ver algo incoerente na sequencia porque parece que, D. Maria de Menezes teria nascido depois da filha, D. Maria Pereira. Mas isso acontece por as datas virem de documentos diferentes e nem sempre de certidoes de batismos. Algumas datas sao estimativas porque nem todos os nossos ancestrais foram registrados ou tiveram certidoes de batismo que sobreviveram. O mais comum eh que as datas foram retiradas de registros de casamentos.

Vamos colocar algo da sequencia genealogica de Pedro Alvares Cabral:

1,468 Pedro Alvares Cabral – D. Isabel de Castro
1,433 Isabel Gouveia de Queiroz – Fernao Cabral
1,405 Joao Gouveia de Queiroz – Leonor Fernandes Coutinho
1,380 Leonor Alvares de Queiroz – Vasco Fernandes Gouveia
1,350 D. Elvira de Castro – Fernao Goncalves de Queiroz
1,310 D. Alvaro Pires de Castro – Maria Ponce de Leon
1,290 Pedro Fernandes de Castro – Aldonca Lourenco de Valadares
1,270 Violante Sanchez – Fernando Rodrigues de Castro
1,250 D. Maria Afonso Teles de Menezes – Sancho IV, rei de Castela
1,225 D. Afonso Teles de Menezes – Maior Gonzalez de Giron
1,205 D. Teresa Sanchez – Alfonso Tellez
1,154 D. Sancho I, rei de Portugal – D. Maria Pais Ribeiro
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mahaut de Savoie

Para simplificar os nossos dados aqui eu nao mencionei os muitos titulos estas personalidades usaram. Porem, como eu pesquisei a fundo os ancestrais do Jose Coelho de Magalhaes, notei muitos outros vinculos entre os ancestrais dele e essa turma de figuras historicas. Um exemplo de outro ancestral comum que os navegantes partilham eh D. Alfonso IX, presente na linhagem do Nicolau Coelho. Ele foi ancestral do Sancho IV, rei de Castela, presente como ancestral do Pedro Alvares Cabral.

Outra personalidade importante em nossos livros de Historia eh Fernao de Magalhaes, o navegante. Ele era o capitao da frota que circunavegou a Terra pela primeira vez na Historia. Ele morreu durante a viagem, em 1.524, mas o nome dele permaneceu como quem fez isso. Ele tambem descende de varios dos ancestrais acima. E tambem era descendente direto de D. Afonso III de Portugal em parceria com Maria Peres de Enxara.

Com respeito a Vasco da Gama, o navegador mais conhecido mundialmente daquele tempo, nao temos dados dizendo que tivesse vinculos familiares com as familias nobres e reais. Mas a esposa dele, Catarina de Ataide, tinha. Ela era descendente do Egas Moniz, o Aio, assim como do Carlos Magno, Hugo I Capet, rei da Franca e Fernando I Magno, rei de Leon e Castela. Pelo lado do Egas Moniz, ela era da linhagem que criou o nome de familia Fonseca (fonte seca). D. Vasco da Gama tornou-se o segundo Vice-Rei da India. Apesar de nao ser atraves deles, eu encontrei na Internet uma familia de la com a assinatura Fonseka e eles clamam ser descendentes do Fonseca portugues.

O fato de os maiores exploradores portugueses terem sido de familias nobres indica-nos que: o segredo da exploracao estava em curso. E isso era usado para evitar a competicao com outros paises. Desde o principio, Portugal e Espanha fizeram de tudo para manter o monopolio da colonizacao do Mundo Novo. Mas, como os Brasileiros dizem: o que eles queriam era “abracar o mundo com as pernas.” O mundo era grande demais para o tamanho pequeno da populacao da Peninsula Iberica. E os reis da Espanha, com o orgulho e preconceito deles, perderam a oportunidade de terem um melhor lugar na Historia para eles proprios.

09. O INCIO DE NOVA IORQUE E ESTADOS UNIDOS

Antes de entrar no assunto temos que relembrar um pouco da Historia comunitaria das Americas. Antes de 1.600, as Americas eram praticamente um monopolio da Espanha e Portugal. E logo depois das novas descobertas elas nao estavam dando retorno pelos custos dos descobrimentos. O que incentivou a maioria das expedicoes nos primeiros momentos era a busca pelo Caminho das Indias, como os portugueses e espanhois chamavam a Asia. Portugal ja estava lucrando via contorno da Africa. E exceto pela exuberante diversidade biologica eles pensaram que as Americas nada mais tinham a oferecer. A mencao ao: “Em se plantando tudo da” pelo correspondente da expedicao de Cabral, Pero Vaz de Caminha, nao havia sido levada em consideracao ainda.

Assim, `a medida que as dificuldades iam se multiplicando, o uso da imaginacao tambem explodia. Tres lendas comecaram a povoar as mentes dos aventureiros naquele tempo. Uma era a Fonte da Juventude. Com origem na mitologia grega, como se fosse possivel ter uma nascente que nos desse vida eterna em nossos corpos. A segunda era da “El Dourado” ou a cidade de ouro. E a terceira era a “Serra das Esmeraldas”.

Nos primeiros dias da exploracao, Juan Ponce de Leon veio `as Americas na segunda viagem do Cristovao Colombo. Ele era um ex-combatente da Guerra da Reconquista e tinha ajudado `a Espanha na luta por Granada. Seguindo instrucoes dadas pelos caribenhos ele conquistou Porto Rico. Foi estabelecido como governador da ilha mas foi deposto pelos adversarios politicos. Continuou seguindo seus sonhos e chegou a Ilha de Bimini, nas Bahamas, na pista de uma lenda nativa da Fonte da Juventude por la. Nesta viagem ele experimentou a Corrente do Golfo, que eh uma forte corrente que sai do Golfo do Mexico indo `a Europa, posteriormente usada para impulsionar os barcos a vela em retorno para o Velho Continente.

De Bimini ele continuou na busca pela Fonte da Juventude e acabou indo `a Costa da Florida. O nome Florida veio do tempo em que ele descobriu o lugar que era a Pascoa (Pascua Florida, em espanhol). O nome tambem esta ligado `a riqueza vegetal. Florida em ingles eh Blossom e nao deveria ser pronunciada com acento na primeira silaba desde que o nome nao foi traduzido. Flores e Flowers sao sinonimos em espanhol e ingles. Juan Ponce de Leon nunca encontrou o que procurava e morreu em consequencia de uma flechada indigena, em 1.521, depois de ser retirado da Florida para Cuba.

Mais de 20 anos depois da descoberta, Vasco Nunez de Balboa foi o primeiro a encontrar a passagem do lado atlantico para o Pacifico. Ele cruzou o Istimo do Panama em 1,513, abrindo o caminho para os espanhois conquistarem as costas a oeste das Americas.

Somente em 1.519, Hernan Cortez, com esperteza e ajuda dos inimigos dos Maias, conquistou a Cidade do Mexico e seu Imperio. Imediatamente a seguir as riquezas que os reis espanhois tanto queriam comecaram a fluir. A Civilizacao Maia ja ha muito sabia trabalhar metais preciosos e gemas. Entao, sem precisar trabalhar para ganha-los, os espanhois assaltaram os cofres dos outros.

Desde que a passagem atraves do Istimo do Panama estava aberta, isso facilitou aos espanhois fazer contato com os incas, em 1,532, que viviam nos Andes. E Francisco Pizarro conquistou a populacao e levou mais riquezas para a Espanha.

Mas o que mais excitou a imaginacao europeia foi a viagem desastrosa feita por Francisco de Orellana e seus companheiros. Ele tentou algo diferente para a epoca. Do Peru eles viajaram ao interior da Floresta Amazonica. Eles desmontaram seus barcos, carregaram-nos pelas montanhas e floresta ate encontrar rios navegaveis da Bacia Amazonica. Dai eles comecaram a viagem dificil, procurando chegar de novo ao Atlantico.

A viagem dele foi narrada pelo frei Gaspar de Carvajal e transcorreu de 1.541 a 1.542. Somente alguns dos viajantes sobreviveram mas foi o suficiente para o Frei Carvajal descrever uma civilizacao que residia na Bacia Amazonica e que era tao grande que eles puderam ver o brilho da brancura das casas durante o dia e os fogos durante a noite por centenas de quilometros. Constantemente eles tinham que navegar no meio dos rios para evitar as flechadas dos indigenas.

Mas eles tambem foram convidados por alguns para comer uma surpreendente variedade de iguarias. Os espanhois nunca haviam visto tamanha variedade de cada, pesca, frutas e vegetais. E a descricao do frei Carvajal foi creditada como lenda porque, depois, esta civilizacao nunca havia sido reencontrada, ate agora. Foi isso que criou a lenda do “El Dourado”. Durante seculos os europeus buscaram por cidades de pedra, folheadas a ouro, assim como estavam acostumados a ver em outras civilizacoes antigas no mundo. Mas pedra na Bacia Amazonas eh um material dificil de encontrar.

So recentemente, a historia do frei Carvajal foi comprovada. A terra amazonica eh um solo pobre. E se nao fosse pela floresta ela poderia parecer-se a um deserto. Arqueologos encontraram sitios numerosos de habitacoes nas margens dos rios. Muito mais, eles encontraram quilometros e quilometros de solo fabricado pelo homem. Estes sitios sao chamados de “Terra Preta” ou “Terra Preta de Indio”. Tambem descobriram que, a fabricacao comecou em cerca de 500 anos a.C. e se extendeu ate depois de 900 d.C. Isto eh a terra comum com adicoes de carvao, ossos e esterco de animais e ceramica quebrada.

A altura da “Terra Preta” varia entre 1 a 2 metros de profundidade. Mesmo depois de milhares de anos o solo continua sua producao, inclusive ha sugestoes de que existam componentes microbianos porque existem os relatos de regeneracao depois que parte do solo eh removido. O que eh impressionante eh isso, la existe o equivalente ao tamanho da Franca e Alemanha combinadas de “Terra Preta” feita pelo homem da Bacia Amazonica. Cientistas estao tentando reproduzir esse formidavel avanco da agricultura mas nao foram capazes ainda de compreender como foi feito. A producao de alimentos da “Terra Preta” pode ser melhor que as das tecnologias mais avancadas de hoje. Se for, isso pode ser usada para salvar bilhoes de vidas no futuro.

Mesmo assim, no estagio de civilizacao em que o povo europeu se encontrava no seculo XVI, talvez nao fosse possivel a eles conquistarem as Americas da populacao nativa se nao tivessem tido a ajuda do inferno. O que quero dizer eh que, inadivertidamente, eles levaram consigo suas doencas comuns como catapora, variola, tuberculose e ate a gripe. Ja haviam milenios que as populacoes da Africa, Asia e Europa mantinham contatos entre si e tambem com animais domesticos maiores. Isso lhes dava uma certa imunidade contra germes que se mostraram mortais para os nativamericanos. Num calculo grosseiro, alguns dizem que cerca de 90% da populacao morreu apos encontrar os europeus. Em alguns casos, eles foram infectados mesmo antes de conhecerem qualquer europeu e isso foi causa de exterminio de civilizacoes inteiras.

Atualmente, os cientistas estao concluindo que foi exatamente isso que aconteceu `as civilizacoes da Bacia Amazonica. E os europeus que procuravam cidades de pedra estavam totalmente enganados por suas ignorancias. As civilizacoes que viviam na Bacia Amazonica construiram daquilo que lhes era disponivel: madeira, solo e outras partes das plantas.

Na viagem do Francisco Orellana o nome do rio foi trocado para Amazonas. A lenda diz que, os navegantes viram o que parecia a eles ser cavaleiras montadas em seus cavalos nas margens do rio. Dai o nome do rio ser uma lembranca das amazonas da Historia Grega. Permanece, porem, na lingua portuguesa a palavra amazonas com o significado de cavaleira.

Todos os exploradores espanhois vem de familias nobres. Eu dei uma olhada no geneall.net portugal mas o site ainda nao mostra isso. Alguns como o Juan Ponce de Leon tem ancestrais la, mas sem as ligacoes com as familias reais. Porem eu sei que, o nome Ponce de Leon eh o resultado do casamento entre Aldonca Alonso de Leon e Pedro Ponce de Cabrera. D. Aldonca era filha do Alfonso IX, rei de Castela e Leon com D. Aldonca Martins da Silva. E ela nasceru por volta de 1.215. Tambem, os sobrenomes das ancestrais do Juan sao comumente usados pelas familias nobres como: Guzman, Baeza, Ayala, Figueroa y Manuel.

Outra observacao interessante eh a respeito de Francisco Pizarro, o conquistador do Imperio Inca. O site nao indica que venha de familias reais mas, como conquistador, o primeiro tesouro que tomou dos Incas foram duas filhas do Atahualpa, o ultimo imperador, que foi morto pelos espanhois para pavimentar o caminho de manter o Imperio. Angelina e Ines Youpanqui fizeram parte de um padrao de comportamento dos conquistadores portugueses e espanhois. No seculo XVI a maioria deles nao levaram as mulheres brancas. Eles se casaram ou simplesmente se juntaram `as nativas convertidas.

Vamos ao lado portugues da Historia. Mesmo que Pedro Alvares Cabral seja dito o primeiro portugues a ir ao Brasil, existem controversias a este respeito. A gente sabe que, o explorador espanhol: Francisco Yanez Pinzon, esteve nas costas brasileiras antes. E ele entrou no Rio Amazonas. A expedicao dele deu o nome “Mar Dulce” (Mar Doce) ao rio, talvez sem saber que era um rio, tres meses antes do Cabral. Mas la ainda nao era Brasil porque pelo Tratado de Tordesilhas pertencia `a Espanha.

Eh dito que outros exploradores portugueses ja haviam estado nas Americas, inclusive antes de Colombo. Segundo eh dito, Afonso Sanches foi quem indicou-lhe onde estavam as Antilhas porque ja havia estado la, quando o explorador famoso aportou na Ilha da Madeira. E pelo menos mais dois outros portugueses: Joao Coelho e Duarte Pacheco ja haviam ido ao Brasil antes do ano 1.500. Porem, oficialmente, quem recebeu a ordem de D. Manuel I, o Venturoso, para tomar posse do territorio foi o Cabral.

Durante os 30 primeiros anos, a unica atividade comercial que Portugal tinha no Brasil era a exploracao do pau-brasil, por ele oferecer uma tinta vermelha muito apreciada pelos europeus. O Brasil oferecia muitas outras madeiras ao longo de seu luxuoso tapete verde costal. A exploracao foi tao intensa que nas costas do Brasil atualmente existem apenas umas lembrancas do que foi antes. A maioria dos brasileiros nem sequer conhecem o pau-brasil que deu nome ao pais.

A respeito dos 30 primeiros anos se diz que: o Brasil se transformou no lugar de criminosos exilados. E eh corrente uma piada a respeito. “Um anjo perguntou a Deus: “Senhor, todos os outros paises no mundo tem problemas serios como os vulcoes, terremotos, tornados, furacoes, montanhas imensas, neve, inverno frio, desertos e outros mais, por que o Senhor deu aos brasileiros um lugar como o Paraiso?” E Deus respondeu ao anjo: “Meu amigo, voce precisa olhar com cuidado. Voce percebeu a gentinha que esta destinada a viver la?”

A piada eh repetida pelos ignorantes que nao sabem que, os exilados iniciais que foram para o Brasil nao eram criminosos como assassinos e ladroes. Eles foram exilados em razao das crencas diferentes ou em razao de terem tomado posicoes partidarias diferentes da da classe dominante. A piada tambem foi usada pelos preconceituosos todas as vezes que a economia brasileira passou por dificuldades. E isso era o mais frequente. E os preconceituosos, normalmente, ricos ou descendentes de origem nobre, referem-se como “Ze Povinho” aos descendentes dos nativo-brasileiros, africanos e exilados, lingando-os `a pilheria.

Como veremos mais tarde, a maioria dos brasileiros, pelo menos aqueles que tem raizes desde os tempos coloniais, sao descendentes deles. E mais, o “Ze Povinho” nunca teve culpa. Ele nunca mandou em nada e o trabalho duro dele sempre foi usado pelos ricos e pela elite menor. A pilheria sempre foi um truque dos covardes com mente perniciosa que desejavam culpar as vitimas pelos seus proprios crimes.

Os 30 primeiros anos da colonizacao portuguesa no Brasil nao se resumem somente `as trocas de madeira valiosa por bugingangas entre os indigenas e os colonizadores, como isso eh mencionado por alguns historiadores. O evento mais importante deste periodo foi a iniciacao da genetica do povo brasileiro. Temos que nos lembrar que a colonizacao inglesa comecou mais de um seculo depois da espanhola e portuguesa. O inicio de cada uma teve motivacoes diferentes. E, mais importante de tudo, espanhois e portugueses nao mandaram mulheres com os colonos porque as suas culturas eram machistas e as viagens transoceanicas estavam em fase experimental.

Ora pois, os homens portugueses nao sabiam resistir a seus instintos machistas. E eles se apaixonaram pelas indias `a primeira vista. Eles tinham tempo de sobra para juntar o pau-brasil com a ajuda dos indios e amontoa-lo nas imediacoes das praias, nalguns galpoes improvisados, na espera do proximo embarque que tanto poderia vir em seis meses quanto no ano seguinte. Eles nunca tinham certeza. Enquanto isso eles ocupavam o tempo deles fazendo a proxima geracao, literalmente.

Martim Afonso de Sousa foi enviado ao Brasil para organizar o primeira tentativa de colonizacao. Portugal estava avisado sobre as incursoes dos ingleses, franceses e holandeses que exploravam o pau-brasil na ausencia de defensores portugueses. Martim Afonso foi ao Brasil para estabelecer colonias e organizar a defesa do territorio. Com a ajuda dos Jesuitas ele fundou Sao Vicente, a primeira cidade do Brasil; Sao Paulo do Piratininga, onde hoje esta Sao Paulo, a maior cidade por la; e tambem Santos, o porto mais movimentado da America do Sul e, ainda, Santo Andre, que virou uma cidade industrial, na Grande Sao Paulo.

Em 1.533 ele retornou a Portugal e foi enviado para a India onde tambem era requerido para defender as possessoes portuguesas de la. Em 1.542 foi nomeado vice-rei da India. Ele terminou os dias dele em Portugal, onde em 1.571 veio a falecer.

O proximo capitulo da Historia do Brasil eh conhecido como Capitanias Hereditarias. Logo apos Martim Afonso estar no Brasil, o rei D. Joao III tomou outras medidas para defender as colonias portuguesas contra invasoes estrangeiras. O que se decidiu foi dividir o territorio brasileiro em colonias, dadas aos nobres para comecarem a colonizacao europeia, efetivamente. Para o Martim Afonso foram dadas duas colinias, Sao Vicente e Rio de Janeiro. Mas ele nunca voltou la. So os descendentes herdaram.

Martim Afonso estabeleceu um padrao de organizacao que permaneceu na administracao brasileira por seculos. O filho dele, Pero Lopes de Sousa, herdou a Capitania de Sao Vicente. E, provavelmente, o genro, Estevao Gomes da Costa, herdou a Capitania do Rio de Janeiro. Estou falando provavelmente porque nao estou tao certo mas minha duvida eh baseada em fatos. A minha intencao eh mostrar mais uma sequencia genealogica para dar uma ideia melhor do que estava acontecendo no Brasil naquele tempo.

1,210 D. Afonso III, rei de Portugal – Madragana ou Mor Afonso
1,250 Martim Afonso Chichorro – Ines Lourenco de Valadares
1,280 Martim Afonso Chichorro II – D. Aldonca Anes de Briteiros
1,320 Vasco Martins de Sousa Chichorro – Ines Dias Manoel
1,341 Martim Afonso de Sousa – Aldonca Rodrigues de Sa
1,385 Martim Afonso de Sousa – Violante Lopes de Tavora
1,425 Pedro de Sousa – Maria Pinheiro
1,460 Lopo de Sousa – Brites de Albuquerque
1,490 Martim Afonso de Sousa – esposa desconhecida
Isabel Lopes de Sousa – Estevao Gomes da Costa
Felipa Gomes da Costa – Vasco Pires da Mota
Atanasio da Mota – Luzia Machado
Eufemia da Costa Mota – Joao de Godoy Moreira
Gaspar de Godoy Colaco – Sebastiana Ribeiro de Morais
Maria Pedroso de Morais – Joao Correia da Silva
Escolastica de Morais – Joao da Cunha Ataide
Maria Candida da Cunha Ataide – Francisco Joaquim de Andrade
1,798 Francisco de Paula Andrade – Joana Rosa de Andrade Lage
1,835 Elias de Paula Andrade – Rosa Amelia Silveira Drummond
1,860 Carlos de Paula Andrade – Julieta Augusta Drummond
1,902 Carlos Drummond de Andrade – Julieta Augusta Drummond

Do que estava acontecendo no Brasil eu decidi alongar a sequencia genealogica que coloca o Martim Afonso quase no meio. Primeiramente eu queria mostrar o primeiro casal que eh formado pelo nossos conhecidos ancestrais, rei Afonso III de Portugal e sua amante, Madragana. Eu ja a mencionei porque ela foi filha do prefeito do Faro quando a Reconquista de Portugal foi completada por aquele rei. Ela procede de familia judia e eh ancestral de muitos outros importantes, como a rainha Victoria da Inglaterra.

Mas eu tambem queria relembrar o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade que era um dos descendentes do Martim Afonso de Sousa. A Familia Andrade dele estabeleceu-se em Itabira, Minas Gerais, desde o bisavo dele. Uma de minhas bisavos, Ercila Coelho de Andrade, nasceu la e nos passou isso: ela seria prima do poeta mas ninguem na epoca prestou atencao em qual grau ou por quais vias. Atraves de uma outra linhagem eu descobri que o poeta tambem descende do D. Dinis, rei de Portugal, e tambem eh primo do poeta portugues mais famoso, Luis Vaz de Camoes.

Em nossos dias nos temos tentado localisar a ligacao mas estamos de maos vazias por enquanto. Em tempos passados os registros eram feitos pela Igreja Catolica e a tinta de algumas paginas dos livros de Itabira evaporaram. Para ver o que esta escrito agora nos precisaremos de instrumentos especiais que nao temos. Entao, precisamos ter paciencia e sorte porque, no Brasil, algumas pessoas podem pegar os livros e jogar no lixo imaginando que nao tenham nada de interesse.

Desde ja eu indicarei o seguinte video no endereco: http://e-relevante2009.blogspot.com/2010/4/apresentacao-de-belo-horizonte-para-o.html. Nao se preocupe, tudo esta falado em ingles porque foi produzido pelo Departamento de Relacoes Exteriores Americanos. Ele da uma pequenissima ideia das parcerias entre Brasil e Estados Unidos em 1.948. O interessante eh ver nele as cidades de Itabira, Belo Horizonte, Ouro Preto e Minas de um modo geral. Quem souber ingles, preste atencao especial no que eh dito a respeito da importancia estrategica do Estado para a defesa americana naquele tempo. Eu volterei a tocar neste video posteriormente.

Gostaria de apresentar algo mais a respeito da Historia do Brasil. Nos Estados Unidos nos temos a Lenda de Pokahontas que eh baseada em fatos reais. No Brasil tambem existem varias estorias que parecem similar a Pokahontas. Uma delas eh a respeito de Joao Ramalho. A lenda a respeito dele fala que, ele seria morto pelo cacique indigena quando a filha do chefe se colocou entre os dois e pediu pela vida dele porque ela planejava casar-se com ele. Mas isso esta apenas na lenda.

De fato, o que se sabe eh isso, quando Martim Afonso de Sousa desembarcou em Sao Vicente, o contingente dele foi cercado por membros da tribo local. Quando eles pensaram que teriam que lutar por suas vidas, alguem apareceu para anunciar que, estava tudo bem. Era Joao Ramalho, um aventureiro portugues que ha muito tinha feito amizade com os indios. Joao tinha deixado esposa em Portugal. Mas o padre Manoel da Nobrega, que era um Jesuita do contingente do Martim Afonso, casou-o com a antiga companheira chamada Bartira. Bartira foi batizada com o nome de Isabel Dias. Ela era filha de Tibirica, o grande cacique da tribo.

Mas essa nao eh a verdade por inteiro. Os indios nao tinham regras contra o homem ter mais de uma mulher. Como consideravam o Joao com grande respeito, muitos outros caciques traziam suas filhas para casar-se com ele. E ele era muito do bigamo. Mas ninguem estava preocupado com isso naquele ambiente. Joao Ramalho e seus muitos filhos viviam na regiao de Sao Vicente, Santos, Sao Paulo e no Vale da Ribeira. Eles forneciam mercadorias aos navios que passavam, faziam reparos nas embarcacoes e cacavam outros indigenas para vender como escravos. Tambem eh dito que os filhos de Joao Ramalho eram particularmente crueis com esses parentes deles.

Foi desta forma que a genetica brasileira comecou. E eu vou colocar mais uma sequencia genealogica mostrando uma via como, possivelmente, milhoes de Brasileiros sao descendentes diretos dos nativos brasileiros. Eu queria mostrar um exemplo como os descendentes do Martim Afonso de Sousa e Joao Ramalho tornam-se os mesmos. Ele estava com o Martim na fundacao de Sao Vicente, Sao Paulo e Santo Andre e, se nao fosse por ele, talvez tivessemos uma Historia do Brasil diferente. Outra observacao a respeito do Joao eh essa: alguns historiadores suspeitam que fosse um Cristao Novo (judeu convertido ao catolicismo por forca de lei). Os nomes dos pais dele eram: Joao Velho Maldonado e Catarina Afonso.

Tibirica – nome desconhecido da esposa
1,500 Isabel Dias (Bartira) – 1,493 Joao Ramalho
Catarina Ramalho – Bartolomeu Camacho
desconhecida Camacho – Jeronimo Dias Cortes
Ana Camacho – Domingos Luis, o carvoeiro
Bernarda Luis Camacho – 1,575 Amador Bueno da Ribeira, o aclamado
Isabel da Ribeira – Domingos da Silva Guimaraes
Isabel da Silva Bueno – 1,670 Domingos de Castro Correia
Joao Correia da Silva – Maria Pedroso de Morais.

Daqui para frente nos voltamos aos ancestrais do poeta Carlos Drummond. O casal acima eh um dos pentavos dele, ja apareceram na sequencia genealogica anterior.

O nosso proximo topico sao as Capitanias Hereditarias. Como eu disse, o rei Joao III de Portugal certamente foi avisado por Martim Afonso de Sousa a respeito das incursoes que os piratas de outros paises europeus faziam para carregar mercadorias da costa brasileira e ele decidiu criar as Capitanias Hereditarias. O sistema ja havia sido usado nas Ilhas da Madeira. O territorio brasileiro, colonizado por Portugal, foi dividido em 15 partes. Cada uma dada a um nobre para administrar. Todos os riscos e obrigacoes financeiras corriam por conta do donatario (Capitao-Mor), que era um investidor privado. Em troca o donatario tinha o poder de decisoes.

Porem, apenas duas das capitanias deram bons resultados. As duas tinham dado prioridade para a producao de acucar. Uma foi a Capitania de Pernambuco que foi ganha por Duarte Coelho. Hoje-em-dia, ocupando o mesmo espaco existe o Estado de Pernambuco. Contando a partir daquele tempo, os livros de Historia do Brasil classificam os proximos 150 anos como Ciclo do Acucar. Vamos por mais uma sequencia genealogica:

1,370 Fernao Coelho, 1o. senhor de Felgueiras e Vieira – Catarina de Freitas
1,420 Martim Coelho – Joana de Azevedo
1,435 Goncalo Coelho – (Violante Magalhaes)
1,480 Duarte Coelho, senhor de Pernambuco – Beatriz de Albuquerque
1,539 Jorge de Albuquerque Coelho – D. Catarina da Silva
1,591 Duarte de Albuquerque Coelho, conde de Pernambuco – D. Joana de Castro

Eu comecei do Fernao Coelho e Catarina de Freitas agora porque eles ja estao presentes no capitulo 5, como ancestrais do Jose Coelho de Magalhaes e no capitulo 7, como avos do Nicolau Coelho, o piloto de navio das viagens do D. Vasco da Gama e Pedro Alvares Cabral. Entao, o Duarte Coelho era parente proximo do Nicolau. Temos que tomar cuidado aqui para nao afirmar que Violante Magalhaes fosse a mae do Duarte Coelho. Possivelmente nao era. Ele era filho do Goncalo Coelho, 3o. senhor de Felgueiras e Vieira, mas ninguem tem certeza do nome materno.

Duarte Coelho foi chamado pelo rei D. Sebastiao de Portugal para ajuda-lo em sua aventura desastrosa no Norte da Africa, onde ele desapareceu. A morte de D. Sebastiao acabou sendo aproveitada pelo Felipe II para unificar as duas coroas. No periodo de 1.580 a 1,640 Portugal e Espanha formaram a Uniao Iberica sob a coroa espanhola. Este periodo eh classificado com Dinastia Filipina, porque Portugal foi administrado por tres reis da Espanha com nome Felipe.

Em Pernambuco, Duarte Coelho fundou sua capital, Olinda. A lenda diz que, `a primeira vista ele disse admirado: “Oh Linda!”, ai o nome ficou cravado. Provavelmente, ele levou com ele uma familia de colonizadores que assinava Barbalho. A Familia Barbalho esta presente no proximo capitulo da Historia do Brasil, mas eh muito ignorada pelos historiadores fora do Estado da Bahia. A familia tambem tem uma ligacao importante com a Historia de Nova Iorque, apesar de ser indiretamente.

Somente para ilustrar a ignorancia dos fatos que ajudaram a construir a nossa Historia comum, eu contarei aqui um acontecimento comigo nos Estados Unidos. Vi uma propaganda na tv do Historical Research Corp. dizendo que: nos podiamos contata-los e eles mandariam algo a respeito da origem dos nomes de nossa familia. Ainda, nos poderiamos ter uma segunda opcao, de graca. Ai eu pedi informacoes a respeito dos meus dois nomes: Magalhes e Barbalho. Do Magalhaes eles informaram corretamente, mas do Barbalho, vejam a resposta que me foi dada:

“O Historical Research Center tem pesquisado nomes por 20 anos. Nossos dados sao os mais completos do mundo nessa materia, contendo mais de 1.000.000 de sobrenomes de 135 paises e culturas diferentes. Cada nome eh pesquisado individualmente e informacoes especificas ligadas ao nome sao fornecidas.

Infelizmente, um dos sobrenomes pedido para informarmos a origem e darmos o certificado gratuito nao se encontra nos dados que temos. Estamos enviando sua ordem incompleta. Nossos dados sao constantemente atualizados com sobrenomes e informacoes a respeito dos nomes ja pesquisados. Para o estimado cliente, oferecemos 25% de desconto se voce desejar fazer o pedido para um certificado celebratorio para o sobrenome que nao se encontra em nossos dados. Ordenando o certificado celebratorio para o nome, nossos pesquisadores irao compor um documento que contera informacoes fascinantes a respeito do nome, incluindo os dados mais antigos documentados e as razoes para os fatos, o significado e a origem, nomes de pessoas importantes que usaram a assinatura, dados imigratorios e variacoes na escrita do nome. Nos tambem fornecemos uma descricao escrita do escudo da familia e uma estampa colorida deste escudo. Colocando um pedido do registro celebratorio para este sobrenome nos o adicionaremos em nossos dados e outros membros de sua familia poderao obter as mesmas informacoes a respeito desse sobrenome.”

Ta bom! Isso nao passa de uma correspondencia comercial. Mas eu esperaria algo mais de qualquer um que alegasse ter mais de 1.000.000 de sobrenomes em seu banco de dados. O escudo da familia eu encontrei posteriormente no blog de um de meus contatos no Brasil. O nome dele eh Ormuz Barbalho Simonetti. Ha tambem no Orkut uma comunidade em nome da familia que tambem mostra o escudo. Na internet brasileira encontramos muitas informacoes a respeito do nome, infelizmente, a maioria em nome de certo politico que foi defenestrado por ma conduta. Continuemos a nossa historia para depois mostrar a ligacao entre a familia Barbalho e a Historia de Nova Iorque.

Infelizmente, o que parece sucesso aos Brasileiros nao trouxe bons resultados para a Africa. O cultivo da cana-de-acucar naquele tempo, da mesma forma que qualquer outra atividade, demandava muita mao-de-obra bracal e os europeus fizeram opcao por importar escravos de la, porque seria muito mais dificil escravizar os nativos na propria terra deles. Desde entao, os africanos foram escambados pelos proprios produtos da cana como a cachaca ou pelo dinheiro que rendia.

A comercializacao nao era apenas nojenta por reduzir a pessoa humana a tamanho disrespeito. Isso levou `a disrupcao da sociedade africana. Levou guerras ao continente e aventureiros com uma unica coisa na cabeca, ganhar dinheiro facil. A Africa tornou-se refem da loucura de nossos ancestrais por, pelo menos, quatro seculos e meio.

Depois dos resultados negativos da maioria das Capitanias Hereditarias no Brasil, a coroa portuguesa decidiu mudar de tatica de colonizacao. Assim, foi nomeado um Governador-Geral que tinha o poder de um vice-rei. O escolhido para ocupar o cargo foi Tome de Sousa. Alguns ancestrais dele eram os mesmos ancestrais do Martim Afonso de Sousa, comecando por Alfonso III e Madragana. Ele foi para o Brasil em 1.549 com 1.000 pessoas. Eram militares, sacerdotes (os primeiros Jesuitas no Brasil), colonos e 400 exilados por crimes menores em Portugal.

Tome de Sousa fundou a cidade de Sao Salvador que continua como capital da Bahia. Ali era um ponto estrategico, equidistante entre Sao Vicente no sul e Olinda no norte. Ela veio a ser a primeira capital do Brasil e permaneceu ate `a proxima fase da Historia do Brasil, quando a capital foi transferida para o Rio de Janeiro. Tome ficou no Brasil so 4 anos, a partir de 1.549. Depois ele retornou a Portugal e permaneceu como conselheiro do rei para assuntos brasileiros. E ele aconselhou a criacao de mais vilas para atrair mais colonos.

Naquele tempo, Portugal estava com problemas por causa da competicao no comercio oriental, os espanhois estavam tendo sucesso na obtencao das riquezas minerais das Americas e o Brasil estava cercado pelos outros europeus, que tambem queriam colonizar as Americas. Os ingleses, franceses e holandeses nao reconheciam o Tratado de Tordesilhas, alegando que eles nunca tinham ouvido falar no Testamento de Adao que desse o monopolio `a Espanha e Portugal. Este eh um dos sinais da nossa Historia comum. A lei sempre sera suprema, ate que os interesses se tormam superiores.

Um problema que Tome de Sousa encontrou no Brasil foi a falta de respeito com as leis. Um de seus companheiros: Pero Borges, o responsavel pelos assuntos juridicos, expressou numa carta ao rei algo assim: “Existem nestas terras muitos homens casados no reino que estao vivendo aqui por muitos dias, fazendo nada para viver e ainda vivendo em concubinato com, pelo menos, um par de gentias, tornando-se, pois, piores que os gentios…”

Pero Borges pediu punicao para todo mundo mas o rei Joao III, inteligentemente, deu anistia a tudo o que fora feito antes da presenca de Tome de Sousa naquela terra, exceto por: “cinco casos de heresia, traicao, moeda falsa e morte de homem cristao”. Ele estava muito bem informado do quao dura a vida parecia para aqueles tao longe de casa e sabia ser mais sabio ter aquela gente corajosa como aliada que como inimiga. E depois isso deu bom retorno.

Desde o comeco da colonizacao no Brasil, como eu mencionei antes, tambem a genetica brasileira comecou a ser formada. E tambem a lingua portuguesa comecou a ganhar palavras novas para definir situacoes novas. Os filhos de portugueses com as nativas precisavam definicao. E eles comecaram a chama-los de caboclos (as). Desde que os africanos foram levados para o Brasil em condicao de escravos, logo perceberam ser mais inteligente levar tambem as africanas porque era mais barato produzir criancas escravas no Brasil que importar o original.

Porem, um numero muito maior de europeus andava pelo Brasil que mulheres brancas. O portugues nao se envergonhava de fazer sexo com qualquer linhagem feminina. Desse relacionamento formou-se o mulato (a). Mesmo apos os seculos se passarem, pessoas ricas que tinham muitos escravos continuaram fazendo concubinas em suas senzalas. Para os brasileiros, o casamento ou relacionamento interracial nao era nada do que se admirar. Isso passou a ser preconceito depois, quando mais europeus chegaram ao Brasil e foi formada uma elite mais clara.

Mesmo assim, o preconceito no Brasil foi amaciado pela maior presenca da populacao produzida pelos casamentos interraciais. Ate eu pude constatar isso em minha juventude quando a musica brasileira era repleta de tres palavras: mulata, cabocla e saudade. Naquele tempo, os homens nao sonhavam com Cinderela, Branca de Neve ou Bela Adormecida. Estas sempre foram estorias para criancas. Nossas princesas eram reconhecidas por suas geneticas. O que se dizia era isso, era quase impossivel para o homem resistir ao charme da mulata ou cabocla.

Eu penso que os americanos experimentaram o poder magico do resultado do casamento interracial na eleicao presidencial de 2008. O presidente Obama comete um erro identificando-se como preto. Ele eh mulato, o que nao eh ruim ou bom. Ele eh apenas a prova de que, quando o amor existe todas as fronteiras desaparecem. O amor nao se importa com barreiras. Voltarei a esse assunto posteriormente.

Saudade eh uma palavra que os brasileiros acreditavam nao existir nas outras linguagens. Isso eh o sentimento tamanho da falta de alguem ou de alguma coisa que chega perto de ser uma doenca. Era o sentimento dos africanos e portugueses a respeito de suas terras de nascimentos e seus parentes. Eh um sentimento do fundo do coracao indigena pela perda de sua liberdade. Agora eh o sentimento de todos que sao resultados dos casamentos interraciais.

Entao, com a riqueza das terras e a beleza da paisagem, o Brasil instigava a avareza dos outros povos europeus. Nos temos um capitulo dedicado `as tentativas de invasao das terras brasileiras. Nos temos dois capitulos na Historia Brasileira chamados: Invasoes Francesas e Invasoes Holandesas.

As Invasoes Francesas tiveram alguma influencia na Historia Brasileira. Desde que Martim Afonso de Sousa esteve no Brasil ele havia recomendado a construcao de uma cidade na Baia de Guanabara. Mas os indegenas do lugar nao tinham afinidades como os portugueses e o assunto nao passou de projeto. No tempo do segundo governador-geral, Duarte da Costa, um frances, Nicolas Durand de Villegagnon, que ja conhecia o lugar, convenceu alguns a estabelecer uma colonia francesa la. O nome desse projeto foi Franca Antartica.

E eles comecaram construindo um forte, fizeram contato com as tribos que nao gostavam dos portugueses, faziam trocas com os indios por mercadorias locais e mandaram para a Franca. O comercio estava se desenvolvendo bem, ate que o terceiro governador-geral do Brasil nao chegou. O nome dele era Mem de Sa, e uma pequena parte da genealogia dele eh mostrada na proxima sequencia genetica:

1,500 Mem de Sa – Guiomar de Faria
1,460 Goncalves Mendes de Sa – esposa desconhecida
1,410 Joao Goncalves de Miranda Sotomaior – Filipa de Sa
1,380 Fernao Anes Sotomaior – Constanza de Zuniga
1,340 Pedro Alvares de Sotomaior – 1,360 Elvira Mendes de Benevides
1,310 Fernan Anes de Sotomaior – Maria Anes da Novoa
Alvaro Pires de Sotomaior – Ines Anes de Castro
1,290 Elvira Anes Marinho – Pedro Alvares de Sotomaior
1,270 Joao Pires Marinho – Teresa Pais Marinho
1,250 Sancha Vasques Sarraza – D. Pedro Anes Marinho
1,230 Vasco Peres Sarraza – nao identificada Anes da Novoa
1,210 Pedro Soares Sarraza – Elvira Nunes Maldonado
1,190 Maria Alfonso de Leon – Soeiro Aires de Valadares
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela – D. Teresa Gil de Soverosa
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal – Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mafalda de Sovoia

Frequentemente, os nobres nao estao ligados por apenas uma linhagem `as familias reais. No caso do Mem de Sa isso nao eh diferente. Uma das alternativas que o ligam `as familias reais eh mostrada pela sequencia genealogica abaixo. Comecando por D. Sancho I, segundo rei de Portugal, que tambem era filho de D. Afonso e Mafalda de Savoia.

1,154 D. Sancho I, rei de Portugal – D. Maria Pais Ribeira, a Ribeirinha
1,205 D. Teresa Sanches – Alfonso Tellez
1,225 D. Joao Telo de Menezes – Elvira Goncalves Giron
1,250 D. Goncalo Anes Raposo – D. Urraca Fernandes de Lima
1,280 D. Beatriz Goncalves Raposo – Joao Pires da Novoa
1,310 Maria Anes da Novoa – Fernan Anes de Sotomaior

O ultimo casal ja esta na sequencia genealogica anterior por ser tetravo do Mem de Sa duas vezes. E se prestarmos melhor atencao aos outros nomes nos podemos ver tambem ligacoes com as sequencias genealogicas apresentadas para os navegadores. Como eu ja disse, todo mundo eh parente, de uma ou outra maneira.

Mem de Sa teve que fazer a seguranca do resto da costa brasileira e pacificar tribos revoltadas em torno da capital Salvador. Ele enviou o sobrinho, Estacio de Sa, para lidar com o problema frances. Estacio fez uma alianca com indigenas do Espirito Santo e pediu socorro de Sao Vicente. Eles conseguiram destruir o Fort Coligny, construido por Villegagnon. Tambem fundou uma nova cidade com nome em homenagem ao infante rei, D. Sebastiao. Assim surgiu a cidade de Sao Sebastiao do Rio de Janeiro. Posteriormente o nome foi reduzido para Rio de Janeiro.

Mas este foi apenas o principio da guerra. Os colonos franceses se embrenharam nas matas junto com seus aliados indigenas onde eles continuaram fazendo comercio e atacando os colonos portugueses. Estacio de Sa reorganizou a defesa e continuou a luta ate que os franceses fossem totalmente vencidos. Ele teve a ajuda de dois jesuitas: Manoel da Nobrega e Jose de Anchieta. Os dois sao veradeiras lendas no Brasil. Sao eles que catequizaram os indios, os organizaram em povoacoes semelhantes `as europeias e os introduziram `a cultura europeia.

Mesmo que o trabalho dos jesuitas tenha reduzido os indigenas a um grau de menor importancia na sociedade brasileira , por outro lado, eles tentaram impedir a escravidao deles. Eles nunca conseguiram impor essa vontade e os descendentes de portugueses com indios foram os responsaveis por conquistar o interior do Brasil de forma nada amigavel para os outros indios de la. Outro nome daquele tempo foi o cacique Arariboia. Por ter ajudado ao Estacio de Sa ele foi presenteado com terras proximas ao Rio de Janeiro. Ele fundou uma povoacao que agora eh Niteroi, ex-capital do Estado do Rio de Janeiro.

No final da conquista, Estacio de Sa morreu em consequencia das feridas de batalha. Mas os franceses foram expulsos. Posteriormente eles tentaram outra invasao no Nordeste do Brasil onde tiveram mais sucesso. Fundaram a Cidade de Sao Luiz, agora a capital do Maranhao. La eles planejaram estabelecer a colonia com nome de Franca Equinocial. E foram expulsos de la em 1.616 pelos portugueses. Por fim acabaram encontrando um lugar na America do Sul que se tornou a Guiana Francesa. Brasileiros e franceses tiveram outros entreveros em seus relacionamentos mas nada mais serio quanto estes primeiros.

Agora, voltemos aos negocios. O titulo do capitulo promete algo a respeito do comeco de Nova Iorque e dos Estados Unidos. Mas esse comeco se da na Europa com a bagunca criada em torno das questoes religiosa e do poder economico. Quando o Carlos I, o Kaiser e rei da Espanha deixou o poder, Felipe II, rei da Espanha, herdou a Espanha e o que depois ficou conhecido como Paises Baixos. E la existia uma certa liberdade economica e religiosa. Mas o Felipe II nao concordava com a ideia. Entao, as partes nortes da possessao declararam sua independencia.

Eles tiveram oito anos de guerra, apos 1.581, contra as forcas do Felipe II. E a guerra foi espalhada mundo afora. Tambem se diz que, a guerra contra a Espanha criou o sentimento de nacionalismo que criou uma nova nacao. Mas um componente fundamental dessa nova nacao foi a criacao da primeira multinacional do mundo. A Companhia das Indias Ocidentais. E a companhia comecou a buscar outra via de ir `a India e encontrou um otimo campo de trocas de peles no Estado de Nova Iorque, em torno do Rio Hadson. A companhia foi a responsavel pelo inicio da colonizacao, fixando colonos e distribuindo terras para eles trabalharem. Eles sao os responsaveis pela fundacao da Nova Amsterda que se tornou Nova Iorque depois que a colonia foi tomada pelo rei ingles. Fundaram tambem Nova Orange, que hoje eh Albany, a capital do Estado de Nova Iorque.

Nao podemos esquecer que, aquela multinacional tinha um capital imenso. Da metade do seculo XVI ate que a Inglaterra tomou o poder, os holandeses foram a maior forca naval do mundo. Talvez Felipe II tenha construido a maior marinha de guerra naquele tempo mas os holandeses controlavam a marinha mercante associada a outra de guerra. E depois que a Armada Invencivel do Felipe II foi afundada pela Marinha Inglesa, os Holandeses dominaram o comercio ao redor do mundo.

Os holandeses tambem sao responsaveis por tres tentativas de invasao do Brasil. Eles haviam investido na producao do acucar e desde que estavam em guerra contra a Espanha, e o Brasil virou uma colonia dela na Uniao Iberica, eles pensaram que tivessem o direito de retaliar o rei Felipe II pela proibicao do comercio entre os holandeses e as possessoes sob o controle daquele rei.

A primeira tentativa deles foi contra a capital, Salvador, na Bahia. Isso aconteceu durante os anos de 1.624 a 1,625 mas a populacao repeliu o ataque. A operacao custou caro para a companhia mas em 1.630 eles conseguiram interseptar o carregamento inteiro de um ano de exploracao de prata das colonias espanholas. E usaram isso para financiar a Invasao da Capitania de Pernambuco. Durante 24 anos a colonia foi dominada pelos holandeses.

A principio a resistencia foi feita pela populacao. Basicamente foi liderada pelos Senhores de Engenho. A resistencia nao tinha um comando unificado. Cada lider tinha seu grupo e atacava `a moda dos indios, estilo guerrilha. Isso manteve os holandeses restritos `a imediacao de Olinda. Mas com o prolongamento da guerra alguns Senhores de Engenho aderiram `a causa dos holandeses.

Entre 1.637 a 1.644, e os brasileiros celebram isso, foi o periodo da presenca do conde Joao Mauricio de Nassau que teve uma boa administracao para o povo. Ele remodelou a Cidade de Olinda e seu porto, Recife. Posteriormente, Recife virou a capital do Estado. Ele foi tolerante em questoes religiosas e abriu a colonia para a imigracao de protestantes e judeus. Inclusive esta em Pernambuco a Sinagoga mais antiga das Americas.

A monarquia portuguesa foi restaurada em 1.640, findando 60 anos de dominio da coroa espanhola. Os brasileiros aderiram ao partido do duque de Braganca que se tornou rei sob o nome de Joao IV. Mas os holandeses conquistaram mais terras, tomando toda a area costal entre Pernambuco ate ao Estado do Maranhao, incluindo-se a capital, Sao Luiz. Dai eles comecaram a invasao do interior. Isso revoltou a populacao. Alguns lideres se mudaram para Salvador na Bahia.

O conde Joao Mauricio de Nassau visualizou uma colonia mais potente se ele tambem tomasse Salvador. E preparou uma nova expedicao `a cidade com sua forca principal, muitas vezes superior que a luso-brasileira. Do lado dos brasileiros, porem, estava um militar experiente cujo nome era: Luis Barbalho Bezerra. Luis organizou a defesa e entregou a Nassau uma vitoria de Pirro. A vitoria nao lhes deu premio porque os holandeses nao foram capazes de se impor em Salvador e os custos foram tao altos que Nassau foi chamado de volta para Holanda.

Entao, a situacao deteriorou quando a nova administracao da companhia resolveu aumentar os impostos e liquidar os emprestimos concedidos aos Senhores de Engenho. O povo brasileiro se juntou dessa vez e a nacionalidade brasileira comecou a ser construida. Os livros de Historia sempre mencionam tres lideres da revolta: o senhor de engenho Andre Vidal de Negreiros, o nativo Felipe Camarao e o africano, Henrique Dias. Eles representam todo o povo, com toda a sua genetica, que lutou para libertar o Brasil da colonizacao holandesa.

Eh aceito como final da guerra a data de 1.654 mas somente em 1.664 foi assinado o tratado final e Portugal concordou em pagar 63 toneladas de ouro pelas benfeitorias que tinham feito no Brasil. Isso foi pago em 40 anos com a producao de acucar. Com o fim da dominacao holandesa, muitos judeus e protestantes mudaram-se para Nova Amsterda. Os holandeses que haviam aprendido o processo de producao do acucar a tranferiram para suas ilhas no Caribe. Quando o acucar era praticamente um monopolio brasileiro o produto valia quase como ouro, chegando a custar por volta de R$ 250,00 o quilo em dinheiro atual. Desde entao a producao aumentou muito e o preco caiu. E isso levou ao fim do Ciclo da Cana-de-acucar no Brasil.

Luiz Barbalho Bezerra, o heroi, perdeu a saude e a fortuna na guerra. Muito antes do termino ele mudou para o Rio de Janeiro onde foi governador entre 1.643 a 1.644 quando do seu falecimento. Deixou dois filhos jovens: Agostinho e Jeronimo Barbalho Bezerra que herdaram o prestigio do pai. Agostinho depois tambem foi governador do Rio de Janeiro e morreu de uma febre desconhecida enquanto estava procurando por metais e gemas preciosas no Rio Doce, na altura do Espirito Santo.

Jeronimo foi lider de uma importante revolta chamada: “A Revolta da Cachaca”, no Rio de Janeiro. Esta revolta foi causada pela corrupcao na administracao. Ele foi enforcado numa contra-revolta lancada pelo governador deposto pela revolta, enquanto eles estavam esperando por uma decisao da coroa portuguesa. A razao foi dada ao povo revoltado do Rio de Janeiro, que removeu o governador corrupto do poder. Mais tarde nos veremos que grande numero de mineiros sao descendentes desses Barbalho Bezerra.

Do lado americano, antes do pais ter Estados e ainda menos Unidos, o rei Carlos II da Inglaterra foi o responsavel pela unificacao das colonias, tomando o controle delas. Das treze colonias iniciais, quatro foram criadas a partir do territorio da Nova Inglaterra. Como sabemos, esta parte do pais foi colonizada por uma populacao faminta por liberdade religiosa. Mas o que ela desejava mesmo era a liberdade religiosa para si mesma porque os Pilgrims nao sao conhecidos por tolerancia com as outras religioes. Da Nova Inglaterra surgiram as colonias de New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island e Connecticut.

As outras oito, ao sul e oeste de Nova Iorque, foram mais diversificadas mas nao tinham vontade alguma de fazer do pais um Estado Democratico, onde todos poderiam viver igualmente como criaturas de Deus. Os nomes delas sao: Nova Jersey, Pennsylvania, Delaware, Maryland, Virginia Carolina do Norte, Carolina do Sul e Georgia. Nova Iorque, a ultima das 13 colonias a aderir `a Uniao de todas, teve influencia fundamental: intelectual, religiosa e economica na constituicao das liberdades nos Estados Unidos. Sem os principios de liberdade estabelecidos pelos fundadores na Constituicao, provavelmente, os Estados Unidos jamais seriam o grande pais de hoje.

E, de alguma forma, os Estados Unidos sao um produto de todos os capitulos da Historia que precederam sua criacao. Ate, mesmo que em menor grau de importancia, do capitulo da Historia do Brasil chamado de “Invasoes Holandesas” e “Insurreicao Pernambucana” que foi liderada por brancos, indios e negros, contra imposicoes economicas. Ironicamente, o opressor no Brasil trouxe brasileiros para os Estados Unidos cujos descendentes depois ajudaram a criar essa nobre nacao. E, inadivertidamente, a Familia Barbalho esteve envolvida em toda a Historia dos Estados Unidos.

Somente apos 1.664 Carlos II da Inglaterra tomou dos holandeses a Colonia da Nova Holanda. Ela foi rebatizada por Nova Iorque em homenagem ao duque de York e Albany. Os holandeses reconquistaram a provincia durante os anos de 1.673 e 1.674 quando trocaram-na pelo que hoje eh Suriname, no norte da America do Sul. Para terminar esse capitulo quero mostrar mais uma sequencia genealogica.

1,630 Carlos II, rei da Inglaterra – D. Catarina de Braganca, Infanta de Portugal
1,600 Carlos I, rei da Inglaterra – Henriett Marie de Bourbon – princesa da Franca
1,566 Jaime I, rei da Inglaterra, Escocia e Irlanda – Anna, princesa da Dinamarca
1,545 Henry Stewart, duque de Albany – Mary Stewart, rainha da Escocia
1,516 Matthew Stewart, 4o. senhor de Lennox – Margaret Douglas
1,490 John Stewart, 3o. senhor de Lennox – Anne (Elizabeth) Stewart
1,475 Elizabeth Hamilton – Matthew Stewart, 2o. senhor de Lennox
1,450 Mary Stewart, princesa da Escocia – Jaime Hamilton, 1o. barao de Hamilton
1,430 Jaime II Stewart, rei da Escocia – Maria van Egmond
Joan Beaufort – 1,394 Jaime I Stewart, rei da Escocia
1,373 John Beaufort, 1o. senhor de Somerset – Margaret Holland
1,340 John of Gand, duque de Lancaster – Catherine Swinford Roelt
1,312 Edward III, rei da Inglaterra – Philippa de Hainaut
1,284 Edward II, rei da Inglaterra – Isabelle, princesa da Franca
1,240 (?)Leonor, princesa de Castela – Edward I, rei da Inglaterra
1,200 Fernando III, o Santo, rei de Castela – Jeanne d’Aumale, condessa de Ponthieu
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela – Berengaria, princesa de Castela
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal – 1,137 Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mafalda da Savoia

A linhagem postada acima nao mostra as muitas vezes que Carlos II eh descendente dos mesmos reis de Portugal e Espanha. Somente quando a gente segue cada uma das linhagens maternais dele eh que podemos ver isso. D. Catarina de Braganca, esposa dele, era filha do primeiro rei de Portugal depois da restauracao em 1.640, rei Joao IV e sua esposa Luisa de Guzman. Carlos II nao teve filhos com D. Catarina mas teve 8 concubinas e foi pai de 15 filhos. E isso nao era uma excecao para o comportamento dos reis do tempo dele. Assim, podemos imaginar: por que nao pode todo e qualquer um de nos ser descendente de tamanha “produtividade”!?

INDICE

01. INTRODUCAO
02. A AMERICA SUICIDA
03. UM BOCADINHO A RESPEITO DE GENEALOGIA HUMANA
04. O QUE EH SER UM EUROPEU?
05. UM POUQUINHO DE GENEALOGIA EUROPEIA
06. UM FUTURO MELHOR PARA NOSSO FILHOS E…
07. UMA PEQUENA QUANTIDADE DE GENEALOGIA IBERICA
08. SECULOS E PESSOAS QUE AJUDARAM A FORMAR NOSSA HISTORIA EM COMUM
08. O COMECO DE NOVA IORQUE E ESTADOS UNIDOS

01. INTRODUCAO

Este pode ser o ultimo livro que escreverei. Apesar do nome do livro eu nao estou planejando “sair de cena”. A razao para ele poder ser o ultimo eh muito simples. Eu nao me lembro desde quando eu escrevo em minha vida sem nunca ter recebido qualquer pagamento. Eu tenho escrito pelo prazer de oferecer conselhos e na intencao de ser util `as pessoas que nem sequer conheco e a amigos. Porem, isso comecou a tomar muito do meu tempo. E eu tenho uma vida independente. Uma vida que muitos chamam de moderna. Uma vida tao moderna que temos que pagar por tudo que a gente usa. Algumas vezes pagamos ate por aquilo que nunca usaremos. Coisas que nem sempre sao essenciais. E o custo disso nao eh barato. E tempo eh dinheiro.

Falando nisso, escrever tem sido um passatempo que eu tenho tido que pagar por ele. Como um pai responsavel, sera preciso que eu sacrifique meu prazer em favor de um futuro mais seguro para minha descendencia.

Esta escrita esta coincidindo com a minha naturalizao como americano. Isso deve ocorrer em primeiro de setembro de 2011, hoje eh dia 11 de agosto, e nao serei capaz de terminar o livro antes daquela data. Nao sei se tornar-me naturalizado ira ser suficiente para que os outros nao me venham com a velha desculpa para desacreditar-me dizendo: “Ah, ele nao eh americano!” Mas eu prefiro olhar as coisas atraves dos angulos positivos. Como americano novo ninguem podera acusar-me de inveja por nao se-lo.

Outro lado positivo eh este, eu poderei me tornar um brasilianista com informacoes que os nascidos americanos nao possuem.

Nada eh novo para mim mas eh sempre interessante saber que, a liberdade de expressao “eh um direito ou liberdade garantido pelo primeiro adendo” da nossa constituicao. Observe-se que a liberdade de expressao eh um direito de todos que vivem nos Estados Unidos. Nao importa que tenha ou nao documentacao. Finalmente, “comunicar sua opiniao sobre qualquer assunto a um funcionario eleito” eh uma “maneira de os americanos participarem da construcao de sua democracia”. Em minha forma de pensar, dar uma opiniao eh meu direito em primeiro lugar. E tambem eh uma responsabilidade, em segundo. Tudo isso esta no folheto: “Aprenda a Respeito das Licoes Civicas Fundamentais para o Teste de Naturalizacao” autorizado pelo Departamento de Seguranca Publica dos Estados Unidos [Reparticao de Servicos de Imigracao e Cidadania].

Eu vou oferecer este conselho a todos os funcionarios eleitos, especialmente aos presidentes.

Mas algumas coisas precisam ficar absolutamente claras aqui. Nao sou doutor em nada. Nada sei alem da minha propria experiencia de vida. As opinioes que irei expor nestes escritos nao pertencem a nenhuma instituicao ou nacionalidade. Sou o unico responsavel por pensa-las e escreve-las. A responsabilidade no ler e entender nao serao minhas. Assim, eu pedirei licenca aos leitores para compreenderem algumas incorrecoes no uso das palavras que poderao leva-los a alguma conclusao errada. Eh preciso que entendam que eu vim para esse pais depois de completar 35 anos, sem saber quase nada de ingles. E o que eu sei agora foi atraves da pratica e nao da escola. Como estou familiarizado com o escrever em portugues, eu sei que uma pequena troca na ordem das palavras pode levar a uma grande diferenca no que se quer dizer. Portanto, desconsiderem quando eu escrever homem grande em lugar de grande homem. Em portugues nos temos a mesma diferenca. Voce deve escrever homem grande quando quer dizer “big man” e grande homem quando a intencao eh “great man”.

O conteudo que eu pretendo por nesse livro esta relacionado com Historia, economia, politica, migracao, orgulho e preconceito. Talvez, um bocadinho de genealogia. Tambem usarei um pouco da minha autobiografia. Tentarei evitar citar nomes quando isso nao for essencial. Em outros casos eu ficarei feliz em dar nome aos bois quando isso se tornar importante para identificar de quem estarei falando.

Como eu nao conheco os detalhes das Historias de outros paises, melhor dizendo, eu conheco alguma coisa a respeito da Historia Mundial mas nao conheco os detalhes das Historias dos paises individualmente. Vou precisar usar a Historia do Brasil, que eh a que melhor conheco, para fazer alguma comparacao. Nao penso comparar Estados Unidos com Brasil. Mas quero destacar eventos onde os dois caminharam juntos em suas Historias, ou mostrar fatos ocorridos num deles e isso atingiu o outro. Imagino que em alguns dos fatos historicos muitos dos outros paises estavam juntos, acompanhando os Estados Unidos, mas me fogem certos detalhes ate mesmo destas parcerias com o Brasil.

Eh parte da minha intencao organizar o que penso em cronicas separadas. Cada uma tratando de um assunto diferente. Tentarei colocar os acontecimentos em ordem cronologica. Assim, os leitores poderam ler os artigos separadamente. Porem, sera preciso ler a obra completa para compreender melhor o conteudo.

Alguns que irao ler este livro deverao sentir-se ofendidos por minhas opinioes. Esta nao eh a minha vontade. Eh um problema na natureza humana. Algumas pessoas sao incapazes de aceitar o pensamento diferente do delas. Elas pensam que o mundo nas mentes delas eh o melhor. Entao, tudo o que pareca contradizer isso eh tratado como abominacao. Eu nao posso controlar os sentimentos dos outros. Tento controlar os meus deixando os outros terem as proprias opinioes mesmo sem concordar com elas. Se alguem desejar por em pratos limpos as nossas razoes, civilizadamente, eu estou totalmente aberto para a ideia.

Algumas das pessoas contrarias quererao assumir que meus escritos tem a finalidade de atingir aos Estados Unidos. Talvez elas irao pensar assim: Ele eh parte de complo, assim como em algumas teorias de conspiracao, com a finalidade de enfraquecer a imagem americana perante ao mundo. Estou escrevendo isso em antecipacao para que nao tenham a desculpa, e saibam que penso assim: sou totalmente favoravel `a verdade. Eu nao imagino a verdade feita para prejudicar. O que prejudica eh ver a verdade e nega-la. O que prejudica eh ver a verdade e nao assumir a responsabilidade frente a ela. Aqueles que veem a verdade e assumem suas responsabilidades frente a ela sao os que sao dignificados pelo respeito.

Em todo caso, eu tenho duas grandes razoes para nao prejudicar aos Estados Unidos. A primeira eh que sou nascido brasileiro. Se alguem pensa que estou escrevendo para prejudicar aos Estados Unidos sera porque tambem pensa que eu faria isso, nao sei como, para beneficiar ao Brasil. Para estes que nada sabem a respeito das relacoes existentes entre Brasil e Estados Unidos, precisam saber isso: o Brasil tem uma reserva monetaria de aproximadamente 320 bilhoes de dolares. E esta eh a unica salvaguarda dele. Dois tercos disso estao investidos em papeis do governo americano. Prejudicar aos Estados Unidos resultaria em prejudicar ao Brasil. O Brasil esta tomando um risco muito serio ao ajudar aos Estados Unidos dessa maneira, no momento de dificuldade deles. Se os Estados Unidos for para o buraco, quase certamente, o Brasil ficara na beira do abismo. Eu nao faria o mesmo que o Brasil esta fazendo senao por familiares ou grande amizade.

Outra razao a meu favor eh esta. Sou pai de dois filhos. Sao os unicos que tenho. Nasceram e vivem nos Estados Unidos, e nunca disse a eles para serem mais brasileiros que americanos. Eu nao faco pressao em nenhum deles. Se algum dia eles sentirem a necessidade de escolher entre um pais ou outro, esta decisao sera deles, nao minha. O que eu quero eh o melhor para eles, mas a escolha eh deles. Assim como eu nunca prejudicaria meus filhos tambem nao quero prejuizos para os paises deles.

Particularmente, penso que a melhor maneira de solucionar nossos problemas eh ficarmos juntos. Paises e povos. Ate agora, o que nos tem sido dito eh isso, nos temos que competir para que isso faca de nos os melhores. Nao concordo com isso em nenhum sentido. Competir implica nisso, alguem ficara prejudicado nalguma forma. Eu sou a favor de trabalharmos juntos. Todo mundo trabalha. E o premio eh repartido com todos. Todas as vezes que se compete ninguem leva o premio melhor. Quando voce esta competindo gasta energia em excesso fazendo coisas que prejudicam a voce mesmo. Se esta energia, esperdicada pelos dois lados, for usada para coisas boas, o premio sempre sera dobrado ou triplicado.

02. A AMERICA SUICIDA

Este capitulo nao obedecera a minha intencao de postar tudo em ordem cronologica. Servira para explicar o nome da obra e tracar um paralelo de uma questao muito importante para a saude publica americana.

Eu estou acostumado a ouvir a 90.9 FM, Radio da Universidade de Boston. Todas as vezes que estou dirigindo estou ouvindo algo util. Tanto faz, noticias nacionais ou internacionais, programas de musica ou simples entrevistas. Geralmente eles entrevistam outores de best sellers, produtores de filmes ou qualquer assunto envolvendo cultura. E eh isso que eu gosto.

Tenho uma historia longa de aprendizado com eles. Logo depois de eu vir para os Estados Unidos eu descobri a 89.7 FM, Radio Publica, que transmite quase o mesmo conteudo. Isso ajudou-me a aprender ingles porque eles falam compassadamente, ai a gente pode ouvir palavra por palavra. Alem disso eu tinha o interesse em tomar conhecimento a respeito da maioria dos assuntos mostrados nestas radios. A minha unica tristeza eh essa, durante todos estes anos, quase 17, eu nunca tive dinheiro suficiente para contribuir com a causa destas radios.

Bem, so por coincidencia, ha pouco eu ouvi num programa de entrevistas a respeito do problema dos suicidios nos Estados Unidos. O entrevistado era um doutor que escreveu um livro com esse respeito. Infelizmente eu nao tinha tempo para ouvir a entrevista toda. Nao peguei nem o nome do autor. Pesquei apenas algumas informacoes importantes. Dai resolvi buscar mais informacoes no site da Fundacao Americana para Prevencao do Suicidio – AMERICAN FOUNDATION FOR SUICIDE PREVENTION – AFSP.

As estatisticas sao chocantes. As informacoes mais recentes sao do ano de 2007. Aproximadamente 34.000 americanos perderam suas vidas em suicidios. Isto eh a “11a. causa de mortes nos Estados Unidos.” “Suicidio eh a 4a. causa de mortes em adultos entre as idades de 18-65 anos. (28.628 suicidios).” “90% que morrem por suicidio tem alguma desordem psiquiatrica diagnosticavel no momento da morte deles.” “A proporcao eh de 4 suicidios masculinos para um feminimo, porem, as mulheres tentam o suicidio tres vezes mais que os homens.” “Ha uma estimativa entre 8-25 tentativas para cada morte causada por suicidio.”

O site tras muitas outras informacoes interessantes a respeito do problema, como: “Suicidio eh o 3a. causa de morte entre pessoas entre as idades de 15-24 anos.” Mas a conclusao deles era esta: “Estudos indicam que o melhor modo de previnir o suicidio eh atraves do reconhecimento antecipado e tratamento de depressoes e outras problemas psiquiatricos.”

Ouvindo a respeito do problema atraves da entrevista na 90.9 FM, as coisas nao parecem ser tao claras quanto os numeros estatisticos da AFSP. Primeiramente, o entrevistado deixou claro isso: ninguem sabe exatamente o que conduz uma pessoa ao suicidio. Ha uma teoria que diz que, isso eh resultado das pressoes dos nossos tempos. Poderia ser algo vinculado `a nossa era. Em oposicao a este ponto de vista ele salientou: existe uma tribo na regiao amazonica que riu quando soube que suicidio eh problema nos Estados Unidos. Eles nao poderiam entender porque nao conhecem nenhum caso de suicidio no meio deles. Para eles, suicidio eh tabu.

Quando o argumento de que o estilo de vida primitivo nao os levasse `as mesmas condicoes de pressao foi levantado, ele respondeu que esta alegacao nao se fundamenta em verdade. O pessoal na tribo esta nos limites da existencia. Frequentemente eh atacado por doencas tropicais. Metade das criancas morrem antes de chegar `a idade adulta. Afinal, eles sofrem tanta pressao quanto um novaiorquino. A diferenca seria esta, Nova Iorque oferece muito mais oportunidades de diversao que a Bacia Amazonica inteira.

O entrevistado ainda falou, que nao apenas aquela tribo especifica mas observando a humanidade como um todo a gente pode notar um alto grau de perseveranca em pessoas que estao `a beira da existencia material. Por que nao poderia ser igual nas sociedades de maior sucesso no mundo?! O suicidio nao eh problema apenas nos Estados Unidos.

Nao sei se o entrevistado disse alguma coisa relacionada a respeito da relacao entre o suicidio e tendencia genetica para ele. Os dados da AFSP nao mencionam isso. Quando eu vivia no Brasil lembro-me de tal mencao. Nao me lembro de quem falou, mas parece que algumas familias sofrem o problema com maior frequencia.

Na entrevista o doutor tambem falou que, frequentemente voce consegue identificar um fato que leva uma pessoa a decidir pelo suicidio mas nao se sabe de onde vem a vontade. Tambem falou que, apesar do suicidio ser o problema maior que o assassinato a gente nao ve isso no noticiario. Quando perguntado porque isso acontece, ele nao tinha certeza mas ofereceu uma explicacao. Poderia ser que no caso de assassinato ha a apresentacao de um vilao e uma vitima identificaveis. Assim fica mais facil trabalhar isso como noticia.

Eu proprio nao estou certo disso. A noticia de suicidio pode ser mais dificil de vender mas sendo maior o problema, entao, seria mais importante que o publico soubesse a verdade. O que parece eh que, apesar de nossa cultura ser avancada, nos temos os nossos tabus tambem. Ele nos desperta o medo porque o suicida eh nossa imagem e semelhanca.

O que me assombrou mais nos dados da AFSP eh o calculo de “8-25 tentativas de suicidio para cada fatalidade.” Isso implica dizer que entre 272.000 e 750.000 pessoas tentam o suicidio anualmente nos Estados Unidos. Eh um numero enorme! Mas se isso eh verdade, nao estou convencido que isso traduza a verdade por inteiro. Estou em duvida se a populacao americana esta afetada pela tendencia para o suicidio. Este comportamente altodestrutivo pode ser observado atraves do preconceito demonstrado pelo Partido do Cha (Tea Party), KKK, grupos neo-nazistas e setores do partido republicano.

Talvez o suicidio seja um comportamento inconsciente e nao intencional mas o resultado eh o mesmo se fosse. Essas pessoas maleficas talvez nao percebam o quanto as atitudes delas estao levando os Estados Unidos `a altodestruicao. Espero que o meu manifesto possa ajuda-las a reconsiderar seus preconceitos para que a autodestruicao nao aconteca.

No meu pobre ponto de vista, penso que assassinato e suicidio sao parte do mesmo problema. Sao resultantes de frustracoes. A resposta diferente esta nos autores serem mais egoistas ou mais altruistas. O altruista prefere acabar com a propria vida. O oposto eh observado nas pessoas egoistas. O bomba-suicida tem que ser considerado um caso aparte porque ele eh manipulado para fazer isso.

O doutor tambem disse que, qualquer que seja o numero de suicidios efetivos eh o dobro dos assassinatos. Sim, nos Estados Unidos sao mais frequentes que nos outros paises industrializados. Mas, nao interessa quao grande seja esse numero, suicidios vem em dobro.

Agora eu preciso especular um pouco. Sera que eh apenas isso? E se, somente se, ha algo muito maior por tras disso tudo? Se parte das mortes ditas acidentais nao forem outra coisa senao tentativas de suicidio bem sucedidas? Nao estou pensando apenas em acidentes de carro. Nos sabemos. A maioria dos acidentes de carro diz-se ter origem na alta velocidade. Mas se todo mundo sabe que a alta velocidade eh a causa numero de mortes, por que tantas pessoas continuam dirigindo acima da velocidade permitida em toda e qualquer estrada?

Por que pessoas continuam fumando sabendo que este eh um fator de risco para suas saudes? Todo mundo sabe ou ouviu falar a respeito do problema poluicao mas porque somente um pequeno numero de pessoas esta tirando de suas vidas alguns confortos modernos responsaveis pela poluicao? Eh muitissimo sabido que, se cada pessoa no mundo comecar a consumir igual a um americano medio nos nao teriamos como servir produtos a todo mundo. Tambem, por que isso nao se torna suficiente para as pessoas entenderem que o modelo de vida esta errado e precisa ser repensado? Por que tamanha resistencia contra a tecnologia limpa? Tudo isso e muitos outros assuntos nao poderiam ser postos como tentativas de suicidio?

Eu realmente penso assim. Eu penso que existem dois tipos de suicidios. Um voce pode chamar de Sindrome Severa do Suicidio. Eh dela que o entrevistado e a AFSP cuidam. O outro eh a Sindrome Cronica para o Suicidio. Pode-se descrever essa assim: eu sei que morrerei um dia, eu quero isso mas nao tenho a coragem de comete-lo rapidamente, entao, melhor eh tomar um comportamento de risco que acabara me levando ao mesmo lugar onde outros decidem ir de forma drastica.

Eu penso que esse segundo tipo esta presente em pessoas como o George W. Bush, nas pessoas que controlam a Wall Street, etc. Estou em duvida quanto ao mesmo comportamento continuar presente na Casa Branca durante o governo do presidente Obama.!

O que eles ja fizeram e continuam fazendo parece ser um tipo de comportamento covarde. Parece nao quererem vida pacifica para eles proprios. Entao, transformam a vida dos outros em um inferno. Parece que eles pensam assim, ja que eu tenho que me ir, melhor eh carregar todo mundo comigo. Sozinho eu nao quero.

Nao culpo ninguem por estar programado para o suicidio. Penso que cada e todos nos guarda um plano secreto de contingencia de vida. A maioria apenas jamais ira usa-lo porque a vida sempre andara como pode e nao como a gente a deseja. Se eu pudesse dizer algo `as pessoas que estao nessa situacao, eu falaria isto: nao interessa o quao grande o problema que voce esta enfrentando lhe pareca, se voce der tempo ao tempo o problema ira passar por ele mesmo. Pense nalgum problema que voce tinha ha 10 anos atras. Possivelmente voce nem sequer se lembre dele. Mas se voce tentar contra sua propria vida e conseguir este objetivo, sera uma decisao da qual voce nao podera se arrepender porque eh uma decisao sem volta. Nao tente tomar decisoes definitivas em tempo de crise. Ninguem eh perfeito. Um julgamento ruim pode induzi-lo a criar um grande problema de uma situacao sem problema algum. Seja mais paciente.

A gente dar alguma interpretacao aos numeros mostrados no relatorio da AFSP e `as causas gerais de suicidio. Estas conclusoes nao foram baseadas em pesquisas apropriadas mas sim fruto das minhas proprias observacoes da vida moderna. No meu ponto de vista, as pessoas nas sociedades ditas primitivas se ajustam `as condicoes que o mundo oferece a elas. O ideal delas eh buscar a felicidade. Felicidade pode ser encontrada em coisas simples como familia, amizade, etc. “Busca pela felicidade” eh uma das respostas para a questao: “Quais sao dois entre os direitos estipulados na Declaracao da Independencia?” dos Estados Unidos.

Atualmente, nossa sociedade esta baseada em possuir as coisas. As pessoas estao passando a vida inteira procurando ter. Isso inclui ter outras pessoas para elas proprias. Para isso elas estao sacrificando as coisas simples da vida e nunca encontram satisfacao naquilo que fazem. Desta forma, a depressao se torna inevitavel e o que vem a acontecer depois serao apenas as consequencias.

Talvez isso explique porque muito mais mulheres tentam o suicidio. Apesar da emancipacao feminina no seculo passado nos continuamos levando um estilo de vida de orientacao machista. Sera preciso entender que homens estao competindo contra os outros desde milhares de anos atras. As mulheres sempre estiveram presentes mas a natureza nos colocou na linha de frente dos riscos. E nos aprendermos a ser mais agressivos com isso. Algumas vezes, irracionalmente agressivos. Em consequencia disso, mulheres mais afeitas `a racionalidade sofrerao maiores pressoes neste mundo de orientacao machista.

Geralmente, as pessoas leigas atribuem aos povos antigos e ao pessoal sem educacao escolar algum tipo de inferioridade. As pessoas olham para outras e pensam: Como eles podem ter vida alguma? Eles andam ao inves de ir de carro! Eles inclusive nao usam aparelhos eletricos, nem assistem televisao! A vida deles so pode ser terrivel! Porem, o que os leigos nao sabem eh o quanto mais os “povos primitivos” riem e gargalham. Nem o quanto mais eles se ajudam uns aos outros.

A gente imagina que a vida que nos estamos levando agora eh a melhor desde o surgimento da pessoa humana na Terra. O problema esta ai, a quantidade de avancos deveria traduzir-se em mais tempo para o lazer, mais tempo para o amor e, especialmente, mais dinheiro na carteiro de todo mundo. Porem, o que a gente ta sempre encontrando sao mais e mais contas a pagar, menos e menos tempo de qualidade com a familia. Seguindo assim eu nao penso que nos estejamos no caminho para o Ceu. Nos estamos mais no caminho para o Juizo Final.

Em capitulo posterior tenho a intencao de escrever alguma coisa a respeito de pessoas sem educacao escolar e imigrante sem documentos perseguidas que comprovam que tais suposicoes nao tem fundamento algum em verdade.

03. UM BOCADINHO A RESPEITO DE GENEALOGIA HUMANA

Ouvi de uma pessoa leiga isso: “Voce eh parente de alguem somente ate ao quarto grau.” Para mim isso eh um pouco complicado explicar no ingles exato. Mas o que ela pensava era alguma coisa assim. Voce nao precisa considerar como parente aos seus primos se o ancestral comum de voces for seus bisavos ou geracoes anteriores. Nao sei de onde ela tirou essa ideia errada. Ela mencionou algo a respeito de religiao, no que penso existir a possibilidade de engano, ou referencia medica, no que eu duvido. A verdade eh muito diferente.

Tenho estudado a genealogia da minha familia. Portanto tenho uma boa ideia do que vou dizer. Tambem sou medico veterinario cursado e tenho o diploma como medico dos animais. Uma disciplina em que tive dificuldades foi justamente uma com o tema: Melhoramento Animal. Eh algo que envolve genetica e ensina como fazer as vacas produzirem mais leite, galinhas botar mais ovos, etc. Eh verdade, eu tive dificuldade em concluir o curso porque matematica esta envolvida nele e eu nunca fui bom em memorizacao de formulas. Sempre preferi resolver os problemas atraves da racionalizacao. Ter dificuldade, neste caso, nao implica que nao aprendi. Algumas vezes a gente aprende melhor quando erra e revisa os erros. E foi isso que fiz.

Muito antes da Historia alguns fatos da genealogia ja eram verdadeiros. Mesmo genealogia nao sendo ainda pensada. E quando ela comecou a ser usada muito erros foram cometidos. Mesmo agora a primeira coisa que nos pensamos a respeito de genealogia que nos vimos da familia so nosso sobrenome. Esta eh uma das ideias erradas que os leigos tem com respeito a genealogia. Normalmente, o seu sobrenome vem do seu pai, que herdou do pai dele e assim por diante. Mas isso so eh verdade se voce estiver pensando na sua linhagem paterna. E isso pode valer pouco ou nada, geneticamente falando.

A gente sabe que, metade mais um pouquinho da nossa genetica vem da nossa mae, e o resto do nosso pai. Dai voce precisa saber disso: se o seu bisavo casou com uma mulher sem parentesco com ele, os seus avos serao praticamente meio-a-meio. Se o seu avo se casou com outra mulher tambem sem parentesco com ele, o seu pai sera 1/4 de qualquer coisa que seu bisavo era. Ainda, se sua mae nao tiver parentesco algum com seu pai, voce recebera apenas 1/8 da parte do seu bisavo. Mesmo assim voce podera ter o sobrenome dele. E ainda podera passa-lo para seus filhos, para os filhos dos filhos e assim vai. Apesar dos seus netos poderem herdar quase nada do seu bisavo.

Se voce eh um leigo, possivelmente voce sabe que tem pai e mae. E tambem que cada um deles tem mae e pai. Entao, voce tem quatro avos. O que voce espera eh que tenha 8 bisavos. E a coisa anda assim, em cada geracao anterior `a sua espera-se que se dobre o numero de seus ancestrais. Entao, se voce esta disposto a fazer um pequeno exercicio, pegue uma calculadora e multiplique 2 X 2 e continue multiplicando os resultados por dois ate chegar `a 33a. geracao. Se voce for persistente em fazer isso ira aprender que, na 33a. geracao anterior `a sua voce eh suposto ter 8.589.934.592 ancestrais. Eh muito para voce? Na proxima geracao voce tem direito a mais de 17 bilhoes. E por ai segue.

O tempo! O tempo eh mais que precioso. Se calcularmos a grosso modo como media, 30 anos entre uma geracao e outra, no final da 33a. geracao terao se passado 1.000 anos. Isso quer dizer que ha 1.000 anos atras voce era suposto ter mais de 8.5 bilhoes de ancestrais, somente da 33a. geracao isoladamente e nao a adicao de todas. Agora eu digo isso a voce, se voce nao tiver alguem ocupando cada um desses lugares voce nao existe. Voce que sabe algo a respeito dos dados populacionais de 1.000 anos atras deve perguntar: Mas como? Ha mil anos atras nao havia gente o suficiente. Mesmo hoje o total da populacao no mundo eh inferior a 7 bilhoes.

Essa questao tem resposta simples. Assim acontece porque alguns dos seus ancestrais daquela geracao sao muitas e muitas vezes seu ancestrais. Possivelmente alguns sao milhoes de vezes e essa eh a razao de voce existir, apesar do numero inferior de ancestrais em relacao ao esperado.

Porem o problema eh bem maior. Se voce fizer o calculo oposto, encontrara o mesmo numero. O que eu quero dizer eh isso, suponha que voce tenha dois filhos. E cada um deles tenha dois filhos. Tambem que seus quatro netos tenham, cada um, dois filhos, assim por diante, ate chegar `a 33a. geracao. Eh esperado que voce tenha mais de 8.5 bilhoes de descendentes somente daquela geracao. Isso significa que, se voce tivesse nascido ha 1.000 anos atras, voce era suposto ter, pelo menos, aquele numero de descendentes. Porem, se nao existe numero suficiente de pessoas na Terra, para onde elas foram?! Isso eh simples de responder.

Se os seus netos, ao contrario de se casarem com alguem diferente da familia se casarem com eles proprios voce nao tera 8 bisnetos como esperado mas somente 4. Estou pensando no caso de voce ter 2 netas e 2 netos. Para que voce tenha o numero esperado de bisnetos eles precisarao ter 4 filhos para cada casal formado. Toda vez que um primo se casa com outro nossa multiplicacao eh esperada cair. Quanto mais as geracoes se passam e primos se casam com primos repetidamente, a media de filhos para manter nossas expectativas precisa ser cada vez maior. Em alguns casos seria preciso que alguns casais tivessem milhares ou milhoes de filhos, e isso ainda nao eh algo facil para o ser humano.

A verdade eh essa, os seus ancestrais nao preencheram repetidamente os lugares como seus ancestrais apenas. Eles fazem o mesmo para um numero enorme de pessoas. Essas sao mais ou menos suas primas, mesmo que nao as conheca. Deixa eu te dizer isso, mesmo que voce tenha 10.000 casais de ancestrais de 1.000 anos atras, o que eh apenas uma fracao do que esperamos, voce pode estar caindo em uma armadilha genetica. Isso sera porque os seus 10.000 casais de ancestrais poderao ja ser parentes proximos. O que nos tem protegido contra a extincao eh a migracao e a multiplicacao sem limites. Agora, a migracao sozinha e os casamentos entre as linhagens diferentes sao o melhor caminho para evitar a nosso extincao.

Vamos simplificar as coisas, saiba isso. Se ha 300 anos, na decima geracao antes da nossa, um casal de nossos ancestrais teve 10 filhos e todos se casaram, e tambem tiveram 10 filhos seguindo assim ate antes da nossa geracao. Tambem, que nenhum descendente do casal tenha casado com outro, entao, ele era suposto ter 10 bilhoes de descendentes, somente da nossa geracao. Isso nao eh legal? Como o povo antigamente tinha filhos de acordo como a natureza permitia, nos somos supostos ter, pelo menos, um casal de ancestrais comuns daquela geracao com todo e qualquer de nossos vizinhos.

Mas as coisas nao sao tao simples. Nem todo mundo naquele tempo teve tantos filhos. Muitos de nossos tios e tias nunca tiveram filhos. Mesmo assim, o esperado eh isso, todos os casais de outrora que tiveram alguns filhos que se casaram e tiveram seus proprios filhos ate a nossa geracao provavelmente sao ancestrais de milhares, talvez ate 1 milhao de pessoas. E nao estou falando a respeito dos poligamistas.

Tai, quando algum site de genealogia anuncia que alguma personalidade descobriu ser parente de algum personagem historico atraves do site eh porque estao usando a popularidade da personalidade para levar vantagem no obvio. Se qualquer um buscar seus ancestrais, mesmo sem se sentir uma pessoa de respeito e, naturalmente, com um pouquinho de sorte porque muitos de nossos ancestrais nao nos passaram seus dados, voce provavelmente encontrara alguma personalidade historica como ancestral. Tambem, as pessoas atuais que sao ditas personalidades sao, provavelmente, seus primos. Alguem disse uma vez a respeito da minha familia: “Nos procedemos do sangue dos REis e os Reis provem do nosso sangue.” E isso eh absolutamente verdadeiro para todos nos.

Esta eh uma das razoes que me fez comecar a estudar nossa genealogia. Nao estou exatamente interessado em identificar reis na minha lista de ancestrais. Estou interessado na propria Historia. Tambem, quando eu encontrar qualquer personalidade como minha ancestral estarei mais interessado em conhecer melhor a Historia dela. E isso deveria ser considerado util para todos e nao para poucos.

As pessoas costumam dizer isso: “A Historia sempre se repete.” Estou certo que nao. Historia nada faz por si mesma. Pessoas repetem seus repetem seus proprios erros muitas vezes, porque ignoram a Historia. Conhecer a Historia nao eh um hobby para excentricos mas sim uma forma de defesa propria.

Outra razao que faz a genealogia tornar-se importante para mim esta nas implicacoes medicas dela. Apesar da gente saber tanto a respeito de genetica hoje eu penso que as mas consequencias de nossa relacao familiar estreita com a maior parte da humanidade tem sido totalmente ignoradas pelos governos. Entao, imagino que as pessoas deveriam conhecer melhor sobre isso para previnirem-se contra um possivel futuro colapso de nossa sociedade. Desde que a gente aprendeu que nao deveriamos ter tantos filhos quanto nossos ancestrais porque nosso planeta eh limitado, nos precisamos procurar nao ter filhos com problemas previsiveis. Nossos ancestrais podiam se dar ao luxo de ter tantos filhos quanto quizessem porque uns cuidavam dos outros mas se nos tivermos um filho com saude e outro sem ela, o problema tornar-se-a maior por causa da familia menor. Pense, e se as duas criancas tiverem problemas?!…

Entao, quando alguem diz que nos somos parentes de outra pessoa baseado no numero de geracoes eh porque ele ou ela nada sabe de genetica. O que acontece eh que nossa vida eh muito limitada quando consideramos o tempo como um todo. Temos o privilegio de conhecer um numero muito pequeno de geracoes dos nossos parentes mais intimos. Algumas vezes nos consideramos melhor algumas pessoas menos parentas nossas que outras mais proximas porque a gente eh guiado pela ideia errada de que, parentes sao aqueles que a gente conhece.

Baseado no que eu sei de genetica e manejamento animal eu posso dizer isso: humanos se parecem mais com galinhas de granja.

Falo isso com consciencia. A maioria das pessoas nem imagina como os cientistas criaram as linhagens de galinha para fornecer ovos ou carne. O que eles fizeram primeiro foi selecionar aquelas que ja botavam ou que cresciam mais rapida e naturalmente. Dai fizeram o cruzamento das mais produtivas umas com as outras. Fizeram isso repetidamente por anos a fio. Fizeram ate o cruzamento entre maes com filhos e pais com filhas.

Quanto conseguiram o que queriam, isto eh, uma linhagem que puzesse mais ovos ou crescia mais rapido, comercializaram-nas. Mas eles guardam seus segredos. Eles desemvolveram pelo menos duas linhagens para cada marca. O que voce encontra no mercado eh o cruzamento das duas. Se voce tentar comecar seu negocio a partir das galinhas que voce pode comprar vivas, elas nao serao tao produtivas como as originais. A menos que voce saiba repetir os experimentos deles e isso ira tomar tempo e dinheiro seus. Para que voce abra um negocio nessa area, voce precisa fazer parcerias com eles. Neste caso, voce ficara com o trabalho e eles partilharam contigo o dinheiro que voce ganhar. Isso eh negocio, eh o que eles dizem!

Mas o que tal pesquisa tambem levou `as galinhas de granja foi isso: elas sao muitisso susceptiveis a doencas e problemas geneticos. Tambem, o manejo ao qual as galinhas estao sujeitas, vivendo em espaco minimo, pode fazer a disseminacao das doencas em um piscar de olhos. Eh por isso que as galinhas de granja precisam de muitas vacinas e antibioticos adicionados em sua alimentacao. Se voce for visitar uma granja de ovos ou carne os donos te pedirao para vestir uma roupa propria que protegera contras as contaminacoes que voce podera levar, mesmo que nao saiba disso.

`A medida que nosso conhecimento genetico avanca temos aprendido a ler o que esta escrito na sequencia de DNA. E, logo apos aos primeiros resultados, os cientistas ficaram assombrados ao descobrir a semelhanca da escrita entre todos nos. Nao faz diferenca se for um esquimo, um caucasiano, um nativo sulafricano ou aborigene. Em nosso DNA somos mesmo como as galinhas de granja.

Se isso eh verdade, por que temos tantas diferencas em nossa aparencia? Talvez eu possa explicar isso. Nas vidas primitivas fomos treinados para observar mais as diferencas. Ver as semelhancas nao tinha tanta importancia. Isso esta relacionado ao nosso meio. Existe um exemplo facil disso no Brasil. Algumas plantas foram usadas como base na alimentacao dos povos. Os orientais tiveram o arroz. Os mediorientais tinham o trigo. Os norte americanos e os sul americanos ocidentais tiveram o milho. Os brasileiros, a mandioca (Manihot utilissima).

Ela eh uma raiz parecida com a batata mas com mais fibras e muito amido. Existem muitos jeitos de conzinha-la. Alguns sao deliciosos. Mas a mandioca tem sua irma gemea. Brasileiros a chamam de mandioca brava. Em ingles poderiamos chama-la de wild mandioca. A mandioca brava tem contem um dos venenos mais efetivos. Ela tem cianidro. Um pedacinho da planta em seu estomago e voce vira historia. Entao, conhecer a diferenca entre elas era uma questao de vida ou morte.

Mandioca pode fornece uma grande quantidade de comida em sua mesa em uma pequena area de cultivo. Ate a mandioca mansa pode conter cianidro suficiente para matar qualquer um ou coisa que come-la. A boa novidade eh que, cozinha-la faz evaporar o veneno. Brasileiros usam-na in natura para tratar do gado apesar do veneno. Eles aprenderam que se ela for fatiada e exposta ao sol ficara limpa. Entao assim se faz antes de tratar-se das vacas.

A parte mais venenosa da planta sao as folhas. Contudo, um grupo inteligente de pesquisadores desenvolveram um suplemento alimentar baseado em folhas de mandioca. Isso eh usado para enriquecer alimentos pouco nutritivos. Uma quantidade diaria pequena do suplemento na comida fraca em nutrientes pode rapidamente trazer saude para criancas com deficiencias nutricionais. O segredo esta em retirar o feneno antes da folha virar alimento.

E essas coisas foram aprendidas dos chamados nativos brasileiros primitivos. Agora eu posso tracar uma relacao entre as folhas de mandioca e os imigrantes sem documentos. Se voce tenta olha-los com menos preconceito voce pode esquecer tudo o que lhe parece veneno e transforma-los num futuro glorioso para os Estados Unidos. Quanto a isso eu tenho certeza, o veneno esta nos olhos das pessoas que sao preconceituosas e nao nos proprios imigrantes sem documentos. Depois eu falarei mais a respeito desse assunto.

Os preconceituosos foram inteligentes ao detectarem os que lhes sao diferentes na face mas nao o suficiente para separar a diferenca que prejudica da diferenca sem malicia.

Existem todo tipo de exemplos destas coisas em todos os lugares. No mundo inteiro as pessoas tinham que reparar cuidadosamente na paisagem, antes de sair das cavernas. Predadores sao conhecidos pela habilidade de misturarem-se aos meios e nao serem detectados. Quem nao tinha a habilidade de identificar as diferencas nao teve chance de passar heranca genetica a nos.

Mas o problema nao existe porque somos tao diferentes uns dos outros. Algumas vezes, ainda no Brasil, eu fui confundido com meus primos. Inclusive nos Estados Unidos e comum pessoas me olharem e pensarem estar diante de um americano de origem europeia. Isso pode parecer loucura. Mas eu pretendo retornar a isso posteriormente. Os meus parentes proximos que me viam constantemente nunca me confundiram com outra pessoa. Mas aqueles que me viam menos sempre cometiam algum erro. Mesmo parentes proximos que me viam pouco faziam isso.

Isso pode ser facilmente verificado por pais de gemeos identicos. Se sao identicos, como se saber suas diferencas? Diferencas minimas sao a resposta. Voce precisa todos os seus sensos em alerta para encontra-las. E esta habilidade todo mundo tem mas tambem podemos ser treinados para apurar nossos sentidos. Dependendo da cultura em que vivemos isso pode ser direcionado para incentivar o preconceito contra os diferentes. Preconceito nao eh uma habilidade natural ou racional. Eh aprendido por defeitos nas culturas.

Talvez, desgotar de algo diferente nao eh um preconceito intencional. Pode ser somente uma reacao natural aprendida nos milenios. O que se transforma em preconceito intencional eh a pessoa comecar a lutar contra a razao. Fazendo uma analogia, quando a pessoa comeca a ver a diferenca na pele do seu vizinho sabendo que isso nao eh nenhum sinal de perigo mas ela se acomoda na primeira impressao, mantendo aceso o sinal de alerta e ate cometendo atos contra o vizinho como se ele realmente estivesse ameacando sua vida ou suas posses.

Todavia, cor da pele eh algo vinculado ao meio. A pessoa tem pele escura por causa da habilidade dela de viver em ambientes quentes, tropicais ou equatoriais. Eh somente uma proteina que quase todos temos a habilidade de produzir. Ela tem o nome de melanina. Ela serve como protetor solar natural. Voce ter a pele mais clara so significa que seus ancestrais viveram por um tempo longo num ambiente menos luminoso. Assim, eles foram forcados pela selecao natural a permitirem uma quantidade maior de luz passar pela pela para que pudessem produzir vitamina D.

O problema eh que `as vezes uma coisa boa leva a certos efeitos colaterais. Se alguem que tem pele clara acompanhada de olhos azuis pensa que isso seja uma grande vantagem, pode tirar o cavalinho da chuva. Olhos azuis significam falta de melanina na iris ocular. Isso nao te atrapalha a visao mas pode causar-lhe cataratas nos olhos, se voce tem a tendencia para esse mal, mais cedo se voce se expuzer muito ao sol.

Se um povo de pele clara estiver sujeito a um ambiente quente por milhares de geracoes e sob a influencia da selecao natural, no final, todo e qualquer descendente dele tera pele mais escura. O mesmo eh verdadeiro para pessoas de pele mais escura que for sujeito a condicoes parecidas ao do Polo Norte. Se eles se recusarem a evoluir numa forma apropriada, eles virarao historia. Assim sera a menos que os de pele escuro encontrem outra fonte de vitamina D, como as pilulas e os de pele clara comecarem a usar bloqueadores solares naturais. Outra alternativa para os de pele clara seria adaptarem-se a ter somente atividade noturna e dormirem durante o dia.

As pessoas preconceituosas tem inteligencia suficiente para perceberem as diferencas mas nao tanto para serem capazes de serem ou fazerem diferente. Posteriormente eu voltarei a esse assunto.

04. O QUE EH SER UM EUROPEU?

Possivelmente, ate os americanos sabem que europeu eh alguem que nasceu na Europa. Mesmo nao sabendo exatamente o que ou onde a Europa eh. Nao falo isso por mim mesmo apenas estou criticando a mim mesmo porque o mundo inteiro conhece a ignorancia geografica americana. Talvez fosse melhor eu chamar este capitulo de: De Onde Surgiram os Europeus? Esta eh uma questao mais interessante.

Primeiro de tudo, nao apenas europeus mas toda a raca humana veio da Africa. Se voce nao acredita nisso e puder provar erro nessa afirmacao, provavelmente ira ganhar o premio Nobel logo depois de tornar publico este seu conhecimento novo.

Algumas vezes vejo pessoas revoltadas contra esta e outras teorias cientificas porque nao gostam ou elas parecem contradizer credos religiosos antigos. Tambem vejo as mesmas pessoas assistindo tv, acreditando que algumas imagens foram geradas no Japao e quase instanteamente podem ser vistas nos Estados Unidos. Tambem tem a capacidade de acreditar em medicos retirando o coracao do seu peito, fazendo nele alguma cirurgia, e reimplantando para que voce tenha uma chance nova de vida. Nao importa. Tudo isso so eh possivel por causa do conhecimento cientifico acumulado pelos cientistas.

Eu sei muito bem que cientistas cometem erros todos os dias. Nao vejo problema nisso. Todos os cometemos. Estao na natureza humana. Isso se torna problema quando alguem os comete e nao aprende nada com isso. E esta eh uma razao de precisarmos que alguns de nos conhecam a Historia Humana melhor para assim, identificando os erros, tentar evitar repeti-los. Um exemplo disso foi que aqui nos Estados Unidos a populacao estava aprendendo a contornar os preconceitos mas parece que essa doenca foi capaz de reinventar ela mesma e esta rapidamente superando a boa vontade de parte da populacao. Agora voltou. E esta mais forte que antes.

Entao, fica muito conveniente acreditar em alguns dizeres cientificos mas nao nisso: todos os humanos tem origem na Africa. Tambem: todo e cada um dos humanos sao parentes proximos uns dos outros. Nao sei o que leva as pessoas a agirem assim mas estou absolutamente certo da presenca de preconceito em decidir negar isso.

Da Africa sairam diversas especies de humanos. Mas todas, exceto pelo Homo Sapiens sapiens, foram extintas. Os cientistas atribuem a nossa permanencia `a nossa abilidade de nos adaptarmos. Adaptacao pode ser traduzida como capacidade em resolver problemas. Nao como na matematica mas eh parecido. Nem sempre isso depende da nossa vontade. Por exemplo, isso acontece quando encontramos uma situacao de epidemia quando uma nova doenca elimina a maioria mas alguns sobrevivem porque eles tem uma defesa natural contra o agente em questao.

Assim, os sobreviventes transmitem para sua descendencia essa capacidade. Temos muitos exemplos de adaptacoes na pessoa humana. Nos vivemos em quase todo tipo de clima na Terra e isso so eh possivel porque somos capazes de modificar nossos corpos de acordo com cada ambiente. Mas eh preciso afirmar isso tambem: “Devagar com o andor porque o santo eh de barro.” Sera preciso tomar cuidado para nao se cometer erros. Algumas adaptacoes precisam de tempo para se tornarem efetivas e ninguem esta preparado para todas as mudancas grandes e repentinas.

Voltemos entao ao nosso assunto. Da Africa nos viemos. E alguns migraram para uma area entre os Mares Negro e Caspio. Esta regiao eh chamada de Caucaso. E este primeiro grupo de pessoas que morou la foi chamada caucasiana. O caucasiano multiplicou-se ali e, possivelmente, nas adjacencias ate 75.000 anos atras. Por volta dessa data eh bem conhecido que um supervulcao entrou em erupcao na Indonesia. Cientistas nao estao certos se so isso ou mais alguma coisa foi responsavel por comecar a nova Era Glacial.

A teoria cientifica diz que, o supervulcao entrou em erupcao e lancou tanta poeira e gas na atmosfera que isso bloqueou uma parte da luz solar. E esta poluicao ficou la por um tempo suficiente para baixar as temperaturas medias na Terra por alguns anos. E isso induziu a natureza a continuar produzindo neve sem derrete-la. Quando a atmosfera voltou a ficar limpa a luz solar voltou mas ela era refletida pela superficie branca maior da Terra. Nos sabemos que superficies brancas refletem luz e escuras absorvem. Entao a Terra entrou num ciclo vicioso sem retorno.

Quanto mais a temperatura caia mais neve vinha. Maior ficava a superficie branca. Mais luz solar era refletida. Ai os invernos ficaram maiores e mais frios. Desde 70.000 anos atras, os cientistas podem detectar o sinal claro de que a Terra estava de novo em nova Era Glacial. Ciclos de menores e maiores temperaturas deixam sinais na paisagem terrestre.

Nosso planeta funciona exatamente como num livro onde as paginas sao as camadas de sedimentos. Se a gente nao retirar a poeira de nossa casa por um ano a gente pode imaginar aonde isso vai levar. A Terra funciona da mesma maneira. O que acontece na superficie por milhares de anos eh transformado em sedimentos nos fundos dos lagos e oceanos. Se isso ficar por muito tempo sob pressao pode ficar duro como pedra. E as camadas podem ser distinguidas umas das outras dependendo do clima em que foram formadas. E o tempo em que foram formadas pode ser medido por atomos presentes no material.

Entao, `a medida que o planeta esfriava menos alimentos ficaram disponiveis para os animais, incluindo humanos. Nos estivemos a um passo da extincao. Um cientista disse uma vez que eles tinham calculado em cerca de 1.500 pessoas vivas pouco tempo depois da erupcao do supervulcao. Agora, alguns animais selvagens estao retornando dessa condicao com a ajuda de fundacoes de protecao aos animais. Humanos nao tinham a quem recorrer senao `a sua propria adaptabilidade. Mas tambem usaram inteligencia.

Agora voce precisa tirar uma boa licao disso. Naquele tempo nos tinhamos pelo menos duas linhagenes de Homo Sapiens sapiens, uma o africano e outra o caucasiano, debatendo-se para manter a especie no cenario terrestre. Mesmo a cultura Neanthertal conseguiu isso, enquanto pode. Isso eh prova de que, alguns de nos, nao importa de qual origem, fomos feitos para ficar. E todos nos que vivemos hoje somos simbolos dessa resistencia herdada de nossos ancestrais.

Contudo, todos nos temos que pensar nisso e tentar responder essa questao simples: se um desastre igual acontecer em nosso tempo como faremos para manter nossas vidas e passar `a nossa descendencia a prova da nossa existencia? Quando isso acontecer de novo, possivelmente, mais de 90% de nos nao sobrevivera. E a unica forma de tentar manter nossos gens por mais um milhao de anos eh aconselhar nossos filhos: misturem-se o maximo possivel e digam o mesmo para seus filhos e netos. Ame a multiplicidade e esqueca qualquer preconceito racial aprendido dos seus ancestrais. Ser racialmente puro eh arriscar-se desnecessariamente.

Ao inves de dizer se, sera melhor dizer: quando o ser humano voltar a uma situacao de quase extincao as primeiras vitimas serao as galinhas de granja. Infelizmente, os cientistas ja sabem que muitos dos desastres imensos que ocorreram no passado voltarao a ocorrer e isso nao eh uma questao de se e sim de quando. Essa resposta ninguem sabe. Quando as galinhas de granja se virem forcadas a viver do que a natureza oferece nao serao capazes de viver por causa das modificacoes que os cientistas fizeram nelas, que as fizeram totalmente dependentes do ser humano. Pode ser que o mesmo aconteca ao proprio ser humano porque agora quase ninguem saberia viver das condicoes naturais. Para piorar, a desordem que a erupcao de um supervulcao traria pode alterar a propria natureza de uma maneira que poucas coisas naturais sobreviverao para manter vida sustentavel.

Veio do Polo Norte um paredao de gelo. Como camadas apos camadas de neve se juntavam, isso ficava pesado demais. Entao, a pressao fez a glaciacao andar na direcao de lugares subtropicais. Em passos de preguicas, ano apos anos apos anos, isso tomou conta da paisagem. Humanos foram inteligentes o suficiente para saber que tinham que buscar abrigos em lugares mais mornos. E eles foram tangidos em direcao ao sul. A populacao se dividiu em grupos que acabaram no Sul da India, provavelmente no Oriente Medio e pelo caminho ate a Penisula Iberica. Isso eh o mesmo que dizer Espanha e Portugal.

Deixem que eu tome por emprestimo a definicao do Webster’s II New Riverside Dictionary – Revised Edition – a definicao de caucasiano: “Eh o estabelecido como classificacao racial humana definida pela cor de pele variando entre branca ate morena que inclui povos nativos da Europa, Norte da Africa, Asia Ocidental e India. – no. 1: Nativo ou habitante do Caucaso. 2: Um membro da classificacao racial caucasiana.”

O que ha de errado na definicao? Primeiramente agora sabemos que humanos nao podem ser classificados por racas. Sim! Para que a gente dividisse humanos em grupos de racas nos precisavamos uma certa quantidade de diferencas acumuladas nalguns grupos sendo isso verificavel em nosso DNA, mas nao temos diferencas suficientes nele. Nos somos parecidos demais, equiparaveis a galinhas de granja. A cor da pele nao pode ser usada em nosso caso. Os caucasianos nao variam a cor da pele de branca a morena. Indo a alguns lugares na India nos podemos verificar que a pele deles varia desde o branco ate ao preto, e nao para no moreno.

Outra “cosita mas”, caucasianos foram os primeiros habitantes da America do Norte e a presenca deles aqui ja foi medida em, pelo menos, 17.000 anos atras. E este foi um dos grandes erros cometidos por cientistas ao longo da Historia. Os mais antigos teorizaram que humanos nao teriam a capacidade de sair da Asia a nao ser a pe e por volta de 7.000 anos atras quando o degelo da Era Glacial produziu uma passagem natural da Russia ate `as Grandes Planicies nos Estados Unidos. Eles tambem levantaram a teoria de que a populacao asiatica foi a primeira a chegar `as Americas porque os europeus no tempo das Grandes Descobertas encontraram apenas asiaticos aqui.

Agora eh largamente conhecido que, muito antes, causianos ja haviam morado aqui. Porem, eh possivel que os caucasianos norte-americanos foram extintos mesmo antes dos asiaticos chegarem. Ninguem sabe ainda ao certo. A fauna gigante que existiu na America do Norte durante a Era Glacial tambem foi extinta. Tigre-dente-de-sabre, mamutes, preguica gigante e tatus do tamanho de um carro viveram na America do Norte enquanto nao veio uma catastrofe que extinguiu a fauna gigante. O que a gente sabe com certeza eh isso: humanos estavam aqui milhares de anos antes da passagem entre Asia e America do Norte ser aberta. Os asiaticos podem ser um deles.

Outro detalhe eh este: as caracteristicas da populacao asiatica comecam a aparecer nos sedimentos apenas de 25.000 anos para ca. O que isso sugere eh que, eles sairam de uma familia caucasiana que primeiro vivia na Mongolia. De la eles multiplicaram e se espalharam atraves da Asia, ilhas do Pacifico e Americas. O Japao eh um bom exemplo da presenca dos dois. Pessoas completamente caucasianas viviam la ate 2.000 anos atras quando os asiaticos chegaram. Inclusive no inicio do seculo XX ainda existia uma populacao pequena de caucasianos la mas ela foi absorvida pelo numero muito maior de pessoas com o visual asiatico.

Mais uma informacao extra. Os primeiros sulamericanos nao foram caucasianos nem asiaticos. Eles pareciam mais com os africanos. Isso eh visto no esqueleto encontrado na cidade de Santa Luzia, Minas Gerais, Brasil. Mais velho que 10.000 anos, esse fossil foi revivido atraves de tecnicas de reconstituicao policial e tinha a fisionomia africana ou aborigene. E se deres uma olhadinha no Mapa Mundi pode imaginar logo: se o gelo estava tao presente no Norte do Globo eh possivel que estivesse mais presente ainda no Sul. Isso porque nao temos terras no Polo Norte e no Polo Sul temos um continente inteiro.

Cientistas mais velhos tendiam a ignorar o quanto humanos sao inventivos. Assim, eles nao gostam de imaginar que ninguem antes de 10.000 anos atras pudesse navegar longas distancias ou usar a beira das geleiras para fazer isso. Mas a beira do gelo do Polo Sul poderia ser muito atrativa para os africanos, por causa da abundancia de alimentos. Na Era Glacial ela estava muito mais proxima da Africa do Sul e as pessoas de la poderiam navegar ate `a beira da calota polar e, indo atras da comida ou por simples acidente, pode ter acabado descobrindo a Australia e a America do Sul.

Mas em umas partes do ano o clima nao era amistoso aos humanos por la, entao, eles tinham que voltar para o norte. E isso poderia explicar como o aborigene chegou `a Australia e ao Brasil. Dai eles andaram muito, muito longe do Polo Sul. Eu indico uma pagina na internet para que possam tirar uma conclusao melhor. Ele eh: http://www.andaman.org/BOOK/chapter54/text-PedraFurada/text-PedraFurada.htm. Trata-se do trabalho da professora Niede Guidon no Brasil. Ali se explica a presenca de sinais de que o ser humano habita a America do Sul desde antes de 36.000 anos atras. Talvez ate 50.000 como a professora acredita.

OBS: Indo diretamente `a pagina acima voce ira encontrar um texto em ingles. Portanto, quem nao conhecer a lingua podera buscar textos similares na Internet. Basta consultar o seu provedor usando o nome da professora Niede Guidon e a localidade Pedra Furada como referencias.

Talvez existam outras possibilidades de como explicar a presenca do ser humana na America do Sul em tempos anteriores que acreditavamos. Pegando o mapa atual voce nao vera exatamente o que era 50.000 anos atras porque as ilhas pequenas eram maiores e o espaco entre continentes eram menores. Mesmo assim a distancia entre eles era grande demais para navega-la em barcos primitivos. Apesar da distancia entre o Nordeste Brasileiro e a Africa Ocidental ser a menor, penso que a viagem via Atlantico Sul eh a mais provavel de ter acontecido porque o gelo poderia servir como referencia do para onde seguir.

Voltemos ao assunto principal desse capitulo. Por volta de 40.000 anos atras, Espanha e Portugal eram os melhores lugares na Europa para pessoas viverem o ano inteiro apesar do frio. O mesmo grupo de pessoas conseguiu transpor o Gilbratar e morar no Norte da Africa. Naquele tempo eles estavam enfrentando o momento mais frio da Era Glacial.

Tinha tanta agua transformada em gelo que a beira da glaciacao na linha de Nova Yorque existia uma muralha com um quilometro e meio de altura. A linha que passa em Nova Yorque passa tambem por Portugal, Espanha, Italia e acima da Grecia. Desde que tinhamos menos agua liquida disponivel, o nivel dos oceanos estava bem abaixo do atual. Entao, nas imediacoes das praias de agora nao tinhamos agua. Para irmos `a praia em alguns casos a gente teria que andar uns 150 quilometros dentro dos mares atuais, no seco.

O Mar Negro nem existia. Isso se deu porque o Mar Mediterraneo estava tao baixo que nao havia comunicacao entre eles. No lugar dele nos tinhamos um volume menor de agua doce. Este era alimentado pelos rios em torno. Como a pressao atmosferica eh maior em lugares mais baixos e isso se traduz em temperaturas mais elevadas, naquele tempo, as margens do Mar Negro poderiam ser um bom lugar para se viver. Tambem, uma parte da terra seca da Europa eh agora o fundo dos mares dela. Entao, sera possivel acharmos provas da existencia de civilizacoes primitivas na pre-historia, bastando cavar os sendimentos nos fundos dos mares.

Dai, entre 40.000 e 13.000 anos atras, europeus viviam somente no sul europeu. Por volta do ano 13.000 atras algo aconteceu e o gelo comecou a derreter. Alguns cientistas pensam que gases congelados no fundo dos oceanos podem ter sido queimados numa erupcao vulcanica menor e o gas foi liberado no Atlantico Norte. Houve uma grande producao de CO2 e este tem a capacidade de absorver calor da luz solar para esquentar a atmosfera. A glaciacao entao comecou a mover-se de volta na direcao do Polo Norte. 10.000 anos atras, a grande familia europeia voltou a migrar. Agora em direcao ao norte.

Agora use a imaginacao e faca as ligacoes. Como as pessoas humanas sao capazes de multiplicar-se como eu disse antes, explicando: um casal tendo 2 filhos que terao 2 outros cada um, ate a 33a. geracao, podendo isso chegar a 8.5 bilhoes em apenas 1.000 anos, entao, voce pode lembrar-se que na Peninsula Iberica os europeus se esconderam por 30.000 anos. O que voce pode esperar disso eh que: O primeiro grupo que chegou la ja era, pelo menos, parente. Mas Espanha e Portugal juntos, mais uma area sob os mares, nao sao tao grandes nem tao pequenos. Este grupo estava organizado como numa tribo.

Depois de algum tempo possivelmente eles fossem milhares, porem, continuavam primos. Como havia multiplicacao eles tem que ter se dividido em outras tribos. Mesmo sendo parentes e primos, faz parte dos seres vivos possuirem alguma variabilidade. Um exemplo pratico disso eh meus pais terem tido 9 filhos. Cada um de nos, mesmo sendo muito parecidos, tem sua diferenca. Eu sou o mais alto de todos. Alguns sao menores. A cor da minha pele lembra europeus e um de meus irmaos eh moreno. Alguns tem cabelo encaracolado e outros ondulados. Alguns tem cabelo escuro e outros castanho, embora estes ultimos fossem loiros quando criancas. Se formos olhar cada parte de nossos corpos veremos combinacoes multiplas.

Entao, imaginemos. Se nossos pais fossem reis e decidissem dividir a nacao em 9 reinos para cada um de nos se tornar novo rei ou rainha. Mais, se para a divisao do reino o rei estabelecer que, as pessoas do reino antigo serao divididas por sua aparencia e os mais parecidos com cada nova rainha ou rei devera segui-los, segundo suas similaridades com cada um dos novos soberanos. Neste caso, os maiores, mais parecidos com europeus, de cabelos ondulados etc me seguiriam. O mesmo aconteceria aos outros.

Imaginem agora se as novas tribos fossem mantidas separadas nao apenas por uma geracao mas por milhares de anos. Eh esperado que nossa descendencia parecesse conosco mesmo mas o que ficaria mais visivel seriam nossas diferencas. Iria ser chocante o reencontro numa reuniao de descendentes. Alguns nunca teriam visto povo tao alto em suas vidas. Outros nunca iriam ter visto povo tao moreno. E como eu disse antes, as diferencas fariam tocar os alarmes em muitos. Lembrem-se, nos fomos condicionados pela natureza a enxergar primeiro as diferencas e fazer uma ligacao delas como sendo aviso de perigo.

Uma parte disso foi exatamente o que aconteceu com os europeus. A Historia nao aconteceu exatamente assim porque a populacao abrigada na Peninsula Iberica ha 10.000 anos atras comecou a mover-se para os lugares mais ao norte mas manteve alguma ligacao cultural entre si. A religiao era parecida; eles faziam encontros em alguns determinados pontos para as festas anuais; nao havia superpopulacao e tinham muita terra a conquistar. Tambem, por volta de 7.000 anos atras a costa atlantica funcionava como uma estrada de comercio livre entre o Norte da Africa ate a Escandinavia. Porem, num determinado momento eles se esqueceram totalmente que eram descendentes do mesmo grupo de pessoas.

Antes que eu me esqueca, a comunidade cientifica ainda nao sabe se houve ou nao trocas geneticas entre caucasianos e outra variedade de humanos que viveram desde o Oriente Medio ate os confins da Europa. Eles sao o povo Neanthertal. `A medida que o caucasiano avancou no territorio europeu esse povo foi desaparecendo. Mas nao se tem evidencias suficientes para dizer-se que houve guerra e o Neanthertal foi extinto. O que as evidencias mostram eh que, em alguns casos, eles residiram ao lado um do outro. Ate existe um esqueleto de uma crianca, de 25-28.000 anos atras, encontrado em Portugal, que parece ser um hibrido dessas duas familias humanas. O europeu pode ter um pouquinho de Neanthertal mas nao o suficiente para alguem afirmar isso ainda.

Mesmo que essa possibilidade seja verdadeira, o que eu escrevi antes continua valido porque por volta de 30.000 atras o Neanthertal tinha desaparecido dos sedimentos. Naquele tempo, a populacao europeia estava chegando por ultimo na Espanha e Portugal. Dai as familias reunidas ali fizeram trocas de material genetico entre elas e todo mundo recebeu a mesma heranca. Alguns podem ter um pouquinho a mais que os outros mas nao o suficiente para fazer alguma diferenca.

O que aconteceu depois eh que eh o problema. As civilizacoes humanas comecaram a desenvolver-se ao redor do mundo. Em varios pontos do Mediterraneo nos tivemos os fenicios ou povo do mar. A Grecia veio depois e deu nome ao restante dos europeus de Keltai. Romanos vieram apos e herdaram o mesmo preconceito introduzindo o nome celtae em sua lingua. Em nossa lingua foi traduzido isso para barbaros.

Por que o nome? So porque os barbaros eram povos mais rurais que urbanos. Eles nao tinham sua Historia escrita. Eles levavam a comida `a boca usando facas e nao colheres e garfos. O povo civilizado jamais cometeria uma barbaridade dessa! Ao contrario, o povo civilizado comecou a caca-los e fazer guerra contra eles. Somente porque os civilizados queriam as terras deles, qualquer outra coisa que eles produzissem, e transforma-los em escravos. Foi com intencao como essa que Roma se tornou a toda poderosa do momento.

Roma tornou-se dona de todas as terras em volta do Mediterraneo tornando-o um lago particular. Ela conquistou ate a Inglaterra. O territorio que corresponde a Inglaterra, Franca, Italia, Portugal, Espanha, Grecia eh um pouco do conquistado por Roma. A maioria dos europeus do Norte nao tinham nada que despertasse a cobica romana, exceto por pessoas para serem escravas. Assim, Roma nao conquistou o Norte Europeu, so fez incursoes la para cacar escravos.

E Roma implantou a Pax Romana. Isso significa que quem estava sob a autoridade romana tinha que seguir sua lideranca ou de outra forma poderia ser apagado da existencia. Sob a lideranca romana voce era obrigado a pagar impostos mas nada recebia em retorno. Roma punha as tropas em suas terras com a desculpa de protege-lo contra invasoes estrangeiras mas os soldados eram mesmo usados para oprimi-lo. Ninguem tinha o direito de ter opiniao diferente.

Apesar de ser assim, numa coisa o governo romano era mais democratico. Qualquer um poderia ter sua religiao desde que ela nao representasse nenhum obstaculo aos interesses de Roma. Ate judeus puderam praticar a religiao deles apesar dessa religiao proibi-los de adorar o imperador. A principio, Roma virou-se conta o cristianismo, tendo ou nao razao para isso, mas depois o imperador Constantino fez do cristianismo a religiao oficial do imperio. Mas isso nao foi para o bem. O que ele queria era que todo mundo fosse submisso a ele proprio e aos seguidores dele.

Dai para adiante o imperio desestruturou. O Cristianismo era dividido em varios credos. Constantino queria uma Igreja que o subsidiasse e queria apagar as diferencas. Para tanto ele ordenou que os bispos fizessem um Concilio em Nicea. Apos o Concilio de Nicea foi proclamado o Credo de Nicea que instituia que todo o Imperio era obrigado a tornar-se cristao e seguir o dogma da Trindade segundo o modelo de Nicea. Os opositores `a crendice de Nicea eram os arianos.

Os arianos receberam esse nome mais ou menos na epoca do Concilio de Nicea porque o representante dessa teologia tinha o nome de Arius. A teologia ariana era mais antiga que Arius e por razoes obvias instituia que existe uma Entidade Superior que nao fora criada. E os primeiros cristaos obviamente sabiam que Jesus era uma criatura concebida por esta Entidade. E isso fica muito claro lendo-se as palavras atribuidas ao proprio Jesus em Joao, 14, 28: “…o Pai eh maior que eu…” Sendo assim, nao adianta a gente querer se enganar dizendo que Jesus e Deus sao a Mesma Pessoa porque nem Deus eh Maior que Ele Proprio.

A teologia ariana foi considerada heretica pelo Concilio de Nicea em 325 mas depois foi reaceita mas isso pode ter contribuido para a queda de Roma. Ate Jesus tinha avisado aos seguidores dele a respeito do reino dividido. O que eu pretendo dizer aqui eh isso: eh super importante permitir opinioes diferentes em nosso meio, desde que todos se respeitem, porque nos podemos ser alertados dos nossos erros por outros. Se todo mundo pensar exatamente igual nunca saberiamos quando fomos errados, nos enganos ou fomos falsos.

Quando voce tenta impor aos outros algo que nao eh essencial voce fara inimigos por acoes que nada lhe valem. Em toda ditadura eh essencial existir um grupo de pessoas que se acredita superior e capaz de decidir as melhores solucoes em nome dos outros. Isso nao passa de empafia, o atribuir a si mesmo o destino dos outros ate sem ouvir ou se abrir ao que os outros tambem desejam.

Entao, antes do ano 381 o arianismo era tolerado e Roma foi administrada por imperadores arianos. Eles ate enviaram sacerdores para ensinar o cristianismo ariano aos povos barbaros extra fronteira do imperio. Mas, naquele tempo, no I Concilio de Constantinopla, o arianismo foi considerado heretico outra vez e os seguidores foram perseguidos. Demais para ser apenas uma mera coincidencia, os barbaros liderados pelos godos invadiram e conquistaram o imperio em 411.

O Imperio Romano foi dividido em 2 partes. Os godos ficaram com a propria Roma mas o Imperio do Leste, com a capital em Constantinopla ou Bizantium continuou. Posteriomente ele foi chamado de Imperio Bizantino.

Os godos dividiram suas conquistas em 2 partes. A Europa Ocidental que inclui o centro e o sul frances mais Espanha e Portugal ficou com os visigodos. A Italia e as areas adjacentes com os ostrogodos. Desde o comeco do governo dos Ostrogodos as coisas nao andaram bem. Eles tentaram conciliar coisas como serem estrangeiros governando outro povo nas proprias terras dos governados. O povo tinha vinculos com Constantinopla que sempre estava tramando contra os ostrogodos. Godos eram arianos e a populacao seguia a orientacao do credo niceano. Eles estavam abertos a entender as opinioes diferentes mas a populacao nao.

Historiadores classificam esse periodo como Idade Media, e algumas vezes como Era da Obscuridade. Os ostrogodos nao permaneceram no poder embora deixaram descendencia que continuou no comando. Os visigodos permaneceram por mais tempo. O esplendor da Roma antiga se foi. Europa tornou-se um lugar de guerras anuais. Cada povo tentando conquistar seu vizinho ou tentando libertar-se do despotismo deles.

Os francos foram outro povo com a mesma origem que os godos na Alemanha mas ja havia algum tempo que viviam no Norte da Franca com autorizacao do Imperio Romano. Eles ate se opuzeram `a invasao dos godos e foram derrotados. Posteriormente esse povo se tornou a maior forca da Europa. Mas houve um acontecimento antes disso.

Muhammad comecou seu ensinamento messianico no Oriente Medio e 100 anos depois o Imperio Muculmano era o maior ja visto. Eles conquistaram desde a India ate o Norte da Africa. Em 711 os visigodos estavam numa guerra de disputa pela sucessao. Os muculmanos nao perderam a oportunidade, cruzaram o Gibraltar e invadiram a Europa desde a Espanha ate a Franca. Imediatamente surgiu a reacao.

Um dos lideres francos foi Charles Martel ou Carlos Martelo. Ele organizou o contra-ataque e teve sucesso em parte. Interceptou o avanco das forcas inimigas e as obrigou a retirarem-se para a Espanha. De la eles nao conseguiram remover o invasor.

Mais tarde, o neto do Carlos Martelo, o Carlos Magno, estava no poder e conquistou toda a Europa Central. Desde a Italia ate a Alemanha. Somente alguns reinos menores ficaram de fora. No tempo dele, o papa em Roma era uma marionete nas maos dos lombardos. Mas Carlos Magno nao era um simples catolico e sim meio fanatico. Assim, ele derrotou os lombardos e se colocou sob a bencao da Igreja Catolica Romana. Em 800 ele foi coroado Imperador do Sagrado Imperio Romano. Essa foi uma tentativa de restaurar o Imperio Romano sob a protecao da Igreja Catolica.

Mas isso nao foi longe. Os barbaros tinham uma tradicao de parcerias. Todos os filhos do rei eram co-reis. E cada um tinha o direito de ficar com uma parte do reino para si mesmo. Em seguida era comum eles fazerem guerra uns contra os outros para reunificar o reino sob um soberano. O melhor que podia acontecer disso era quando eles concordavam em apenas crias novos reinos e nao entrarem em confusao. Dai, com o passar do tempo, a Europa estava mais dividida. Mas o poder de verdade passou para as maos dos papas. Entao, a Igreja Catolica tornou-se o poder dos poderes na Europa.

Carlos Magno foi um rei que alguns quizeram santificar depois de morto. Mas enquanto vivo ele foi capaz de mandar matar 10.000 saxoes porque eles nao aceitavam converter-se do paganismo. Ele eh considerado o pai das monarquias da Franca e Alemanha. Era catolico mas tambem tinha varias esposas. Nao recebeu educacao escolar mas criou o sistema escolar para todos e mandou todos os filhos, inclusives as filhas, estudar. Ele foi mais que uma controversia.

Uma pequena informacao a respeito do reino dele ou do filho, Carlos I, o Piedoso, com utilidade eh que: ele nao foi capaz de reconquistar a Espanha e Portugal e teve sua unica derrota na vida quando estava voltando da Espanha e a retaguarda de suas tropas foram surpreendidas pelos bascos. Mais tarde, Carlos I, o Piedoso reconquistou Barcelona e as imediacoes que se tornaram o reino franco de Aragao.

O que mais temos que mencionar a respeito dos europeus eh isso, eles se esqueceram a respeito de suas origens. Eles se dividiram em familias menores. Deram nome a essas familias de Saxoes, Bretoes, Gauleses, Godos, Lombardos, Bascos, Luzitanos, Francos, Viquingues e outros mais. Eles criaram muitas opressoes de uns para com os outros e exportaram isso atraves da Invasao das Americas e da expoliacao colonial em todos os cantos do globo. Eles recriaram a escravidao e a pioraram. Eles foram capazes de criar a Inquisicao. Exportaram guerras como as napoleonicas e as I e II guerras.

Este capitulo foi feito para apontar algumas coisas ruins feitas pelos europeus. Nao ignoro as boas coisas que fizeram. Mas penso que apontar o mal seja necessario para identificarmos o lado diabolico europeu porque muito do preconceito atual no mundo veio deles e de sua descendencia. Assim, se estes tem algum sentimento de preconceito, pensando que nasceram superiores, estas pessoas preconceituosas precisam ser lembradas do sua heranca ruim. Isso se da porque se a pessoa nao reconhecer sua fraqueza e nao lutar contra ela, a fraqueza acaba se voltando contra a propria pessoa.

05. UM POUQUINHO DE GENEALOGIA EUROPEIA

Ha pouco tempo atras comecei a estudar minha genealogia. Esta eh uma tradicao na familia no Brasil e meu pai servia de inspiracao a toda a familia nisso. Meus estudos comecaram quando das Bodas de Ouro de meus pais. Minha esposa e eu tinhamos acabado de adquirir o green card em novembro de 2001. A gente retornou ao Brasil apos 8 anos sem podermos voltar. Ou melhor, nos poderiamos voltar, o que nao tinhamos era garantias de reentrar nos Estados Unidos. 10 de janeiro de 2002 seria o dia das Bodas.

As comemoracoes foram em dezembro porque 7 de janeiro de 2002 nos tinhamos outras bodas de casamento. Era a festa de 60 anos de tia Odila e tio Eurico. Tambem era o dia de aniversario do meu pai. Entao, nao tinhamos pouco a comemorar!

Tia Odila foi irma do meu pai ate ele morrer em 2003. E a filha dela, Ivania, tinha escrito o livro: ARVORE GENEALOGICA DA FAMILIA COELHO. Nos tinhamos crescido com o livro em casa sem estuda-lo a fundo. Isso nao nos parecia necessario porque a maioria dos dados que estavam la a gente ja conhecia por conhecer as pessoas presentes nas paginas. E se a gente nao tinha conhecido algumas pessoas por elas ja terem morrido antes da gente nascer, elas permaneciam em nossas memorias atraves dos nossos saraus. Penso que posso dizer que eram nossas reunioes em torno da fogueira. A maioria delas eram em casa do meu avo materno ou nas cozinhas dos parentes. Nesse caso, o fogo estava presente nos fogoes a lenha.

Cozinha para nossa grande familia eh um simbolo e um sistema de vida. Pouco interessa se os outros tem um lugar proprio para se reunir. Algumas vezes, o lugar onde nascemos fica bem frio, abaixo dos 20 graus e chegando ao 0. Mas nossas reunioes em torno do fogo faziam a gente esquecer qualquer frio. O calor humano incentivado pelos risos continuos era o que dirigia a nossa conversa. O assunto de sempre eram nossos ancestrais e nossos parentes.

Ai, na casa da tia Odila meu pai teve a ideia de comprar mais exemplares do livro. A tia deu alguns a ele e ele repassou-me um. Eu o trouxe comigo e comecei a estudar os detalhes como nunca tinha feito antes. Em particular o grau de nosso parentesco com quase 90% da populacao da nossa cidade e outras proximas. Porem, faltava ao livro alguns ramos de nossa Arvore Genealogica. Nos a chamamos de Familia Coelho mas o nome nao passa de uma mencao a um de nossos ancestrais que nasceu na metade dos anos 1700.

O ancestral em pessoa era portugues e casado com uma Brasileira. Eles tiveram cinco filhos e somente dois se casaram. Naquele tempo, o estado em que nascemos no Brasil tinha menos de 100 anos em termos de colonizacao de origem europeia. O Estado de Minas Gerais eh o que o proprio nome fala. Eh um lugar enorme, pouca coisa menor que o Texas, com uma corrente montanhosa cujo nome eh Serra do Espinhaco (montanhas em forma de espinha) desde o sul ate ao norte. Foi o lugar onde ouro, prata, ferro, diamantes e muito mais estiveram juntos, enquanto os europeus nao chegaram.

Entao, na primeira metade dos 1700, o Brasil teve sua Corrida do Ouro e Minas Gerais foi o lugar. Por ser colonia, Portugal mandava e tentou bloquear a migracao para la. Portugal queria controlar tudo mas isso nao era facil. A mata dominava tudo. Os rios, exceto por alguns, eram dificeis de navegar. Eles correm nas quatro principais e direcoes intermediarias. Algumas vezes o estado inclusive eh chamado de Caixa d’Agua do Brasil. La eh um dos locais mais altos do Brasil e suas aguas alimentam rios que fazem contato com varios outros estados do Sul e Nordeste Brasileiros. Junte-se a este problemas as muitas doencas tropicais nos locais mais quentes, que eram desconhecidas.

Os europeus, especialmente portugueses e brasileiros das outras capitanias, invadiram o lugar desordenadamente. E eles comecaram a levar escravos para la. Os brasileiros nativos ja estavam la muito antes e se tornaram sujeitos `a escravidao, conversoes forcadas e as indegenas serem usadas para casamentos depois disso.

A nossa genealogia, naquele livro, comeca um pouco depois, quando o ouro ficou escasso e os mineiros comecaram a ser mais fazendeiros que mineiros. O portugues que nos trouxe o sobrenome na familia, o qual muitos de nos continua portando, tinha o nome de Jose Coelho de Magalhaes. Mais tarde eu mencionarei o motivo pelo qual o bicho coelho virou nome de nossa familia. Eh possivel que o avo Jose tenha ficado conhecido pelo apelido de Jose Coelho da Rocha, no final da vida.

Posteriormente fiquei sabendo que a mulher dele, Eugenia Rodrigues Rocha, tambem era chamada de Eugenia Maria da Cruz e era filha de Giuseppe Nicatsi da Rocha e Maria Rodrigues. Giuseppe era meio-a-meio portugues e italiano. Mas ate agora nao sabemos nada a respeito dos ancestrais dele. Maria Rodrigues era brasileira e alguns falam que usava o sobrenome: de Magalhaes Barbalho. Igual em meu nome mas tenho duvidas quanto a isso. Nos temos razoes para duvidar e para acreditar porque o sobrenome Barbalho ja estava presente na area em que ela, provavelmente, nasceu, viveu e faleceu. Mas estou procurando ainda por evidencias para provar como era composto o nome real dela.

O que estou mais interessado agora eh voltar ao assunto que da titulo ao presente capitulo. Nos temos uma tradicao que afirma que o nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes descendia de outro portugues com o nome de Manoel Rodrigues Coelho. O portugues Manoel era rico e amealhou a fortuna dele mineirando ouro e tambem que foi para Minas Gerais nos primeiros momentos da Corrida do Ouro de la. Mas o tempo nao se encaixa na tradicao porque sabemos que os dois nasceram em Portugal. Jose nasceu por volta de 1.750. Manoel entrou para oi servico publico em Ouro Preto, em 1.719. Nessa data ele deveria ter 25 anos ou mais porque ele se tornou tesoureiro da Camara Municipal.

Era muito complicado para um homem naquele tempo com seus 60 anos de idade, rico e correr o risco da viagem oceanica, casar de novo, ter um filho e retornar. Naquele tempo, a probabilidade de vida ou morte numa viagem transatlantica estava na faixa de 50 e 50%. As coisas tinham que ser assim porque temos evidencias que indicam que ele estava no Brasil em dadas posteriores a 1.750. Manoel fez contribuicoes vultosas para a construcao do Santuario de Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas do Campo. Este eh um dos monumentos mais conhecidos do Estado de Minas Gerais e continua sendo um marco no marketing do Estado. Teve sua construcao iniciada em 1.757 e foi terminado por volta de 30 anos depois.

Por tais razoes eu comecei a procurar as origens de nosso ancestral em outras fontes. E encontrei alguem com o mesmo nome, possivelmente da mesma idade, num site da Internet. O nome do site eh geneall.net – Portugal, que recolhe informacoes genealogicas de toda a Europa e outros lugares. Ele ja tem uns 10 anos de idade mas os dados procedem de documentos antigos, talvez, desde quando a atividade de genealogia comecou na Terra. Nao tem tudo mas a quantidade eh suficiente para assombrar uma pessoa comum.

Da Idade Media ou antes dela o que eles tem eh um pouco das chamadas familias nobres. Mas o que eh uma familia nobre? Nao eh nada mais que uma familia comum com titulos. E eu sei porque eh assim. Isso vem desde as nossas origens tribais. Uma tribo eh, necessariamente, um grupo de pessoas com ligacoes familiares proximas. Os cientistas calcularam que os egipcios antigos que construiram as grandes piramides nao passavam de 100.000 pessoas. E o Egito antigo era uma nacao, nao apenas uma tribo.

E, no que eu sei ate agora, eu tenho mais de 100.000 parentes ou mais. Nao. Nao estou falando de pessoas que conheco como parentes mas nao saberia dizer nome dos ancestrais delas. Estou falando apenas dos descendentes diretos dos pioneiros que povoaram as cidades em torno daquela onde nasci. Entao, nos tempos antigos a minha familia seria chamada de nacao, nao apenas familia.

Entre meus parentes existe alguns com bons empregos como funcionarios publicos. Outros tem bons empregos por causa dos diplomas universitarios. Alguns sao comerciantes ricos. Tambem temos os sacerdores e qualquer outro exemplo que se possa dizer, sao pessoas de sucesso. Porem a maioria eh de pessoas comuns. Eh como se diz no Brasil: “Eu tenho pessoas ricas entre meus parentes mas eles nao me conhecem, e tambem pessoas pobres mas nao as conheco.”

Atualmente, se alguem fala que trabalha como ferreiro ninguem liga. Ha 1.000 anos atras esse seria filho das familias mais nobres. Isto foi o que fez a chamada nobreza antes e isso foi passado para os dias de hoje atraves da genealogia. Nobilidade nunca foi exclusividade europeia. Em todos os cantos da Terra a gente teve esse tipo de diferenciacao que separou alguns dos outros. Mesmo que pareca a muitos de nos que na Africa e nas Americas antigas nao existia nobreza, essa impressao nasce da nossa historica ignorancia. Os europeus massacraram todas as culturas nestes continentes e monopolizaram o direito `a nobreza. A acao deles foi facilitada porque a maioria das culturas massacradas nao possuiam escrita.

Nobreza nao significa necessariamente carater nobre. Algumas vezes isso se aplica melhor a aventureirismo, soldados da fortuna ou alguem que busca fortuna e posicao social inexcrupulosamente, como o aventureiro esta definido no dicionario.

A justificativa para a existencia de genealogia nos tempos antigos eram as sucessoes. Precisamos pensar isso melhor. Se alguem era rei e tinha muitos filhos mas apenas um tinha o direito de ser o sucessor, os outros tinham que ficar na reserva e nao eram descartados. Tinham que esperar e ver se o novo rei seria capaz ou nao de ter filhos e se os filhos teriam capacidade de reinar. Mesmo assim, todo mundo continuaria na linha de sucessao para qualquer eventualidade. Precisamos lembrar disso, nao era incomum, numa epidemia ou numa guerra desastrosa, a maioria dos nobres serem mortos. Entao, o primeiro da linha de sucessao seria escolhido pela proximidade de parentesco com o rei morto.

Mas algumas vezes a linha sucessoria nao se quebrava durante geracoes. E os irmaos e irmas do primeiro rei deixavam suas proprias descendencias. No principio, eles eram nomeados para os melhores cargos do governo. Depois, os filhos deles caiam para cargos menores para os filhos dos novos reis serem favorecidos. Os netos caiam ainda mais, a menos que casassem com outra pessoa de status elevado. Mantendo a queda na linha de importancia, cinco ou dez geracoes depois, a maioria da descendencia do primeiro rei poderia nao passar de pessoas comuns. Como comuns eles se casavam com outros comuns. Isso aconteceu com a maioria de nos.

Em alguns casos isso foi o que levou algumas familias a se casar mais com os proprios parentes. No Brasil, por falta de informacao a esse respeito, as pessoas brincam dizendo, isso eh para nao espalhar a fortuna. Mas a intencao era a de nao perder os elos com o sangue real. Por ignorancia, tais familias punham suas descendencias no risco de terem doencas degenerativas.

Bem, voltemos ao assunto de novo! Alguns dos descendentes dos meus ancestrais, Jose Coelho de Magalhaes e Eugenia Rodrigues Rocha estao postos no site geneall.net. Baseado em alguns dados que eu enviei a primeira geracao deles esta tambem postada como descendente do Jose Coelho de Magalhaes, o nobre. Antes o site nao havia postado familia para ele. Mas na realidade eu nao posso ainda afirmar que sejam a mesma pessoa. Mas isso nao eh tao importante. Por que?

Se aquele nobre nao for nosso ancestral tera que ser parente. Nao sendo ele sera outra pessoa ligada `as familias reais que nos passaram muitos sobrenomes que temos em nossa genealogia. Como demonstrei antes, qualquer pessoa nascida ha 1.000 anos antes de nos poderia facilmente ser ancestral de todo mundo vivendo na Terra hoje. Mas porque existiam fronteiras e preconceitos desde mais de 1.000 anos atras, somente um pequeno numero de ancestrais tera que ter gerado a populacao inteira de cada pais de hoje. Este pequeno numero pode ser milhares e ate poucos milhoes. Isso nao importa.

Tomemos um exemplo. 1.000 anos atras, Portugal nao tinha mais de 1.000.000 de pessoas. E la tinha que ter algumas centenas ou alguns milhares de nobres. Apesar de alguma migracao para la ter ocorrido na Historia, isso nao mudou nada porque os imigrados se casaram com nas antigas familias. Entao, o nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes, nascido 750 anos depois, seria uma total anomalia se nao tivesse vinculos familiares com elas. E os sobrenomes dele sao as evidencias mais significantes destes vinculos.

Deve ser muito facil nos sermos, simultaneamente, descendentes de toda e qualquer pessoa que viveu e deixou descendencia em Portugal 1.000 anos atras. Desde que sabemos disso: eh possivel termos mais de 8.5 bilhoes de ancestrais que viveram naquele tempo, nos temos espaco mais que de sobra para sermos descendentes de todo e qualquer portugues da 33a. geracao anterior `a nossa e ainda de uma grande quantidade de africanos e nativos sulamericanos. So nao posso garantir os asiaticos da India ao Japao alem da ilhas do Pacifico e Oceano Indico porque nao temos dados que nos liguem a eles como nossos ancestrais. Baseado em meus calculos, nos temos espaco suficiente para sermos descendentes de toda e qualquer pessoa pobre ou nobre da Peninsula Iberica de 1.000 anos atras, repetidamente, muitas e muitas vezes.

Agora eu preciso fazer um resumo dos principais acontecimentos que fizeram a genetica iberica. Como disse antes, povos, agora e no passado, vivendo na Peninsula Iberica eram descendentes do grupo de caucasianos que se estabeleceram naquela area por volta de 40.000 anos atras. Por volta de 10.000 anos atras alguns se mudaram em direcao ao norte. Ate ao tempo de Jesus Cristo a genetica nao mudou.

O povo que vivia em Portugal era chamado de luzitani. E os primos deles viviam em torno. Eles tiveram influencia da Cultura Celta. E permaneceram celtas com um pouco de influencia grega e cartiginesa. Contudo, estas influencias foram apenas culturais. Nao promoveram mudanca alguma na genetica. Depois que os romanos conquistaram cartago eles resistiram `a influencia romana.

Desde 219 a 19 a.C. os luzitani eram os povos mais agressivos na fronteira romana. Os nativos romanos temiam ser destacados para as proximidades do territorio luzitani. Porem, em 19 a.C., Julio Cesar, com ajuda de traicao, conquistou o territorio. A regiao foi transformada na Provincia Romana Hispania Luzitania. Mas o nome nao durou muito por causa das diferencas entre os habitantes dos dois territorios. Ai a provincia virou duas, Hispania e Luzitania.

Um fato curioso aconteceu em torno de 70 d.C. Depois de uma repressao violenta da primeira revolta judia em Israel, os romanos deportaram parte do povo de Israel para a Peninsula. Eles proprios se denominaram Safardins que significava que agora estavam vivendo muito longe de casa. Agora imaginem, se 1.000 anos eh tempo suficiente para um casal deixar tantos descendentes, os judeus que chegaram primeiro tiveram quase 1.000 anos para se tornarem ancestrais dos nossos ancestrais que nasceram 1.000 anos antes de nos. E nao eram apenas um casal, eram, pelo menos, alguns milhares.

Mas o numero deles era pequeno comparando-se com o total da populacao vivendo na Peninsula Iberica que poderia ser em torno de 300.000 pessoas. E os judeus se multiplicaram de duas maneiras. Casando-se entre si e convertendo os celtas pagaos iberianos. Dessa forma, a comunidade judia tornou-se parte importante na vida iberiana. Apesar disso, a presenca dela nao mudou muito a genetica da populacao como um todo.

Outra influencia significante veio por volta de 400 anos depois. Com a invasao do Imperio Romano pelos godos, a Peninsula Iberica tambem foi conquistada. Com os godos veio um povo chamado suevi ou suebi. Eles se instalaram na costa atlantica norte de Portugal e Espanha. Fundaram o primeiro reino medieval verdadeiro la com o nome de Gaelecia. Eles haveriam que ser loiros porque posteriormente a palavra galego em portugues virou sinonimo de loiro.

Nao sei qual foi exatamente o impacto genetico deles na genetica iberiana. Mas alguns afirmam que os godos e os aliados deles contavam cerca de 10% da populacao local. Se for assim, o impacto nao foi nem grande nem insignificante. Os iberos ja tinham longa tradicao de cultura romana e eram cristaos catolicos desde o reino de Constantino. E o povo suevo foi absorvido por essa cultura. O reino dos suevos durou por uns 200 anos ate ser conquistado pelos visigodos, perto do ano 700.

Mais duas informacoes interessantes. Tem que ter sido antes desse tempo que houve uma migracao da area da Gaelecia para povoar a Irlanda e algumas partes proximas na Inglaterra e Escocia. Essa migracao tem que ter acontecido antes da conversao ao catolicismo porque Irlanda e as outras partes povoadas permaneceram culturalmente celtas. Os modernos estudos de DNA demonstram que os irlandeses e ingleses sao os parentes mais proximos dos portugueses e espanhois em toda a Europa. Geneticamente eles sao primos. E o povo loiro da Gaelecia antiga tambem mudou-se em grande numero para o Brasil no tempo da Corrida do Ouro (Ciclo do Ouro), em Minas Gerais nos anos 1.700.

Em 711 os muculmanos conquistaram a Peninsula Iberica quase toda. Depois eu tenho que voltar a esse assunto porque o que eles nao conquistaram foi uma pequena parte com os nomes de Cantabria e Asturias. La tem um terreno montanhoso que vem dos Pirineus passando pelo Norte da Espanha. Ali, Pelagio das Asturias e Pedro da Cantabria foram capazes de iniciar a resistencia que terminou em 1.496 com a expulsao dos muculmanos de volta para Africa.

Tambem as invasoes muculmanas nao fizeram diferenca genetica na Peninsula Iberica porque os arabes eram em pequeno numero em comparacao com o tamanho do Imperio conquistado por eles. A forma como fizeram suas conquistas foi invadir um territorio e oferecer conversao `a populacao. Depois eles treinavam o povo em religiao e armas. Formado o novo exercito que era liderado por um pequeno numero de arabes eles partiam para nova conquista. O que eles levaram para a Peninsula foram os mouros. Os mouros eram antigos habitantes do Norte da Africa em coneccao com Gibraltar. Eram povos caucasianos que cruzaram o Gibraltar na ultima Idade do Gelo e eram parentes proximos dos europeus.

Porem havia um pequeno numero de arabes presentes. E eles legaram mais que palavras nas linguas espanhola e portuguesa. Eles tambem legaram componentes culturais e geneticos. Nao tanto para que possamos dizer que sejamos arabes mas o suficiente para dizermos que somos primos distantes.

As ultimas contribuicoes geneticas que os ibericos receberam vieram da propria Europa. Durante o periodo chamado Reconquista, que durou 500 anos para Portugal e quase 800 para Espanha, logo depois dos cristaos reconquistarem cada parte do territorio eles convidavam outros europeus para migrarem para la. Isso foi chamado pelo nome de repovoamento. Entao, pessoas da Holanda e da Bourgonha tambem fizeram parte da nossa mistura genetica.

Estatisticamente falando, uma parte da populacao europeia de hoje tem uma pequena contribuicao genetica de africanos subsaarianos e asiaticos de diversas partes do globo.

Dito isso, posso voltar aos meus ancestrais. Assim, mergulhei fundo na genealogia do Jose Coelho de Magalhaes que encontrei primeiro no sitio geneall.net – Portugal, mais do que certo de que, se ele nao for nosso ancestral, os ancestrais dele o sao. E disso eu aprendi certas coisas que gostaria de repassar a quem quer que esteja interessado no que escrevo. Porei aqui uma sequencia de ancestrais que ele teve. Comecarei do casal mais velho, que serao os pais da primeira pessoa abaixo deles. Isso ira continuar ate encontrarmos o Pedro, duque da Cantabria.

Graciano, o Velho – esposa desconhecida
Valentiniano I, imperador do Ocidente – Justina
Gala – Theodosio I, imperador de Roma
Gala Placida – Ataulfo (rei)
Theodorico (rei) – Flavia Gala Placida
Theodorico I (rei) – esposa desconhecida
Eurico I Balthes (rei) – Ragnahild
Alarico II Balthes (rei) – Theodegota dos Ostrogodos
Amalric I Balthes (rei) – Clothilde de France
Leovigildo da Septmania Balthes – Theodosia de Cartagena
Hermenegildo II Balthes – Ingunda d’Austrasia
Antanagildo Balthes – esposa desconhecida
Adrebasto Balthes – esposa desconhecida
Ervigio Balthes – Liubigotona Balthes
Pedro, duque da Cantabria – esposa desconhecida

Por esta linhagem a gente pode observar cruzamentos interessantes. Um exemplo eh a Clotilde da Franca que foi filha do Clovis, o rei dos francos. A mae dela era a Santa Clotilda da Bourgonha. Entao, os poderosos do final do Imperio Romano e do comeco da Idade Media tornaram-se da maioria das familias reais governantes do Periodo Medieval na Europa.

Temos muitas outras linhagens cruzando ai mas estou limitando a essa para nao ficar confuso. Pedro, como o titulo fala, foi o duque da Cantabria. E daquele territorio ele liderou a resistencia.

Outro lider foi o Pelagio. Nao temos a ascendencia dele mas ele provinha de familias nobres porque ele foi pego como refem pelas forcas muculmanas. Ele conseguiu escapar e juntar outro grupo de resistencia com patricios das Asturias. Pelagio foi pai de um filho mas este foi morto por um urso numa cerimonia de passagem para adulto. Era uma tradicao antiga que os lideres eram submetidos. Por isso a filha dele, Ermesinda das Asturias tornou-se a herdeira.

Pedro da Cantabria tinha um herdeiro chamado Alfonso. Alfonso casou-se com Ermesinda e virou Alfonso I, Rei das Asturias. Desde entao o nome Cantabria desaparece dos dados e os reinos foram unidos. Eles tiveram um herdeiro que virou rei sob o nome de Alfonso II. Alfonso II se tornou o rei mais celebrado pelos cristaos da Peninsula Iberia daquele tempo. Ele foi chamado de o Casto porque nao se casou e foi inteirmante dedicado `a causa crista da reconquista.

O reino dele durou 52 anos. Alguns dizem que ele transformou uma vasta area entre as Asturias e o norte do territorio muculmano no sul num deserto de pessoas viventes. Outros afirmam que isso aconteceu por causa da peste. O importante foi o resultado disso. As Asturias foram um reino pequeno demais para sobreviver `a superioridade muculmana. Assim, o deserto deu tempo para o reino ganhar mais populacao.

Um evento foi a chave para a salvacao do reino. Encontraram uma cova e a identificaram como sendo de Sao Tiago, o Menor. Sao Tiago, conhecido pelo nome ingles de James ou outras linguagens como Lago e Iago foi o Apostolo de Jesus. A lenda diz que ele foi o primeiro cristao a ensinar o cristianismo na Espanha. Depois ele voltou para Jerusalem e foi decaptado pelo rei Herodes Antipas. Os seguidores dele levaram o corpo de volta para Espanha e o enterraram la.

Depois da identificacao da cova em Compostela (Campo das Estrelas) isso virou um centro famoso de peregrinacao. Cristaos de todos os cantos da Europa comecaram a visitacao e sentir algo magico. Os Caminhos de Santiago de Compostela tem uma extensao de uns 800 quilometros. E os penitentes tinham que percorre-los a pe. Depois da experiencia eles faziam votos de defender a terra e faziam doacoes que ajudavam na Reconquista. A lenda inclusive afirma que Sao Tiago em pessoa veio do ceu num cavalo e armadura resplandecentes para lutar ao lado dos cristaos.

Os Caminhos de Santiago de Compostela foram percorridos pelo escritor brasileiro mais famoso da atualidade, Paulo Coelho. Ele atribuiu sua carreira como escritor de livros a essa passagem da vida dele. Mas eu nao tenho a minima ideia se o Coelho dele tem algo haver com algum conhecido meu.

Alfonso II nao teve herdeiros. Assim, a linhagem sucessoria foi produzida pelo irmao dele, Froila, que recebeu o privilegio. Dai a sequencia passou a ser essa:

725 Froila I – Munia Froilaz
743 Froila das Asturias – esposa desconhecida
760 Bermudo, principe das Asturias – Ursina Muniadona de Coimbra
780 Ramiro I, rei das Asturias – Paterna de Castela
800 Ordonho I, rei das Asturias – Munadona de Vierzo
838 Alfonso III, rei das Asturias – Ximena Garcez, de Pamplona
860 Ordonho II, rei das Arturias – Elvira Mendes de Portugal
900 Ramiro II, rei de Leon – Onega?…

Como se pode ver, as linhagens que estou apresentando sao somente paternais. Quase sempre dos primogenitos dos reis. Mas se qualquer um se interessar por essa genealogia pode ir ao geneall.net – Portugal e dar uma olhadinha nos ancestrais das maes que aparecem. Elas pertencem a familias nobres e a maioria era da Peninsula Iberica. Desde aquele tempo ja existia certo preconceito contra os iberos. Eles eram concebidos como sendo barbaros cuja unica atividade civilizada foi fazer aco e ferramentas dele.

Alfonso III eh mentor de uma importante passagem na retomada de Portugal. Ele foi o rei que comissionou Vimara Peres na retomada do Norte do pais. Vimara eh o heroi portugues daquele tempo. Ele dominou o territorio entre os Rios Minho, ao Norte, e Douro, ao Sul. Ele construiu fortificacoes que viraram uma vila chamada Vimaranes em homenagem a ele proprio. Ele recebeu o titulo de conde, e o titulo virou hereditario. Alguns dizem que em outras monarquias europeias o titulo dele seria duque. O nome Vimaranes tambem foi modificado para Guimaraes. Assim surgiu o nome de familia e, provavelmente, todos que o tem no nome sao descendentes de Vimara Peres.

Mais tarde um descendente de Vimara, Nuno Vimaranes, tentou libertar Portugal do dominio do Reino da Galicia mas ele foi morto na batalha.

Ramiro II foi um guerreiro tenaz contra os muculmanos. Eles o chamavam de “El Diablo” (O Demonio). O reino dele coincide com o de um lider famoso do lado muculmano. O nome dele era Adb al Rahman III ibn Muhammad, o Grande. Nos podemos ver detalhes interessantes desse periodo no video produzido e distribuido pela PBS HOME VIDEO. No site http://www.pbs.org a gente pode buscar: ISLAM, EMPIRE OF FAITH. O que mais chama atencao eh a comparacao entre a Europa do Norte, representada pelo dominio cristao, e a Peninsula Iberica islamica. Foi dito que, uma irma conheceu a beleza e higiene na Espanha islamica e ela nao teve duvida em dizer: “Eh como comparar escuridao e luz.”

Adb al Rahman III foi capaz de conciliar as tres fes diferentes sob seu dominio. Judeus, cristaos e muculmanos serviam a ele em todos os aspectos como iguais. Mas ele confrontou uma oposicao ferrenha dos proprios correligionarios. Eles se sentiam negligenciados e mesmo o reino dele tendo sido de grande progresso em termos de renascimento cultural tambem foi um constante campo de batalhas.

Apesar da rivalidade entre as fes, Ramiro II e Adb al Rahman III concordaram no casamento do filho do Ramiro com uma prima do Adb. Assim, o casamento de Lovesendo Ramires e Zayra ibn Zayda foi tratado para levar paz entre os dois povos. E eu vou postar um pouco mais da genealogia deles. Com respeito a Zayra e Adb al Rahman III se pode seguir a ascendencia deles no site mencionado acima. Eles sao descendentes diretos do proprio profeta Muhammad. O que se segue eh um pouco da descendencia deles:

940 Lovesendo Ramires – Zayra ibn Zayda
960 Aboazar Lovesendes – Unisco Godinhes
980 Ermigio Aboazar – Vivili Turtezendes
1.000 Toda Ermiges – Egas Moniz de Ribadouro, Senhor de Ribadouro
1.020 Ermigio Viegas, Senhor de Ribadouro – Unisco Pais
1.050 Monio Ermiges, Senhor de Ribadouro – Ouroana
1.080 Egas Moniz, o Aio – Dordia Pais Azevedo
Lourenco Viegas – Maria Gomes de Pombeiro
1.135 Egas Lourenco (Coelho) – Esposa desconhecida, de Pombeiro
1.160 Soeiro Viegas Coelho – Mor Mendes de Gandarei

Ai temos uma sequencia interessante. Atraves de uma mulher, Toda Ermiges, o sangue real foi passado `a familia que dominava a regiao chamada de Ribadouro. O que o nome significa eh, Acima do Rio Douro e a familia residia ao Norte do Rio Douro. Toda Ermiges foi uma das bisavos de Egas Moniz, o Aio. Na lingua portuguesa o Aio parece significar masculino de baba (aia). O apelido dado a Egas Moniz se deve a ele ter aceitado ser mentor do Afonso Henriques que depois veio a se tornar o primeiro rei de Portugal.

Na sequencia, ele se tornou avo do Egas Lourenco Coelho. Alguns autores falam que, Egas Lourenco foi o primeiro a usar o sobrenome Coelho. Isto teria acontecido porque ele foi dono de uma propriedade chamada de Quinta da Coelha. Mas isso nao parece ser verdade porque ele nao passou o nome para a descendencia.

Porem, o filho dele passou. E a razao pela qual o filho, Soeiro, passou a usar o nome teve origem na luta da Reconquista. Alguem contou vantagem dele ao rei dizendo que era capaz de penetrar a retaguarda inimiga sem ser notado, como se passasse por tocas de coelhos. Dai ele adotou o nome Coelho e o passou aos filhos. E eh por isso que o bicho coelho virou sobrenome de nossa familia.

Outra linhagem importante deixada pelos reis das Asturias eh esta:

900 Ramiro II, rei das Asturias – Ausenda Guterres de Coimbra
925 Ordonho III, rei de Leon – Elvira Pais Daza
956 Bermudo II, rei de Leon – Elvira Garcez de Castela
994 Alfonso V, rei de Leon – Elvira Mendes, condessa soberana de Portugal
1.015 Sancha, herdeira de Leon – Fernando Magno, rei de Castela
1.039 Alfonso VI, rei de Castela – Ximena Moniz
Teresa de Leon, condessa de Portugal – Henry da Bourgonha

Teresa, condessa de Portugal, como Egas Moniz, o Aio, era descendente do rei Ramiro II que era descendente de Pedro e Pelagio. E o pai dela, Alfonso VI, mandou uma mensagem a todas as familias nobres da Europa, prometendo riquezas e ate a mao das filhas dele em casamento para aqueles que desejassem ajuda-lo na luta contra os mouros. Henry, que era filho do Henry, duque da Bourgonha e outros aceitaram o desafio. Alfonso VI manteve a palavra e casou a Teresa com o Henry. Eles tiveram varios filhos e filhas.

Um dos filhos foi batizado com o nome de Afonso, filho do Henry ou Afonso Henriques como esta na Historia de Portugal. E foi para essa crianca que o Egas Moniz prometeu ao pai dela ser o mentor. Depois que o Henry da Bourgonha faleceu, a mulher dele, Teresa, teve outro homem e talvez tenha sido essa razao que levou o Afonso Henriques a comecar a rebeliao para tentar separar Portugal do Reino de Leon.

Na primeira tentativa ele falhou. Como mentor dele, Egas Moniz deu a palavra ao rei Alfonso VII, garantindo que Afonso Henriques nao iria tentar de novo. Mas ele tentou e conseguiu. E isso foi dito depois: o mentor saiu de Portugal indo ate `a Cidade de Leon com uma canga no pescoco, em companhia de todos os descendentes para oferecer as vidas deles por causa da palavra quebrada. Vendo tal gesto de nobreza, o rei concedeu perdao a ele e mais riquezas. Ninguem sabe o que aconteceu realmente mas penso que ele deu a palavra em primeiro lugar para dar tempo ao Afonso Henriques para reorganizar seu exercito para ter uma segunda chance de vencer o exercito da propria mae. Porem, eh dificil acreditar que, Egas Moniz, tenha sido tao louco a ponto de jogar com sua propria vida e da familia assim. Ele, provavelmente, foi sincero em tudo.

A proxima sequencia genealogica comeca no rei Afonso Henriques.

1.109 D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal – Mafalda da Savoia
1.154 D. Sancho I, rei de Portugal – Dulce de Barcelona
1.185 D. Afonso II, rei de Portugal – Urraca de Castela
1.210 D. Afonso III, rei de Portugal – Maria Peres de Enxara
1.260 D. Afonso Dinis – Maria Pais Ribeiro
1,305 D. Diogo Afonso de Sousa – Violante Lopes Pacheco
1.330 D. Alvaro Dias de Sousa – Maria Teles de Menezes
1.350 D. Lopo Dias de Sousa – Maria Ribeiro
1.370 Violante de Sousa – Rui Vasques Ribeiro
1.410 Pedro (ou Rodrigo) Ribeiro de Vasconcelos – esposa desconhecida
1.440 Francisco Queiroz Ribeiro de Vasconcelos – Maria Goncalves
1.470 Isabel Francisca de Queiroz – Diogo Anes Ribeiro de Vasconcelos
1.495 Manuel Dias Ribeiro de Vasconcelos – Joana Ferreira
1.525 Violante de Freitas, a Mentirosa – Lancarote Pinto
1.550 Simeao Pinto Machado – Ana da Mesquita
Antonio Pinto de Mesquita – Maria de Lemos
Simao Pinto de Mesquita – Maria Barbosa
Antonio Pinto de Mesquita – Angela Vieira de Seixas
Bernardo Antonio Pinto de Mesquita – Ana Josefa de Magalhaes Pinto
1.750 Jose Coelho de Magalhaes – (?) Eugenia Rodrigues Rocha

Novamente, nao posso afirmar, sem duvida, que este Jose Coelho de Magalhaes eh realmente meu pentavo e ancestral de minha familia. Mas, se nao for, algum outro sera e a linhagem deste tera uma ligacao com os aqui mostrados. Com certeza seria uma impossibilidade matematica se nao for assim. Eu nao aposto minha vida na hipotese dessa ser a linhagem. Ninguem precisa fazer isso. Infelizmente, a maioria de nos nao sabe a linhagem de onde veio mas todo mundo tem la suas linhagens de sangue real. Isto eh um clube que nao exige exclusividade alguma.

Uma figura historica importante dessa linhagem que gostaria de mencionar eh D. Afonso III, rei de Portugal. Durante o reino dele, os portugueses reconquistaram as ultimas partes de Portugal nas maos dos mouros. Ele nao era para ser rei porque tinha um irmao mais velho que se tornou o rei Sancho II. Porem, Sancho II nao queria ficar submisso `a poderosa Igreja Catolica e ela ordenou a saida dele do trono. Afonso III foi surpreendido com a decisao onde ele se tornou inesperadamente o numero um em Portugal.

D. Afonso III foi quem completou a Reconquista quando tomou Algarves e a Cidade do Faro que fazem parte do Sul de Portugal e proximos ao Gibraltar. Para Portugal, o governo dele representa uma reviravolta no que fora antes. Tomemos este extrato da Wikipedia como exemplo: “Afonso III deu atencao especial ao que a classe media, compostas por comerciantes e pequenos fazendeiros diziam. Em 1.254, na Cidade de leiria, ele realizou a primeira sessao das Cortes, que foi uma Assembleia Geral composta de nobres, classe media e representantes das cidades. Tambem fez leis com a intencao de proibir as classes altas de aproveitarem da fragilidade das classes mais pobres. Lembrado como um legislador notavel, Afonso III fundou varias cidades, emancipou distritos e reorganizou o servico publico.” Ele foi o criador do Parlamentarismo muito antes disso ter ficado conhecido como sistema de governo.

Igual a outros reis do seu tempo, Afonso III tinha mulheres e concubinas. Uma das concubinas foi Madragana, depois rebatizada por Mor Afonso. Temos informacoes interessantes a respeito dela. Em primeiro lugar, ela era filha do prefeito do Faro. E eles eram judeus. Penso que isso seja interessante porque sabemos que todas as pessoas com ligacoes genealogicas com a Peninsula Iberica sao provavelmente descendente de judeus por causa dos judeus que foram levados pelos romanos desde 70 d.C. Porem eh quase impossivel ter dados que mostrem isso. Por outro lado, nao eh tao dificil achar essa heranca atraves da ascendencia nela e outros. Atraves dela, personalidades de hoje como a Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, sao, comprovadamente, descendentes de judeus tanto quanto descendentes de arabes atraves da Zayra ibn Zayda, a nora do Ramiro II, rei das Asturias.

Estou devendo a voces porque comecei a mostrar uma linhagem Coelho da qual minha familia herdou este nome importante. A linhagem posta acima que termina no nosso suposto ancestral Jose Coelho de Magalhaes tem varias ligacoes com o primeiro dos Coelho, Soeiro Viegas Coelho. O ancestral mais proximo a usar o sobrenome Coelho foi o avo materno. Eu mostrarei outra sequencia genealogica tomando a direcao contraria, dos mais novos para os mais velhos. Comecarei com meu ancestral e o casal abaixo da linha dele serao seus pais. A proxima linha estarao os avos e assim por diante.

1.750 Jose Coelho de Magalhaes – (?) Eugenia Rodrigues Rocha
Ana Josefa de Magalhaes Pinto – Bernardo Antonio Pinto da Mesquita
Joao de Magalhaes Coelho – Isabel Maria Pinto
Jeronimo Ribeiro – Maria Teixeira de Seixas
Domingos Coelho de Magalhaes – Antonia Ribeiro
Isabel Pinto de Magalhaes – Belchior Dias
Ana Coelho – Gregorio Magalhaes de Azevedo
Fernando Coelho – Violante Pinto
1.450 Diogo Coelho de Sampaio – Isabel Sampaio
Rodrigo de Sao Paio Coelho – esposa desconhecida
1.370 Fernao Coelho – Catarina de Freitas
1.340 Goncalo Pires Coelho – Maria Silva
1.320 Pero Esteves Coelho – D. Aldonca Vasques Pereira
1.290 Estevao Coelho – Maria Mendes Petite
1.260 Pero Anes Coelho – D. Margarida Esteves
1.200 Joao Soares Coelho – Maria Fernandes
1.160 Soeiro Viegas Coelho – Mor Mendes Gandarei

Deste ponto em diante a gente pode ligar o Soeiro Viegas Coelho com ele proprio na segunda linhagem apresentada neste capitulo. O que se pode ver no geneall.net – Portugal eh isso: muitas das pessoas dessa linhagem tem parentesco umas com as outras. O sitio nos da um recurso que facilita encontrar isso. Quando alguem eh descendente de certos reis, recebe uma bolinha debaixo do nome. Cores diferentes representam cada rei. Apontando a seta do computador para a bola fara aparecer o nome dele. Assim fica facil seguir algumas linhagens. Algumas vezes voce encontra pai e mae identificados com a mesma bolinha e precisa decidir qual deles buscar primeiro. Boa ideia eh voce escrever num papel a linhagem que voce esta buscando. Se voce precisar voltar sera mais facil para nao se perder.

Agora eu preciso justificar o titulo deste capitulo. O nome menciona genealogia europeia, nao apenas ibera. A razao para eu falar especificamente de Portugal eh tao somente porque eu estou melhor familiarizado com sua Historia e genealogia. Se eu tivesse tomado qualquer outro pais europeu como exemplo, inclusive o menor de todos, os resultados poderiam ser quase iguais porque as familias reais de la tem seus principais ancestrais nas mesmas linhagens. Elas sao apenas a mesma familia porque o tempo todo elas trocavam noivas e noivos e nao eram nada diferentes de um bando de galinhas de granja.

Na segunda sequencia genealogica acima eu postei apenas alguns reis de Portugal porque nao identifiquei outros alem de D. Dinis, filho de Afonso III e tambem rei de Portugal, como meu ancestral. Nao se confunda com o nome Afonso Dinis, tambem filho de Afonso III, mas nao rei. Nao precisamos ter uma lista extensa de reis ancestrais para sermos parentes do resto todo. Podemos pegar a mae do Afonso II, Urraca, princesa de Castela, como exemplo para mostras as ligacoes. Vamos pegar uma sequencia genealogica a partir dela:

Urraca, princesa de Castela – Afonso II, rei de Portugal
Eleanor Plantagenet, princesa da Inglaterra – Alfonso VIII, rei de Castela
Henry II, rei da Inglaterra – Eleonor d’Aquitaine
Matilda, rainha da Inglaterra – Godefroy V Plantagenet, conde d’Anjou
Henry I, rei da Inglaterra – Santa Mathilda, pricesa da Escocia
William I, o Conquistador, rei da Inglaterra – Mathilde de Flandres
Robert I, duque da Normandia – Herleva da Falesia
Richard II, duque da Normandia – Judith da Bretanha
Richard I, conde da Normandia – Gunnor, princesa da Dinamarca

Olhando essa sequencia genealogica podemos fazer muitas ligacoes no mapa europeu. Somente para que saibam, a mae da Urraca, Eleanor Plantagenet, era irma do Ricardo Coracao de Leao. Qualquer um que conheca um pouco de Historia tera visto muito mais que uma sequencia genealogica nessa lista. Eh mais. Eh a propria Historia em cada nome e titulo. Na proxima sequencia comerei a partir da Judith da Bretanha. Segue entao:

Judith da Bretanha – Richard II, duque da Normandia
Ermengarda d’Anjou – Connon I, duque da Bretanha
Adelaide de Vermandois, senhora de Donzy – Geoffroi I Grisegonelle, conde d”Anjou
Robert I, conde de Vermandois e Troyes – Adelaide Werra da Bourgonha
Herbert II, conde de Vermandois – Luitegarde ou Adelia da Franca
Herbert I, conde de Vermandois – Berthe de Morvois
Pepino II, conde de Vermandois – Rothaeide de Bobbio
Bernardo, rei da Italia – Conegonde de Gellome de Toulouse
Pepino I, rei da Italia – Ingeltude d’Autun
Carlos Magno, Imperador do Ocidente – Hildegarde von Vintschgau

Uma lembranca, o nome Normandia significa, homens do norte. Ela foi colonizada por um grupo de Viquingues que desejava se acomodar depois de causarem muito terror `a populacao europeia. Como se pode ver, Judith e Richard II eram avos do William, o Conquistador, que tomou a Inglaterra das maos dos antigos senhores, os reis do Wessex. Os reis do Wessex tambem sao ancestrais das familias reais iberas. Mas nao mostrarei sequencias mostrando isso porque o que temos ja eh suficiente. Pretendo por apenas mais uma sequencia nesse capitulo.

Luitegarde ou Adelia da Franca, esposa do Herbert II, conde de Vermandois, era filha do Robert I, rei da Franca e Adelia de Perthois. Mas o rei Robert I, como era comum `as suas magestades, teve outra esposa com o nome de Beatrice de Vermandois. Assim, eu porei mais uma sequencia para mostrar algo que parece coincidencia mas nao eh. Vejamos:

Robert I, rei da Franca – Beatrice de Vermandois
Hugo, o Grande, duque da Franca – Heduvige von Sachsen
Hugo I Capet, rei da Franca – Adelaide de Poitou
Robert II, o Piedoso, rei da Franca – Constance d’Arles
Robert I, o Velho, duque da Bourgonha – Helie de Semur
Henri, duque da Bourgonha – Beatriz (?) de Barcelona
Henry da Bourgonha – Teresa de Leon
Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mafalda de Savoia

Entao, nos comecamos nossa viagem a partir da mae do Afonso III, rei de Portugal, Urraca, princesa de Castela, e terminamos nos bisavos dele. Nao porei a sequencia genealogica que mostra isso mas vou mencionar apenas. Mafalda de Savoia, como o nome ja diz, vem da Casa de Savoia, a ultima familia real da Italia. A Casa Real de Savoia eh herdeira do Umberto I Biancamano (Mao Branca), conde de Savoia. A nivel de seus bisavos ele era descendente do Luis III, l’Aveugle, Imperador do Ocidente e Anna de Bizantium. Penso que nem precisa mencionar que o Luiz III era tambem descendente do Carlos Magno. Mas a Anna de Bizantium eh quem nos acrescenta mais Historia.

O titulo dela ja explica, a heranca dela comeca no Imperio Bizantino, passando por Santa Teodora, Imperatriz de Bizatium; Santo Isaac e Santo Narso, reis da Armenia e isso mergulha nos tempos antes de Cristo. Por volta de 500 b.C., dois dos ancestrais dela sao o Xerxes I, rei da Persia e a esposa dele, Ester, a mulher que teve o nome de um livro biblico em homenagem a ela. Depois disso, a heranca da Anna de Bizantium continua mergulhando no tempo e termina numa sequencia de faraos egipcios, incluindo-se ai, Ramses II, o Grande. Mas isso eh grande demais para postar aqui. Atraves da Casa de Savoia, todas as familias reais da Europa sao multiplas vezes descendentes destas figuras historicas.

Muitas outras familias reais europeias surgem como nossas ancestrais mas eu nao quero perder tempo mostrando isso. Posso mencionar alguns como: Aragao, Navarra, Pamplona, Leon, Galicia, Holanda, Hungria, Constantinopla, Alemanha, Russia, Polonia, Austria, Dinamarca, Luxemburgo. Ate do Reino de Jerusalem, o qual nao durou muito e nao passava de um ramo da familia real francesa nos temos ancestrais.

Tambem posso dar exemplos de noivas e noivos da familia real portuguesa que se casaram na alta nobreza do resto da Europa. E eu verifiquei antes se os casamentos resultaram em descendentes porque nos temos muitos casos em que isso nao aconteceu, provavelmente em consequencia da consanguinidade excessiva. Nesse caso nos temos: Berengaria, filha de D. Sancho I e Dulce de Barcelona que se casou com Valdemar II, conde da Dinamarca; D. Afonso, filho do D. Afonso II e Beatriz de Castela, que casou-se com sua prima, Violante Manoel, princesa de Castela. Temos tambem D. Constanca, filha do D. Dinis e Santa Isabel de Aragao, que se casou com o rei Fernando IV, rei de Castela.

Para resumir e permanecer apenas nos primeiros reis de Portugal, nos tivemos o exemplo de D. Maria, filha de D. Afonso IV e Beatriz de Castela, que casou-se com Alfonso IX, rei de Castela. D. Maria e o rei Alfonso IX foram os pais do rei Pedro I de Castela. Pedro teve duas filhas com sua parceira, Maria Padilha. A primeira, Constanza, foi casada com John, o Grande, duque de Lancaster. A segunda, Isabel, casou-se com Edmund de Langley, duque de York. E, numa rapida olhada na genealogia presente no geneall.net – Portugal, pude constatar que o atual duque de Manchester eh um direto descendente desta linhagem.

06. UM FUTURO MELHOR PARA NOSSOS FILHOS E…

Vou fugir um pouquinho `a ordem que estava escrevendo. Isso se da porque gostaria de mostrar algo pratico nos meus estudos.

Essa intervencao vem da observacao de que, praticamente, toda e qualquer pessoa com uma longa Historia genealogica no Ocidente eh descendente das figuras historicas mais importantes de 800 ou mais anos atras. Nao apenas deles mas tambem da maioria da populacao que viveu no tempo delas. Mas o que a genealogia disponivel pode nos mostrar nao passa de quase nada do que eh verdadeiro.

Uma pratica comum era os reis terem suas esposas e concubinas, inclusive quando isso nao acontecia como bigamia porque eles se casaram mais de uma vez apos cada esposa anterior ter falecido. Algumas vezes eles tiveram concubinas paralelas ao casamento oficial ou no intervalo deles. O que eles queriam era ter certeza de terem herdeiros ao trono. Mas o que eh util para nos agora eh saber que, a descendencia paralela deles ganhava uma classificacao de nobreza menor. E quando as geracoes iam passando, essa descendencia se misturava com as pessoas comuns. E, como comuns, seus dados nao foram guardados com cuidado. A propria nobreza menor pensava que tivesse coisas mais importantes a fazer do que se certificar que sua heranca genetica fosse lembrada.

Mas se a gente pegar a descendencia de Carlos Magno como exemplo pode-se assegurar que, desde o mais rico ate ao mais pobre, a maioria das pessoas dos paises ocidentais sao descendentes dele. Alguns do Oriente tambem sao. E, matematicamente, nao eh nenhuma surpresa porque ele viveu ate morrer em 814. Cerca de 1.200 anos atras. E ele teve muitas esposas e concubinas para garantir essa heranca imensa.

Baseado nos meus calculos, qualquer um que tivesse dois filhos poderia facilmente ser ancestral da populacao inteira da Terra hoje, bastando apenas ter nascido por volta de 1.000 anos atras. Apenas recordando, se alguem teve 2 filhos, 4 netos, 8 bisnetos e assim por diante, no final de 1.000 anos, ele ou ela poderia ter mais de 8.5 bilhoes de descendentes. O mais importante de tudo eh isso, nossa populacao de hoje poderia ser, simultaneamente, descendente de toda e qualquer pessoa viva ha 1.000 anos atras, desde que tivessem filhos.

Assim se da porque a possibilidade matematica funciona dos dois lados. No espaco de 1.000 anos qualquer um tem o possibilidade de produzir mais de 8.5 bilhoes de descendentes tanto quanto se pode tambem ser descendente de mais de 8.5 bilhoes de ancestrais. E estou falando apenas a respeito da 33a. depois e da 33a. geracao antes da pessoa. Em 1.000 anos voce nao precisa ter mais de 2 criancas para ser ancestral de mais de 15 bilhoes de pessoas vivas. Isso acontece porque nos podemos fazer a adicao das 31a., 32a. e 33a. geracoes porque serao os avos, pais e filhos.

Eu compreendo. O modelo matematico nao funciona tao bem na vida pratica. Isso se da porque na verdade o casamento entre seus descendentes teriam que ser evitados. Em termos praticos isso eh quase impossivel porque algumas familias passam tempo demais residindo numa area muito pequena. Dai, a descendencia das primeiras pessoas comeca a casar-se uns com os outros, repetidamente. Isso acaba transformando-os num bando de galinhas de granja que ja mencionei. Porem, se apenas um descendente sair do circulo vicioso, que seja ha 300 anos atras, sera o suficiente por ser responsavel por multiplicar a familia grandemente em numero. Neste caso, estou pensando numa pessoa que nao limitou o numero de filhos que teve.

Todavia, inclusive quando os descendentes de alguem mantenham se casando entre si por 1.000 anos, baseado no que foi nossa Historia durante este periodo, o que podemos esperar disso eh, a pessoa que teve filhos por volta de 1.000 anos atras e seus filhos foram saudaveis o suficiente para manter a linhagem ate hoje eh, certamente, ancestral de milhoes de pessoas.

Ha uma outra consideracao que voce precisa fazer do modelo matematico. Nao antes de pouco tempo atras ninguem limitava o numero de filhos a um numero como o dois. Se o meu avo paterno tivesse nascido ha 1.000 anos atras e tivesse tido tantos filhos e netos como ele teve, hoje a populacao da Terra poderia ser muitas e muitas vezes descendente dele. Ele teve 14 filhos. Dos quais 13 se casaram e deram a ele 101 netos. Somente pelo lado dele nos somos cerca de 500 pessoas entre vivas e falecidas. Ele nasceu em 1.890. Eh! Quem sabe qual sera o numero de nos daqui a 880 anos!?

Qual eh a pergunta mais importante dos nossos dias? Penso que eh esta: O que acontecera aos nossos descendentes? A maioria de nos fala isso: Eu quero construir um futuro melhor para meus filhos e filhos dos meus filhos. Penso que ha algo de errado na construcao da frase. Primeiramente nos precisamos construir um mundo melhor para eles terem um futuro. Em segundo lugar, nos precisamos de pessoas melhores em nosso mundo e isso inclui nossos proprios filhos.

O que quero dizer com isso eh que, provavelmente, Carlos Magno lutou a vida inteira pensando em dar um futuro melhor para a descendencia dele. Mas provavelmente ele tambem pensou a respeito apenas dos filhos que conheceu e, talvez, esperava que isso seguiria por algumas geracoes apos a partida dele. Tenho certeza que ele nao pensou nos descendentes de hoje-em-dia. E este eh o maior erro que qualquer um pode cometer.

Se ele soubesse o que estou falando agora, talvez tivesse tentado algo diferente do que fez. Isso se da comigo hoje. Sou diferente porque a mim foi permitido saber algo melhor. Carlos Magno pensou em um mundo melhor para os que ele ja conhecia ou esperava vir pouco depois dele. Eu penso a respeito de todos que conheco e que nao conheco. Por que? Porque eu bem sei disso, para que eu tenha milhoes, talvez bilhoes de descendentes na 33a. geracao depois da minha sera urgente que eu cuide de todo mundo que vive no meu tempo porque meus descendentes irao casar-se com os seus descendentes. Entao, ama-los e cuidar deles eh o mesmo que fazer o mesmo por minhas proprias criancas.

Eu sei. Uma vez isso foi ensinado a voces, nas igrejas, para os que acreditam em religiao, pelos sacerdotes. O pensamento religioso eh baseado nisso, se temos um Creador responsavel pelo nosso nascimento, entao, deveriamos honra-Lo, amando as creaturas Dele. Mas isso nunca foi bem entendido pelas pessoas. Agora, o que estou falando eh isso, nos temos outra razao para fazer a mesma coisa. E essa outra razao nao exige acreditar em Deus ou ter uma religiao especifica. Se voce tem planos de ter ou ja tem filhos, entao voce precisa comecar a pensar o que acontecera `a sua descendencia 1.000 anos adiante porque se voce nao os preparar para isso, talvez ela nao chegara ate la e o tempo que dedicou a ela sera um desperdicio.

Isso pode ate parecer magico mas nao eh. Ha quase 1.000 anos atras os piores inimigos no mundo eram os cruzados e muculmanos. Hoje nos somos a descendencia de ambos. Ai, o que de bom a guerra nos trouxe? So posso responder por mim mesmo: nada. Cada um que ler esse texto deve responder essa questao a si mesmo.

O mesmo se repetira. Nao interessa qual sejam os motivos dos cruzados de hoje ou guerra santa. O que os envolvidos nisso estao fazendo eh errado. E daqui a 1.000 ou menos anos adiante a descendencia de Osama Bin Laden ira se casar com a descendencia de George W. Bush e Barack H. Obama. Nao. Nao estou jogando praga em ninguem. Tambem nao estou adivinhando o futuro. Estou apenas falando o que eh provado por meus calculos.

Eu posso estar terrivelmente enganado nos meus calculos porque estou falando do daqui a 1.000 anos sem ao menos saber o que acontecera de concreto amanha. Porem, minha consciencia esta tranquila. Nao estou afirmando que isso acontecera sem condicao alguma. Como crente, eu sei que para isso acontecer Deus precisa permitir-nos 1.000 anos adiante e a multiplicacao de todos precisa ser o mais normal possivel. Neste caso, nos precisamos da participacao de todos em nossa multiplicacao.

Estou fazendo esses calculos na presuncao de que a populacao da Terra daqui a 1.000 anos nao excedera muito ao que ja temos agora. Penso ser uma otima precaucao se nos nao termos mais que duas criancas desde ja porque o nosso planeta ja esta superpovoado por humanos. Alguns criticos dessa concepcao andam dizendo que esse aviso tem sido feito por longo tempo e a populacao continua crescendo e nada aconteceu. Eles dizem assim, humanos tem sempre seus recursos e quando qualquer problema se apresentar alguem apresentara uma resposta para solucionar isso.

O nosso maior problema eh esse, os recursos em nosso planeta sao limitados. E ja estao nos enviando sinais de exaustao. O proprio planeta eh limitado. Dai eu nao penso que ha qualquer inteligencia em nao termos precaucoes quanto a isso. Se formos ir ate ao ponto sem retorno o que acontecera sera nada mais que guerras terriveis pelos ultimos recursos de vida na Terra. E nos temos que nos lembrar que, hoje nos temos recursos suficientes talvez ate para cuidar de 50 bilhoes de pessoas na Terra mas mesmo que a populacao se estabilize nisso, as geracoes continuarao se sucedendo.

Entao, 1.000 anos depois de tal ponto, nos teremos tido 33 geracoes de 50 bilhoes de pessoas vivendo na Terra. Isso eh o mesmo que 1.65 trilhoes vivendo na Terra num mesmo tempo. E nos nao temos a menor ideia por quantos milhares de anos nos teremos somente essa mae Terra para nos dar comida e abrigo. Ser cauteloso nao eh uma questao de nao ter coragem e sim uma questao de conhecer os fatos.

Se voce quizer outra a respeito do que genealogia e genetica pode nos oferecer, peguem o casal Bill e Melinda Gates como exemplo. Penso que eles sao o casal mais rico do mundo. Agora vamos imaginar que, os filhos deles terao filhos e assim por diante, multiplicando como eu tenho dito. Mesmo que nas primeiras geracoes eles nao terao problemas com falta de dinheiro, quando eles forem numerosos como 5.000 pessoas eles nao serao ricos como os ancestrais deles e alguns terao, provavelmente, vida pobre.

Se continuarem multiplicando-se como calculei, eles acabarao se casando com a nossa descendencia, desde dos mais ricos aos mais pobres de cada um de nos. E se a gente nao cuidar uns dos outros desde agora, todos os criminosos, todos os politicos, todos os sofredores serao nossos descendentes coletivos, tanto quanto as pessoas de maior sucesso e intermediarias no tempo delas.

07. UMA PITADA DE GENEALOGIA IBERA

A genealogia da Peninsula Iberica, no comeco, nao foi complicada. O que nao eh facil estuda-la eh justamente quando voce comeca a voltar aos mesmos ancestrais repetidamente. Com certeza, a mesma coisa acontece com as outras genealogias no mundo. Mesmo se a gente tivesse dados completos da Idade Media ate hoje isso nao seria diferente. A unica coisa que a gente poderia esperar ser diferente em relacao ao que ja temos seria, mesmo se a gente achasse linhagens que nunca suspeitassemos que tivessemos, certamente, elas acabariam nos levando aos mesmos ancestrais que ja temos.

Nao eh surpresa alguma termos dados somente das personalidades historicas conhecidas e, quando muito, das pessoas que as acompanhavam em suas Historias. Frequentemente nos encontramos dados de alguem que so aparece nos documentos porque ele ou ela foi casado com alguma personalidade ou com um dos filhos dela. Esta pessoa que parece nascer do ar tras consigo somente o pai ou tambem a mae. Parece que o recem-chegado nem teve um comeco ha milhares de anos atras exatamente como tudo mundo tem.

O recem chegado eh uma pessoa comumente chamada de comum ou gentinha. Algumas vezes tambem conhecida como: o pobre. Porem, o que eu tenho certeza eh isso: esquecido na falta de documentacao e na tradicao falada, nalgum ponto da Historia de cada pessoa, todos nos tivemos os mesmos ancestrais, nao tao distante quanto o leigo supoe. Nossa Historia de privilegios de alguns e exclusao dos outros eh responsavel por essa diferenciacao. E o povo comum nao eh nada mais comum que quem quer que seja no planeta. Todos nos vimos dos dois, comuns e privilegiados. E o que nos separa agora esta mais relacionado ao ter ou nao ter dinheiro.

Como eu disse antes, a Peninsula Iberica foi invadida pelos muculmanos em 711. A unica area que continuou nas maos dos cristaos foram duas partes pequenas do territorio, chamadas de Cantabria e Asturias. De la os cristaos comecaram a luta tentando reconquistar suas terras. Mas a guerra durou geracoes e mais geracoes. Algumas geracoes ate mesmo se esqueceram do porque das guerras.

Como tambem disse antes, somente um reino cristao na Peninsual foi implantado por outros sem ser os proprios iberos. Durante a Historia ele recebeu o nome de Aragao. O responsavel pela criacao foi Luis I, o Piedoso, Imperador do Ocidente. Ele era filho do Carlos Magno e herdou a coroa dele.

O Reino de Leao surgiu apenas em 910. Naquele tempo ele estava desertico e foi conquistado pelo rei Alfonso III das Asturias, e o filho dele, Garcia I, transferiu e a adotou a cidade de Leon como capital do reino. A partir de entao o reino se tornou o principal reinado cristao na Peninsula Iberica.

Outro povo presente eram os bascos. O dominio deles era a costa atlantica sul da Franca e o centro-norte da Espanha. No principio o reino deles se chamava Pamplona e depois virou Navarra.

Durante o reino de Alfonso III, rei das Asturias, o Norte de Portugal foi tomado e estabelecido como condado pelas maos de Vimara Peres.

Apos isso ou ao mesmo tempo, Fernan Gonzalez unificou o Reino de Castela. O reino ganhou este nome porque tinha uma linha de castelos para defender o Reino de Leon. Na Wikipedia a gente pode ler isso: “Em 931 o Condado foi reunificado pelo conde Fernan Gonzalez, que iniciou uma rebeliao contra o Reino de Leon, estado sucessor do de Asturias, e conseguiu seu status de autonomia, passando o condado a ser herdado por seus descendentes e deixando de ser sujeito a imposicoes dos reis leoneses.”

Mais um reino foi somado `a mistura. Este foi o Reino da Galicia que herdou o Condado de Portugal como parte do seu territorio. Porem, em 1.128, Portugal tambem se tornou um reino separado. Dai, todos esses reinos cristaos no seculo XII ja haviam retomado perto da metade da Peninsula Iberica dos conquistadores muculmanos. E algumas vezes eles estavam mais envolvidos em guerras de uns contra os outros que contra os reinos muculmanos localizados nas partes do sul. A forma e a extensao destes reinos estavam em constante mudancas enquanto: Afonso III de Portugal e Fernando, o Catolico, rei de Aragao, e Isabel, a Catolica, rainha de Castela, que se casaram e uniram a Espanha, nao completassem a Reconquista.

Cada um destes reinos produziu sua nobreza. E eles fizeram trocas de noivos e noivas uns com os outros e com todas as familias reais da Europa. E dai, como eu disse antes, os sangues que haviam recebido do povo comum retornou ao povo comum. Como?

Basicamente, quando uma dominacao foi trocada como dos poderosos antigos para os romanos, dos romanos para os suevos e visigodos, dos godos para os muculmanos e dos muculmanos de volta para os cristaos, cada nobreza permaneceu, porem, como nobreza menor. Tambem, de acordo com que praticavam guerras, os considerados povo comum lutaram lado-a-lado com seus senhores. Aqueles que se destacaram dos outros por bravura ganhavam riquezas, posses e ate noivas das novas familias dominantes. Nos podemos verificar isso quando homens, aparentemente vindos do nada, se casam com mulheres da nobreza. Da mesma forma, mulheres sem ascendencia nobre se casando com homens da nobreza.

O mais comum eh vermos um nome vindo `a luz e quando a gente comeca a buscar a origem, encontra isso: la no fundo a origem esta num rei ou parente dele. Depois darei exemplos disso. Vamos comecar pelo como os sobrenomes foram adotados.

Por volta de 1.000 anos atras nao tinhamos exatamente nomes de familia. Porei aqui mais uma sequencia genealogica para facilitar a explicacao:

Moninho Viegas, o Gasco – Valida Trocozendes
Egas Moniz de Ribadouro – Toda Ermiges
Ermigio Viegas – Unisco Pais
Monio Ermiges – Ouroana
Egas Moniz, o Aio – Dordia Pais Azevedo
Lourenco Viegas – Maria Gomes de Pombeiro
Egas Lourenco – esposa desconhecida, de Penagate
Soeiro Viegas Coelho – Mor Mendes de Gandarei

Esta eh a linhagem paterna do conhecido primeiro a usar o apelido Coelho. Se voce prestar atencao nos segundos nomes, provavelmente, nao ira enxergar o padrao. Mas existe um padrao bem claro ai. Naquele tempo era suposto usarmos o nosso nome mais uma mencao a nossos pais. Era dado um nome acompanhado de uma expressao que significava: filho de. O primeiro da lista, possivelmente, se chamava Monio e nao Moninho. O sufixo inho em Portugues eh diminutivo. Entao, Egas Moniz filho dele era: Egas, filho do Monio. Algumas vezes, a expressao: filho de, vem como prefixo como em Viegas. Viegas significa: filho do Egas.

Daquele tempo nos temos muitos nomes usados hoje. Os sobrenomes foram adotados no transcorrer da Historia. Dai alguns nomes de origem paterna foram mantidos e deixaram de corresponder aos nomes dos pais. Neste caso nos continuamos tendo familias com nomes Viegas e Moniz mas isso quer dizer apenas que, em algum tempo passado, os usuarios tiveram ancestrais que se chamavam Egas e Monio.

Eh por causa disso que temos nomes como: Rodrigues, que significa: filho de Rodrigo. Nunes significa: filho de Nuno. Peres/Pero. Fernandes/Fernando. Esteves/Estevao. Soares/Soeiro. Martins/Martim. Mendes/Mendo. Vasques/Vasco. Uma excecao eh Anes. Esse vem de Joao. A diferenca esta na antiga forma de escrever que era Johanes. Entao, Anes significa filho de Joao, o moderno equivalente a Johanes na linguagem portuguesa. Na Espanha a tradicao eh a mesma, trocando-se apenas a letra s pelo z. La os nomes sao: Nunez, Rodriguez, Perez e assim por diante. Uma pequena diferenca para Martins que vem como: Martinez.

Eh verdade, iberos usam dois nomes ou mais. Isso eh outra tradicao. No seculo XII esse sistema de dar nomes estava ultrapassado. A populacao comecara a crescer e tinha gente demais com o mesmo nome. A Igreja Catolica incentivou as pessoas a usarem mais apelidos. Muitos ja eram identificados pelo segundo sobrenome naquele tempo. Eram precedidos das palavras da, de e do. As tres significam, lugar de onde a pessoa vem. Da eh usado para lugares com nome feminino, o que eh o oposto de do. De nao menciona sexo.

O sistema americano se engana ao identificar as tres palavras como nomes. Eh comum o meu nome estar escrito como De Magalhaes mas nao deveria ser assim. De significa lugar de onde se veio e sempre deveria ser escrito em minusculas. Com o tempo algumas pessoas suprimiram as tres palavras dos proprios nomes sem saber a importancia delas. Este eh o caso de alguns de meus familiares que herdaram o Magalhaes sem o de.

Exemplos de nomes e seus signifcados: 1. Geraldo Rodrigues da Costa, que significa, Geraldo, filho do Rodrigo, nascido na costa. 2. Antonio Alvares do Couto: Antonio, filho do Alvaro, de um lugar pequeno. 3. Jose Anes de Guimaraes: Jose, filho do Joao (Johanes), da Cidade de Guimaraes.

Com o tempo, muitos outros nomes foram somados `a lista. Alguns eram lembranca da caracteristica fisica do primeiro usuario. Exemplos disso sao: 1. Alvim, eh o mesmo que Branquinho; 2. Rouco, voz rouca; 3. Barbalho, barba em forma de raiz de alho. Ha algum tempo atras eu ouvi outra explicacao para o meu sobrenome. Alguem disse que vem do Oriente e a origem seria algo como: Barb Al, que foi transformado em Barbalho em Portugal. Mas nao conheco nenhuma evidencia concreta disso.

Tambem as profissoes de ancestrais viraram sobrenome para alguns. Um exemplo eh Cavaleiro. Outro eh Sapateiro ou Zapatero. Alguns receberam o sobrenome de Navegante.

Encontrei na literatura que, em Portugal existiam cinco familias nobres. E os nomes delas eram: Baiao, Braganca, Maia, Ribadouro e Sousa. Mas essa nao eh uma informacao exata. O que possivelmente aconteceu foi algo como na minha familia no Brasil. Ela eh chamada de Familia Coelho. Mas por que eu chamaria a minha familia por este nome se nao o uso?

O que aconteceu foi isso: quando os europeus comecaram a colonizar a area de onde nos somos, meus ancestrais estavam no comando dos primeiros europeus que viveram la. Mesmo que outros estivessem juntos ou vieram depois, a maioria acabou se casando na parentalha Coelho. Dai a familia assina varios nomes mas comumente passou a ser chamada pelo nome Coelho. E todo mundo eh pelo menos uma vez Coelho. E tambem haviam outros ramos Coelho juntos. Na lista de meus ancestrais existem os que assinam: Coelho, Coelho de Magalhaes, Nunes Coelho, Coelho de Andrade e Coelho de Almeida. E nao estou falando aqui de outras combinacoes que apareceram depois mas tao somente dos ramos originais que nao sabemos se ja tinham ligacoes uns com os outros.

Minha duvida quanto a cinco ser igual ao numero de familias nobres foi despertada pelos muitos nomes diferentes que os nobres usavam e suas origens. Como a gente ja viu, o sobrenome Coelho veio depois. Ele era parte da familia chamada de Ribadouro. E eu posso mostrar outra sequencia genealogica para mostrar isso. Se voltarmos ao capitulo 5 nos podemos dar uma olhadinha nas segunda e terceira linhagens postadas la. A segunda termina no rei Ramiro II das Asturias. E a terceira comeca num dos filhos: Lovesendo Ramires. Assim, eu comecarei outra vez a partir deles:

900 Ramiro II, rei das Asturias – Onega (?)
940 Lovesendo Ramires – Zayra ibn Zayda
960 Aboazar Lovesendes – Unisco Godinhes
980 Trastamiro Aboazar, 1o. sr. da Maia – Dordia Soares
1,000 Goncalo Trastamires, 2o. sr. da Maia – Unisco Sisnandes
1.020 Mendo Goncalves, 3o. sr. da Maia – Ledegundia Soares Tainha
1,060 Goncalo Mendes, o Lidador – Urraca Teles
1,080 Moninha Goncalves da Maia – Rodrigo Forjas de Trastamarra
1,100 Forjaz Vermuis de Trastamarra – Elvira Goncalves de Vilalobos
1,130 D. Rodrigo Froias de Trastamarra – D. Urraca Rodrigues de Castro
1,150 D. Goncalo Rodrigues da Palmeira – D. Froille Afonso de Celanova
1,170 D. Rui Goncalves Pereira – Sancha Henriques de Portocarreiro
1,220 D. Pedro Rodrigues Pereira – Estevainha Rodrigues Teixeira
1,250 D. Goncalo Pereira – D. Urraca Vasques Pimentel
1,280 D. Vasco Pereira, conde de Trastamarra – Ines Lourenco da Cunha
1,320 D. Aldonca Vasques Pereira – Pero Esteves Coelho

Se voltarmos ao capitulo 5 para olharmos a sequencia genealogica numero 6, nos acharemos o ultimo casal: Pero Esteves Coelho – D. Aldonca Vasques Pereira. O que eu quero mostrar aqui eh como nomes novos eram criados. Na geracao de D. Rodrigo Froias de Trastamarra, o Palmeira comeca sem uma explicacao melhor. Os filhos dele adotaram o Palmeira como sobrenome e o filho dele, D. Goncalo Rodrigues da Palmeira, deu este nome a todos os filhos, exceto para um, D. Rui Goncalves Pereira. Dai para frente o nome Pereira tambem tornou-se um dos mais comuns na Peninsula Iberica.

Deem uma olhadinha nos sobrenomes das esposas para ver muitas outras familias importantes. Elas vinham de familias nobres tambem. Estevainha Rodrigues Teixeira, esposa do D. Pedro Rodrigues Pereira era descendente do Carlos Magno e do Fernando Magno, rei de Leon e Castela. Este eh o mesmo que aparece como bisavo do rei Afonso Henrique de Portugal na quinta sequencia genealogica, no capitulo 5.

Eu gostaria de apresentar algumas sequencias genealogicas que estao no amago da Historia de Portugal. Comecarei por Estevao Coelho que era o pai do Pero Esteves Coelho.

1,290 Estevao Coelho – Maria Mendes Petite
1,330 Branca Pires Coelho – Joao Pires Alvim
1,360 Leonor Alvim – D. Nuno Alvares Pereira, 2o. Condestavel de Portugal
1,380 D. Beatriz Pereira Alvim – D. Afonso, 1o. duque de Braganca

Ai nos podemos ver que: o ancestral Pero Esteves Coelho era irmao de Branca Pires Coelho, que era mae da Leonor Alvim e avo da D. Beatriz Pereira Alvim, que era esposa do D. Afonso, 1o. duque de Braganca. Naquele tempo a nome Braganca ja estava estabelecido em Portugal e somente depois os duques de Braganca o adotaram como sobrenome mas eles tambem ja eram descendentes de ancestrais de Braganca. Vou mostrar a linhagem paterna do D. Afonso.

1,377 D. Afonso, 1o. duque de Braganca – D. Beatriz Pereira Alvim
1,357 D. Joao I, rei de Portugal – Ines Pires
1,320 D. Pedro I, rei de Portugal – Teresa Lourenco
1,291 D. Afonso IV, rei de Portugal – Beatriz, Infanta de Castela
1,261 D. Dinis, rei de Portugal – Santa Isabel de Aragao

Ai a gente voltou aos primeiros reis de Portugal e D. Dinis era filho do Afonso III. Mas D. Joao I nao era para ser rei. O irmao dele, D. Fernando I, era de direito o herdeiro e ele se tornou rei. Mas o problema veio depois porque a herdeira dele era D. Beatriz e ela se casou com o rei Juan I de Castela. Juan exigiu o direito de ser rei de Portugal depois do falecimento do rei Fernando I. Isso iniciou o que eh conhecido como Crise de 1.383 a 1.385. Nisso Castela e Portugal se envolveram numa guerra sangrenta. E o grande heroi da vez foi D. Nuno Alvares Pereira, que era o sogro do D. Afonso, 1o. duque de Braganca. E vamos colocar mais uma sequencia genealogica para mostrar mais uma coisinha.

1,360 D. Nuno Alvares Pereira – Leonor Alvim
1,310 D. Alvaro Goncalves Pereira – Iria Goncalves do Carvalhal
1,280 D. Goncalo Pereira, arcebispo de Braga – Teresa Peres Vilarinho
1,250 D. Goncalo Pereira – D. Urraca Vasques Pimentel

Como podemos ver acima, os bisavos de D. Nuno Alvares Pereira eram os avos de D. Aldonca Vasques Pereira. E o marido dela, Pero Esteves Coelho era tio da Leonor Alvim, a esposa do D. Nuno. Porei mais uma sequencia:

1,377 D. Afonso, 1o. duque de Braganca – D. Beatriz Pereira Alvim
1,402 D. Isabel de Braganaca – D. Joao, principe de Portugal
1,428 D. Isabel, Infanta de Portugal – Juan II, rei de Castela
1,451 Isabel, a Catolica, rainha de Castela – Fernando II, o Catolico, rei de Aragao
1,485 Catalina de Aragao, Infanta de Aragao – Henrique VIII, rei da Inglaterra
1,506 Maria I, rainha da Inglaterra – Felipe II, rei da Espanha

Nessa ultima sequence nos podemos ver algo para assombrar. A rainha Maria I nao teve filhos. O apelido dela era Maria Sanguinaria porque o pai separou a Igreja Anglicana da Igreja Catolica e ela queria restaurar isso. Mas como parte do povo nao queria, isso gerou manifestacoes e, somente de uma vez, cerca de 300 pessoas foram mortas. Felipe II tambem exigiu o direito dele de usar a coroa inglesa e isso resultou no afundamento de sua Armada Invencivel. Naquele tempo era mesmo a Armada mais poderosa do mundo. Mas isso eh outra Historia.

Eu gostaria apenas de falar um pouco mais a respeito do D. Nuno Alvares Pereira e como ele salvou Portugal na Crise de 1.383/85. Ele era jovem e tinha 25 irmaos. Pelo menos duas de suas irmas foram ancestrais do nobre Jose Coelho de Magalhaes que pode ser meu ancestral tambem. Outros de meus ancestrais tem o sobrenome Pereira. Mas nos ainda nao temos os meios para dizer se hao ligacoes entre meus ancestrais Pereira dos anos 1.700 com os anteriores. Apenas observem mais essa sequencia:

1,280 D. Goncalo Pereira – Teresa Peres de Vilarinho
1,310 D. Goncalo Pereira – esposa desconhecida
1,360 D. Brites Pereira – Lourenco Mendes de Vasconcelos
1,400 Rui Mendes de Vasconcelos – Ana Rodrigues Carvalho
1,440 Brites Mendes Carvalho – Fernao da Mesquita, o Velho
1,475 Lopo da Mesquita – Violante Machado
1,500 Joao Lopes da Mesquita – Ana Roiz Sobrinho da Mesquita
1,530 Miguel Sobrinho da Mesquita – Catarina Vaz
1,560 Ana da Mesquita – Semiao Pinto Machado

O ultimo casal ja esta na quinta sequencia do capitulo 5 acima. Eles sao ancestrais do Jose Coelho de Magalhaes. Muitos dos ancestrais deles levam o nome de Vasconcelos. Este vem da Torre de Vasconcelos onde D. Joao Peres de Vasconcelos foi um dos senhores, por volta de 1.220. Ele foi casado com Maria Soares Coelho, filha do Soeiro Viegas Coelho. Ate agora estava mostrando a descendencia do Soeiro por meio do filho: Joao Soares Coelho. Na terceira linha esta D. Brites Pereira que era meio-irma do D. Nuno Alvares Pereira.

O cargo que D. Nuno tinha eh como se fosse um primeiro ministro e ministro da defesa juntos, alem de comandante geral do exercito. Como os Portugueses nao tinham vontade alguma de se tornarem vassalos do rei castelhano houve guerra. As forcas portuguesas eram muito inferiores `as do inimigo. E isso as encheu de confianca. Os castelhanos foram ajudados por franceses tambem. D. Nuno Alvares entao armou uma arapuca e fez seus companheiros esperarem o ataque. Ele escolheu um campo estreito, mais para brejo, para batalhar. Como as forcas inimigas mais pesadas nao tiveram a liberdade de se movimentar como em campos normais de batalha viraram alvos faceis para os portugueses.

D. Nuno certificou-se que nao houvesse escapatoria e ate o povao veio com instrumentos de trabalho para matar os soldados. Historiadores pensam que milhares de nobres foram mortos. Isso baixou o moral do inimigo. Provavelmente, a maioria dos mortos eram da mesma familia que dos portugueses. Depois dessa batalha que ficou conhecida como Aljubarrota (tambem chamada de Padeira) ele organizou muitos ataques rapidos no territorio inimigo para assegurar que nao houvesse reacao. Claro, ele venceu a guerra. O reconhecimento da Independencia Portuguesa foi assinado em 1.411, no Tratado de Ayllon. E D. Joao I que nao era para ser rei ganhou o trono e a coroa de rei.

Presentes estavam 200 soldados da Inglaterra. Eles estavam armados de bestas e fizeram alguma diferenca a favor dos portugueses. Desde entao, Portugal e Inglaterra tem um Tratado de ajuda mutua contra invasoes externas. Eh com certeza o mais antigo do genero no mundo.

Coincidentemente, D. Nuno Alvares Pereira morreu de causas naturais no mesmo dia que Joana d’Arc foi executada.

D. Joao I casou-se com Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra. Depois o sobrenome dela foi adotado em Portugal como Lancastre. A Familia Lancastre de Portugal eh descendente direta dos Lancaster da Inglaterra. Mas essa segunda dinastia em Portugal durou pouco. Portugal continuou recebendo e enviando noivas e noivos para os reinos espanhois e, em 1.560, a situacao se repetiu. A diferenca eh que neste tempo o rei da Espanha foi o poderoso Felipe II, que foi casado com a Maria I, rainha da Inglaterra.

As linhagens sucessorias em Portugal seguiram nem sempre observando a primogenitura. D. Manuel I subiu ao trono. Ele foi chamado de o Venturoso. Isso foi porque ele herdou o trono sem ter sido o primeiro da linha. Depois vieram as Grandes Descobrimentos no seu tempo. Vasco da Gama transpos o Cabo da Boa Esperanca na Africa do Sul abrindo o Caminho para as Indias aos interesses comerciais portugueses e Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil.

Mas isso era bom demais. Ele foi pai do proximo rei, Joao III, que foi pai da Maria, Infanta de Portugal, que tinha sido a primeira esposa do Felipe II, rei da Espanha. Joao III, rei de Portugal teve um primogenito com o nome de Joao. E este foi o pai do D. Sebastiao. Sebastiao tornou-se rei mas era um tanto quanto lunatico e resolveu reeditar as Cruzadas e reuniu seus exercitos com a intencao de conquistar o territorio dos mouros no Norte da Africa. La ele desapareceu sem deixar um primogenito. Felipe II viu nisso sua oportunidade de conquistar Portugal, unificando as duas coroas. Ele quase nao encontrou resistencia.

Somente 80 anos depois, de 1.560 ate 1.640, a soberania do Reino de Portugal foi restaurada. O novo rei foi D. Joao IV. Este quarto Joao, rei de Portugal, era tambem o oitavo duque de Braganca. Voltando `a linhagem, ele era pentaneto do D. Afonso, 1o. duque de Braganca e de D. Beatriz Pereira Alvim, a filha do D. Nuno Alvares Pereira.

Alem do nome Coelho estar envolvido na genetica dos reis de Portugal, as mulheres que se casaram com os duques de Braganca tinham ancestrais que tambem eram ancestrasi das linhagens que originaram Jose Coelho de Magalhaes. E por volta de 1.820 a familia real portuguesa foi dividida em dois ramos. Um manteve-se no reino de Portugal e outra se estabeleceu no Brasil. Mais tarde a Republica foi proclamada no Brasil, em 1.889, enquanto em Portugal so veio em 1.910.

Na Espanha nos temos os mesmos nomes de familia que em Portugal. Algumas eh dito que foram traduzidos de uma lingua para outra. Ate do Coelho eh dito que virou Conejo, que eh o mesmo Coelho dos dois lados. Os portugueses tambem usam nomes importados da Espanha. Exemplos disso sao: Menezes, Gurgel, Ponce de Leon, Lima, Bezerra, Lara, Maldonado e muitos outros. Um que eu nunca vi no Brasil eh o Bivar. Ele aparece no nome do D. Rodrigo Diaz de Bivar. Ele tinha o apelido de El Cid. Tambem, Matamouros. (Matador dos mouros). Algo que nao soma nada ao nosso orgulho mas ele eh tambem ancestral do Jose Coelho de Magalhaes. El Cid eh mencionado no video “Islam, Imperio da Fe” produzido pelo http://www.pbs.org.

Gostaria de adicionar mais um evento da Historia Portuguesa neste capitulo, com a intencao mais de mostrar uma curiosidade genealogica. Um nome da Historia da Peninsula Iberica sempre lembrado eh o de Ines de Castro. Castro tambem eh nome nobre da Espanha e de nossos ancestrais. Porem, ninguem sabe quem ela eh.

Para comecar, leiamos um extrato da Wikipedia: “Ines foi para Portugal em 1.340 como dama da Infanta Constanca de Castela, recem-casada com o principe Pedro, o primogenito do rei portugues. O principe se apaixonou por ela e comecou a deixar de lado sua legitima esposa, pondo em perigo as ja fracas relacoes com Castela. Para complicar, o amor de Pedro por Ines levou nobres Castelhanos ali exilados para as proximidades do poder, com os irmaos da Ines se tornando amigos do principe e seus conselheiros de confianca. O rei Afonso IV de Portugal, pai do Pedro, nao gostava da influencia da Ines sobre o filho e esperou que o entusiasmo mutuo acabasse, mas isso nao aconteceu.”

Afonso IV fez de tudo para separar o casal mas nao conseguiu. Entao, ele deu ordens a tres de seus confidentes para matar Ines. Um deles foi o Pero Esteves Coelho, que seria nosso ancestral. Pedro deu a palavra ao pai que nao se vingaria o assassinato. Porem, depois que ele subiu ao trono do pai foi justamente isso que ele fez. Capturou dois dos executores e os matou, abrindo a caixa toracica e tirando os coracoes com as maos, em exibicao publica. Isso foi para simbolizar o proprio coracao partido.

Estas passagens foram conservadas pelo poeta Luis Vaz de Camoes no seu epico memoravel, Os Lusiadas. Todos os elementos da trama estao la e eu penso que o Shakspeare usou isso como inspiracao da novela: Romeu e Julieta. A genialidade dele esta no fato de ter amaciado os fatos e transposto a estoria para outro cenario. Nao digo que ele copiou Camoes. Mas, como de costume, todo artista eh inspirado pelo trabalho de outros. Foi melhor mesmo ele ter amaciado os fatos porque a verdade foi muito mais cruel. Se os escritos tivessem sido muito parecidos com os fatos ele poderia se colocar em risco, por causa das relacoes diplomaticas entre Portugal e Inglaterra.

Porem, de alguma forma a Historia eh melhor que a novela. Quem tiver a curiosidade, a Internet esta repleta de outras informacoes.

Meu objetivo nao eh, em momento algum, mostrar que sou descendente das familias reais e nobres europeias. Nao penso que isso me traria nenhum beneficio. O que desejo mostrar eh que: nao sou so eu quem sou. Desde que as Americas foram colonizadas pelos europeus, acredito que, a maioria absoluta das pessoas nascidas nas Americas, com ligacoes com as familias europeias, eh inquestionavelmente descendente das familias reais e nobres europeias. Isso nao nos garante outro privilegio senao, de alguma maneira, sermos primos.

08. SECULOS E PESSOAS QUE DESENHARAM A NOSSA HISTORIA EM COMUM

Comumente a Historia dos Estados Unidos eh apresentada como uma extensao da Historia Inglesa. Mas isso eh mais uma consequencia do que estava acontecendo na Europa como um todo e tem pontos comuns com a Historia do Brasil, apesar do Brasil tambem nao existir como pais autonomo naquela epoca.

Cada evento maior da Historia Europeia dos ultimos seculos da Idade Media deixou marcas em nossa Historia comum. Primeiramente, no final da Idade Media tinhamos a poderosa Igreja Catolica dominando tudo da vida coditiana na Europa. No seculo XIII aparecem descontetamentos com os desvios de comportamento dos clerigos em relacao ao compartamento que deveriam ter. O clero eh o poder dominante mas permite `a aristocracia exerce-lo em seu nome. A Igreja transformou-se num caso incestuoso onde era a mae que gerava a aristocracia e juntos eles geravam a proxima geracao de aristocratas.

A populacao sob o poder deles nao passava de escrava. Muitas ideias novas, inclusive as religiosas, eram julgadas como simples heresias. A Igreja nao prestou atencao nos anseios nem das almas nem dos corpos. A Igreja considerava seu proprio pensamento acima de todo e qualquer pensamento diferente. Foi instituido o Tribunal do Santo Oficio, comumente conhecido como Inquisicao. Isso significava que, nao importava o que voce fez, voce poderia ser acusado de heresia se isso envolvesse duvidas em relacao a religiao ou autoridade. Tudo virou: “Mandado por Deus”.

Outro capitulo de interesse foi a Renascenca. Os historiadores classificam isso como um movimento intelectual entre os seculos XIV e XVII. Ele teria comecado e nos vindo da Italia, trazendo mudancas na “literatura, filosofia, arte, politica, ciencia, religiao, e outros aspectos da busca racional”, como esta descrito na Wikipedia. Embora essa seja a importante para nos, nos tivemos uma Renascenca anterior, dentro do Imperio Muculmano.

Os Muculmanos ja haviam traduzido muitos textos antigos de origem latina e grega. E eles foram os que ja os aplicavam nas artes e vidas. Foi levando algum conhecimento renascido para a Peninsula Iberica que causaram a comparacao do Imperio deles como luz em contraste com o resto da Europa como total escuridao nos primeiros seculos da Idade Media. Eh por isso que a Idade Media tambem eh conhecida como uma era inculta.

E eu penso que foi por esta razao, da Europa estar culturalmente atrasada em relacao ao mundo muculmano, que a Reconquista da Peninsula Iberica demorou tanto. Depois de se estabelecerem la e demonstrarem ser um poder mais tolerante e mais justo, para a epoca, em relacao ao povo pobre, o povo nao tinha razao para revoltas sabendo que, a revolta significaria uma queda de paz em suas vidas.

Para lancar o povo contra os senhores muculmanos, o estrategistas cristaos lancaram mao de uma serie de demonizacoes, inclusive acusando Adb al Rahman III ibn Muhammed, o Grande, de ser homossexual. Eles se aproveitaram do fato que, o lider muculmano tinha mandado executar um jovem cristao, Pelagio, porque ele se recusou se converter ao Isla. Isso tambem eh deploravel, mas os cristaos nunca sentiram vergonha de terem praticado o mesmo aos de outras fes. Nos sabemos o que se fez contra os pagaos, judeus e inclusive aos muculmanos naquele tempo. Entao, acusar ao Abd al Rahman de homossexualismo era a forma de manipular a horda ignara da Idade Media. Isso continua, apesar de nao ser mais um bicho-de-sete-cabecas para a maioria de nos hoje.

Outro capitulo vinculado sao as cruzadas. As cruzadas serviram como cortina de fumaca usada pela Igreja Catolica para desviar a atencao dos malfeitos da administracao dela. Esta eh uma pratica antiga, usada pelos maus governantes. As Cruzadas nao sao exatamente o que se diz delas. Nos tivemos perto de 12 cruzadas contra o poder muculmano sobre Jerusalem e cerca de tres duzias contra eles na Peninsula Iberica e contra europeus que tinham crencas diferentes dos dogmas catolicos. Inclusive, os catolicos da Peninsula Iberica foram dispensados de lutar contra os muculmanos em Jerusalem porque eles ja estavam na luta para recuperar seu territorio.

Mas o tiro da Igreja saiu pela culatra. Durante as Cruzadas os soldados europeus aprenderam um sistema melhor de vida e levaram a licao para casa. Nas bagagens levaram conhecimento novo e gosto por mercadorias que a Europa nao oferecia. Mesmo apos o fim das Cruzadas por Jerusalem nos ultimos anos do seculo XII o comercio ja estabelecido continuou. Os muculmanos tinham o controle do comercio com a Asia e a Africa mas os italianos foram os que intermediaram com o resto da Europa.

E eh nesse contexto que europeus comecam a buscar o conhecimento humanistico que levou `a quebra do monopolio da Igreja. Os clerigos e a aristocracia eram os unicos capazes de produzir e consumir conhecimento e produtos caros. E a populacao comeca a multiplicar-se em numero e riqueza. A urbanizacao da populacao que antes vivia em maioria no campo eh a responsavel pelo surgimento de uma classe nova, os burgueses. O termo se refere a morador urbano.

O uso e a producao do papel que os muculmanos ja comercializavam com a China e a invencao da imprensa por Gutemberg foram as precondicoes para tornar o conhecimento mais atingivel pela crescente populacao de estudantes. Maior conhecimento tambem resultou em mais universidades disponiveis.

O povo portugues estava ha muito tempo tentando fazer a navegacao oceanica e nisso o grande nome eh o principe Henrique, o Navegador, filho do rei D. Joao I e de Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra. Ele dedicou-se a vida inteira `a causa da navegacao e isso deu retorno. No principio eles comecaram a navegar as costas africanas onde, em 1.415, conquistaram Ceuta das forcas mouras. Naquele tempo tambem solicitaram permissao ao papa para escravizar os muculmanos conquistados e a autorizacao foi dada. Posteriormente, essa permissao foi reinterpretada para justificar a escravizacao dos africanos subsaarianos.

Durante o seculo XV os portugueses tambem descobriram os Arquipelagos da Madeira e Acores. Ai esta o inicio das Grandes Descobertas e a colonizacao a partir da Peninsula Iberica. Em 1.498, Vasco da Gama realizou o maior dos sonhos ibericos descobrindo o Caminho das Indias via navegacao oceanica. Em 21 de abril de 1.500, o capitao Pedro Alvares Cabral descobre o que sua tripulacao pensou ser uma ilha mas eles haviam chegado ao Brasil. Depois o engano foi corrigido mas a coroa portuguesa se entregou inteiramente `a exploracao das riquezas mais imediatas atraves do comercio com a Asia. O Brasil ficou 50 anos sem desperta-lhe o interesse.

Do lado da Espanha, os monarcas Fernando II, o Catolico, rei de Aragao e sua esposa, Isabel, a Catolica, rainha de Castela, concluiram a Reconquista da Espanha, tomando o ultimo reino muculmano, Granada, em 1.492. Em 1.494 eles tiraram a sorte grande quando Cristovao Colombo chegou `as Americas, navegando para o oeste, ao contrario de encontrar as Indias como ele estava querendo. No mesmo ano, Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Tordesilhas garantindo a partilha das Americas para os dois. A porcao de Portugal nao era mais que o que hoje eh o Nordeste Brasileiro quase todo e a metade do Sudeste. Isso eh perto de um quarto das terras brasileiras atuais mas eh duzias de vezes maior que Portugal.

Agora precisamos usar nossos cerebros para entendermos a situacao. Logo apos estes fatos o trabalho duro de Portugal estava rendendo. A Espanha estava afogada na incompetencia dos administradores dela. Eles tinham conquistado Granada e logo depois o que fizeram foi matar ou escravizar um quinto da populacao muculmana. Dois quintos foram expulsos para o dominio mouro no Norte da Africa. Os dois quintos restantes foram perseguidos de tal maneira que se exilou posteriormente. Eles fizeram o mesmo aos judeus. E estes migraram para lugares mais tolerantes, onde atualmente eh Holanda, Belgica, Luxemburgo, Alemanha, Polonia e outros paises por perto. Mais tarde a descendencia deles ira arrepender-se dessa escolha mas ninguem imaginava o que estava por vir.

Como eu ja disse antes, Portugal tinha nao mais que 1.7 milhoes de habitantes naquele tempo. A Espanha expulsou perto de 1 milhao, o que era uma parte consideravel da sua populacao. Entre os expulsos, mortos e escravizados estavam a maioria dos artesaos e comerciantes. Ela usou a religiao como desculpa para fazer isso. Mas o que eles queriam mesmo era ganhar dinheiro rapido para financiar a exploracao das promissoras novas colonias.

Isso eh o que a gente sempre ve na Historia. Maus governantes nao olham as consequencias. Se os governos estao numa maior necessidade de dinheiro o primeiro pensamento eh: de quem nos vamos tomar? Os muculmanos e judeus foram as primeiras vitimas dos descobrimentos espanhois. Os amerindios e africanos foram afetados logo depois. Porem como a gente vera depois, o povo da Espanha tambem virou vitima da loucura dos seus reis.

Nao mencionei antes mas havia outro grande acontecimento ajudando a desenhar a nossa Historia a partir do seculo XV em diante. Comecou com as criticas do Eramus de Rotterdam contra o mau comportamento dos clerigos. A intencao dele era mudar o comportamento interno na Igreja. Porem o orgulho dos clerigos era demais para permitir isso. Depois dele chegaram outros como Martinho Lutero e Joao Calvino (Jean Cauvin) que eram mais explicitos em suas criticas ao velho estilo da Igreja Catolica. A atitude deles levou ao movimento chamado de Reforma. E ate o Lutero arrependeu-se da desordem que sem querer o criticismo dele provocou.

No passar dos seculos a Igreja Catolica fingiu-se de surda diante dos pedidos do povo para mudar. Ela monopolizava o conhecimento e a interpretacao das Escrituras Cristas. Os livros eram escritos apenas em Latim, que era uma linguagem morta, a nao ser dentro do meio sacerdotal. Os proprios religiosos que atendiam aos grotoes nao conheciam todos os aspectos da linguagem. Assim, quando Lutero traduziu a Biblia para a linguagem corrente, muitas pessoas puderam ver a diferenca entre o que estava escrito do que era ensinado.

A Reforma ganhou forca a partir dai. Tivemos muitos conflitos dentro da Europa e parte dos principes e reis viram nela a oportunidade de sair do controle do Vaticano. Basicamente, a Reforma lhes deu a oportunidade de terem uma religiao nacional em maos, para usa-la segundo os proprios interesses. Mais tarde isso leva ao surgimento dos Despotas Esclarecidos que foram reis que pensavam que poderiam fazer o que quizessem, sem prestar contas a ninguem, senao a Deus. Exemplos de reinos que se separaram da influencia do Vaticano com a Reforma foram: Suecia, Finlandia, varias partes da Alemanha, Inglaterra e varios outros. Exemplos dos que se opuseram `a Reforma: Portugal, Espanha e Italia.

E os reis daquelas nacoes vincularam a bagunca logo depois do inicio da Reforma `a alfabetizacao. Assim, despresar a educacao transformou-se num instrumento nas maos deles para dominar as proprias populacoes. Eles mantiveram o latim nos textos biblicos e o povo no analfabetismo. Este eh um dos fatos que repercutiram negativamente contra os povos daqueles paises e suas colonias. A desordem nao foi uma consequencia direta da Reforma mas sim das cabecas duras dos papas e reis.

Para que eu faca este capitulo ficar mais interessante, precisarei postar mais duas sequencias genealogicas. A primeira eh um dos exemplos de como o rei Fernando II era descendente dos reis de Portugal.

1,261 D. Dinis, rei de Portugal – Santa Isabel of Aragao
1,290 D. Constanca, Infanta de Portugal – Fernando IV, rei de Castela
1,311 Alfonso XI, rei de Castela – Leonor Nunez de Guzman
1,335 Fradique Alfonso de Castela – esposa desconhecida
1,354 Alfonso Enriquez de Castela – Juana Mendoza de Ayala
1,390 Fradique Enriquez de Castela – Mariana Ayala de Cordoba
1,425 Juana Enriquez – Juan II, rei de Aragao
1,452 Fernando II, o Catolico, rei de Aragao – Isabel, a Catolica, rainha de Castela

A segunda vem dos ancestrais do rei Felipe II. Isso nos ajudara a explicar alguns vinculos entre as Historias dos Estados Unidos, Peninsula Iberica e Brasil.

1,357 D. Joao I, rei de Portugal – Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra
1,391 D. Duarte, rei de Portugal – Leonor, Infanta de Aragao
1,434 D. Leonor, Infanta de Portugal – Friedrich III, kaiser des Heiligen Romischen Reiches
1,459 Maximilian I von Osterreich – Marie, duquesa da Bourgogne
1,478 Philipp I der Schone, Erzherzog von Osterreich e rei de Castela – Juana, a Louca, Rainha de Castela
1,500 Karl V, Kaiser des Heiligen Romischen Reiches e rei da Espanha – D. Isabel, Infanta de Portugal
1,527 Felipe II, rei da Espanha – D. Maria/Maria I/Elisabeth of Valois/Anna von Osterreich

Agora, o que temos aqui!? Felipe II teve quatro casamentos estrategicos que o colocaram na via sucessoria de outros paises. Sua primeira esposa, Maria, era filha do D. Joao III, rei de Portugal. Maria I era a Rainha da Inglaterra. Elisabeth de Valois era princesa da Franca, filha do Henrique II, rei da Franca. A Anna era filha do kaiser, Maximiliano II. A mae do Felipe, D. Isabel, era filha do D. Manuel I, o Venturoso, rei de Portugal. E a avo dele, Juana, a Louca, era filha do Fernando II, o Catolico e Isabel, a Catolica. Viche Maria! Isso eh algo de se levar em conta!

O pai do Felipe, Carlos V, Imperador do Sacro Imperio Germanico, estava na linha de frente da oposicao contra a Reforma. E ele apenas seguiu os passos dele.

Depois que a Reforma nao tinha mais volta a Igreja Catolica e os reis que se opuseram a ela tentaram fazer a Contra-Reforma. E a Igreja Catolica tambem foi reformada mas, mesmo que isso tenha feita dela uma Igreja melhor do que era antes, a mudanca nao foi suficiente para recuperar o poder perdido. Os paises que haviam adotado ramos religiosos novos nao retornaram ao catolicismo, exceto por Polonia, Bohemia, Hungria, partes da Holanda, Franca e o sul da Alemanha. Entre as mudancas aprovadas pela Contra-Reforma foi a criacao da Ordem dos Jesuitas por Ignacio de Loyola.

Como o Velho Mundo nao era mais um monopolio da fe na Igreja Catolica os Jesuitas foram usados como ponta de lanca na catequizacao do Novo Mundo. E, `a medida que o dominio espanhol e portugues ganhou o mundo, o catolicismo foi levado junto.

Eu tenho que voltar a um assunto importante. A Inquisicao Espanhola. Inquisicao ja fora usada pela Igreja Catolica na Idade Media. Para o bem ela havia sido desativada. Mas os reis catolicos, Fernando II de Aragao e sua esposa Isabel de Castela chantagearam o papa para autoriza-los a ter esse instrumento nas maos para usar contra seus inimigos. Eles disseram ao papa que, se eles nao recebecem o que queriam repatriariam os soldados que estavam protegendo os interesses do Vaticano.

Como o papa ficou numa posicao inferior ele concordou, porem, arrependeu-se porque a Inquisicao Espanhola foi usada tambem contra bons cristaos. A permissao tinha o intento de dar poderes aos reis de julgar os judeus e muculmanos convertidos `a forca, em caso deles retornarem a suas fes antigas. Os reis haviam decidico a conversao mandatoria dos praticantes das outras fes pelo decreto que estabelecia: a conversao seria obrigatoria e a opcao seria a de mudar-se para fora do alcance do poder deles. Muita gente aceitou ser batizada como crista mas praticava suas fes, secretamente.

Mas a Inquisicao espanhola nas maos do Tomas de Torquemada, o antigo confessor da rainha Isabel, passou a servir de instrumento de terror contra qualquer oposicao. E isso enviou parte do povo espanhol para outros cantos do planeta so porque ela era judia ou muculmana.

Mais tarde eu terei que retornar a esse assunto. Nos nossos dias temos parte da populacao americana tentando mandar de volta 12.000.000 de imigrantes sem documentos como se isso fosse a coisa certa a fazer para resolver os problemas de nossa economia. Ela tem sido enganada por falsos profetas e falsas profecias. Mesmo o presidente dos Estados Unidos, o sr. Barack H. Obama e o pessoal dele, por volta de 2,5 anos no governo, estao aceitando essa maneira torta de enxergar as coisas e ja deportaram cerca de 1.000.000 de cidadaos uteis sem documentos. Nos ja estamos tomando o retorno disso na cara.

Recentemente o sr. Obama suspendeu a deportacao massiva numa tentativa de revisao de cada caso, alegando que a administracao deseja devolver somente os envolvidos em crimes. A suspeita eh a de que ele esteja usando essa estrategia para nao perder os votos dos imigrantes nas eleicoes do ano que vem. A verdade eh essa, em suas palavras parece que o presidente entende os riscos dos Estados Unidos perderem tamanha populacao mas pela postura do governo dele parece tudo palhacada.

A prova de que o D. Manuel I, o Venturoso, nao era tao venturoso esta nos casamentos. Ele teve tres esposas. A primeira foi Isabel de Aragao e Castela; a segundo foi Maria de Aragao e Castela. As duas eram irmas e filhas do Fernando II com a Isabel. A terceira foi Leonor da Austria, princesa da Espanha. Ela era filha do Carlos V, o Kaiser e rei da Espanha, e que tambem era pai do Felipe II, rei da Espanha. Assim, ele nao estava cercado apenas pelas fronteiras com a Espanha mas tambem pelos casamentos.

E uma das condicoes para o casamento dele foi a de que ele teria que fazer o mesmo que os reis da Espanha, em Portugal. D. Manuel I nao tinha vontade para expulsar o povo portugues. Mas nao podia ficar sem fazer nada. Os portugueses eram mais liberais nesse assunto e permitiram aos judeus migrarem para suas colonias, incluindo o Brasil. Eh provavel que neste tempo a populacao muculmana portuguesa fosse muito pequena porque Portugal ja havia reconquistado seu territoria ha muito e os que nao se haviam convertido naquela primeira hora devem ter-se mudado para os territorios muculmanos na Espanha.

Portugal foi o responsavel pelo inicio das Grandes Navegacoes e, como o proverbio brasileiro nos ensina, “matou dois coelhos com uma so cajadada”. Aos poucos e sempre, o comercio mundial foi deslocado das cidades italianas e muculmanas em torno do Mediterraneo para Lisboa. As cidades estado na Italia tinham o monopolio antes para comercializar com os muculmanos.

A Espanha tinha uma parte nisso porque Granada era parte do Imperio Muculmano. Quando Fernando II e Isabel conquistaram Granada e passaram a perseguir os muculmanos por causa da fe, isso voltou-se contra suas economias. Lisboa virou o porto que atraia os mercadores antes residentes na Italia e no mundo muculmano. Essa eh a primeira migracao na Historia em que pessoas ricas migraram para novos lugares em busca de novas oportunidades. Normalmente, migracao esta relacionada aos pobres e perseguidos.

O ambiente que eles encontraram em Portugal era diferente do que tinham na Italia. Em Portugal e na Espanha os reis estavam procurando negocios que pagassem impostos e desejavam o monopolio para o Estado. Mas na Italia ja estavam praticando as primeiras nocoes de capitalismo. Eles tinham bancos e ja trabalhavam com papeis. O unico lugar onde encontraram um ambiente economico parecido foi nas cidades que hoje estao na Holanda. As cidades la pareciam com as Cidades Estados da antiga Grecia.

Holanda era apenas um Condado, territorio da Burgonha. Mas ela foi herdada por Carlos V, o kaiser do Sacro Imperio Germanico e rei da Espanha. Carlos V havia resistido `a Reforma mas nao teve a capacidade de impor a propria vontade. Parte do reino dele era liberal em relacao a religiao. Assim, protestantes, judeus e catolicos eram livres para comercializar em cidades como Amsterdam e Rotterdam como tambem praticar suas religioes. E esta parte do Imperio foi dada a Felipe II, como um presente do pai dele, Carlos V.

Um sinal da importancia dos italianos no comercio e navegacao transcontinentais esta nos nomes de alguns dos exploradores nas Grandes Descobertas. Como sabemos, Cristovao Colombo eh creditado como o primeiro capitao a trazer uma frota ao Mundo Novo. Americo Vespucio estava na frota capitaneada por Pedro Alvares Cabral que aportou no Brasil. E Giovanni da Verrazzano foi o primeiro navegante na Costa Atlantica da America do Norte, a servico da Franca, em 1.524, quando ele entrou na Baia de Nova York e Baia de Narragansett, Massachusetts. Martin Waldssemuller deu nome Americas aos Novos Continentes no Mapa do Mundo dele, de 1.503, in Lorraine, apos latinizar o nome Amerigo, homenageando Vespucio.

O publico geral teve noticia da descoberta do Mundo Novo somente em 1.503, atraves da publicacao de uma carta atribuida a Amerigo Vespucci. Nunca devemos nos esquecer que, no tempo das Grandes Navegacoes, os marinheiros eram como os astronautas de hoje. O que eles encontraram pode ser comparavel a descobrir um novo planeta, cheio de plantas alienigenas, cheio de animais alienigenas e cheio de civilizacoes alienigenas. E o regime de secredo servia ao monopolio da exploracao.

Colocarei mais duas sequencias genealogicas. A primeira eh de Nicolau Coelho. Ele foi piloto de navio e navegou na expedicao de D. Vasco da Gama. Quando regressaram ele estava tao exaltado com a descoberta que partiu na expedicao de Pedro Alvares Cabral que chegou ao Brasil. Posteriormente ele faleceu, em 1.504, retornando da India, possivelmente na costa de Mocambique. O navio desapareceu.

1,450 Nicolau Coelho – Brites Rodrigues de Ataide
1,420 Pedro Coelho – Luisa de Gois
1,400 Catarina de Freitas – Fernao Coelho, I senhor de Felgueiras e Vieira
1,380 Mecia Vaz Sampaio – Martim Fernandes de Freitas
1,360 D. Maria Pereira – Vasco Pires de Sampaio
1,370 D. Maria de Menezes – Alvaro Pereira
1,330 D. Afonso Telo de Menezes – esposa desconhecida
1,310 D. Guiomar Lopes Pacheco – D. Joao Afonso Telo de Menezes
1,290 D. Maria Rodrigues de Vilalobos – D. Lopo Fernandes Pacheco
1,260 Rui Gil de Vilalobos – Teresa Sanchez
1,240 Maria Diaz de Haro – D. Rui Gil de Vilalobos
1,220 Lope Lopez de Haro, el Chico – Berengaria Gozalez Giron
1,190 Urraca Alfonso de Leon – Lope III Diaz de Haro
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela – Inez Iniguez de Mendonza
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal – Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mahaut de Savoie

Bem, nao penso ser necessario repetir o que vem depois. Na terceira linha dessa sequencia genealogica nos podemos ver os nomes de Catarina de Freitas e Fernao Coelho. No capitulo 5 eles aparecem como ancestrais do meu suposto ancestral, Jose Coelho de Magalhaes. Ha algum tempo eu olhei no site geneall.net – Portugal para verificar se Nicolau Coelho tinha o nosso sangue nas veias e o sitio nao mostrava. Agora parece que foi feita a atualizacao. Isso eh novo para mim inclusive. Nesta linhagem nos podemos apontar varios outros ancestrais comuns como no sobrenome Pereira da bisavo de Nicolau que vem dos mesmos ancestrais do D. Nuno Alvares Pereira.

Somente uma reserva nessa sequencia. Se olharmos as datas antes dos nomes nos vamos ver algo incoerente na sequencia porque parece que, D. Maria de Menezes teria nascido depois da filha, D. Maria Pereira. Mas isso acontece por as datas virem de documentos diferentes e nem sempre de certidoes de batismos. Algumas datas sao estimativas porque nem todos os nossos ancestrais foram registrados ou tiveram certidoes de batismo que sobreviveram. O mais comum eh que as datas foram retiradas de registros de casamentos.

Vamos colocar algo da sequencia genealogica de Pedro Alvares Cabral:

1,468 Pedro Alvares Cabral – D. Isabel de Castro
1,433 Isabel Gouveia de Queiroz – Fernao Cabral
1,405 Joao Gouveia de Queiroz – Leonor Fernandes Coutinho
1,380 Leonor Alvares de Queiroz – Vasco Fernandes Gouveia
1,350 D. Elvira de Castro – Fernao Goncalves de Queiroz
1,310 D. Alvaro Pires de Castro – Maria Ponce de Leon
1,290 Pedro Fernandes de Castro – Aldonca Lourenco de Valadares
1,270 Violante Sanchez – Fernando Rodrigues de Castro
1,250 D. Maria Afonso Teles de Menezes – Sancho IV, rei de Castela
1,225 D. Afonso Teles de Menezes – Maior Gonzalez de Giron
1,205 D. Teresa Sanchez – Alfonso Tellez
1,154 D. Sancho I, rei de Portugal – D. Maria Pais Ribeiro
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mahaut de Savoie

Para simplificar os nossos dados aqui eu nao mencionei os muitos titulos estas personalidades usaram. Porem, como eu pesquisei a fundo os ancestrais do Jose Coelho de Magalhaes, notei muitos outros vinculos entre os ancestrais dele e essa turma de figuras historicas. Um exemplo de outro ancestral comum que os navegantes partilham eh D. Alfonso IX, presente na linhagem do Nicolau Coelho. Ele foi ancestral do Sancho IV, rei de Castela, presente como ancestral do Pedro Alvares Cabral.

Outra personalidade importante em nossos livros de Historia eh Fernao de Magalhaes, o navegante. Ele era o capitao da frota que circunavegou a Terra pela primeira vez na Historia. Ele morreu durante a viagem, em 1.524, mas o nome dele permaneceu como quem fez isso. Ele tambem descende de varios dos ancestrais acima. E tambem era descendente direto de D. Afonso III de Portugal em parceria com Maria Peres de Enxara.

Com respeito a Vasco da Gama, o navegador mais conhecido mundialmente daquele tempo, nao temos dados dizendo que tivesse vinculos familiares com as familias nobres e reais. Mas a esposa dele, Catarina de Ataide, tinha. Ela era descendente do Egas Moniz, o Aio, assim como do Carlos Magno, Hugo I Capet, rei da Franca e Fernando I Magno, rei de Leon e Castela. Pelo lado do Egas Moniz, ela era da linhagem que criou o nome de familia Fonseca (fonte seca). D. Vasco da Gama tornou-se o segundo Vice-Rei da India. Apesar de nao ser atraves deles, eu encontrei na Internet uma familia de la com a assinatura Fonseka e eles clamam ser descendentes do Fonseca portugues.

O fato de os maiores exploradores portugueses terem sido de familias nobres indica-nos que: o segredo da exploracao estava em curso. E isso era usado para evitar a competicao com outros paises. Desde o principio, Portugal e Espanha fizeram de tudo para manter o monopolio da colonizacao do Mundo Novo. Mas, como os Brasileiros dizem: o que eles queriam era “abracar o mundo com as pernas.” O mundo era grande demais para o tamanho pequeno da populacao da Peninsula Iberica. E os reis da Espanha, com o orgulho e preconceito deles, perderam a oportunidade de terem um melhor lugar na Historia para eles proprios.

10. O INCIO DE NOVA IORQUE E ESTADOS UNIDOS

Antes de entrar no assunto temos que relembrar um pouco da Historia comunitaria das Americas. Antes de 1.600, as Americas eram praticamente um monopolio da Espanha e Portugal. E logo depois das novas descobertas elas nao estavam dando retorno pelos custos dos descobrimentos. O que incentivou a maioria das expedicoes nos primeiros momentos era a busca pelo Caminho das Indias, como os portugueses e espanhois chamavam a Asia. Portugal ja estava lucrando via contorno da Africa. E exceto pela exuberante diversidade biologica eles pensaram que as Americas nada mais tinham a oferecer. A mencao ao: “Em se plantando tudo da” pelo correspondente da expedicao de Cabral, Pero Vaz de Caminha, nao havia sido levada em consideracao ainda.

Assim, `a medida que as dificuldades iam se multiplicando, o uso da imaginacao tambem explodia. Tres lendas comecaram a povoar as mentes dos aventureiros naquele tempo. Uma era a Fonte da Juventude. Com origem na mitologia grega, como se fosse possivel ter uma nascente que nos desse vida eterna em nossos corpos. A segunda era da “El Dourado” ou a cidade de ouro. E a terceira era a “Serra das Esmeraldas”.

Nos primeiros dias da exploracao, Juan Ponce de Leon veio `as Americas na segunda viagem do Cristovao Colombo. Ele era um ex-combatente da Guerra da Reconquista e tinha ajudado `a Espanha na luta por Granada. Seguindo instrucoes dadas pelos caribenhos ele conquistou Porto Rico. Foi estabelecido como governador da ilha mas foi deposto pelos adversarios politicos. Continuou seguindo seus sonhos e chegou a Ilha de Bimini, nas Bahamas, na pista de uma lenda nativa da Fonte da Juventude por la. Nesta viagem ele experimentou a Corrente do Golfo, que eh uma forte corrente que sai do Golfo do Mexico indo `a Europa, posteriormente usada para impulsionar os barcos a vela em retorno para o Velho Continente.

De Bimini ele continuou na busca pela Fonte da Juventude e acabou indo `a Costa da Florida. O nome Florida veio do tempo em que ele descobriu o lugar que era a Pascoa (Pascua Florida, em espanhol). O nome tambem esta ligado `a riqueza vegetal. Florida em ingles eh Blossom e nao deveria ser pronunciada com acento na primeira silaba desde que o nome nao foi traduzido. Flores e Flowers sao sinonimos em espanhol e ingles. Juan Ponce de Leon nunca encontrou o que procurava e morreu em consequencia de uma flechada indigena, em 1.521, depois de ser retirado da Florida para Cuba.

Mais de 20 anos depois da descoberta, Vasco Nunez de Balboa foi o primeiro a encontrar a passagem do lado atlantico para o Pacifico. Ele cruzou o Istimo do Panama em 1,513, abrindo o caminho para os espanhois conquistarem as costas a oeste das Americas.

Somente em 1.519, Hernan Cortez, com esperteza e ajuda dos inimigos dos Maias, conquistou a Cidade do Mexico e seu Imperio. Imediatamente a seguir as riquezas que os reis espanhois tanto queriam comecaram a fluir. A Civilizacao Maia ja ha muito sabia trabalhar metais preciosos e gemas. Entao, sem precisar trabalhar para ganha-los, os espanhois assaltaram os cofres dos outros.

Desde que a passagem atraves do Istimo do Panama estava aberta, isso facilitou aos espanhois fazer contato com os incas, em 1,532, que viviam nos Andes. E Francisco Pizarro conquistou a populacao e levou mais riquezas para a Espanha.

Mas o que mais excitou a imaginacao europeia foi a viagem desastrosa feita por Francisco de Orellana e seus companheiros. Ele tentou algo diferente para a epoca. Do Peru eles viajaram ao interior da Floresta Amazonica. Eles desmontaram seus barcos, carregaram-nos pelas montanhas e floresta ate encontrar rios navegaveis da Bacia Amazonica. Dai eles comecaram a viagem dificil, procurando chegar de novo ao Atlantico.

A viagem dele foi narrada pelo frei Gaspar de Carvajal e transcorreu de 1.541 a 1.542. Somente alguns dos viajantes sobreviveram mas foi o suficiente para o Frei Carvajal descrever uma civilizacao que residia na Bacia Amazonica e que era tao grande que eles puderam ver o brilho da brancura das casas durante o dia e os fogos durante a noite por centenas de quilometros. Constantemente eles tinham que navegar no meio dos rios para evitar as flechadas dos indigenas.

Mas eles tambem foram convidados por alguns para comer uma surpreendente variedade de iguarias. Os espanhois nunca haviam visto tamanha variedade de cada, pesca, frutas e vegetais. E a descricao do frei Carvajal foi creditada como lenda porque, depois, esta civilizacao nunca havia sido reencontrada, ate agora. Foi isso que criou a lenda do “El Dourado”. Durante seculos os europeus buscaram por cidades de pedra, folheadas a ouro, assim como estavam acostumados a ver em outras civilizacoes antigas no mundo. Mas pedra na Bacia Amazonas eh um material dificil de encontrar.

So recentemente, a historia do frei Carvajal foi comprovada. A terra amazonica eh um solo pobre. E se nao fosse pela floresta ela poderia parecer-se a um deserto. Arqueologos encontraram sitios numerosos de habitacoes nas margens dos rios. Muito mais, eles encontraram quilometros e quilometros de solo fabricado pelo homem. Estes sitios sao chamados de “Terra Preta” ou “Terra Preta de Indio”. Tambem descobriram que, a fabricacao comecou em cerca de 500 anos a.C. e se extendeu ate depois de 900 d.C. Isto eh a terra comum com adicoes de carvao, ossos e esterco de animais e ceramica quebrada.

A altura da “Terra Preta” varia entre 1 a 2 metros de profundidade. Mesmo depois de milhares de anos o solo continua sua producao, inclusive ha sugestoes de que existam componentes microbianos porque existem os relatos de regeneracao depois que parte do solo eh removido. O que eh impressionante eh isso, la existe o equivalente ao tamanho da Franca e Alemanha combinadas de “Terra Preta” feita pelo homem da Bacia Amazonica. Cientistas estao tentando reproduzir esse formidavel avanco da agricultura mas nao foram capazes ainda de compreender como foi feito. A producao de alimentos da “Terra Preta” pode ser melhor que as das tecnologias mais avancadas de hoje. Se for, isso pode ser usada para salvar bilhoes de vidas no futuro.

Mesmo assim, no estagio de civilizacao em que o povo europeu se encontrava no seculo XVI, talvez nao fosse possivel a eles conquistarem as Americas da populacao nativa se nao tivessem tido a ajuda do inferno. O que quero dizer eh que, inadivertidamente, eles levaram consigo suas doencas comuns como catapora, variola, tuberculose e ate a gripe. Ja haviam milenios que as populacoes da Africa, Asia e Europa mantinham contatos entre si e tambem com animais domesticos maiores. Isso lhes dava uma certa imunidade contra germes que se mostraram mortais para os nativamericanos. Num calculo grosseiro, alguns dizem que cerca de 90% da populacao morreu apos encontrar os europeus. Em alguns casos, eles foram infectados mesmo antes de conhecerem qualquer europeu e isso foi causa de exterminio de civilizacoes inteiras.

Atualmente, os cientistas estao concluindo que foi exatamente isso que aconteceu `as civilizacoes da Bacia Amazonica. E os europeus que procuravam cidades de pedra estavam totalmente enganados por suas ignorancias. As civilizacoes que viviam na Bacia Amazonica construiram daquilo que lhes era disponivel: madeira, solo e outras partes das plantas.

Na viagem do Francisco Orellana o nome do rio foi trocado para Amazonas. A lenda diz que, os navegantes viram o que parecia a eles ser cavaleiras montadas em seus cavalos nas margens do rio. Dai o nome do rio ser uma lembranca das amazonas da Historia Grega. Permanece, porem, na lingua portuguesa a palavra amazonas com o significado de cavaleira.

Todos os exploradores espanhois vem de familias nobres. Eu dei uma olhada no geneall.net portugal mas o site ainda nao mostra isso. Alguns como o Juan Ponce de Leon tem ancestrais la, mas sem as ligacoes com as familias reais. Porem eu sei que, o nome Ponce de Leon eh o resultado do casamento entre Aldonca Alonso de Leon e Pedro Ponce de Cabrera. D. Aldonca era filha do Alfonso IX, rei de Castela e Leon com D. Aldonca Martins da Silva. E ela nasceru por volta de 1.215. Tambem, os sobrenomes das ancestrais do Juan sao comumente usados pelas familias nobres como: Guzman, Baeza, Ayala, Figueroa y Manuel.

Outra observacao interessante eh a respeito de Francisco Pizarro, o conquistador do Imperio Inca. O site nao indica que venha de familias reais mas, como conquistador, o primeiro tesouro que tomou dos Incas foram duas filhas do Atahualpa, o ultimo imperador, que foi morto pelos espanhois para pavimentar o caminho de manter o Imperio. Angelina e Ines Youpanqui fizeram parte de um padrao de comportamento dos conquistadores portugueses e espanhois. No seculo XVI a maioria deles nao levaram as mulheres brancas. Eles se casaram ou simplesmente se juntaram `as nativas convertidas.

Vamos ao lado portugues da Historia. Mesmo que Pedro Alvares Cabral seja dito o primeiro portugues a ir ao Brasil, existem controversias a este respeito. A gente sabe que, o explorador espanhol: Francisco Yanez Pinzon, esteve nas costas brasileiras antes. E ele entrou no Rio Amazonas. A expedicao dele deu o nome “Mar Dulce” (Mar Doce) ao rio, talvez sem saber que era um rio, tres meses antes do Cabral. Mas la ainda nao era Brasil porque pelo Tratado de Tordesilhas pertencia `a Espanha.

Eh dito que outros exploradores portugueses ja haviam estado nas Americas, inclusive antes de Colombo. Segundo eh dito, Afonso Sanches foi quem indicou-lhe onde estavam as Antilhas porque ja havia estado la, quando o explorador famoso aportou na Ilha da Madeira. E pelo menos mais dois outros portugueses: Joao Coelho e Duarte Pacheco ja haviam ido ao Brasil antes do ano 1.500. Porem, oficialmente, quem recebeu a ordem de D. Manuel I, o Venturoso, para tomar posse do territorio foi o Cabral.

Durante os 30 primeiros anos, a unica atividade comercial que Portugal tinha no Brasil era a exploracao do pau-brasil, por ele oferecer uma tinta vermelha muito apreciada pelos europeus. O Brasil oferecia muitas outras madeiras ao longo de seu luxuoso tapete verde costal. A exploracao foi tao intensa que nas costas do Brasil atualmente existem apenas umas lembrancas do que foi antes. A maioria dos brasileiros nem sequer conhecem o pau-brasil que deu nome ao pais.

A respeito dos 30 primeiros anos se diz que: o Brasil se transformou no lugar de criminosos exilados. E eh corrente uma piada a respeito. “Um anjo perguntou a Deus: “Senhor, todos os outros paises no mundo tem problemas serios como os vulcoes, terremotos, tornados, furacoes, montanhas imensas, neve, inverno frio, desertos e outros mais, por que o Senhor deu aos brasileiros um lugar como o Paraiso?” E Deus respondeu ao anjo: “Meu amigo, voce precisa olhar com cuidado. Voce percebeu a gentinha que esta destinada a viver la?”

A piada eh repetida pelos ignorantes que nao sabem que, os exilados iniciais que foram para o Brasil nao eram criminosos como assassinos e ladroes. Eles foram exilados em razao das crencas diferentes ou em razao de terem tomado posicoes partidarias diferentes da da classe dominante. A piada tambem foi usada pelos preconceituosos todas as vezes que a economia brasileira passou por dificuldades. E isso era o mais frequente. E os preconceituosos, normalmente, ricos ou descendentes de origem nobre, referem-se como “Ze Povinho” aos descendentes dos nativo-brasileiros, africanos e exilados, lingando-os `a pilheria.

Como veremos mais tarde, a maioria dos brasileiros, pelo menos aqueles que tem raizes desde os tempos coloniais, sao descendentes deles. E mais, o “Ze Povinho” nunca teve culpa. Ele nunca mandou em nada e o trabalho duro dele sempre foi usado pelos ricos e pela elite menor. A pilheria sempre foi um truque dos covardes com mente perniciosa que desejavam culpar as vitimas pelos seus proprios crimes.

Os 30 primeiros anos da colonizacao portuguesa no Brasil nao se resumem somente `as trocas de madeira valiosa por bugingangas entre os indigenas e os colonizadores, como isso eh mencionado por alguns historiadores. O evento mais importante deste periodo foi a iniciacao da genetica do povo brasileiro. Temos que nos lembrar que a colonizacao inglesa comecou mais de um seculo depois da espanhola e portuguesa. O inicio de cada uma teve motivacoes diferentes. E, mais importante de tudo, espanhois e portugueses nao mandaram mulheres com os colonos porque as suas culturas eram machistas e as viagens transoceanicas estavam em fase experimental.

Ora pois, os homens portugueses nao sabiam resistir a seus instintos machistas. E eles se apaixonaram pelas indias `a primeira vista. Eles tinham tempo de sobra para juntar o pau-brasil com a ajuda dos indios e amontoa-lo nas imediacoes das praias, nalguns galpoes improvisados, na espera do proximo embarque que tanto poderia vir em seis meses quanto no ano seguinte. Eles nunca tinham certeza. Enquanto isso eles ocupavam o tempo deles fazendo a proxima geracao, literalmente.

Martim Afonso de Sousa foi enviado ao Brasil para organizar o primeira tentativa de colonizacao. Portugal estava avisado sobre as incursoes dos ingleses, franceses e holandeses que exploravam o pau-brasil na ausencia de defensores portugueses. Martim Afonso foi ao Brasil para estabelecer colonias e organizar a defesa do territorio. Com a ajuda dos Jesuitas ele fundou Sao Vicente, a primeira cidade do Brasil; Sao Paulo do Piratininga, onde hoje esta Sao Paulo, a maior cidade por la; e tambem Santos, o porto mais movimentado da America do Sul e, ainda, Santo Andre, que virou uma cidade industrial, na Grande Sao Paulo.

Em 1.533 ele retornou a Portugal e foi enviado para a India onde tambem era requerido para defender as possessoes portuguesas de la. Em 1.542 foi nomeado vice-rei da India. Ele terminou os dias dele em Portugal, onde em 1.571 veio a falecer.

O proximo capitulo da Historia do Brasil eh conhecido como Capitanias Hereditarias. Logo apos Martim Afonso estar no Brasil, o rei D. Joao III tomou outras medidas para defender as colonias portuguesas contra invasoes estrangeiras. O que se decidiu foi dividir o territorio brasileiro em colonias, dadas aos nobres para comecarem a colonizacao europeia, efetivamente. Para o Martim Afonso foram dadas duas colinias, Sao Vicente e Rio de Janeiro. Mas ele nunca voltou la. So os descendentes herdaram.

Martim Afonso estabeleceu um padrao de organizacao que permaneceu na administracao brasileira por seculos. O filho dele, Pero Lopes de Sousa, herdou a Capitania de Sao Vicente. E, provavelmente, o genro, Estevao Gomes da Costa, herdou a Capitania do Rio de Janeiro. Estou falando provavelmente porque nao estou tao certo mas minha duvida eh baseada em fatos. A minha intencao eh mostrar mais uma sequencia genealogica para dar uma ideia melhor do que estava acontecendo no Brasil naquele tempo.

1,210 D. Afonso III, rei de Portugal – Madragana ou Mor Afonso
1,250 Martim Afonso Chichorro – Ines Lourenco de Valadares
1,280 Martim Afonso Chichorro II – D. Aldonca Anes de Briteiros
1,320 Vasco Martins de Sousa Chichorro – Ines Dias Manoel
1,341 Martim Afonso de Sousa – Aldonca Rodrigues de Sa
1,385 Martim Afonso de Sousa – Violante Lopes de Tavora
1,425 Pedro de Sousa – Maria Pinheiro
1,460 Lopo de Sousa – Brites de Albuquerque
1,490 Martim Afonso de Sousa – esposa desconhecida
Isabel Lopes de Sousa – Estevao Gomes da Costa
Felipa Gomes da Costa – Vasco Pires da Mota
Atanasio da Mota – Luzia Machado
Eufemia da Costa Mota – Joao de Godoy Moreira
Gaspar de Godoy Colaco – Sebastiana Ribeiro de Morais
Maria Pedroso de Morais – Joao Correia da Silva
Escolastica de Morais – Joao da Cunha Ataide
Maria Candida da Cunha Ataide – Francisco Joaquim de Andrade
1,798 Francisco de Paula Andrade – Joana Rosa de Andrade Lage
1,835 Elias de Paula Andrade – Rosa Amelia Silveira Drummond
1,860 Carlos de Paula Andrade – Julieta Augusta Drummond
1,902 Carlos Drummond de Andrade – Julieta Augusta Drummond

Do que estava acontecendo no Brasil eu decidi alongar a sequencia genealogica que coloca o Martim Afonso quase no meio. Primeiramente eu queria mostrar o primeiro casal que eh formado pelo nossos conhecidos ancestrais, rei Afonso III de Portugal e sua amante, Madragana. Eu ja a mencionei porque ela foi filha do prefeito do Faro quando a Reconquista de Portugal foi completada por aquele rei. Ela procede de familia judia e eh ancestral de muitos outros importantes, como a rainha Victoria da Inglaterra.

Mas eu tambem queria relembrar o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade que era um dos descendentes do Martim Afonso de Sousa. A Familia Andrade dele estabeleceu-se em Itabira, Minas Gerais, desde o bisavo dele. Uma de minhas bisavos, Ercila Coelho de Andrade, nasceu la e nos passou isso: ela seria prima do poeta mas ninguem na epoca prestou atencao em qual grau ou por quais vias. Atraves de uma outra linhagem eu descobri que o poeta tambem descende do D. Dinis, rei de Portugal, e tambem eh primo do poeta portugues mais famoso, Luis Vaz de Camoes.

Em nossos dias nos temos tentado localisar a ligacao mas estamos de maos vazias por enquanto. Em tempos passados os registros eram feitos pela Igreja Catolica e a tinta de algumas paginas dos livros de Itabira evaporaram. Para ver o que esta escrito agora nos precisaremos de instrumentos especiais que nao temos. Entao, precisamos ter paciencia e sorte porque, no Brasil, algumas pessoas podem pegar os livros e jogar no lixo imaginando que nao tenham nada de interesse.

Desde ja eu indicarei o seguinte video no endereco: http://e-relevante2009.blogspot.com/2010/4/apresentacao-de-belo-horizonte-para-o.html. Nao se preocupe, tudo esta falado em ingles porque foi produzido pelo Departamento de Relacoes Exteriores Americanos. Ele da uma pequenissima ideia das parcerias entre Brasil e Estados Unidos em 1.948. O interessante eh ver nele as cidades de Itabira, Belo Horizonte, Ouro Preto e Minas de um modo geral. Quem souber ingles, preste atencao especial no que eh dito a respeito da importancia estrategica do Estado para a defesa americana naquele tempo. Eu volterei a tocar neste video posteriormente.

Gostaria de apresentar algo mais a respeito da Historia do Brasil. Nos Estados Unidos nos temos a Lenda de Pokahontas que eh baseada em fatos reais. No Brasil tambem existem varias estorias que parecem similar a Pokahontas. Uma delas eh a respeito de Joao Ramalho. A lenda a respeito dele fala que, ele seria morto pelo cacique indigena quando a filha do chefe se colocou entre os dois e pediu pela vida dele porque ela planejava casar-se com ele. Mas isso esta apenas na lenda.

De fato, o que se sabe eh isso, quando Martim Afonso de Sousa desembarcou em Sao Vicente, o contingente dele foi cercado por membros da tribo local. Quando eles pensaram que teriam que lutar por suas vidas, alguem apareceu para anunciar que, estava tudo bem. Era Joao Ramalho, um aventureiro portugues que ha muito tinha feito amizade com os indios. Joao tinha deixado esposa em Portugal. Mas o padre Manoel da Nobrega, que era um Jesuita do contingente do Martim Afonso, casou-o com a antiga companheira chamada Bartira. Bartira foi batizada com o nome de Isabel Dias. Ela era filha de Tibirica, o grande cacique da tribo.

Mas essa nao eh a verdade por inteiro. Os indios nao tinham regras contra o homem ter mais de uma mulher. Como consideravam o Joao com grande respeito, muitos outros caciques traziam suas filhas para casar-se com ele. E ele era muito do bigamo. Mas ninguem estava preocupado com isso naquele ambiente. Joao Ramalho e seus muitos filhos viviam na regiao de Sao Vicente, Santos, Sao Paulo e no Vale da Ribeira. Eles forneciam mercadorias aos navios que passavam, faziam reparos nas embarcacoes e cacavam outros indigenas para vender como escravos. Tambem eh dito que os filhos de Joao Ramalho eram particularmente crueis com esses parentes deles.

Foi desta forma que a genetica brasileira comecou. E eu vou colocar mais uma sequencia genealogica mostrando uma via como, possivelmente, milhoes de Brasileiros sao descendentes diretos dos nativos brasileiros. Eu queria mostrar um exemplo como os descendentes do Martim Afonso de Sousa e Joao Ramalho tornam-se os mesmos. Ele estava com o Martim na fundacao de Sao Vicente, Sao Paulo e Santo Andre e, se nao fosse por ele, talvez tivessemos uma Historia do Brasil diferente. Outra observacao a respeito do Joao eh essa: alguns historiadores suspeitam que fosse um Cristao Novo (judeu convertido ao catolicismo por forca de lei). Os nomes dos pais dele eram: Joao Velho Maldonado e Catarina Afonso.

Tibirica – nome desconhecido da esposa
1,500 Isabel Dias (Bartira) – 1,493 Joao Ramalho
Catarina Ramalho – Bartolomeu Camacho
desconhecida Camacho – Jeronimo Dias Cortes
Ana Camacho – Domingos Luis, o carvoeiro
Bernarda Luis Camacho – 1,575 Amador Bueno da Ribeira, o aclamado
Isabel da Ribeira – Domingos da Silva Guimaraes
Isabel da Silva Bueno – 1,670 Domingos de Castro Correia
Joao Correia da Silva – Maria Pedroso de Morais.

Daqui para frente nos voltamos aos ancestrais do poeta Carlos Drummond. O casal acima eh um dos pentavos dele, ja apareceram na sequencia genealogica anterior.

O nosso proximo topico sao as Capitanias Hereditarias. Como eu disse, o rei Joao III de Portugal certamente foi avisado por Martim Afonso de Sousa a respeito das incursoes que os piratas de outros paises europeus faziam para carregar mercadorias da costa brasileira e ele decidiu criar as Capitanias Hereditarias. O sistema ja havia sido usado nas Ilhas da Madeira. O territorio brasileiro, colonizado por Portugal, foi dividido em 15 partes. Cada uma dada a um nobre para administrar. Todos os riscos e obrigacoes financeiras corriam por conta do donatario (Capitao-Mor), que era um investidor privado. Em troca o donatario tinha o poder de decisoes.

Porem, apenas duas das capitanias deram bons resultados. As duas tinham dado prioridade para a producao de acucar. Uma foi a Capitania de Pernambuco que foi ganha por Duarte Coelho. Hoje-em-dia, ocupando o mesmo espaco existe o Estado de Pernambuco. Contando a partir daquele tempo, os livros de Historia do Brasil classificam os proximos 150 anos como Ciclo do Acucar. Vamos por mais uma sequencia genealogica:

1,370 Fernao Coelho, 1o. senhor de Felgueiras e Vieira – Catarina de Freitas
1,420 Martim Coelho – Joana de Azevedo
1,435 Goncalo Coelho – (Violante Magalhaes)
1,480 Duarte Coelho, senhor de Pernambuco – Beatriz de Albuquerque
1,539 Jorge de Albuquerque Coelho – D. Catarina da Silva
1,591 Duarte de Albuquerque Coelho, conde de Pernambuco – D. Joana de Castro

Eu comecei do Fernao Coelho e Catarina de Freitas agora porque eles ja estao presentes no capitulo 5, como ancestrais do Jose Coelho de Magalhaes e no capitulo 7, como avos do Nicolau Coelho, o piloto de navio das viagens do D. Vasco da Gama e Pedro Alvares Cabral. Entao, o Duarte Coelho era parente proximo do Nicolau. Temos que tomar cuidado aqui para nao afirmar que Violante Magalhaes fosse a mae do Duarte Coelho. Possivelmente nao era. Ele era filho do Goncalo Coelho, 3o. senhor de Felgueiras e Vieira, mas ninguem tem certeza do nome materno.

Duarte Coelho foi chamado pelo rei D. Sebastiao de Portugal para ajuda-lo em sua aventura desastrosa no Norte da Africa, onde ele desapareceu. A morte de D. Sebastiao acabou sendo aproveitada pelo Felipe II para unificar as duas coroas. No periodo de 1.580 a 1,640 Portugal e Espanha formaram a Uniao Iberica sob a coroa espanhola. Este periodo eh classificado com Dinastia Filipina, porque Portugal foi administrado por tres reis da Espanha com nome Felipe.

Em Pernambuco, Duarte Coelho fundou sua capital, Olinda. A lenda diz que, `a primeira vista ele disse admirado: “Oh Linda!”, ai o nome ficou cravado. Provavelmente, ele levou com ele uma familia de colonizadores que assinava Barbalho. A Familia Barbalho esta presente no proximo capitulo da Historia do Brasil, mas eh muito ignorada pelos historiadores fora do Estado da Bahia. A familia tambem tem uma ligacao importante com a Historia de Nova Iorque, apesar de ser indiretamente.

Somente para ilustrar a ignorancia dos fatos que ajudaram a construir a nossa Historia comum, eu contarei aqui um acontecimento comigo nos Estados Unidos. Vi uma propaganda na tv do Historical Research Corp. dizendo que: nos podiamos contata-los e eles mandariam algo a respeito da origem dos nomes de nossa familia. Ainda, nos poderiamos ter uma segunda opcao, de graca. Ai eu pedi informacoes a respeito dos meus dois nomes: Magalhes e Barbalho. Do Magalhaes eles informaram corretamente, mas do Barbalho, vejam a resposta que me foi dada:

“O Historical Research Center tem pesquisado nomes por 20 anos. Nossos dados sao os mais completos do mundo nessa materia, contendo mais de 1.000.000 de sobrenomes de 135 paises e culturas diferentes. Cada nome eh pesquisado individualmente e informacoes especificas ligadas ao nome sao fornecidas.

Infelizmente, um dos sobrenomes pedido para informarmos a origem e darmos o certificado gratuito nao se encontra nos dados que temos. Estamos enviando sua ordem incompleta. Nossos dados sao constantemente atualizados com sobrenomes e informacoes a respeito dos nomes ja pesquisados. Para o estimado cliente, oferecemos 25% de desconto se voce desejar fazer o pedido para um certificado celebratorio para o sobrenome que nao se encontra em nossos dados. Ordenando o certificado celebratorio para o nome, nossos pesquisadores irao compor um documento que contera informacoes fascinantes a respeito do nome, incluindo os dados mais antigos documentados e as razoes para os fatos, o significado e a origem, nomes de pessoas importantes que usaram a assinatura, dados imigratorios e variacoes na escrita do nome. Nos tambem fornecemos uma descricao escrita do escudo da familia e uma estampa colorida deste escudo. Colocando um pedido do registro celebratorio para este sobrenome nos o adicionaremos em nossos dados e outros membros de sua familia poderao obter as mesmas informacoes a respeito desse sobrenome.”

Ta bom! Isso nao passa de uma correspondencia comercial. Mas eu esperaria algo mais de qualquer um que alegasse ter mais de 1.000.000 de sobrenomes em seu banco de dados. O escudo da familia eu encontrei posteriormente no blog de um de meus contatos no Brasil. O nome dele eh Ormuz Barbalho Simonetti. Ha tambem no Orkut uma comunidade em nome da familia que tambem mostra o escudo. Na internet brasileira encontramos muitas informacoes a respeito do nome, infelizmente, a maioria em nome de certo politico que foi defenestrado por ma conduta. Continuemos a nossa historia para depois mostrar a ligacao entre a familia Barbalho e a Historia de Nova Iorque.

Infelizmente, o que parece sucesso aos Brasileiros nao trouxe bons resultados para a Africa. O cultivo da cana-de-acucar naquele tempo, da mesma forma que qualquer outra atividade, demandava muita mao-de-obra bracal e os europeus fizeram opcao por importar escravos de la, porque seria muito mais dificil escravizar os nativos na propria terra deles. Desde entao, os africanos foram escambados pelos proprios produtos da cana como a cachaca ou pelo dinheiro que rendia.

A comercializacao nao era apenas nojenta por reduzir a pessoa humana a tamanho disrespeito. Isso levou `a disrupcao da sociedade africana. Levou guerras ao continente e aventureiros com uma unica coisa na cabeca, ganhar dinheiro facil. A Africa tornou-se refem da loucura de nossos ancestrais por, pelo menos, quatro seculos e meio.

Depois dos resultados negativos da maioria das Capitanias Hereditarias no Brasil, a coroa portuguesa decidiu mudar de tatica de colonizacao. Assim, foi nomeado um Governador-Geral que tinha o poder de um vice-rei. O escolhido para ocupar o cargo foi Tome de Sousa. Alguns ancestrais dele eram os mesmos ancestrais do Martim Afonso de Sousa, comecando por Alfonso III e Madragana. Ele foi para o Brasil em 1.549 com 1.000 pessoas. Eram militares, sacerdotes (os primeiros Jesuitas no Brasil), colonos e 400 exilados por crimes menores em Portugal.

Tome de Sousa fundou a cidade de Sao Salvador que continua como capital da Bahia. Ali era um ponto estrategico, equidistante entre Sao Vicente no sul e Olinda no norte. Ela veio a ser a primeira capital do Brasil e permaneceu ate `a proxima fase da Historia do Brasil, quando a capital foi transferida para o Rio de Janeiro. Tome ficou no Brasil so 4 anos, a partir de 1.549. Depois ele retornou a Portugal e permaneceu como conselheiro do rei para assuntos brasileiros. E ele aconselhou a criacao de mais vilas para atrair mais colonos.

Naquele tempo, Portugal estava com problemas por causa da competicao no comercio oriental, os espanhois estavam tendo sucesso na obtencao das riquezas minerais das Americas e o Brasil estava cercado pelos outros europeus, que tambem queriam colonizar as Americas. Os ingleses, franceses e holandeses nao reconheciam o Tratado de Tordesilhas, alegando que eles nunca tinham ouvido falar no Testamento de Adao que desse o monopolio `a Espanha e Portugal. Este eh um dos sinais da nossa Historia comum. A lei sempre sera suprema, ate que os interesses se tormam superiores.

Um problema que Tome de Sousa encontrou no Brasil foi a falta de respeito com as leis. Um de seus companheiros: Pero Borges, o responsavel pelos assuntos juridicos, expressou numa carta ao rei algo assim: “Existem nestas terras muitos homens casados no reino que estao vivendo aqui por muitos dias, fazendo nada para viver e ainda vivendo em concubinato com, pelo menos, um par de gentias, tornando-se, pois, piores que os gentios…”

Pero Borges pediu punicao para todo mundo mas o rei Joao III, inteligentemente, deu anistia a tudo o que fora feito antes da presenca de Tome de Sousa naquela terra, exceto por: “cinco casos de heresia, traicao, moeda falsa e morte de homem cristao”. Ele estava muito bem informado do quao dura a vida parecia para aqueles tao longe de casa e sabia ser mais sabio ter aquela gente corajosa como aliada que como inimiga. E depois isso deu bom retorno.

Desde o comeco da colonizacao no Brasil, como eu mencionei antes, tambem a genetica brasileira comecou a ser formada. E tambem a lingua portuguesa comecou a ganhar palavras novas para definir situacoes novas. Os filhos de portugueses com as nativas precisavam definicao. E eles comecaram a chama-los de caboclos (as). Desde que os africanos foram levados para o Brasil em condicao de escravos, logo perceberam ser mais inteligente levar tambem as africanas porque era mais barato produzir criancas escravas no Brasil que importar o original.

Porem, um numero muito maior de europeus andava pelo Brasil que mulheres brancas. O portugues nao se envergonhava de fazer sexo com qualquer linhagem feminina. Desse relacionamento formou-se o mulato (a). Mesmo apos os seculos se passarem, pessoas ricas que tinham muitos escravos continuaram fazendo concubinas em suas senzalas. Para os brasileiros, o casamento ou relacionamento interracial nao era nada do que se admirar. Isso passou a ser preconceito depois, quando mais europeus chegaram ao Brasil e foi formada uma elite mais clara.

Mesmo assim, o preconceito no Brasil foi amaciado pela maior presenca da populacao produzida pelos casamentos interraciais. Ate eu pude constatar isso em minha juventude quando a musica brasileira era repleta de tres palavras: mulata, cabocla e saudade. Naquele tempo, os homens nao sonhavam com Cinderela, Branca de Neve ou Bela Adormecida. Estas sempre foram estorias para criancas. Nossas princesas eram reconhecidas por suas geneticas. O que se dizia era isso, era quase impossivel para o homem resistir ao charme da mulata ou cabocla.

Eu penso que os americanos experimentaram o poder magico do resultado do casamento interracial na eleicao presidencial de 2008. O presidente Obama comete um erro identificando-se como preto. Ele eh mulato, o que nao eh ruim ou bom. Ele eh apenas a prova de que, quando o amor existe todas as fronteiras desaparecem. O amor nao se importa com barreiras. Voltarei a esse assunto posteriormente.

Saudade eh uma palavra que os brasileiros acreditavam nao existir nas outras linguagens. Isso eh o sentimento tamanho da falta de alguem ou de alguma coisa que chega perto de ser uma doenca. Era o sentimento dos africanos e portugueses a respeito de suas terras de nascimentos e seus parentes. Eh um sentimento do fundo do coracao indigena pela perda de sua liberdade. Agora eh o sentimento de todos que sao resultados dos casamentos interraciais.

Entao, com a riqueza das terras e a beleza da paisagem, o Brasil instigava a avareza dos outros povos europeus. Nos temos um capitulo dedicado `as tentativas de invasao das terras brasileiras. Nos temos dois capitulos na Historia Brasileira chamados: Invasoes Francesas e Invasoes Holandesas.

As Invasoes Francesas tiveram alguma influencia na Historia Brasileira. Desde que Martim Afonso de Sousa esteve no Brasil ele havia recomendado a construcao de uma cidade na Baia de Guanabara. Mas os indegenas do lugar nao tinham afinidades como os portugueses e o assunto nao passou de projeto. No tempo do segundo governador-geral, Duarte da Costa, um frances, Nicolas Durand de Villegagnon, que ja conhecia o lugar, convenceu alguns a estabelecer uma colonia francesa la. O nome desse projeto foi Franca Antartica.

E eles comecaram construindo um forte, fizeram contato com as tribos que nao gostavam dos portugueses, faziam trocas com os indios por mercadorias locais e mandaram para a Franca. O comercio estava se desenvolvendo bem, ate que o terceiro governador-geral do Brasil nao chegou. O nome dele era Mem de Sa, e uma pequena parte da genealogia dele eh mostrada na proxima sequencia genetica:

1,500 Mem de Sa – Guiomar de Faria
1,460 Goncalves Mendes de Sa – esposa desconhecida
1,410 Joao Goncalves de Miranda Sotomaior – Filipa de Sa
1,380 Fernao Anes Sotomaior – Constanza de Zuniga
1,340 Pedro Alvares de Sotomaior – 1,360 Elvira Mendes de Benevides
1,310 Fernan Anes de Sotomaior – Maria Anes da Novoa
Alvaro Pires de Sotomaior – Ines Anes de Castro
1,290 Elvira Anes Marinho – Pedro Alvares de Sotomaior
1,270 Joao Pires Marinho – Teresa Pais Marinho
1,250 Sancha Vasques Sarraza – D. Pedro Anes Marinho
1,230 Vasco Peres Sarraza – nao identificada Anes da Novoa
1,210 Pedro Soares Sarraza – Elvira Nunes Maldonado
1,190 Maria Alfonso de Leon – Soeiro Aires de Valadares
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela – D. Teresa Gil de Soverosa
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal – Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mafalda de Sovoia

Frequentemente, os nobres nao estao ligados por apenas uma linhagem `as familias reais. No caso do Mem de Sa isso nao eh diferente. Uma das alternativas que o ligam `as familias reais eh mostrada pela sequencia genealogica abaixo. Comecando por D. Sancho I, segundo rei de Portugal, que tambem era filho de D. Afonso e Mafalda de Savoia.

1,154 D. Sancho I, rei de Portugal – D. Maria Pais Ribeira, a Ribeirinha
1,205 D. Teresa Sanches – Alfonso Tellez
1,225 D. Joao Telo de Menezes – Elvira Goncalves Giron
1,250 D. Goncalo Anes Raposo – D. Urraca Fernandes de Lima
1,280 D. Beatriz Goncalves Raposo – Joao Pires da Novoa
1,310 Maria Anes da Novoa – Fernan Anes de Sotomaior

O ultimo casal ja esta na sequencia genealogica anterior por ser tetravo do Mem de Sa duas vezes. E se prestarmos melhor atencao aos outros nomes nos podemos ver tambem ligacoes com as sequencias genealogicas apresentadas para os navegadores. Como eu ja disse, todo mundo eh parente, de uma ou outra maneira.

Mem de Sa teve que fazer a seguranca do resto da costa brasileira e pacificar tribos revoltadas em torno da capital Salvador. Ele enviou o sobrinho, Estacio de Sa, para lidar com o problema frances. Estacio fez uma alianca com indigenas do Espirito Santo e pediu socorro de Sao Vicente. Eles conseguiram destruir o Fort Coligny, construido por Villegagnon. Tambem fundou uma nova cidade com nome em homenagem ao infante rei, D. Sebastiao. Assim surgiu a cidade de Sao Sebastiao do Rio de Janeiro. Posteriormente o nome foi reduzido para Rio de Janeiro.

Mas este foi apenas o principio da guerra. Os colonos franceses se embrenharam nas matas junto com seus aliados indigenas onde eles continuaram fazendo comercio e atacando os colonos portugueses. Estacio de Sa reorganizou a defesa e continuou a luta ate que os franceses fossem totalmente vencidos. Ele teve a ajuda de dois jesuitas: Manoel da Nobrega e Jose de Anchieta. Os dois sao veradeiras lendas no Brasil. Sao eles que catequizaram os indios, os organizaram em povoacoes semelhantes `as europeias e os introduziram `a cultura europeia.

Mesmo que o trabalho dos jesuitas tenha reduzido os indigenas a um grau de menor importancia na sociedade brasileira , por outro lado, eles tentaram impedir a escravidao deles. Eles nunca conseguiram impor essa vontade e os descendentes de portugueses com indios foram os responsaveis por conquistar o interior do Brasil de forma nada amigavel para os outros indios de la. Outro nome daquele tempo foi o cacique Arariboia. Por ter ajudado ao Estacio de Sa ele foi presenteado com terras proximas ao Rio de Janeiro. Ele fundou uma povoacao que agora eh Niteroi, ex-capital do Estado do Rio de Janeiro.

No final da conquista, Estacio de Sa morreu em consequencia das feridas de batalha. Mas os franceses foram expulsos. Posteriormente eles tentaram outra invasao no Nordeste do Brasil onde tiveram mais sucesso. Fundaram a Cidade de Sao Luiz, agora a capital do Maranhao. La eles planejaram estabelecer a colonia com nome de Franca Equinocial. E foram expulsos de la em 1.616 pelos portugueses. Por fim acabaram encontrando um lugar na America do Sul que se tornou a Guiana Francesa. Brasileiros e franceses tiveram outros entreveros em seus relacionamentos mas nada mais serio quanto estes primeiros.

Agora, voltemos aos negocios. O titulo do capitulo promete algo a respeito do comeco de Nova Iorque e dos Estados Unidos. Mas esse comeco se da na Europa com a bagunca criada em torno das questoes religiosa e do poder economico. Quando o Carlos I, o Kaiser e rei da Espanha deixou o poder, Felipe II, rei da Espanha, herdou a Espanha e o que depois ficou conhecido como Paises Baixos. E la existia uma certa liberdade economica e religiosa. Mas o Felipe II nao concordava com a ideia. Entao, as partes nortes da possessao declararam sua independencia.

Eles tiveram oito anos de guerra, apos 1.581, contra as forcas do Felipe II. E a guerra foi espalhada mundo afora. Tambem se diz que, a guerra contra a Espanha criou o sentimento de nacionalismo que criou uma nova nacao. Mas um componente fundamental dessa nova nacao foi a criacao da primeira multinacional do mundo. A Companhia das Indias Ocidentais. E a companhia comecou a buscar outra via de ir `a India e encontrou um otimo campo de trocas de peles no Estado de Nova Iorque, em torno do Rio Hadson. A companhia foi a responsavel pelo inicio da colonizacao, fixando colonos e distribuindo terras para eles trabalharem. Eles sao os responsaveis pela fundacao da Nova Amsterda que se tornou Nova Iorque depois que a colonia foi tomada pelo rei ingles. Fundaram tambem Nova Orange, que hoje eh Albany, a capital do Estado de Nova Iorque.

Nao podemos esquecer que, aquela multinacional tinha um capital imenso. Da metade do seculo XVI ate que a Inglaterra tomou o poder, os holandeses foram a maior forca naval do mundo. Talvez Felipe II tenha construido a maior marinha de guerra naquele tempo mas os holandeses controlavam a marinha mercante associada a outra de guerra. E depois que a Armada Invencivel do Felipe II foi afundada pela Marinha Inglesa, os Holandeses dominaram o comercio ao redor do mundo.

Os holandeses tambem sao responsaveis por tres tentativas de invasao do Brasil. Eles haviam investido na producao do acucar e desde que estavam em guerra contra a Espanha, e o Brasil virou uma colonia dela na Uniao Iberica, eles pensaram que tivessem o direito de retaliar o rei Felipe II pela proibicao do comercio entre os holandeses e as possessoes sob o controle daquele rei.

A primeira tentativa deles foi contra a capital, Salvador, na Bahia. Isso aconteceu durante os anos de 1.624 a 1,625 mas a populacao repeliu o ataque. A operacao custou caro para a companhia mas em 1.630 eles conseguiram interseptar o carregamento inteiro de um ano de exploracao de prata das colonias espanholas. E usaram isso para financiar a Invasao da Capitania de Pernambuco. Durante 24 anos a colonia foi dominada pelos holandeses.

A principio a resistencia foi feita pela populacao. Basicamente foi liderada pelos Senhores de Engenho. A resistencia nao tinha um comando unificado. Cada lider tinha seu grupo e atacava `a moda dos indios, estilo guerrilha. Isso manteve os holandeses restritos `a imediacao de Olinda. Mas com o prolongamento da guerra alguns Senhores de Engenho aderiram `a causa dos holandeses.

Entre 1.637 a 1.644, e os brasileiros celebram isso, foi o periodo da presenca do conde Joao Mauricio de Nassau que teve uma boa administracao para o povo. Ele remodelou a Cidade de Olinda e seu porto, Recife. Posteriormente, Recife virou a capital do Estado. Ele foi tolerante em questoes religiosas e abriu a colonia para a imigracao de protestantes e judeus. Inclusive esta em Pernambuco a Sinagoga mais antiga das Americas.

A monarquia portuguesa foi restaurada em 1.640, findando 60 anos de dominio da coroa espanhola. Os brasileiros aderiram ao partido do duque de Braganca que se tornou rei sob o nome de Joao IV. Mas os holandeses conquistaram mais terras, tomando toda a area costal entre Pernambuco ate ao Estado do Maranhao, incluindo-se a capital, Sao Luiz. Dai eles comecaram a invasao do interior. Isso revoltou a populacao. Alguns lideres se mudaram para Salvador na Bahia.

O conde Joao Mauricio de Nassau visualizou uma colonia mais potente se ele tambem tomasse Salvador. E preparou uma nova expedicao `a cidade com sua forca principal, muitas vezes superior que a luso-brasileira. Do lado dos brasileiros, porem, estava um militar experiente cujo nome era: Luis Barbalho Bezerra. Luis organizou a defesa e entregou a Nassau uma vitoria de Pirro. A vitoria nao lhes deu premio porque os holandeses nao foram capazes de se impor em Salvador e os custos foram tao altos que Nassau foi chamado de volta para Holanda.

Entao, a situacao deteriorou quando a nova administracao da companhia resolveu aumentar os impostos e liquidar os emprestimos concedidos aos Senhores de Engenho. O povo brasileiro se juntou dessa vez e a nacionalidade brasileira comecou a ser construida. Os livros de Historia sempre mencionam tres lideres da revolta: o senhor de engenho Andre Vidal de Negreiros, o nativo Felipe Camarao e o africano, Henrique Dias. Eles representam todo o povo, com toda a sua genetica, que lutou para libertar o Brasil da colonizacao holandesa.

Eh aceito como final da guerra a data de 1.654 mas somente em 1.664 foi assinado o tratado final e Portugal concordou em pagar 63 toneladas de ouro pelas benfeitorias que tinham feito no Brasil. Isso foi pago em 40 anos com a producao de acucar. Com o fim da dominacao holandesa, muitos judeus e protestantes mudaram-se para Nova Amsterda. Os holandeses que haviam aprendido o processo de producao do acucar a tranferiram para suas ilhas no Caribe. Quando o acucar era praticamente um monopolio brasileiro o produto valia quase como ouro, chegando a custar por volta de R$ 250,00 o quilo em dinheiro atual. Desde entao a producao aumentou muito e o preco caiu. E isso levou ao fim do Ciclo da Cana-de-acucar no Brasil.

Luiz Barbalho Bezerra, o heroi, perdeu a saude e a fortuna na guerra. Muito antes do termino ele mudou para o Rio de Janeiro onde foi governador entre 1.643 a 1.644 quando do seu falecimento. Deixou dois filhos jovens: Agostinho e Jeronimo Barbalho Bezerra que herdaram o prestigio do pai. Agostinho depois tambem foi governador do Rio de Janeiro e morreu de uma febre desconhecida enquanto estava procurando por metais e gemas preciosas no Rio Doce, na altura do Espirito Santo.

Jeronimo foi lider de uma importante revolta chamada: “A Revolta da Cachaca”, no Rio de Janeiro. Esta revolta foi causada pela corrupcao na administracao. Ele foi enforcado numa contra-revolta lancada pelo governador deposto pela revolta, enquanto eles estavam esperando por uma decisao da coroa portuguesa. A razao foi dada ao povo revoltado do Rio de Janeiro, que removeu o governador corrupto do poder. Mais tarde nos veremos que grande numero de mineiros sao descendentes desses Barbalho Bezerra.

Do lado americano, antes do pais ter Estados e ainda menos Unidos, o rei Carlos II da Inglaterra foi o responsavel pela unificacao das colonias, tomando o controle delas. Das treze colonias iniciais, quatro foram criadas a partir do territorio da Nova Inglaterra. Como sabemos, esta parte do pais foi colonizada por uma populacao faminta por liberdade religiosa. Mas o que ela desejava mesmo era a liberdade religiosa para si mesma porque os Pilgrims nao sao conhecidos por tolerancia com as outras religioes. Da Nova Inglaterra surgiram as colonias de New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island e Connecticut.

As outras oito, ao sul e oeste de Nova Iorque, foram mais diversificadas mas nao tinham vontade alguma de fazer do pais um Estado Democratico, onde todos poderiam viver igualmente como criaturas de Deus. Os nomes delas sao: Nova Jersey, Pennsylvania, Delaware, Maryland, Virginia Carolina do Norte, Carolina do Sul e Georgia. Nova Iorque, a ultima das 13 colonias a aderir `a Uniao de todas, teve influencia fundamental: intelectual, religiosa e economica na constituicao das liberdades nos Estados Unidos. Sem os principios de liberdade estabelecidos pelos fundadores na Constituicao, provavelmente, os Estados Unidos jamais seriam o grande pais de hoje.

E, de alguma forma, os Estados Unidos sao um produto de todos os capitulos da Historia que precederam sua criacao. Ate, mesmo que em menor grau de importancia, do capitulo da Historia do Brasil chamado de “Invasoes Holandesas” e “Insurreicao Pernambucana” que foi liderada por brancos, indios e negros, contra imposicoes economicas. Ironicamente, o opressor no Brasil trouxe brasileiros para os Estados Unidos cujos descendentes depois ajudaram a criar essa nobre nacao. E, inadivertidamente, a Familia Barbalho esteve envolvida em toda a Historia dos Estados Unidos.

Somente apos 1.664 Carlos II da Inglaterra tomou dos holandeses a Colonia da Nova Holanda. Ela foi rebatizada por Nova Iorque em homenagem ao duque de York e Albany. Os holandeses reconquistaram a provincia durante os anos de 1.673 e 1.674 quando trocaram-na pelo que hoje eh Suriname, no norte da America do Sul. Para terminar esse capitulo quero mostrar mais uma sequencia genealogica.

1,630 Carlos II, rei da Inglaterra – D. Catarina de Braganca, Infanta de Portugal
1,600 Carlos I, rei da Inglaterra – Henriett Marie de Bourbon – princesa da Franca
1,566 Jaime I, rei da Inglaterra, Escocia e Irlanda – Anna, princesa da Dinamarca
1,545 Henry Stewart, duque de Albany – Mary Stewart, rainha da Escocia
1,516 Matthew Stewart, 4o. senhor de Lennox – Margaret Douglas
1,490 John Stewart, 3o. senhor de Lennox – Anne (Elizabeth) Stewart
1,475 Elizabeth Hamilton – Matthew Stewart, 2o. senhor de Lennox
1,450 Mary Stewart, princesa da Escocia – Jaime Hamilton, 1o. barao de Hamilton
1,430 Jaime II Stewart, rei da Escocia – Maria van Egmond
Joan Beaufort – 1,394 Jaime I Stewart, rei da Escocia
1,373 John Beaufort, 1o. senhor de Somerset – Margaret Holland
1,340 John of Gand, duque de Lancaster – Catherine Swinford Roelt
1,312 Edward III, rei da Inglaterra – Philippa de Hainaut
1,284 Edward II, rei da Inglaterra – Isabelle, princesa da Franca
1,240 (?)Leonor, princesa de Castela – Edward I, rei da Inglaterra
1,200 Fernando III, o Santo, rei de Castela – Jeanne d’Aumale, condessa de Ponthieu
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela – Berengaria, princesa de Castela
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal – 1,137 Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1o. rei de Portugal – Mafalda da Savoia

A linhagem postada acima nao mostra as muitas vezes que Carlos II eh descendente dos mesmos reis de Portugal e Espanha. Somente quando a gente segue cada uma das linhagens maternais dele eh que podemos ver isso. D. Catarina de Braganca, esposa dele, era filha do primeiro rei de Portugal depois da restauracao em 1.640, rei Joao IV e sua esposa Luisa de Guzman. Carlos II nao teve filhos com D. Catarina mas teve 8 concubinas e foi pai de 15 filhos. E isso nao era uma excecao para o comportamento dos reis do tempo dele. Assim, podemos imaginar: por que nao pode todo e qualquer um de nos ser descendente de tamanha “produtividade”!?

11. ESTADOS UNIDOS E BRASIL JUNTOS

Por um longo tempo, Estados Unidos e Brasil nao tiveram uma Historia conjunta. Tiveram encontros casuais. As razoes para isso nao estavam sob o controle de ambos. Como sabemos, ao mesmo tempo que a Inconfidencia Mineira estava indo por aguabaixo a Revolucao Francesa comecou. Apos um inicio tenebroso as portas ficaram abertas para a subida de Napoleao Bonaparte e, com ele, as Guerras Napoleonicas.

O Brasil acabou sendo beneficiado por essas guerras de forma inesperada. Ja se pensava ha muito em Portugal em transferir a condicao de Metropole para o Brasil, onde a monarquia poderia prosperar. Isso seria feito para proteger melhor os interesses portugueses porque Portugal eh um pais muito pequeno e sujeito `a possibilidade de invasao por paises mais fortes na Europa. Mas os portugueses sempre pensaram neste plano com um pe atras.

Portugal e Inglaterra tinham aquele Tratado desde 1.385 quando concordaram proteger um ao outro contra invasao estrangeira. Em razao de a Inglaterra estar em guerra contra a Franca napoleonica, Portugal ficou acuado para tomar algum partido. Ele tinha uma rainha, Maria I, que era louca. Ela ja era a rainha no tempo da condenacao dos Inconfidentes, em Minas Gerais. Era contemporanea do rei George III da Inglaterra que tambem sofria de problemas mentais. Ele fora o rei ingles no tempo da Revolucao de Independencia Americana.

Igual ao rei George III, Maria I, a Louca, como era conhecida, foi substituida por um principe regente. O filho dela, Joao, estava reinando no lugar dela desde antes do confronto com Napoleao. Ele nao havia sido preparado para ser rei porque tinha um irmao mais velho, porem, o irmao dele morreu de variola. E a morte dele pode ser atribuida `a atitude conservadora da mae deles porque nao aceitou a vacinacao contra a doenca. Na epoca a vacina ja existia e era a primeira que as pessoas tinham disponivel. Maria I considerava a vacina uma violacao da natureza e um ato contra a determinacao divina.

O principe regente Joao, que depois se tornou o rei D. Joao VI, foi um governante relutante. O que parece eh que qualquer decisao provocava muita dor nele. Entao, as decisoes eram tomadas a passos de preguica. Assim, antes de ele decidir qual lado tomar parte, Napoleao Bonaparte ordenou a seu exercito invadir Portugal e destituir o rei. Por sorte, o tempo usado para pensar o lado do muro que deveria pular ajudou-o decidir a transferir as cortes para o Brasil. Foi bem na hora porque quando a esquadra dele nao tinha chegado ao horizonte as tropas de Napoleao estavam entrando em Lisboa.

A esquadra de Portugal nao era mais nem a sombra do que os portugueses tiveram no tempo das Grandes Descobertas. E o principe levou consigo todo o tesouro portugues e cerca de 15.000 pessoas da corte. Na saida do porto ele encontrou a esquadra Inglesa que estava esperando para escolta-lo na viagem ao Brasil. Gastou-se tempo demais na viagem e correu-se riscos pela imprevidencia de transportar as tres geracoes de herdeiros ao trono numa mesma nau. De qualquer forma eles chegaram ao Brasil. Era 1.808.

O rei da Espanha nao teve a mesma sorte. Antes que a esquadra dele zarpasse, o exercito napoleonico o prendeu. Ele foi deposto e substituido por parente do Napoleao.

No Brasil, as cortes foram recebidas com um entusiasmo inocente do povo brasileiro. A comitiva fez primeiro uma parada em Salvador e logo zarpou para o Rio de Janeiro. O Porto do Rio de Janeiro era, nao sem razao, o mais movimentado no pais. Se alguem quisesse fazer uma viagem segura ao redor do mundo ele era uma parada obrigatoria no caminho. Qualquer um viajando da Europa ou da costa leste das Americas teria que ser reabastecido no Porto do Rio. Na epoca havia la uma esquadra americana pequena. E os americanos cometeram uma gafe diplomatica.

No momento do desembarque do principe regente o povo estava num clima de carnaval. Todos os navios presentes na Baia de Guanabara comecaram a salda-lo com suas armas. Um dos capitaes americanos ficou tao entusiasmado pela onda de alegria que tambem ordenou uma salva de tiros. Alguem deve te-lo lembrado o motivo da Guerra da Independencia nos Estados Unidos e ele ordenou o silencio dos canhoes.

Eu disse que isso fora uma gafe porque Portugal e Brasil nao estavam envolvidos no conflito entre Inglaterra e os Estados Unidos. E no Brasil existe um dito que fala: ā€œCelebrar com os que celebram.ā€ Isso significa nao ser polido alguem ver o vizinho celebrando e se esconder da alegria dele. Seria como se alguem estivesse condenando o direito dele de celebrar. Mas estou certo de que os brasileiros nao levaram isso em conta.

Eu disse antes que a celebracao brasileira era inocente porque a presenca das cortes portuguesas no Brasil foram uma mistura de boas e mas noticias. E o pior veio primeiro. O Rio de Janeiro era uma cidade pequena, talvez umas 40.000 almas ou menos. E nao teve tempo para preparar-se para receber 15.000 novos moradores. E o que o principe regente e sua corte decidiram em seguida foi tomar as casas dos moradores. Assim, os soldados portugueses inspecionaram cada uma das casas do lugar, e quando julgavam estar em condicoes suficientes eles pregavam uma placa com as letras P.R. Significava, ā€œPropriedade do Regenteā€. E os gaiatos logo interpretaram como: ā€œPropriedade Roubada.ā€

Juntando-se aos problemas, o principe Joao era casado com Carlota Joaquina. Ela era princesa espanhola muito antipatica e detestou o Brasil `a primeira vista. O temperamento dela e por certo a personalidade timida de D. Joao os colocou em linha de colisao o que acabou separando-os. Eles fingiam-se casados para os olhos do publico mas eram separados. E Carlota Joaquina era escandalosa. Mas a unica informacao util aqui eh esta: cedo o publico brasileiro aprendeu a detesta-la tanto quanto ela detestava ao Brasil e aos brasileiros.

Do lado bom temos para comeco a abertura de todos os portos brasileiros `as nacoes amigas, entenda-se ai, Inglaterra. Antes, Portugal tinha este monopolio. E a Inglaterra era igual `a China de hoje. Ela era a lider na industrializacao e foi la que comecou a Revolucao Industrial, porem, os empregados eram mal pagos, tinha uma producao imensa que era levada a todos os cantos do globo, exceto para Franca e aliados, por causa da guerra. E a Inglaterra aproveitou-se disso para inundar o mercado brasileiro ate com coisas que os brasileiros nao usavam, como patins de gelo. O jeitinho brasileiro acabou descobrindo usos alternativos para as bugingangas.

Desde que as cortes estavam no Brasil e nao tinham a menor ideia de quando iriam voltar, o principe decidiu tomar algumas medidas para desenvolver a nacao. Reurbanizou o Rio de Janeiro, fundou o primeiro Colegio, criou o Jardim Botanico e o primeiro Banco do Brasil. Naquele tempo ele tambem abriu o Brasil para a investigacao cientifica de europeus como Augusto de Saint-Hilaire. Saint-Hilaire era frances e chegou ao Brasil depois da queda de Napoleao em 1.815.

Saint-Hilaire, mencionado por um primo antigo, Dermeval Jose Pimenta, no livro dele: A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente, fez um comentario a respeito do povo do Estado de Minas Gerais naquele tempo. Ele estava admirado pela visao das maquinas movidas a agua, usadas para prensar a cana-de-acucar. ā€œNao pude deixar de admirar as engrenagens que, embora enormes, sao, ao mesmo tempo, de uma estranha leveza, e foram feitas primorosamente. Nao foi essa, alias, a unica vez que tive as provas da habilidade do operario mineiro; se sao lentos na execucao de seus trabalhos, pelo menos capricham muito e creio mesmo que dao melhor acabamento que os artesaos europeus.ā€

Antes da familia real portuguesa chegar ao Brasil, em 1.803 os Estados Unidos compraram o Territorio da Lousiana que ficava na margem leste do Rio Mississipi. Essa compra dobrou o territorio americano. Logo apos isso veio a Guerra de 1.812. Esta eh considerada uma segunda Guerra de Independencia. Isso porque a Inglaterra era o poder hegemonico na Terra, especialmente no mar, e tambem era o provocador da epoca. Mesmo que os Estados Unidos tivessem ganho a Independencia na primeira Guerra da Independencia, a Inglaterra continuava tratando a nova nacao como uma colonia.

O que agravou mais a situacao foi que os Estados Unidos eram amigos da Franca que tinha investido capital na Revolucao Americana. A Inglaterra estava em guerra contra a Franca Napoleonica. E ela tinha a maior Armada mas faltava-lhe marinheiros experientes. Dai comecou a abordar os navios americanos e levar os marinheiros nascidos na Inglaterra, inclusive os naturalizados americanos. Chegaram a sequestrar alguns nascidos nos Estados Unidos que haviam esquecido os documentos para prova-lo. Uma boa parte das exportacoes americanas eram para a Franca e a Inglaterra decretara um bloqueio contra ela, causando danos `a economia americana.

Outro problema serio foi que, possivelmente, a coroa inglesa interpretou como ameaca ao seu poder o expansionismo americano para o oeste. E como a Inglaterra nao tinha populacao suficiente para invadir o mundo ao bel prazer, ela comecou a armar os indios americanos que estavam lutando contra o expansionismo. Tais atitudes inglesas convenceram ao presidente James Madison a declarar a guerra contra a Inglaterra em 1.812, com a aprovacao do congresso. Postarei um pouco da sequencia genealogica do sr. presidente, James Madison.

1.751 James Madison ā€“ Dolley Payne Todd
1.731 Eleanor Rose Conway ā€“ James Madison
1.696 Francis Conway ā€“ Rebecca Catlett
1.675 Elizabeth Thornton ā€“ Edwin Conway
Alice Savage ā€“ 1.651 Francis Thornton
1.605 Anthony Savage ā€“ Alice Stafford
1.556 Anthony Savage ā€“ Elizabeth Hall
1.528 Francis Savage ā€“ Anne Sheldon
1.510 Christopher Savage ā€“ Anne Lygon
1.450 Christopher Savage ā€“ Anne Stanley*
1.430 Katherine Stanley ā€“ Sir John Savage
1.409 Jean Goushill ā€“ Sir Thomas Stanley, 1o. barao de Stanley

Deste ponto da sequence genealogica do presidente Madison em diante ela se encontra com a de John Adams, capitulo 10, que foi o pai do John Quincy Adams, que sucedeu ao James Madison logo apos James Monroe. Outro personagem importante daquele tempo foi o Andrew Jackson, que se tornou o setimo presidente americano. Andrew Jackson tem o rosto na nota de vinte dolares como sabemos. Ele tambem tem sua sequencia genealogica vinculada aos reis de Portugal. Vejamos:

1,767 Andrew Jackson ā€“ Rachel Donelson
Elizabeth Hutchinson ā€“ Andrew Jackson
1,700 Cirus Hutchinson ā€“ Margareth Lisle
1,675 John Hutchinson ā€“ Mary Hobart
John Hutchinson ā€“ nao identificada
Lucy Apsley ā€“ 1,615 John Hutchinson
Lucy Saint John ā€“ Allen Apsley
1,473 Sir John Saint John ā€“ Jane Inwardby
1,437 Oliver Saint John ā€“ Elizabeth Scrope*
1,410 Margareth Beauchamp ā€“ Oliver Saint John
Edith Storton ā€“ John of Beauchamp, 3o. barao de Bletsho
Catherine Beaumont ā€“ Sir John Stourton
1,340 Henry Beaumont, lord Beaumont ā€“ Margareth de Vere
1,310 John, lord Beaumont ā€“ Aleanor de Lancaster
1,265 Henry Beaumont, lord Beaumont ā€“ Alicia Comyn
1,230 Louis de Brienne ā€“ Agnes de Beaumont-Maine
Berengaria, Infanta de Castilla ā€“ 1,148 Jean I de Brienne
1,171 Alfonso IX, rei de Leon e Castela ā€“ Berengaria, Infanta de Castela
1,151 D. Urraca, Infanta de Portugal ā€“ Fernando II, rei de Leon
1,109 D. Afonso Henriques, 1ol rei de Portugal ā€“ Mafalda de Savoia

Dei uma olhadinha nos dados da geneall.net portugal para todos os 43 presidentes dos Estados Unidos. Nao desejo postar outras sequencias genealogicas deles. Mas aqui cabem uns pequenos detalhes. 29 deles sao descendentes dos reis de Portugal. 3 sao descendentes somente dos reis: Carlos Magno, Hugo Capet da Franca e William I da Inglaterra. Os tres sao: James Buchanan, Dwight D. Eisenhower e Barack H. Obama. Assim eles tambem sao parentes das Familias Reais Ibericas que tambem descendem dos 3 reis.

Os que nao estao indicados com descendentes dos reis sao: Martin van Buren, Abraham Lincoln, Rutherford B. Hayes, James A. Garfield, Chester A. Arthur, William McKinley, Woodrow Wilson, Warren G. Harding, Harry S. Truman, John F. Kennedy e lyndon B. Johnson. Isso nao significa que nao sejam descendentes dos reis mas o que provavelmente aconteceu eh isso, certos dados genealogicos se perderam em algum ponto da ascendencia deles. Isso aconteceu com a maioria de nos.

A lista de presidentes dos Estados Unidos descendentes do rei Afonso Henriques em ordem de suas eleicoes eh: George Washington, John Adams, Thomas Jefferson, James Madison, James Monroe, John Quincy Adams (filho de John Adams), Andrew Jackson, William Henry Harrison, John Tyler, James K. Polk, Zachary Taylor, Millard Fillmore, Franklin Pierce, Andrew Johnson, Ulysses S. Grant, Grover Cleveland (que foi reeleito apos seu sucessor), Benjamin Harrison (neto de William H. Harrison), Theodore Roosevelt, William Howard Taft, Calvin Coolidge, Herbert Hoover, Franklin D. Roosevelt, Richard Nixon, Gerard Ford, Jimmy Carter, Ronald W. Reagan, George H. W. Bush (pai), Bill Clinton e George W. Bush (filho).

O que poderia ser um pouco de surpresa eh que tambem olhei 40 nomes vinculados `a presidencia brasileira. Isso inclui presidentes eleitos, ditadores e conselhos administrativos. Somente 11 dos 40 tem dados indicando descender dos reis, de acordo com aquele site. Isso nao eh algo de se estranhar porque eu sei o quao duro eh juntar tais dados no Brasil. O clima nao eh amigavel para conservacao de papeis. Como eu ja disse, somente apos 1.808 os jornais foram permitidos circular, com restricoes. O analfabetismo foi uma forma de dominar a populacao. E, acima de tudo, somente umas poucas pessoas procuram realmente quebrar esse ciclo vicioso. Eu proprio tenho visto coisas que sao de cortar o coracao nesse assunto.

A lista de nossos primos presidentes no Brasil eh: Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Manuel Ferraz de Campos Salles, Augusto Moreira Afonso Pena, Nilo Procopio Pecanha, Jose Linhares, Carlos Coimbra da Luz, Nereu Ramos, Joao Belchior Marques Goulart, Humberto de Alencar Castelo Branco e Tancredo Neves (foi eleito pelo colegio eleitoral mas morreu antes de assumir a presidencia).

A Guerra de 1.812 poderia ter sido evitada naquele tempo se tivessemos pelo menos uma linha telefonica transatlantica. O Parlamento Ingles tinha revogado algumas decisoes que estavam causando a guerra mas antes de ficar sabendo disso os Estados Unidos estavam tentando invadir as Possessoes Inglesas no Canada. Entretanto, nao houve momento melhor para fazer-se uma guerra contra a Inglaterra porque ela estava involvida noutra muito maior, contra a Franca, dai a Inglaterra teve que usar um contingente menor contra os americanos. Todavia, embora em menor numero era muito bem preparado.

Durante o curso da guerra os ingleses invadiram a capital Washington e queimaram os predios principais. A esquadra inglesa entao se dirigiu para Baltimore, no Maryland. Mas eles nao foram capazes de tomar o forte melhor defendido. La, apesar do intenso bombardeio os defensores do Fort McHenry nao abandonaram suas posicoes e os ingleses desistiram. O comandante do Forte tinha instruido mulheres de Baltimore para costurarem uma bandeira enorme e assim que o bombardeio parou a bandeira foi levantada. Ele queria certificar-se que os ingleses a veriam mesmo quando estivessem de longe.

No momento, Francis Scott Key estava retido num navio mercante e testemunhou a cena. Imediatamente apos ele teve a inspiracao de escrever um poema que posteriormente foi chamado de: The Star-Spangled Banner (A Bandeira de Estrelas Resplandecentes). Em 1.831 o Congresso passou uma lei nomeando o poema como hino nacional.

Dai as forcas inglesas decidiram atacar Nova Orleans que era o portao para a fronteira agricola americana. La eles confrontaram Andrew Jackson e seu exercito. Ele era um ex-combatente da Guerra da Independencia e nutria odio pelos ingleses desde entao. A mae e irmaos haviam morrido naquele tempo.

No cenario da ultima batalha, a forcas comandadas por Jackson eram bem menores e estavam intrincheiradas, esperando o inimigo. O lider das forcas ingleses tentou resolver tudo de uma vez. Dividiu seu grupo em tres frontes: direita, esquerda e frontal. Porem o grupo da esquerda teria que atravessar para o outro lado do rio e quando tentou faze-lo uma forte ventania atrasou sua parte no plano. Tambem, uma unidade avancada de franco-atiradores americanos emboscou o grupo que estava atacando pela direita e matou o comandante.

Quando o batalhao ficou cara-a-cara com as forcas americanas ele estava exposto e desorganizado. Melhor posicionado para atirar e matar as forcas do Andrew Jackson exerceram sua funcao como se estivesse atirando em patos. No final, cerca de 2.000 ingleses foram mortos enquanto nao mais que 3 duzias de americanos teve a mesma sorte. Outra vez, o episodio poderia ter sido evitado se houvesem comunicacoes rapidas naquele tempo. As diplomacias americana e inglesa ja haviam chegado a um acordo para terminar a guerra mas a noticia disso so chegou umas 3 semanas depois.

O que foi mais interessante nesta ultima batalha foi que os voluntarios sairam de tao longe quanto do Estado de Connecticut para defender a nacao americana. Todas as cores de pele se fizeram presentes, dispostas a morrer por ela. E Jackson se tornou um heroi nacional.

O que eh triste a este respeito eh que parece que Andrew Jackson virou sua ira contra os indios na Fronteira Oeste. Ele se tornou o presidente dos Estados Unidos de 1.829 a 1.837 e expulsou muitas tribos das terras de seus ancestrais provocando o que se chama: ā€œMarcha das 1.000 lagrimas.ā€ Foi praticamente um genocidio. Mesmo que ele nao possa ser julgado pelas leis de hoje, ate naquele tempo houveram aqueles que perceberam o excessivo uso de forca. Com esta atrocidade ele pavimentou a via para a expansao americana em direcao ao Oceano Pacifico. Se ele tivesse feito o que fez nos nossos dias, com certeza, seria comparavel a Saddhan Hussein ou Moammar Gadhafi. (Nota: hoje, 20 de outubro de 2011, o ditador libio foi morto pelos insurgentes).

As outras faces das notas do dolar americano sao: 1,00 George Washington; 2,00 Thomas Jefferson; 5,00 Abraham Lincoln; 10,00 Alexander Hamilton, que nunca chegou a ser presidente mas foi ministro das financas que forneceu instrumentacao ao governo de George Washington e foi outro escritor dos Jornais Federalistas; 50,00 Ulysses S. Grant; 100,00 Benjamin Franklin, outro que nao chegou `a presidencia mas ajudou a escrever a Declaracao da Independencia e prestou outros servicos; 500,00 William McKinley; 1.000,00 Grover Cleveland; 5.000,00 James Madison; 10.000,00 Salmon P. Chase, tambem nao foi presidente e 100.000,00 Woodrow Wilson.

As moedas americanas tem a face de: 0,01 Abraham Lincoln; 0,05 Thomas Jefferson; 0,10 Franklin D. Roosevelt; 0,25 George Washington e 0,50 John F. Kennedy.

Penso ser melhor colocar aqui mais umas sequencias genealogicas. A primeira sera dos reis e rainhas de Portugal e Brasil, comecando de certos ancestrais dos duques de Braganca.

1,290 Estevao Coelho ā€“ Maria Mendes Petite
1,330 Branca Pires Coelho ā€“ Joao Pires de Alvim
1,360 Leonor Alvim ā€“ D. Nuno Alvares Pereira
1,380 D. Beatriz Pereira Alvim ā€“ D. Afonso, 1o. duque de Branganca
1,403 D. Fernando I, 2o. Braganca ā€“ D. Joana de Castro*
1,430 D. Fernando II, 3o. Braganca ā€“ D. Isabel, Infanta de Portugal*
1,470 D. Jaime, 4o. Braganca ā€“ Leonor de Mendonca*
1,510 D. Teodosio, 5o. Braganca ā€“ D. Isabel de Lancastre*
1,543 D. Joao I, 6o. Braganca ā€“ D. Catarina de Portugal*
1,568 D. Teodosio II, 7o. Braganca ā€“ Ana de Velasco y Giron*
1,604 D. Joao IV, rei de Portugal ā€“ Luiza de Guzman*
1,648 D. Pedro II, rei de Portugal ā€“ Marie Sophie Elisabeth*
1,689 D. Joao V, rei de Portugal ā€“ Maria Anna Josepha*
1,714 D. Jose I, rei de Portugal ā€“ Maria Ana Victoria de Bourbon*
1,734 D. Maria I, rainha de Portugal ā€“ D. Pedro III, rei de Portugal*
1,767 D. Joao VI, rei de Portugal ā€“ Carlota Joaquina de Bourbon*
1,798 D. Pedro I, imperador do Brasil ā€“ Maria Leopoldina*
1,825 D. Pedro II, Imperador do Brasil ā€“ Teresa de Bourbon*
1,846 D. Isabel de Braganca ā€“ princesa imperial do Brasil – Gaston dā€™Orleans, conde dā€™Eu*

Somente para lembrar, na 4a. linha, D. Afonso, o 1o. duque de Braganca era filho do D. Joao I, rei de Portugal e Ines Pires. D. Joao I tornou-se rei depois da Crise de 1.383-1.385 quando o rei espanhol exigiu a coroa portuguesa para si. Mas ele foi derrotado pelas forcas combinadas de Portugal e Inglaterra lideradas pelo proprio rei e pelo seu servo fiel: D. Nuno Alvares Pereira.

Na 12a. linha, o rei D. Pedro II de Portugal era irmao de D. Catarina de Braganca, Infanta de Portugal e esposa do Charles II, rei da Inglaterra, Escocia e Irlanda, aquele que unificou as colonias americanas e tomou Nova Iorque dos holandeses. Tambem, D. Pedro III, rei de Portugal e marido de D. Maria I era irmao de D. Jose I, rei de Portugal, o pai dela. Assim ele era tio da propria esposa.

Ao falecimento de D. Joao VI, rei de Portugal, em 1.826, o herdeiro por direito era D. Pedro I, imperador do Brasil. Mas o irmao dele assumiu o cargo como D. Miguel I, rei de Portugal. Isso levou a confrontos entre dois partidos, cada um em favor de um dos reis. D. Pedro I, imperador do Brasil, renunciou ao trono brasileiro, deixando la o filho Pedro como herdeiro e tomou o trono portugues. Ele assumiu como Pedro IV, rei de Portugal. E sua sucessao de deu mais ou menos assim:

1,798 D. Pedro IV, rei de Portugal ā€“ Maria Leopoldina*
1.819 D. Maria II, rainha de Portugal ā€“ D. Fernando II, rei de Portugal*
1,838 D. Luis I, rei de Portugal ā€“ Maria Pia, princesa da Savoia*
1,863 D. Carlos I, rei de Portugal ā€“ Amelie dā€™Orleans, princesa da Franca*
1,889 D. Manuel II, rei de Portugal ā€“ Augusta Viktoria*

A monarquia terminou em 1.889 no Brasil com a Proclamacao da Republica. O mesmo se deu em Portugal no ano de 1.910. Desde entao as familias reais continuam existindo sem o trono. Usam titulos mas nao os de reis e rainhas.

Aproveitarei esse momento para postar pequenas sequencias genealogicas que tem algo com o presente, mesmo que isso nao seja tao importante para os dados no presente livro. Comecarei com a princesa Isabel e o marido dela: Gastao dā€™Orleans, conde dā€™Eu.

1.846 D. Isabel de Braganca, princesa imperial do Brasil – Gaston dā€™Orleans, conde dā€™Eu*
1,875 D. Pedro de Alcantara de Orleans e Braganca- Elisabeth*
1,913 D. Pedro de Orleans e Braganca, principe de Orleans e Braganca ā€“ Maria de la Esperanca de Borbon*
1,948 D. Afonso Duarte, principe de Orleans e Braganca ā€“ Silvia Amelia Hungria Silva Machado*

Outro exemplo:

1,846 D. Isabel de Braganca, princesa imperial do Brasil – Gaston dā€™Orleans, conde dā€™Eu*
1,878 D. Luis de Orleans e Braganca, principe do Brasil – Maria Pia de Borbon*
1,909 D. Pedro Henrique de Orleans e Braganca ā€“ Maria Elisabeth, princesa de Bayern*
1,959 D. Maria Gabriela de Orleans e Braganca, princesa do Brasil – Theodoro Hungria da Silva Machado*

O ultimo casal de cada sequencia termina com uma irma e um irmao. Por meio da linhagem da avo deles, sao descendentes com certeza de Fernao Coelho, 1o. sr. de Felgueiras e Vieira e da esposa dele Catarina de Freitas. Fernao Coelho era bisneto de Estevao Coelho e Maria Mendes Petite, a partir dos quais comecei a postagem da sequencia genealogica para os reis do Brasil e Portugal. Catarina de Freitas era descendente de todas as familias reais da Peninsula Iberica e alem. Porei uma sequencia genealogica do lado materno dos irmaos.

Silvia Amelia* e Theodoro Hungria da Silva Machado*
1,930 Sylvia Emilia de Mello Franco Senna* ā€“ Paulo Argemiro Hungria da Silva Machado
1,900 Mucio Emilio de Senna(*?) ā€“ Sylvia Amelia de Mello Franco*
1,876 Nelson Coelho de Senna(*?) ā€“ Emilia Gentil Horta Gomes Candido
1,847 Maria Brasiliana Coelho(*?) ā€“ Candido Jose de Senna
1,785 Joao Coelho de Magalhaes(*?)- Bebiana Lourenca de Araujo
1,759 Jose Coelho de Magalhaes(*?) – Eugenia Rodrigues Rocha

Como eu chamei a atencao antes, nao podemos dizer sim ou nao, com certeza, que o patriarca de nossa familia: Jose Coelho de Magalhaes, seja o mesmo nobre que estava por primeiro postado no geneall.net portugal. Se for, nossos primos Silvia e Theodoro sao, pelo menos, duas vezes descendentes dos mesmos ancestrais. Mas eh melhor voltar ao nosso assunto principal.

Depois da queda de Napoleao Bonaparte o Brasil foi o unico pais americano a ter assento no Congresso de Viena que remapeou a Europa. Nao foi por o Brasil ser especial e sim porque a familia real portuguesa morando no Brasil tinha seus interesses por la, desde que Portugal e Algarves eram parte do Imperio dominado por eles. E Portugal foi naquele tempo colonia do Brasil. Essa inversao de lugares nao agradava ao povo portugues. Naquela epoca o Brasil devolveu a Guiana `a Franca. Tinha sido uma pequena contribuicao brasileira para derrotar Napoleao. Os brasileiros invadiram a Guiana e a conquistaram quase sem resistencia.

Desde entao o povo portugues comecou a pressionar o rei D. Joao VI para voltar a Portugal. Os brasileiros tambem nao tinham a menor vontade de voltar `a condicao de colonia. D. Joao VI queria ficar no Brasil onde era querido e respeitado incondicionalmente. E o filho dele, Pedro de Alcantara, ainda um homem jovem, que entrara no Brasil aos 9 anos, se sentia mais brasileiro que portugues e recusou-se a ir no lugar do pai. Apos um bom periodo brincando de esconder, D. Joao VI concordou em ir para Portugal, mas quando estava a ponto de embarcar no navio ele sussurrou no ouvido do Pedro: ā€œAntes que algum aventureiro o faca, faca voce mesmo.ā€

Ele estava mencionando a Independencia Brasileira. Outros paises latino-americanos ja haviam conseguido suas independencias e D. Joao VI sabia que seria uma questao de tempo para alguem fazer o mesmo no Brasil. No seu retorno a Portugal, D. Joao VI teve que adaptar-se ao novo estilo de vida. O exercito portugues tinha ocupado o pais e nao iria aceitar mais um rei absolutista. As cortes tambem exigiram que o Brasil voltasse `a sua velha condicao de colonia.

Em movimentos rapidos da Historia logo depois, o principe regente do Brasil, Pedro, foi pressionado a nao voltar para Portugal e mostrou isso no episodio conhecido como ā€œDia do Ficoā€. Quando as cortes portuguesas decidiram reduzir os poderes dele, Pedro declarou a Independencia do Brasil em 7 de setembro de 1.822. Ele foi coroado como D. Pedro I, imperador do Brasil.

Porem, o sucesso dele deve ser em grande parte agradecido ao nobre: Jose Bonifacio de Andrada e Silva. Este era brasileiro e havia estudado na Europa. Ele inclusive estava la durante a Revolucao Francesa. Era liberal ao ponto de querer o fim da escravidao e desejar promover um certo tipo de reforma agraria. Reconhecia que o imenso territorio do Brasil estava em poucas maos e era improdutivo. Ele foi o braco direito do imperador enquanto os confrontos iniciais estavam ocorrendo.

O Brasil estava dividido entre os que queriam permanecer com Portugal, como na Provincia da Bahia; os que queriam o regime republicano, como os da Provincia de Pernambuco e diante da ameaca de Portugal de enviar tropas para retomar o Brasil. Mas o liberalismo de Jose Bonifacio acabou levando-o `a queda porque os latifundiarios e os escravocratas, somados `a sua propria inabilidade de negociar estavam contra ele. Logo ele foi exilado e mudou-se para a Franca, onde viveu por 6 anos.

Em 1.831 o imperador D. Pedro I iria retornar a Portugal. Ele nomeou Jose Bonifacio como tutor dos filhos, inclusive do principe Pedro que se tornaria D. Pedro, o segundo imperador do Brasil. Outra vez ele entrou em conflito com os conservadores e foi acusado de conspirar para trazer D. Pedro I de volta ao Brasil. Desta vez ele foi mantido em prisao domiciliar na Ilha de Paqueta, no Rio de Janeiro. Pelos servicos prestados ele ganhou a alcunha de o Patriarca da Independencia. Era descendente dos reis de Portugal e casado com uma irlandesa de nome: Narcisa Emilia Oā€™ Leary.

Foi substituido no cargo de tutor do infante Pedro pelo nobre de nome comprido: Manuel Inacio de Andrada Souto Maior Pinto Coelho. Este tambem era muitas vezes descendente dos reis. Vajamos exemplos de sequencias genealogicas para esses dois.

1,763 Jose Bonifacio de Andrada e Silva ā€“ Narcisa Emilia Oā€™Leary
1,726 Bonifacio Jose Ribeiro de Andrade ā€“ Maria Barbara da Silva
1,678 Jose Ribeiro de Andrade ā€“ Ana da Silva Borges
1,645 Filipa de Andrade Machado ā€“ Gaspar Ribeiro da Silva
1,610 Antonio Pacheco de Andrade ā€“ Catarina Rebelo Machado*
1,580 Maria de Gouveia de Andrade ā€“ D. Francisco Pacheco*
1,540 Maria de Andrade ā€“ Cristovao Rebelo de Meireles
1,515 Leonor de Andrade ā€“ Rui Pires de Gouveia*
1,480 Leonor Freire de Andrade ā€“ Luis Machado, sr. de Sandomil e Loriga
1,385 Joao Freire de Andrade, 2o. sr. de Bobadela ā€“ Catarina de Sousa

O ultimo casal ja se encontra na sequencia genealogica do Inconfidente: Francisco de Paula Freire de Andrade, no capitulo 10. Ponhamos algo para o Manuel Inacio de Andrada Souto Maior Pinto Coelho, marquez de Itanhaem.

1,782 Manuel Inacio de Andrada ā€¦ ā€“ Maria Angelina Beltrao
1,735 Antonia Joaquina Luisa Ataide Portugal Pinto Coelho ā€“ Inacio de Andrade Souttomayor*
1,700 Luis Jose Pinto Coelho da Cunha ā€“ Antonia Joana Miranda Costa
1,671 Antonio Caetano Pinto Coelho ā€“ Maria Josefa Azevedo Coutinho
1,640 Francisco Pinto da Cunha ā€“ D. Francisca Maria da Silva e Castro*
1,600 Antonio Pinto Coelho, 9o. sr. de Felgueiras e Vieira ā€“ D. Francisca de Ataide*
1,560 Francisca Maria da Silva Coelho de Noronha ā€“ Francisco Pinto da Cunha*
1,540 Aires Coelho, 7o. sr. de Felgueiras ā€“ Maria de Noronha
1,510 Goncalo Coelho da Silva, 6o. sr. de Felgueiras ā€“ D. Maria de Melo*
1,470 Aires Coelho, 5o. sr. de Felgueiras ā€“ Maria de Castro*
1,435 Goncalo Coelho ā€“ 3o. sr. de Felgueiras e Vieira ā€“ Violante de Magalhaes*
1,420 Martim Coelho, 2o. sr. de Felgueiras ā€“ Joana de Azevedo
1,370 Fernao Coelho, 1o. sr. de Felgueiras e Vieira ā€“ Catarina de Freitas*

Fernao Coelho era bisneto de Estevao Coelho e Maria Mendes Petite a partir dos quais eu comecei a postar a ultima sequencia genealogica dos reis do Brasil e de Portugal neste capitulo.

Com a ida de D. Pedro I em 1.831 para Portugal, o Brasil passou por uma serie de Regencias ate 1.840 quando teve uma revolta e o povo exigiu que Pedro, com 14 anos de idade, fosse considerado adulto para usar a coroa por si mesmo. Contudo, uma decisao de 1.831 teve consequencias no resto da Historia do Brasil. Foi a criacao da Guarda Nacional. O problema foi esse: o Brasil estava dividido em tres partidos. O Conservador, o Liberal e o da Restauracao. Este ultimo queria o retorno de Pedro I. Os Conservadores desconfiavam do exercito porque ele poderia ser liderado por alguem que desejasse o poder. Os liberais tambem nao confiavam porque temiam que ele fosse usado para suprimir as opinioes deles.

A ideia da Guarda Nacional no Brasil era baseada na experiencia francesa onde cada cidadao era chamado a defender o pais. Mas no Brasil isso tinha outras particularidades. Para voce se tornar membro era preciso ser eleitor. Para ser eleitor voce precisava possuir uma renda anual que poderia coloca-lo na classe media ou superior. Tambem, para ser eleitor tinha que ser homem. Dai grande parte da sociedade nao era considerada cidada completa.

Os filiados `a Guarda Nacional nao recebiam salario para isso. Eles tinham que custear os proprios uniformes, armas e pagar uma taxa pequena para manter a instituicao. Porem tinham todos os privilegios que a posicao garantia. Naquele tempo e por muito tempo depois a populacao brasileira vivia nas areas rurais conhecidas como ā€Grotoesā€. Os ā€œGrotoesā€ foram dominados pelos membros graduados da Guarda Nacional.

Desse sistema acabou derivando a palavra portuguesa ā€œcoronelismoā€. E tambem o dizer: ā€œManda quem pode e obedece quem tem juizoā€. Algumas vezes esses lideres rurais eram pessoas violentas e tomavam as populacoes em seu dominio como refens de suas vontades. O Brasil esta cheio de estorias de confrontos entre dois ou mais coroneis. Alguns foram verdadeiros chefes de quadrilhas.

O que os mantinha no poder eram suas liderancas politicas. Quaisquer beneficios que poderiam vir dos governos tinham que passar pela aprovacao deles para chegar aos pequenos. Todas os cargos publicos locais eram preenchidos pelos aliados de confianca deles, particularmente os parentes. Com o controle deles sobre tudo, o Brasil nunca desenvolveu uma economia de mercado verdadeira pelo menos antes do meio do seculo XX. Mesmo a Guarda Nacional tendo sido extinta nos anos 1.920, a sociedade nao se viu livre do sistema enquanto a velha guarda nao morreu.

Mesmo depois, o poder dos ā€œGrotoesā€ permaneceu num processo de morte demorada. E isso manteve o Brasil num sistema de quase Idade Media. Nem mesmo os chamados liberais no Brasil foram campeoes pelas liberdades e independencia do povo. Eram liberais apenas em comparacao aos conservadores. E a instituicao da Guarda Nacional no Brasil favoreceu aos conservadores porque era restrita `as elites economicas. E quando a pessoa humana se conforta nos privilegios a ultima coisa que deseja eh a mudanca do sistema. Mesmo que a mudanca fosse boa para a sociedade como um todo.

Em 1.860 o numero de membros era 500.000. Enquanto o Exercito Brasileiro nao tinha mais que 20.000 de efetivo. De acordo com um calculo conservador, se cada membro teve 500 descendentes em media, o Brasil deveria ter 250 milhoes de pessoas sem contarmos os descendentes dos que nao fossem membros. Mas o Brasil tem uma populacao um pouco abaixo de 200 milhoes. Entao, para onde foi todo esse povo?! Praticamente todos estao dentro do numero da atual populacao brasileira. E o numero poderia ser muito maior nao fosse pelo casamento entre as descendencias deles, combinadas.

O que quero dizer eh isso: nos somos descendentes de muitos deles ao mesmo tempo e, muitas vezes, somos descendentes de alguns deles mutiplas vezes. Eu mesmo sou seis vezes descendente do capitao Jose Coelho de Magalhaes Filho, tambem conhecido como Jose Coelho da Rocha. Tambem descendente dos filhos deles que usaram as patentes de tenentes, e de outro capitao. Em razao disso, cada membro pode ter muitos milhares de descendentes em media hoje mas nao podemos apenas somar os numeros de descendentes de cada um para calcular a populacao brasileira.

A maioria dos brasileiro sao descendentes deles mas o que eh triste eh isso: a Guarda Nacional tinha um fichario com informacoes genealogicas valiosas de seus membros mas isso pode ter sido destruido pelas tracas, mofo e desrespeito pelo que eh historico.

Temos muitas pessoas que participaram na construcao da Historia do Brasil no seculo XIX. Cada uma delas merecia um filme representado pelos atores mais conhecidos de Hollywood. Mas eu escolhi apenas dois para falar algo. Luis Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias e Theofilo Benedicto Ottoni. Se buscarmos os dados genealogicos deles presentes no sitio geneall.net portugal, nao podemos dizer se eles sao ou nao descendentes de nossos ancestrais reis mas eu suspeito que sejam. Nao porque eles tinham isso escrito na testa ou exista alguma forma que indique que a pessoa seja ou nao nobre. Mas as probabilidades sao favoraveis a isso como ja discuti no inicio deste livro.

O primeiro: Luis Alves de Lima e Silva, o duque de Caxias, tem alguns ancestrais la, desde os anos 1.200. Porem, a maioria dos dados genealogicos dele estao incompletos da mesma forma que outros. Ele foi aceito como praca no exercito quando tinha 5 anos. Ele foi criado no quartel. Foi escolhido para combater a resistencia `a Independencia Brasileira no Estado da Bahia.

Luis Alves de Lima e Silva foi um genio militar. Lutou do norte ao sul do Brasil em campanhas numerosas como no Estado do Maranhao, chamada de Balaiada. La, a ultima cidade a ser conquistada foi Caxias, dai ele ganhou o titulo de barao de Caxias. Depois ele lutou no sul, primeiro contra os ditadores da Argentina e do Uruguai. Ele tambem pacificou uma revolta que tinha a intencao de criar a Republica a partir dos estados do Sul do Brasil. Esta revolta eh chamada de Farroupilha.

A vitoria sobre os Farroupilhas teve um sabor especial. Um dos combatentes foi Giuseppe Garibaldi que era casado com a ā€œBrazilianaā€ Anita Garibaldi. Depois que a paz foi feita no Brasil, o casal foi para a Italia onde eles lutaram pela unificacao daquele pais e se tornaram grandes herois la tambem. No Brasil eles lutaram ao lado dos Farroupilhas.

Luis Alves mereceu todos os titulos militares e de nobreza. Ele eh bem conhecido por sua participacao na Guerra do Paraguai. Sob o ā€œcaudilhoā€ Solano Lopez, o Paraguai virou uma grande forca militar e queria conquistar toda a regiao em torno da Bacia do Prata. Isso significava tomar terras do Brasil, Uruguai e Argentina. Os tres paises fizeram a Triplice Alianca. Mesmo lutando do mesmo lado, nao foi o suficiente a principio para depor a ditadura do Solano Lopez. E eles lutaram por quatro anos.

Quando Caxias assumiu o comando ele primeiro treinou as tropas em taticas especificas do exercito. A maioria era da Guarda Nacional. E ele as comandou pessoalmente. Depois de uma serie de vitorias encontraram um fim de linha. Os aliados tinham que cruzar uma ponte carregada com explosivos. Foi dito que, aos mais de 60 anos o velho Caxias com bravura tomou a frente aos subordinados e cruzou primeiro gritando: ā€œOs que forem brasileiros, sigam-me.ā€ Nao houve explosao e ele ganhou a Batalha de Itororo. A partir dai os aliados conquistaram todo o Paraguai em um tempo curto e a guerra terminou. E isso ja era quase o ano de 1.870.

O que o duque de Caxias representou para o imperador D. Pedro II eh similar ao que D. Nuno Alvares Pereira representou para o rei D. Joao I de Portugal. Se nao fosse por D. Nuno, talvez D. Joao I nao teria sido rei em Portugal. Se nao fosse por Luis Alves de Lima e Silva, talvez o Brasil nao tivesse seu segundo imperador. O duque de Caxias morreu em 1.878. Mesmo sua genealogia nao apontando vinculos com as familias reais anteriormente, as duas filhas dele se casaram com pessoas de origem nobre. Assim a descendencia dele passou a ter vinculos nobres conhecidos.

O outro heroi brasileiro, Theofilo Benedicto Ottoni, teve um encontro desagradavel com Caxias. Ele era um militante do Partido Liberal. E em 1.842 teve um impasse politico porque os conservadores estavam manipulando o governo. Disso comecou a Revolta dos Liberais. Primeiro na Provincia de Sao Paulo e depois na Provincia de Minas Gerais. Theofilo Ottoni foi o lider em Minas Gerais e organizou a resistencia. Mas na Batalha da Cidade de Santa Luzia as forcas dele foram dominadas pelas Forcas Imperiais lideradas por Caxias que o levou preso. Depois ele foi julgado e inocentado. Um dos companheiros do Ottoni foi o Modesto Jose Pimenta, um primo da Familia Coelho.

Theofilo Ottoni tem uma pequena genealogia conhecida. Nasceu em 1.807, na Cidade do Serro ā€“ Minas Gerais. O trisavo dele, Emmanuel Antao Ottoni foi um imigrante de Genova ā€“ Italia. Penso que ele tenha vinculos com as familias nobres ibericas porque teve ancestrais com sobrenomes tais como: Sousa, Maia e Paes Leme. Paes Leme tambem eh sobrenome do Fernao Dias, o conhecido Bandeirante. Mas isso nao importa agora. O que importa mesmo eh, ele nao foi considerado digno de atencao para muitos historiadores brasileiros mas fez coisas que estavam muito acima da capacidade de outros brasilieiros do tempo dele.

A vida dele foi dedicada a combater o absolutismo monarquico, ao amor `a democracia e `a busca por vias economicas novas para os arredores de sua cidade natal e para o Brasil em geral. Apos muitos percalcos na vida, ele fundou a Cia de Comercio e Navegacao do Rio Mucuri. O Rio Mucuri esta no Nordeste de Minas Gerais e eh bacia de uma regiao extensa onde esta situada a Cidade do Serro.

Minas Gerais tinha um problema grande naquele tempo porque era servida apenas pela Estrada Real, e a Cidade do Serro ficava quase no final dela. Dai, para ter acesso ao Oceano Atlantico os norte-mineiros tinham que viajar mais de 1.000 quilometros em direcao ao sul. A leste porem a distancia era menos de um quinto para fazer-se o mesmo. Mas entre o Serro e as localidades ja povoadas na beira do Atlantico dos vizinhos Estados da Bahia e Espirito Santo tinha uma area quase sem colonizacao, habitada por indios.

Em homenagem ao seu idolo e mentor, Thomas Jefferson, criou o Projeto Filadelfia. Era um tipo de colonizacao diferente da que o mundo ja conhecia. Primeiramente ele fez acordos com os indios que os incluia no projeto. Abriu o projeto `a participacao de pessoas de todas as nacionalidades. O centro do projeto foi a Cidade de Filadelfia que mais tarde outros trocaram o nome para, em homenagem ao fundador: Teofilo Otoni. Para la imigraram pessoas da China, Italia, Alemanha, Holanda, Belgica, Suica, Portugal e Espanha.

Para um brasileiro do tempo dele, Theofilo Ottoni era muito avancado. A Cidade de Filadelfia dele nasceu com escola para linguas diferentes, jornal, igreja catolica e luterana (o Catolicismo era religiao oficial do imperio e para estar aberto para outros ramos religiosos era semelhante a desaviar a dominancia catolica) e logo completou mais de 160 km de estrada ligando Filadelfia `a Vila de Santa Clara, hoje Nanuque, que fazia parte do projeto. Ele tambem fez sociedade com o barao de Maua para recriar o Banco do Brasil. A primeira versao havia sido fundada por D. Joao VI e nao passava de um ā€œesquema de piramideā€.

Os ideais de Theofilo Ottoni incluiam a Proclamacao da Republica no Brasil porem o pais estava em maos muito conservadoras para isso. Queria a industrializacao mas os brasileiros conservadores estavam presos `as tradicoes. Visualizava a abolicao da escravidao mas isso so aconteceu quase 20 anos apos a morte dele. Ele faleceu em 1.869 em consequencia `as muitas malarias que pegou trabalhando no Projeto Filadelfia.

Nos ultimos anos da vida, Theofilo Ottoni era uma figura popular respeitada pelo publico brasileiro. Tornou-se senador e lider natural do povo. Um exemplo de sua participacao na Historia do Brasil esta no capitulo chamado: ā€œQuestao Christieā€. Naquele tempo uma sequencia de acontecimentos infelizes puzeram o Brasil e a Inglaterra em clima de guerra. O embaixador ingles: William Dougal Christie, tentou pressionar o imperador D. Pedro II dizendo que a Armada Inglesa poderia vir e arrasar a capital Rio de Janeiro.

Isso irritou a populacao ao ponto de levar alguns a desejar fazer justica com as proprias maos. Estes pensaram em depredar as propriedades de nativos ingleses no Brasil. O imperador pediu o arbitramento do rei Leopoldo, que era parente dele e tio da rainha Victoria da Inglaterra. Antes de uma resposta e para prevenir coisas piores, tambem cortou as relacoes diplomaticas com a Inglaterra e pagou em antecipacao o que a Inglaterra exigia, pensando que o Brasil nao fosse ter uma resposta favoravel.

A decisao somente foi comunicada muito depois e era favoravel ao Brasil. Theofilo Ottoni liderou o povo neste caso. Os brasileiros experimentaram um pouco da arrogancia inglesa que era a onipotente na epoca. As relacoes foram restauradas posteriormente, quando a Guerra do Paraguai ja havia comecado.

Coloquemos mais um pouco de genealogia. Comecarei pelo rainha Elizabeth II da Inglaterra, lembrando-nos que a rainha Victoria era trisavo dela e esta presente ai.

1,926 Elizabeth II, rainha do Reino Unido (RU) ā€“ Philip, principe da Grecia e Dinamarca*
1,895 George VI, rei do RU – Elizabeth A. M. Bowes-Lyon*
1,865 George V, rei do RU – Mary, princesa de Teck*
1,841 Edward VII, rei do RU – Alexandra, princesa da Dinamarca*
1,819 Victoria, rainha do RU – Albrecht, principe de Sachsen*
1,767 Edward Augustus, duque de Kent ā€“ Viktoria, princesa de Sachsen*
1,738 George III, rei da Gra-Bretanha – Charlotte, princesa de Mecklenburg-Strelitz*
1,707 Frederick Louis, principe de Wales ā€“ Augusta, princesa de Sachsen*
1,683 George II, rei da Gra-Bretanha – Carolina, marquesa de Brandenburg-Ansback*
1,660 George I, rei da Gra-Bretanha – Sophie Dorothea, princesa de ā€¦*
1,630 Sophie von der Pfalz ā€“ Ernst August von Hannover*
1,596 Elisabeth Stuart, princesa da Inglaterra – Friedrick V von der Pfalz*
1,566 James I, rei da Inglaterra – Anna, princesa da Dinamarca*
1,542 Mary Stuart, rainha da Escocia – Henry Stewart, duque de Albany*
1,512 James V, rei da Escocia – Marrie de Lorraine*
1,473 James IV, rei da Escocia – Margareth Tudor, princesa da Inglaterra*
1,451 James III Stuart, rei da Escocia – Margrethe, princesa da Dinamarca*
1,430 James II, Stuart, rei da Escocia – Maria von Egmond*
1,399 Joan Beaufort ā€“ James I Stuart, rei da Escocia

Os dois casais do final ja estao na sequencia genealogica que postei no final do capitulo 9, do rei Charles II da Inglaterra. Como podemos ver, os conjuges dessa linhagem receberam o asterisco como sinal de tambem serem descendentes dos reis da Peninsula Iberica. Eu nao segui toda a genealogia mas no site geneall.net portugal todos recebem a bolinha azul indicando descenderem do Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

Seguindo a descendencia da rainha Elizabeth II: a primeira esposa do principe Charles, Lady Diana eh descendente. E na linha de tornar-se a rainha consorte da Inglaterra, Catherine E. Middleton tambem descente do Afonso Henriques.

Por aquela epoca, nos Estados Unidos, ou Mexico, em 1.836 foi proclamada a Republica do Texas. Alguns autores dizem que isso fora parte do plano expansionista americano. Antes de isso acontecer os colonos foram estimulados a invadir o territorio e se estabelecerem em terras mexicanas. Como o Mexico tinha um territorio imenso, uma populacao rarefeita e nao tinha sido capaz de atrair mais populacao ele tornou-se vulneravel a essa tatica. Dai a proclamacao da Republica do Texas fora manipulada pelos politicos americanos.

Nao interessa se isso eh apenas uma teoria de conspiracao. No final o resultado foi o mesmo. O que se sabe com certeza eh que o presidente James K. Polk era uma figura expansionista e apressou-se para a Anexacao do Texas em 1.845. O Mexico considerava o Texas sua provincia rebelde e isso levou `a Guerra Mexico-Americana que comecou em 25 de abril de 1.846 e terminou em 12 de fevereiro de 1.848. Junto aos territorios anexados estavam a Alta California e o Novo Mexico, o que estabeleceu a fronteira no Rio Grande. Depois disso, os Estados Unidos pagaram 18 milhoes de dolares como compensacao.

O povo americano nao estava tao animado com a guerra contra o Mexico mas o proximo capitulo da Historia Americana deixou os descontentes sem argumentos. Mesmo antes de a guerra terminar, em 24 de janeiro de 1.848, iniciou-se a Corrida do Ouro na California. Isso levou a um movimento migratorio sem prescedentes nos Estados Unidos. O ouro de aluviao terminou por volta de 1.855 quando 300.000 pessoas de todo o mundo haviam chegado.

De acordo com um texto da Wikipedia, por volta de 4.000 pessoas com ascendencia africana eram oriundas dos Estados do Sul, do Caribe e do Brasil. Essa mencao nao deixa claro se haviam outros brasileiros, especialmente os brancos. Possivelmente sim porque a escravidao nao havia acontecido la. Apesar do que houveram muitos ex-escravos que haviam comprado suas liberdades.

Tambem nao esta claro se os brasileiros permaneceram nos Estados Unidos e, talvez, tenham participado da Corrida do Ouro do Wyoming comecada em 1.871. Se for, parte da populacao dos dois estados e de outros pontos de migracao interna podem esperar ter um pouco do sangue brasileiro, especialmente do Estado de Minas Gerais de onde esses migrantes devem ter partido.

Parece coincidencia mas assim que a Guerra Civil nos Estados Unidos acabou, a Guerra do Paraguai estourou na America do Sul. Como eu disse antes, ela aconteceu em consequencia da tentativa de Solano Lopez de tomar as terras em torno do Rio da Prata, o que garantiria ao Paraguai uma via particular para suas exportacoes. Desde 1.811 os presidentes do Paraguai tinham desenvolvido uma politica diferente das outras nacoes latino-americanas. Eles haviam decidido erradicar o analfabetismo e investido na industrializacao.

Porem, Solano Lopez comecou a usar isso para formar uma nacao militarizada. Alguns historiadores creem que, o que aconteceu foi, a industria paraguaia estava competindo com a da Inglaterra. Entao, a Inglaterra prometeu creditos faceis `a Argentina, Brasil e Uruguai e instigou-os a fazer a guerra. Mas isso nao se encaica na situacao. Primeiro, Brasil e Inglaterra nao haviam restaurado as relacoes diplomaticas.

Por outro lado, brasileiros, uruguaios e argentinos teriam que ser bestas se estivessem dancando conforme a musica inglesa. E Solano Lopez teria que ser santo, e o exercito formidavel que preparou nao teria sido usado na invasao das terras da Bacia do Prata. O resultado da guerra foi devastador para o Paraguai e os inimigos dele. 80% dos jovens adultos do Paraguai foram mortos. A industria foi perdida. Do lado do Uruguai, Argentina e Brasil tambem se perdeu inumeravel quantidade da populacao masculina. Apos `a guerra, o Brasil tinha uma divida tremenda a pagar. E a Inglaterra teria que ter sido trouxa em nao levar em conta a possibilidade de o Paraguai vencer a guerra.

Com certeza, a Inglaterra foi o unico beneficiario nisso porque foi um competidor a menos no mundo e ganhou os dividendos dos emprestimos da guerra. Porem, deve ter perdido muito mais porque o empobrecimento da regiao significou menor comercio por la. Se a Inglaterra induziu `a guerra, fez a si mesma de palhaca. Porem, nunca se sabe ate aonde chega a estupidez da cabeca humana. Os capitulos do colonialismo estao ai como ā€bonsā€ (ou maus) exemplos disso.

De qualquer forma o que acrescenta na Historia eh a presenca de Americanos no Brasil. Penso que o imperador D. Pedro II aprendeu algo do Projeto Filadelfia. Apesar do bom exemplo do Paraguai que havia provado ser possivel trabalhar-se com a populacao local para desenvolver-se um pais, ele saiu a procura de colonos de fora na esperanca que levassem desenvolvimento ao Brasil. E disponibilizou terras e emprestimos facilitados para quaisquer europeus que fossem atraidos pelo Brasil. Para ele o Brasil tinha um grande problema. Era habitado por pessoas de pele escura. Como um homem do seu tempo ele acreditava que pessoas de pele escura nao prestavam para o desenvolvimento. Em outras palavras, era preconceituoso.

E ele ofereceu as boas-vindas `as familias confederadas que quizessem migrar para o Brasil apos perderem a Guerra Civil. Cerca de 1.500 familias aceitaram a oferta e migrou para la. Nem todos ficaram mas um numero consideravel sim. Um bom exemplo foi o senador pelo Alabama, William Hutchinson Norris. Ele nao apenas fez um bom negocio. Depois de ver as oportunidades, levou muitos membros da familia dele. Foram responsaveis pela colonizacao das Cidades de Santa Barbara dā€™Oeste e Americana, em Sao Paulo. Outro eh do engenheiro Clement Willmot, que iniciou uma fabrica de produtos do algodao e ajudou no sucesso da Cidade de Americana.

Eh provavel que os migrantes dos Estados do Sul dos Estados Unidos se sentiram muito confortaveis no imperio brasileiro desde que a escravidao la nao tinha terminado. Porem, nem toda tentativa de migrar para o Brasil teve bom sucesso.

Atualmente, aquelas cidades continuam mantendo certas tradicoes dos Estados do Sul dos EEUU. Eles promovem paradas durante o ano que sao atracoes turisticas. Americana inclusive eh bem conhecida por formar bons times de basquetebol o que nao eh comum fora das grandes capitais brasileiras. Um detalhe, o nome Hutchinson esta representado no sitio geneall.net portugal mas o senador William esta fora. Hutchinson faz parte da ancestralidade tambem de Andrew Jackson.

A imigracao americana para o Brasil foi so uma parte minima do que aconteceu naquele tempo. O esforco de D. Pedro II levou muitos europeus oferecendo as mesmas vantagens. Os italianos devem ser a maioria nao considerando portugueses. E a migracao para la entrou pelo seculo XX adentro. No Sul do Brasil encontramos muitas cidades com base nessas migracoes. Qualquer um pode ir a Novo Hamburgo ou Caxias do Sul e sentir-se como se estivesse na Alemanha ou Italia. Os asiaticos e os mediorientais tambem sao visiveis no Brasil.

Diferentemente dos Estados Unidos, a abolicao no Brasil foi um longo processo. Nada comentei ate agora mas desde o Periodo Colonial os escravos buscaram sua propria liberdade. Muitos fugiram para os sertoes e estabeleceram as comunidades chamadas Quilombo. Um destes foi o Quilombo dos Palmares que foi como uma mini nacao africana e existiu por algumas geracoes enquanto nao foi destruido pelos colonos europeus.

No tempo do Imperio Brasileiro ficou evidente para alguns que a escravidao nao era um bom negocio em geral. Mas o Brasil estava dominado por uma minoria conservadora que nao enxergava isso tao bem. Liberais como Theophilo Ottoni tinham feito da abolicao um de seus objetivos desde os anos 1.820 e isso foi aos poucos entrando nas mentes das pessoas comuns.

A Inglaterra viu o assunto como uma oportunidade e lancou o decreto ā€œBill Aberdeenā€ que proibia o trafico de africanos. Mas a lei levou a um efeito contrario, intensificando o trafico desde que ele nao estaria mais disponivel para o futuro. A lei tambem teve consequencias contrarias na propria Inglaterra porque parte do publico ingles nao enxergava razao para a Inglaterra envolver-se em conflitos que nao tinham o interesse deles. A Lei Eusebio de Queiros apoiou a Aberdeen no Brasil e pos um fim ao trafico.

Somente em 1.871 foi promulgada a Lei do Ventre Livre. Com ela as criancas nascidas de maes escravas nao eram mais escravas. A particularidade dessa lei eh que ela foi proposta pelo Partido Conservador. Eles foram pressionados pelas exigencias do mercado externo e a alegacao a favor da lei incluia a imagem brasileira no exterior. Porem, por tras da fachada, o Partido Conservador, que representava as oligarquias agrarias, estava lutando por prolongar a escravidao ao seu maximo.

Desde entao, um pequeno numero de jovens de origem urbana, principalmente estudantes, comecou a lutar pela abolicao. Muitas sociedade foram fundadas para sustentar o ideal. Os abolicionistas comecaram a organizar sociedades em aberto e secretas para pagar pelo alvara ou invadir propriedades privadas e libertar os escravos. Escravos fugiram por si mesmos e os Quilombos se multiplicaram. Poetas como Castro Alves e o sabio Rui Barbosa de Oliveira, tambem chamado de ā€œO Aguia de Haiaā€, abracaram a causa de forma que ficou dificil aos conservadores imporem suas vontades.

Um tento contra o posicionamento conservador aconteceu quando o exercito recusou-se a ser usado para buscar fugitivos. Neste tempo o governo brasileiro intensificou as promocoes para atrair mais imigrantes europeus, especialmente italianos, para substituir os escravos na lida das fazendas de cafe. Porem, muitos fazendeiros ricos comecaram a tratar os imigrantes `a semelhanca de escravos e as agencias de imigracao comecaram a protestar contra os abusos.

Outra derrota veio em 1.887 quando passou a Lei do Sexagenario. Ela impunha que a escravidao terminava para todos que tivessem 60 ou mais anos de idade e para os que os completassem. A escravidao no Brasil ja estava a caminho de acabar mas a derrocada final dos conservadores veio a 13 de maio de 1.888. D. Pedro II estava na Europa a negocios e deixou sua filha, princesa Isabel, como imperatriz e ela assinou a Lei Aurea, que emancipava todos os escravos.

A princesa Isabel foi uma mulher e tanto. Era abolicionista militante, que ajudou muitos a fugir. Eu nao abordei o assunto mas a mulher brasileira nem sempre foi submissa como dizem. Com o da princesa Isabel temos muitos outros exemplos de mulheres que fizeram a Historia no Brasil mas elas sempre foram deixadas em segundo plano pela Historia oficial. Isso se faz verdade para Bartira (Isabel Dias), D. Joaquina do Pompeu, D. Beja, Chica da Silva, Anita Garibaldi, Maria Quiteria e muitas outras.

A escravidao estava em vias de terminar quando a princesa Isabel assinou a Lei Aurea mas o Partido Conservador nunca perdoou os monarcas pela audacia dela. Os Liberais ja eram republicanos, dai os conservadores aderiram aos Partidos Republicanos e empurraram os militares para a lideranca na Proclamacao da Republica no Brasil. Em 15 de novembro de 1.889 isso aconteceu.

Algo interessante foi isso: a familia real brasileira foi exilada na Europa e haviam muitos Clubes Republicanos envolvidos no movimento. Cada um deles tinha sua bandeira. Entao, enquanto nao se decidiu qual seria a Bandeira Brasileira, o navio que transportou os monarcas depostos navegou sob uma bandeira parecida com a americana. A diferenca era que as listras eram verde e amarelo e o numero de estrelas era 21.

A bandeira pode ser visualizada no endereco: http://en.wikipedia.org/wiki/Flag_of_Brazil juntamente com outras ideias. O nome do pais como Republica nao poderia ser mais sugestivo: Republica dos Estados Unidos do Brasil. Somente apos 28 de maio de 1.968 o Brasil adotou um nome novo que refletia uma identidade autonoma e transmitia um pouco de animosidade contra as interferencias do parceiro da America do Norte. O pais adotou: Republica Federativa do Brasil, como seu nome. Em outro capitulo eu pretendo dar razoes para a mudanca de relacionamento da admiracao para a quase inimizade.

12. DA REPUBLICA E INVENCAO DO AVIAO `A SEGUNDA GUERRA

Em geral, a America Latina e o Brasil ficaram para tras em diversos aspectos, no inicio do seculo XX. Um exemplo eh o de que no Censo de 1.900 constata-se que o Brasil tinha somente 17.438.434 habitantes, em contraste com os Estados Unidos que tinham 76.212.168. Para piorar o fato, 75% da populacao brasileira era analfabeta e a expectativa de vida era somente 33,4 anos.

Perto do ano de 1.900 os Estados Unidos tinham cidades como Nova Iorque, com quase 3.5; Chicago, perto de 1.7 e Filadelfia com 1.193.697 habitantes. No mesmo ano no Brasil, Rio de Janeiro tinha 275.000; Sao Paulo 240.000 e Salvador 206.000. Vinte anos depois, o Rio de Janeiro contava com 1.148.000; Sao Paulo 579.033 e Salvador tinha 283.422 habitantes. Belo Horizonte, que era ainda uma jovem cidade, planejada para ser a capital do Estado de Minas Gerais, tinha 55.563.

Apos a Proclamacao da Republica no Brasil, em 1.889, Brasil e Estados Unidos comecaram um relacionamento estranho. E o precedente vem de origem diferente. Em 1.826 o heroi Simon Bolivar, que eh chamado pelo apelido de O Libertador de Cinco Nacoes, lancou a proposta de alianca militar e um congresso comum para todas as nacoes americanas. O objetivo de Simon Bolivar era proteger as jovens nacoes, que estavam se tornando independentes, contra os interesses coloniais europeus. A ideia nao prosperou por causa do desmembramento das nacoes iniciais em paises menores, mais interessados em seus proprios problemas que nos do coletivo.

Como nao podemos esperar de outra forma, Bolivar tinha o imenso nome de: Simon Jose Antonio de la Santissima Trindade Bolivar Palacios y Blanco, O Libertador. E tambem ele era descendente dos monarcas ibericos como uma de suas linhagens mostra:

1.783 Simon Bolivar ā€“ Maria Teresa Rodriguez del Toro
1.726 Juan Vicente Bolivar y Ponte ā€“ Maria de la Concepcion Palacios y Blanco*
1.665 Juan de Bolivar y Martinez de Villegas ā€“ Maria Petronilla de Ponte y Marin*
1.627 Luis de Bolivar y Rebolledo ā€“ Maria de Martinez de Villegas e Guevara*
Antonio de Bolivar Y Diaz de Rojas ā€“ Leonor de Rebolledo y Maldonado de Almendariz
1.573 Beatriz Diaz de Rojas ā€“ Simon de Bolivar y Castro
Ana Gomez de Aguero y Rojas ā€“ Alonso Diaz Moreno
Ana de Rojas ā€“ Diego Gomes de Aguero
Lazaro Vasquez de Rojas ā€“ Mariana de Rojas
Juan de Rojas e Escobar ā€“ Aldonza de Ayala
Alonso de Caceres y Escobar ā€“ Mariana de Rojas y Cervantes
Mencia de Caceres y Solis ā€“ Diego Hernandez de Escobar
Leonor de Noron(h)a ā€“ Diogo de Caceres y Solis
D. Diego Henriquez ā€“ Beatriz de Guzman
1.365 D. Fernando Henriquez ā€“ Leonor Sarmiento
1.333 Enrique II, rei de Castela – Beatriz Fernandez de Angulo
1.311 Alfonso XI, rei de Castela – Leonor Nunez de Guzman*
1.290 D. Constanca, infanta de Portugal ā€“ Fernando IV, rei de Castela*
1.261 D. Dinis, rei de Portugal – Santa Isabel, Infanta de Aragao

Bolivar deu a ideia e o ideal mas somente em 1.889 os paises americanos se reuniram em Washington com decisoes mais concretas. Os objetivos eram comerciais, defesa mutua e arbitramento de disputas entre os paises membros. O nome inicial da entidade era Uniao Internacional das Republicas Americanas, depois passou a Uniao Pan-Americana e, finalmente, Organizacao dos Estados Americanos (OEA).

Pondo em pratica o que seria desejavel entre duas nacoes, brasileiros e norteamericanos assinaram o Tratado Blaine-Mendonca que deu acesso aos acucar e cafe brasileiros e farinhas americanas em condicoes preferenciais aos mercados reciprocos. Isso se deu em 1.891.

A coisa mais esquisita com respeito `as relacoes bilaterais Brasil/Estados Unidos veio no ano seguinte, apesar de ter tido inicio no mesmo ano. O Brasil nao tinha se preparado para virar republica e so em 1.891 teve uma assembleia para aprovar a primeira Constituicao Republicana. Neste tempo, o marechal Deodoro da Fonseca era o presidente. E ele nao tinha qualidade alguma para negociar com a assembleia eleita, dai ele renunciou e abriu espaco para o vice, marechal Floriano Peixoto.

Na Constituicao de 1.891 esta situacao estava prevista e dispunha que, uma nova eleicao teria de acontecer no maximo 2 anos depois. Contudo, o ano de 1,894 chegou e o mal. Floriano estava se fazendo de bobo sem tomar providencia alguma. Alguns patentes elevadas da marinha lhe mandaram uma carta exigindo as eleicoes. Estes foram presos, o que levou `a Revolta da Armada.

Os lideres dessa revolta foram os almirantes Luiz Philippe Saldanha da Gama, Eduardo Wandenkok e Custodio Jose de Melo. Alguns dos aliados deles eram monarquistas, o que era compreensivel ja que se eles desejassem voltar ao sistema algum dia eles teriam que passar pelo processo democratico. Num regime de ditadura isso nao seria possivel. Vejamos, entao, uma sequencia genealogica para o almirante:
1.846 Luiz Philippe Saldanha da Gama ā€“ Emilia Josefina de Melo
1.808 Jose de Saldanha da Gama ā€“ Maria Carolina Reis Barroso
1.773 Joao de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito ā€“ Maria Constanca de Saldanha Oliveira e Daun*
1.715 Manuel de Saldanha da Gama ā€“ Francisca Joana Josefa da Camara*
1.686 Joana Bernarda de Noronha e Lancastre ā€“ Joao de Saldanha da Gama*, 41o. vice-rei da India
1.657 D. Mariana de Lancastre ā€“ Luis Cesar de Menezes*
1.620 D. Rodrigo de Lancastre ā€“ Ines Teresa de Noronha*
1.580 D. Lourenco de Lancastre ā€“ Ines de Noronha*
1.550 D. Joao de Lancastre ā€“ Paula da Silva*
1.505 D. Luis de Lancastre, 1o. comendador-mor de Avis ā€“ Madalena de Granada
1.481 D. Jorge de Lancastre, 2o. duque de Coimbra ā€“ D. Beatriz de Vilhena*
1.455 D. Joao II, rei de Portugal – Ana de Mendonca*
1.432 D. Afonso V, rei de Portugal ā€“ D. Isabel, Infanta de Portugal*
1.391 D. Duarte, rei de Portugal ā€“ Leonor, Infanta de Aragao*
1.357 D. Joao I, rei de Portugal ā€“ Philippa de Lancaster, princesa da Inglaterra*

Preferi postar a sequencia acima e nao outras duas que vasculhei porque essa mostra algo mais a respeito da genealogia da familia real portuguesa. Nao podemos nos esquecer que o rei D. Joao I tornou-se rei apos a Crise de 1.383-1.385.

Ao contrario de tudo o que se entende como respeito `a nossa Constituicao aqui nos Estados Unidos, o presidente Grover Cleveland autorizou uma frota americana, 80% da frota da Costa Atlantica na epoca, a intervir a favor do ditador brasileiro Floriano Peixoto. E essa atitude virou um padrao de comportomento dos Estados Unidos no passar da Historia, junto `a America Latina. Sempre se alegou ser protecao dos interesses americanos. Tambem o banqueiro Charles R. Flint ajudou `aqueles que estavam infringindo as leis de ambos os paises.

Com a ajuda do exercito e da Guarda Nacional Brasileiros, o ditador Floriano Peixoto defendeu o emprego dele. As forcas rebeldes ficaram isoladas e a rebeliao desvaneceu porque o restante do pais ainda nao estava preparado para a democratizacao. Floriano Peixoto passou a ser chamado pelo apelido de Marechal de Ferro em referencia a ter se tornado ditador em causa propria.

No passar da Historia das Americas, a Uniao Pan-Americana teve um papel preponderante ao camuflar os efeitos do que se tornou a relacao entre os latinos e os Estados Unidos. A principio todos desejavam se ver livres do colonialismo europeu e tambem das monarquias que eram vistas como fator de atraso ao desenvolvimento da regiao. Basicamente o alinhamento com os Estados Unidos era visto como libertador do colonialismo formal.

Somente mais tarde muitos compreenderam a ingenuidade porque os Estados Unidos tiveram grande vantagem sobre os outros paises que foram tratados nada mais do que: como propriedade deles e nao parceiros. Para os paises latino-americanos o sentimento eh como se fosse, como dizem os brasileiros: ā€œtrocaram 6 por meia duzia.ā€ O colonialismo continuou, apenas disfarcou-se de uma forma mais digerivel. Mas em alguns casos ele tornou-se pior. E essa eh uma Historia para mais tarde.

Antes que me esqueca, os presidentes Cleveland e Peixoto eram igualmente descendentes dos reis de Portugal mas nao me dei ao trabalho de verificar as sequencias genealogicas deles.

Outro desencontro no relacionamento entre as duas nacoes nasce da questao: ā€œQuem inventou o aviao?ā€. Em nossos dias isso nao parece ter a mesma importancia que tinha no inicio do seculo XX. Pelo que se sabe, a maquina de transporte aereo de pessoas foi inventada pelo padre Bartolomeu Lourenco de Gusmao. Ele nasceu no Brasil, na Cidade de Santos, Sao Paulo, em 1.685. Muito jovem iniciou a desenhar baloes quando estava no seminario, na Bahia.

Foi um homem de muitas invencoes e mudou-se para Portugal onde tornou-se o paroco das Cortes. Em 1.709 o rei D. Joao V concedeu a ele a patente de sua invencao, o balao. Ele deu demonstracoes publicas e numa delas a massa ignara o acusou de feiticaria, um crime que era sujeito `a pena-de-morte, via Inquisicao. Desesperado, ele destruiu muito dos proprios escritos e buscou protecao, com a intencao de ir para a Inglaterra, mas quando chegou a Toledo, na Espanha, teve uma febre muito forte e faleceu em 1.724.

Do tempo dele em diante o balonismo desenvolveu-se lentamente. Os americanos o usaram na Guerra da Secessao (Guerra Civil ou Sul contra o Norte) para observarem os movimentos dos inimigos. Eh possivel que os ex-combatentes que imigraram para o Brasil tenham se tornado conselheiros do exercito brasileiro e o duque de Caxias usou o balao na Guerra do Paraguai. Esse uso esta registrado nos livros de Historia e a suposicao de aconselhamento eh teoria minha porque nao tenho noticias de que os brasileiros o usassem regularmente antes.

Nasceu em 20 de julho de 1.873, em Minas Gerais, na cidade denominada de Santos-Dumont, o menino Alberto. A cidade ganhou o nome depois, em homenagem a ele. Foi criado pelo pai brasileiro com ancestrais franceses que era rico e tinha plantacoes de cafe imensas. Tinham muito interesse pelo maquinario usado nas fazendas. Exceto pelas duas irmas mais novas, os outros filhos de Henrique Dumont, pai do Alberto, nasceram em Minas Gerais e depois foram criados no de Sao Paulo. E a familia mudou-se para Paris quando Santos-Dumont tinha 17 anos.

Como contribuicao do nosso primo Rogerio Alvarenga, que eh dono do site: http://rogerioalvarenga.blogspot.com, sem o www. O pai era de Diamantina e a mae de Ouro Preto. (Os avos paternos eram franceses). Henrique Dumont, o pai, era engenheiro e um trabalho dele foi a ponte da EFCB ā€“ Estrada de Ferro Central do Brasil, na cidade de Sabara.

Ele estudou disciplinas diversas e leu a colecao de Julio Vernes antes de completar 10 anos. Mas o que ele se interessava mesmo, desde a infancia, era voar. Em Paris teve aulas de voo em baloes com um instrutor experiente e passou a construir os proprios baloes. Em 1.898 inventou o dirigivel. Em 1.901 ganhou um premio enorme por ter sido capaz de levantar voo a 9 km de distancia, fazer o contorno na Torre Eiffel, e voltar ao ponto de partida num mesmo voo. Tornou-se conhecido no mundo inteiro por isso.

Logo apos ele se dispos a conquistar do ar. Queria inventar a maquina voadora mais pesada que este. A Federacao Aeronautica Intenacional tinha estabelecido algumas regras que definiam qual seria o significado de fazer voar uma maquina mais pesada que o ar e todos os inventores trabalharam duro para se encaixarem nas regras. Em 1.906 Santos-Dumont montou e voou o 14-Bis e venceu a corrida.

Os americanos tinham anunciado um voo de 1.903 dos irmaos Wright mas isso jamais foi comprovado. Ate hoje ninguem foi capaz de replicar a maquina feita pelos Wright e faze-la voar. Inclusive nas comemoracoes dos supostos 100 anos da aviacao em 2.003 nao tivemos um voo para comemorar tal maquina. Ao contrario, o voo do 14-Bis eh muito bem documentado pelo Aero-Clube da Franca. E, em 2.006, a replica do 14-Bis foi mostrada voando na comemoracao dos seus 100 anos de aviacao.

Posteriormente, os Wright se apresentaram em Paris, em 1.908, e realmente voaram para o publico frances. Mas a duvida sempre estara a favor do Santos-Dumont, se o voo de 1.909 no aviao Libelula for considerado. Depois ele aperfeicoou o modelo e deu o nome de Demoiselle (Senhorita) e distribuiu o desenho gratuitamente. A importancia disso eh que o modelo dele ja apresentava todos os recursos considerados necessarios para o verdadeiro voo. Em nossos dias a maioria das aeronaves mantem algo da Demoiselle.

A distribuicao do desenho tinha uma razao. Santos-Dumont imaginava que a invencao dele fosse trazer paz ao mundo. Ele pensava que facilitando o contato entre as pessoas diferentes resultaria somente em paz na Terra. A ilusao dele nao durou muito desde que a I Guerra iniciou e a invencao dele tornou-se muito usada para o mal. O remorso dele foi tao grande que entrou numa crise existencial e tornou-se depressivo.

Ele testemunhou o assassinato de irmao matando irmao numa revolucao brasileira com sua invencao. Isso passou dos limites para ele e dai ele entrou no quarto do hotel e se enforcou. Foi em 23 de julho de 1.932, dois dias apos ele completar 59 anos.

Para os brasileiros de geracoes mais passadas a reinvindicacao dos irmaos Wright como inventores do aviao eh como dizer que as Olimpiadas serao em 2.012 mas alguem fara um excelente tempo em sua modalidade de esporte em 2.011. Este nao comparecera aos jogos olimpicos mas reinvindicara uma medalha baseada em sua marca. Para eles a reinvindicacao dos Wright nao tem sentido desde que eles nao compareceram aos jogos.

Como eu disse, o brasileiro comum nem leva isso em consideracao mas a soma dos conflitos na Historia faz diferenca. Se alguem desejar conhecer mais detalhes pode buscar pelo livro: WINGS OF MADNESS, Alberto Santos-Dumont and the Invention of Flight, do autor: Paul Hoffman ou a versao em video da Nova, veja o site: http://www.pbs.org/wgbh/nova/santos/. Como o predecessor: padre Bartolomeu de Gusmao, Santos-Dumont tambem foi um homem de muitas invencoes. No Brasil e em varias outras nacoes ele tem o titulo de Pai da Aviacao.

Apenas para nos lembrarmos. Para brasileiros isso nao eh uma questao de simples nacionalismo desde que algo so se torna considerado cientifico a partir do momento em que pode ser reproduzido por outros, seguindo as instrucoes do autor.

Ao mesmo tempo, o proximo capitulo da Historia do Brasil nos da uma boa ideia no que a sociedade brasileira era. O capitulo eh chamado de A Revolta da Chibata. A Marinha Brasileira mantinha as velhas normas de punicao aos marinheiros ate 1.910. Nao era uma forma de corrigir erros ou enganos dos marinheiros mas era uma forma de mostrar quem mandava, por meio da humilhacao.

Outro aspecto era que, a maioria dos marinheiros brasileiros eram negros ou pardos. Os oficiais eram brancos. Dai os marinheiros comecaram a planejar uma revolta para se emanciparem dessa estupidez. Mas o plano saiu por um caminho errado porque eles haviam planejado comecar no dia seguinte, quando os oficiais estariam voltando de uma recepcao. Alguns deles voltaram antes do que se pensou. A antecipacao acabou dando oportunidade a estes de descobrirem o plano e um deles reagiu, nao aceitando o pedido dos marinheiros para desembarcar pacificamente. O oficial reagiu e deve ter entrado em luta corporal com os marinheiros.

Na luta o oficial foi morto e, na sequencia, situacao semelhante terminou na morte de mais dois oficiais. A Revolta continuou por varios dias enquanto o governo nao concordou em aceitar as exigencias dos marinheiros de suspender a humilhacao da chibata e anistia-los. Apos o acordo a revolta terminou mas os conservadores nos Congresso e jornais comecaram a provocar os sentimentos de vinganca.

As fofocas comecaram a circular pondo medo nos marinheiros de perderem os direitos. E alguns oficiais arquitetaram manobras que levaram os marinheiros `a nova revolta. Isso deu oportunidade ao governo Hermes Rodrigo da Fonseca de decretar a Lei Marcial para perseguir nao apenas os marinheiros mas tambem a oposicao politica que se manteve a favor da revolta. Mais de 200 marinheiros foram mortos. Houveram algumas execucoes com extrema crueldade. 2.000 marinheiros foram destituidos e alguns foram exilados na Amazonia.

A licao que o governo e seus parceiros conservadores queriam passar era esta: O Brasil vivia em um regime de Apartheid e o povo que estava sujeito a ele tinha que se por no seu lugar inferior. O pais tinha uma elite economica branca que se julgava geneticamente superior e qualquer interpretacao contraria seria como desafiar as leis da natureza.

Assim se explica porque, apos a abolicao dos escravos, a elite brasileira buscou trabalhadores europeus e asiaticos. Os negros e pardos nao eram instruidos nas escolas e tinham que se sujeitar a serem a rale da sociedade. Quem aceitava a condicao faria o trabalho mais duro e mal pago. E somente os que aceitavam essa condicao eram reconhecidos como pessoas de boa indole.

O preconceito no Brasil nao era algo escrito nas leis. Era imposto nas mentes. A carga era tao pesada que ate as pessoas negras nao gostavam de se-lo. Elas se envergonhavam disso. Eu recordo um caso testemunhado por meu pai que ele comentava privativamente. Ele conheceu um caso raro de uma pessoa negra na juventude que sempre dizia isso: ā€œVou casar-me com uma branca para limpar minha raca.ā€

Ele sempre repetia isso ate ao dia em que um amigo comum deles falou: ā€œVoce deve se lembrar que, para limpar sua raca voce vai sujar a dos outros.ā€ Mesmo assim ele encontrou a princesa branca que queria. A gente nunca tocou no assunto concordando que o casamento fosse uma forma de limpar ou sujar a heranca por causa da cor da pele. Desejo somente demonstrar aqui o quanto as pessoas daquele tempo andaram erradas.

O preconceito no Brasil era imenso e ha um dizer que define isso: ā€œNo Brasil o peso da lei foi feito para tres PP. Pobre, prostituta e preto.ā€ Mesmo que o preconceito contra o negro seja mais visivel ele eh igualmente dirigido contra os indigenas e aos pobres em geral, nao importando a classificacao racial das pessoas. Somente na Historia do Brasil recente algumas medidas tem sido adotadas para amenizar o problema e esta longe de resolve-lo. Esta eh a pura verdade, apesar do romantismo com que os mulatos e caboclos foram exaltados.

Perto do inicio do seculo, 1.914, apenas uma ligacao curiosa entre Brasil e Estados Unidos. O vaqueiro `a moda antiga, ex-presidente Theodore Roosevelt, foi ao Brasil para desviar-se de problemas pessoais nos Estados Unidos. Ele queria fazer algo excepcional e naquele tempo havia um rio na Bacia Amazonica desconhecido pelo mundo la fora. Ele decidiu coloca-lo no mapa. O rio era chamado de Rio da Duvida porque era navegavel e conhecido em sua desembocadura. No Planalto Brasileiro existia outra parte conhecida mas nao se sabia se as duas partes se ligavam. Entre as duas partes, somente o desconhecido.

Para sinceronear o presidente foi destacado o coronel Candido Mariano da Silva Rondon, um experiente naturalista. O proprio Rondon era descendente dos nativos brasileiros e trabalhou toda a vida mapeando, estabelecendo linhas telegraficas e fazendo contato com tribos desconhecidas no imenso territorio nacional. Num desses contatos ele foi atingido por uma flecha envenenada mas se salvou por causa da bainha da faca. Mesmo assim ele disse aos subordinados: ā€œMorrer se preciso for, matar nunca.ā€

Apesar do conhecimento de vaqueiro, Theodore Roosevelt nao tinha a menor ideia do que pretendia fazer. Mas ele pensou que, isso nao poderia ser diferente de ser presidente dos Estados Unidos ou ser o manda-chuva numa fazenda americana. Contrariado, Rondon passou maus-pedacos com os modos de Roosevelt para mante-lo a salvo na floresta. E eles passaram por muitos perigos desnecessarios, como a falta de mantimentos, navegacao inadequada e morte de assistentes.

A arrogancia do ex-presidente foi polidamente esquecida pelo heroi brasileiro. O marechal Rondon concluiu uma missao quase impossivel. Ele havia sido nomeado para cuidar da seguranca e trazer Roosevelt de volta e isso ele fez, apesar das muitas dificuldades como as doencas e as possiveis tribos inamistosas que poderiam existir por la. Porem, o ex-presidente nao escapou de contrair doencas tropicais. E faleceu 5 anos apos voltar aos Estados Unidos.

Pelo trabalho concluido de decifrar o Rio da Duvida, o ex-presidente foi homenageado. Um rio da Bacia Amazonica, do tamanho do Rio Grande, tem o nome de Rio Roosevelt.

O Marechal Rondon viveu por muito depois. Faleceu aos 93 anos de idade, em 1.958, ano que nasci. Ele foi responsavel pela criacao do ā€œServico de Protecao ao Indioā€ ā€“ SPI. Ajudou a criar muitas reservas indigenas porque sem elas os outros brasileiros continuariam a invadir e tomar as terras dos povos indigenas. Apos o falecimento dele o sistema de protecao jamais funcionou direito por causa da negligencia dos governantes brasileiros.

Rondon tambem foi indicado para o premio Nobel da Paz mas nao ganhou. Um territorio de bom tamanho foi emancipado e tornou-se o progressista Estado de Rondonia.

O periodo entre 1.889 a 1.930 eh chamado de ā€œRepublica Velhaā€. Em portugues isso nao significa apenas uma republica antiga mas tambem algo vinculado ao sistema anterior. Na verdade, nao durou tanto para ser chamada de velha. Ela era decrepita, desde o inicio.

O sistema foi dominado pelos dois estados mais poderosos da epoca, Sao Paulo e Minas Gerais. Esta republica tambem eh chamada de Cafe-com-Leite. Eh uma referencia aos principais produtos da economia deles. Em resumo, era a forca das elites da velha monarquia que queriam manter-se no poder. Minas Gerais era o estado mais populoso e tambem o mais rico.

O sistema eleitoral era, como dizem os brasileiros: ā€œSo para ingles verā€. Somente uma percentagem minima da populacao votava e o voto era declarado sem segredo. Isso se deu quando o Coronelismo mandava no Brasil. Eles tinham o poder de controlar os Grotoes, que elegiam os representantes. Os representantes elegiam os governadores e tambem os presidentes. As forcas armadas sempre estavam ali para sustentar o sistema e tornou-se um quarto poder no pais. Frequentemente os militares eram governadores.

Neste periodo, Europa e o Imperio Turco Otomano andavam no desgoverno e eles enviaram ondas de imigrantes para as Americas. No Brasil eles se instalaram principalmente nos estados do sul como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Parana e Sao Paulo. A maioria veio de Portugal, Italia, Alemanha, Polonia, Espanha e tambem do Oriente Medio e Japao. Entraram tambem em outros estados. Para se ter uma ideia do que foi essa onda eh so dizer que, o Brasil eh o pais com maior populacao japonesa fora do Japao.

No meio dessa populacao haviam os sindicalistas, anarquistas, socialistas e os comunistas. Nesse tempo o Brasil multiplicou suas industrias potenciais e estas aumentaram a urbanizacao. Cidades de pequeno e medio porte comecaram a crescer e a exigencia por melhores condicoes sociais abriu espaco para uma sociedade mais reinvindicatoria. Porem, o governo conservador brasileiro tornou-se mais restritivo e com orientacoes ditatoriais.

Um exemplo dessa situacao foi a administracao do presidente Arthur da Silva Bernardes. Ele teve que governar sob a Lei Marcial. Porem tinha um bom relacionamento com os Estados Unidos. Um dos feitos dele foi a fundacao da ā€œUniversidade Federal de Vicosaā€. A Cidade de Vicosa, em Minas Gerais, eh o torrao natal dele e ele convidou o professor americano: P. H. Rolphs, para ajuda-lo nessa tarefa. Este eh o lugar onde eu fui conquistar o meu diploma universitario.

Em 1.922 artistas jovens brasileiros criaram a ā€œSemana das Artes Modernasā€. A exposicao das artes deles tinha a intencao de quebrar o conservadorismo dominante no Brasil. Acabaram mesmo sendo muito criticados pelos artistas mais velhos como: Jose Bento Monteiro Lobato. Contudo, as sementes que plantaram frutificou nas decadas seguintes. Muitos deles sao famosos, inclusive no exterior.

Alguns dos nomes dos que ficaram mais famosos sao: Emiliano Di Cavalcanti, Mario Raul de Morais de Andrade, Oswald de Andrade Souza, Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Sergio Milliet, Jose Pereira da Graca Aranha, Guilherme de Andrade Almeida, Heitor Villa-Lobos, Guiomar Novais e Tarsila do Amaral. A Semana das Artes Modernas nao causou maior impacto na sociedade brasileira mas deu ideia aos artistas jovens de se tornarem culturalmente independentes. Antes dela, em quase todas as artes, os artistas brasileiros apenas seguiam os moldes do exterior.

Um dos artistas que se destacou dos outros, de forma errada, foi Plinio Salgado. Ele se tornou politico com orientacao facista. E liderou o movimento conhecido como ā€œIntegralismo,ā€ que deu apoio ao regime ditatorial que estava por vir.

Postarei sequencias genealogicas para tres dos intelectuais brasileiros daquele tempo.

1.893 Mario Raul Morais de Andrade (Mario de Andrade)
Maria Luisa Leite de Morais ā€“ Carlos Augusto de Andrade
1.834 Joaquim de Almeida Leite Morais ā€“ Ana Francisca de Almeida
1.796 Joaquim de Almeida Leite Morais ā€“ Isabel Rodrigues da Silva
Manuel Jose Leite de Morais ā€“ Maria Luisa de Almeida*
Tomas Correia de Morais ā€“ Isabel de Anhaya Leite*
Francisco Correia de Morais ā€“ Ines Monteiro Carneiro
Simao Correia de Lemos Morais ā€“ Izabel da Silva Pinto*
Maria de Morais ā€“ Francisco Correia de Lemos
Sebastiana Ribeiro de Morais ā€“ Vittore Antonio de Castronuovo
Jose Godoi Colaco ā€“ Ana Pires Ribeiro
Gaspar de Godoy Colaco ā€“ 1.652 Sebastiana Ribeiro de Morais
Eufemia da Costa Mota ā€“ Joao de Godoy Moreira
Atanasio da Mota ā€“ Luzia Machado
Felipa Gomes da Costa ā€“ Vasco Pires da Mota
Isabel Lopes de Sousa ā€“ Estevao Gomes da Costa
1.490 Martim Afonso de Sousa, governador da India ā€“ esposa desconhecida
1.460 Lopo de Sousa, senhor do Prado ā€“ Brites de Albuquerque*
1.425 Pedro de Sousa, senhor do Prado ā€“ Maria Pinheiro
1.385 Martim Afonso de Sousa ā€“ Violante Lopes da Tavora
1.341 Martim Afonso de Sousa ā€“ Aldonca Rodrigues de Sa
1.320 Vasco Martins de Sousa Chichorro ā€“ Ines Dias Manoel*
1.280 Martim Afonso Chichorro II ā€“ D. Aldonca Anes de Briteiros
1.250 Martim Afonso Chichorro ā€“ Ines Lourenco de Valadares (ou de Sousa)
1.210 D. Afonso III, rei de Portugal ā€“ Madragana (depois, Mor Afonso)

A partir de Gaspar de Godoy Colaco e Sebastiana Ribeiro de Morais esta sequencia ja esta presente para o poeta Carlos Drummond de Andrade. Eu tinha antecipado a genealogia dele quando postei a genealogia do Martim Afonso de Sousa, governador da India, que tambem foi o primeiro Governador Geral do Brasil, e esta no capitulo 09. Repeti aqui so para facilitar para os leitores.

1.890 Jose Oswald de Andrade Souza (Oswald de Andrade) ā€“ Tarcila do Amaral* (foi a segunda esposa dele)
Jose Oswald Nogueira de Andrade ā€“ Ines Henriqueta Ingles de Sousa
Antonia Eugenia Nogueira ā€“ Hipolito Jose de Andrade
Antonio Gomes Nogueira Cobra ā€“ Maria Custodia de Meireles Freire
Caetana Nogueira de Lemos ā€“ Domingos Rodrigues Cobra
Joana Nogueira do Prado Leme ā€“ Joao Gomes de Lemos
1.690 Maria de Leme do Prado ā€“ Tome Rodrigues Nogueira do O
1.667 Antonio da Rocha Leme ā€“ Antonia Leme do Prado*
Maria Leme Bicudo ā€“ Cornelio da Rocha
Thomasia Ribeiro de Alvarenga ā€“ Francisco Bicudo de Brito
Luzia de Leme ā€“ Francisco de Alvarenga*
Aleixo Leme ā€“ Ines Dias
1.568 Leonor Leme ā€“ Bras Esteves
Pedro Leme ā€“ Luzia Fernandes

A partir desse ponto podemos voltar `a sequencia genealogica do ā€œbandeiranteā€ Fernao Dias Pais Leme. Pedro Leme era um bisavo dele com uma esposa diferente, Izabel Paes, da bisavo do Fernao Dias. Tambem esta no capitulo 09. O nome da segunda esposa do Oswald de Andrade Souza, Tarsila do Amaral, tambem eh um mito das artes brasileiras. Ela participou da Semana das Artes em Sao Paulo. Vejamos uma sequencia genealogica para ela.

1.886 Tarsila do Amaral ā€“ Jose Oswald de Andrade Souza*
Jose Estanislau do Amaral ā€“ Lidia Dias de Aguiar*
Jose Estanislau do Amaral Campos, o milionario – Teresa de Jesus Aguirre
Estanislau do Amaral Campos ā€“ Ana Leoniza de Camargo
Estanislau Jose de Abreu ā€“ Ana do Amaral Campos
Jeronimo de Almeida de Abreu – Leonarda de Moura
Antonio Proenca de Abreu ā€“ Francisca de Almeida*
Maria Bicudo de Brito ā€“ Paulo Proenca de Abreu
Ana Ribeiro ā€“ Joao Bicudo de Brito
Francisco de Alvarenga ā€“ Luzia de Leme*

Outra vez, aqui se repete o mesmo casal que aparece na sequencia genealogica do Oswald de Andrade Souza, logo acima.

A Republica Velha findou dentro do desgoverno em que o Brasil vivia. As insatisfacoes politicas e sociais, a Quebra da Bolsa de Nova Iorque e a ambicao pelo poder de alguns setores da sociedade brasileira, leia-se: os militares, levou a um golpe de estado iniciado com Getulio Dorneles Vargas como presidente e terminou com ele como ditador, durante os proximos 15 anos.

O regime ditatorial foi ambiguo na natureza. Getulio Vargas era civil e tinha os militares em sua retaguarda. Como de costume, perseguiu seus oponentes, particularmente os intelectuais. Nos calaboucos da ditadura passaram personalidades como os escritores: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e ate o Jose Bento Monteiro Lobato. O Getulio era populista em uma face e elitista na outra. Por isso ele ganhou o apelido de ā€œPai dos pobres, e mae dos ricos.ā€

Durante o governo dele iniciou-se a polemica do petroleo no Brasil. Foi descoberto primeiramente no Estado da Bahia e ele foi acusado de nao fazer nada: ā€œnao explorava e nao deixava outros exploraremā€. Foi por essa razao que o nacionalista Monteiro Lobato foi levado `a prisao. As politicas de governo dele pareciam ser de orientacao nacionalista mas tinha muito de fantasia, para aumentar sua popularidade.

O Estado de Minas Gerais e sua populacao nao teve o que agradecer ao ditador. Como o comercio afundou no mundo todo por causa da Quebra da Bolsa de Nova Iorque, o Brasil se estrepou por ter sua economia baseada em exportacoes de materias primas e produtos agricolas. O modo como o governo enfrentou o problema foi ordenar o fim da producao de cafe e acucar no estado. Ele privilegiou os estados do Sul, especialmente Sao Paulo.

Getulio Vargas tambem criou a Previdencia Federal (INPS) e comecou a retirar a contribuicao dos contracheques. Com o dinheiro ele acelerou a industrializacao. Ele foi responsavel pela criacao da Companhia Siderurgica Nacional (CSN), instalada no Rio de Janeiro. O que pode ser curioso foi isso, toda a materia prima era produzida no Estado de Minas Gerais e exportada para ser industrializada.

O Brasil sofreu com a depressao mundial, antes e durante a Segunda Guerra. Porem, Minas Gerais foi mais prejudicada por ter sido deixada para tras no processo de industrializacao. Os Estados de Sao Paulo e Rio de Janeiro foram visivelmente beneficiados. E a, antes, crescente populacao de Minas Gerais foi empurrada para a migracao para as ultimas areas selvagens dele e para os estados privilegiados. Sao Paulo hoje eh populacional e economicamente o primeiro lugar com larga vantagem. Rio de Janeiro e Minas Gerais tem disputado o segundo lugar, tendo alternado posicoes ao longo do tempo.

Os anos 40 foram uma senhora decada. O Brasil tinha um governo alinhado com os ditadores europeus como Hitler na Alemanha, Mussolini na Italia, Franco na Espanha e Salazar em Portugal. Eles tinham algo mais em comum em sua propaganda. Tinham de ter uma desculpa para se manterem no poder e, inicialmente, o bode expiatorio foi o comunismo. E qual seria a razao para o comunismo ser algo tao ruim? Aquilo que sempre sera, o totalitarismo.

O totalitarismo se manifesta quando um pequeno grupo de pessoas pensa que: ā€œtodos sao iguais perante a lei, mas alguns sao mais iguais que os outrosā€. E os mais iguais sao eles, os iluminados. Aqueles que sofrem da doenca de saberem melhor que voce o que eh bom para voce e para todo mundo, inclusive para si mesmos. Dai eles passam a fazer coisas incompreensiveis tais como: ā€œmatar aqueles que nao compreendem o que eh bom para eles propriosā€.

Na desordem em que o Brasil estava nos anos 20 e 30, algumas pessoas comecaram a pensar que o comunismo fosse uma alternativa viavel para resolver todos os problemas. Um lider do movimento foi Luiz Carlos Prestes, nascido em 1.898 e que ficara orfao aos 10 anos de idade e que tentou vencer as dificuldades atraves da carreira militar. Ele acabou sendo exilado na Russia, onde se casou com a alema: Olga Benario, que tambem era judia.

Apos o retorno ao Brasil e a tentativa falha de assumir o poder, no episodio conhecido como ā€œIntentona Comunistaā€, o casal foi preso e Olga Benario, em seu setimo mes de gravidez, foi extraditada para a Alemanha Nazista, onde ela foi morta na camara de gas. Antes disso ela deu `a luz `a sua filha: Anita Leocadia. Prestes nunca buscou vinganca por estas intemperies na vida e manteve seus ideiais e riqueza biografica ate `a morte em 1.990.

Eu usei este fato para ilustrar o quao ruim um regime ditatorial pode ser, inclusive quando o povo se deixa enganar pela impressao de que alguns ditadores nao sao tao ruins. E a loucura do Getulio Vargas eh melhor demonstrada no proximo capitulo da Historia. A Segunda Guerra estava ocorrendo e ele estava relutando para escolher o lado de se aliar. O povo brasileiro ja sabia que o Eixo nao seria solucao e estava crescendo a impaciencia com Getulio. Eh possivel que a duvida dele em escolher tinha algo mais a ver com o proprio cargo que saber qual era a decisao correta. Ele sabia que no evento de os Aliados vencerem ele nao seria mantido no cargo, como realmente se deu.

A ditadura do Getulio Vargas foi chamada de ā€œEstado Novoā€ o que nada tinha de novo. Era a mesma elite antiga querendo manter-se no poder contra a maioria da populacao. Justamente como sempre foi, desde o inicio em 1.500, a Historia do Brasil era a mesma. Poucas pessoas amealhavam as riquezas e o restante nao tinha escolha senao ficar por perto, como satelites. E o sistema tinha funcionado a favor das elites enquanto um numero maior de imigrantes nao chegou, as cidades se tornaram cada vez maiores e a populacao se tornou melhor educada e mais exigente.

Quando a populacao brasileira era mais limitada, todos tinham um parentesco conhecido com os outros, e o sistema de apadrinhamento da Igreja Catolica funcionava bem porque a pessoa poderia ser pobre mas uma das criancas dela era afilhada dos coroneis da vida e isso garantia uma pequena participacao nos beneficios da sociedade e lealdade a eles. Era um contrato sem escrita que funcionava na maioria das vezes.

Mas nas cidades grandes e sociedades mais conscientes, onde o parentesco eh mais volatil, a populacao deseja independencia financeira. Se voce trabalha, nao importa o que faca, voce espera ser capaz de suprir as necessidades de sua familia como voce deseja e nao dentro de limites que os chefes querem te impor. Usando esta espectativa, Getulio Vargas criou o salario minimo no Brasil mas a maioria da populacao vivia nos interiores e os salarios nao passavam de fracoes do minimo.

A exigencia por justica social foi demais para os conservadores de menor inteligencia no Brasil. Eles pensaram que tudo era complo dos imigrantes e a primeira reacao foi limitar o numero deles. O Brasil adotou um sistema de cotas para cada pais, os quais tradicionalmente enviavam imigrantes para la. E isso contribuiu para manter o pais numa situacao de atraso porque as forcas dos conservadores inconsequentes permaneceram por mais tempo no poder. Curiosamente, qualquer opiniao contraria a tais forcas eram taxadas de partirem de comunistas ou serem ideias comunistas e muitos, como a escritora Rachel de Queiroz, foi presa sob a falsa acusacao de ser uma deles.

Tambem, ja que a populacao das cidades eram privilegiadas em relacao `a educacao, saude, seguranca e empregos melhor pagos, a grande migracao em direcao a elas comecou. Porem isso eh acelerado nos anos 60 e 70. As favelas que aparecem na Historia do Brasil no final do seculo XIX, com a emancipacao dos escravos que foram libertos mas nao tinham para onde ir porque haviam sido totalmente abondonados pela sociedade, se multiplicaram. Algumas viraram cidades dentro de cidades. Assim, tambem o ciclo da pobreza se multiplicou.

Voltando ao nosso ponto, a Segunda Guerra continuou e ate 1.942 Getulio Vargas nao tinha decidido que lado seguir. Ele tentou manter o Brasil neutro, apesar de no campo da diplomacia alguns diplomatas permitiram a falsificacao de passaportes para salvar alguns perseguidos pelos nazistas, especialmente judeus.

A partir de 1.941 a posicao neutra do Brasil se abalou. Como os Estados Unidos entraram na Guerra e as nacoes americanas tinham o acordo de defesa mutua contra agressoes externas, o povo comecou a pressionar o governo a decidir. O Brasil era o principal fornecedor de materia prima necessaria pelos Estados Unidos para manter sua industria belica. E o Estado de Minas Gerais era a ā€œmina de ouroā€ nisso.

Esta eh uma boa hora para vermos o video que mencionei antes, no endereco: http://e-relevante.2009.blogspot.com/2010/04/apresentacao-de-belo-horizonte-para-o-mundo.html/. Mesmo que o video seja datado de 1.948 ele demonstra a importancia do Estado de Minas Gerais como fornecedor das materias primas mais importantes durante a guerra. O video apresenta em relance o ex-prefeito e, entao, futuro presidente do Brasil: Dr. Juscelino Kubistchek. Ele nasceu em Diamantina e por meio de sua avo, Joaquina Coelho, eh primo.

Quando os Estados Unidos estavam em guerra o Brasil estava no meio do caminho. Ele nao estava legalmente em guerra mas enviava materia prima que estava sendo transformada em poder de fogo e armas secretas. Mas num curto periodo de tempo 19 navios mercantes brasileiros foram torpedeados. Foram perdidas centenas de vidas. E a pressao para entrar na guerra do lado dos aliados ficou demais para ser ignorada pela ditadura. Em agosto de 1.948 o Brasil formalizou sua entrada.

Existe uma teoria de conspiracao que acusa aos americanos e nao os alemaes de terem torpedeado e desde que ninguem viu quem fez concluiu-se ter sido os alemaes. Os teoristas levantam suas razoes porque seria do interesse dos alemaes o Brasil permanecer neutro e, se eles tivessem feito, o tiro deles sairia pela culatra. Por outro lado, os Aliados precisavam desesperadamente do Brasil do lado deles. Uma das linhas da teoria inclusive acusa os americanos de terem invadido as costas da Regiao Nordeste, especialmente a Cidade de Natal no Rio Grande do Norte, onde uma grande base aerea foi criada e foi de la que se deram os embarques de armas e tropas para a invasao do Norte Africano e a expulsao das forcas do Eixo.

Devo lembrar aqui que nao estou falando dessas suspeitas como se fossem verdade. Estou falando porque nao importa se sejam verdade ou nao. O que interessa mais eh que existem pessoas que creem nelas e isso eh parte das razoes que multiplicam os sentimentos contrarios aos americanos em parte da populacao brasileira.

No meu ponto de vista, se os americanos houvessem entrado no Brasil sem permissao mesmo antes dele decidir qual lado tomar parte, foi feito algo estupido. Qualquer um pode ver o mapa e observar o quao estrategica Natal era naquela operacao porque era o caminho mais curto entre Africa e Americas. Mas, por outro lado, se os brasileiros tivessem decidido juntar-se com o Eixo, os americanos poderiam ser facilmente derrotados por uma forca alema de submarinos no mar e forcas combinadas via terra.

Eu bem sei que o Brasil nao tinha uma forca de combate comparavel `a dos Estados Unidos, porem, com o aconselhamento alemao um exercito poderia ser treinado rapidamente, aproveitando-se a vantagem numerica local e o nacionalismo seria algo mais a acrescentar. Como eu nasci la, so 13 anos apos a Guerra, eu conheci o sentimento naquele tempo e era contrario aos nazistas. Getulio Vargas ainda nao estava preparado para o suicidio e se ele tivesse escolhido o outro lado, contra a vontade de todos, poderia mergulhar o pais em um banho de sangue.

O Brasil entrou na guerra com um pequeno contigente. A mobilizacao foi muito maior no sentido de fazer outros trabalhos como entrar na Amazonia para produzir latex, que era imprescindivel naquele momento. O pequeno numero de brasileiro envolvidos diretamente no combate eh refletido nas estatisticas. Perdeu em torno de 1.500 soldados. E a pequena Forca Expedicionaria tornou-se vital para as tomadas de Monte Castelo e Monte Cassino, na Italia.

Estranho, quando posso os olhos em alguns documentarios americanos com respeito `a Segunda Guerra essa participacao brasileira eh redondamente ignorada. Nao se fala nas forcas de combate nem nas bases que deram suporte `as operacoes no Norte da Africa. Eh como se a mencao disso fosse um tabu. Conheci, ha alguns anos, um ex-combatente americano que serviu no Brasil e mencionou gostar muito do pais. Mas naquele tempo eu tinha muito pouco dominio da lingua e nao consegui maiores informacoes dele.

Tenho que lembrar dois parentes que foram pracinhas, porque hoje eh 11 de novembro de 2011, dia dos ex-combatentes nos Estados Unidos. Um deles, Felix de Aguiar Coelho, lutou na Italia. Como para todos os nativos de Virginopolis era fundamental para ele ir `a igreja. Algumas vezes a gente brinca com os outros conterraneos dizendo: ā€œse quizer encontrar uma pessoa da cidade eh so ir `a igreja!ā€

E ele entrou numa igreja na Italia apos convidar os irmaos-nas-armas para ir junto. Eles cacoaram da devocao dele e ficaram do lado de fora. Quando ele estava rezando, ouviu explosoes e quando foi verificar o que era, havia sido um ataque aereo surpresa e alguns companheiros haviam morrido. Nao me recordo de te-lo conhecido pessoalmente mas disseram que ele ficou com ā€œneurose de guerraā€. Era assim que se chamava a ā€œDesordem do Stress Pos-Traumatica.ā€ Antigamente nao se conhecia os detalhes do problema.

O outro ex-combatente na familia foi o nosso tio mais engracado, Otacilio de M. Barbalho. Ele foi convocado e se preparou para ir. Quem ficou stressada com isso foi a Dindinha Zulmira. Ela foi `a igreja para pedir concelhos ao padre Felix Natalicio de Aguiar que era o paraco em Virginopolis. (Nao me recordo se ela recorreu foi ao padre David de Alcantara Miranda que ja atendia em Valadares e eh tido como santo). E o padre disse a ela: ā€œNao se preocupe, a guerra ira terminar antes dele chegar `a Italiaā€. Quando o navio estava ainda nas costas do Nordeste foi o que aconteceu. Mas ele se tornou heroi em dobro mesmo assim.

Primeiro porque eles enfrentaram uma tempestade na viagem. E um dos companheiros dele caiu no mar sem saber nadar. E o velho tio mergulhou atras dele e o salvou. Quando voltaram, os ex-combatentes ganharam varios privilegios como: estudos gratuitos para os filhos, seguro saude de graca e muito mais. O tio, naquela humildade toda, pensava que nao tinha feito nada para merecer tanto. E faleceu numa existencia modesta, os filhos tiveram que dar duro na vida para nao cair na pobreza. Alguns deles acabaram migrando para os Estados Unidos.

Da guerra ficou a lenda de um soldado brasileiro, maluco de todo, que de vez em quando decidia assaltar a dispensa dos alemaes. Deve ter algo de verdade nisso porque ja li isso em jornais. Ele saia driblando as balas inimigas por pura farra. Fazia isso na hora do almoco, quando dava vontade de tomar um vinhozinho. Ha uma alusao `a cena na versao antiga de Os Tres Mosqueteiros. Aqui nao sei dizer se a arte copiou a vida ou a vida copiou a arte.

O que eh mais importante para as lembrancas da nossa Historia comum foi a construcao de uma estrada. Atualmente eh chamada de Rio-Bahia ou Br 116. Ela foi construida num piscar de olhos. E como o nome fala, eh a ligacao entre as cidade do Rio de Janeiro e Salvador. O que ha de importante nela eh ter sido um grande esforco de americanos e brasileiros que precisavam de uma via de transporte segura para as materias primas, especialmente a mica.

A mica eh um mineral mas, para quem nao a conhece, parece um pedaco de papelao transparente. Tambem eh leve e era usada nos equipamentos eletronicos. A ocorrencia dela na regiao de Valadares eh abundante. Algumas vezes encontra-se saindo da terra, sem a gente esperar. No video que indiquei acima eh possivel ve-la sendo manufaturada, para os que nao tem idade suficiente para te-la conhecido nos radios, televisoes e outros aparelhos antigos.

Ainda hoje a mica eh usada como escudo nos corpos das espaconaves Shuttle com o proposito de isolante termico, o que protege-as contra o superaquecimento na reentrada na atmosfera. Sem ela, talvez nao teriamos o programa espacial como ele existe.

A regiao da Cidade de Governador Valadares foi praticamente redescoberta quando a estrada ficou pronta. Por coincidencia, a estrada passa tambem por Filadelfia, a cidade fundada por Theophilo Benedicto Ottoni e que agora tem o nome dele. O povo antigo da familia costumava dizer que, quando os tratores passavam cortando a terra o povo seguia atras andando e colhendo gemas preciosas e semi-preciosas nas quais o vale eh rico.

A riqueza era tao visivel que, ate aos nossos dias, as duas cidades sao conhecidas como capitais das gemas no Brasil. Elas tiveram Feiras Internacionais para comercializa-las. Valadares foi a primeira a ter a dela mas foi obrigada a transferi-la para Belo Horizonte porque la era mais facil para o publico internacional ter acesso. E um dos meus tios, que continua morando la, brincava que: ā€œValadares estava querendo era dar o peido maior que a bunda.ā€ Como se ela fosse pequena demais para tanta importancia!

A estrada foi construida em funcao de seguranca porque o transporte das mercadorias estrategicas pelo mar ficava sujeito aos ataques dos submarinos alemaes. Mas tambem acabou servindo para os americanos conhecerem Minas Gerais atraves desse lado rico dele. Durante algumas decadas a exploracao de madeira nobre se manteve, ate `a quase extincao.

A Cidade de Governador Valadares ficou conhecida como: Cidade das Serrarias. E essa riqueza foi exportada baratissimo. A preco de banana como se costuma dizer. O povo antigamente nao tinha ideia do quanto estava sendo enganado. As pessoas repetem a Historia, do mesmo modo que os nativo-brasileiros se desfizeram de suas florestas por bugingangas. Mas a cidade atraiu populacao numa velocidade raramente observada na Historia. De 5.000 em 1.940 ela passou para mais de 300.000 nos anos 70. Foi o maior crescimento demografico no Brasil, naquela epoca.

A guerra findou em agosto de 1.945 com o primeiro ataque nuclear contra pessoas. Mais de 250.000 pessoas foram mortas nos dois ataques, contra Hiroshima e Nagasaki. Eh preciso meditar a respeito disso. Isso se torna importante porque posteriormente eu pretendo dar respostas ao questionamento: Por que os outros povos detestam os americanos? Penso que essa forma de perguntar eh simploria. Mas faz parte de centenas de outras que se acumulam. Mas adiantarei duas respostas ja no presente.

Primeiro, logo apos ao fim da Segunda Guerra o governo americano andou se fazendo de bobo. No Brasil o povo tem o dizer para quem comete um engano: ā€œNao explica porque complicaā€. Todos os registros historicos tem sido escritos e falados dizendo que: ā€œO lancamento das duas bombas atomicas foi considerado com cuidado e somente aconteceram porque a luta corporal levaria `a morte de milhoes.ā€

Sim! Isso seria possivel se o povo japones nao tivesse nem ideia do que os americanos tinham em maos. Mas o procedimento normal, quando alguem esta guerra com outro, supostamente em posicao inferior, eh de enviar uma mensagem avisando antes de atirar para matar. Em qualquer filme voce ve os sheriffs dando tiros para o ar, antes de serem traicoeiramente atacados pelos bandidos e, somente entao, eles finalizam a acao. Neste caso, torna-se inexplicavel os lancamentos das bombas antes dos tiros de aviso.

Nao estou falando a respeito de panfletos lancados por avioes. Ja que os japoneses nao sabiam o que os americanos tinham em maos e as bombas atomicas eram desconhecidas por todos, exceto americanos, a bomba poderia ter sido lancada em local menos letal, pelo menos dentro do conhecimento que ja se tinha, como sobre o Monte Fiji para se dar um aviso claro. A bomba poderia derreter a camada de neve eterna e serviria de uma mensagem terrivel sem necessariamente ser tao aterrorizante.

O que o nosso governo tem falado desde entao, que era necessario para evitar o pior, eh aceito pelo publico americano como um sacrificio razoavel para terminar a guerra mas eh preciso admitir que, o que parece razoavel para uns pode parecer barbarico para outros. Entao, a ideia que os americandos tem de bom samaritanos de si mesmos pode nao ser aceitavel para quem nao eh americano!

Normalmente, nos filmes e imprensa americanos ve-se esse tipo egoista de se pensar que esta se fazendo o melhor para o mundo. E alguns americanos se sentem ofendidos quando o estrangeiro fala ser o oposto. Algumas vezes se usa imagens nauseantes dos guetos, apos `a guerra, para fazer-se propaganda da auto-intitulacao de libertadores, esquecendo-se que, dentro de casa os americanos eram responsaveis por um tipo de Apartheid que acarreta consequencias ate hoje.

Dai, preciso repetir isso: ā€œDevagar com o andor porque o santo eh de barro!ā€ Se nao o fizermos, a imagem de arrogante que o mundo tem dos americanos nunca se apagara. E isso eh profundamente importante para salvar o pais da crise que estamos passando e para que as nossas criancas no futuro tenham algo do que se orgulhar. `A medida que este livro for avancando para o final darei mais detalhes do assunto.

Deste periodo de nossa Historia temos tambem o exemplo da tentativa falha do Henry Ford de produzir latex na Bacia Amazonica. Uma grande extensao de terras do Estado do Para foi destinada `a subidiaria brasileira da Companhia Ford. Ele queria retirar o latex da seringueira. A Companhia investiu e fundou duas cidades: Fordlandia e Belterra. Mas os americanos nao tinham experiencia alguma de praticas culturais no clima tropical extremo.

Desde o comeco, em 1.927, o projeto estava fadado ao fracasso. No final dele, em 1.945, a tecnologia de producao de borracha sintetica a partir do petroleo ja existia e Henry Ford II decidiu fechar a iniciativa. O governo brasileiro indenizou ao Grupo Ford, pelas construcoes e plantacoes, que desistiu desse projeto de sonhos do Henry Ford.

13. UMA RELACAO DE AMOR E ODIO

Antes de entrar no assunto propriamente dito eu preciso menciona algo ocorrido em minha vida cerca de 20 anos atras. Essa mencao sera chocante para as almas sensitivas porem eu me propuz a dizer somente a verdade. Nao posso deixar de proceder assim.

Lembro-me de como foi chocante a explosao da espaconave Challenger. Aconteceu em 28 de janeiro de 1.986 quando eu ainda vivia no Brasil e nao pretendia vir para os Estados Unidos. A morte dos outros astronautas ja era uma coisa triste mas a morte da professora Christa MacAuliffe multiplicou a tristeza. Ela foi enviada na missao com a intencao de despertar a curiosidade das criancas pelas ciencias. E a explosao causou um efeito oposto a esta intencao.

Porem, o que surpreendeu-me mais veio meses ou alguns anos depois. Nao me lembro direito. Nos estavamos reunidos como sempre o fizemos na familia. Sempre nos feriados, os familiares que vivem em outras cidades como Paracatu, Belo Horizonte, Brasilia, Governador Valadares e outras se juntam em nosso torrao natal, Virginopolis. E os nossos encontros sao sempre barulhentos e cheios de festa.

Algumas vezes, esses encontros reunem mais de 100 parentes proximos. E, se forem na epoca do carnaval ou festas de fim de ano, as pessoas nao encontram tempo para falar com todo mundo e nem conseguem ver os parentes mais distantes. Eh como um dos nossos tios definiu: “Tenho dois prazeres em nosso encontro. Um por encontra-los e outro por ve-los partir.” Festa demais tambem canca!

Mas a parte chocante da narrativa aconteceu quando uma prima mencionou o acidente, comentando a tristeza que sentira. E um dos primos imediatamente contradisse falando assim: “Eu ri, ri e ri. Ate agora, quando voce estava relembrando e agora eu nao estou conseguindo conter as gargalhadas!” E ele comecou a rir-se abertamente. “Mas, – nossa prima tentou lembra-lo – eles eram pessoas humanas!” O primo, nao conseguindo segurar o riso, argumentou: “Eu sei. Eu sei. Mas eram americanos!”

Todo mundo ficou olhando para a cara do outro sem acreditar. Ninguem desejava esticar a conversa. Alguem mudou de assunto. E algum leitor americano poderia perguntar: O cara eh louco ou esquerdista radical ou, ainda, de algum ramo extremo direitista? Mas eu posso garantir a todos, ele eh uma pessoa comum, bom comportamento, sem vinculos oficiais com nenhuma faccao politica, mesmo que tenha suas opinioes proprias, eh educado com personalidade hospitaleira.

E eh isso que faz o nosso quebra-cabecas mais dificil de decifrar. Algo que posso garantir eh isso, ele nunca teve contato direto com americanos alem dos brasileiros naturalizados ou filhos nascidos de brasileiros imigrantes. Assim, a raiva dele nao nasceu de algum malfeito contra ele proprio. Isso so pode ter vindo das informacoes que ele juntou durante sua historia pessoal. Mas o que intriga eh isso, as informacoes que tinha nao eram diferentes das de outras pessoas. Penso que a reacao dele esteja vinculada `a capacidade individual que as pessoas tem no processamento das informacoes.

Todos nos discordamos das politicas americanas em alguns assuntos. E isso eh absolutamente aceitavel. Ate os americanos por nascimento, de muitas geracoes, apresentam discordancias entre si e isso eh saudavel porque as discordancias criam consciencia das diferencas. E ser civilizado eh justamente ter a capacidade de conciliar diferencas. Eh tambem saber a hora de fazer concessoes e a hora de dar um basta em algum tipo de abuso.

A reacao do nosso primo excedeu a tudo em nosso dominio. Caracteriza-lo como invejoso seria o mesmo que dar um diagnostico de um paciente sem ve-lo e sem conhecer as condicoes. Porem, o que escreverei nesse capitulo talvez nos de uma ideia do que ocorreu em nossa Historia comum e que fez uma pequena percentagem de brasileiros e pessoas do restante do mundo perder completamente o respeito pelos Estados Unidos e pelos americanos. Vamos tentar explicar algo mais entao.

Logo apos `a Segunda Guerra o mundo estava encantado com tudo o que estava sendo feito pelos Estados Unidos. A reconstrucao da Europa por meio do Plano Marshal, como o Japao foi administrado e posto para andar pelos proprios pes, etc. Enquanto os outros paises industrializados estavam tentando retomar suas condicoes normais de vida, as multinacionais americanas multiplicaram suas subsidiarias no mundo, aparentemente, para levar desenvolvimento aos paises intermediarios. O fim da guerra e o rapido desenvolmento da economia mundial criou uma imensa onda de otimismo nunca vista antes.

Os brasileiros se viram contaminados pelo otimismo. Para a alegria da oposicao `a ditadura de Getulio Vargas foi deposta e ele exilado no interior do Rio Grande do Sul. Jose Linhares, que eh um dos descendentes dos reis de Portugal, substituiu-o enquanto nao vieram as eleicoes, e foi quando Eurico Gaspar Dutra foi eleito. O tema do governo dele era: “Governar eh construir estradas.”

Este era baseado no exemplo americano mas tambem foi mal interpretado no Brasil. Desde entao as administracoes brasileiras puzeram o foco somente em construcao de estradas de rodagem, inclusive para o transporte de todo tipo de mercadoria e em longa distancia. Durante os proximos 40 anos ou mais depois da Segunda Guerra algumas ferrovias e hidrovias foram desativadas. Isso fez a industria do transporte no Brasil se transformar em uma das mais perigosas e caras do mundo. Alguns produtos brasileiros sao baratos no comeco e se tornam dificeis de vender nos portos. E estas sao consequencias sentidas ate hoje e isso eh um assunto para outra parte do livro.

A industria do cinema dos Estados Unidos era consumida no Brasil como um produto essencial. Era tao influente que os brasileiros tentaram copiar e ate chegaram a fazer boas producoes que se pareciam com o original. Os principais atores de Hollywood eram vistos como deuses. Mais idolatrados que as superestrelas de hoje-em-dia.

Esse amor pela cultura americana chegou a gerar, algum tempo depois, o dizer de um politico brasileiro: “O que eh bom para os Estados Unidos eh bom para o Brasil.” Com certeza eu nao saberia dizer quem disse isso porque sao muitas frases fabricadas na Historia e normalmente elas sao criadas por alguem outro ate que algum politico as toma para si mesmo. Contudo a frase tornou-se tao incomoda no tempo posterior que penso que ninguem deseja assumir a criacao dela!

Depois do governo Dutra os brasileiros estavam desejosos de eleger um presidente novo e acabaram sem nenhuma surpresa elegendo o velho ditador, agora apresentado como democratico. Getulio deu seu jeitinho de voltar. Ele chegou embrulhado como nacionalista. O pais se dividiu em duas faccoes principais. Os conservadores desta vez se alinharam com os Estados Unidos e passaram a defender a abertura total do mercado para os interesses americanos e passaram a ser chamados pelo apelido de Entreguistas.

Essa administracao do Getulio Vargas foi claramente monopolista dos recursos naturais brasileiros e o seu maior feito foi a criacao da Petrobras. Ela eh uma companhia de petroleo operada pelo governo, atualmente, uma das maiores do mundo no setor. A bem da verdade, a criacao dela tem uma longa Historia anterior `a criacao, e Getulio Vargas nunca tinha participado dela antes de seu segundo governo.

Um grupo de nacionalistas, muitos dos quais militares, criaram uma comissao de estudos para estudar o assunto. E isso teve a aprovacao massiva da populacao que se juntou na campanha denominada: “O Petroleo eh Nosso”. Tambem esse slogan foi criado por outra pessoa mas o Vargas o incorporou como se fosse dele. No final, a Petrobras foi criada na administracao dele.

E ele tirou vantagem do populismo nacionalista da hora para tambem criar a Eletrobras, agora outra companhia gigantesca, com a intencao de monopolizar o imenso potencial hidroeletrico brasileiro. Hidroeletricas sao a principal fonte de energia eletrica no pais, gracas `a abundancia de rios e quedas d’agua.

So para lembrar, ja falei isso antes, durante a ditadura, Vargas tinha mandado o escritor Jose Bento Monteiro Lobato para o calabouco exatamente por causa do criticismo do Monteiro Lobato porque na ditadura nao se explorava o petroleo nem se deixava ninguem explorar. E o escritor era um dos principais lideres nacionalistas de entao.

Para os outros leitores nao brasileiros, Monteiro Lobato foi um escritor prolifico, comparavel ao Walt Disney. Mais velho que a personalidade americana e sendo escritor brasileiro, ele nunca teve as mesmas oportunidades de mostrar ao mundo sua producao. Depois da morte dele a televisao brasileira produziu programas com as personagens dele o que deu uma grande audiencia entre os telespectadores infantis. Eu era mais interessado nos livros dele que ver os personagens na tv.

Atualmente, a producao dele tem sido censurada por causa de alguns componentes preconceituosos. A gente precisa mencionar isso como uma interpretacao cautelosa porque ele escreveu num tempo em que o preconceito nao era de todo consciente. O mesmo revisionismo tem sido apresentado contra o escritor Mark Twain nos Estados Unidos. O uso de palavras que passaram a ter conotacoes preconceituosas agora eram consideradas normais nos tempos deles. O povo antigo apenas acreditava que, algumas pessoas eram realmente superiores `as outras pelo nascimento e pensavam que isso seria natural, como se fosse determinado por Deus. O povo estava completamente enganado em suas concepcoes mas isso nao quer dizer que tenham feito o que fizeram por pura malicia.

Vejamos uma sequencia genealogica do Monteiro Lobato.

1.882 Jose Bento Monteiro Lobato – Maria Pureza de Castro da Natividade
Jose Bento Marcondes Lobato – Olimpia Augusta Monteiro
Maria Antonia Marcondes Machado – Jose dos Reis Lobato
Clara Francisca do Amaral – Jose Machado da Silva
Ana Isabel de Andrade – Domingos Marcondes do Amaral
Bernardina Correia de Freitas – Luis Fernandes da Costa
Sebastiao Ferreira Albernaz – Isabel de Castilho*
Sebastiao de Freitas Cardoso – Isabel de Faria Albernaz
Sebastiao de Freitas – Maria Fragoso
Antonio Pedroso de Freitas – Clara Parente
Antonio Rodrigues de Alvarenga – Ana Ribeiro

A partir desse ponto podemos voltar `a sequencia genealogica do Oswald de Andrade Souza. Antonio Rodrigues de Alvarenga e Ana Ribeiro sao os pais do Francisco de Alvarenga que aparece casado com Luzia Leme na sequencia do Oswald de Andrade.

O segundo governo de Getulio Dorneles Vargas terminou de forma tragica. As posicoes nacionalistas dele renderam-lhe uma oposicao irracional dos “Entreguistas”. Tais foram visivelmente apoiados pelos interesses americanos representados pelas multinacionais querendo tirar vantagens do mercado brasileiro. E tais interesses eram raivosamente defendidos pelo jornalista Carlos Frederico de Lacerda. E o criticismo do Lacerda levou a uma reacao estupida do guarda-costa de Vargas que conspirou para matar o jornalista. Mas na tentativa de assassinato quem foi morto foi o major Rubens Vaz, no episodio conhecido como: “Assassinato da Rua Toneleiros.”

Encurralado pelos fatos, Getulio suicidou e deixou uma “Carta Testamento” que aponta as intervencoes externas nos interesses do Brasil. Ele nao identificou ninguem mas foi claro no que estava falando. Na verdade, o segundo governo nao estava indo bem e ele ja nao tinha a capacidade de administrar sob pressao extrema.

Pode ser que eu venha a ser criticado no Brasil por estas palavras dedicadas ao Getulio. Recentemente eu vi um programa no Canal de Livros e um historiador estava falando a respeito do livro dele e do presidente Abrao Lincoln. Ele disse que, a maioria dos historiadores nos Estados Unidos que estudam a vida do ex-presidente vivem numa Igreja do Lincoln. O que ele queria dizer eh que eles idolatram a figura do Lincoln, vendo apenas o que querem ver, nao o Lincoln como pessoa sujeita a erros terriveis mas como o idolo sem defeitos.

No Brasil o mesmo se da com os admiradores do Getulio Vargas. O mesmo acontece com os que amam demais os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves (que, gracas a Deus, nunca foi empossado), Fernando Henrique Cardoso e agora, o mais recente, Luiz Inacio Lula da Silva. Todos cometeram erros enquanto no governo mas as igrejas em torno deles nunca irao crer nisso ou, pelo menos, nao irao admitir isso para o publico.

Logo apos o suicidio de Getulio o Brasil teve no lugar dele o vice, e presidente por direito, Joao Fernandes Campos Cafe Filho. Porem ele nao estava bem de saude e nao permaneceu o tempo suficiente. A seguir entrou o Carlos Coimbra da Luz, que teve o governo mais curto da historia, somente 4 dias, ou 2, depende da literatura pesquisada. O proximo, Nereu de Oliveira Ramos conseguiu findar o mandato ate que o presidente eleito, Juscelino Kubitschek de Oliveira, fez seu juramento. No curto periodo de 2 anos o Brasil teve 5 presidentes, entre 54 e 56. Postemos sequencias genealogicas para dois deles.

1.894 Carlos Coimbra da Luz – Maria Jose Rezende Dantas (primeira esposa)
1.860 Alberto Gomes Ribeiro da Luz – Augusta Cesarina de Assis Coimbra
1.833 Mariana Brandina Gomes Ribeiro – Antonio Maximo Ribeiro da Luz
1.797 Rita de Cassia Gomes – Antonio Joaquim Gomes
1.761 Bernardino Teixeira de Toledo – Manuela da Silva
Maria Rosa de Toledo – Manuel Teixeira Ribeiro
Branca de Toledo – Francisco Xavier da Silva
Maria Pedroso – 1,674 Joao de Toledo Piza Castelhanos*
Francisco Felix Correia – Ana Ferreira de Melo
Andreza de Castilho – Belchior Felix Perestrelo
Guiomar de Alvarenga – Francisco Alvares Correia
Manuel Rodrigues de Alvarenga – Guiomar de Castilho
Mecia Monteiro – Baltazar de Alvarenga

O ultimo casal tambem eh pai de Antonio Rodrigues de Alvarenga que se casou com Ana Ribeiro e sao ancestrais do Monteiro Lobato, Oswald de Andrade, Santo Frei Galvao e muitos outros mais.

1.888 Nereu de Oliveira Ramos – Beatriz Paranhos Pederneiras
1.870 Teresa Fiuza de Carvalho – Vital Jose de Oliveira Ramos Junior
Maria Francisca Quirino dos Santos – Joaquim Fiuza de Carvalho Junior
Maria Francisca de Paula Camargo – Joaquim Quirino dos Santos
1.790 Francisco de Paula Camargo – Damiana Alexandrina da Silva Marques
Francisco de Paula Camargo – Petronilha Clara Rodrigues do Amaral
Inacia Maria de Camargo Lima – Goncalo de Sousa Rodrigues
Fernando Lopes de Camargo – Maria de Lima Serqueira
Fernando de Camargo Ortiz – Joana Lopes
Mariana do Prado – Fernao de Camargo, o Tigre
Filipa do Prado – Juan de Santa Maria
1.590 Pedro Leme – Helena do Prado
1.568 Leonor Leme – Bras Esteves
Pedro Leme – Luzia Fernandes

Pedro Leme com outra esposa, Izabel Paes, eh bisavo do bandeirante Fernao Dias Pais Leme. Com Luzia Fernandes ele tambem eh ancestral do maestro, Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim ou, Tom Jobim, para simplificar.

O que eh interessante desde ja eh observar que, como teorizei antes, com frequencia a gente volta aos mesmos ancestrais. Um fator que interfere ai eh: desde que nao temos um bom banco de dados da maioria dos ancestrais, eh natural que as poucas linhagens ja identificadas pelos historiadores venham a aparecer na maioria das sequencias. Isso nao eh porque uns poucos casais foram capazes de gerar um estrondoso numero de descendentes famosos.

Se tivessemos um banco de dados completo de nossos ancestrais, o que eh suposto acontecer seria isso: inumeros casais deveriam igualmente aparecer, compartilhando a ascendencia da maioria de nos. E a maioria da populacao que viveu em Portugal ha 500 anos atras eh suposta partilhar a ascendencia da maioria da populacao brasileira de hoje. Mas, infelizmente, nao temos dados completos e teremos de esperar, talvez, mais 800 anos para que a futura populacao vivendo neste tempo, com melhores dados disponiveis, reconhecer essa verdade.

Todas a desgraca e o otimismo que invadiu os 25 anos apos `a Segunda Guerra nao pertence somente `a Historia do Brasil. Os fatos daquele tempo continuam formatando nossas vidas com suas consequencias. Eu gostaria de citar alguns que sao particularmente influentes no que tem acontecido atualmente. O fim da Segunda Guerra nao eh nada senao o comeco do que acontece hoje-em-dia. O melhor acontecimento daquela epoca foi a Independencia da India, em 1.947.

Durante muitos anos, o lider espiritual da India, Mahatma Ghandi, liderou o movimento da nao violencia contra o colonialismo ingles. Apesar das acoes violentas cometidas pelas forcas imperiais na tentativa de provocar mais violencia para ter alguma desculpa para fazer calar a voz da liberdade, ele conseguiu controlar a situacao e o povo seguiu o exemplo dele nao respondendo violencia com mais violencia. Muitos morreram sob a violencia inglesa mas o sacrificio destes conquistou a liberdade de seus compatriotas.

Infelizmente, alguns dos seguidores dele na Independencia nao eram “santos” como ele e deixaram as tensoes motivadas pelas diferencas em crencas religiosas dividir a grande India. Dai a India se viu dividida em si mesma e mais duas possessoes a leste e oeste que vieram a se tornar o Paquistao. Depois a porcao do leste virou Bangladesh. Todavia, Gandhi nao conheceu a segunda divisao porque foi assassinado pouco tempo apos `a Independencia da India.

A partir de 1.947 o Partido Comunista Chines tornou-se o poder no continente. Mesmo que a ultima batalha entre os nacionalistas chineses e os comunistas tenha se dado em 1.949. O lider nacionalista, Chiang Kai Shek, se refugiou com suas forcas e estabeleceu uma nova China na Ilha de Formosa (Taiwan). Mao Tse Tung foi o lider comunista e reinou sobre o povo ate o dia da morte dele.

Outro fato digno de nota deste tempo foi a criacao do Estado de Israel. Ele virou nacao em 1.948 e se tornou o pior erro cometido pelos politicos naquele tempo desde que as consequencias dele continuam reverberando ate agora e promete continuar assim, como uma bomba relogio atomica sobre nossas cabecas, ate que exploda ou o povo crie juizo.

Nao quero entrar em detalhes desse assunto agora. Mas posso antecipar alguns sentimentos a respeito dessa criacao. Ele foi um ato de violencia clara, inumano e colonialista. Eh comparavel `as Cruzadas. Nada justifica a criacao. A existencia de uma nacao chamada Israel no passado nao justifica o que nos tempos modernos tambem eh chamado Israel. As duas coisas sao totalmente distintas e nao ha como se fazer a ligacao de uma como sendo a continuidade da outra, exceto no que se trata em relacao `a violencia e preconceito.

Ao escrever o paragrafo anterior eu compreendo que alguem podera acusar-me de ser anti-judeu ou que tenha algum sentimento anti-judeu. Por muito tempo tenho observado que toda vez que alguem critica os malfeitos dos sionistas ou algo envolvendo `a fe judaica, imediatamente apos ao comentario ser divulgado por qualquer tipo de media, o autor do comentario eh execrado como se ela ou ele nao pudessem ser outra coisa que nao nazista.

Essa mesma tatica foi usada pela media americana logo apos aos atentados terroristas de 11/9/2011. Qualquer observacao a respeito dos malfeitos dos americanos no mundo naquele momento particular era classificado com anti-americano. A media americana usou o slogan: “Todo mundo nos odeia porque sente inveja do sucesso americano.” para tentar proteger os Estados Unidos contra coisa pior. Mas o que foi feito tornou-se pior porque a motivacao para o criticismo dos estrangeiros foi pobremente avaliada e isso permitiu ao governo Bush provocar mais malfeitos e nos levou `a confusao na qual estamos atualmente.

Outro assunto que precisamos definir agora eh esse: frequentemente, nos generalizamos erradamente as coisas ao inves de especifica-las com precisao. Por exemplo, eh comum ver-se na media a frase: “Os americanos decidiram fazer a guerra” ou “Todos os Judeus sao sionistas.” Nos temos que nos lembrarmos que, em toda populacao existem pontos-de-vista diferentes a respeito de um mesmo assunto. Eh por causa disso que quando a media fala isso: “todos os outros odeiam os americanos”, ela esta enganando seu publico.

O pior caso de generalizacao esta na Biblia crista. Particularmente nos escritos atribuidos a Paulo e Joao. Eles muitas vezes mencionam os judeus como matadores de Jesus ou fazendo coisas ruins. Quando se le o texto com maior atencao a gente pode ver que, alguns judeus conspiraram para matar Jesus e alguns judeus, inclusive Paulo na juventude dele, tinham interpretacoes erradas dos ensinamentos de Jesus. Quando os escritores usaram a palavra judeu para identificar aqueles que faziam os malfeitos, eles induziram os cristaos do futuro a pensar que toda a comunidade judia agiu assim. Eu nao sou anti nenhum pensamento, a menos que o pensamento induza a injusticas contra toda ou qualquer pessoa humana.

O que eu penso eh isso, o Holocausto aconteceu na Europa e nao ha justificativa para transferir o que aconteceu de um lugar para outro. A Terra estava cheia de lugares mais amigaveis e menos povoados. O que foi feito na Palestina eh como se fala na sabedoria brasileira: “Despiram um santo para vestir outro.” Eu sei que, naquele tempo existia solucao melhor do que criar o Estado de Israel naquele lugar. Mas era do interesse das potencias colonialistas implantar uma colonia por la.

Depois eu pretendo voltar ao assunto. Penso que a fala que o Benjamin Netanyahu esperdicou em 2.011 nas Nacoes Unidas sera um material excelente para explicar meus pontos de vista. Eu posso usar o que ele disse e revelar o que esta por tras das palavras. Mas isso nao seria surpresa alguma desde que, sem querer, Nikolas Sarcozy o chamou de mentiroso e parece que o Barack Obama nao tem opiniao diferente a respeito dele!

Daquele tempo tambem temos a Guerra Fria. Eu defino a Guerra Fria como uma tremenda irresponsabilidade dos Estados Unidos e Uniao Sovietica que estavam brincando de monopolio e usando as outras nacoes. Os dois usaram seus excessos de forcas militares para forcar as outras nacoes a copia-los. Eles nao respeitaram a leis e os direitos das outras nacoes de determinarem seus modos de viver. Quando eu aponto aos Estados Unidos e Uniao Sovietica como agentes do mal eu nao penso nos americanos e russos como um todo mas menciono ser algumas pessoas em suas administracoes.

Depois eu voltarei a esse assunto. E, numa escala menor, o que influencia nossas vidas hoje encontra-se as Guerras da Coreia e do Vietnam. Tambem a libertacao das nacoes africanas do colonialismo europeu eh capitulo importante da nossa Historia, embora algumas nacoes tenham ganhado suas libertadades apos 1.970. Duas delas, Mocambique e Angola, nossas irmas africanas, emanciparam de Portugal.

Tivemos alguns momentos criticos com os assassinatos do John F. Kennedy e Martim Luther King Junior. Continuemos pois com nossa descricao para vermos como tais eventos se encaixam nas relacoes entre Estados Unidos e America Latina, especialmente, Brasil.

O proximo presidente a assumir o poder no Brasil foi o dr. Juscelino Kubitschek que era bisneto de um tcheco romano (cigano) imigrante no Brasil. Ele ficou orfao de pai quando tinha dois anos. Sua mae, Julia Kubitschek, conseguiu criar a familia oferecendo pensionato para as estudantes na casa dela. Eles viviam em Diamantina, Minas Gerais, onde se tinha boas escolas de segundo grau e que eram comparaveis `as faculdades de hoje. Algumas de minhas tias-avos se hospedaram na casa da familia deles.

Apos superar a pobreza ele se tornou medico e politico. No video: http://e-relevante.2009.blogspot.com/2010/04/apresentacao-de-belo-horizonte-para-o-mundo.html/ ele aparece como prefeito de Belo Horizonte e a sociedade dele com o arquiteto Oscar Niemeyer deu um novo visual `a, entao, nova capital do Estado de Minas Gerais.

O arquiteto Oscar Niemeyer que esta com 104 anos continua vivo e trabalhando ativamente em seus projetos. Ele inclusive tem usado o Twitter para expressar seus pontos-de-vista com respeito `a vida e politica atuais. Penso que o espirito de bom humor dele esta impedindo que ele tenha o esperado declinio corporal.

O governo Juscelino foi caracterizado por grande otimismo. A juventude dele era vibrante e o governo dele se estendeu de 1.956 a 61. Era um homem de sorte. O Brasil tinha tido a sua pior derrota no futebol, em 1.950, sendo derrotado por 2 a 1 pelo Uruguai, na Copa do Mundo, com a final no Maracana, Rio de Janeiro. O Brasil nunca tinha sido campeao e todo mundo sabe, futebol corre nas veias brasileiras. Em 1.958 o Brasil se tornou campeao pela primeira vez.

Presidente Kubitschek deu uma nova orientacao e uma capital nova ao Brasil. O feito mais conhecido do governo dele eh a construcao de Brasilia. Essa ja era uma ideia antiga porque a capital, Rio de Janeiro, ficava exposta demais `a possibilidade de invasao estrangeira. Mas ninguem mais teve a coragem de transferir antes. Todos os politicos antes dele se preocuparam demais com os interesses politicos centrados na antiga capital. E Brasilia foi transformada em uma obra de arte por Oscar Niemeyer e Lucio Costa que a planejaram.

Como sempre, ninguem eh perfeito. Apesar do nome da avo materna dele ser Maria Joaquina Coelho nos nao possuimos maiores informacoes a respeito da genealogia dela. Nao podemos afirmar ou negar que seja descendente dos reis mas a mulher dele, Sarah Luisa Gomes de Lemos, era. Ele deixou a presidencia como o mais prestigioso que o Brasil tinha tido.

Embora ele tenha mencionado nas memorias os primos Coelho de Virginopolis, nem todo mundo tinha simpatia por ele. Alguns conservadores nao gostavam dele ate por ser muito mulherengo. Nao posso confirmar isso ai com certeza mas ele adorava um baile e dancar, o que facilitava o contato dele com as mulheres.

A pior parte de toda a Historia Brasileira comeca logo apos o fim do governo Kubitschek. Talvez seja parte do pior da Historia Mundial tambem. O novo presidente eleito foi o Janio da Silva Quadros. E a lei brasileira tinha uma particularidade que induziu a uma situacao dificil. O povo podia votar independentemente para presidente e vice-presidente. Entao, o presidente eleito poderia ter um vice de outro partido qualquer. E o vice eleito foi o Joao Belchior Marques Goulart, que era uma boa pessoa.

O que aconteceu foi isso, o presidente eleito representava o pior caso de conservadorismo la. E ele foi eleito por uma quantidade de votos muito grande. E nao ficou satisfeito com isso. Ele desejava o poder absoluto e 7 meses depois renunciou ao cargo esperando que o povo o apoiasse como novo ditador. Alguns militares pensavam diferente e o embarcaram num aviao mandando-o para a Europa. Mesmo assim, os conservadores extremos nao queriam aceitar Joao Goulart como presidente. O presidente do congresso, Raniere Mazzilli, foi chamado para assumir o lugar ate as coisas se acalmarem e o sucessor por direito pudesse ser coroado.

Esta foi a hora do pior intervencionismo praticado pelos americanos. A CIA, a Secretaria de Estado e mesmo a Presidencia se juntaram com a parte mais conservadora da sociedade brasileira para tornar o Brasil ingovernavel. Os conspiradores tinham um predio inteiro ocupado como quartel, arquitetado por Golbery do Couto e Silva. Usaram panfletos que eram enviados pelos correios a todo canto do pais com propaganda enganadora. Eles tinham acesso aos principais jornais e tiveram ajuda de intelectuais influentes como a Rachel de Queiroz e o Rubens da Fonseca.

O governador do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda, que havia conspirado contra a segunda administracao do Vargas, junto com o Jose de Magalhaes Pinto, governador de Minas Gerais e Adhemar Pereira de Barros, governador de Sao Paulo, cujo slogan de campanha tinha sido: “Rouba mas Faz” eram os conspiradores associados. Estes estavam buscando dividendos politicos pessoais. Lacerda e Barros nao viveram muito tempo apos o golpe. Posteriormente o Magalhaes Pinto tentou disputar contra o general Figueiredo nas eleicoes indiretas e foi derrotado. Parece que os militares deram uma pernada neles.

Multinacionais como a Esso e outras que entao ja operavam no Brasil foram convocadas para darem apoio financeiro voluntario `a conspiracao. O basico da propaganda era fazer parecer que o pais estava prestes a ser invadido por comunistas. Comunista poderia ser qualquer um que nao aceitasse as ideias deles. Na epoca, os catolicos eram mais de 90% da populacao e a maior parte do clero catolico ajudou a disseminar as piores ideias a respeito do comunismo.

E aqui apresento um detalhe nessas conspiracoes que ajudaram aos totalitaristas de direita. Quando o ditador Getulio Vargas tomou o poder e Rachel de Queiroz foi presa por criticar o governo dele, a alegacao era que ela era comunista. Quando chegou a vez dela tornar-se conspiradora junto ao novo golpe, os adversarios eram comunistas. Este era o slogan de qualquer um que quizesse sequestrar o poder no Brasil. O comunismo era tao temido que o povo se esquecia de que ficaria sob o totalirismo de qualquer coisa outra. O povo nao estava avisado de que totalitarismo eh coisa ruim, nao importa quem estiver no poder.

Entao, em 1.964 o Brasil teve o seu golpe de estado e os militares tomaram o poder para eles proprios. Com a queda do Joao Goulart o presidente do congresso, Ranieri Mazzilli, teve mais uma chance como presidente provisorio. Foi usado para que os conspiradores tivessem tempo para decidir quem entraria no lugar dele. E o escolhido foi o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

Este faleceu num “acidente” de aviao em 1.967, logo apos deixar o poder. Mas o que se acredita eh que, ele fosse parte de um grupo que pensava que a conspiracao deveria terminar e o poder teria que ser devolvido aos civis. Mas alguns dos outros lideres, mais jovens, queriam manter-se por mais tempo e lideraram um golpe dentro do primeiro. O que se suspeita eh que o acidente foi provocado pelo grupo rival. E eles permaneceram no poder numa soma de 22 anos.

Contudo, os dois lados rivais eram igualmente descendentes dos reis de Portugal. Postemos os exemplos de Joao Goulart e do conspirador Castelo Branco.

1.918 Joao Belchior Marques Goulart – Maria Teresa Fontela
1.881 Vicente Rodrigues Goulart – Vicentina Marques
1.849 Maria dos Santos Loureiro – Belchior Rodrigues Goulart
1.804 Antonio dos Santos Loureiro – Maria Pereira do Nascimento
1.778 Maria Eufrasia Lopes – Joaquim dos Santos Loureiro
1.754 Helena Eufrasia Pereira – Antonio Jose Lopes
1.730 Mariana Antonia de Bettencourt – Manuel Antonio de Bettencourt
1.687 Manuel Machado Ribeiro – Teresa de Bettencourt
1.660 Maria da Conceicao de Melo – Joao Batista Espinola*
1.620 Pedro Machado de Sousa – Ana de Melo e Gusmao*
Manuel Pedro Machado Ribeiro – Maria Espinola da Veiga de Mendonca
Filipa de Sousa – Pedro Machado Ribeiro
Manuel de Sousa Neto – Catarina Goncalves de Antona
Maria Fogaca de Sousa – Andre Goncalves Neto, Capitao-mor da Praia
1.430 Diogo Sousa Cid – esposa desconhecida
1.410 Cid de Sousa – Leonor Fogaca
1.370 Goncalo Anes de Sousa Chichorro – esposa desconhecida
1.341 Martim Afonso de Sousa – Maria de Briteiros*
1.320 Vasco Martins de Sousa Chichorro – Ines Dias Manoel
1.280 Martim Afonso Chichorro II – D. Aldonca Anes de Briteiros
1.250 Martim Afonso Chichorro – Ines Lourenco de Valadares (ou de Sousa)
1.210 D. Afonso III, rei de Portugal – Madragana (Mor Afonso)

Eu repeti parte de sequencia ja presente em outras linhagens. Isso foi apenas para facilitar para os leitores.

1.900 Humberto de Alencar Castelo Branco – Argentina Viana
1.861 Candido Borges Castelo Branco – Antonieta de Alencar Gurgel
Beatriz Virginia da Silva Castelo Branco – Francisco Borges de Carvalho
Silvestre Jose da Cunha Castelo Branco – Porcina Isabel Pereira da Silva
Marcelino Jose da Cunha Castelo Branco – Maria Florencia Castelo Branco
Francisco da Cunha e Silva Castelo Branco – Ana Rosa Pereira Teresa do Lago
D. Clara da Cunha e Silva Castelo Branco – Manuel Carvalho de Almeida
D. Francisco de Castelo-Branco – Maria Eugenia de Mesquita
1.580 D. Antonio de Castelo-Branco da Cunha – Maria da Silva*
1.540 D. Pedro de Castelo-Branco – Francisca Calvo
1.500 Maria de Briteiros da Cunha – D. Antonio de Castelo-Branco*
1.470 Mateus da Cunha – D. Leonor de Menezes*
1.450 Joao Alvares da Cunha – Catarina de Sequeira
1.430 Artur da Cunha – Leonor de Sousa*
1.400 Joao Alvares da Cunha – Mecia de Lemos
1.371 Alvaro da Cunha – Beatriz de Melo
1.345 Joao Lourenco da Cunha – D. Leonor Teles de Menezes*
1.320 D. Maria Goncalves de Sousa – Martim Lourenco da Cunha*
1.280 Maria Afonso Chichorro – D. Goncalo Anes de Briteiros
1.250 Martim Afonso Chichorro – Ines Lourenco de Valadares (ou de Sousa)
1.210 D. Afonso III, rei de Portugal – Madragana (Mor Afonso)

Martim Lourenco da Cunha (1.320), foi o primeiro senhor de Pombeiro e todos os descendentes presentes na sequencia, ate 1.580 D. Antonio de Castelo-Branco da Cunha, herdaram o titulo.

Com respeito `a presenca de multinacionais no Brasil e outros lugares, sob a influencia dos Estados Unidos, nos precisamos adicionar para o que elas foram usadas naquelas decadas tragicas. Temos um capitulo na Historia que poderia ser denominado de Novo Colonialismo. Presidentes como o Juscelino Kubitschek abriram os bracos para elas esperando a ajuda na modernizacao do pais. Mas o que eles nao previram foi a falcatrua que eles estavam importando dos paises industrializados.

O que aconteceu foi isso: as multinacionais instalados nos paises satelites, com muitos incentivos das nacoes menos desenvolvidas, comecaram a pagar aos empregados locais um salario considerado comum nos satelites. E para os empregados das metropoles os salarios foram elevados de forma irreal. Para facilitar o entendimento, darei o exemplo ficticio.

A Ford do Brasil poderia pagar ao trabalhador brasileiro US$ 1,00/hora e US$ 10.00/hora para a mesma funcao e a mesma produtividade do trabalhador americano. Assim, no final do ano a Ford americana mostraria um balanco com perdas expressivas. Por outro lado, a Ford do Brasil mostraria um ganho expressivo. Ai, esta foi a razao alegada para transferir-se dinheiro do Brasil para os Estados Unidos por um longo periodo.

Hoje-em-dia nos precisamos conhecer informacoes como essas para entender melhor o que esta acontecendo no mundo. Lembrando que, existem milhares de multinacionais das nacoes industrializadas que operaram neste sistema. Entao a prosperidade dos paises ricos naquele tempo era em parte artificialmente criada pela falcatrua da transferencia de dinheiro.

O ganho superior dos trabalhadores das metropoles alimentava os mercados do esquema centralizador. O excesso de dinheiro ajudou o progresso tecnologico centralizado nas nacoes industrializadas. O sistema funcionou de forma malefica em duas direcoes. Primeiramente porque transferiu valores economicos e segundo porque cortou investimentos que poderiam ajudar `as economias emergentes.

Outra forma de transferir mais dinheiro para os paises industrializados foi a concessao de emprestimos aos explorados. Temos que reconhecer a crueldade com que a falcatrua funcionou. O dinheiro que foi injustamente transferido dos paises pobres tornou-se superavit nos industrializados. E eles separaram parte do dinheiro para emprestar aos mais pobres que depois tinham que pagar juros. E essa situacao foi o que deu combustivel aos debates politicos desde os anos 60 ate aos 90 nos paises de segundo e terceiro mundos.

Se alguem lendo esses escritos nao sabia nada com esse respeito, talvez agora entendera porque capitalismo e capitalista nao sao vistos como solucao para parte das pessoas no mundo. Alguem ira mesmo odia-los. Temos que compreender que o odio que os Estados Unidos inpiram a alguns podera ser direcionado igualmente ao publico em geral. O que podemos afirmar eh que o publico americano nao estava ciente de tudo e isso pode ser contado como malfeito proporcionado pelo governo e multinacionais. Isso eh verdade.

Mas a gente tem que reconhecer que o governo e as multinacionais nos representam no mundo. Eles figuram como nossa fachada diplomatica. Portanto, o que eles fizerem sera interpretado como se fosse feito por nos mesmos. E para piorar a situacao, todos os americanos desde a geracao de nossos avos levaram vantagem, de uma ou outra forma, nessa situacao.

Nao digo que isso se deu com consciencia mas por nao se prestar atencao no que estava acontecendo fora do pais, como peixes que veem somente a minhoca e nao o anzol, eles foram fisgados e vendidos. Agora temos o problema de sermos odiados por coisas que nao fizemos e nem mesmo haviamos sido avisados. Alguns hipocritas costumam dizer, Isso eh so negocios. Mas nao eh. Eh pura roubalheira.

Lembro-me quando ainda jovem no Brasil e 9 entre 10 greves lideradas pelos sindicatos dos metalurgicos eram feitas para equiparar os salarios aos que eram pagos fora do Brasil. Naquele tempo surgiu um lider dos metalurgicos chamado: Luiz Inacio (Lula) da Silva. A Historia dele esta totalmente vinculada a aquele periodo da Historia do Brasil.

Desde muito tempo atras a Regiao Nordeste do Brasil tinha um serio problema. Como acontece na Etiopia e outras partes do Globo, a estacao das secas poderia extender-se por 5 anos seguidos. Toda vez que isso acontecia, milhares poderiam morrer, mudar-se para o litoral ou simplesmente migrar para o Sul como eles falam. Normalmente ia-se para Sao Paulo que esta no Sudeste. Apesar da pobreza que isso provocava ao povao, ele continuava retornando quando as chuvas chegavam. Era como magica porque com a agua o solo rico proporciona alimentacao suficiente para mais de um ano, por plantio, nos paiois das familias.

O problema nao esta na natureza. Ele eh causado pelos homens dos governos locais que nao se interessavam em usar tecnicas para tirar vantagem da propria natureza porque na epoca de chuvas a agua eh suficiente para ser armazenada para o uso durante as secas. Mas as elites politicas locais construiam acudes e deixavam os coroneis controlarem o uso da benfeitoria publica como se fosse deles. E os acudes nunca foram suficientes para o uso da populacao como um todo.

Em ocasioes de secas longas, o povo pobre do Nordeste do Brasil era tocado igual gado para o “Sul”. Numa destas epocas a mae do Lula levou toda a familia para o Estado de Sao Paulo e ai permaneceu. Milhoes de nordestinos fizeram o mesmo, da mesma forma que parte da populacao mineira tinha feito antes.

Naquela epoca, a ditadura apos 1.964, esse tipo de migracao foi incentivada atraves do incentivo governamental. Temos que entender isso do ponto de vista da mente militar. Os militares tem uma estrutura cultural centralizadora. Isso funciona para alcancarem os objetivos deles. Mas eles pecam horrivelmente quando tentam impor o estilo de vida deles a um pais inteiro. Isso simplesmente nao funciona.

E a ditadura brasileira decidiu centralizar o desenvolvimento do pais num numero reduzido de cidades. Sao Paulo foi uma das que mais foi beneficiada e as cidades vizinhas a ela incharam com a migracao do resto do Brasil. O sistema nao foi aplicado em razao logica de beneficiar a nacao mas somente para facilitar o controle da dissidencia politica. Eles tinham o previo conhecimento de que as milhares de cidades pequenas do territorio brasileiro nao ofereceriam resistencia contra eles. E, por outro lado, sabiam como cooptar as elites interioranas que estavam mais interessadas em manter o status quo delas que defender a democracia.

O Brasil rapidamente virou um quartel militar apos 1.964. Politicamente haviam dois partidos mas somente uma forma de pensar. Algumas leis ganharam status superior `a Constituicao e punham restricoes a algumas opinioes que foram banidas como se fossem criminosas. A unica liberdade de opiniao que se tinha era a de pensar exatamente como eles. Quem tinha opiniao diferente era censurado, preso e/ou banido do pais.

Os Estados Unidos estavam totalmente envolvidos no processo. Eles ofereceram ajuda logistica e monetaria. O exemplo mais odioso disso foi a criacao da Escolas da Americas. No inicio operava-se a partir do Panama mas agora isso esta dentro dos Estados Unidos. As disciplinas lecionadas nessa escola incluiam como operar a maquina de repressao aos movimentos dos direitos civis nos paises sob ditadura, especialmente na America Latina. As aulas incluiam secoes de como torturar para obter-se informacoes da dissidencia politica. Em outras palavras, era algo semelhante ao que os sovieticos fizeram aos dissidentes sob o poder deles. Coisa igual foi ensinada aos ditadores da America Latina.

Quando eu era crianca no Brasil nao chegava a nos o conhecimento de algo errado acontecendo. Vivendo no interior nos anos 60 e 70 nao fazia muita diferenca estar sob ditadura. A sociedade brasileira mesma era um certo tipo de ditadura. Pais tinham o direito de espancar os filhos ao bel prazer. Nao era uma forma de educar-se. Esta era a forma de a cultura conservadora manter as pessoas submissas ao que os adultos queriam. Nao culpo meus pais e os outros ancestrais por comportarem assim porque nao tinhamos uma sociedade baseada em informacoes mas sim em tradicoes.

Alguns pais justificavam o comportamento dizendo: “Estou fazendo isso com voce para que voce nao caia nas maos da policia e ela pode fazer pior que eu.” E isso era a pura verdade, ou melhor, nessa parte de fazer pior. E as acoes das policias eram prontamente apoiadas pelo governo e pela sociedade conservadora. Assim, eramos criados no medo. E isso parece ter refletido negativamente em nossa criatividade.

Vivendo no interior a informacao que nos chegava vinha na maioria por meio de radios, televisoes e jornais. Todo e cada um era vigiado pela censura oficial. Os donos da media nao se preocupavam com isso. Eles preferiam aceitar isso em troca dos estimulos oficiais aos seus negocios. E alguns construiram negocios imensos com essa oportunidade sem igual.

Desde que tudo era censurado a unica forma de buscar felicidade no Brasil era ouvir musica. Ate a musica era vigiadissima pelos censores mas eles nao tinham inteligencia para detectar tudo o que estava sendo transmitido nela. Muitos musicos usaram seus trabalhos para enviar a mensagem da tristeza em que o Brasil estava embrulhado nela. Nomes como: Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento, Fernando Brant, Luiz Gonzaga Junior, Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Sergio Ricardo, Geraldo Vandre estao ligados a esse tipo de musica. Outros como: Tom Jobim, Vinicius de Morais, Elomar, Ary Barroso, Alceu Valenca, Raimundo Fagner, Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi, Toquinho, Rita Lee e muitos outros estao ligados na boa producao musical sem necessariamente envolvimento politico.

Os que eram militantes, algumas vezes, eram presenteados com uma passagem para o exterior, versao: so ida, e forcados a ferias que poderiam durar meses ou anos. Normalmente isso acontecia apos o lancamento de um disco e, depois, os censores conseguiam decifrar o que realmente algumas nuances da musica diziam. Mas quando a censura vinha o povo ja tinha captado a mensagem. Porei dois exemplos de linhagens genealogicas para demonstrar que a musica corre em nossas veias.

1.927 Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (Tom Jobim) – Thereza Otero Hermanny
1.910 Nilza Brasileiro de Almeida – Jorge de Oliveira Jobim
1.874 Azor Brasileiro de Almeida – Emilia Aurora Pereira da Silva
1.850 Manuel Jose de Almeida Leme – Maria Umbelina de Almeida
1.825 Francisco de Almeida Pires – Maria de Camargo*
1.770 Manuel Jose de Almeida Leme – Maria da Anunciacao Arruda*
1.715 Jose de Almeida Leme – Maria Egipciaca de Moura
1.690 Fernando de Almeida Leme – Andreza de Almeida Leite
1.630 Francisco de Almeida Cabral – Maria de Caceres
Luis Dias Leme – Ana Cabral
Antao Leme – esposa desconhecida
Mateus Leme – Antonia de Chaves
1.568 Leonor Leme – Bras Esteves
Pedro Leme – Luzia Fernandes

O ultimo casal ja esta presente em outras linhagens como a ja apresentada para o Oswald de Andrade. Pedro Leme casou-se tambem com Izabel Paes e eles sao bisavos do bandeirante Fernao Dias Pais Leme. O proprio Tom Jobim eh descendente direto do Fernao Dias. Veja a sequencia dele no capitulo 10.

1.944 Francisco (Chico) Buarque de Holanda – Maria Paixao Severo da Costa (Marieta Severo)
1.910 Maria Amelia Cesario Alvim – Sergio Buarque de Holanda*
1.880 Francisco Cesario Alvim – Maria do Carmo Carvalho*
1.839 Jose Cesario de Faria Alvim Filho – Amelia Calado de Miranda
Jose Cesario de Faria Alvim – Teresa Januario Carneiro
Ana Angelica Souto Maior Alvim – Joaquim Jose de Faria Lana
Francisco Xavier de Barros Sousa e Alvim – Maria Felizarda Souto Maior
Doroteia Luisa de Sa Sotomayor – Manuel de Barros e Sousa*
Francisco de Abreu Felgueiras – Maria de Antas Cerqueira
Mariana de Sa Sotomaior – Francisco de Abreu Felgueiras*
1.565 Isabel de Araujo de Azevedo – Goncalo de Antas de Sa
1.535 Ana Nunes Bezerra – Francisco da Costa Taveira
1.490 Froilos de Araujo de Azevedo – Justa Amorim
1.470 Fernao Velho de Araujo – Ana Nunes Bezerra
Isabel Coelho de Azevedo – Tristao de Araujo
1.435 Goncalo Coelho, 3o. sr. de Felgueiras – esposa desconhecida
1.420 Martim Coelho, 2o. sr. – Joana de Azevedo
1.370 Fernao Coelho, 1o. sr. – Catarina de Freitas*

Eu trouxe a linhagem ate aqui porque fica mais facil de ligar os pontos com outras personalidades ja apresentadas. Somente para lembrar, Fernao Coelho foi bisneto de Estevao Coelho e Maria Mendes Petite, que tambem sao ancestrais das familias reais portuguesa e brasileira. E Catarina de Freitas eh multiplas vezes descendente das familias reais da Peninsula Iberica. O Chico Buarque vem tambem da linhagem “de La Cerda” que partilha com Fernao Dias Pais Leme, Tiradentes, Frei Sao Galvao e outros.

Gostaria de apontar mais uma particularidade aqui. No capitulo 11, mencionei que nossos primos Silvia Amelia e Theodoro Hungria da Silva Machado, ambos casados com personalidades da familia real brasileira, eram pelo menos duas vezes descendentes do Fernao Coelho e Catarina de Freitas mas nao mostrei como. Vou apreveitar este momento para mostrar a ligacao.

1.839 Jose Cesario de Faria Alvim Filho – Amelia Calado de Miranda
1.876 Silvia de Miranda Faria Alvim – Afranio Camorim Jacauba de Otingi e Melo Franco
1.904 Sylvia Amelia de Melo Franco – Mucio Emilio de Senna (*)
1.930 Sylvia Emilia de Mello Franco Senna* – Paulo Argemiro Hungria da Silva Machado

Estes sao os pais da Silvia Amelia e do Theodoro. Entao, os bisavos do Chico Buarque sao trisavos dos nossos primos tambem. E a genealogia deles vai direto a Fernao e Catarina. O nosso primo: Mucio Emilio de Senna (*) eh filho do primo famoso: professor Nelson Coelho de Senna, que eh trineto dos nossos ancestrais Jose Coelho de Magalhaes e Eugenia Rodrigues da Rocha. O sinal (*) eh para indicar que eu ainda nao consegui tirar a duvida se nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes eh o mesmo nobre que esta no site geneall.net portugal ou nao. Se for, esta sera a outra via pela qual nossos primos serao descendentes do Fernao Coelho e Catarina de Freitas.

A musica tambem foi um fator para minimizar o odio contra o governo americano e multinacionais provocado pelos malfeitos deles na America Latina. Alguns artistas como Joan Baez e Bob Dylan deram um sinal de que existiam outros americanos que nao aqueles que estavam tirando vantagens das fraquesas dos paises pobres. Outras pessoas de outros paises como Mercedes Sosa, Argentina; Bob Marley, Jamaica e John Lennon, Inglaterra, tambem foram responsaveis pelo que havia de bom de se ouvir.

No Brasil, naquele tempo, as radios maiores tocavam apenas musica internacional. Mas destes musicos pouco se ouvia deles. Somente no final dos anos 70 nos tivemos FMs que comecaram a tocar exclusivamente musica brasileira. E estas eram as que receberam nossa atencao. Penso que as outras estacoes viram a oportunidade e tambem comecaram a misturar producoes nacionais e internacionais.

O mais estranho foi isso, depois de eu vir para os Estados Unidos, minha irma que ja vivia na Florida, disse-me que ela nao entendia porque tantas pessoas gostavam da Joan Baez no Brasil enquanto as pessoas que ela tinha contato na Florida nem sequer tinham ouvido falar dela. Imediatamente eu fui a uma loja de discos e encontrei alguns dela. Eu procurei o album Joan Baez European Tour que cresci ouvindo. Especificamente este nao encontrei. Pelo menos nao era apenas minha imaginacao!

Quando o presidente Clinton visitou o Brasil ele mencionou gostar da musica brasileira. E eu estava admirado de que outros americanos alegavam conhecer a musica brasileira. Uma das razoes que comecei a ouvir as radios publicas aqui era porque elas eram as unicas que abriam a programacao para mostrar as musicas brasileira e de outros paises. Entretanto, todo mundo no Brasil conhece um pouco da musica americana inclusive porque ela eh imposta pelas grandes companhias de discos. De todo jeito, desde que a ditadura acabou, parece que os bons musicos morreram ou perderam a imaginacao para fazer musica boa no Brasil. Como aqui, cairam na producao comercial.

Crescer em uma ditadura nao tem nada de graca. A primeira coisa eh voce ser enganado pela propaganda oficial. O governo eh apresentado como fazendo coisas maravilhosas e nenhuma errada, nem por engano. Eles usam os sentimentos nacionalistas das pessoas para tentar coloca-las contra qualquer um que discorda das decisoes deles. Antes que voce amadureca e comece a racionalizar os acontecimentos, voce nao percebe que nao passa de uma figura no joguete deles.

Tivemos a sorte de crescer com televisao e mesmo com a programacao censurada a gente comeca a pegar alguma coisa como: Por que nao podemos votar para governador e presidente se nos paises livres pode? Por que os “terroristas” sequestraram o embaixador americano e o trocaram pela liberdade de uma lista de desconhecidos que foram mandados ao exilio? Se o Estados Unidos sao nossos amigos, por que o diplomata deles?

E a ditadura no Brasil foi um caso explicito de megalomania. Tudo o que fazia era grande. A maior ponte sobre o mar no mundo naquele tempo. Uma ponte de mais de 12 km ligando Rio de Janeiro a Niteroi. A maior hidreletrica do mundo. Um monstro binacional entre o Brasil e o Paraguai para produzir 11 milhoes de kw. A maior estrada dentro de uma floresta tropical, em sentido paralelo ao Rio Amazonas como se o proprio rio nao fosse uma via natural de transporte. A floresta foi considerada inimiga do desenvolvimento e a destruicao dela financiada pelas corporacoes internacionais como o Banco Mundial.

O que eles nao deixavam transparecer nos grandes feitos deles era o que o povo teria que passar para pagar os emprestimos nas decadas seguintes. Queimaram o nosso futuro para se manterem no poder. Quando o ultimo ditador saiu, falou: “Voces vao sentir saudades e pedirao para voltarmos.” Ele tinha conhecimento da bomba relogio que estavam deixando sobre nossas cabecas e pensou que o desenvolvimento fabricado que criaram por periodo curto fosse lembrado, quando o tempo ruim surgisse em consequencia dele, como se uma coisa nao estivesse vinculada `a outra. Gracas a Deus, somente uma minoria sente saudade da loucura militar!

Outro peso que eles deixaram sobre os ombros do povo foi a dependencia da economia brasileira em relacao `a americana. Essa dependencia era tao proxima que mais de 50% da balanca comercial estava ligada aos Estados Unidos. O dito popular da epoca era: “Os Estados Unidos nao podem gripar sem que o Brasil contraia pneumonia.” Ou, numa forma mais humoristica: ” O Brasil eh nosso mas quem USA sou EEUU.

E uma das formas de aticar o sentimento nacionalista da populacao comum era apresentar os numeros da balanca comercial entre os dois paises. Ela era claramente favoravel ao Brasil e o povao pensava que isso era bom porque nao tinha a menor ideia de como a falcatrua funcionava. A falcatrua era simples. O Brasil mandava milhoes de toneladas de materia prima e recebia produtos industrializados.

Melhor eh eu fazer uma comparacao para explicar. Digamos que, para cada milhao de toneladas de ferro exportadas do Brasil, ele recebia o equivalente a 100.000 toneladas em carros por um preco equiparavel ao do milhao de toneladas. O que era mostrado era o montante de dinheiro envolvido mas nada se dizia o que era feito dos outros 900.000 toneladas de ferro. Entao, o que parecia sucesso aos olhos do povo era, na verdade, uma falcatrua. Com o resto da materia prima os Estados Unidos produziam milhares de carros o que, em ultima analise, fazia a balanca pender a favor deles.

Essa ligacao entre as duas economias fez o Brasil dobrar os joelhos mais de uma vez. Uma delas foi nos anos 70, com a primeira grande crise do petroleo. O Brasil nao estava preparado para nada, nao tinha reservas monetarias e era totalmente dependente. A solucao inteligente foi substituir a gasolina por alcool. Isso teria sido boa ideia se houvessem feito testes e pesquisas antes.

O Brasil eh o maior produtor de cana de acucar e a usa para produzir acucar mais alcool. Para dar uma solucao ao problema pensou-se que seria uma simples questao de plantar mais cana e produzir mais alcool. E eles comecaram a adicionar alcool na gasolina e produzir carros movidos a alcool. Cedo os consumidores perceberam que os carros movidos a alcool nao funcionavam direito quando fazia frio. E o alcool corroia todas as partes metalicas, nao apenas as que estavam em contado direto com o produto.

O que poderia dar um processo historico em qualquer outro lugar do mundo, o consumidor brasileiro nao tinha onde procurar ajuda. A populacao que tinha carro a alcool engoliu em silencio. Toda a frota brasileira de carro virou sucata. Somente mais tarde os cientistas descobriram que se precisava de um tipo resistente de aco. Foi assim que encontramos a tecnologia flex de hoje. Agradeca-se ao consumidor brasileiro que se tornou cobaia naquele tempo.

Outro detalhe a respeito da economia na ditadura. Sempre me recordo do dizer do ministro da economia da epoca: “Nos precisamos fazer o bolo economico crescer primeiro para depois dividi-lo com o povo.” Na concepcao dele a economia do pais teria que gerar pessoas ricas primeiro e estas deveriam investir na industrializacao para, entao, criar mais empregos e pagar melhores salarios. Como no Brasil de diz: “Ele queria colocar o carro na frente dos bois.”

Ate hoje nao recebi minha parte. Antecipando um pouco do que quero dizer depois, esse tipo de visao eh parecido demais com a dos republicanos aqui nos Estados Unidos agora. Eles pensam que dando isencoes para os ricos ira ajudar a economia. Nao da para mostrar por escrito o quanto estou rindo por isso. Nao eh nenhum riso de prazer. Eh um riso com todas as costelas quebradas e muita dor.

Se voltassemos aos anos 60 e 70 o Brasil poderia ser comparado `a China da hora. Nao exatamente a China de hoje mas um Brasil transviado de China. Era um pais de crescimento rapido cuja populacao estava sendo vendida ao mercado internacional. O salario minimo comecava do menor e caindo para pior. A propaganda era colocar todo mundo para trabalhar mas no final do mes o salario era a decepcao. Pois eh, essa eh outra caracteristica da economia brasileira, o pagamento eh mensal e nao semanal como acontece nos Estados Unidos.

Tambem a moeda era artificialmente manipulada para os trabalhadores se virarem. Numa economia moderna a inflacao precisa ser controlada. Naquele tipo de economia a inflacao era usada como instrumento de arrecadacao e o governo transferia o dinheiro do bolso do trabalhador para o uso nos interesses dele. Na minha vida aprendi a viver com mais de 5 moedas diferentes. Tivemos Cruzeiro, Cruzado e agora temos Real. Entre uma e outra de cada uma dessas moedas, geralmente, passou uma intermediaria acrescida de Novo. Tivemos periodos em que a inflacao foi aos tres digitos, por mes.

E como mencionei antes, os metalurgicos lutaram pela equiparacao dos salarios deles aos que eram pagos nos paises industrializados. Mas isso nao funcionava para os trabalhadores de outras industrias. E os metalurgicos representavam so uma pequena fracao da populacao. Nao sei quem teve primeiro a ideia. Alguem comecou a emigrar para os paises ricos e essa foi outra forma de equiparar salarios. Talvez isso tenha comecado com os exilados mas o mais certo eh que tenha sido antes e o povo agiu assim por intuicao, sem organizacao.

Num de nossos livros de genealogia temos o registro do casamento de nosso primo: Adail Coelho Neto com Neuza Kinzo Coelho, em 1.970. Os filhos deles, Paula e Alexandre, nasceram nos Estados Unidos. E eles nao foram o primeiro caso. Naquele tempo e por longo tempo depois, a moeda brasileira era depreciada de forma que a pessoa podia vir, trabalhar dois ou tres anos, voltar e comecar seu proprio negocio. Alguns foram capazes de comprar fazendas. E essa foi a maior propaganda para outros se arriscarem.

Nos anos 70 e 80 a referencia da migracao brasileira era a cidade de Governador Valadares. Ou Valadares simplesmente. E o numero de cidadaos imigrantes identificados como de la era tao grande e o dinheiro enviado por eles era tao visivel que a cidade passou a ser chamada de Valadolares. Posteriormente voltarei a esse assunto porque boa parte dos migrantes nao haviam nascido la. A cidade nao tinha idade suficiente para ter tanta gente nascida nela.

Como mencionei antes, por volta de 1.940 ela contava com cerca de 5.000 habitantes e perto de 300.000 em 1.970. A maioria do povo tinha nascido em outros lugares e se mudado para la, atraida pelas novas oportunidades que o solo rico das redondezas e a facilitacao do transporte que a Rio-Bahia oferecia. Somente para lembrar, a rodovia havia sido construida pelo esforco conjunto de brasileiros e americanos, durante a Segunda Guerra.

A resistencia armada `a ditadura foi o maior fracasso. Ela foi derrotada com facilidade desde que so um pequeno numero de voluntarios teve essa coragem. A maioria deles era vinculada ao Partido Comunista mas a maioria das pessoas era jovem demais para tomar as melhores decisoes.

O numero muito maior era representado por trabalhadores e intelectuais. Estes tambem foram perseguidos como se as canetas e ideias fossem armas de guerra. O excesso de forca que atualmente considera-se abominavel, era usado sem restricoes naquela epoca. Muitos intelectuais como os jornalistas Paiva e Herzog foram para a prisao e nunca voltaram vivos. Como eles, tivemos milhares de “casualidades” se incluirmos prisoes arbitrarias sem envolvimento de morte.

Apesar do terror, os brasileiros nao perderam o senso de humor. A ditadura passou a usar o gingle de propaganda que comecava assim: “Este eh um pais que vai pra frente.” E uma trupe o cantou andando de costas. (Os Trapalhaes). Ganharam um mes de suspencao. Outro usou gargalhadas para repor o ohohohoho que seguia ao refrao. (Juca Chaves). Ganhou seis meses de ferias na Europa.

Temos no Brasil a sabedoria que fala: “Quem nao tem cao caca com gato”. Um comediante (Chico Anisio) esticou-o dizendo: “Quem nao tem gato, caca com rato e quem nao tem rato, caca com ato.” Era uma mencao ao Ato Institucional numero 5 (AI-5), uma lei que ultrapassava `as atribuicoes permitidas pela Constituicao Brasileira. O AI-5 foi muito usado para punir a dissidencia.

A ditadura se viu acuada pelo criticismo e lancou uma propaganda para manipular o sentimento patriotico do povo dizendo: “Brasil, ame-o ou deixe-o.” O unico jornal com circulacao permitida e era abertamente critico ao governo estampou na primeira pagina no dia seguinte: “O ultimo a sair, favor apagar as luzes do aeroporto!”

A respeito desse jornal, ele era o Pasquim. Pasquim como todos sabemos eh semelhante a um diario com conteudo fraco. Os fundadores haviam escolhido o nome porque ja sabiam que os propagandistas da ditadura o iriam chamar assim para diminuir a importancia dos assuntos publicados nele. Assim eles se anteciparam no que seria a intencao da ditadura e isso funcionou porque no comeco os censores nao deram a atencao esperada. Depois, algumas tiragens foram recolhidas por causa do conteudo perigoso, para a ditadura!

Na decada de 70 a America do Sul sofreu o pior de suas ditaduras. Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai se juntaram para montar um clube de assassinatos e tortura chamado Operacao Condor. Eles se ajudaram mutuamente para eliminar seus desafeto politicos. Naquele tempo o governo americano tampou os olhos para dizer que o que nao se ve nao acontece. Isso funcionou ate ao momento que a coisa explodiu dentro de Washington.

Uma trama, envolvendo a policia secreta chilena, cubanos exilados e a propria CIA matou Orlando Letelier, na Praca Sheridan. Usaram uma bomba de controle remoto. Washington deu uma resposta timida somente porque a assistente de Letelier, Ronni Moffit, que era americana, morreu junto. Orlando Letelier era a voz chilena pregando no Deserto do Governo Americano o que todo mundo sabia que estava acontecendo na America do Sul, de que as ditaduras eram causa perdida, e o governo americano nao dava ciencia porque era parte do problema.

Orlando Letelier fez parte de uma lista de assassinados e torturados promovida pela Operacao Condor. O ex-presidente do Brasil, Joao Goulart, tambem foi envenenado na cidade de Mercedes, Argentina, quando no exilio. Embora isso nao possa ser confirmado porque nao foi feita autopsia alguma no corpo. O ex-presidente, Juscelino Kubitschek, tambem morreu num acidente de carro suspeito, no Brasil. Duvido que qualquer dos dois representassem perigo a alguem, e as mortes deles sao testemunha contra qualquer tipo de governo draconiano.

Como mencionei antes, o envolvimento do governo americano nos assuntos internos da America do Sul tambem produziu vitimas do lado deles. O embaixador, Charles Burke Elbrick, foi raptado pelo grupo Movimento Revolucionario 8 de Outubro (MR-8) no Brasil, durante 78 horas. Ele foi libertado em troca de 15 dissidentes politicos.

O agente da CIA, Dan Mitrione, nao teve a mesma sorte. Ele foi raptado pelo grupo de esquerda Tupamaro, no Uruguai, e numa sequencia de fatos infelizes acabou morto. Ele era acusado de dar aulas de tortura para as policias politicas sulamericanas. Os ditadores brasileiros fizeram uma homenagem a ele dando o nome dele a uma rua no Rio de Janeiro. Honra cancelada pelo civis eleitos que nao desejavam que o passado obscuro dele service de incentivo para futuros aventureiros.

Aqui podemos apontar outra contradicao do governo americano que se transforma em estimulo `a cultura de odio aos americanos no mundo fora dos Estados Unidos. Sem mencionarmos a responsabilidade pela disseminacao da tortura e ditaduras. Recentemente o governo americano tentou jogar nos ombros dos iranianos uma conspiracao para matar o embaixador da Arabia Saudita em Washington, sem que os conspiradores se importassem com vidas americanas que tambem poderiam ser ceifadas.

Penso que, ninguem fora de Washington e do Pentagono acreditou nisso. Desde a fabricacao de provas dizendo que Saddam Hussein tinha armas de destruicao em massa em maos, antes da invasao do pais, todo mundo no mundo esta com um pe atras com qualquer bobagem que saia da boca do governo americano.

O assassinato de Orlando Letelier nao causou o mesmo sentimento de ultraje que a possibilidade do assassinato do embaixador da Arabia Saudita parece ter causado. Augusto Pinochet, o ditador chileno, que ordenou muitos outros assassinatos, morreu em paz com o governo americano. E eh o cinismo desse tipo que incentiva o odio contra tudo o que eh feito por americanos.

Tambem, ha pouco tempo, um deputado do Partido Verde no Brasil, o sr. Fernando Gabeira, teve sua entrada nos Estados Unidos barrada. O visto foi pedido em razao do trabalho dele como representante e a resposta foi adiada ate que passou a razao para a viagem. O que acontecia era que, Gabeira foi um dos militantes que raptaram o embaixador Elbrick. Onde esta o cinismo? Eh so buscar a lista de pessoas `as quais nunca foi negado um visto mas que fizeram coisas pior que ele. Nao defendo o que ele fez. Apenas aponto a incoerencia na atitude do governo americano.

O governo da ditadura foi desmascarado gracas `a coragem do arcebispo de Sao Paulo, D. Paulo Evaristo Arns, e muitos amigos como o presbiteriano Jaime Wright e o Frei Beto. Eles pesquisaram e depois publicaram o livro chamado: Brasil: Nunca Mais ou BNM. Eles pegaram o testemunho dos sobreviventes dos poroes da ditadura e compararam com os arquivos no Superior Tribunal Militar, provando muitas acusacoes de torturas e assassinatos entre 1.961 ate 1.979.

Apos `a publicacao, todos que tinham duvidas quanto ao que muitos ja sabiam ficaram com a impressao de terem sido traidos. A maioria do povo brasileiro tinha sido enganada para sustentar o golpe de 64 pensando que iria evitar um governo assassino. No final descobriu-se que o povo recebeu aquilo que nao procurava. Eu vi isso na face da minha mae quando ela leu o livro. E ela concordou: Nunca, Nunca Mais!

O fim da ditadura no Brasil foi marcado por dois grandes movimentos. Um foi o “Anistia Ja”. Este movimento teve raizes na intencao dos ditadores de criar uma lei que seria aprovada pela maioria que tinham no Congresso que daria anistia a todo crime que tinham cometido. A oposicao percebeu que nao seria capaz de impedir a aprovacao e incluiu a dissidencia junto. Assim, ninguem seria deixado para tras. Os dois lados tiveram que engolir a anistia um do outro. Mas isso acabou sento efetivo para a pacificacao do pais.

O segundo movimento foram as “Diretas Ja”. O partido da ditadura queria manter o sistema de eleicoes indiretas para presidentes. Mas milhoes de possoas foram mobilizadas a favor do voto popular para eleicoes presidenciais. O movimento foi fatalmente ferido quando parte dos lideres dele foram cooptados para concorrer `as eleicoes indiretas que se deram entre o partido dos ditadores e parte da oposicao. A oposicao nomeou Tancredo de Almeida Neves como candidato a presidente e o vice a Jose Sarney.

Tem tres momentos em minha vida que tive pressentimentos de que coisas boas nao poderiam sair de certas decisoes. Uma delas se deu no dia que Tancredo Neves anunciou Jose Sarney como vice dele. Deu-me um desespero tao grande que falei para uns colegas que estavam assistindo televisao em nosso apartamento na universidade: Sera que a besta desse velho nao pensa que pode morrer!? Acabou sendo eleito e muitos dias antes de empossar estava morto. Assim, ganhamos uma extensao da ditadura por mais cinco anos com o vice.

Os outros dois pressentimentos se deram no dia em que o presidente Bush anunciou a guerra contra o Iraque e, horas antes do Obama anunciar o assassinato do Osama Bin Laden foi o terceiro. Mas esses sao assuntos para depois.

Uma curiosidade, o vice e depois presidente Jose Sarney tem ancestrais que assinam Rodrigues Coelho. Coincidentemente estes sao nomes tambem vinculados aos nossos ancestrais. Mas nao temos dados suficientes para dizer se as duas familias tem a mesma raiz. O que parece eh que a assinatura na familia dele vem de uma migracao anterior e na nossa uma migracao mais tardia de Portugal. Se houver algum vinculo entre as duas devera ser anterior a 1.650.

Coincidentemente, eu acabo de ser contactado por um primo que mandou-me o endereco: http://www.casagrande.org.br/historia-de-casa-grande/anibal/anibal-coelho. Anibal Rodrigues Coelho eh outro primo proximo da nossa familia. Infelizmente o texto esta apenas em portugues, nao dando oportunidade aos de lingua inglesa. O site nao tem intencao politica. Casa Grande eh a organizacao nao governamental que ele trabalha para ajudar pessoas em dificuldades e `a qual dedicou a vida. Na entrevista de vida ele disse isso:

O meu envolvimento com a associacao e com o movimento comunitario me rendeu quatro prisoes porque isso, na epoca, era visto como atividade comunista. … A ideia geral eh que quanto mais ignorante eh um povo, mais facil eh domina-lo. E a gente queria promover a cidadania, levar o conhecimento `a populacao, etc.” Ele nao estava falando a respeito da organizacao nao governamental mas tao somente a respeito da militancia dele como bibliotecario.

E isso eh o que eh ditadura. A ignorancia e a ma informacao sempre foram usadas para dominar a populacao brasileira pobre e durante a ditadura isso nao se fez excecao. O objetivo da ditadura nao era o de manter o povo analfabeto. O objetivo principal dela era controlar a informacao que iria chegar ao conhecimento do povo.

Aqui preciso mencionar o contraste de concepcoes a respeito do que eh certo e do que eh errado na vida. Meu avo materno, Jose Coelho Junior, o Juca Coelho, foi uma pessoa que lutou a vida inteira em prol de causas comunitarias. A vida das pessoas no interior giravam em torno das referencias comunitarias como: igreja, escolas, hospital, maternidade, forum e prefeitura. Vovo era politico mas nao concorreu a cargos eletivos, portanto, somente apoiava os que foram eleitos aos cargos da prefeitura.

Ele deve ter tido uma participacao menor na construcao da matriz da cidade mas envolveu-se na implantacao do segundo grau, nas construcoes do hospital e da maternidade e foi gracas a ele que a cidade foi elevada a comarca, podendo ter o forum proprio. Mas quando se deu o golpe de 64 ele ja tinha 72 anos. E ele apoiou a ideia pensando que os comunistas estivessem mesmo chegando ao poder.

O pavor que vovo tinha dos comunistas nao era necessariamente por causa da distribuicao de renda ou mesmo de se ter um governo repressivo. O medo dele era o ateismo e daria a vida se preciso fosse pelo catolicismo. Nisso ele era completamente radical.

Mas apos seus 84 anos ele sofreu um derrame cerebral e paralizou metade do corpo. Com isso nos tinhamos que servir de enfermeiros ou auxiliares em tudo o que ele desejasse fazer fora da cama. Ele ja estava um pouco esclerosado, porem, tinha momentos de lucidez. E nesses momentos ele tentava convencer-nos de que, por sermos a favor da democratizacao do Brasil, nos so poderiamos ser comunistas. E essa conversa rendia discussoes historicas.

Numa dessas vezes ele desafiou-me a viajar para a Uniao Sovietica e praticar la o “meu comunismo”. Eu insistia com ele que eu nada tinha a fazer na Uniao Sovietica porque se eu era contra a repressao brasileira tambem nao concordava com o totalitarismo sovietico. Mas ele nao compreendia a minha logica e confundia o nosso apoio `a democracia como se fosse aprovacao ao totalitarismo, principalmente aquele oriundo do comunismo ateista. E num certo momento da discussao ele comecou a esbravejar: “Tem eh que mandar matar esse povo que esta conspirando. Esses comunistas. Esses militares nao estao valendo nada. Se nao matar o Brasil vai virar uma bagunca!”

Pensei que pudesse chama-lo `a razao argumentando: Uai vo, o senhor eh a favor de mandar matar ate os seus netos? Mas ele nao se fez de rogado. “Comunista tem mais eh que morrer! Nao perdoo ninguem.” Ainda insisti mais um pouco: Vo, qual razao o senhor nos daria para justificar matar? Dai ele vociferou: “Porque no Brasil eh a lei!” Foi ai que eu respirei fundo e calmamente soprei o que tinha a dizer: Entao ta certo vo! La na Uniao Sovietica eles nao estao fazendo nada de errado com os dissidentes. Porque la eles tambem tem as leis deles.

Preso `a cadeira de rodas e vendo o ponto de vista dele cair por terra ele nao encontrou outro argumento senao chorar e dizer: “O que vale eh que estou mais perto de morrer! Mas voces vao se arrepender.” Na verdade a vida eh sempre assim: nao importa qual a opcao que a gente faca, quando os tempos dificeis se apresentam temos sempre a duvida se tomamos ou nao as melhores decisoes em nosso passado. Tivemos muitas oportunidades de dificuldades no Brasil depois que a ditadura se foi. Mas em cada momento desses a minha certeza foi sempre essa: corrigir o rumo, jamais voltar `aquela opcao tao negativa.

O problema das relacoes humanas esta no absolutismo de certas pessoas. Vovo Juca sempre foi absolutista. O que ele acreditava tinha que valer como verdade para todos. Nao podemos negar e agradecer o trabalho comunitario que ele prestou `a nossa comunidade. Mas se ele fosse jovem e fizesse o mesmo que havia feito anos atras, durante a ditadura ele correria o risco de ter sido um dos numerosos casos de prisoes arbitrarias que povoam a nossa Historia.

O problema dos absolutistas esta nisso: eles tem toda a certeza de que o que desejam fazer sera o melhor para todos ou, pelo menos, para a maioria. A certeza deles eh tanta que isso os impede de enxergar os outros pontos de vista. Com certeza, Joseph Stalin, Mao Tse Tung, Adolph Hitler, Osama Bin Laden, George W. Bush e muitos outros tinham a absoluta certeza de que estavam dando o melhor de si para o mundo. O defeito deles eh nao perceber o quanto estavam enganados e que o mundo tem uma ideia diferente do que eh bom para si mesmo.

Por pensar que o mundo recusa o que eh bom para si proprio o absolutista tenta impor ao mundo aquilo que nao eh bom nem para ele proprio. Era totalmente compreensivel que nosso avo, com seus 87 anos de vida e sofrendo a Doenca de Alzheimer, confundisse defesa de democracia como se fosse ser comunista. Mas o mesmo, partindo dos lideres da ditadura, demonstrava um quadro pior de doenca. No Brasil nos tivemos um tipo de macarthismo muito pior que o original americano.

E aqui eu observo quao similar a isso eh a concepcao daqueles que acusam o presidente Obama de estar querendo implantar um programa socialista. Eles nao desejam eh que nos, o povo, tenhamos acesso a condicoes que eles acreditam ser restritas aos privilegiados. Assim, acusando o presidente Obama de possuir um programa socialista, eles exploram o medo que as pessoas comuns tem do socialismo, ao mesmo tempo que ocultam suas intencoes de segregar o povo.

Postarei mais uma sequencia genealogica para o eleito que nao assumiu, presidente Tancredo de Almeida Neves. A genealogia dele eh como se diz no Brasil: Eh feijao com arroz. Muito semelhante `a dos outros.

1.910 Tancredo de Almeida Neves – Risoleta Guimaraes Tolentino
1.881 Antonina Homem de Almeida – Francisco de Paula Neves*
1.848 Mariana Candida Kapler – Antonio Homem de Almeida
1.821 Mariana Candida de Jesus – Francisco Kapler
1.795 Maria Madalena da Silva – Joao da Silva Pereira Gomes
Manuel Ferreira da Silva – Mariana Moreira de Sousa
1.747 Maria Cleofa Bueno – Jose Ferreira da Silva
Maria Cleofa Bueno – Joao Goncalves de Melo
Rosa Maria Bueno de Moraes – Antonio de Moura
Lourenco Correia Pires – Catarina Bueno do Prado
Manuel Joao de Oliveira – Francisca de Lira de Moraes
Isabel Pais – Marcos Mendes de Oliveira
Maria Leme – Manuel Joao Branco
Fernando Dias Pais Leme* – Lucrecia Leme*

A partir desse ponto podemos voltar ao capitulo 10 e verificarmos a sequencia genealogica do bandeirante Fernao Dias Pais Leme que esta la. Fernando e Lucreica sao os avos paternos dele. Eu verifiquei apenas a linhagem maternal do Tancredo Neves porque pensei que as datas na frente dos nomes poderiam ajudar a identificar mais coisas e o lado paterno nao as possui.

A brutalidade da ditadura no Brasil foi mostrada por mais um fato ultrajoso. Estava programado uma show a favor da democratizacao e pacificacao do pais, com uma cantora famosa. Uma bomba explodiu nas imediacoes. Esta estava sendo preparada por 2 militares para provocar tumulto, porem, a bomba explodiu no colo de um dos facinoras. Se o ataque deles houvesse tido sucesso, poderiam ter causado muitas mortes e ferido milhares. Ate hoje nao ficou totalmente explicado o que eles realmente queriam fazer.

Nada do que fizeram para impedir a democratizacao funcionou. E os outros paises da America do Sul tambem estavam na mesma onda. Nos conseguimos alguma ajuda dos paises industrializados. Eles tiveram medo que se a ditadura recrudescesse isso levaria a uma desordem incontrolavel o que causaria perdas nos investimentos deles. Assim, muito antes de termos a Primavera Arabe existiu a Primavera Sulamericana.

A democratizacao no Brasil comecou mesmo no inicio dos anos 90. Tivemos a primeira eleicao presidencial por meio do voto popular apos 30 anos. Apesar de ser considerada legal tivemos interesses anti-democraticos envolvidos nas eleicoes. E o presidente eleito, Fernando Collor de Mello, acabou impedido, por corrupcao. O vice dele e tambem sucessor foi Itamar Franco que terminou o mandato.

Itamar Franco herdou um pais em situacao de Terra arrasada. E ele procurou fazer aliancas com todos que o pudessem ajudar. Eu nao gostava da forma de ele administrar porque fora ex-governador em Minas Gerais e era muito conservador para o meu gosto.

Mesmo eu sendo um Joao Ninguem tentei contactar amigos que poderiam ter acesso ao Partido dos Trabalhadores para que o ajudassem, para evitar que o governo dele terminasse nas maos da direita. Mas o Partido dos Trabalhadores, nao porque tambem eu a fiz, nao aceitou essa proposta e ele preencheu os cargos com conservadores. Mais tarde o Lula, eterno presidente do PT, reconheceu o erro de nao te-lo apoiado.

O presidente Itamar indicou o sociologista Fernando Henrique Cardoso para o cargo de Ministro da Economia e o proprio fora um dos exilados aqui nos Estados Unidos e lecionou ate na Harvard. Um grupo de economistas, incluindo Andre Pinheiro de Lara Resende, fez um plano, baseado em correcoes das muitas outras experiencias erradas no Brasil anteriormente, com nova moeda e estabilizacao economica. Na epoca da implantacao o plano funcionou dentro do esperado e o ministro da economia ganhou o credito popular.

Na onda do otimismo que veio logo apos `a implantacao do plano, que se chamou Real, e continua como nome da moeda brasileira, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente com facilidade. Mas o governo dele foi caracterizado por ser muito conservador e submisso `as instituicoes monetarias internacionais. Quando ele nao permitiu a flexibilizacao da comparacao do Real com as outras moedas, a administracao dele fez a industria brasileira perder a competitividade e quase quebrou o pais outra vez.

O Governo Fernando Henrique realizou dois outros feitos que o caracterizaram. Um deles foi, pela lei eleitoral anterior um presidente nao poderia ser reeleito no periodo subsequente aos seus quatro anos no poder. Assim ele comprou no Congresso uma emenda em causa propria para ser reeleito. O segundo foi privatizar muitas instituicoes publicas em obediencia ao mandado conservador de minimizar o Estado. Ele privatizou inclusive uma das maiores empresas de mineralogia do mundo, a Cia. Vale do Rio Doce, e que havia nascido gracas `as riquezas do Estado de Minas. Ele estava se preparando para privatizar a Petrobras, mas ai ja seria passar dos limites, ate mesmo para o pacifico povo brasileiro.

As medidas conservadoras tomadas por ele podem ser mensuradas com facilidade pela migracao de brasileiros ao exterior. Migrei logo apos ele ser eleito a primeira vez e a cada ano um numero muito maior de brasileiros estavam chegando. Pareceu ser uma tendencia que nao fosse parar e que deixaria o Brasil vazio. E os migrantes nao eram apenas das classes desfavorecidas. A populacao que era dona de seu proprio negocio estava quebrando. Muitos amigos, que haviam migrado antes e haviam comecado seus negocios no retorno ao Brasil, agora estavam reimigrando. Eh preciso deixar claro que, a minha migracao foi voluntaria e nao se deveu `a performance do FHC.

Apos tres tentativas frustrantes de se eleger presidente, o insistente sindicalista e nordestino: Luiz Inacio Lula da Silva entrou no cargo. Ele ainda tirou vantagem da possibilidade de se reeleger, agradeca-se ao predecessor, e tambem governou duas vezes. No final do segundo mandato ele ajudou a eleger sua sucessora, presidenta Dilma Rousseff.

Lula, como o chamamos desde os tempos de sindicato, era analfabeto, segundo o que os opositores a ele quizeram classificar a forma alternativa da alfabetizacao que ele teve. Ele passou pela escola primaria normal e foi treinado para se tornar metalurgico. Posteriormente cursou o segundo grau via supletivo. O mais importante, aprendeu com a vida. E sempre teve pessoas inteligentes ao seu redor.

Em represalia ele comecou a tirar sarro da oposicao a ele quando o governo dele comecou a dar certo, dizendo em cada discurso que fazia: “Nunca dantes nesse pais se fez tanto pelo povo!” O que ele passava era simples, nenhuma outra administracao tinha feito tanto em tao pouco tempo. E isso eh verdade. Mas tambem esta aquem do que poderia ter sido feito.

Este eh um problema em nossa existencia. Mesmo as pessoas que sao julgadas boas nunca devem se deixar levar pelo sentimento de acomodacao porque foram capazes de atingir um patamar superior em relacao aos outros. Se pensamos que o que fizemos eh o maximo que podemos, devemos ceder nosso lugar imediatamente a outros para que possam melhorar o que fizemos. Ninguem eh perfeito. Sempre havera onde melhorar mais. Tudo o que fizermos agora se tornara obsoleto em futuro proximo.

Lembro-me quando em 1.979 fui despedido do meu primeiro emprego na vida. Lula era a estrela do sindicalismo e a militancia dele sempre o deixava em dificuldades junto `a ditadura. Muitas vezes ele foi preso, o que era uma perda de tempo para os malfeitores porque isso somente aumentava a popularidade dele. Um dia fui chamado na sala do psicologo da firma. Naquele tempo as firmas tinham um nao para ajudar pessoas com problemas mas para “detectar sinais de rebeliao.” Fazer um bom servico nao tinha muito significado no Brasil que estava repleto de desempregados desejando qualquer vaga de empregos de baixa remuneracao.

Nao me recordo se na entrevista eu ou ele mencionamos Lula. Mas fiz uma afirmacao do tipo: Nos precisamos de mais pessoas como o Lula para fazer o pais funcionar para todo mundo. E enxerguei nos olhos dele uma mistura de descrenca e raiva. “Voce pensa que ele sera a solucao?” Ele perguntou. Nao, mas ele eh o inicio. Respondi. E eu continuei falando um monte de bobagens mas nada que representasse risco. Logo logo eles puzeram outra pessoa para eu treina-la e um mes depois eu estava despedido sem precisar cumprir o aviso previo. O nome da empresa era Picchionni, Corretora de Valores, e alguns anos apos foi fechada por administracao errada.

Como presidente, Lula fez o obvio em qualquer outro lugar do mundo. O Brasil tinha cerca de 170 milhoes de habitantes e mais da metade nao era consumidora. Isso era o que todo mundo, do mais bem informado ate aos menos como eu, andava comentando desde ha muito tempo. Mas os conservadores continuavam insistindo no favorecimento aos privilegiados, esperando que, ou apenas dizendo da boca para fora: esperavam que os privilegiados fizessem algo pelos pobres. Mas a verdade eh essa: o rico, ate a um determinado nivel, tenta criar empregos porque mais empregos representam mais renda para ele.

Mas num grau de maior riqueza isso nao funciona tao bem porque eles comecam a “jogar” nas bolsas de valores e a gastar o dinheiro em superfluos. Nao digo que todo mundo faz o mesmo mas no Brasil eh a pura verdade. E no Brasil as bolsas pagam os maiores juros do mundo. Isso ja era verdade desde os tempos da ditadura e foi largamente usado pela administracao do Fernando H. Cardoso para transferir riquezas para uma pequena percentagem da populacao. Nem mesmo o governo Lula foi totalmente capaz de introduzir mais justica para o restante da populacao.

Uma boa imagem para descrever o problema eh essa: alguns bilionarios preferem investir 50 milhoes em suas proprias casas do que ajudar os pobres a comprarem a primeira casa deles de 100.000. E observem quantas casas para pobres 50 milhoes podem comprar! Nao estou falando em distribuir o dinheiro de graca, falo em relacao a pagar-se salarios mais justos para os que trabalham duro.

O que o Lula fez no Brasil foi algo parecido feito por Franklin D. Roosevelt em seu plano Big Deal. Ele apenas elevou o salario minimo gradualmente e esperou pelos resultados. Tambem incluiu no mercado de consumo milhoes que estavam fora. Ainda aumentou o estimulo `as familias pobres para que mantivessem as criancas nas escolas. Esse era um problema enorme no Brasil antes porque historicamente as criancas largavam a escola para ajudar aos pais a quitarem as despesas. O proprio Lula fora vitima da situacao.

Lula sentiu na propria pele o descaso ao qual os pobres sao submetidos no pais. Ele compreendeu que o pobre tambem tinha direito de fazer 5 refeicoes por dia. Tambem que o pobre tem o direito de vestir-se melhor e inclusive o direito de possuir carros. O que historicamente acontecia no Brasil eh descrito pela sabedoria: “Pobre vende o almoco para comprar o jantar.” Desde que a ditadura comecou a vender os interesses do povo no mercado internacional o slogan havia sido: “Salarios baixos para vender mais.” E o salario minimo passou a ser injustamente achatado.

As medidas tomadas pelo Lula, eu proprio ja defendera desde quando escrevera meu segundo livro em 1.977. Eu tinha 19 anos e nenhum conhecimento de economia mas tinha justica e compaixao no coracao.

Como o dito popular usado no Brasil, Lula tem sido o pe-de-coelho do pais. Quando ele foi empossado em 2002, logo logo o Brasil conquistou o quinto titulo de Campeao do Mundo. Nao teria melhor noticia para elevar o otimismo brasileiro que essa. Ta bom, estou exagerando um pouquinho.

Durante a administracao dele o Brasil se tornou autosuficiente em energia, agradeca-se aos investimentos novos na producao de petroleo e biocombustiveis, incluindo-se do alcool. Foi no tempo dele que o mega deposito de petroleo foi encontrado e isso ira logo colocar o Brasil como exportador do produto. Nao foi sem razao que o presidente Obama disse que Lula era o cara. Ele saiu do governo deixando agendadas a proxima Copa do Mundo de Futebol em 2.014 e as Olimpiadas de 2.016.

Mas eh claro, eu estou apenas fazendo um resumo do que alguns presidentes fizeram no Brasil e eles nao fizeram apenas o que estou dizendo que fizeram. Estou apenas caracterizando os feitos deles.

O presidente(a) mais recente do Brasil eh tambem a primeira mulher a ser eleita para o cargo no pais. Dilma Vana Rousseff eh filha de um imigrante bulgaro chamado Pedro Rousseff. A mae, Dilma Jane da Silva, nasceu em Resente, Rio de Janeiro. O casal criou a familia em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde Dilma Vana nasceu.

Durante os “Anos de Chumbo” ela tornou-se militante ativa contra a ditadura. Foi capturada, torturada e pagou pena de prisao por 3 anos. Eh muito cedo para caracterizar o governo dela porque assumiu o posto em primeiro de janeiro de 2.011. O que parece eh que ela dara continuidade ao trabalho de Lula. Isso significa boas noticias para os Estados Unidos, mas poderiam ser melhores se o passado nao tivesse nada a cobrar.

Estou mencionando isso porque os Estados Unidos poderiam esperar um parceiro melhor do Brasil nesse tempo de crise. O problema eh que os Estados Unidos nunca pediu desculpas pelos feitos terriveis contra o povo brasileiro durante a ditadura la. Nem mesmo reconheceu o que fez. Agora, muitos politicos que estao no poder foram as mesmas pessoas que sofreram as piores consequencias do intervencionismo.

Mesmo que esses politicos nao guardem raiva, tem algo que eles nao deixarao de ter, eles nunca terao confianca nas politicas americanas. O reconhecimento dos malfeitos e o pedido de perdao poderiam tornar-se o primeiro passo a favor da construcao de uma nova era de confianca. E a melhor alianca so pode nascer quando se tem confianca um no outro.

A atuacao da ultima administracao Bush sera contada como a maior perda no relacionamento entre as duas nacoes. A arrogancia dele, promovendo guerras com mentiras, deve ter colocado os politicos brasileiros em posicao defensiva, o que reflete em perdas economicas para os Estados Unidos. O que preocupa esses politicos eh a crenca em que: “Quando os americanos nao conseguem o que desejam por via diplomatica eles simplesmente tomam o que eh dos outros.”

E, com certeza, as acoes do governo do segundo presidente Bush mostrou isso como verdade. E isso foi definitivo quando o governo do Lula no Brasil se opos ao projeto que poderia dar aos Estados Unidos uma base de lancamento de foguetes la. Para que saibam, o lancamento de espaconaves a partir das proximidades da linha do equador eh mais barato que em outros lugares tropicais ou subtropicais. Mas os americanos quizeram por la a base e te-la como se fosse seu proprio territorio sem partilhar as tecnologias.

Com certeza, ninguem iria querer dar tal recepcao de confianca aos americanos. Ninguem desejaria abrir mao de sua soberania e dar aos americanos uma desculpa para futuras intervencoes.

Outra furada recente da diplomacia americana foi a perda do contrato bilionario que o governo brasileiro abriu para comprar avioes para os servicos militares. Apesar da administracao Obama ser considerada mais amigavel ninguem sabe o que vira depois. E nada melhor do que assistir aos debates dos candidatos republicanos para notar-se que as preocupacoes do mundo em relacao aos Estados Unidos tem fundamentos. Assim, todas as vezes que qualquer governo tiver que decidir fazer algum negocio com os americanos ele lembrar-se-a do que aconteceu anteriormente e ira preferir fazer negocios com os fornecedores que representarem ser de melhor confianca.

Ninguem ira deliberadamente excluir os Estados Unidos de seus negocios porque o pais eh considerado importante para a comunidade mundial mas, enquanto os Estados Unidos nao melhorarem sua imagem como bom e parceiro essencial, eles sofrerao os desgastes das relacoes, e isso, talvez, os conduzirao para a queda do posto de economia dominante no mundo num periodo curto. Isso podera acontecer nao porque os Estados Unidos sao odiados, mas porque os Estados Unidos ha muito tempo tem cometido os mesmos erros que os grandes imperios extintos cometeram.

14. BUSCANDO O PARAISO PERDIDO, A SAGA DA FAMILIA

Gostaria de mostrar neste capitulo algo com respeito ao povoamento de origem europeia numa area particular do Brasil. Conhecemos por meio dos vestigios fosseis que Minas Gerais eh habitada por povos indigenas desde 10.500 anos atras, pelo menos. E decifrar como o Brasil foi primeiro descoberto por pessoas humanas eh um misterio longe de ser decifrado. Para que tenhamos uma resposta a respeito disso ha que se empenhar a vida inteira de muitos pesquisadores.

O problema maior eh o parecer que os pesquisadores brasileiros nao tem cobertura financeira para fazer o trabalho. E o acelerado desenvolvimento do pais pode comprometer os sitios ja identificados e os desconhecidos. Pode-se considerar sorte o achado do esqueleto de Luzia, numa gruta da cidade de Santa Luzia. Com mais de 10.000 anos, podemos dizer com certeza que, ela nao foi a primeira moradora de Minas Gerais e, decisivamente, nao eh a primeira brasileira.

Minas Gerais eh um estado continental, e nao tem praias. O Oceano Atlantico fica a mais de 200 km distante de suas fronteiras. E Santa Luzia eh muito mais distante da fronteira, no lado oposto ao Oceano. Entre o Oceano e Santa Luzia temos outro mar. Um mar de montanhas, que antigamente foram cobertas por uma floresta densa. E nao ha caminho facil entre os dois pontos em sua distancia mais curta.

Muitos rios que nascem em Minas Gerais desaguam no Oceano Atlantico atraves da Bacia do Rio Doce mas nao passam de uma sequencia de quedas d’agua nas montanhas. Todavia, Santa Luzia esta localizada no planalto que marca o final do terreno montanhoso e comeca o terreno moderado do Planalto Central. A partir dai os rios tendem a tomar a direcao norte-oeste. O maior nas redondezas eh o Rio das Velhas que se desloca pelo territorio moderado ate encontrar-se com o Rio Sao Francisco.

O Rio Sao Francisco nasce em Minas Gerais, reune as aguas de la e se dirige por mais de 1.500 km em direcao ao norte. Apos isso, muda a direcao para o leste indo encontrar-se com o Oceano Atlantico. O ponto onde ele muda de direcao esta no coracao da Regiao Nordeste do Brasil. Este ponto nao eh tao longe do sul do Estado do Piaui. E ali esta o Parque Nacional da Serra da Capivara.

Os sitios arqueologicos da Serra da Capivara e Pedra Furada sao os locais onde a professora Niede Guidon e seu time encontraram inumeras pistas que sugerem a habitacao humana nas Americas muito anterior aos sitios chamados Clovis. A datacao dos achados dela ainda estao em disputa mas o que outras pistas encontradas em outros pontos da Terra tem sugerido eh que, todas as suposicoes levantadas no inicio do seculo XX com respeito aos primeiros colonizadores das Americas foram falhas. Se alguem desejar aprender algo mais a respeito do assunto, pode dar uma olhada rapidinha no endereco: http://en.wikipedia.org/wiki/Pedra_Furada_sites. A internet esta repleta de informacoes a respeito disso.

Como mencionei antes, Luzia, o fossil, se parece mais com os aborigenes da Australia. E o misterio de como a pessoa humana aparece no lado oposto `as praias do Pacifico na America do Sul talvez nao perdurara misterioso por muito tempo. Ninguem sabe entretanto se a familia de Luzia extiguiu-se ou deixou para nos algo de seu material genetico. O que parece eh que os nativamericanos apresentam em seu DNA mitocondrial alguns componentes que nao tem igual. Bom, isso pode vir daquela familia.

O que nos parece ter acontecido foi que, a partir de 10.000 anos atras tivemos um numero maior de populacao asiatica conquistando o territorio. O Estado de Minas Gerais era parcamente habitado por seus descendentes quando os Europeus invadiram as Americas. E muitas doencas comuns que eles trouxeram, inadivertidade, dizimaram mais de 90% dos nativamericanos.

Se uma doenca comum como a gripe foi capaz de causar isso a uma populacao que se encontrava alguns mil anos longe da Asia, eh possivel que outras doencas causassem mais danos numa populacao isolada por dezenas de milhares de anos. Os asiaticos que primeiro puzeram os pes nas Americas seriam resistentes a algumas doencas que poderiam facilmente matar os primeiros habitantes. Talvez os sobreviventes tenham sido tao poucos e o DNA deixado por eles tao pequeno que nao tenham deixado vestigios pelos proximos 10.000 anos.

A concepcao de Minas Gerais como um Paraiso nao eh minha. Um de nossos primos antigos, professor Dermeval Jose Pimenta, que nasceu em 1.893 e faleceu em 1.990, e escreveu o livro: A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente, teve a ideia. Retirarei da pagina 31 um extrato para mostrar isso.

“No dia seguinte, apos 2,5 leguas de viagem, pernoitou na Fazenda do Luiz da Mota, situada na margem do Ribeirao das Araras, proximo `a atual Vila de Sao Pedro do Suacui, onde as terras sao de uma extraordianaria fertilidade. Nao se poderia dizer que era uma fazenda. Os seus hospedeiros eram dois homens pobres. Um deles havia corrido o mundo. Era portugues, tinha estado em Angola e viera terminar os seus dias na Mata do Pecanha.

Durante a sua viagem entre a Vila do Principe e Pecanha, observou um fato bastante curioso, o de haver encontrado nesse percurso, guardadas as proporcoes, muito maior quantidade de europeus do que ate entao vira na sua viagem pelo Brasil. A que se atribuir essa penetracao de portugueses pela mata a dentro do Pecanha? Vejamos suas proprias palavras explicativas:

“Ha um momento em que aqueles que erram pelo mundo como continuo joquete de suas esperancas, acabam por sentir a necessidade de repouso e de solidao; falaram-lhes das florestas, que poderiam possuir vastas terras e viver tranquilo ao abrigo da miseria; renunciar aos seus anteriores projetos; e os perigosos aventureiros, fixando-se ao solo, tornam-se cidadaos uteis.”

Esta observacao eh de todo procedente.

Por toda a regiao do Pecanha, Sao Joao Evangelista, Sao Jose do Jacuri, Sao Pedro do Suacui, Sao Sebastiao dos Correntes e Sao Miguel de Guanhaes, os portugueses, afundando-se nas matas, apossaram-se de grandes sesmarias de terra, onde criaram familias, construiram fazendas, instalaram engenhos de cana, plantaram cereais, e viveram tranquilos. Os que nao eram casados uniram-se aos indigenas, constituindo-se familias que hoje povoam grande parte daquela regiao.”

Ele menciona na pagina 32, “Quando os excessos amorosos lhe causavam insonia, enguliam um verme, que secavam sem lhe retirar a linha umbelical, verme esse que vem a ser o “bicho da taquara”, criado no interior desse bambu. Os indios comiam esses vermes, dos quais extraiam ainda uma especie de gordura fina e delicada, propria para os alimentos. Quando seco e reduzidos a po, eram aplicados sobre as feridas, que se curavam rapidamente. Quando, porem, comiam os vermes secos, sem a retirada da linha umbelical, caiam em uma especie de sono estatico, que durava varios dias. Ao despertar, contavam os indios ter tido sonhos maravilhosos, onde viam florestas brilhantes e comiam frutas deliciosas. A cabeca desse verme nao deve ser comida, – pois eh considerada como perigoso veneno. Os portugueses consideravam esse alimento como um prato delicioso.”

E ele continua contando na pagina 32: “Tendo alcancado o Arraial do Rio Vermelho, que continha apenas umas cinquenta casinhas, ele admirou o seu aspecto bastante agradavel, em face do conjunto que o emoldurava. Eh este povoado dotado de otimo clima e de grande salubridade. Encontrou ali varios octogenarios e mesmo pessoas com noventa, cento e vinte e oito, e cento e trinta e dois anos.”

Nosso primo estava falando da viagem feita pelo cientista frances: Augusto de Saint-Hilaire, que viajou por Minas Gerais entre os anos de 1.816 e 1.817. E esta era Minas Gerais, a terra dos mineiros. Mas o Paraiso nao estava ali para todo mundo. Ele tambem narra um pouco mais a respeito da vida que os indios estavam submetidos a ela.

“Depois de visitar os aldeiamentos dos indios, nos arredores do povoado e de descrever os seus habitos e costumes, ele fala sobre a lascividade dos indios do Pecanha, dizendo mesmo que, muito frequentemente, ficando estes esgotados pela volutosidade, renunciavam `a vida e se enforcavem em qualquer arvore da floresta.”

Esta opiniao mostrada pelo cientista frances, Saint-Hilaire, eh provavelmente errada e tal procedimento da populacao indigena continua a acontecer nas tribos em certas areas como no Estado do Mato Grosso do Sul. E a causa pode estar relacionada ao stress causado pelo sentimento de Paraiso perdido. Podemos abrir nossas mentes e ver o que se passava nas mentes dos indios logo apos os europeus invadirem as terras onde eles tinham sido os unicos donos. Nosso primo Dermeval Jose Pimenta nos oferece alguma pista em sua narracao, na pagina 48, quando ele fala a respeito do patriarca da familia Vieira Braga. Assim ele proclama:

“O cientista frances, Augusto Saint-Hilaire, quando em 1.817 visitou o entao Distrito de Santo Antonio de Pecanha, hospedou-se na tosca residencia de Januario Vieira Braga, Comandante do Quartel instalado, em 1.807, a uma legua da povoacao. O Comandante, ja septuagenario, nascido em 1.747, era um audaz e valente “mateiro”. Desde a idade de 14 anos penetrava nas matas para combater a feroz tribo dos Botocudos. Combatia-os, mas nao era desumano, sempre esperancoso de obter informacoes referentes a possiveis riquezas minerais da regiao.

Conta-se que um dos artificios usados em cacar indigena consistia em ocultar-se nas matas, ficando de espreita. `A noite, os indios ao dormirem, apos um dia de cacada e comidas fartas, deixavam as suas flechas depositadas. Era entao que o velho Januario com os seus companheiros, em surdina, cortavam as cordas dos arcos, desarmando-os. Ao acordarem, sentiam-se inermes. Combatia-os, matando os resistentes e levando os mansos e as mulheres para trabalharem e serem catequizados pela Igreja.”

O que o primo Dermeval nao menciona eh que o trabalho ao qual ele se refere era escravo. O mesmo se fazia com o povo africano que era considerado mais uma mercadoria que pessoa humana. Entao, o que muitos de nos faria se uma civilizacao extraterrestre invadisse a Terra como se fosse dela, e nao nossa, e fizesse a nos de escravos apos matarem nossos parentes que resistissem? Eh provavel que a resposta sera incomoda para muitos de nos!

Os revisionistas poderiam dizer que o primo Dermeval fosse preconceituoso pela observacao de que o velho comandante Januario nao fosse desumano tratando os indios daquela forma. Eh preciso recordar o tempo que isso foi escrito. O livro foi publicado em 1.966 e foi escrito antes disso. Martin Luther King Junior foi assassinado em 1.968 e o Movimento pelos Direitos Civis estava em seu apice na data. Isso significa que nossa Historia estava num tipo de limbo entre o novo e o velho entendimento de vida.

No Brasil, as velhas geracoes realmente acreditavam que tirar os indios dos seus antigos costumes e cristianiza-los seria o de melhor que poderiam fazer por eles. As geracoes antigas nao reconheciam os direitos dos indios sobre a terra e pensavam que a maneira delas explorarem-na era o melhor a fazer-se. Tinhamos ai uma sequencia de concepcoes erradas nas quais os antigos criam. Apesar de pensar que estavam fazendo tudo com bondade.

Nesse ponto nos precisamos abrir nossas mentes para o que sao as nossas concepcoes em relacao aos outros. Nao podemos pensar que o bem que planejamos em favor deles sempre sera realmente o melhor para eles. Quando assumimos isso, nos estamos erroneamente tomando o que nos parece o melhor para nos como se isso fosse o bem dos outros. Resumindo, nos estariamos tentando fazer o bem a nos mesmos e nao aos outros. Isso eh a nossa autosuficiencia interferindo com o nosso entendimento de vida e nossa vontade. Melhor eh ouvirmos o que os outros pensam a respeito do que seja bom para eles proprios e fazer de tudo para compreender o ponto-de-vista deles.

Todavia, falando a respeito do primo Dermeval, a avo dele era a nativa-brasileira Francelina Catarina de Souza. Ele menciona isso na pagina 212 do livro mas nao menciona o nome da tribo dela. Ela possivelmente estivesse ligada `as tribos Monoxos ou Malalis, as unicas outras alem dos Botocudos que estavam na area. Mas nao posso assegurar ser verdade porque ele disse que o avo tinha feito o pedido de casamento `a mae dela e, aparentemente, elas viviam isoladas.

Desta forma, tendo sangue indigena, pelo menos, numa proporcao de um quarto ele provavelmente nao teria nenhum preconceito racial. Apenas nao compreendeu que os indios resistentes nao eram piores que os brancos insistentes, que desejavam tomar deles tudo o que tinham na vida. Nao apenas suas posses materiais e conhecimentos mas inclusive a liberdade que deveria ser sagrada para todos nos.

Apos essa breve introducao a este capitulo eu gostaria de falar a respeito da formacao da nossa familia. Entenda-se ai, a grande familia que veio da cidade antes chamada de Vila do Principe e que agora tem o nome de Serro. Ela tinha um territorio imenso no qual alguns estados inteiros dos Estados Unidos ou do Brasil caberiam dentro e ainda sobraria uma boa quantidade de terras.

A Cidade do Serro fica no Centro Nordeste do Estado de Minas Gerais. Foi sua quinta vila constituida. O surgimento legal dela data de 1.714 no governo de Antonio de Albuquerque Coelho de Carvalho, o Pacificador. Ela surgiu no comeco do Ciclo do Ouro em Minas Gerais que floresceu de 1.698 ate 1.750 quando comecou a esgotar-se. Esta na linha de montanhas conhecida como Serra do Espinhaco (Espinha Grande) que vai do sul ao norte do Estado.

Nesse capitulo eu tenho voltado no tempo. Quando comecei este escrito disse que tentaria colocar as coisas em ordem cronologica. E foi o que fiz em torno da Historia e agora desejo retornar para explicar a nossa formacao genealogica. Pelo menas na parte que temos dados.

Precisamos conhecer um pouco de geografia tambem. O basico eh esse, o Brasil tem todas as praias tropicais do leste da America do Sul, que sao banhadas por apenas um oceano, o Atlantico. Todo o litoral eh composto por uma faixa plana. Nao tao longe do mar, a maior parte do terrano ganha altitude repentinamente e forma o que se chama de Serra Geral. Ela pode ser vista do mar, na Regiao Sudeste e Sul do Brasil e, algumas vezes, eh chamada de Muralha.

Como a maioria das altas altitudes ocorrem nesse ponto e partes do interior do pais sao mais baixas, muitos rios tendem a correr na direcao do interior ate mudarem a direcao para o sul, como o Rio Paraguai faz, ou norte, como o Rio Sao Francisco, ate encontrarem uma forma de buscar o mar. Em Minas Gerais essa tendencia nao funciona tao perfeita. O Rio Doce parte a Serra Geral em duas. Ele corre do sul para o norte ate Governador Valadares quando se vira para o mar e atravessa o Estado do Espirito Santo.

E aquele rio escavou planicies em sua bacia que tem altitudes muito inferiores que o seu redor. A partir do vale em torno de Governador Valadares nos temos um clima quente e umido. E `a medida que entramos na direcao oposto ao mar precisa-se praticamente fazer escalada, como em uma escadaria. Na porcao mais alta temos a Serra do Espinhaco. Eh onde todo o ouro estava.

O Vale do Rio Doce foi a barreira natural `a exploracao do interior porque seu clima quente e umido era fonte de doencas desconhecidas no tempo colonial. E muitos perderam a vida tentando conquista-lo. Um destes, ja mencionei, foi Agostinho Barbalho Bezerra, o filho do Luis Barbalho Bezerra, o heroi brasileiro no capitulo das Invasoes Holandesas, em torno de 1.640. Acredito que pessoas nascidas no Brasil com ligacoes com os holandeses naquele tempo migraram para o Estado de Nova Iorque, que era outra colonia holandesa.

Vila do Principe, agora Serro, era composta pelo distrito com esse nome e uma serie de distritos surgidos no Ciclo do Ouro. Os principais eram Conceicao do Mato Dentro, Tejuco (agora Diamantina), o distrito de Sao Jose de Taponhoacanga que agora eh parte da cidade de Alvorada de Minas, tambem Gouvea (Gouveia) e duzias mais.

Pelos anos de 1.750 o ouro facil comecou a escacear e os governantes locais lancaram bandeiras, no sentido radial, na tentativa de encontrar-se mais. Encontrou-se um pouco no planalto que posteriormente deu origem `a Vila de Santo Antonio do Pecanha. Agora eh a Cidade de Pecanha. Outra praca teve o enorme nome de, Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso das Minas Novas do Aracuai. Agora eh apenas Minas Novas. Estes nao foram os ultimos lugares onde o ouro e os diamantes foram encontrados mas desde entao a producao comecou a cair. O ouro de Minas Novas havia sido encontrado em 1.727.

Foi entao que um novo tipo de colonizacao comecou. Uma onda de recem-chegados misturou-se com a populacao estabelecida e embrenhou-se nas matas em busca de terras para cultivar. Antes de 1.807 essa tendencia fora bloqueada pela presenca da tribo dos indios Botocudos que dominava o sudeste do Serro, desde Pecanha ate `as margens do Rio Doce. O governador do estado mandou construir uma fortificacao em Pecanha, de onde as milicias combateram os indios e abriram essa area imensa para o cultivo das terras.

Logo em seguida os novos assentamentos comecaram a surgir. Entre eles: Sao Sebastiao dos Correntes, atual Sabinopolis, e Sao Miguel e Almas, atual Guanhaes. Os povoamentos continuaram pertencendo ao Serro ate 1.840 quando foi estabelecida a Vila de Conceicao do Mato Dentro que tomou uma boa parte do territorio. Sao Miguel e Almas inclusive se tornou parte de Conceicao por cerca de 18 anos quando, entao, retornou ao Serro. Apenas para, poucos anos depois, 1.875, ser emancipada como Vila independente, juntamente com Rio Doce, que foi outro nome usado por Pecanha antes de receber o nome definitivo.

Apos 140 anos de sua criacao, a Cidade do Serro comecou a esfarelar-se em varios pedacos de terra o que atualmente reduziu o proprio territorio dela ao de uma cidade de pequeno porte em Minas. Ela conta agora com apenas 20.000 habitantes em contraste com outras cidades que foram distritos dela, tais como: Governador Valadares (255.000), Guanhaes (30.000), Itabira (105.000), Itambacuri (22,000), Minas Novas (30.000), Montes Claros (355.000), Nanuque (40.000), Pecanha (17.000), Sabinopolis (15.000), Sao Joao Evangelista (15.000), Teofilo Otoni (133.000), Virginopolis (10.000). Este pequeno numero de antigos distritos do Serro contam mais de 1 milhao de habitantes mas eh provavel que exista outro milhao nas mais de 200 outras cidades com suas raizes nela.

Nao estou considerando 4 cidades irmas: Coronel Fabriciano (103.000), Ipatinga (255.000), Joao Monlevade (71.000) e Timoteo (77.000). Nao estou inteiramente seguro que elas tenham sido parte do Serro. Todavia, o surgimento delas comecou ja no inicio do seculo XX e a explosao demografica delas veio apos 1.950 e foi causada pela instalacao de duas grandes aciarias: Acesita e Usiminas. Entre os anos de 1.961 e l.964, o nosso primo Dermeval Pimenta foi o presidente eleito da Acesita e depois ajudou na fundacao da Usiminas.

O que eh certo eh que nem todo mundo vem da mesma familia mas olhando os nossos livros genealogicos podemos detectar um claro padrao na formacao de parte da populacao brasileira. Em primeiro lugar uma relativamente pequena populacao estabeleceu-se nos distritos em torno do Serro. A populacao dos distritos se multiplicou durante 2 ou 3 geracoes atraves de nascimentos locais e chegada de migrantes, especialmente de origem portuguesa.

A segunda fase comeca com a dispersao da populacao inicial, colonizando novos distritos, a medias distancias dos primeiros. Estes novos distritos foram geralmente formados por grupos de pessoas aparentadas que haviam nascido nos primeiros distritos. Cada distrito novo recebeu contribuicoes geneticas de varios outros e, muitas vezes, tambem de outros assentamentos do sul do estado. Os recem-chegados de Portugal continuaram se apresentando. Cada geracao deu um passo adiante ate toda a area ser colonizada.

Podemos observar o mesmo resultado atraves da genealogia das cidades. O Serro foi dividido em muitas outras pequenas cidades com grande territorios. A seguir estes grandes territorios foram redivididos em outras cidades e assim por diante. Exemplo disso eh que o sudeste do Serro foi dividido entre Guanhaes e Pecanha. Depois Guanhaes deu `a luz a Acucena, Braunas, Dores de Guanhaes, Senhora do Porto e Virginopolis. Em 1.962 o territorio de Virginopolis foi dividido em mais 5 cidades que sao: Divinolandia de Minas, Gonzaga, Santa Efigenia de Minas, Sardoa e Sao Geraldo da Piedade. Cada cidade antiga deu origem a outras. Pecanha tornou-se mae de Valadares e outras.

As familias tiveram destinos semelhantes. Um exemplo eh a familia Coelho. Esse nome eh so uma referencia porque nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes nasceu em Portugal. Ele se casou em 1.779 com Eugenia Rodrigues Rocha que ja tinha ascendencia morando nos dominios do Serro. Os filhos do casal migraram e fundaram o distrito de Sao Miguel e Almas (Guanhaes). Os netos fundaram o distrito de Virginopolis. E os bisnetos participaram na fundacao dos distritos mais distantes. Ate que varias geracoes se uniram e formaram a cidade de Governador Valadares e agora se espalharam por um grande numero de outras cidades do Brasil e do mundo.

Outras familias fizeram caminhos alternativos mas acabaram se encontrando no mesmo final. Em cada cidade nao foi todo mundo que migrou para a proxima. Os que ficaram por muitas geracoes agora tem uma cidade inteira de parentes proximos. E ainda partilham ancestrais com as populacoes das outras cidades. Eu pretendo ser mais especifico ao mostrar isso por meio de algumas linhagens de nossa genealogia mais tarde.

Do recente censo de 2.010 podemos ter uma boa ideia como a populacao esta migrando. Pegando os numeros de 1.960 teremos 27.000 como os habitantes de Virginopolis. Um tamanho respeitavel na epoca e ate hoje. Agora a cidade tem apenas 10.530. Mas se adicionarmos a isso as populacoes de: Divinolandia de Minas (7.013), Gonzaga (5.903), Santa Efigenia de Minas (4.573), Sardoa (5.588) e Sao Geraldo da Piedade (4.389), encontraremos 38.016 no territorio original. No territorio original Guanhaes teria cerca de 100.000 habitantes. E Serro teria os milhoes que falei anteriormente.

Todavia eh possivel observar que a maioria das cidades pequenas de Minas estao perdendo populacao a cada censo. E as cidades maiores estao ganhando-a. Algumas pequenas cidades estao aumentando, pelo menos de 2.000 para 2.010. Penso que esse ganho inesperado pode estar vinculado `a crise economica de 2.008 em diante. A regiao eh uma das maiores exportadoras de migrantes para os paises industrializados e eles estao retornando por causa da crise, tambem por causa do atual ciclo de expansao da economia no Brasil.

Historicamente, Governador Valadares foi o principal destino da regiao do Serro por decadas. Isso se deu a partir do inicio do seculo XX quando a estrada de ferro ligando Belo Horizonte a Vitoria, capital do Espirito Santo, foi concluida em 1.910. Posteriormente veio a Estrada Rio-Bahia que acelerou o desenvolvimento. Antes disso a area era totalmente tomada pela Floresta Atlantica. E a populacao comecou a fazer a derrubada e substitui-la por pastagens.

O solo rico debaixo das florestas ofereciam pastagens tao ricas que os fazendeiros podiam deixar la seus bois e esperar ate o momento de voltar e vender para os abatedouros. E os fazendeiros de uma grande area, inclusive do sul do Estado da Bahia, tinham suas casas em Governador Valadares onde criaram suas familias. Com o crescimento da populacao, tambem o comercio atraiu mais pessoas.

Nao eh de admirar-se que falei em 300.000 habitantes na cidade por volta do ano 1.970 e agora so tem 255.475. Isso pode ser explicado por dois motivos. Acredita-se que no apice da migracao brasileira para o exterior Valadares tenha exportado 50.000 de seus residentes. Tambem, o antigo territorio dela agora eh partilhado com novas cidades. Como a cidade era totalmente dependente do mercado de carnes e do comercio, tornou-se vulneravel aos humores da economia brasileira com seus altos e baixos.

Em contraste, as quatro cidade: Coronel Fabriciano, Ipatinga, Joao Monlevade e Timoteo que estao proximas, iniciaram seu desenvolvimento baseado na industrializacao. Desde o principio ate agora a populacao delas esta em crescimento continuo. De 2.000 para 2.010, Ipatinga sozinha ganhou uma populacao pouco maior que uma cidade do porte de Virginopolis. No mesmo periodo Virginopolis perdeu algo em torno de 4% de seus moradores.

Mas a estrela da vez eh Montes Claros. Ela cresceu de 307.000 para 355.000 nos ultimos dez anos. Ela eh chamada de a Capital do Norte Mineiro, titulo que ja pertenceu ao Serro. No mesmo periodo a populacao serrana decresceu de 21.012 para 20.810. As duas tendencias tem sido observadas ao longo do tempo.

Bom, voltemos ao assunto genealogia. So recentemente tomei conhecimento que a genealogia em torno do territorio antigo do Serro esta melhor documentada do que imaginava. Sabe-se que temos algo nos antigos registros de nascimentos, mortes, casamentos, etc. Mas o que eu nao sabia era que ja existiam mais livros escritos a respeito disso. Os livros nao abordam toda a populacao mas une os dados de algumas familias que antigamente foram dominantes na redondeza.

Antes eu tinha noticia de alguns deles. Mas nunca tinha pensado em genealogia antes de meu pai dar-me o livro: Arvore Genealogica da Familia Coelho, escrito pela sobrinha dele e nossa prima, Ivania Batista Coelho. Eu ja conhecia parte do conteudo do livro porque a maior parte das pessoas me eram conhecidas. O livro versa a respeito da descendencia de Jose Coelho de Magalhaes (*) e Eugenia Rodrigues da Rocha. Ele era imigrante de Portugal, nascido por volta de 1.750 e casado nos dominios de Conceicao do Mato Dentro.

Tiveram 5 filhos, Jose Jr., Joao, Antonio, Felix e Clara Maria. Somente Jose e Joao se casaram e a familia comprou fazendas junto a onde, junto com outros pioneiros, eles fundaram o distrito de Sao Miguel e Almas. Sao Miguel era o santo da devocao do Jose Coelho de Magalhaes Junior, tambem conhecido como Jose Coelho da Rocha. Jose Jr. foi casado com Luiza Maria do Espirito Santo na cidade de Conceicao do Mato Dentro e os 4 primeiros filhos deles nasceram la e tiveram outros 4 em Sao Miguel (Guanhaes).

Depois a familia comecou a espalhar com parte permanecendo em Guanhaes e outra indo para o distrito, fundado por eles e outros pioneiros, de Nossa Senhora do Patrocinio de Gunhaes, que tornou-se Virginopolis. Essa ultima fundacao se deu em 1.858 e eu nasci la 100 anos depois. Varias geracoes haviam se passado e o numero de descendentes do primeiro casal ja eram contados em numero de milhares.

O livro nao esta completo. Foi escrito em 1.979 e muitos parentes nao foram registrados porque alguns nao enviaram os dados a tempo e outros haviam perdido o contato. Se milhares foram registrados outro numero igual ficou de fora. Mas tinhamos uma boa ideia de quem eram por causa das nossas tradicoes de conversar a respeito em nossos encontros em torno do fogo.

O tio Joao Coelho de Magalhaes casou-se com a prima deles: Bebiana Lourenca de Araujo. Tiveram 6 criancas mas a maioria mudou-se para Diamantina. Nossa prima Ivania aproveitou apenas uma pequena parte da genealogia dele, basicamente aqueles que se casaram com os descendentes do irmao dele Jose Jr. E ela teve o cuidado especial de registrar nosso parentesco com o professor Nelson Coelho de Senna e Dr. Innocente Soares Leao.

Ambos publicaram livros a respeito de nossa genealogia. O professor Senna eh autor do “Algumas Notas Genealogicas”. Este livro foi publicado em 1.939, em Sao Paulo. Dr. Soares Leao foi autor do livro: “Notas Historicas Sobre Guanhaes.” Publicacao de 1.967, em Belo Horizonte. Ambos descendem do tio Joao e imagino que tenham abordado melhor a descendencia dele e essa deve ser a razao pela qual a prima Ivania nao copiou as notas deles como um todo.

Ja mencionei nosso primo Dermeval Jose Pimenta e o livro dele: A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente. Este foi publicado em 1.966 na cidade de Belo Horizonte. Ele nao abordou muitos dados a respeito da Familia Coelho, possivelmente, os outros ja tinham feito isso. Ele so abriu uma janela para o nosso trisavo, Antonio Rodrigues Coelho, que foi o filho mais novo de Jose Jr. e Luiza Maria. Antonio casou-se com a Maria Marcolina Borges do Amaral de quem o professor Dermeval era parente proximo e, atraves dela, as familias Coelho e Pimenta foram unidas. Mas isso se efetiva atraves dos ancestrais comuns, das familias Pereira do Amaral e Borges Monteiro.

O professor Dermeval tambem menciona os Arquivos do Alferes, Luiz Antonio Pinto. O Alferes nasceu na Cidade de Caete, Minas Gerais, em 1.841. Ele foi editor de um jornal no Serro. Enquanto trabalhava tambem fez uma serie de genealogias que guardam dados de muitas familias. O trabalho dele esta depositado no Arquivo Publico Mineiro (APM), em Belo Horizonte. Por meio da internet estou informado que ele juntou dados dos Coelho, Pinto, Rocha, para mencionar apenas algumas das muitas familias nas quais tenho interesse. Ele faleceu em 1.924. Dai se tem uma ideia do quao preciosos sao os dados para qualquer pesquisador da genealogia serrana.

Outra literatura importante nesse assunto eh o livro: “Genealogias e Biografias de Serranos e Diamantinenses”. O autor eh outro de nossos primos: Dr. Luiz Eugenio Pimenta Mourao. O livro foi publicado em 1.952, no Rio de Janeiro.

Infelizmente nunca tive a chance de dar uma olhada nessa literatura, exceto pelos trabalhos dos primos Ivania e Dermeval. Mas estas nao sao tudo. O genealogista mineiro mais conhecido foi o Conego Trindade. Ele nasceu em 1.883 e faleceu em 1.962. Ele tinha otima fonte de informacoes ja que trabalhou na Arquidiocese de Mariana. Mariana foi a primeira diocese do Estado de Minas Gerais e todos os dados colhidos pela Igreja Catolica no inicio de sua Historia eram mandados para la.

Conego Trindade eh autor de varios livros. Um deles eh: “Velhos Troncos Mineiros”. Este foi publicado em 1.955, em Sao Paulo. Eh composto por tres volumes, num total de 1.151 paginas. Publicou tambem o livro: “Genealogia da Zona do Carmo”. Inclui genealogias da regiao das cidades mais antigas do estado, Mariana e Ouro Preto. Mas esta mais voltado `a parentalha dele. Todavia, nossas familias estao tao espalhadas pelo mundo que, provavelmente, mais de 1.000.000 de pessoas podera encontrar ancestrais nele. Este livro pode ser consultado, de graca, via internet e em uma de suas paginas: Titulo Gomes Candido, encontrei os ancestrais e os familiares da D. Emilia Gentil Gomes Candido de Senna, a esposa do nosso primo, professor Nelson Coelho de Senna.

Tenho o titulo de mais um livro. O nome eh: Arvore Genealogica da Familia de Jose Batista Coelho. Eh apenas uma atualizacao de parte do trabalho da prima Ivania. Trata da descendencia do nosso bisavo Ze Coelho. A autora eh a tia-avo Ruth Coelho, que era filha do Ze Coelho, e da filha dela: Mariza Martins Coelho. A atualizacao vai ate 1.996.

Estou deixando estas notas aqui para informar a respeito da existencia da literatura e qualquer um que interessar-se a seguir meus passos podera usa-la. Nao sei se terei a chance de examinar todo esse material e a resposta a isso eh: provavelmente nao. Eh muito trabalho e eu precisaria tempo e dinheiro. Dois luxos que penso nao terei tao cedo. As genealogias dos livros dos primos Ivania e Dermeval ja estao publicados nos sites: http://www.geneaminas.com.br e http://www.ancestry.com (parcialmente).

Para findar a lista de documentos que poderiamos usar para completar o mais possivel a Arvore da Familia, eu sei que temos registros de nossos ancestrais nas cidades de: Serro, Guanhaes, Conceicao do Mato Dentro, Itabira, Congonhas do Campo, Ouro Preto e Mariana. De la nos provavelmente encontrariamos algo mais nas cidades coloniais do litoral brasileiro, a partir de Sao Paulo ate ao Ceara. Dai para frente teremos que cruzar o Oceano Atlantico voltando a Portugal e Africa.

Agora vou tentar mostrar algo a respeito da formacao genealogica da nossa Grande Familia. Comecando da sequencia genealogica que pode ser unida `a familia do heroi brasileiro, Luiz Barbalho Bezerra. Eu terei ajuda das informacoes encontradas no site GeneAll.net – Portugal, junto com o que encontramos no livro: A Mata do Pecanha. O primo Dermeval informou que ele encontrou os dados dele no fichario do Colegio Brasileiro de Genealogia, na Cidade do Rio de Janeiro. Vejamos algo entao:

Afonso Carreiro – esposa desconhecida
1.380 Joao Carreiro – Isabel de Torres
1.410 Pedro Carreiro – esposa desconhecida
1.440 Joao Carreiro – esposa desconhecida
1.470 Catarina Anes Carreiro – Joao Rodrigues
1.500 Francisco Carreiro – Alda Lourenco Rodrigues Salema (01)
1.525 Manuel Carreiro – Joana Rodrigues Valente (02)
1.550 Pedro Carreiro Salema – Maria Nunes de Andrade
1.575 Maria Furtado – 1.590 Luiz Barbalho Bezerra (03)
Jeronimo Barbalho Bezerra – Izabel Pedreira
descendente desconhecido – conjuge desconhecido (04)
1.668 Pascoa Barbalho – Pedro da Costa
Maria da Costa Barbalho – Manoel Aguiar
Manoel Vaz Barbalho – Josefa Pimenta de Souza (05)
1.738 Isidora Maria da Encarnacao – Antonio Francisco de Carvalho (06)
1.779 Boaventura Jose Pimenta – Maria Balbina de Santana (07)
1.821 Modesto Jose Pimenta – Ermelinda Querubina Pereira do Amaral (08)
1.853 Cornelio Jose Pimenta – Josefina Carvalho de Souza (09)
1.893 Dermeval Jose Pimenta – Lucia Pinheiro Pimenta (10)

Esta eh uma sequencia apresentada pelo nosso primo Dermeval Jose Pimenta. A porcao que ele conheceu comeca com Luiz(s) Barbalho Bezerra e ele nao publicou o nome da esposa, dai para tras eu peguei no GeneAll.net. Este site nos informa que: 1.380 Joao Carreiro, morreu em 1.449 na Batalha de Alfarrobeira. Cornelio Jose Pimenta eh um dos pioneiros que fundaram a Cidade de Sao Joao Evangelista que tambem foi chamada pelo apelido de Mata do Pecanha. E,

(01) Alda Lourenco Rodrigues Salema, era filha de:
Rodrigo Afonso de Tavora – Cristina Goncalves Salema

(02) Joana Rodrigues Valente, era filha de:
Fernao Valente – Isabel Goncalves Ribeiro

(03) Luiz(s) Barbalho Bezerra, era filho de:
1.570 Antonio Barbalho Bezerra – 1.572 Camila Bezerra

(04) Este eh um dos pontos fracos nos estudos do primo Dermeval. Ele nao menciona exatamente onde encontrou que, D. Pascoa Barbalho era neta de Jeronimo e Izabel. Citou, generalizando, o fichario que pertence ao Colegio Brasileiro de Genealogia. E que nas fichas encontram-se as informacoes da documentacao em que os dados foram encontrados. Eu teria que ir ao Rio de Janeiro para verificar isso!

(05) Josefa Pimenta de Souza tem sua sequencia propria. Assim como o marido dela, ela nasceu no que hoje eh o Estado do Rio de Janeiro. O pai dela era uma pessoa bem estabelecida na Cidado do Rio e teve duas esposas oficiais. Mesmo assim, ele teve a Josefa com uma parceira desconhecida, apesar de te-la criado em sua propria casa, juntamente com os outros filhos. Josefa e Manoel Vaz Barbalho se mudaram para o Distrito de Milho Verde, que continua como Distrito da Cidade do Serro, e foi onde se realizou o matrimonio deles, em 1.732.

O nome de familia: Jose Pimenta, foi dado aos netos de D. Josefa, em homenagem a ela. Desde entao ele permaneceu por varias geracoes. Eis os dados genealogicos dela:

1.716 Josefa Pimenta de Souza – Manoel Vaz Barbalho
1.691 Belchior Pimenta de Carvalho – parceira desconhecida
Belchior Pimenta de Carvalho – 1.677 Francisca de Almeida
1.622 Maria de Andrade – 1.610 Manoel Pimenta de Carvalho
Belchior de Andrade – Maria Cardoso

1.677 Francisca de Almeida era filha de: Amaro de Aguiar e Francisca de Almeida. A familia era do Rio de Janeiro, exceto para o Manoel Pimenta de Carvalho, de quem o primo Dermeval disse ter nascido em Vila Vicosa, Alentejo, Portugal. Ele foi para o Brasil por volta de 1.640 quando se casou com Maria de Andrade.

(06) O professor Dermeval disse que buscou mais dados a respeito dos filhos de Josefa Pimenta e Manoel Vaz Barbalho mas encontrou apenas Isidora Maria da Encarnacao. Aqui podemos constatar uma tradicao daquele tempo na genealogia portuguesa. Os filhos eram batizados e recebiam apenas o nome. Depois eles proprios podiam escolher os sobrenomes. Geralmente as mulheres escolhiam nomes que lembravam a fe catolica delas. Como a Isidora que escolheu: Maria da Encarnacao.

Os homens algumas vezes escolhiam sobrenomes em suas genealogias nao necessariamente assinados pelos pais. Geralmente, os sobrenomes comecam a aparecer a partir das certidoes de casamento. Mas isso so dificulta o trabalho genealogico. Algumas vezes fica dificil fazer uma Arvore Genealogica desde que nao encontramos os dados num lugar unico porque a populacao naquele tempo estava sempre se mundando de um lugar para outro, buscando as melhores oportunidades.

O marido da Isidora, Antonio Francisco de Carvalho, era um capitao portugues, nascido na Vila dos Colares, Patriarcado de Lisboa. Ele era filho de Antonio Leal e D. Maria Francisca. Foi por muito tempo o administrador dos Santos Lugares da Comarca do Serro.

(07) Comecarei essa secao com outra sequencia genealogica. Este eh o que o professor Dermeval chamou de Tronco Borges Monteiro.

1.807 Maria Balbina de Santana – Boaventura Jose Pimenta
1.777 Antonio Borges Monteiro Jr. – Maria Madalena de Santana (11)
1.751 Antonio Borges Monteiro – Maria de Souza Fiuza (12)
Caettano Borges – Joana Monteiro (13)
Manoel Borges – Izabel Rodrigues

(13) Joana Monteiro era filha de Estevao Rodrigues e Maria Monteiro. Esta familia se formou na Cidade da Seia, que eh formada por varios distritos. Antonio Borges Monteiro nasceu no Distrito de Pinhancos. Somente a avo dele, Maria Monteiro, era de um lugar diferente chamado: Vila Almeida. Seia fica no Distrio (Estado) da Guarda.

Antonio Borges Monteiro mudou-se para o Brasil, onde se casou com Maria de Souza Fiuza. Tiveram tres filhos: Antonio Jr., Noroteia e Joao Borges Monteiro. Nossa ancestral Maria faleceu e ele se casou novamente com Margarida Maria do Rosario que havia nascido no Serro. Deste segundo matrimonio ele foi pai de: Maria (1.786), Margarida (1.787), Manoel (1.789), Jose (1.791), Ana (1.793), Umbelino (1.794), Francisco (1.796) e Isidro (1.796). Francisco e Isidro eram gemeos.

Margarida Maria do Rosario – 1.751 Antonio Borges Monteiro
Domingos Lourenco Seixas – Maria Caetana de Pinho
Joao Lourenco – Maria Gomes

Domingos Lourenco Seixas era nascido em Marco de Canaveses, um lugar proximo `a Cidade do Porto, Portugal. A esposa dele, Maria Caetana de Pinho era filha de Joao Simoes Santiago e Madalena de Pinho.

Antonio Borges Monteiro tambem enviou dois de seus filhos: Umbelino e Isidro, para morar no Rio de Janeiro. Posteriormente o Umbelino se mudou para a Cidade de Iguacu onde deixou descendencia. Tio Isidro permaneceu no Rio de Janeiro. Um de seus filhos, com o mesmo nome dele, estudou advocacia e tornou-se o delegado do Rio de 1.857 a 1.860. Este tambem eh ancestral do Eduardo Pellew Wilson, nascido em 1.964, que eh o Segundo Conde de Wilson.

(12) Maria de Souza Fiuza – Antonio Borges Monteiro
Joao de Sousa Azevedo – Doroteia Barbosa Fiuza (14)
Manuel de Sousa Azevedo – Anna Coelho

Encontramos uma referencia indicando como Vila Nova do Norte o local de nascimento de Joao de Sousa Azevedo. Ele nasceu em Portugal mas la agora nao tem um lugar com esse nome. Temos duas Vilas Novas nas regiao da Cidade do Porto. Pode ser uma delas. O que poderia explicar o sobrenome Coelho da mae dele. A Familia Coelho tem toda intimidade com a regiao. Mas temos outra Vila Nova, no norte da Ilha Terceira, nos Acores. E a Familia Coelho estava la quando portugueses iniciaram a povoa-la antes dos anos 1.400. Nao quero fazer mais especulacoes.

(14) Doroteia Barbosa Fiuza era filha de Domingos Barbosa Moreira e Teresa de Jesus. Ela nasceu em Sao Goncalo do Rio das Pedras. O distrito continua como parte da Cidade do Serro e Domingos Barbosa eh o nome do fundador, em 1.789. Isso inclusive eh novo ate para mim que acabo de obter as informacoes dos sites: http://www.desvendar.com/cidades/saogoncalodoriodaspedras/default.asp e http://www.serro.tur.br/saogoncalo.php.

Anteriormente, eu falei que haviam varias estorias do tipo Pokahontas na cultura brasileira. E numa delas se fala que: um marinheiro frances residia com os indios nas costas da Bahia. Os portugueses vieram e ele foi forcado a entrar para o interior com sua amante india. Eles tiveram um filho e o pai morreu. Posteriormente tambem a mae faleceu e um portugues pegou a crianca para criar. Esta virou um vaqueiro e fazendeiro.

Na fazenda dele surgiu um povoado e este veio a chamar-se Tabaiana. Este povoado foi parte do Estado da Bahia ate 1.823 quando parte do norte do estado foi emancipado e deu origem ao Estado de Sergipe. A cidade acabou recebendo o nome de Itabaiana ate hoje.

Assim se explica as palavras do nosso primo, pagina 248, a respeito de Teresa de Jesus: “Brasileira, nascida em Tabaiana, Estado da Bahia.” Isso foi verdade. Outra informacao interessante eh que, o ancestral Domingos Barbosa Moreira era Portugues e Sargento-Mor, o que pode significar pessoa de origem nobre. Se houver fundo de verdade na estoria talvez somos descendentes desse conto parecido com o de Pokahontas porque Teresa de Jesus pode ser descendente do fazendeiro fundador de Tabaiana.

(11) Os pais de Maria Madalena de Santana foram: Jose Vicente Miranda e Ana Maria da Encarnacao.

(08) Ermelinda Querubina Pereira do Amaral – Modesto Jose Pimenta. Aqui se desdobra outra sequencia genealogica interessante. Eh a respeito da Saga onde muitas familias como a Pereira do Amaral, Borges Monteiro, Coelho de Magalhaes, Pimenta, Barbalho, Nunes Coelho, Carvalho, Oliveira, Lott e tantas outras mais comecaram a conquistar o Sudeste do Serro, povoa-lo e agora os descendentes espalharam-se por todo o territorio brasileiro e do mundo.

1.827 Ermelinda Querubina Pereira do Amaral – Modesto Jose Pimenta
1.791 Malaquias Pereira do Amaral – Ana Maria de Jesus (15)
Miguel Pereira do Amaral – Francisca Angelica da Encarnacao (16)
Manuel Pereira – Maria de Benevides

Os patriarcas Manuel Pereira e Maria de Benevides moravam na Ilha de Sao Miguel que tambem faz parte do Arquipelago dos Acores que, desde os anos 1.300, fora colonizado pelos povos: portugues e holandes. O unico filho que temos noticia, nascido deles, eh Miguel, que por volta de 1.760 mudou-se para o Estado de Minas. Ele primeiro se dirigiu a Congonhas do Campo que era onde os ricos e poderosos da epoca tinham suas casas. Congonhas nao era tao longe de Ouro Preto e Mariana, respectivamente, a segunda e primeira capitais de Minas. Ele casou-se ali mas nossos dados indicam que o filho, Malaquias, nasceu em Conceicao do Mato Dentro, sugerindo que mudaram depois.

(16) Francisca Angelica da Encarnacao era filha de Francisco Jose Barbosa Fruao e Ana Maria de Jesus. Ele era nativo de Portugal, da Cidade de Barcelos, Barcelos. Supostamente sua esposa seria de Congonhas do Campo.

(15) Ana Maria de Jesus, esposa de Malaquias, era filha de Antonio Coelho de Almeida e outra Ana Maria de Jesus. Ai nos temos tres ancestrais com o mesmo nome. E o nome delas nao indica nada a respeito das familias que procedem. Essa combinacao apenas informa uma homenagem a Ana, a suposta avo de Jesus; Maria, que era nome da mae dele; e “de Jesus” significando algo como pertence a Jesus. Na genealogia portuguesa nos temos o “de Jesus” como nome de familia mas nesse caso eh provavel que derive da tradicao onde o povo podia adotar nomes vinculados `as tradicoes catolicas. Quando o nome aparece em nossa genealogia nao ha como saber se eh nome de familia ou homenagem `as tradicoes.

O vinculo entre o Pimenta, Pereira do Amaral, Borges Monteiro e Coelho de Magalhaes nos eh dado atraves de um casamento. Ele eh representado atraves da proxima sequencia genealogica:

1.777 Antonio Borges Monteiro Jr. – Maria Madalena de Santana
Maria Francelina Borges Monteiro – Daniel Pereira do Amaral
1.843 Maria Marcolina Borges do Amaral – Antonio Rodrigues Coelho
1.872 Joao Rodrigues Coelho – Olimpia Rosa Coelho do Amaral
1.893 Zulmira Coelho de Magalhaes – Trajano de Magalhaes Barbalho
1.924 Odila Barbalho Coelho – Eurico Batista Coelho
1.951 Ivania Batista Coelho

Decidi brincar um pouco com nossa genealogia. Esta eh uma das vias em que nossa prima e autora do livro de nossa genealogia eh mostrada como descendentes dos tres troncos familiares. Maria Francelina era irma da Maria Balbina de Santana (07). E Daniel Pereira do Amaral era irmao da Ermelinda Querubina Pereira do Amaral (08). Duas das ancestrais do professor Dermeval Jose Pimenta. Eurico Batista Coelho, o pai da Ivania, era filho da Maria Carmelita Coelho, irma do Joao Rodrigues Coelho; e Simao Baptista Coelho, que era irmao da Olimpia Rosa Coelho do Amaral. E este fato nao eh excecao!

O vinculo das familias tambem esta em Antonio Rodrigues Coelho. Coloco uma sequencia para mostrar:

1.829 Antonio Rodrigues Coelho – Maria Marcolina Borges do Amaral
1.782 Jose Coelho da Rocha – Luiza Maria do Espirito Santo (17)
1.766 Eugenia Rodrigues Rocha – Jose Coelho de Magalhaes (*)
Giuseppe Nicatsi da Rocha – Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho

Aqui temos um fim de linha interessante. A unica informacao que temos a respeito de nosso ancestral Giuseppe eh que, ele tinha ancestrais na Italia e em Portugal. Nao tenho certeza mas acredito que quem localizou os nomes deles foi o primo Dermeval, apos publicar o livro dele em 1.966.

Na pagina 254 do livro dele, professor Dermeval nos deixa uma janela de suas duvidas. A pagina inicia com a ancestral dele, Isidora Maria da Encarnacao, que nasceu em 1.738 e era filha de Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza. Ele menciona ter identificado apenas Isidora mas sugere que os outros filhos teriam recebido nomes tais como: Pimenta Barbalho, Vaz Barbalho ou Barbalho. Ele tambem fala que, dos nove filhos de Isidora e do capitao Antonio Francisco de Carvalho, tinha informacoes apenas do ancestral dele: Boaventura Jose Pimenta e de sua irma: Vitoriana Florinda de Athayde. No meu parecer, as observacoes feitas no final da pagina sao inclusoes posteriores `a primeira redacao do livro.

Desde entao eu tenho suspeitas de que nossa ancestral Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho tambem seja filha de Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza. Penso assim porque o Barbalho nao era um nome tao comum na regiao, assim nao se espera que tenha surgido de alguma variedade de fontes. Contudo ha a possibilidade de parentes do Manoel Vaz Barbalho serem nossos ancestrais ao inves dele proprio.

A pequena frequencia da assinatura Barbalho no Estado de Minas pode ter uma explicacao inesperada. Jeronimo Barbalho Bezerra, o filho do heroi Luiz(s) Barbalho Bezerra, foi enforcado durante a ocorrencia do fato historico chamado de: “A Revolta da Cachaca”, em 1.661. E as familias de Minas (Tradicional Familia Mineira – TFM) sao famosas por serem muito conservadoras. E ser conhecido como descendente de um enforcado pareceria muito vergonhoso a elas. Somente recentemente A Revolta da Cachaca esta sendo considerada um ponto importante da Historia Brasileira.

Aproveitando a oportunidade, tambem sugeriria um outro significado da assinatura Magalhaes Barbalho em nossa familia. O nome surge do casamento dos ancestrais Policarpo Barbalho e Genoveva (Vita) de Magalhaes. Eles devem ter se casado por volta de 1.817, em Mariana. Depois mudaram-se para Itabira, onde criaram a familia, ate os filhos: padre Emygdio e Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho irem para Guanhaes.

Nossa tradicao fala que, Policarpo Barbalho nasceu nos estados do Ceara ou Rio Grande do Norte, antes de sua transferencia para Minas Gerais. Outra tradicao, me passada quando era crianca, dizia que: “Alguns membros da familia Barbalho permaneceram no Nordeste do Brasil e dois irmaos mudaram-se para o sul. Um teria ido para Minas Gerais e o outro para o Rio Grande do Sul.” E esta segunda sugestao tem suas coincidencias com a Historia.

O irmao do Jeronimo: Agostinho Barbalho Bezerra, que foi governador do Rio de Janeiro por um breve periodo, foi presenteado pelos reis de Portugal com a Ilha de Santa Catarina. Hoje eh onde esta a capital: Florianopolis. Naquele tempo o Sul do Brasil ainda nao estava dividido em tres estados e Santa Catarina nao existia independente. Estou apenas especulando que talvez a descendencia dele viva por la e isso explicaria a presenca da familia Barbalho no Sul do Brasil.

Eh possivel que nossa tradicao seja um pouco distorcida e nosso ancestral: Policarpo Barbalho, tambem ser descendente do Jeronimo Barbalho Bezerra, ter nascido em Minas Gerais e a sugestao de ter nascido no Nordeste do Brasil ser um engano. Se ambas as minhas teorias estiverem corretas, nao me surpreenderia porque coisas como essas sao mesmo supostas acontecer na genealogia humana. Porem isso me tornaria muito preocupado com a menor qualidade do DNA. Nao iriamos passar de frangos de granja. Perigosamente com uma genetica sem variabilidade.

Postarei pequenas sequencias para demonstrar o envolvimento do Barbalho na Familia Coelho.

Policarpo Barbalho – Genoveva (Vita) de Magalhaes
1.824 Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho – Eugenia Maria da Cruz (A)
1.854 Marcal de Magalhaes Barbalho – Ercila Coelho de Andrade (B)
1.890 Trajano de Magalhaes Barbalho – Zulmira Coelho de Magalhaes (C)

(A) Eugenia Maria da Cruz era filha do capitao Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo, os primeiros moradores de Guanhaes. (B) O Coelho de Ercila Coelho de Andrade eh mais uma assinatura Coelho e nao sabemos sua origem. Sabemos apenas que ela era filha de Joaquim Coelho de Andrade e Joaquina Umbelina da Fonseca. Estes tinham origem em Itabira e reza a nossa tradicao que o Andrade eh o mesmo do poeta Carlos Drummond de Andrade. (C) Trajano (Cista) e Zulmira sao avos da autora Ivania e meus.

Tambem descendemos de outro filho do capitao Jose e Luiza Maria. A saber:

1.782 Jose Coelho da Rocha – Luiza Maria do Espirito Santo
1.822 Joao Baptista Coelho – Maria Honoria Nunes Coelho (D)
1.846 Joao Baptista Coelho Junior – Quiteria Rosa Pereira do Amaral (E)
1.876 Olimpia Rosa Coelho do Amaral – Joao Rodrigues Coelho
1.893 Zulmira Coelho de Magalhaes – Trajano de Magalhaes Barbalho

(E) Quiteria Rosa Pereira do Amaral era filha de Joaquim Pereira do Amaral e Maria Rosa dos Santos Carvalhais. Mas nao temos os dados que dirao se, sim ou nao, o nosso ancestral Joaquim Pereira do Amaral tem relacao com nossos outros ancestrais tambem Pereira do Amaral. Ela e o trisavo Joao jr tiveram 11 filhos: Maria Rosa, Amelia Rosa (solteira), Olimpia Rosa (casou-se com o bisavo Joao Rodrigues), Joao Neto, Simao (casou-se com tia Carmelita), Julia (casou-se com tio Benjamin 2o.), Jose, Evencio, Francisco Sobrinho, Salathiel e Amavel (solteiro).

(D) Joao Coelho e Maria Honoria tiveram 12 filhos. Joao Jr., Maria Honoria, Antonio Paulino (casou-se com tia Julia Salles), Sebastiana (casou-se com Joaquim Nunes Coelho), Joaquim Bento, Anna Honoria (a filha Marina casou-se com tio Daniel), Emygdia Honoria, Antonia (casou-se com tio Pedro de M. Barbalho), Virginia, Jose (o bisavo Ze Coelho casou-se com as irmas Maria Marcolina e Virginia Marcolina), Marcolina Honoria e Francisco.

Obs. As referencias de casamentos entre parenteses referem-se somente aos que se casaram com primos em primeiro grau ou segundo, no caso especifico de tio Daniel e Marina (Nenen).

(17) Luiza Maria do Espirito Santo nasceu no Corrego da Prata, o que deve possivelmente ser nome de uma fazenda em Conceicao do Mato Dentro. Nao tenho certeza. Os pais dela foram Antonio Jose Moniz e Manuela do Espirito Santo. Como nao sabemos os nomes dos avos dela, tambem nao temos ideia se o nome Espirito Santo eh o sobrenome que veio de Portugal ou apenas uma coincidencia.

Como ja disse antes, conhecendo melhor as genealogias das familias colonizadoras de alguma regiao, mais confianca temos em navegar nas outras genealogias. Basta usar os vinculos entre elas. Um exemplo em nossa familia eh esse, ja disse que o nosso ancestral Jose Coelho da Rocha, tambem conhecido como Jose Coelho de Magalhaes Filho tinha um irmao com o nome Joao Coelho de Magalhaes.

Nosso ancestral Jose teve 8 filhos. Em ordem de nascimento sao eles: Jose Coelho da Rocha Neto, Maria Luiza Coelho, Francisca Eufrasia de Assis, Ana Maria de jesus Coelho, Joao Baptista Coelho, Eugenia Maria da Cruz, Antonina (que faleceu crianca) e Antonio Rodrigues Coelho, mencionado por primeiro. Joao Baptista Coelho, que recebeu o nome em razao de ter nascido no dia que a Igreja Catolica dedicou a Sao Joao Batista, era casado com a Maria Honoria Nunes Coelho. E ela eh uma de nossas ligacoes com a familia Nunes Coelho, cujo Coelho, ate onde conhecemos, nao eh o mesmo. Porei um pouco a respeito da genealogia dela.

Maria Honoria Nunes Coelho – 1.822 Joao Baptista Coelho
1.806 Clemente Nunes Coelho – esposa desconhecida
Euz(s)ebio Nunes Coelho – Ana Pinto de Jesus
Manuel Nunes Coelho – esposa desconhecida

Os ancestrais Euz(s)ebio Nunes Coelho e Ana Pinto de Jesus tiveram, pelo menos, mais quatro filhos: Joaquim, Francisco, Bento e Antonio. O filho Joaquim Nunes Coelho casou-se com Francisca Eufrasia de Assis, a filha de Jose e Luiza Maria. Francisco casou-se com Maria Augusta Cesarina de Carvalho. Os pais dela eram Jose Carvalho da Fonseca e Senhorinha Rosa de Jesus. Senhorinha Rosa era filha dos nossos ancestrais: Antonio Borges Monteiro Junior e Maria Madalena de Santana. Ela era irma de ambas: Maria Francelina e Maria Balbina que nos devolve, respectivamente, `as familias: Pereira do Amaral, atraves do nosso ancestral, Daniel Pereira do Amaral e familia Pimenta, atraves do Boaventura Jose Pimenta.

(10) Lucia Pinheiro Pimenta – Dermeval Jose Pimenta. Vamos antecipar um pouco aqui porque temos outro ligacao cruzada. Dona Lucia Pinheiro era filha do ex-governador de Minas Gerais: Dr. Joao Pinheiro da Silva. Joao Pinheiro, como era conhecido, nasceu no Serro e era filho de um imigrante italiano chamado: Giuseppe Pignataro. Giuseppe fez o que era o costume naquele tempo aos imigrantes de traduzir seus nomes. No Brasil ele passou a assinar Jose Pinheiro. Para melhor autentificar sua opcao ele adicionou o “da Silva” que ja era um dos sobrenomes mais populares.

Dr. Joao Pinheiro tambem foi pai de Amanda de Barros Pinheiro que se casou com o Dr. Caio Nelson de Senna. Dr. Caio era filho do nosso primo: professor Nelson Coelho de Senna e Dona Emilia Gentil Gomes Candido. Assim, tambem os descendentes destes descendem dos nossos ancestrais: Jose Coelho de Magalhaes (*) e Eugenia Rodrigues da Rocha, atraves do nosso tio Joao Coelho de Magalhaes. Dr. Joao Pinheiro faleceu no Palacio da Liberdade. Posteriormente o filho dele: Dr. Israel Pinheiro da Silva tambem foi eleito governador de Minas Gerais.

(09) Josefina Carvalho de Souza – Cornelio Jose Pimenta. Estes sao os pais do primo Dermeval Jose Pimenta. O casamento deles eh interessante porque une varias genealogias que vem de e vao para varias cidades. Postemos uma pequena sequencia genealogica primeiro:

1.861 Josefina Carvalho de Souza – Cornelio Jose Pimenta
1.839 Manoel Carvalho de Souza – Francelina Catarina de Souza (origem indigena)
Manoel de Carvalho – Rosa Maria (ou Maria Rosa)

De acordo com o primo Dermeval, o sr. Manoel de Carvalho era da Cidade de Gouveia, que esta proxima `as cidades de Diamantina e Serro. Eles se estabeleceram com fazendas nos arredores onde hoje se encontra a Cidade de Sao Jose do Jacuri. La eles multiplicaram a familia que passou a outros lugares como: Sao Jose dos Paulistas, Sao Joao Evangelista, Pecanha e outras. Ele nao pesquisou as origens indigenas mas o que se espera eh que tenha parentesco com toda a area atraves delas.

Tambem mencionou que, o bisavo Manoel dele era irmao do Jose Carvalho da Fonseca. Este era casado com a Senhorinha Rosa de Jesus, filha dos nossos ancestrais Antonio Borges Monteiro Junior e Maria Madalena de Santana. Jose e Senhorinha mudaram-se para a vizinhanca do Ribeirao das Araras, na Cidade de Sao Pedro do Suacui. Eles tambem multiplicaram a familia deles por la e a descendencia passou para lugares como: Guanhaes, Sao Jose dos Paulistas, Sao Joao Evangelista, Canta Galo, Pecanha, Belo Horizonte e por ai vai.

Bom, tudo isso eh apenas uma sintese do que se pode obter em informacoes contidas no livro: A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente. Eu tenho um texto no meu blog, sob o endereco: https://val51mabar.wordpress.com/2011/04/24/a-familia-coelho-no-livro-a-mata-do-pecanha/ que mostra mais. Esta em lingua portuguesa mas os leitores de outras linguas podem ler a porcao genealogica sem saber o portugues. Os dados do livro tambem estao publicados no site: http://www.geneaminas.com.br.

Para completar umas informacoes, porei mais esta pequena sequencia genealogica:

1.853 Cornelio Jose Pimenta – Josefina Carvalho de Souza
1.880 Etelvina Pimenta Brant – Pedro Ferreira de Andrade Brant
1.911 Moacir Pimenta Brant – Iolanda Raimunda da Rocha Brant
1.946 Fernando Rocha Brant

Eu postei essa sequencia somente porque ja mencionei o Fernando Brant antes, como exemplo de musico que nos ajudou a passar pelos tristes anos quando estavamos sob a ditadura no Brasil. Ele nao eh tao conhecido sem mencionarmos o parceiro de longo tempo dele: Milton Nascimento. O Milton foi quatro vezes ganhador do Grammy de musica. Eu tenho um CD dele, da Colecao Millennium, em que 10 das 20 cancoes contidas nele sao em parceria com o nosso primo.

Preciso tambem colocar mais duas pequenas sequencias genealogicas para identificar como nos somos parentes de outros dois genealogistas na nossa familia que ja mencionei antes. Eles sao, respectivamente, autores dos livros: “Genealogia e Biografias de Serranos e Diamantinenses” e “Notas Historicas de Guanhaes.”

1.777 Antonio Borges Monteiro Junior – Maria Madalena de Santana
1.807 Maria Balbina de Santana – Boaventura Jose Pimenta
1.825 Francisco de Assis Pimenta – Francisca Augusta Pires
1.858 Josefina Ermelinda Pimenta – Joao Raimundo Mourao Junior
1.884 Luiz Eugenio Pimenta Mourao – Jeny Formiga

1.750(?) Jose Coelho de Magalhaes (*) – Eugenia Rodrigues Rocha
1.785 Joao Coelho de Magalhaes – Bebiana Lourenca de Araujo
1.828 Emilia Brasiliana Coelho – Jose Coelho da Rocha Ribeiro (Ze Querino)
1.855 Agueda (Gueda) Coelho – Innocente de Leao Freire
Innocente Soares Leao – Maria Carsalade Guimaraes Leao

Eu poderia lembrar tambem do alferes Luiz Antonio Pinto como provavel primo nosso. Ele nasceu na Cidade de Caete e morou no Serro. Nos Arquivos dele temos a genealogia da Familia Pinto. Nossa ancestral: Ana Pinto de Jesus, era esposa de Euz(s)ebio Nunes Coelho, mas nao temos a genealogia dela. E eu nao tive a oportunidade de estudar os dados dele por estarem depositados no Arquivo Publico Mineiro, em Belo Horizonte.

Bom, eu proprio poderia ser postado tambem. Mas seria um pouco complicado porque sou seis vezes descendente do casal Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo. Tres vezes do lado materno e tres vezes do lado paterno (ja mostrados). Para facilitar, meu pai chamava-se Odon de Magalhaes Barbalho, irmao da Odila Barbalho Coelho e tio da Ivania Batista Coelho, aquela que escreveu nossa genealogia. Para completar, ela usou as anotacoes do papai e do nosso bisavo, Joao Rodrigues Coelho, para escrever o livro dela.

Algumas consideracoes antes de finalizar este capitulo. Para termos uma idea de como a populacao do antigo territorio da Cidade do Serro foi formada, nos podemos ver dados estatisticos da Cidade de Sao Joao Evangelista. Eu numerei a lista de primeiros moradores apresentada pelo primo Dermeval e encontrei 104 familias. Pude identificar mais de 20 pais de familias como nossos parentes. A maioria era descendente de Antonio Borges Monteiro e Miguel Pereira do Amaral.

Temos uma particularidade naquela cidade. Antes do povamento, pelos anos de 1.830, a lista de primeiros moradores destaca a presenca do casal de portugueses: capitao Ildefonso da Rocha Freitas e a esposa dele, D. Maria Coelho da Silveira. O primo Dermeval menciona que eles comecaram uma familia que assinava Coelho da Rocha. Mas logo que o povoado comecou, em 1.875, o lugar foi tomado por pessoas dos mais antigos e mais novos povoados pertencentes ao Serro.

Noutro livro nao mencionado, que tambem nao tive acesso a ele, publicado por: Joselia Barroso Queiroz Lima, menciona-se uma lista de 15 primeiros moradores da Cidade de Sabinopolis. Cinco deles: Antonio Borges Monteiro, Antonio Borges Monteiro Junior, Malaquias Pereira do Amaral, Manoel Coelho de Almeida e Joao Pereira do Amaral, sao nossos ancestrais ou irmaos deles. E nao podemos negar a possibilidade de os outros 10 tambem serem nossos parentes porque nao temos a nossa genealogia completa.

O povoado de Sao Miguel e Almas, agora Guanhaes, comecou com a presenca do capitao: Jose Coelho de Magalhaes Filho e a esposa dele: Luiza Maria do Espirito Santo. Com eles estavam outros cabecas de familia como: Francisco de Souza Ferreira, Antonio de Oliveira Braga, Faustino Xavier Caldeira e Jose de Oliveira Rosa. Como filho do alferes: Jose Coelho de Magalhaes (*) e Eugenia Rodrigues Rocha, o capitao Jose era conhecido como Jose Coelho da Rocha. Aqui temos a coincidencia dos mesmos sobrenomes nos fundadores de Guanhaes e Sao Joao Evangelista, apesar de nao haver parentesco, conhecido por nos, entre eles.

A maior parte dos filhos do capitao Jose e Luiza Maria permaneceram nas terras de Guanhaes mas nas proximidades onde hoje eh a Cidade de Virginopolis. Nos livros, os nomes dos fundadores do povoado foram: Felix Gomes de Brito, Jose Antonio da Fonseca, capitao Figueiredo e os tenentes: Joao Baptista Coelho e Joaquim Nunes Coelho. Joao Baptista era filho; e Joaquim era genro do capitao Jose e sua esposa Luiza Maria.

Mesmo nao sendo apontados como primeiros moradores do povoado, outra filha do casal acima: Eugenia Maria da Cruz, e o marido dela: Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho, criaram a familia deles nas proximidades e os filhos deles se mudaram para Virginopolis. Eles tiveram 8 filhos: Emygdia, Petronilha, Pedro, Marcal, Quiteria, Candida, Julia (nao se casou) e Ambrosina. Pedro e Marcal mantiveram o sobrenome “de Magalhaes Barbalho” nos filhos deles. Mas como as outras eram mulheres, seus filhos receberam os sobrenomes dos maridos que eram (3) Nunes Coelho , (1) Pacheco Moreira e (1) Magalhaes.

O filho mais novo dos capitao Jose e Luiza Maria: Antonio Rodrigues Coelho, morou toda sua vida em Guanhaes e la teve 16 filhos. Um: Benjamin 1o., faleceu crianca. Duas filhas: Julia Salles e Emidia Justiniana, ele teve com outras mulheres diferentes da esposa dele: Maria Marcolina Borges do Amaral. Com esta ele teve: Antonio Junior, Lindolpho, Altivo, Josephina, Maria Marcolina, Joao, Jose, Luiza, Angelina, Daniel, Virginia, Benjamin 2o. e Maria Carmelita.

Posteriormente, se mudaram para Virginopolis: Maria Marcolina, Joao, Jose, Daniel, Virginia, Benjamin 2o. e Maria Carmelita. Exceto por Jose, todos se casaram com primos, descendentes do Joao Baptista Coelho. Parte dos filhos do Lindolpho e Altivo tambem se mudaram para la e se casaram com primos.

Postarei duas sequencias curtas para dar mais uma ideia de como se formou a familia.

1.782 Jose Coelho de Magalhaes Filho – Luiza Maria do Espirito Santo
1.818 Francisca Eufrasia de Assis – Joaquim Nunes Coelho
1.852 Miguel Nunes Coelho – Ambrosina de Magalhaes Barbalho
1.884 Bispo, D. Manoel Nunes Coelho, primeiro bispo de Luz, Minas Gerais.

1.782 Jose Coelho de Magalhaes Filho – Luiza Maria do Espirito Santo
1.824 Eugenia Maria da Cruz – Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho
1.861 Ambrosina de Magalhaes Barbalho – Miguel Nunes Coelho
1.890 Notel Nunes Coelho – Maria Isabel Rodrigues
1.915 Monsenhor, Omar Nunes Coelho

Essas sequencias foram apenas para ilustrar um pouco a composicao da familia Coelho em Virginopolis. Os tios Francisca Eufrasia de Assis e Joaquim Nunes Coelho tiveram la mais 9 filhos alem do Miguel. Eusebio (falecido crianca), Joaquim Filho, Jose, Emygdio, Rita, Lino, Altino, Joao e Luiza. Desconfio que as irmas de tia Ambrosina: Emygdia e Petronilha, casaram-se, repectivamente, com Jose e Joao, tambem primos-primeiro delas. Tambem o Joaquim Filho casou-se com Sebastiana Honoria Coelho, filha de Joao Baptista Coelho e Maria Honoria Nunes Coelho. Tios Ambrosina e Miguel se mudaram para Coroaci, Minas Gerais, onde os filhos mais novos nasceram.

Uma coisa que tenho que deixar claro eh isso, nao estou apresentando a Historia baseada em nossa grande familia por pensar que nos somos algum tipo especial de pessoas. As minhas limitacoes estao no fato de eu contar apenas com dados de nossa familia em maos. Essa apresentacao tem a intencao oposta. Se qualquer um, nao sendo da nossa familia, no Brasil ou em outro lugar qualquer, fizer algum estudo parecido na genealogia deste, tenho absoluta certeza que, ele ou ela tera a impressao que nossa saga sera parecida com qualquer outra.

A gente pode nao ter dados de outras familias mas quando a gente pega o dados dos recem-chegados aos lugares onde ha algum dominio de familias tradicionais o que se observa eh que, logo-logo a descendencia dos recem-chegados, senao eles proprios, casam-se com membros das familias tradicionais e passam a fazer parte da grande familia.

Uma particularidade da genealogia no Brasil eh a ausencia de dados dos descendentes dos indios e africanos. Mas isso nao significa que nao tenhamos parentesco com todos. Na nossa familia (Coelho) por exemplo nos sabemos que a esposa do tenente Joao Baptista Coelho, Maria Honoria Nunes Coelho, provavelmente, era mulata porque sabemos que ela tinha pele escura. Tambem, os que como eu tem Candida de Magalhaes Barbalho e Joao Batista Magalhaes como ancestrais (meus bisavos materno-maternos) tem ai outra linhagem afro-descendente.

Mesmo em seus descendentes atuais eh comum termos primos morenos. Segundo as tradicoes romanticas brasileiras essa cor eh um bom cartao de apresentacao como pessoas atrativas. Seja como for, o que penso eh que, nao importa se sabemos ou nao como, somos sempre parentes de toda a populacao `a nossa volta.

Posso apresentar exemplo de recem-chegados tornando-se parte da familia. Em 1.812 nasceu em Exeter, Inglaterra, um homem com o nome Edward William Jacobson Lott. Ele foi jovem para o Brasil e em torno de 1.832 fundou a companhia: The Candonga Gold Mining Ltda, na Cidade de Guanhaes, para explorar uma incidencia tardia de ouro na Fazenda Candonga, que comprara. Ele casou-se com uma menina de 16 anos: D. Maria Teresa da Silva Teixeira Caldeira Brant.

Nao tenho comigo a genealogia dela mas tiveram filhos e logo apos o sobrenome Lott comeca a aparecer em nossa Arvore. Uma irma do nosso primo e autor: Dr. Innocente Soares Leao, a Maria Eugenia, casou-se com o capitao Gabriel da Silva Lott. E eu tenho outros primos proximos com essa assinatura. Mas ainda tenho que fazer mais pesquisas para confirmar se o Lott em nossa familia eh o mesmo.

Em 1.885 o “vovo” Lott mudou-se para Caete onde faleceu em 1.900. Para casar-se com a adolescente ele teve que prometer que os filhos deles seriam criados nos costumes catolicos. Ele era anglicano e manteve a promessa.

Bom, para resumir nosso capitulo podemos pegar imagens recentes para termos ideia melhor do que foi a conquista e povoamento de Minas Gerais e em outros lugares. Eh como as tsunamis. A primeira onda chega e preenche as irregularidades do terreno. Dai vem a segunda onda e surfa por cima da primeira prolongando o preenchimento. E as ondas continuam vindo ate que a energia que as provocou se dissipe. Isso se parece com qualquer movimento migratorio. A diferenca entre migracao e tsunamis eh isso: a primeira constroi algo e a segunda, destroi.

A Cidade do Serro comecou a perder sua capacidade de influenciar as politicas mineira e brasileira na medida que perdeu a maioria do seu antigo territorio, o que diminuiu consideravelmente sua populacao, refletindo em numero menor de eleitores.

Mais tarde, com a descoberta do ferro em Itabira, o projeto de construcao da Ferrovia Vitoria-Minas foi modificado, alterado na altura de Governador Valadares. No projeto inicial a linha ferrea seguiria direto para o Serro e Diamantina antes de dirigir-se para Belo Horizonte. A estrada que foi construida foi direto para Itabira e Belo Horizonte.

O isolamento da regiao foi selado com a construcao da nova capital do Brasil, Brasilia. A capital nova transferiu boa parte da atencao e da migracao interna no Brasil para o Planalto Central. Agora a Cidade do Serro e regiao estao ressurgindo do isolamento que sofreram por um seculo inteiro.

As principais rodovias foram asfaltadas, o antigo projeto de ligar Brasilia a todas as capitais de estados por vias asfaltadas agora pavimentou a ligacao entre Brasilia e Vitoria; e esta implementado o projeto de revitalizacao dos caminhos da Estrada Real, para o turismo.

A regiao oferece boas opcoes para pratica de esportes radicais, observacao da natureza e Historia preservada dos mais de 300 anos de colonizacao europeia no Estado de Minas Gerais. Serro e regiao possuem um dos patrimonios coloniais mais bem preservados no Brasil.

Minas Gerais eh tambem caracterizado por sua producao de queijo chamado de Queijo-Minas. Quem conhece o estado sabe que o famoso Queijo-Minas tem uma definicao mais intima que eh: queijo do tipo Serro. Essa qualidade de queijo eh a que nos e nossos ancestrais produzimos por seculos.

Preciso fazer mais uma ultima observacao. Eh a respeito do tamanho dessa familia. Nao se tem a menor ideia. Tenho um contato que eh descendente de Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco Soutto-Mayor. O nome pomposo pode ser abreviado para D. Joaquina do Pompeu. Ja a mencionei como exemplo de mulheres que estavam `a frente do tempo delas. Quando as 15.000 pessoas das cortes portuguesas foram para o Brasil, em 1.808, e o Rio de Janeiro estava desabastecido, o governador de Minas pediu socorro e ela forneceu todo tipo de mercadoria necessaria, tiradas das proprias fazendas. Quando ela faleceu tinha 40.000 bois nos pastos.

D. Joaquina nasceu em 1.752 e casou-se na jovem idade de 12 anos. Ela teve 10 filhos e segundo o descendente dela, meu contato e biografo dela: Dr. Deusdedit Pinto Ribeiro Campos, que eh o genealogista da familia, ele ja possui mais de 70.000 cadastrados na descendencia de D. Joaquina. Nosso ancestral, Antonio Borges Monteiro, que nasceu em 1.751, e casou-se 11 anos apos ela, foi pai de 11 filhos e talvez tenha um numero parecido de descendentes agora.

Porem, como na familia dela, ela teve varios irmaos, tias e tios e muitos parentes que devem ter descendencia diferente da dela hoje, o nosso ancestral tera muitos parentes que nos sao desconhecidos. E ninguem descende de apenas um casal. Baseado na falta de dados e no pouco que conheco de probabilidades, penso que nao somos menos de 1 milhao de pessoas, contando apenas a descendencia de nossos ancestrais que nasceram em torno de 1.750. E estou falando apenas das pessoas vivas. Penso ainda que a maioria de nos tem um numero parecido de parentes proximos.

Ha poucos dias peguei uma carona da oficina onde meu carro ia ser consertado. O americano da oficina que me trouxe tocou no assunto familia e eu disse a ele que tinha 8 irmas e irmaos. Assombrado, ele disse-me: “Que sorte voce tem!” E ficou matutando como seria bom se tambem tivesse tanta gente na familia dele. A carona acabou e cortou o papo. Mas penso que nao eh que eu tenha muitos parentes e ele nao.

O que esta acontecendo agora eh isso, depois da geracao de nossos pais nos tomamos a decisao de ter menos filhos para dar a eles e a nos mais confortos. Claro, sabemos que esta eh a decisao correta porque vivemos em um planeta pequeno, com recursos limitados. Mas o sentimento de pertencer a uma familia maior nao depende somente de quantos irmaos possuimos. Se voltarmos aos nossos ancestrais e procurarmos os descendentes deles, veremos o quao maior eh nossa familia do que imaginamos. Se alguem faz opcao pelo sentimento de pertencer somente aos parentes proximos, entao, a familia dele ou dela sera menor.

O meu sentimento de fazer parte eh maior do que meus ancestrais tinham. Nao penso que a minha aparencia europeia da-me uma identidade completa. Alguns dos ancestrais em nossa familia fizeram a opcao por nao passar-nos as vias que nos conectam aos nossos ancestrais africanos e nativo-brasileiros. E isso causa-me um sentimento de parte de identidade-perdida e por isso eh que procuro conectar-me, buscando a nossa verdadeira identidade.

Fazer parte de uma familia grande nem sempre parece melhor que considerar-se numa familia menor. O lado bom disso eh: quase todo dia a gente tem um aniversario para celebrar. Hoje eh 7 de janeiro de 2.012. O dia em que meu pai completaria 90 anos. Constantemente a gente recebe comunicados de nascimentos. Vai-se a um maior numero de casamentos, formaturas, etc. E a gente nunca fica sozinho quando passando por dificuldades.

Por outro lado, o ruim, voce vai a mais enterros na vida. Voce se preocupa mais com problemas dos outros. Voce tem que dar mais de si mesmo para manter as coisas indo bem. Mas, de qualquer jeito, isso faz parte da vida. Fazer parte de uma grande familia eh melhor justamente por causa das coisas ruins que podem acontecer a voce ou seus parentes. Isso significa que quando alguem cair haverao mais pessoas para dar sustento aos que sofrerao mais. Ninguem fica totalmente abandonado.

15. TUDO ERA COM RESPEITO `A FAMILIA – MINHA SAGA

Estou de certa forma ansioso para terminar esta parte do livro porque ela eh menos interessante aos leitores e a decisao do Partido Republicano sobre quem sera o adversario do presidente Obama em 2.012 esta ficando feia. Ontem pela manha o ex-presidente da camara, Newt Gingrich, deu uma patada no Mitt Romney soltando seu “pious Baloney” (conversa fiada) em cima do que o Mitt falou, que ele nao havia tentado a reeleicao aqui em Massachusetts porque tinha mais o que fazer e nao apenas seguir carreira politica. No meu ponto de vista o Newt apontou a verdadeira razao. O Mitt Romney tinha feito um governo ruim e o eleitorado estava com tanta raiva que ele nao tinha chances de se reeleger. Foi essa a mesma impressao que eu tive na epoca, eu estava presente mas nao tinha o direito de votar.

O candidato Rick Santorum continua insistindo que os Estados Unidos precisam de um comandante em chefe e nao um executivo em chefe. Isto nem eh resposta. Se um comandante em chefe fosse tao essencial, Cuba, depois de 50 anos com um comando em chefe, seria o melhor lugar do mundo hoje. O maior problema americano agora eh a economia. Sera que deveriamos chamar um economista para dar a solucao?! So se for de brincadeira! Foram eles que em primeiro lugar causaram o problema! E isso eh valido tanto para economistas como executivos. O problema foi criado por empresarios, como o proprio Mitt Romney, que estavam jogando com o dinheiro deles e nossas vidas. Parafraseando o sr. Gingrich, as palavras do Santorum e do Romney nao passam de conversa fiada.

Mitt Romney fica furioso alegando casos de pirataria feita pelos chineses. De acordo com ele, a China consegue invadir o sistema via internet e esta copiando propriedade intelectual dos empreendimentos americanos. Ele precisa repensar tais alegacoes porque desde ha muito tempo os Estados Unidos nao estao investindo bem em educacao e nao temos conseguido produzir boas mentes em nossas univerdades e sempre usamos o nosso mercado atrativo para trazer para os Estados Unidos mentes que foram trabalhadas por educadores la fora, `as custas dos outros povos. Talvez a China esteja apenas comungando com a sabedoria brasileira: “Ladrao que rouba de ladrao tem cem anos de perdao.”

Ta bom, voltei. Eu poderia comparar a minha com a Historia de Jesus. Nao se engane nesta comparacao. Nao estou falando a respeito da importancia dele para a nossa Historia. Estou apenas mencionando o nascimento como modesta pessoa do povo, sem o treinamento oficial nos assuntos que ensinou e, nao importando o quao duro ele tentou fazer algo bom, acabou sendo morto de uma, que os contemporaneos dele consideravam, forma vergonhosa. De certa forma eu me identifico como num caminho semelhante. Nao estou pensando que, em algum futuro serei endeusado como ele. O que quero dizer eh apenas que a minha vida tem sido uma serie de eventos inoportunos, e que eu sempre tento imaginar como isso podera trazer algo de bom para a humanidade, claro, nao para mim mesmo. Vamos comecar entao!

Nasci em 4 de julho de 1.958 na pequena cidade de Virginopolis, Minas Gerais, Brasil. Mamae queria que meu nome fosse Washington, por causa da data de nascimento. A maioria das pessoas no Brasil eh conhecida pelo nome. Por essa razao, porque o povo ingles usa os sobrenomes como identificacao, muitos brasileiros comecaram a dar nome aos filhos em homenagem `as personalidades inglesas e norte americanas. Entao, sobrenomes como: Nelson, Washington, Hudson, Lincoln, Franklin, Jefferson, Madison, Adams, Johnson, Wilson, Kennedy e muitos outros aparecem no lugar de nome na genealogia brasileira.

O padre Geraldo Brauwer, que iria batizar-me, disse que nao via senso em tal nome e papai falou que ja havia registrado com o nome Valquirio. O padre, que era de origem alema, mostrou sua insatisfacao dizendo, Faz menos sentido ainda! Mas nao havia escolha porque eu ja era Valquirio mesmo!

O nome vem da mitologia germanica, Valkjrja, que eram anjos femininos cuja funcao seria levantar as almas dos bravos caidos em batalhas e leva-las para os ceus. Elas foram inspiracao para o compositor Wagner. A letra “o” no final foi posta porque essa eh a forma de masculinizar os nomes na lingua portuguesa. Comumente, em nossa linguagem a letra a eh sempre feminino e o o, masculino. Assim se torna facil trocar segundo as conveniencias se apresentem. Eh como nos nomes Antonia e Antonio.

Quando nasci, a cidade estava prestes a entrar em sua depressao mais longa. Possivelmente os habitantes nao tinham ideia disso e a atencao deles estava voltada para outro fato. O Brasil fora Campeao da Copa do Mundo pela primeira vez.

Apesar da minha memoria ser muito boa e eu lembrar algumas cenas da minha vida desde quando comecei a andar, o que tenho mais recordacao comeca a partir do meu quinto aniversario. Sim, lembro-me uma vez, nas pontas dos pes, com os bracos para o ceu, pedindo colinho para alguem que nao me lembro. Tambem lembro-me de ver papai, na unica vez na vida que o vi fazer isso, soltando foguetes em nosso quintal pelo segundo campeonato de futebol que o Brasil ganhou em 1.962.

Depois disso veio o ano de 1.963 e seu final terrivel. Nossa avo, Zulmira, mae do papai, faleceu em consequencia de uma longa condicao cardiaca. Ela tinha apenas 70 anos e o nosso amor por ela era apenas uma retribuicao a ela ser tao carinhosa. Faleceu em 1 de outubro de 1.963. E aqui nos Estados Unidos, logo depois, em 22 de novembro, o presidente Kennedy foi assassinado.

O choque dessa segunda noticia teve o mesmo efeito da morte de um parente nosso. O povo brasileiro nao estava politicamente alerta para o que estava acontecendo no mundo. Mas penso que nossos ancestrais estavam esperando algo melhor do fato de o presidente Kennedy ter sido catolico. Nao sei qual ilusao o povo brasileiro tinha, emanada de um presidente catolico nos Estados Unidos, mas a morte machucou a todos, de forma bastante dura. Eu apenas captei o luto por duas pessoas que eram importantes em nossas vidas. Nao posso dizer que lembro dele mas estava contaminado pela alegria com o governo e o luto pela morte que os parentes mais velhos sentiram.

Nesse espaco de tempo eu estava conhecendo o lugar em que viviamos. Era uma cidade pequena, desenhada em forma de um X maiusculo por suas ruas principais. As baixadas quase nao encontravam espaco para passar entre as montanhas. Das montanhas nasciam os corregos que escavaram trincheiras nas baixadas. Assim, quase a metade das casas, exceto pelas que formam parte do centro, tinham os seus quintais lavados pelos corregos. As outras casas, no lado oposto das ruas, faziam parte da outra metade.

A maioria das casas eram velhas e decadentes. Algumas, como a que nossa familia morava, pertenceram aos nossos bisavos paternos. O estilo era o colonial antigo, feito por madeira pesada com paredes de adobe. Penso que, exceto pelo pregos e um outro pouquinho em ferro e ceramica, tudo foi feito por profissionais locais. Ate o teto era coberto por telhas locais. Geralmente, as casas eram velhas mas amigas da natureza ja que estavamos acostumados a viver com ratos, baratas, tarantulas e passaros como andorinhas e corujas. Algumas vezes tinhamos morcegos mas nunca cobras. Tinhamos galinhas no quintal, e um cao e uma gata. Os dois ultimos a partir dos anos 70.

A casa tinha a forma de U com a boca da letra voltada para o quintal. Era separada no meio por uma parede unica formando duas casas independentes. No outro lado moravam a velha tia Philoteia (Teteh), irma do nosso avo; uma velha mais nova de olhos azuis, um tanto doida, com o nome de Vitoria, e uma velha africana chamada Philomena (Philoh) de quem diziam haver sido escrava mas eu nao tenho certeza quanto a isso porque ela teria que ter mais de 100 anos para isso ser verdade, e ela era a mais velha mas das tres era a unica que regulava perfeitamente. Num dos quartos tambem moravam, separado de sua esposa, o primo Hugo e dois dos filhos, Eustaquio e Ricardo.

Do nosso lado, com o nascimento da nossa irma mais nova em 1.964, eramos 9 filhos com o mais velho tendo 12 anos. Junte-se ai, nossos pais e duas colaboradoras. Essas variavam as pessoas em espacos de 2 ou 3 anos. Eramos 13 pessoas do mesmo lado. De vez em quando tinhamos mais 1 ou 2, quando alguma irma ou irmao das colaboradoras vinham. Isso nao era excecao na cidade. As casas eram mesmo lotadas! Mas ninguem se importava muito com isso. Hoje a cidade deve ter o triplo de casas e nao tem populacao maior que naquele tempo. Isso era o mesmo em quase todo o Brasil.

Nossa casa fica no centro da cidade. Nao mais a casa velha mas outra que comecamos a morar em 1.978, construida por papai no lugar da anterior. Naquele tempo, nossa vizinhanca nao era muito diferente do que tinhamos em casa. A rua em que moravamos era quase toda habitada por parentes. Melhor dizendo, parentes proximos. Uma excecao era o nosso vizinho mais proximo, o do lado esquerdo, que era o padeiro e tinha nascido em Caratinga. A esposa dele era local e o sobrenome era Carvalho, talvez tinha alguma ligacao com nossos parentes, porem, nao diretamente conosco.

Nao penso ser necessario mencionar todos porque isso viraria uma lista telefonica. Porem tinhamos mais duas tias do papai, Olga e Biloca, morando la. Um dos tio-avos dele, Francisco Sobrinho (Seo Chiquinho), morou na casa da frente com a esposa dele, Salome (Memeh). O numero de parentes e as ligacoes familiares eram tao embaralhadas que descobri esse parentesco particular com eles 40 anos depois, quando comecei a estudar nossa genealogia. Papai nunca o chamava de tio e o mencionava apenas pelo apelido, dai eu nunca ter captado o nosso parentesco proximo antes.

Posteriormente, mudou-se para a mesma casa a madrasta do nosso avo materno. Tia Virginia, que era a viuva do nosso bisavo Ze Coelho, e vivia com tres de seus filhos, os que nunca se casaram: Ignes, Tarcisio e Joao. Com eles morava o tio Gamaliel (Gama) que era irmao completo do avo Juca. Na casa vizinha do lado direito morou a viuva, tia Ceci, com a filha dela: Aparecida (D. Cidinha) com a familia dela. Tia Ceci tambem era irma completa do vovo Juca. Os irmaos da primeira familia eram: Juca, Aquiles, Gama, Armando, Maria Marcolina e Ceci. Os da segunda eram: Darcy, Josefina (Fina), Amandina, Bernardino, Noemi, Joao, Ignes, Tarcisio, Savio e Ruth. Tia Ceci era viuva do tio Marcial, irmao do vovo Cista (Trajano). Na mesma rua tambem morava o tio da mamae, Eliezer (Seo Li).

No restante das casas, duas nao eram o tempo todo ocupadas por nossos parentes mas os ocupantes tinham parentes em sua familias que eram casados com alguns de nossos parentes. E como estudantes em idade escolar eramos colegas dos filhos ou parceiros nos esportes. Todo o centro era ocupado por essa mistura de geracoes da mesma familia alternada com alguns nao parentes. O padrao de proporcao entre parentes e nao parentes se invertia `a medida que afastavamos do centro e andavamos em direcao aos suburbios.

Mas em qualquer direcao que fossemos havia uma casa de nossos parentes. Mesmo aqueles que pensavamos que nao fossem poderiam de alguma forma ser nossos parentes porque nao tinhamos dados completos da populacao toda e nem mesmo dos nossos. Como ja mencionado, nao podemos excluir ai os de origem africana e nativo-brasileira porque temos origens genealogicas neles tambem.

A zona rural era um reflexo da cidade. Desde que ela foi povoada no principio pelos nossos ancestrai. Eles tomaram para si grandes porcoes de terras. `A medida que as geracoes chegaram e passaram, as fazendas iniciais foram divididas entre os herdeiros e viraram pequenas fazendas. E a populacao cresceu demais para continuar dividindo as terras, assim, a geracao dos nossos pais comecou a buscar outros lugares para ir. Mesmo antes deles alguns ja haviam tomado essa decisao.

Tenho dois exemplos para ilustrar bem a situacao. A cidade de Governador Valadares tem uma lista de pioneiros. Penso que ela conta apenas aqueles que se mudaram para la e, de alguma forma, levaram algum desenvolvimento para o lugar. Se nao fosse por essa razao, os pioneiros teriam que comecar em anos anteriores a 1.900 quando ja havia populacao por la. Mas a lista comeca em 1.916 e nela estao listados Sinval Rodrigues Coelho, tio materno de papai, casado com Maria (Maricas) Magalhaes, tia materna da mamae.

Outro na lista, do mesmo ano, eh o Seo Gil Pacheco de Magalhaes. Era casado com Maria Vieira, natural da Cidade de Ferros. Seo Gil Pacheco era filho da tia-bisavo Quiteria de Magalhaes Barbalho e Joaquim Pacheco Moreira. Tia Quiteria era irma do Marcal, avo paterno do papai; e Candida, avo materna da mamae. Nos temos outros parentes na lista, em outros anos, como: Antonio Rodrigues Coelho, irmao do tio Sinval e Odilon de Magalhaes Barbalho, irmao do papai.

Mesmo antes daquele tempo as mulheres eram supostas a seguir os maridos delas sem importar para onde estivessem indo. E nos tivemos o caso da tia Emygdia Honoria Coelho, casada com Amaro de Souza Silva, que deixaram descendencia em varias cidades da regiao. Tambem a tia Marcolina Honoria Coelho, que casou-se com Demetrio Coelho de Oliveira e ajudaram a povoar a Cidade de Coroaci. Tias Emygdia e Marcolina eram filhas de nossos trisavos: Joao B. Coelho e Maria Honoria Nunes Coelho.

Dai chegaram os anos 60 e com eles a explosao demografica nas cidades grandes. Nossa familia ja tinha experimentado a situacao por causa da migracao para o Rio de Janeiro e Sao Paulo. Depois chegou a vez de Belo Horizonte tambem atrair mais migrantes mas como vimos no video: http://e-relevante2009.blogspot.com/2010/04/apresentacao-de-belo-horizonte-para-o-mundo.html, em 1.948 a capital de Minas Gerais tinha somente 200.000 habitantes. Basicamente esta populacao era de todo o Estado. Mas eu tenho certeza de que boa parte tinha origem na regiao do Serro, especialmente da nossa area. Isso se da porque as areas mais populosas do Estado eram o Sul, Zona da Mata e Central. O Sul eh proximo a Sao Paulo. A Mata fica proxima ao Rio de Janeiro. E a Central fica no lado oposto `as duas grandes cidades.

A partir dos anos 60 passamos a ter mais tres opcoes de migracao. Governador Valadares, area de Ipatinga e a, entao, novissima capital do Brasil: Brasilia. E nos comecamos a ver nossas tias e tios com as familias deles irem para esses lugares. Ano apos ano a Historia era a mesma. Papai tinha 12 irmas e irmaos casados. Tres permaneceram em Virginopolis junto com ele. Tia Odette foi para Belo Horizonte. E todos os outros para Governador Valadares. Somente tio Otacilio ficou mais em Virginopolis antes de seguir para Valadares.

A Historia do lado de mamae nao eh tao diferente, apesar de apenas uma irma ter mudado para Valadares. Tia Camilla, que eh casada com nosso primo Jorge Nunes Coelho fez isso. Os outros se dispersaram por varios lugares como: Uberlandia, Paracatu, Vitoria-ES, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasilia, Itabira, Sete Lagoas e Virginopolis.

Temos pelo menos dois lados bons dessa dispersao. Se a familia se mantivesse junta e todos os filhos fossem criados lado-a-lado, nos poderiamos mantermo-nos casando uns com os outros assim como nossos parentes fizeram por 100 anos na cidade. As consequencias de sermos muito aparentados poderiam causar tragedias para a nossa descendencia. Como familia penso que ja somos felizes o suficiente em relacao uns com os outros, assim, como a maioria de nos se mudou e se casou com os de outras familias isso permitiu `a nossa descendencia ter mais chances de passar para frente nossos gens. O outro lado ficou para as ferias escolares, quando duzias de nos se encontravam em Virginopolis. Isso nos tras otimas memorias de nosso passado!

Em 2.005, logo apos ao terremoto e tsunami na Indonesia, eu vi uma senhora sendo entrevistada num show. Ela demonstrava muita raiva com o mundo. E a raiva dela nascia da falsa impressao de que a maioria das pessoas nos outros paises odeia americanos. Como ja mencionei, isso surgiu a partir de pesquisas feitas logo apos aos ataques terroristas de 11 de setembro em 2.001. E os resultados foram unidirecionalmente explorados pela media americana. Talvez tenha sido para justificar qualquer coisa que fosse decidida mais tarde. E a defesa dela do povo americano foi no sentido de que: “Vejam como temos compaixao dos outros povos! Nenhum outro pais do mundo esta fazendo tanto pelas vitimas da tragedia.”

Eh justamente por causa de inducoes erradas como essas que os outros povos acusam os americanos de arrogancia. E eu relembro fatos da minha infancia que talvez possam ajudar aos outros americanos a entender o ponto de vista do outro lado. Tenho lembrancas de mim, ainda crianca, comendo queijo americano nas aulas de catecismo; tomando mingau de aveia uma vez por semana nos recreios da escola, e diziam que o leite em po que era distribuido aos pobres la havia ido dos Estados Unidos. Tudo era caridade e eu nao duvido disso.

Mas o tempo provou que nos nao precisavamos disso na realidade. Nossa regiao era o que no Brasil eh chamada de Bacia Leitera. E nos podiamos produzir muitos tipos de graos tais como: arroz, milho, feijao e, inclusive, aveia. O que o povo nao conhecia na epoca eram as tecnologias porque boas terras, clima e agua mais que suficientes, dados pela natureza, nos tinhamos.

Temos que nos lembrarmos de uma coisa, parafraseando um diplomata americano que prestou servico no Brasil algum tempo depois: “Os Estados Unidos nao tem amigos, tem interesses.” Nunca ficamos sabendo qual relacao tal caridade teve com o apoio dado pelos Estados Unidos `a ditadura no Brasil. E a caridade e a ditadura aconteceram ao mesmo tempo. Coincidencia? Talvez!

Tivemos exemplo diferente de aproximacao. Em 1.968 recebemos um padre novo em nossa paroquia. O nome dele era Bernardo Odenkirchen e era holandes. E a Holanda tinha uma lei que mandava que uma porcentagem dos ganhos no comercio com outros paises fossem aplicados nos proprios paises, em projetos que beneficiassem as comunidades. E os cidadaos daquele pais sao os que ajudam as comunidades a terem acesso ao dinheiro. Sem intervencoes politicas.

Por meio dessa ajuda nos ganhamos melhores: hospital, maternidade, asilo e, naturalmente, um trato melhor aos predios da igreja. E tambem alguns recursos que tornaram possivel a escola de tecnicas agricolas. O objetivo era o de ensinar novas tecnicas agropecuarias. Com isso, mais a assistencia de uma empresa estatal (Emater), os fazendeiros comecaram a produzir mais e obter renda melhor. Nao posso dizer que tudo saiu nos conformes porque as baixas e altas da economia brasileira nunca permitiram que mais gente tivesse oportunidades melhores. Mas esta forma era, sem duvida, muito melhor que pura caridade.

Minha conclusao eh essa: nao podemos dizer “temos compaixao” quando estamos fazendo doacoes para atenuar qualquer tragedia. Somos o pais mais rico do mundo e o que doamos vem do que esta sobrando para nos. Quando acontecem tragedias nos paises pobres, algumas pessoas deles provam ser muito melhor que nos porque elas partilham tudo o que tem, mesmo sabendo que isso seria necessario a elas no futuro.

Se eu continuar escrevendo cada fato da minha vida terei que escrever outro livro. Vejamos o que for mais importante. Tentarei ordenar os eventos por anos. Em 1.966 eu entrei na escola e tinha sete anos e meio. Ao contrario daqui, nosso ano escolar comeca em fevereiro. Isso se da porque no hemisferio sul o inverno se da no meio e o verao no final do ano. Nos nao tinhamos pre-escola na epoca. Nossas ferias eram em julho, meio de ano, e de dezembro a fevereiro, no final do ano letivo.

Por volta daquele tempo a cidade ganhou as primeiras televisoes. Poucas pessoas podiam te-las. Preto e branco. Quando tinhamos oportunidade a gente assistia, basicamente eram os enlatados americanos como: Bonanza, Os Tres Patetas, I Love Lucy, Perdidos no Espaco, Terra de Gigantes, Tarzan e por ai vai. Producao brasileira, so mesmo novela. Os noticiarios serviam como recreio para nos criancas na maioria das vezes. Continua em minha mente o som da voz do locutor ao pronunciar o nome Lyndon B. Johnson, quando as noticias eram a respeito dos Estados Unidos.

Enquanto o papai nao comprou a nossa tv usada eu era capaz de pedir qualquer outra pessoa que tivesse para assistir um pouco em suas casas. Ganhamos a nossa por volta de 1.968. E nele ou no ano anterior eu sofri um acidente enquanto brincava, na padaria do nosso vizinho. Mario, o nome do amigo, estava fazendo massa de pao numa maquina eletrica. Eu estava brincando com um pedaco de massa quando ele caiu da minha mao e tentei pega-lo no ar. Senti apenas um puxaozinho e imediatamente fiz o movimento reflexo de tirar a mao de perto da maquina. Mario gritou meu nome e desligou a maquina. Eu ainda nao havia entendido o que estava acontecendo enquanto nao vi o sangue cobrindo minha mao. A maquina tinha cortado a cabeca do meu polegar direito.

A principio eu permaneci mais calmo que a familia do vizinho. As meninas choravam e alguem levou-me para o hospital. A cidade estava sem medico e fui enviado para Guanhaes, onde fui operado pelo Dr. Francisco, que era famoso na regiao. Talvez fosse por ele ser o unico por perto. Recentemente descobri o nome dele no livro do primo Dermeval e ele eh nosso parente.

O ferimento nunca foi problema para a minha vida seguir em frente. Porem, o trauma, por muito tempo, entristeceu-me. Some-se a isso, nao recordo se fora antes ou depois, fui atropelado por um carro. Nao que o carro tenha passado sobre mim. Deu apenas uma pancada em minha perna e eu dei duas voltas antes de sentar-me no passeio da rua em frente `a casa do papai. Fui novamente para o hospital mas sem maiores consequencias dessa vez. Todavia, estes e outros eventos somados fez-me questionar por quase toda a vida se fui intencionalmente colocado no mundo em razao de uma ma sorte natural. Hoje, vendo como o mundo anda, nao me sinto sem sorte de jeito algum. Pelo menos, nao estou sozinho!

Tambem em 1.968 Martin Luther King Junior foi assassinado aqui nos Estados Unidos. Mas parece que o evento nao teve repercussao no Brasil. Nao recordo de comocao alguma por isso. E penso que isso se deu porque ele nao era um sacerdote catolico e a luta pelos direitos civis nao era considerada importante naquele momento. A populacao negra fora sempre deixada de lado por nossa sociedade mas la nao se tinha nenhuma lei segregacional dizendo: Por lei, existem alguns “mais iguais” que outros. O Brasil possuia um sistema de lei mais parecido com o europeu, mais proximo do frances, onde o “Liberte, egalite, fraternite” seria o lema. O problema no Brasil era esse, a lei nunca funcionou para a populacao pobre brasileira.

Se eu nunca tivesse vindo para os Estados Unidos, Luther King poderia nao passar de um ilustre desconhecido para mim. Talvez nem tanto porque sou meio viciado em informacao. Ocasionalmente eu leria algum artigo a respeito da vida e feitos dele. Mas somente aqui nos Estados Unidos podemos conhecer a dimensao real dele no capitulo do Movimento pelos Direitos Civis. Se o movimento tivesse uma conotacao melhor junto ao combate `a pobreza no mundo, ele poderia ser melhor conhecido no Brasil porque o preconceito la eh contra o povo pobre, nao interessa a cor da pele.

Em 7 de maio de 1.969 houve outra tristeza na familia. Nosso avo paterno faleceu. Ele lutou um tempo curto contra um problema nos rins e nao resistiu. Era um homem tao forte que raramente gripava. Tambem ja tinha 79 anos. Penso que o que poderia ter sido feito por ele foi feito. Foi transportado para Governador Valadares e de la para Belo Horizonte, via helicoptero. Isso era algo incomum na epoca. Mas a medicina nao tinha os mesmos recurso de hoje. Eu nem mesmo chorei. Somente tempos depois eu senti a falta dele ao lembrar que eu nao o conhecera tao bem quanto a outros parentes.

Vovo Cista, como era conhecido, teve uma vida que caberia em um bom livro. Ele comecou como empregado quando tinha apenas 10 anos. Depois ele tornou-se dono de caminhao, fazendeiro, tinha casas de comercio e ajudou os filhos a iniciarem suas proprias atividades. Ele somente nao investiu nas filhas porque, naquele tempo, mulheres eram supostas a ficar em casa e casar. Um homem da posicao dele garantiria bons maridos para elas. Ele foi eleito prefeito da cidade por duas vezes. Possivelmente faleceu como o homem mais rico da cidade. Mas a riqueza naquele tempo nao se apresentava pelo dinheiro no bolso. O que fazia aparecer era ser dono de fazenda.

A lista dos filhos dele e Dindinha Zulmira foi: Oswaldo, Odette, Murillo, Odilon, Olimpia (que faleceu crianca), Otacilio, Odon, Odila, Otto (Sinho), Oldack, Oneida, Otacilia, Ovidio e Ozanan.

1.969 tambem foi o ano que o homem andou na Lua pela primeira vez. Foi bastante divulgado que seria transmitido pela tv. Eu esperei ate 9:00 da noite e os jornalistas disseram que houvera atrasos. E os atrasos passaram dos limites. Dai eu disse para mim mesmo: Quer saber d’uma coisa! Amanha havera repeteco. Fui acordado por uma expressao de admiracao do tio Murillo, irmao da mamae, na sala. Ele estava la so para a ocasiao. Ja tinha passa da meia noite e eu mantive minha palavra. Amanha! O que eu nao sabia era que, o que eles estavam vendo ja era reprise tambem.

Eu tinha 11 anos quando visitei Governador Valadares pela primeira vez. Era a maior cidade que eu ja fora. Era bem menor que hoje mas a populacao, pela mesma razao que em Virginopolis, era muito maior em proporcao de construcoes. Eu nao tive nenhum problema em aprender a andar de canto-a-canto. A cidade tem dois pontos de referencias: o Rio Doce e o Pico do Ibituruna. O Ibituruna parece ser uma montanha enorme mas nao eh mais alto que os morros em Virginopolis. Eh assim porque Valadares esta dentro da trincheira escavada pelo rio por milhoes de anos.

Tambem eh por esta razao que Valadares tem um clima tropical verdadeiro e Virginopolis um quase temperado. A variacao anual de temperaturas em Virginopolis vai dos raros 4 negativos aos raros 35 C. Mesmo com o verao indo de setembro a marco, ha a queda da temperatura `a noite, ao ponto da gente poder dormir bem sem precisar cobertor pesado. Raramente Valadares vai abaixo dos 30.

Espalhadas em Valadares nos tinhamos muitas casas de familiares conhecidos. La tinhamos 8 tias e tios: Camilla, Murillo (irmao do papai nao o da mamae), Odilon, Odila, Otto, Oldack, Otacilia e Ovidio. Tia Maricas, que era viuva do tio Sinval, e tio Antonio Rodrigues Coelho continuavam morando la deste seus tempos de pioneiros. Penso que os tios Wilson (Sao) e Gastao, irmaos da tia Maricas, e Elgita, Nize, Omar, Conceicao, Joao e Olimpinha, irmaos completos do tio Antonio e da Dindinha Zulmira, tambem estavam la mas nao visitei todos. Tambem tinhamos uma lista enorme de primos. Estou falando apenas daqueles que tinham ascendencia direta em Virginopolis.

Naquele tempo eu nao sabia que eramos parentes proximos de tantas outras populacoes das cidades em torno do Serro. E, com certeza, muitos residiam em Governador Valadares. Mesmo sem saber disso era impossivel esquivar-me de encontros casuais com parentes conhecidos nas ruas. Nos dias em que fomos ao Aete Esporte Clube para refrescar um pouco nas piscinas, tive a impressao que la fosse Virginopolis, segunda versao.

1.970 foi ano de Copa do Mundo. Foi no Mexico e o Brasil comecou a jogar em Guadalajara. Todo dia de jogo nossa casa virava cinema. Vinham parentes e amigos. O Brasil ganhou os sete jogos que disputou. E nos ganhamos o tricampeonato. Os primeiros da Historia. E a ditadura tentou tirar proveito do prestigio junto `a opiniao publica. Este foi o tempo em que o gingle que tinha a frase: “Este eh um pais que vai pra frente”, e que recebeu a versao dos comediantes cantando e andando para tras e tiveram o programa suspenso.

Por volta de 1.974 nossa avo Petrina faleceu. Ela foi a segunda esposa do vovo Juca e foi a que conheci. A mae da mamae tinha falecido em 1.940. Tinha apenas 44 anos. Vovo Davina foi casada por 26 anos e teve 17 filhos. Tres deles faleceram crianca. Uma se chamou Camilla e houveram dois Longinos. O Longino III foi o que sobreviveu e foi meu padrinho, junto com tia Oneida, irma do papai. A lista de nomes da filharada era: Maria Marcolina, Murillo, Fausto, Lucio, Merces, Martha, Judith, Longino, Camilla, Angela (Ju), Lia, Jose Fabiano, Lucinda e Maria Helena. Os irmaos da vovo Davina eram: Joao Magalhaes, Eliezer (Sou Li), Emydia (Miluca), Wilson (Sao), Getulio, Maria (Maricas), Candida e Gastao.

A avo Petrina ja era prima e vem do ramo Barbalho. Ela deu mais 5 filhos ao avo Juca. Davina, Maria Eugenia (Maroh), Matilde, Eduardo e Cirano. Era uma pessoa com calor humano e todo mundo amava ficar junto a ela. O filho mais novo dela eh so tres anos mais velho que o meu irmao mais velho, Fernando. A nossa diferenca de idade para a segunda familia eh tao pequena que nos parecemos mais primos. Apos terem idade suficiente para ir para as cidades maiores faziam a nossa alegria quando vinham visitar.

Particularmente Davina e Maria Eugenia que ajuntavam pelo menos uma duzia de nos para irmos visitar nossos tios e tias que moravam nas rocas. A fazenda onde os avos Petrina e Juca moravam tambem era otima para encontrarmo-nos. Por infortunio, Davina e Maroh foram nossas perdas para o cancer, quando andavam pelos 60 anos delas. As duas estavam comecando a ver nascer os primeiros netos.

Vovo Petrina era filha da Sinhah Gininha (Eugenia) e a irma dela, tia Geralda, casou-se com tio Bernardino, meio-irmao do vovo Juca. Elas tiveram mais tres irmas: Maria (Totoca), que era irma de caridade; Margarida (tia Nen) e Cecilia. Tia Cecilia casou-se com Friedrick Knipp. Ou Fidirico como o povo o conhecia. Era imigrante alemao no Brasil e eles deixaram grande descendencia.

No inicio dos 70 passamos a ter dois eventos importantes em Virginopolis. Um deles nao me causou grande prazer. Foi a mencionada criacao da escola de tecnica agropecuaria. Sempre gostei de animais e plantas mas meu sonho era ir para qualquer outro lugar para trabalhar e tornar-me independente. Mas tinha somente 15 anos e papai nem se deu ao trabalho de perguntar se eu tinha outros planos. E eu fiquei preso `a cidade por mais 4 anos.

Naquele tempo o governo havia decidido que as escolas de segundo grau teriam que ter algum curso tecnico e nao poderiam ser apenas cientifico. Assim, nos perdemos um ano de conteudo cientifico, que deveria ser fundamental para aqueles que se interessavam continuar a estudar na universidade. A gente poderia tentar o vestibular a partir de completar o terceiro ano mas ja sabendo que as chances de passar seriam menores por causa de ter aprendido menos. No Brasil, a admissao a uma universidade era feita apenas atraves do provao chamado vestibular. Eu perdi a minha primeira tentativa e gastei mais um de meus anos no segundo grau.

Por volta de 40 anos atras tambem comecou o Festival da Jabuticaba de Virginopolis. Jabuticaba eh uma fruta brasileira com varias variedades. Eh uma arvore media, tem 10 metros ou mais, com ramos longos, multiplos, flexiveis e fortes. O ciclo de vida anual dela comeca no inverno quando todas as folhas caem e ala permanece assim ate a brotacao aparecer. A planta mantem a brotacao dormente enquanto nao vem as chuvas. Logo depois, como um milagre, a arvore inteira eh coberta por flores brancas, que exalam um cheiro doce e agradavel.

A floracao eh tao intensa que a arvore parece ficar coberta de neve. Mesmo o tronco fica coberto de flores, e as vezes as raizes que afloram da terra tambem florescem. Abelhas comecam a polinizacao e o zumbido delas domina o dia inteiro. Logo aparecem as frutas pequenas de cor verde e comecam a crescer. Quando elas atingem o tamanho de uma uva grande a cor muda com listas amarelas e vermelhas para passar ao preto brilhante como espelho. O processo dura 40 dias quando hao chuvas suficientes.

Dentro temos a polpa saborosa e tres sementonas. O Virginopolitano chupa apenas a polpa e cospe o resto. Comparando-a com a melhor uva que ja chupei, jabuticaba eh muito melhor. Da fruta se pode fazer vinho, licor, cachaca e geleia. Cada um eh o melhor em seu genero. Se alguem consegue subir na arvore, chupa o melhor da fruta. Ela nao eh boa para transportar porque eh tao delicada que logo comeca a acidificar. Em poucas horas passa a prestar somente para fabricar bebida alcoolica.

Precisa-se ter cuidado com duas coisas. Primeiro eh que quando se comeca a chupar nao se quer parar. E isso faz seus rins trabalharem rapido e voce tera que pagar uma visita `a casinha. Mais tarde, quando precisar voltar para pagar pelo lado inverso, o produto saira como se fosse constipacao. Mas nao sera grande problema. As fezes somente virao mais duras mas a defecacao sera suave. O problema sera quando alguem engoliu as sementes. Tem gente que gosta. Para previnir o encalhamento eh so engolir algumas cascas junto. As cascas alisam a saida.

Quem ja estiver com agua na boca pode ir ao Brasil por volta de novembro. Nao eh imperativo ir a Virginopolis. Na Cidade de Sabara, que fica perto de Belo Horizonte, tem seu proprio festival e a tradicao de possuir a fruta. O Estado inteiro produz a fruta, a qual eh nativa por la. Quem nao tiver fundos para fazer tal viagem ja pode ter a fruta aqui nos Estados Unidos. Nao esta disponivel no comercio mas na Florida alguns mineiros plantaram a fruta nos quintais e ja estao chupando. Possivelmente eles nao irao se incomodar se alguem pedir para experimentar. Este eh nosso codigo de hospitalidade.

Bom, gostaria de comentar um pouco a respeito do festival que nasceu da fruta. Ele comecou com dois objetivos. O primeiro era o de arrecadar dinheiro para as sociedades beneficentes da cidade. Com o resultado, escolas, hospitais, maternidade, asilo e outros sao assistidos. A ideia surgiu entre os professores de Virginopolis e funcionou tao bem que quase todas as cidades agora tem o proprio festival. O que muda eh a epoca e a motivacao. Cada cidade tem sua especialidade como: laranja, banana, cana-de-acucar, etc.

O outro objetivo era levar de volta `a cidade os antigos moradores e suas familias para a ocasiao. O Festival da Jabuticaba virou um encontro das familias. Estranhos sao muito bem vindos tambem mas se nao tiverem contato com alguem da area eh dificil encontrar-se alojamento nos hoteis no periodo. A cidade eh servida por poucos e as cidades em torno podem servir de bases para os que possuirem os proprios meios de transporte. Tem la uma area de camping mas nao eh confortavel. Funciona bem para os jovens. E as casas dos moradores ficam lotadas. Eh como voce ver uma multidao de brasileiros em qualquer outro lugar no mundo. Eh barulhento e feliz.

Por volta de 1.976 fiz minha primeira viagem a Belo Horizonte e conheci uma cidade grande mesmo! Pelo menos, era um lugar onde residiam cerca de 2.000.000 de pessoas, sem contar as cidades da Grande BH. Nao recordo perfeitamente os detalhes porque fiz duas viagens relacionadas ao programa da escola. Uma para a Exposicao Agropecuaria de Barbacena e outra para a Semana do Fazendeiro da Universidade Federal de Vicosa. Numa delas eu permaneci em Belo Horizonte e encontrei com a parentalha.

Esportes sempre foram a minha atividade favorita. E futebol era o que o brasileiro mais sabia fazer. Eu gostava de voleibol e nadar tambem. Desde menino eu era goleiro, e bonzinho. Minha altura me ajudava nisso mas nunca fui perfeito. Mas porque no Brasil o goleiro era sempre o culpado de tudo que saia errado, abandonei o gol e experimentei outras posicoes. Mas um dia nosso time estava precisando de um goleiro e fui chamado para cooperar. Tentei e durante um treino cai de mal jeito sobre a bola, o que provocou uma lucacao terrivel no ombro direito. Nunca mais pude praticar meus esportes favoritos como fazia antes, e ainda sofri varios acidentes que me fizeram visitar os hospitais. Inclusive aqui nos Estados Unidos desloquei o ombro umas 2 ou 3 vezes. Nao muito tempo atras sofri uma cirurgia que resolveu o problema, porem, nao estou praticando mais esportes.

1.977 foi um senhor ano! Lembro-me ter tido uma inspiracao e comecar a escrever um livro, antes de julho. Este nao foi minha primeira obra. Quando tinha 13 anos escrevi um pequeno romance e o perdi. Tambem nao posso classificar minha adolescencia como feliz. Era muito timido e incapaz de falar fluentemente. Ler e escrever era como minha defensa, onde exalava minhas preocupacoes mais profundas. Comecei a escrever o livro sem saber o que aconteceria na proxima pagina.

Cada dia eu escrevia um capitulo, o que era um grande feito para mim porque eu detestava desenvolver os temas que eramos obrigados a desenvolver como trabalhos de escola. Sentia-me muito confortavel colocando minhas inspiracoes, que apareciam do nada, no papel mas nao sabia fazer o mesmo com as consideradas tarefas. Penso que o problema se dava porque nao tinha bom conhecimento de linguagem e sem inspiracao o trabalho ficava dificil.

Nao tardou e a primeira parte do livro ficou pronta e julho chegou. Penso que foi nessa epoca que fomos `a Cidade de Barbacena. Foi quando fiquei em Belo Horizonte, onde encontrei os primos: Hideraldo, que ja morava la, e Jose Maria, que estudava no Colegio Dom Bosco, em Cachoeira do Campo. E nos tres planejamos uma outra aventura que foi ir `a Cidade de Paracatu, onde a tia Maria Helena morava com a familia. Paracatu fica no lado oposto a Virginopolis no Estado e proxima `a Brasilia. Apos um breve momento por la, tio Carlucio disse que nos estavamos perto demais de Brasilia para nao darmos um pulinho para conhece-la, e como ele pagou as passagens, niguem reclamou.

Somente a tia Maria Helena se preocupou com o fato de estar enviando tres adolescentes, eu era o mais velho e tinha acabado de fazer 19, para aquela aventura perigosa! O Carlucio fez graca dos medos dela: “Quando o povo la por os olhos nesses tres marmanjos vai eh sair correndo deles!” E ele nao estava fugindo `a verdade. Eramos tres meninos de 1,80 m, com mochilas e roupa comum. Alguem poderia nos confundir com exterminadores, o que nao era uma coisa incomum no Brasil no tempo da ditadura. Mas chegamos sem incidente algum.

E nos encontramos com os familiares naquela cidade incomum. Ela ja tinha 17 anos, planejada e construida durante a administracao do presidente Kubistchek. Tudo era diferente em relacao ao que conheciamos. Nao tive a mesma impressao que tudo fosse bonito como outros visitantes da familia nos haviam dito mas era diferente com lugares muito bem feitos. Penso que minha primeira impressao foi distorcida pelo fato de estarmos no inverno brasileiro quando tudo esta seco, mesmo o ar. As plantas estavam secas demais para oferecer bom visual.

Como meu irmao Jesse ja morava la, nos fomos encontra-lo na Universidade Nacional de Brasilia. O que chamou mais atencao que os predios da universidade foi a presenca dos militares de olho nos movimentos dos estudantes. Jesse contou que, numa greve que eles haviam feito recentemente tinha um soldado que o apelidaram Hulk, porque o cara era um armario de seis portas abertas, era capaz de segurar tres estudantes de cada vez para joga-los nos camburoes.

Quando voltei, terminei meu livro. Antes, ja tinha uma ideia de como a estoria se daria. Mas, com certeza, as visitas `as cidades grandes ajudaram-me a colocar mais realidade nele. A segunda parte do livro eh relacionada `a opressao que nosso povo estava enfrentando e eu usei minha imaginacao para transformar as paginas numa boa aventura. (Posteriormente eu li e observei muitas semelhancas entre meu trabalho e o livro “A Pal utcai fiuk” (Os Meninos da Rua Paulo), do autor hungaro: Ferenc Molnar).

Na terceira parte eu sonhei com solucoes. Ate hoje nao sei como explicar como tive tantas ideias. Penso que meu livro tem um pouquinho de Julio Verne nele. Nele eu vejo a humanidade preocupada com todos os problemas e buscando solucoes para eles. O que nos separa eh esquecido e o objetivo eh buscar uma vida melhor para todos. As aguas sao partilhadas, os desertos transformados em jardins e mesmo a lua eh colonizada. Em certo sentido, o livro eh maturo demais para ter sido escrito por um menino de 19 anos, desde que os velhos senhores do mundo sao incapazes de promoverem a paz!

1.977 tambem foi o ano de minha formatura e, em 1.978, fui morar em Belo Horizonte. Dividia um apartamento com minha irma Magda, tres filhas da tia Ruth, autora de parte da nossa genealogia, duas outras garotas amigas delas e o irmao delas, Joelzinho. Tinha a ideia de trabalhar e estudar. E tres meses depois estava trabalhando na H. H. Picchionni, que ja mencionei antes. Porem, o salario era pequeno demais para levar a serio o projeto de continuar os estudos.

Entretanto, eu gostei de morar em Belo Horizonte. Ela fica no Centro do Estado e de la eu tive a oportunidade de ir a outras cidades nos finais de semana. Assim, pude conhecer lugares como: Colegio do Caraca, Serra da Piedade, e as Cidades de Ouro Preto, Sabara e Esmeraldas e outras mais.

Quando estava em Belo Horizonte eu tentei o vestibular mas o maximo que consegui foi aprovacao na primeira fase. Isso foi facil mas a segunda fase era especifica. Como eu tinha optado para veterinaria, tinha que provar meu conhecimento em biologia e quimica. Os dois testes me pareceram faceis mas o de quimica era baseado apenas em organica. Justamente o que havia perdido no segundo grau por causa do ano a menos em materias cientificas.

Na casa dos nossos pais eramos divididos em dois grupos, os cinco mais velhos e os quatro mais novos. Em assunto escolar tambem tinhamos uma grande diferenca entre os dois grupos. Os mais velhos frequentaram o sistema da coercao. Ate os professores podiam dar castigos fisicos para punir falta de atencao, ou cometer os erros que as criancas cometem. Nao havia estimulo para se estudar. Estudar para os jovens ja era um castigo!

E isso acarretava em grande prejuizo. Estudantes que nao eram aprovados num materia tinham que repetir o ano. Algumas vezes tinhamos meninos com 15 anos e ainda frequentando a quarta serie. Poucas eram as pessoas com boas notas. E boa parte dos estudantes paravam de estudar antes de concluir os quatro primeiros anos.

O segundo grupo, os quatro mais novos, comeca com meu irmao mais novo Ney. Ele eh mais de 2 anos mais novo que eu, o que era uma longa distancia naquele tempo. Todos os quatro frequentaram a pre-escola e outro tipo de escola. Para eles era mais estimulante. Os estimulos vinham nas bases do proprio ensino. Numa media geral eles tiravam notas melhores.

Nao culpo totalmente o sistema de ensino pelas minhas falhas na vida. Minha irma Magda tinha provada que com mais esforco a gente poderia se dar bem. Mas eu era um tanto preguicoso. Eu aprendia as licoes muito rapido e fazia as tarefas na escola. Isso era o suficiente para tirar boas notas nos primeiros quatro anos. O problema surgiu apos aqueles anos. Eu so estudava nas ultimas horas antes das provas. Mas isso era o suficiente para ser aprovado com um minimo de pontuacao. E naquele tempo era de apenas metade. Algumas materias que eu gostava, tirava notas boas de qualquer jeito. Mas eu acumulei deficiencias em matematica e linguagem. Posteriormente isso dificultou o meu aprendizado da porcao matematica da fisica.

Entao, enquanto eu estava em Belo Horizonte, meus dois irmaos mais novos, Ney e Odon Jose, ja tinham entrado na Universidade de Vicosa que tem especialidade agropecuaria. Dai eu pedi ao papai para deixar-me fazer o pre-vestibular la. Este preparava melhor para o vestibular local. Porem, as inscricoes na universidade se davam em agosto e a gente era obrigado a optar pelo curso que iriamos fazer. Antes de frequentar a universidade eu escolhi zootecnia. Eh um curso de nutricao, manejo e construcoes rurais. A escolha objetivava eliminar competicao, e nao satisfazer a minha aptidao.

Eu nao tinha nenhuma confianca em mim mesmo. Antes de a pessoa entrar em uma universidade no Brasil a competicao era tao grande e o que se sabia a respeito do que precisaria saber era tao pequeno que a gente imaginava que, qualquer um teria que ser um genio para ser aprovado no vestibular. Eu tinha inclinacao para estudar medicina humana. Mas era tao timido que fiquei apavorado so de imaginar o que eu faria para falar aos pacientes, principalmente mulheres. Dai pensei que fosse melhor fazer veterinaria. E nao havia ninguem para orientar-me a fazer uma escolha melhor.

Acabei fazendo opcao por minha terceira opcao em minha desorientacao. No Brasil nao tinhamos a escolha de entrar primeiro na escola e fazer a escolha de dentro. E, posteriormente, aprendi que teria que falar com os donos dos bichos de qualquer maneira, entao, ser timido nao seria razao para fazer escolha errada. E com o passar do tempo na escola eu quase perdi a personalidade timida que tinha, o que se daria tambem se eu tivesse tido sucesso em tentar medicina. Mas medicina humana nao era oferecida em Vicosa. Porem, a minha experiencia pode ajudar a outras pessoas no futuro.

Depois que comecei a fazer o pre-vestibular e fiz alguns testes simulados, e comparando meus resultados com os dos outros estudantes, comecei a ganhar confianca em mim mesmo. Porem, a escolha errada ja havia sido feita. Minha deficiencia em algumas da materias mais importantes, que eram quimica e biologia, fez-me dedicar-me mais a elas. E estudei os seis meses dedicando ao que era de mais valor para os testes especificos. Assim, nao tive nenhum problema em ser aprovado.

As provas se davam uma vez por ano. E entrei para a universidade sem base em matematica e era preciso fazer a materia chamada calculo. Assim, procurei ajuda, pensando que a escola ofereceria alguma assistencia suplementar. Mas o professor que procurei deve ter pensado que eu fosse doido por causa da surpresa dele com a minha pergunta! Ele apenas me informou que eramos supostos a termos as bases antes de entrar na universidade.

O primeiro ano la foi duro e eu aprendi licoes que ninguem gostaria de ter. Primeiramente eu imaginava que, porque era tao dificil ser aprovado, os estudantes universitarios seriam genios. Em contato com eles eu diminui minhas expectativas ao nivel de inteligencia nada superior `a media da nossa populacao. Tinham os genios, mas eram uma meia duzia de babacas. (Tou brincando).

Tambem, o meu conceito em relacao ao professor de nivel universitario era o de pessoas que de tanto saber suas disciplinas deveriam ser bons comunicadoras do que sabiam, de uma forma tal que todos poderiam entender rapidamente. Tambem pensava que bons professores seriam interessados em fazer discipulos em suas materias. Isso poderia funcionar em outro lugar, menos Vicosa! Nao era todo mundo mas boa parte dos professores la nao tinha a menor concepcao de ensino. Era bem conhecido o fato que eles manipulavam os testes de forma a reprovar uma porcentagem em cada classe. E eles tinham como melhores os colegas que reprovavam mais. Era como se eles estivessem competindo entre si e contra os alunos.

Nos anos em que estive la fui inspirado a escrever uma peca teatral na qual eu descrevo nossas vidas e atitudes diante dos desafios num tipo de humor bem estudantil. Eh uma peca satirica que mais se parece a um diario das conversar entre o grupo de amigos que moravam ou tinham ligacoes com o endereco: Apartamento 38, Bloco Pos Graduado. O nome da peca eh: Treisoitao, ou um Palavrao nao Muito Pornografico. O pornografico eh uma referencia `a nossa condicao de quase escravos.

No ano seguinte eu fiz outro vestibular para trocar de curso. Se eu tentasse trocar por meio de um processo interno eu poderia ter que esperar por seis meses ou mais por uma resposta que poderia ser negativa. Como eu tinha feito o pre-vestibular e frequentado aulas de biologia e quimica dentro da universidade, as provas viraram, como os americanos dizem: “Piece of cake” (pedaco de bolo) ou, como os brasileiros falam: mamao com acucar. A competicao foi de 15.2 estudantes por vaga. Um pouco mais de 600 pessoas tentando 40 vagas. O que foi triste eh que foi uma oportunidade a menos para os outros. Infelizmente!

Nao estou contando vantagem do meu feito. Entrar em Vicosa nao era tao dificil por ela ser uma universidade um pouco afastada de centros grandes e, alem de ser menos concorrida, tenho duvidas quanto ao nivel da educacao que os alunos que iam para la tinham. Por ser uma escola rural, boa parte dos concorrentes tinham saido de escolas de menor nivel como a que frequentei em Virginopolis. A concorrencia estava mesmo em outros cursos e outros lugares como os de medicina humana com mais de 40 candidatos por vaga. Quando a informatica comecou a ser ministrada naqueles anos, dava 70, 80 candidatos por vaga.

Isso foi no ano de 1.982. Normalmente eu me formaria quatro anos e meio depois. Porem tive um problema numa materia extra curricular. Tentei resolver o problema por vias normais, atraves do departamento de educacao. Eles me negaram o direito em todos os niveis. A negacao mais esdruxula veio do Conselho Federal da Educacao. As pessoas de la nao sabiam nem ler o relatorio de uma altarquia inferior. Elas confundiram o numero de creditos completados com o codigo dos departamentos onde estudei algumas disciplinas.

Eu queria enviar uma apelacao mas minha irma, Magda, que eh advogada, disse que nao valeria a pena tentar. Como eu estava na escola por causa de apenas uma disciplina no semestre e estava certo de que seria aprovado, a resposta delas poderia ser assim: “Voce esta correto mas desde que ja esta aprovado nao ha necessidade de atender seu pedido.” O que eu desejava era criar jurisprudencia para outros que por acaso se vissem envolvidos na mesma confusao no futuro. Minha irma nao estava comigo nessa boa acao.

Fui aprovado e recebi meu diploma um ano apos a maioria dos meus contemporaneos. 2.012 sera as nossas bodas de prata. Mas a minha decepcao com tudo o que aconteceu no tempo de universidade cobrou seu preco. Perdi qualquer entusiasmo em exercer a profissao. Outro detalhe, a minha formatura veio em 1.987 e o Brasil estava num dos momentos economicos mais dificeis. A maioria dos formandos nao tinha onde se empregar. As oportunidades eram sempre as de pegar algo sem ligacao com o diploma. Ou, o que eh o melhor no Brasil, ser aprovado num concurso publico. Mas ate os concursos estavam suspensos.

No mesmo ano em que comecei a veterinaria, 1.982, coincidiu com os 90 anos do vovo Juca. Os netos dele, que estudavam em Vicosa, fizeram a viagem de volta a Virginopolis para encontrar com, no minimo, cem dos descendentes e outros parentes. Ele nasceu em 12 de junho de 1.892. Posteriormente o 12 de junho virou o equivalente ao dia de Sao Valentino (dia da amizade, bastante festejado aqui nos Estados Unidos) para os brasileiros. No ano seguinte ele faleceu por volta de marco mas nao pudemos fazer a mesma aventura.

Vovo Juca eh uma das pessoas que aumentam a media de vida na familia. O bom numero de nos vai aos 80. Outros vao muito mais. Por volta do tempo em que vovo morreu nos tivemos a tia Marina (Nenen) que chegou aos 101. O recorde so foi batido em 2.008 por nosso primo, Seo Gabriel Coelho de Oliveira. Tinha 103 quando faleceu. A madrasta do vovo, tia Virginia, e os irmaos dele: Aquiles (Seo Ti) e Joao ultrapassaram a marca dele ou chegaram perto. O filho dele, tio Murillo faleceu aos 93 e a filha, tia Merces, esta viva com 91. Minha mae, Judith, esta com 86. Muitos da geracao dele, como as tias: Edith, Maricas, Olga, Vita e outros chegaram proximas aos 100.

Ja estava fazendo a versao portuguesa deste texto e ontem o meu irmao Fernando mandou uma nota avisando que nossa prima Marilia de Magalhaes Barbalho falecera no dia anterior, 28 de janeiro. Ela nasceu em 26 de marco de 1.916. No mesmo ano de nosso tio Murillo Coelho. Marilia fora a parteira de Virginopolis por muitos anos, naquele tempo em que a cidade raramente tinha um medico. Muitos de nos nasceu com a ajuda das maos dela. Chegou quase aos 96. Nunca foi casada mas ajudou a criar tres criancas: Luciano, Francisco e Nadyr. Francisco, ou Chiquinho, tem muito tempo que mora nos Estados Unidos. Luciano tambem rodou uns tempos aqui.

Nao tenho certeza se existiu outra entre elas mas antes dela a parteira local fora Eugenia Nunes Coelho, mais conhecida pelo apelido de Sinha Gininha. Ela era a mae da vovo Petrina. E tambem ultrapassou a barreira dos 90. Nao tenho os dados dela mas lembro-me que, quando estava fazendo o terceiro ano, o Grupo Nossa Senhora do Patrocinio enviou a terceira e a quarta series ao sepultamento dela. Foi uma homenagem impar porque nao recordo que ninguem mais tenha recebido tal distincao. Era 1.968 e ela deve ter nascido por volta de 1.875.

Nossa bisavo Candida de Magalhaes Barbalho, de quem nao tenho a data de falecimento porem nasceu em 1.858, faleceu apos ao nascimento dos meus irmaos mais velhos: Fernando (1.952), Celeste (1.954) e Jesse (1.955). Em 2.009, visitando a parentalha no Brasil, nos fomos `a fazenda que eh conhecida como Fazendo do Seo Joao de Souza, que fica entre as cidades de Divinolandia de Minas e Gonzaga. La encontramos a Emidia, entao com 94, e Vita, 91 anos de idade. Com elas estavam o Xisto, 80, e Diva, 76. Eles sao netos da tia Emygdia e irmaos do professor Matosinhos Figueiredo. Pela saude que tinham na epoca, hoje podemos adicionar mais tres anos nas idades deles.

Em 2.010 tivemos o renascimento no Ceu das tias Olimpia (Olimpinha), nascida em 1.920 e Maria Jose (Zeze), nascida em 1.922. Elas eram as ultimas filhas vivas dos bisavos: Olimpia e Joao Rodrigues Coelho. A segunda familia do vovo Joao continua viva. Da mesma forma que o tio Otavio Coelho de Magalhaes, que nasceu em 1.919 e eh o viuvo da tia Zeze. Nao direi mais nada a respeito disso porque nao sou eu quem sabe de tudo.

Todos eles tinham certa variabilidade genetica porque descendiam da mistura de racas e viveram a maior parte de suas vidas de forma natural, sem ingerir aditivos em sua alimentacao. Penso que chupar jabuticaba aumenta a longevidade. Eles comecaram as vidas deles antes do avanco da medicina e tinham resistencia natural `as doencas. Mesmo eles tendo pais que eram parentes proximos entre si parece que isso nao causou efeito contrario na longevidade. Mas nao penso que em nossa geracao teremos a mesma sorte porque um grande numero de nos eh repetidamente descendente de varios casamentos entre parentes proximos. Talvez venhamos a falecer em idades semelhantes `as que eles morreram, porem, com ajuda da medicina moderna, nao por meio de alguma capacidade `a prova de dor igual `a deles.

Nem tudo o que aprendi na universidade eh de se jogar fora. Sempre ha como usa-lo em nossas vidas. Porem, tive duas licoes que ja podemos fazer uso em nossas vidas. Tivemos um professor, se a memoria nao estiver falhando, cujo nome era Patarroyo. Ele eh boliviano. Era famoso na escola porque descobriu algum segredo na pesquisa da vacina contra malaria. Alguns diziam que logo logo ele poderia ser capaz de produzir a vacina contra a doenca.

Uma vez durante a aula ele nos perguntou o que fazer para livrar-nos de uma doenca. Com a nossa inexperiencia comecamos a pensar em termos de remedios. E ele disse, em minhas palavras, a coisa correta a fazer eh eliminar os susceptiveis. Todo mundo ficou com cara de bobo e o questionamento era mostrado em nossas testas. Se a gente estivesse pensando em animais, o custo seria muito alto para qualquer produtor. Em termos humanos seria uma sacanagem.

Candidamente ele sugeriu a resposta. Pensem na vacina! Todo mundo abriu um sorrisao em alivio.

A segunda licao nos veio de um professor portugues. E aqui peco ao leitor para prestar atencao dobrada porque o significado disso pode estar acontecendo agora nos Estados Unidos. Nao no mesmo assunto, porem, mais tarde eu voltarei a essa estoria para explicar outra coisa mais importante. Nao recordo o nome do professor portugues porque ele nao era do nosso departamento. Penso que ele fosse parte do Departamento de Ciencias Humanas. Nos tivemos aula com ele numa materia de estudos sociais, que se dava uma vez por semana, e cada dia era lecionado por um professor diferente.

Naquele tempo a gente estava assustado com o descuido do governo com a educacao. Mas isso nao era novo e a gente sabia. Mesmo lendo o livro do primo Dermeval agora a gente pode perceber isso. Ele menciona o professor Manoel Coelho de Moura Guimaraes, que era neto do escritor portugues: Jose Coelho de Moura. O Coelho dos nomes deles tem origem diferente dos outros que ja mencionei. Na pagina 149 ele menciona isso: “Em 1.899, mudou-se para Sao Jose do Jacuri, exercendo o magisterio ate quando o Governo SILVIANO BRANDAO, por economia, fez o corte de muitas escolas.”

O professor Manoel era casado com nossa prima Maria Francelina Pimenta, neta da nossa tia Maria Balbina de Santana e do marido dela: Boaventura Jose Pimenta. E a situacao deles na epoca nos mostra com clareza como educacao era vista no Brasil pelos administradores. No Brasil, educacao sempre foi tida como despesas, nunca como investimento. E o que agravava mais era isso, basicamente as instituicoes governamentais sao as maiores provedoras de educacao e o povo nao tem condicoes financeiras para buscar instituicoes privadas. Assim, o Brasil sempre esteve atolado no ciclo vicioso da ignorancia, usado pelos ricos para explorarem o povo.

Mas o que eu estava mesmo falando era sobre a informacao que tinhamos de que, de cada 1.000 pessoas que entravam nas escolas primarias somente 17 entravam nas universidades. E estas estatisticas nao dizem tudo. Nao sabiamos o numero daqueles que nem entravam nas escolas, cujo numero era alto, nem dos que paravam de estudar antes. E alguem fez a associacao disso com a definicao de eficiencia dos motores. A eficiencia dos motores eh medida pelo quanto de energia eles precisam para converter em trabalho util. Na epoca estava em 50/50. O que quer dizer 50% de eficiencia.

Ai o professor pediu para a gente analisar de outro angulo. Para nos, era obvio que 1,7% de eficiencia no ensino era uma perda total. Como alguem poderia pensar que o ensino no Brasil seria eficiente com tal taxa? Mas ele apenas disse, em minhas palavras, Imaginem que, voces estao pensando que o sistema de ensino brasileiro foi concebido para educar ao povo. Entao, pensem no lado oposto. Imaginem que a educacao no Brasil foi concebida para deixar o povo na ignorancia. Entao, a taxa de eficiencia eh de 98,3%. Alguem de voces conhece algo com tamanha eficiencia?

Eh triste mas ele estava certo. O objetivo de nossas greves era elevar a eficiencia da educacao no Brasil. E a gente passou a entender que o nosso trabalho era muito maior do que pensaramos porque contavamos que os governantes estariam procurando fazer algo a favor da nossa educacao mas eles estavam era nos dando uma rasteira, com toda eficiencia. Logo depois ouvimos que o professor estava prestes a voltar para Portugal. Mas nao me recordo qual foi o final dessa parte historica.

Mesmo em Vicosa tudo virou familia. Alguem de Virginopolis ja havia sido estudante por la. Mas foi em 1.978 que o primo Jose Maria esteve la para fazer o segundo grau. No ano seguinte o meu irmao Ney e ele foram aprovados no vestibular. Em 1.980 foi a vez do meu irmao Odon Jose e do primo Hideraldo (Pitha) que tentaram e passaram. Outros tentaram mas nao conseguiram. Naquele ano eu fiz o pre-vestibular la e, em 1.981, finalmente, consegui o meu primeiro sucesso. Dai para frente outros primos se juntaram a nos. Na lista temos: Flavio Jason e as irmas dele: Grazziella e Kira. Socorrinha, irma do Pitha. Geraldo Magno (Deia), Angelo e Iranelson (esse eh nosso primo nascido em Governador Valadares).

Ja se encontrava la o professor Matosinhos de Souza Figueiredo, neto de nossa tia-bisavo Emygdia Honoria Coelho e do marido dela: Amaro de Souza Silva. Eles sao do ramo da Familia Coelho que multiplicou-se em Virginopolis, Gonzaga, Divinolandia de Minas, Santa Efigenia de Minas, Sardoa e por ai vai.

De familias nao diretamente ligadas a nos, tivemos as irmas Kedina e Atila. Depois a Kedina casou-se com nosso primo Odilonzinho, mais conhecido como Dil. O casal veio para os Estados Unidos e permaneceu aqui por muitos anos antes de aventurar-se no Brasil. Nao estou certo se eles retornaram para aqui mas nao seria problema porque sao legalizados. As irmas sao da Familia Lucio e ate onde eu sei, mais da metade da Familia Lucio eh misturada com a Familia Coelho. Tambem tivemos como contemporaneo o amigo Geraldo (Lay) Ferreira. Infelizmente ele faleceu alguns anos depois, deixando criancas menores.

Apos eu me formar procurei trabalho por volta de seis meses e terminei voltando para Virginopolis. Meus irmaos que haviam formado antes estavam la, improvisados como professores de segundo grau e tomando conta do nosso pedaco de terra que fora em parte herdado do vovo Cista. Dois tercos dele haviam sido comprados por papai dos irmaos dele. Logo eu estava tambem na fazenda.

Nao recordo todos os detalhes mas 2 ou 3 anos depois eu estava sozinho na fazenda e dando aulas nos segundo graus de Virginopolis e Divinolandia de Minas. As duas cidades ficam somente 10 km distantes uma da outra e comecei inclusive a ir de bicicleta. Dessa forma eu tinha o que fazer, das 6:00 da manha ate `as 10:00 da noite.

E comecei a gostar de dar aulas. Meu entusiasmo acabou afetando meus estudantes. Ensinei tres materias diferentes: geografia, quimica e biologia. Depois me foi oferecido lingua inglesa mas a minha honestidade impediu-me de pegar. Quando fiz o ginasio tinhamos frances e ingles. Mas a escola estava adotando um programa novo e acabei tendo quatro anos de frances e nenhum de ingles. Tive um pouquinho de ingles no segundo grau. Nas outras tres materias eu confiava no meu taco.

Mais do que dar aulas eu tentei passar para os alunos minhas experiencias. Insistia com eles para nao estudarem apenas para tirar notas. Na minha opiniao devemos buscar o conhecimento. Aprender porque o que se aprende ninguem te toma. Essa era a primeira licao para cada classe. E eu seguia os estudantes de perto. Muitos tinham dificuldade em entender as materias e eu identificava as razoes com clareza. Todos tinham inteligencia mas alguns nao tiveram boa assistencia escolar nos primeiros anos. Ajudei no que pude.

Eu dava provas um pouco dificeis. Mas nao para derrubar os que estavam tendo notas ruins. Eu trocava os maus resultados por nova chance a eles. E eles entenderam a ideia. Muitas vezes na minha vida eu tirei notas ruins. O problema foi que eu aprendia com meus erros mas o que eu aprendia com isso nao era computado em minhas notas. A avaliacao que fazia dos alunos contava com boa parte do comportamento. Eu enxergava o sinal de interesse em aprender como mais importante que fazer tudo na primeira vez. E eles entenderam e a maioria fez-me ter orgulho do desempenho dela, tirando boas notas, nao apenas em minhas materias.

Naquele tempo tinhamos algumas particularidades acontecendo na educacao brasileira. Eu ja falei que os politicos brasileiros nunca tiveram a educacao como investimento para o futuro. E isso podia ser mostrado pelo fato de que, desde que a lei que garantia que as escolas de segundo grau teriam conteudo profissionalizante, e um deles seria treinamento para professores a nivel primario, todas as cidades pequenas tinham sua escola de professores primarios. E todas as vezes que eu entrava a primeira vez em uma classe eu fazia a pergunta aos estudantes: Quem de voces quer ser professor? Algumas vezes dois, na maioria das vezes um respondia sim. E eu pensava comigo mesmo: Quanto esperdicio de dinheiro e talentos?

Os salarios de professores eram tao baixos que quase todo mundo era treinado para ser professor e a ultima coisa que eles queriam era ensinar. Uma de minhas irmas falou uma vez que ela ficava admirada de ver algumas de suas contemporaneas dando aulas porque elas haviam sido as consideradas piores estudantes na classe dela. Ela percebeu isso depois de ir embora para trabalhar com coisa melhor.

Observando a situacao eu criei um projeto que envolveria cerca de 10 cidades ou mais da vizinhanca. Cada cidade ofereceria um curso diferente. Profissoes que pudessem ser praticadas localmente. Mas algumas estradas precisariam ser construidas para haver ligacao direta entre as cidades. Atraves dos onibus escolares os estudantes poderiam ser trocados todos os dias para estudarem o tecnico que mais gostassem. Assim, os alunos poderiam escolher estudar em sua propria cidade ou ir a outra, de acordo com suas tendencias. Para mim eles ficariam mais felices, interessados, conhecerem pessoas novas e teriam menor necessidade de mudar-se para ambientes mais negativos de grandes cidades apos graduarem.

Enviei o projeto para ser apresentado num congresso de professores em Belo Horizonte. Mas, por causa de uma greve que houve, o congresso foi transferido para outra cidade, no Sul do Estado, e nunca pude ir la. Ficava caro demais para o meu pagamento. Enviei o projeto escrito e nunca fui contatado a respeito se houve alguma reacao a ele. Nele eu pedia para restaurar-se o curso cientifico em tres anos e, so depois, iniciar-se-ia dois anos complementares do tecnico. Assim, quem desejasse seguir carreira universitaria nao seria prejudicado e quem desejasse ter apenas o grau de tecnico nao perderia nada em adquirir mais conhecimentos.

De certa forma, agora, esta sendo posto em pratica la. Nao no nivel de segundo grau. Algumas profissoes nao podem ser mais praticadas apenas com o nivel de segundo grau no Brasil. Agora eh preciso ter o nivel universitario. E as faculdades tem sido multiplicadas por la. Ate Virginopolis tem a sua propria. Eu vim para os Estados Unidos logo depois do congresso de professores ter sido realizado.

Antes de eu comecar a dar aulas, comecei a namorar Maria da Penha, tambem conhecida como Penhinha. A familia dela morava em Santa Efigenia de Minas e ela havia ido para trabalhar em Virginopolis. Morava com uma de nossas primas. Ela tinha 21 e eu 31 anos. Nao tinha completado o segundo grau e acabou se tornando minha aluna por um tempo. Mas o nosso nivel de ensino era mais elevado que o que ela tinha recebido antes e nao foi ate ao final.

O problema nao era o nivel de ensino nem falta de inteligencia. O problema numero um no Brasil era mesmo a falta de estimulo para estudar-se. Penhinha, no trabalho dela, que nao exigia quase nada de escolaridade, ganhava dois tercos do eu ganhava como professor. E lembro-me de estar ganhando US$ 130.00 por mes. O que isso comprava para nos? Talvez desse para arrendar um pequeno apartamento e pagar o que comeriamos, nada mais.

Eu so estava la porque morava na casa de meus pais e administrava a fazenda. E isso era outro problema. O nosso produto principal era o leite. E o meu conhecimento dessa producao era o suficiente para fazer nossas vacas produzirem 12 litros de leite por dia sem usar tecnologias caras. Porem, para comeco, seria preciso capital que nao poderia vir de bancos por causa dos juros excessivos. O preco do leite no Brasil era tao baixo que ninguem poderia tomar emprestimo para produzir. Quem fizesse arriscaria perder tudo.

O que eh bom com respeito ao clima de Virginopolis e regiao eh que, as temperaturas nunca vao tao alto nem tao baixo, fazendo disso ideal para termos vacas `a solta. Inclusive as plantas que servem de alimento para o gado permanecem o ano todo verdes se forem aguadas nos quatro meses da seca. A bem da verdade, quando estive la em julho de 2.009, houve pelo menos uma chuva por semana e meu irmao disse que teve pastos verdes por todo o ano.

Outras coisas estavam acontecendo por volta de 1.993. Desde os anos 60 o povo da nossa regiao comecou a ir para os Estados Unidos. Ainda nao era uma forma popular de sair da pobreza. Ja disse antes que naquele tempo a migracao intensa era para Governador Valadares, Belo Horizonte e Brasilia. E um de nossos amigos, Walter Passos, que inclusive chegou a apresentar-se em shows de televisao em Belo Horizonte, sob o apelido de Tony Passos, veio para os Estados Unidos por conta propria. Um tempo depois, outros, entre estes os irmaos dele, tambem vieram.

Nos anos 70 mais e mais pessoas da regiao tomaram conhecimento disso e os seguiram. Governador Valadares tornou-se o centro das operacoes da migracao em massa. Os proprios Estados Unidos instalaram um consulado la, por pouco tempo. Nos anos 80, com a economia brasileira indo de mal a pior, a intensidade da migracao foi tanta que o consulado foi fechado e o povo da regiao passou a ter que ir ao Rio de Janeiro buscar vistos. Mas se a pessoa fosse da regiao de Valadares os vistos eram negados facilmente.

E o maior problema era a falta de criterio. Todos conheciam alguem que teve o visto negado. Em nosso caso, o primo Lincoln Lucio teve o dele negado. Ele havia sido prefeito de Virginopolis, era comerciante bem estabelecido, tinha filhos morando aqui mas a viagem dele era apenas para visita mesmo. Por outro lado, o cunhado dele, Mucio Moreira, um cara divertido, tinha sua propria fazenda mas estava quebrado, vinha para trabalhar e ganhou o visto.

Como a situacao economica brasileira caiu ao nivel do desespero e o consulado americano comecou a dar vistos como se fosse loteria, isso abriu as portas para os traficantes. Logo todo mundo conhecia alguem que sabia o caminho de conectar-se com eles. Eles forneciam vistos falsos, passaportes falsos e inclusive circuitos de viagem que colocavam o migrante dentro dos Estados Unidos. Quanto mais a policia aprendia a detectar as falsificacoes, mais o trabalho dos traficantes ficou sofisticado. E tambem mais caro. Pelo menos US$ 10.000.00 por pessoa.

Minha namorada tinha muitos amigos que ja estavam aqui. Provavelmente eu conhecesse muito mais que estavam tambem mas nao sabia para onde eles tinham ido. Era impossivel alguem da regiao nao conhecer alguem que tinha vindo. A minha irma Lola ja estava aqui. E a Penhinha comecou e pedir-me para tentarmos. No comeco eu nao levei a serio. Depois passei a analisar a situacao e abrir a mente. Ela nao tinha futuro no Brasil, a menos que eu usasse meu diploma para encontrar um bom trabalho. A oportunidade dela seria ser do lar.

Fomos `a Policia Federal para fazer os passaportes e os mandamos para um despachante no Rio de Janeiro. No Brasil costuma ser a unica forma de conseguir-se fazer isso. So via intermediarios. A minha primeira intencao fora a de ir direto ao consulado para pedir o visto. Mas todo mundo sabia que se em qualquer circunstancia a pessoa admitisse que tinha a intencao de migrar era garantia de visto negado. Isso para mim nao fazia sentido porque se os Estados Unidos tivessem um criterio para migracao, provavelmente muito menos pessoas tentariam entrar por baixo da cerca.

Nossos vistos foram negados e nao ficamos sabendo porque. E eu nem quis saber disso. Eu nao estava mesmo ansioso para vir e tinha tentado segundo a vontade da Penhinha. Mas a situacao brasileira deteriorou muito. O presidente Fernando Collor tomou um chutao no traseiro por corrupcao. O sucessor, Itamar Franco, herdou um pais em caos e declarou a moratoria do pagamento da divida externa. E a banca internacional retaliou, impondo mais sobretaxas.

A partir da situacao eu antecipei que o Brasil iria perder mais uma decada em sua economia. E o futuro nao prometia nada. O nosso proximo presidente, Fernando H. Cardoso, havia dito para esquecermos o que ele havia escrito tempos atras, quando ele era professor e exilado da ditadura. Eu sabia que a administracao dele seria igual a esta que os Republicanos estao propondo para os Estados Unidos agora. E esta eh uma das razoes porque ando preocupado.

Ha muito tempo atras eu ja acreditava nas mudancas climaticas. Nao. Nao era porque os cientistas o disseram. Quando eu escrevi meu segundo livro, em 1.977, quando as evidencias das mudancas eram pouco conhecidas, eu coloquei o assunto como parte do meu trabalho. E eu vi duas coisas que confirmavam isso nos ultimos anos em que vivemos no Brasil por minha propria experiencia. Na primeira, nossa casa precisava de uma pequena reforma. Era epoca do inferno e nos mais de 30 anos de minha vida nos nunca tivemos chuva nesse periodo. O que precisava ser reformado era o teto de uma puxada lateral da casa, usada como area de servicos.

Foi so a gente tirar o teto, veio uma nunca esperada chuva torrencial. A gente estava acostumado a isso, no verao. Eu estava sem acreditar e mamae culpou-me pelo desastre. E eu disse para mim mesmo: Ela esta com raiva eh do acontecimento mas quando o conserto ficar pronto ficara feliz. E eu estava certo. No proximo inverno tivemos chuvisco na mesma epoca. E os dias ficaram mais frios. Eu observei particulas pequenas caindo como penas entre as gotas de chuva. Isso virava agua no momento em que se encontrava com a terra morna. Pensei que fosse algum tipo diferente de granizo, ao qual estavamos familiarizados pelas muitas vezes visto nos veroes da vida.

De qualquer forma, nesse tempo eu fui pessoalmente `a Embaixada Americana, em Brasilia. Era mais conveniente para mim. Sabia que tinha muitos primos no Rio de Janeiro mas nao tinha intimidade. Eu nao conhecia o Rio direito. Por outro lado, Brasilia eh muito facil de se conhecer, eu tinha estado la por mais de um mes e, como em Belo Horizonte, era dificil andar pelas suas esquinas sem encontrar um amigo ou parente. Nos temos centenas de parentes em Brasilia.

Eu decidi ir pessoalmente porque tinha a impressao de que a minha aparencia europeia pudesse ajudar-me de alguma forma. E eu era um jovem adulto. Juventude eh sempre mais atrativa, antes que se conheca a pessoa em alguns casos. E tinha a maturidade em meu favor. Maturidade eh o que eh atrativo em pessoas de idade. Eu esperava, com todo respeito, contrargumentar e defender-me na entrevista. E a unica coisa que deu errada foi isso, nos estavamos a mais de 6 meses antes da viagem, cuja motivacao era a lua de mel. E a validade dos vistos que estavam sendo expedidos para turistas era de apenas 6 meses e fui convidado a voltar depois. Fiz isso em setembro e a viagem estava planejada para dezembro.

Nos casamos em 5 de dezembro e, a 13 de dezembro, pegamos o aviao em Belo Horizonte. 14 de dezembro estavamos em Miami. Tres dias depois eu estava trabalhando numa fazenda, Fazenda Imaginacao, ajudando a ordenhar vacas. Eu era o unico brasileiro naquele setor da companhia e todos os meus colegas eram mexicanos ou outros centramericanos. Estava surpreso porque era capaz de compreender o que falavam mas eles nao entendiam o que eu falava em portugues. A coisa mais proxima ao espanhol que eu sabia era o que houvera ouvido nos velhos filmes do Cantinflas. Pedro, um deles e provavelmente de El Salvador, disse que eu parecia falar como um nobre. Eu fiquei sem saber se ele estava tirando sarro ou falando serio.

Um mes depois ja estava podenda pagar pelo meu proprio carro. Um Toyota por US$ 500.00, com mais de 10 anos de uso. Nao importa. Estava rodando. No Brasil eu jamais encontraria um carro tao barato. Logo ele apresentou um problema que gastei quase o mesmo preco para consertar. A gente estava maravilhado com as coisas que compravamos e eram proibitivas no Brasil. Minha esposa estava sendo treinada por minha irma para limpar casas, ao estilo americano, e preparando um esquema para ela trabalhar. Ela tambem comecou a ganhar algum dinheiro.

Uma das orientacoes que tivemos foi para solicitar o numero do Social Security. (Funciona como numero de identidade). Ha 18 anos atras somente uns poucos sabiam que era legal naquela epoca solicitar o numero. Ele nao era necessario para obter-se a carteira de motoristas e a maioria dos brasileiros nao sabia da importancia disso. Mas logo nos aprendemos a respeito de um dos usos. Minha esposa estava tendo algumas nauseas e minha irma a orientou a fazer o teste rapido. Deu positivo.

Entao, agora eramos tres. E a Penhinha so pode ter ficado gravida no dia em que nos casamos. Nos dias anteriores ela estava tao preocupada com nosso casamento e a viagem que perdeu todas as contas. Era a primeira vez dela tao longe da familia e do Brasil. Ficou de certa forma desesperada. Antes que se pensasse ela so chorava por falta da familia. Eu estava em meu lugar. Tinha primos e irma por perto. Inclusive a barreira da linguagem nao incomodava. Eu confiava que aprenderia com o tempo.

Mas a carga ficou tao pesado para ela que concordei em virmos para Massachusetts. Eu nao sabia o que encontrariamos mas ela tinha amigos de Santa Efigenia que ja moravam aqui. Eu nao tinha preconceitos em tornar-me amigo dos amigos dela. E o trabalho na fazenda estava dando-me dor de cabeca. De dois em dois meses a gente tinha que trocar os turnos. Eu nao podia ter outro trabalho e os US$ 280.00 por semana que estava ganhando, apos os descontos, nao eram suficientes para a nova situacao.

Fomos recepcionados no Aeroporto Logan, em Boston, pelo amigo dela, Valmir. Ele nos levou para uma casa em Boston onde vivia um casal de Santa Efigenia de Minas: Natalicia (Taica) e Geraldo (Ladinho), com as gemeas, Stephanie e Jennifer, que tinham acabado de fazer um ano e estavam comecando a falar. Ladinho eh primo da Penhinha e tambem meu, por vias diferentes. Eu nao sabia como, mas um dia eu estava conversando com a irma dele, Aparecida, em frente `a casa de meu pai e ele chegou e perguntou a ela os dados da familia. Dai ele explicou a ela como nos eramos parentes. Eu nao havia prestado atencao naquele tempo.

Agora eu sei que eles sao bisnetos da tia Emygdia Honoria Coelho. La nos tambem encontramos a irma dele, conhecida pelo apelido de Cotta (Socorro) e o marido dela: Jose Maria, que ja era meu conhecido de Virginopolis. Penso que o irmao deles, Sebastiao, tambem estava junto. Somente anos depois eh que vim a saber que a Taica eh nossa prima em dobro tambem. Ela descende duas vezes da tia Emygdia.

O nosso destino final era o distrito de Framingham, onde moramos desde entao. O final de semana foi para conhecer alguns amigos da Penhinha que ja moravam aqui. O casal Shella e Siqueira iriam dividir um estudio conosco no Predio Brookside. O Siqueira eh uma das poucas pessoas no Brasil que conheco apenas pelo sobrenome. Como o Ladinho, ele era policial no Brasil. No Brasil a policia militar esta subordinada ao exercito. Eles tinham muitos colegas na mesma situacao. Eles abandonaram seus postos e a qualquer tempo que voltassem ao Brasil teriam que pagar uma pena de prisao. Depois seriam reincorporados. Como a maioria dos serventes publicos brasileiros, tinham um salario baixo e muitos correram o risco para, pelo menos, terem casa propria e comecarem um negocinho que poderia complentar os soldos deles.

Segunda era o dia. Valmir era o homem dos contatos e era chefe de servico na firma de jardinagem e em outra firma de limpeza de escritorios. Comecei a trabalhar nos dois. Logo eu estava trabalhando 70 horas por semana. Isso dificilmente me dava US$ 400.00/semana. Minha esposa tambem comecou a limpar escritorios. Mas eu nao estava tranquilo porque o meu servico principal, jardinagem, nao era emprego para o ano todo. Ele para durante o inverno por mais de 4 meses `as vezes.

De qualquer forma estava feliz. Pelo estudio a gente pagava somente US$ 200.00 por mes. Com outros US$ 50.00/semana, mais ou menos, pagavamos o supermercado. Eu tinha que comprar outro carro e o nosso chefe na limpeza vendeu-me um para pagar em parcelas. Quebrei a minha palavra e liquidei a conta mais cedo.

Tudo estava indo bem antes do verao chegar. No inicio, o nosso primeiro contato com o lugar foi chocante por causa do frio. As arvores pareciam mortas sem folha alguma. Nos estacionamentos tinhamos montanhas de neve acumuladas. A estacao de 1.993-4 tinha sido uma das que mais acumularam ate entao. Nos comecamos varrendo areia dos estacionamentos e sobre as gramas. Este foi um dos servicos mais dificeis que fiz por aqui. Ate julho a gente encontrou gelo debaixo da areia, que eh usada para ajudar a espalhar sal e derreter a neve.

Entao, o verao chegou. Entre os servicos que faziamos um era consertar asfalto. Num final de semana a gente era suposto fazer uma pintura com um produto asfaltico. Minha parte no servico era proteger o gramado com uma peca de compensado. Quando alguem jogou a tinta, o produto espirrou um pouco em minha perna e descobri que era alergico a isso porque comecei a ter uma coceira imediatamente. Nao pude continuar esse trabalho e o Valmir logo indicou-me para trabalhar com outra pessoa. Mas a firma dela era pequena e estava me dando servico por apenas 2 ou 3 dias/semana. Apesar do pagamento por hora ser melhor.

Ao mesmo tempo a gente comecou a conhecer melhor Framingham. E comecamos a frequentar a igreja. A igreja catolica tinha missas em portugues, ministradas por padre brasileiro. Padre Roque Patuzzi. Dai, para a nossa surpresa, comecei a reencontrar pessoas que eram de Virginopolis. Muitos haviam mudado para Governador Valadares antes de virem para ca. Logo descobri que a maioria dos conterraneos que moravam no exterior estava aqui. Duzias deles eram meus parentes.

So para dar nome a alguns. Sandra, Delza, Marcio e Roberto, irmaos e netos da tia Biloca. Guilherme e Almir, mesma coisa. Adriano e Andre, filhos do Cilico. Marlene da tia Maria e filhos. Ge e Wilmar, filhos do seo Oswaldo Perpetuo. Infelizmente, o Wilmar faleceu julho passado de ataque cardiaco em Virginopolis. Marcelo do Seo Gil. Leonardo, da tia Oneida. Kedina e Dil e os irmaos dele. Ramon e Ruizinho, do Rui. Estes eram os que ja estavam aqui mas logo outros chegaram como: Nilma e Nilton, irmaos do Ge e Wilmar. Agnello, neto do tio Darcy, cuja cunhada, Alice, ja estava aqui. O casal Dirceia e Carlos do No. Estou mencionando apenas os que via mais frequentemente. E mais tarde tivemos primos como: Rui, filho da tia Odette. Eonio, filho da tia Odila e irmao da Ivania, autora de nossa genealogia. Nem vou mencionar mais para isso nao virar lista telefonica!

Eh preciso mencionar mais dois coisas importantes daquele tempo. Eu convidaria ao leitor a visitar a pagina: http://www.infoplease.com/ipa/A0104719.html para dar uma olhada na variacao anual de desemprego nos Estados Unidos. Ai a gente pode observar as taxas sempre diminuindo a partir de um pico, parecido com o que temos hoje, nos anos 80 ate ao ponto minimo de 4.0% em 2.000. Apesar disso, o que chamava a atencao dos imigrantes era a pergunta: Como eh possivel existir americano desempregado se nos ao chegar logo comecamos a trabalhar 60, 80 e ate 120 horas/semana? Pois eh! Nos conhecemos uns loucos trabalhando isso tudo! Eu conheco meus limites e nunca arrisquei em tal aventura.

Mas eu nao culpo aos americanos por nao fazerem os servicos que faziamos. No Brasil nos tambem deixamos muitos trabalhos que estavam disponiveis para nos. Nenhum trabalho legal pode humilhar uma pessoa, porem, o pagamento pode. Eu e muitos outros que vimos do Brasil, com grau universitario, nao tinhamos vergonha do que estavamos fazendo porque, afinal, estavamos sendo pagos com salarios razoaveis. E ninguem naquele tempo estava planejando permanecer aqui. A maioria de nos pensava que isso seria passageiro e que a hora de voltar para casa nao tardaria. A vantagem que viamos em nosso pagamento era essa, no Brasil ele nos daria uma vida de classe media. Aqui a gente ocupava a classe mais baixa mas a maioria de nos tinha a ilusao de que o dinheiro enviado para casa iria comprar uma vida de realeza.

Nem mesmo tendo que passar situacao como passei uma vez! Estava limpando um banheiro onde alguem tinha cagado na tampa da privada. A pessoa estava com diarreia e estava tao apressada que nao deve ter tido tempo de se sentar. E eu era aquele que tinha que limpar! Eu jamais teria tal oportunidade de fazer isso no Brasil. O meu estomago virou de dentro para fora. Mas eu respirei fundo e limpei. E pensei: isto eh apenas um imposto mais a pagar por estar tao longe de casa. Pois eh! Isso nao me tornou inferior a ninguem.

Naquele tempo eu era a unica voz pregando no deserto que nao era tempo de voltar para o Brasil. A minha previsao era que, a situacao ficaria muito pior do que a crise que havia nos expulsado. Eu nao cheguei a encontrar com o primo Guilherme antes de voltar ao Brasil. Por sorte ele fez um investimento melhorzinho e nunca teve que retornar. Mas eu falei a outros. Eles estavam tao cansados de trabalhar pesado e com muitas saudades do nosso torrao e parentes. Eu tambem mas sabia que tinhamos que fazer como fiz para limpar aquele banheiro. Respirar fundo e ter paciencia. Para estes eu apenas disse, entao vao mas deixem uma janela aberta em suas mentes para voltarem. E quase todo mundo que voltou para o Brasil naquele tempo, tentou retornar e quase todo mundo conseguiu.

Outra obeservacao interessante. Ja mencionei que com US$ 50.00 a gente enchia um carrinho de supermercado. Agora eh preciso mencionar isso. Na limpeza de escritorios nao era dificil coletar cerca de 250 latinhas e garrafas, o que me davam US$ 12.50/semana, fora o pagamento. Com isso eu enchia um tanque do meu carro e rodava a semana toda. Se eu estivesse trabalhando com o mesmo servico e coletando o mesmo hoje, seria apenas pelo ideal de salvar o planeta. Agora eu preciso de US$ 50.00 para encher o mesmo tanque. E o preco de cada latinha e garrafa continua os mesmos 5 centavos.

Outro dado interessante eh a respeito do numero de brasileiros por aqui. Quando cheguei, em 1.994, tinhamos condominios totalmente tomados por imigrantes e a maioria deles, por brasileiros. Brookside, Second Street, Weld Street, Lord Chesterfield e outros eram os lugares mais brasileiros daqui. Pouco tempo depois uma boa metade da cidade estava tomada por imigrantes, a maioria brasileiros.

Antes da gente vir, o centro de Framingham era um desastre. Era um distrito dormitorio, antes habitado por imigrantes italianos e portugueses no passado e estava visivelmente decadente. Tinha sido lugar com fabricas que haviam fechado. Tinha muitos predios abandonados. A vizinhanca do centro tinha sido invadida por traficantes de drogas e a populacao local tinha medo de ir la. Brasileiros e latinos entraram porque era barato alugar.

Em 1.994 ja nao era tao deprimente. Tinha alguns bolsoes de desespero. Logo a presenca numerosa foi o bom sinal para alguns abrirem seus proprios negocios. O centro voltou a ficar vibrante e isto se espalhou aos suburbios. Alguns anos apos chegarmos, Framingham comecou a tornar-se cara para os recem-chegados e, esses com outros antigos, comecaram a buscar outros lugares como Marlboro, Milford, Ashland e, contrariando a tendencia de buscar moradas baratas, Natick e Wellsley. Agora eh dificil ouvir o nome de uma cidade de Massachusetts sem se saber mencionar algum imigrante vivendo la.

Bom, a gente morou por periodo curto no Brookside. O estudio nao era o melhor espaco para dois casais morarem. E nos estavamos esperando uma terceira pessoa em nossa familia. Minha esposa tomou a iniciativa de encontrar um apartamento na Second Street. Lembro-me de o primo Wilmar ter sido nosso tradutor. Nos mudamos em julho. Nao interessa a razao para nossa mudanca, eu continuava preocupado porque nao gosto de gastar sem a certeza de como fariamos para pagar. Mesmo assim concordei que minha esposa tinha razao. Mesmo que isso fosse nos custar mais do dobro do que estavamos pagando antes.

Em 6 de setembro de 1.994 nos tornamos pais do primeiro filho. Era uma experiencia nova. E eu estava com medo de nao termos renda suficiente mas tambem era jovem e nao tenho medo de trabalhar. Eu estava trabalhando em um restaurante em Wellesley e ganhando apenas US$ 165.00/semana mais os cerca de US$ 125.00 como faxineiro. Minha esposa trabalhou na faxina ate o ultimo mes de gravidez. E entao eu ouvi que o Guilherme estava voltando para o Brasil e eu poderia substitui-lo na fabrica. Estearn Seaboard Packaging INC, ou ESP, era o nome.

Trabalhei nela por quase 10 anos. E para fichar havia aquela perguntinha estupida. Quanto voce deseja ganhar? Todo mundo sabia que voce poderia colocar o quanto quizesse mas so seria contratado se a resposta fosse o minimo. E isso era US$ 6.00/hora. Isso foi a minha bancarrota. Mas essa era a oportunidade de ter salario durante o inverno. La trabalhavam os primos Ge, Roberto e Almir. Logo Agnello e Nilton se juntaram a nos. Haviam outros tres brasileiros la: Margareth, Eli e Fernando cujo apelido eh Gaucho por ser do Rio Grande do Sul e era vizinho do Uruguai e Argentina.

Outro, Francisco Salmen, trabalhava antes tambem na unidade em Holliston, onde estavamos empregados, mas tinha aceitado transferir-se para a Florida. Almir trabalha em meio expediente. E o Roberto normalmente passava os invernos no Brasil. Somente quando o Francisco retornou da Florida nos tivemos um tradutor permanente. Ele era nossa voz na firma. A esposa dele e a do Guilherme sao irmas.

Apos o nascimento do nosso filho a Penhinha comecou a trabalhar na faxina com duas donas do servico. Uma era a Edinha, ministra da eucaristia na Igreja de Sao Tarcisio. A outra era a Marilou, esposa do primo Adriano. E, entao, nos entramos na rotina dos imigrantes. Levantar muito cedo, deixar a crianca com uma baba, ir ao trabalho, voltar, tomar um banho rapido, trabalhar mais e ir para a cama por volta de 11:00 da noite. Minha esposa chegava mais cedo para pegar o menino e cozinhar para o dia.

Por volta de novembro nos vimos a primeira nevada. E isso fez lembrar-me das particulas de gelo que haviam caido em Virginopolis algum tempo antes. Era neve misturada ao chuvisco. Mas quando eu contei aos outros rapazes eles me gozaram. Para eles isso nao seria possivel. E se eu nao tivesse testemunhado tambem teria minhas duvidas. Porem, penso que buscaria analisar melhor. Nos nunca tinhamos tido o conhecimento de neve por la antes. Mas tambem nunca tinhamos visto chuva no inverno. Como nossas temperaturas chegavam a ir aos negativos por periodos curtos em Minas Gerais, entao, o que faltava para nevar era a chuva. Mesmo que eu nao tivesse visto, assim me parece perfeitamente possivel.

Porem, fazer gozacoes uns com os outros era o nosso melhor passatempo. Nossas reunioes durante as paradas serviam para comentarmos as novidades do Brasil, dos Estados Unidos e do mundo. E tambem para a gozacao reciproca. Era sempre lembrado que, ninguem podia chegar atrasado ou sair mais cedo das reunioes porque viraria o assunto da conversa. Mas isso eh muito comum na cultura brasileira. A isso se da o nome de fofoca. Porem, em nosso caso, nao havia a conotacao de maldade imposta pela palavra.

Nao muito tempo apos virmos para Massachusetts descobri que a comunidade brasileira tinha seus jornais proprios. Como ja era minha pratica no Brasil, comecei a mandar minhas opinioes. Muitas de minhas opinioes foram publicadas. A maioria pelo Brazilian Times. E foi em 1.994 que mandei uma carta solicitando ao consulado brasileiro a criacao do Consulado Itinerante. A ideia era a de levar os servicos, pelo menos um dia por semana, `as comunidades espalhadas. Para mim fazia mais sentido mobilizar algumas pessoas para atender milhares num local mais conveniente do que esperar que milhares fossem ao inconveniente endereco no Centro de Boston. Tinhamos pouco tempo que estavamos aqui, a maioria do povo nao possuia carros e era mais dificil usar os transportes coletivos para quem nao sabia nada de ingles. O Consulado Itinerante foi criado algum tempo depois e continua em uso hoje-em-dia.

Desse tempo tenho uma historia curiosa. Uma das donas de esquema de limpeza trabalhava para uma familia americana. E a senhora da casa perguntou a ela se ela era legal porque o marido estava pensando em candidatar-se e, se fosse descoberto que tinha contratado pessoas sem documentos, poderia prejudica-lo. A pessoa era legalizada. Mas a ajudante nao. E ficou por isso mesmo. Depois, esse casal comprou casa no vizinho Estado do New Hampshire. A ajudante trabalhou la normalmente.

Era um transtorno e grande sacrificio fazer a limpeza dessa casa. As faxineiras tinham que levantar-se antes das 5 horas da manha, para chegar la por volta das 8, fazer a limpeza e retornar a tempo de fazer as outras obrigacoes. A dona da limpeza poderia simplesmente ter se negado a fazer a limpeza e procurar outra casa. Mas brasileiro tem aquela mania de fazer sacrificio porque gosta das pessoas e nao respeita aos proprios interesses. Se elas tivessem revelado que havia uma indocumentada trabalhando na casa os donos dela nao pensariam duas vezes em dispensar os servicos.

O que fica estranho nessa Historia tambem eh a hipocrisia americana em relacao a isso. Aqui as pessoas levantam, tomam cafe numa lanchonete, almocam no restaurante, compram em supermercados e lojas de departamentos, compram produtos produzidos nas fazendas e outras coisas mais, sabendo que ha grande possibilidade do servico do imigrante sem documentos estar embutido em todos os produtos. Eles sabem que nao vivem sem o imigrante. Mas nao podem saber que determinado imigrante nao tem documentos mas trabalha para o bem dessa nacao. Se souberem o perseguem.

Tambem eh desse tempo outro fato curioso que vivemos. Um dia Geraldo chegou nos contando que um filho de uma cliente da esposa dele, Alice, descendente do tronco Barbalho Pimenta apresentado no livro do primo Dermeval, dizia que iria ser presidente dos Estados Unidos. Curioso era que ele era ainda crianca e falava isso com toda conviccao. Eu nao creio de forma alguma que as pessoas ja nascam com seus destinos preparados. Dai desconfio que essa vontade foi implantada pelos pais, porque ser presidente do pais lhes parece algo como conseguir aquele brinquedo tao desejado!

Na atual campanha presidencial tenho observado o mesmo nos candidatos do Partido Republicano. Nao todos. Mas tem uns que querem ser presidente pelo status do cargo. Pelo que apresentam e dizem estao totalmente desvinculados da realidade. Eles nao representam uma cabeca para atender `as necessidades do corpo representado pelo povo. Eles querem ser as cabecas para impor ao povo a vontade deles e dos financiadores deles. Como se parecem com aqueles que governaram o Brasil nos primeiros 500 anos!

Estou detalhando demais por aqui. Este capitulo tornar-se-a infinito se nao for simplicado. Penso ser melhor reduzir os detalhes e, talvez, outra pessoa se interessara em escrever uma narrativa mais completa da vida do imigrante brasileiro aqui. Para que voce leitor tenha apenas uma ideia do numero que eramos no inicio, perto de 17 anos atras, eu ofereco a comparacao. Quando comecamos a ir `as missas na igreja de Sao Tarcisio, algumas vezes, as primeiras pessoas que chegavam sentavam-se nos bancos de tras. E no comeco de todas as missas o padre Roque as convidava a chegar mais perto do altar. Nos eramos cerca de 200 pessoas em cada missa.

Cerca de 2 ou 3 anos depois todos os assentos eram tomados. Isso levou `a criacao de novos horarios de missa. E as igrejas evangelicas, que existiam apenas em outras cidades, e poucas aqui, agora se contam em pelo menos uma duzia. A explosao da presenca de brasileiros se deu em torno do ano 2.000. Desde que a gente chegou, em todas as missas o padre Roque perguntava se tinha alguem recem chegado e sempre tinha. Algumas vezes por volta de 10 de uma so vez.

Por muitos problemas, e algumas solucoes, nossa comunidade esta diminuindo desde 2.004. A partir da crise de 2.008 o povo esta fazendo as malas e voltando para o Brasil em definitivo. Alguns americanos que agora tem vinculos matrimoniais tambem estao migrando junto. Porem, um pequeno numero de brasileiros continua tentando estabelecer-se aqui por uma diversidade diferente de razoes.

Voltando `a nossa Historia, em 1.995 escrevi um livro. Ele foi o resultado de velhos pensamentos combinados a novos e com uma nova leitura que fiz da Biblia. Desde entao planejei uma colecao que deveria ser composta de dois livros, referentes ao Antigo e ao Novo Testamentos, e outro que eu estava escrevendo. O nome deste era “O CONHECIMENTO DE DEUS”. Logo depois nasceu a inspiracao para escrever mais um volume com o titulo atual de: “A DIVINA PARABOLA” e que eh o quarto volume da colecao.

Somente em 2.004 comecei a escrever os volumes 1 e 2 da colecao com o nome de: “O TERCEIRO E ULTIMO TESTAMENTO, retirado do: CONHECIMENTO COM RESPEITO A DEUS”. Estes sao os unicos ja publicados no papel, somente em ingles. Os outros estao disponiveis agora, somente em portugues, no meu blog: https://val51mabar.wordpress.com/. Comentarei isso posteriormente.

No mesmo blog eu tenho publicado outros de meus textos. Os que estao sendo mais visitados se referem `a Genealogia Coelho. No ano passado tivemos cerca de 10.000 visitas somente. Mas nao esta tao ruim para um Joao Ninguem como eu!

Antes de comentar a respeito do comentario prometido, preciso falar sobre uma publicacao que fiz no Brasil. Era 1.995 e o livro era aquele que havia escrito em 1.977. Estavamos aqui nos Estados Unidos mas a minha esposa nao era capaz de esquecer a distancia da familia e do Brasil. Eu pensava em ficar. Sem nenhuma boa ideia do que fazer no Brasil eu pensei em tentar a carreira de escritor. Dai entrei em contato com meu cunhado, Ricardo, marido da Magda, e ele conhecia um editor. Eu vi que essa seria a unica forma de voltar ao Brasil.

Mas a publicacao nao se deu rapido como planejamos e ela veio justo na hora de causar-me um reverterio. As coisas deram erradas de uma forma inimaginavel. Em 1.992 havia tido um assassinato assombroso no Brasil. O ator de novelas, Guilherme de Padua, e a ex-esposa dele, Paula Thomaz, sequestraram e mataram a tambem atriz: Daniella Perez. Ela era filha da escritora de novelas Gloria Perez que estava trabalhando no canal de televisao mais conhecido no Brasil: a TV Globo.

E o processo judicial, como sempre no Brasil, andou devagar, quase parando. O ator assassino teve tempo de escrever um livro em que ele defendia a versao dele para o crime e mencionava coisas, imaginarias ou nao, com respeito `as vidas dos funcionarios do canal. Por coincidencia ele escolheu o mesmo editor que estava preparando o meu livro. O caso dele ganhou muita publicidade porque dona Gloria Perez entrou na justica tentando bloquear a comercializacao do livro dele, alegando compor-se de mentiras.

Eu nao estava presente e nao conheco os detalhes da aplicacao da lei mas penso que o juiz foi pressionado a dar uma decisao favoravel para dona Gloria porque a televisao havia mobilizado a opiniao publica contra o assassino. Dai ele sofreu, de certa forma, uma supressao dos direitos de defesa ampla. Mas o editor que ja havia imprimido o livro dele recusou-se a recolhe-lo. Ele passou a viver como fugitivo e quanto mais ataques sofreu da televisao mais conseguiu publicidade gratuita para o livro do assassino. O publico estava comprando pela curiosidade se saber o que de negativo era revelado das vidas dos atores.

Ja a publicidade do meu livro foi esquecida. O editor liberou as copias do nosso contrato aos pouquinhos por vez, no meio das noites. Eu estava aqui sem poder fazer nada. Seria muito arriscado ir ao Brasil, deixando a familia porque nao tinhamos documentos ainda. E nao tinha uma opiniao de um numero maior de pessoas para saber se a carreira de escritor valeria a pena. Quem leu meu livro gostou. Pelo menos aqueles que deram retorno. Mas todos eram da familia. Nao posso dizer com certeza que nao tivesse algo de puxassaquismo. Eu proprio gosto dele mas, nao vale porque “sou o pai da crianca”.

E tambem tinha investido todas as economias que tinhamos feito ate entao e meu projeto dependia da venda das primeiras copias para reinvestir nas proximas. Sem publicidade isso nao teria como acontecer. Isso tornou-se um espinho de duas pontas no meu casamento. Aquele que machuca porque ninguem deseja perder numa situacao dessas e tambem porque voce eh tratado como se houvesse sido vontade propria a escolha daquele momento errado.

A probabilidade de algo assim acontecer a qualquer um eh pequena. Mas quando tive a informacao de que o assassino era de Guanhaes e a ex-esposa dele das proximidades, e os acontecimentos se desenrolaram no Rio de Janeiro, fiquei chocado.

No final de 1.997 eu estava muito insatisfeito com a companhia onde trabalhavamos durante o dia. Todos sabiam que eu era bom funcionario e isso nao era segredo para ninguem. Os chefes haviam observado o quanto a produtividade tinha aumentado desde quando assumi o cargo de impressor. Mas o meu salario era pior do que o que eu ganhava como faxineiro. Dai estava decidido esperar a chegada da primavera para pegar quaisquer outras coisas.

Entao, naquele dezembro tivemos a oportunidade de entrar em um processo de legalizacao. Eramos cerca de sete brasileiros trabalhando na fabrica e so o Salmen tinha o Green Card. Nos reunimos para decidir se valeria a pena perguntar ao chefe geral se ele assinaria como responsavel em nossa legalizacao. Olhamo-nos uns aos outros e caimos na gargalhada. Nao tinhamos nada a perder se ele respondesse nao e ninguem permaneceria naquele trabalho.

O chefe geral estava assombrado por nao termos papeis. Fez uma consulta rapida a um advogado e aceitou a responsabilidade. Tinhamos poucos dias para iniciar o processo e recorremos ao escritorio do advogado de imigracao mais conhecido em Boston. Dr. John K. Dvorak disse que nao pegaria o nosso caso porque nao enxergava como nos encaixariamos na lei. Nosso interprete, Icaro, que tinha por volta de 12 anos de idade e eh filho do primo Geraldo, quase subiu na mesa do advogado dizendo: “Mas tem que ter jeito!”. O advogado disse que nao queria tomar o dinheiro da gente, sabendo que era causa perdida. Ja estavamos virando as costas quando uma assistente dele mostrou-lhe uma pequena clausula da lei. Ele deu um sorriso e falou: “Aceito o caso de voces.” O resto eh Historia.

Minha esposa nao gostou nada daquilo. Para ela eu teria que trabalhar mais, num trabalho que pagasse melhor, juntar dinheiro rapido para voltarmos para o Brasil. Desde que chegaramos, ate os proximos quatro anos apos isso, o que ela sabia era chorar de arrependimento por ter tido a ideia de virmos. Dai eu tive que ser a razao fria dos dois e fazer sozinho. Ela chegou a dizer-me: “Eu nao pago um puto por essa legalizacao.” E eu so respondi: Nao estou pedindo nada, so estou te comunicando o que vou fazer.

2.011 chegou e o 11 de setembro nao sai das nossas memorias. Naquela manha a gente tinha chegado cedo ao trabalho e logo depois o supervisor nos disse que um aviao tinha batido numa das Torres Gemeas de Nova Iorque. A situacao era grave mas ninguem esperava que isso fosse outra coisa diferente de um acidente tragico. Nao demorou muito e veio a noticia do segundo e do terceiro ataque. Nao havia mais duvida, fomos para o almoco sentindo o medo e o peso no ar. Nao faziamos ideia do que viria depois.

E os homens do presidente Bush comecaram a falar em guerra. Nas nossas reunioes para cafe e almoco eu defendia a tese de que a melhor forma de resolver o problema seria conversar diretamente com o Osama Bin Laden e a organizacao terrorista dele. Nao. Nao sou tao bonzinho nem inocente. Estava reconhecendo que eles nao estivessem atacando os Estados Unidos por nada. O que eu pensava era que certa conversa poderia evitar piorar a situacao.

Minha visao eh mais complicada do que parece. Praticamente toda a minha vida vi a evolucao do que acontece no Oriente Medio. Desde a Guerra dos Seis Dias eu ja tinha alguma opiniao a respeito. Naquele tempo eu fiquei feliz como uma crianca pensando como heroismo, um pais pequeno como Israel vencer uma guerra contra as forcas combinadas dos paises ao redor. Naquele tempo eu estava mesmo sendo inocente. Nao tinha a menor ideia de que uma guerra nunca tras paz. Uma guerra eh o atalho para as proximas.

Posteriormente, vendo mais eu passei a entender melhor a situacao. Vi os direitos Palestinos de terem seu proprio pais sendo sempre negados e sendo usada forca disproporcional contra eles. Dai eu comecei a lamentar pelos dois povos porque estavam presos no meio da disputa de interesses e empurrados a brigarem um com o outro. Desde entao passei a ver ambos povos como refens de seus lideres e vitimas de uma armacao absurda.

Por volta dos anos 90 houve uma grande oportunidade de ser feita a paz entre os dois povos. Mas o governo israelense disse que, em minhas palavras: eles nao conversariam com uma parte dos palestinos. Na ocasiao eu demonstrei o meu descontentamento escrevendo uma carta para o jornal Estado de Minas. Ela foi publicada e as minhas palavras podem ser resumidas por: Precisamos tratar de paz com nossos inimigos porque nao tratamos disso com amigos, pois, nos celebramos a paz com eles. Desde entao tornou-se claro para mim que os lideres dos dois povos nao estavam lutando pela paz. Eles estavam lutando contra a paz e pondo ambos povos no caminho do perigo.

Infelizmente eu ja era ninguem, escrevendo a um jornal desconhecido fora do Brasil. E eu vejo semelhancas entre a situacao entre os dois povos e aquela que levou aos ataques de 11 de setembro. E a minha solucao eh esta: falar abertamente para que isso seja visto pelo mundo inteiro. Era preciso fazer um gesto de boa vontade que servisse de razao para que os outros povos enxergassem o contraste entre o bem e o mal. Se Osama Bin Laden estendesse a mao os outros povos ficariam admirados do quao magnanimo seriam os americanos. Se nao, os outros povos diriam que ele seria culpado de quaisquer coisas ruins acontecessem a ele, inclusive os muculmanos colegas dele. E ele perderia a credibilidade para atrair guerreiros para seu lado. Desafiando-o antes de conversar so aumentou o apoio `a causa hedionda dele.

Posteriormente a administracao George W. Bush apresentou o caso dela para guerrear Saddhan Hussein. Ai deu-me desespero. As razoes apresentadas `a ONU, para mim, baseavam-se claramente em falsidades. Como eu sabia disso? So Deus sabe. Eh um tipo de intuicao que acontece `as vezes comigo. Inclusive eu cheguei a escrever que suspeitava de que o governo Bush tivesse facilitado a armacao do ataque de 11 de setembro para ter a oportunidade da desculpa de fazer a guerra. Mas isso nao era algo em que eu tivesse muita fe.

Em nossas conversas com os colegas de trabalho as opinioes eram diversas. Ninguem era favoravel `a guerra mas ninguem me dava credito da melhor razao presente. A unica coisa que lembro-me de ter dito foi isso: Infelizmente, o povo ta sendo induzido ao erro mas o povo `as vezes so aprende apanhando. Ele ira mudar de opiniao quando os caixoes, em vez de pessoas vivas, comecarem a chegar em numero.

A minha previsao nao se tornou 100% verdadeira. Para defender a guerra, o governo Bush havia pintado o exercito do Saddhan como um adversario formidavel. Eu sabia que teria que dar um desconto por causa dos exageros dos dois lados. Todos devem lembrar-se do comeco da guerra quando o ministro de comunicacoes iraquiano apresentava a versao de que o exercito do Saddhan estava vencendo. Mas a maioria dos soldados dele teve a boa vontade de depor as armas ao inves de lutar por uma causa perdida. Eu esperava mais mortes entre os americanos no comeco e, gracas somente a Deus, essa impressao foi causada pela informacoes erradas. Mas quando mais tempo passou as dores foram as mesmas.

Ate hoje a unica razao para aquela guerra foi uma vendetta da Familia Bush. Desde os anos 90, por causa da Guerra do Golfo, em que o Bush pai foi incapaz de remover a Familia Hussein daquele ponto estrategico do globo, os dias do Saddhan ja estavam contados. O que faltava era a oportunidade que se apresentou em 2.002.

Em novembro de 2.001 recebemos o comunicado de que nossos Green Cards tinham sido concedidos. Bem na hora. Mamae e papai estavam completando 50 anos de casados e eu ja estava ha 8 anos longe deles. Imediatamente compramos tres passagens para o Brasil. Isso so foi possivel por causa dos ataques terroristas. Normalmente, so encontrariamos lugares vagos com seis meses de antecedencia. Mas o povo tomou medo de viagens aereas. Nos nao pensamos duas vezes.

Dezembro estavamos la. E o visual foi chocante para minha esposa. Ela tinha esquecido como era a cara da pobreza. E ela estava pior do que antes. Da nossa regiao a cidade dela era uma das mais pobres. Somente entao ela entendeu porque eu havia feito a aplicacao para a legalizacao. Apesar do que, serviu apenas para confirmar a mudanca no coracao dela. Ja estavamos comprando uma casa aqui.

E isso eh outro espinho em nossas vidas. Por volta de 1.995 eu pedi a ela para nao investir no Brasil porque nos nao tinhamos chegado a um acordo de onde colocar nosso dinheiro. Ela queria aplicar na cidade dela e eu sabia que nao haveria futuro por um bom periodo. Sugeri ser em Virginopolis mas ela alegou que nunca viveria na cidade porque tinha muita gente orgulhosa la. Para mim isso era impressao falsa. Entao ela aplicou em Belo Horizonte em algo que se tornou um fim da picada.

Desde que decidi pela legalizacao minhas oportunidades de ganhar dinheiro foram travadas. Eu fui obrigado a manter meu emprego mal remunerado mesmo passando por muito tempo de humilhacao. Tudo o que eu fazia era para pagar impostos, despesas da casa e um pouco para pagar a legalizacao. Assim ficava parecendo que tudo o que a gente economizava tinha vindo do pagamento dela mas eu nao sou ligado em dinheiro. Deixei a ela fazer o que quizesse.

Sugeri que comprassemos uma morada aqui e nos poderiamos fazer isso por 45-60 mil. Quando ela mudou de ideia, uma casa estava valendo cerca de 300 mil. Nos ja tinhamos dado entrada em uma quando os ataques aconteceram. Entao eu acordei para o fato de que nao seria boa ideia, e ela concordou comigo por essa uma vez e nos trocamos por outra de 160 mil em um condominio. Quando voltamos ja entramos nessa casa.

No Brasil tinhamos as festas de fim de ano mais as Bodas de Ouro de meus pais e os 60 de casados da tia Odila e tio Eurico. Ela eh a irma que nasceu logo depois de papai mas casou-se no aniversario dele, 10 anos de ele se casar. Dai meus pais anteciparam o aniversario deles para cair entre o natal e o final de ano. Esse se deu em Virginopolis. No 7 de janeiro, aniversario do papai, fomos `as comemoracoes em Governador Valadares. Foi exatamente naqueles dias que papai deu-me o livro de nossa genealogia. Em seguida, voltamos. Tudo passou como um relampago.

Essa foi tambem a ultima vez que vi papai vivo. E a vida continuou como antes. Uma coisa mudou. Como eu tinha legalizado eu nao queria continuar no mesmo trabalho. Tinha perdido 8 anos de minha vida. Meu salario nao era muito mais que US$ 8,00/hora . E a gente era abusado em varios sentidos. Nao apenas na ESP mas em todos os empregos que ja tive. Sendo brasileiros e mineiros a gente aprendeu a resistir. Antes de revidar cada agressao nos preferimos fazer graca das situacoes. Os mineiros sao conhecidos pelos dizeres: “Mineiro da um boi para nao entrar numa briga, e uma boiada para nao sair dela.” Isso significa que a gente faz tudo para nao entrar numa briga mas depois que eh provocado a ponto de comecar nao tem mais volta.

O que havia me feito pensar uma segunda vez foi isso, o primo Nilton tinha entrado no processo de legalizacao tambem. Mas quando estava no meio ele abandonou porque tinha estabelecido que ficaria somente 5 anos aqui. Trabalhando por producao ele ganhava melhor que eu. Entao, eu aceitei o desafio de substitui-lo. O trabalho era muito duro. Tinhamos que trabalhar com maquinas barulhentas, grampeando caixas de papelao o dia inteiro. Era tao duro que nenhuma americano desejava fazer. Mas eu peguei, e nao era como se fosse um trabalho comum mas como uma competicao de fundo. Para que se tenha uma ideia do que isso significa, quando a dona da fabrica viu o Geraldo trabalhando a primeira vez, ela so teve uma palavra para descrever: “Espantoso!”.

Quando a fabrica abria para visitas de futuros clientes para verem como o trabalho era feito nos ja tinhamos uma encenacao preparada e que estavamos familiarizados. Era colocar um monte de caixas, do tipo carta, `as quais eram mais facil de trabalhar, e esperar o sinal para comercarmos. O mais experiente no servico era o Ge e ele era capaz de fazer mais de 2.000 caixas por dia. Eu cheguei a fazer mais de 2.000 tambem mas nao tive tempo para igualar-me a ele. Quem nos via pela primeira vez realmente ficava de queixo caido!

O trabalho era tao duro que a gente desligava o aquecedor mesmo quando as temperaturas estavam congelando. Com 10 minutos de trabalho a gente comecava a suar e eu tinha que tomar garrafas de agua o bebidas esportivas para manter hidratado. Nossos corpos nao tinham gordura alguma, so musculos. Desde entao eu parei de trabalhar depois como faxineiro. No final do dia o corpo exigia relaxamento. So nesse tempo eu comecei a ganhar dinheiro que valesse e era suficiente para pagar seguro saude, investir 5% de cada cheque em plano de aposentadoria e tinha uns duzentos dolares em conta para qualquer emergencia.

Por esse tempo tivemos um fato curioso na fabrica. Nao havia grande competicao naquele campo. Talvez existissem 2 ou 3 competidores em todo o Estado de Massachusetts. Nossa companhia tinha filiais por volta de outros 10 estados. E eles concordaram com um competidor em fechar uma unidade em outro estado, nao recordo direito mas penso ser Michigan, e o competidor fecharia a unidade deles em Massachusetts. E eles trocaram a clientela em cada estado. Aparentemente foi uma jogada de marketing.

A area de producao dobrou e entraram novos colegas de trabalho. Todos de Virginopolis, apontados por nos. Os novos, Ramon, irmao do Agnello, e Amaury, filho da prima Marlene, eram da familia Coelho. Com eles chegou o Carlos (Tchaca), cuja familia fora agregada na fazendo do vovo Juca, mais Edinho e Ademar. O Ademar era filho de um agregado na fazendo do vovo Cista, e a irma dele, Silvana, eh casada com o primo Wellington Soares. A familia deles mora aqui nos Estados Unidos.

Varios outros entraram e sairam da fabrica. Nem todos estao chegando `a minha memoria nesse momento. Mas tivemos tambem o Rodrigo. Ele eh primo da minha esposa e legalizou conosco. Logo depois dele receber o Green Card pediu demissao, para procurar oportunidade melhor. Nelson era um cara de Belo Horizonte mas era casado com virginopolitana. Aender era estranho no ninho mas logo virou irmao de batalha. Esta me fugindo o nome de outro primo mas penso ser o Eustaquio. Sao sete irmaos na familia dele e tive pouco contato com os mais novos. Dai eu misturar seus nomes. Aqui estou misturando a ordem em que eles trabalharam e outro que passou por la foi o Marcelo Nunes Coelho.

Nesse tempo comecamos a trabalhar em dois turnos e o nosso grupo ficou com o diurno. Depois de treinarmos os nossos primos, Geraldo e eu vimos que estavamos puxando duro para produzir mais que os recem-chegados. Em nossa experiencia sabiamos que eles precisariam muito tempo para nos acompanhar mas concluimos que seria melhor dividir a producao. Logo concordamos em partilhar a producao em partes iguais para todos. Nos eramos capazes de grampear mais caixas mas quando iamos junta-las nos bandos os outros, como eles produziam menos, nos ajudavam. O que perdiamos era uma pequena parte mas todos estavamos quase felizes.

O que faltava de felicidade se devia `a brutalidade do servico e as imposicoes do supervisor. Ninguem gostava da forma de ele supervisionar mas nao tinhamos problemas pessoais com ele. Era o proprio manda-chuva.

Em julho de 2.003 a minha esposa passou 40 dias de ferias no Brasil com nosso filho. Eu ja havia comprado minha passagem para o inicio de 2.004. Naquele tempo comecaram meus problemas provocados pela heranca genetica. Penso que ninguem teve vista melhor que a minha. Eh provavel que seja normal e bilhoes de pessoas tivessem igual. Mas a minha ficou opaca. Eram cataratas. Eu entrara nos 40. Exatamente na idade que apareceram em meu pai. Fiz a primeira cirurgia aqui nos Estados Unidos e nao gostei do resultado. Dai eu marquei consultas em Belo Horizonte onde tinhamos o melhor especialista desde o Dr. Hilton Rocha. Dr. Hilton fora o oculista de meu pai e de outros na familia. No lugar dele estava seu discipulo, Dr. Rui Marinho.

Antes de eu ir ao Brasil minha esposa voltou e nos decidimos ter outra crianca. Ela ficou gravida por volta de setembro. Em outubro meu pai faleceu. Nao fui imediatamente porque nao poderia fazer mais nada por ele. Foi a morte de um homem santo. Papai nunca foi uma pessoa perfeita. Mas tinha algo que o distinguia de outros. Era conservador em todos os sentidos. Mas nao era ignorante.

Era filho de um homem rico. E o povo da cidade pensava que ele tambem fosse rico, mas nao sabia o que se passava dentro de nossa casa. Nao era pessoa de conversar demais. Normalmente conversava o essencial. Tem duas coisas que ele nunca deixou de prover em casa. Alimentacao e educacao. Nunca teve um carro proprio. E dizia: “Carro eh uma segunda familia e eu nao aguento prover para ambos.” E no Brasil isso era verdade.

Normalmente nos tinhamos 5 roupas. A de ver Deus, o uniforme da escola, e mais tres de uso diario que usavamos ate ter de joga-las no lixo. Nossas roupas eram feitas em casa, costuradas por mamae que era a mao direita dele e segundo em comando. A maioria das ajudantes da casa tinham que ir `a escola junto conosco. Depois que ele adquiriu a fazenda, o agregado tinha 13 filhos e dois netos dentro de casa. Ele pagou estudos para varios deles, os que quizeram, ate ao segundo grau. Era um investimento extra-salario do agregado.

A gente viveu na casa velha por muitos e muitos anos. Foi nela que a bisavo dele, Joaquina, e a avo, Ercila, haviam falecido. Mamae sempre o cutucava para fazer emprestimo e construir uma nova. Mas ele primeiro juntou as economias e nos entramos na casa nova 26 anos apos o casamento deles. Era o jeito dele de ser. Se tinha que ter algo, fazia primeiro a economia antes de comprar. Raramente pagou juros. E nos o gozavamos por isso porque ele era o gerente da Caixa Economica. Era um bom administrador para a familia mas era uma pessima propaganda para o banco. Na Minascaixa tinha emprego publico e, como funcionario, era mal pago.

Bom, ele era um pai dedicado. Trabalhava muito. Um dia falou que nao morreria antes de conhecer o oceano. Mas ele nunca conheceu o oceano e faleceu provendo para a familia e partilhando com os outros. Estava no hospital, receberia alta no dia seguinte e faleceu na noite por causa de uma trombose na perna. Minha filha nasceu 4 meses depois e foi salva do mesmo problema. Pode ser que tenha sido um sinal de que ele continua olhando por nos la do Ceu. Nao direi mais nada a esse respeito. As biografias dele e de mamae merecem melhor estudo.

Por volta de dezembro eu estava bebendo agua do refrigerador na fabrica e estava tao fria que tinha ferpas de gelo no meio. Uma das ferpas prendeu-se em minha garganta. Tive uma dolorosa sensacao de sufocacao rapida. Mas como veio passou mas senti como uma ferroada. Uma semana depois cai doente.

Meu medico diagnosticou hipertiroidismo e madou-me para casa porque nao havia tratamento no caso. Passei um mes inteiro sem poder levantar meu corpo do nosso sofa sem vomitar. A menos que eu ficasse deitado sentia-me tonto. Dificilmente mantia suco no estomago. A foto que tirei para o passaporte mostra uma versao de mim tao magra que o volume da minha tireoide pode ser delineado no pescoco. Quando cheguei ao Brasil eu ja estava sendo capaz de ficar em pe e comer melhor.

Um medico de la examinou a minha tireoide e disse que qualquer coisa que tivesse acontecido tinha se curado sem deixar vestigios. Outro afirmou que meu coracao estava perfeito. Meu oculista, Dr. Rui Marinho, fez-me duas cirurgias. Uma para tirar a segunda catarata e outra para corrigir a posicao da lente da primeira. Ele sugeriu que era comum medicos inexperientes ficarem com medo de fazer a forca suficiente para implantar a lente artificial no lugar. E meu corpo ja estava reagindo contra o mal posicionamento, e ele teve que limpar com uma cirurgia a laser. Aproveitei para fazer mais coisas mas nao eh de interesse para a narrativa agora.

Minha esposa estava tendo uma gravidez dificil. Estava tendo sangramentos e os primeiros exames indicaram a possibilidade de a crianca ter a Sindrome de Down. O medico dela havia oferecido abortamento. Para nos catolicos era ate absurdo pensar nisso mas a gente compreende ser obrigacao dos medicos aqui fazer a oferta. Nos apenas recusamos. Mas o medico falhou em nao aconselhar repouso absoluto e ela continuou trabalhando. No mesmo dia em que cheguei ao Brasil, telefonou-me dizendo que estava no hospital com principio de abortamento. Desejava que eu voltasse. Mas nao pude. Todas as consultas estavam programadas e nao tinhamos fundos para fazer duas viagens. Tambem sabia que ela estava exagerando, como sempre, e ela tinha duas irmas e dois irmaos aqui.

Ficou duas semanas no hospital antes da crianca dar sinal de que estava sufocando e teve que fazer cesariana. A crianca era minuscula, de cinco meses e meio de gestacao. 562 gramas. Quando voltei, ela cabia inteira na palma da minha mao. So as pernas sobravam. Tivemos quatro meses de idas e vindas ao Hospital Santa Elizabeth em Brighton, suburbio de Boston. Mas quando cheguei ela estava no Hospital New England, no Centro de Boston, porque estava com uma trombose na perna e um anjo disfarcado de enfermeira foi capaz de diagnosticar isso naquela perninha da grossura do meu dedo midinho. Ela tambem teve septisemia, tratada e curada no Santa Elizabeth.

Pode ser apenas uma coincidencia mas em meus estudos genealogicos encontrei que o nosso suposto ancestral Jose Coelho de Magalhaes (*) eh descendente de Santa Elizabeth, uma rainha escocesa.

Nossa filha nasceu em 14 de fevereiro, dia das amizades nos Estados Unidos (Valentine’s Day). Em julho trouxemos para casa uma versao completa dela. Na hora do desespero a minha esposa gritou comigo: “Isso eh culpa sua!” Ela se referia ao fato de a minha vontade de ter mais uma crianca fora maior que a dela. E eu, fingindo ser machista chauvinista respondi: Ah se nao fosse! Depois ela arrependeu-se do que tinha dito e reconheceu que essa crianca era a melhor coisa que nos tinha acontecido desde o nascimento do primeiro. Ai eu nao resiti e a encorajei: A culpa eh toda minha!

Tempos depois ela estava com nossa filha andando pela rua e cruzou com o medico dela. Toda alegre correu para mostrar a crianca para ele. Quando a viu, o medico perguntou: “E o nome dela eh Milagre!?” Estava ali, frente-a-frente, o braco do farao e a mao de Herodes. Aquele que queria a nossa permissao para matar nossa crianca. Porem, o gesto dele foi de humildade perante a constatacao do erro que poderia ter-nos induzido a cometer. Nossa menina eh perfeita para os padroes de prematuro.

Na fabrica as coisas comecaram a desandar. Meus colegas conheciam muintos de nossos conterraneos que estavam ganhando mais que nos porque estavam trabalhando com granito e marmore quando a industria de construcao estava muito aquecida, perto dos anos 2.000. E eles desejaram pedir aumento. Eu estava satisfeito com o que ganhava e tinha duvidas quanto se seria uma boa ideia naquela hora. Mas nao quis ser o do contra todos.

Tivemos umas negociacoes um pouco dificeis e o supervisor disse que, para conceder o que queriamos a companhia teria que mandar alguem embora. Mas os colegas bateram o pe em favor do aumento. Mesmo incomodado, nunca disse nao a eles. Em setembro daquele ano, apos uma discussao com o supervisor, ele decidiu dar-me um aviso. Eu assinei sem ler, tao fulo da vida eu estava. Num piscar de olho fui chamado ao escritorio superior e eles me despediram.

Fiquei mais preocupado em saber o que fazer dai para frente do que com raiva. Ja estava chateado demais. Eu conhecia muita gente mas ninguem soube indicar-me um bom emprego. Empregos estavam sobrando mas pelo salario minimo. Todas as lojas de departamento estavam contratando mas o que pagavam era menos do que eu teria que pagar a uma baba para tomar conta da nossa crianca. Como ela era muito prematura, tinha muitas consultas com medicos e uma enfermeira. Alguem teria que leva-la `as consultas. Dai nos decidimos que eu permaneceria com ela enquanto as coisas nao melhorassem.

A dificuldade em arranjar outro servico naquele momento era justamente porque nao tinham mais empresas trabalhando no mesmo setor que a ESP. Se eu tivesse trabalhando como jardineiro ou em qualquer outro setor que os imigrantes trabalham poderia ter usado minha experiencia para ser contratado. Entao fiquei dividido em opinioes contrarias a respeito do que teria sido melhor se eu tivesse antecipado a situacao quando comecei a trabalhar na ESP. La encontrei o beneficio da legalizacao mas nao tinha uso algum da experiencia adquirida e nao havia conseguido ajuntar nada nos primeiros 8 anos dedicados a ela.

Naquele tempo eu comecei a usar nosso computador. Enquanto o nenen fazia os repousos. Assim eu encontrei o http://www.ancestry.com e postei nele nossa genealogia. Isso ajudou-me a memorizar os nomes dos membros da familia e passei a ter ideia melhor das nossas relacoes familiares com milhares de pessoas. Logo encontrei tambem o http://www.geneall.net – Portugal, e aprendi muito mais.

A seguir comecei a escrever os volumes 1 e 2 do O TERCEIRO E ULTIMO TESTAMENTO, retirado do O CONHECIMENTO COM RESPEITO A DEUS. Uma nova lida nos escritos biblicos deu-me entendimento melhor dos fatos. Naquela epoca, nossa amiga Sandra Sampaio deu-me uma copia do livro: Quem Escreveu a Biblia? Gostei muito do livro, sem concordar com tudo nele, e tirei um grande ensinamento dele. Nos precisamos ficar atentos para os interesses de quem escreve para entendermos os verdadeiros objetivos dos autores.

E eu escrevi meu livro derrubando muitos conceitos e interpretacoes antigos. Eh quase inacreditavel como os ensinamentos errados estao na cara dos leitores e academicos mas eles nao evoluem o entendimento! De toda forma, eu realmente senti que estava conectado com Deus e o que escrevi esta mais perto da Vontade Dele do que o que tinhamos antes. Entao tive a sensacao de possuir uma missao a cumprir, de fazer o mundo saber o que eh correto e o que eh falso com respeito do que eh dito em relacao a Deus.

E isso foi outro contratempo em minha vida. Na internet eu vi a propaganda dizendo que alguns editores estavam pagando US$ 100.000,00 por qualquer trabalho inedito. Nao acreditei nisso mas tambem me senti desconfortavel em abrir mao do meu direito autoral. Para os autores, livros sao como seus filhos e abrir mao dos direitos autorais nao tras sensacao agradavel. A gente gosta de partilhar o talento que esta no texto como os pais adoram mostrar os filhos fazendo gracinhas. Posteriormente vi por um documentario que era mesmo verdadeira a propaganda. O mercado de publicacao estava tao aquecido que os editores podiam pagar pela tentativa porque no meio de muitos livros sem retorno eles poderiam pescar um best seller que pagaria por todos os outros.

Por outro lado eu ouvi a respeito de um novo tipo de publicacao. Ele tem o nome de “Edicao de acordo com os Pedidos”. Eu nao estava preparado para tomar uma decisao pelo ingles que eu sabia. Eu era capaz de ler e entender a maior parte mas nao os detalhes. Entendi que o editor iria produzir qualquer copia que os compradores desejassem. Mas pensei que fosse razoavel produzir-se um certo numero de livros para coloca-los em exibicao, pelo menos, nas principais livrarias pelo pais afora.

Eu calculei que, como muitas pessoas compram qualquer coisa dos assuntos preferidos delas, e o assunto do livro era religioso, isso poderia traduzir-se na venda de um numero de copias suficientes para pagar meu investimento inicial que andaria por um tanto mais que US$ 10.000,00. Dai eu poderia continuar investindo e fazendo debates que aumentariam o entendimento do texto, o que resultaria em mais vendas para pagar meus custos adicionais. Mas eu estava totalmente enganado quanto a isso.

Agora, o meu ponto-de-vista, eh o de que o sistema nao passa de um esquema de piramide. A gente paga todos os custos da publicacao. Dai o risco eh so nosso. As copias produzidas sao o minimo. A gente pode pedir quantas copias quizer por preco reduzido para revender. Eles tambem tem muitas formas de divulgacao do produto, desde que se pague por isso.

Para promover seu livro voce precisa comprar todas as oportunidades de exposicao e estar presente por conta e risco proprios. Penso que, para comecar, precisaria ter US$ 100.000,00 disponiveis. Em outras palavras a gente eh transformada nao em parceiros, porem, em escrava do sistema porque quanto mais se trabalha mais o editor ganharia sem fazer esforco algum. No final de tudo voce vira um vendedor ambulante, sem salario ou seguro de saude do seu empregador. Mas vai estar vendendo o produto que dara a ele dinheiro vivo.

O sistema pode funcionar para autores bem conhecidos, cujos nomes vem primeiro do que seja la o que for que tenham que vender. Os autores de best sellers anteriores ganham a divulgacao das corporacoes noticiosas. Sao entrevistados a respeito de qualquer producao inedita. Para eles fica facil, nao para os desconhecidos. Mesmo que os livros dos desconhecidos sejam melhor escritos. E nao estou falando aqui da minha producao particular.

Depois de meses com o livro `a venda eu recebi o meu primeiro e unico cheque. Algo em torno de US$ 10.00. Entao eu ja estava conformado com minhas perdas. Provavelmente, o editor nao fez nada ilegal. E esse foi meu pagamento como palhaco. O livro esta disponivel para o publico desde 2.006 sob o IBS: 978-1-4389-5097-6 (sc). Este eh o numero de registro na Livraria do Congresso Americano. O livro virou um calhamaco de 664 paginas, com muito conhecimento e nenhuma leitura.

Este eh mais um espinho de duas pontas no meu casamento! Ate agora a minha esposa nao sabe quanto teremos que pagar por ele. Eu preferia pagar tudo sozinho, e pagar generosamente a aqueles que deram-me o emprestimo sem juros ou data de pagamento. Todavia, eu tenho que manter a cabeca levantada, sem orgulho, para manter a forca e nao deixar ser dominado pelo desespero.

Nunca descontei o cheque. O dinheiro nao vai fazer a gente ficar menos pobre. Ele pertence `a Historia. Se algum dia eu virar um sucesso no futuro ele servira de prova e incentivo a outros que estiverem passando por dificuldades. Minha vida podera ser um exemplo de persistencia. E algo que pode trazer os mortos de suas tumbas para uma realidade afortunada. Se eu falhar na vida, o dinheiro e o fato serao apagados da existencia.

Na Historia Humana eu vejo como ato de improvidencia o fato de o sacerdote Martinho Lutero ter queimado a bula papal que o ameacava de excomunhao. O papa era Giovanni di Lorenzo di Medici, ou Papa Leao X. O documento poderia ser mais uma prova da falibilidade papal. Nao, nao, nao! Nao estou falando em vinganca aqui. Nunca eh meu objetivo. Nos conhecemos mais a respeito da vida do Martinho Lutero e ate esquecemos o nome do oponente dele. Estou certo de que seria mais valioso para o Leao X a gente saber o nome dele e rezar para que ele seja perdoado. Como os mortos, ele nada pode fazer por si mesmo!

Ah sim! Tambem sou catolico. E, tambem, nem todo catolico acredita nos dogmas da Igreja. Para mim, crer na infalibilidade papal eh inocencia por demais. E ignorar um elefante no meio da sala nao fara o elefante sumir. Todos os credos religiosos tem seus lados comicos. Nao que o povo queira que seja assim. Mas porque somos humanos e sujeitos a cometer esse tipo de falhas. A grandeza do grande homem eh reconhecer suas proprias falhas e nao fazer propaganda do seu suposto sucesso. Sucesso para meus olhos humanos pode virar uma falha total defronte da verdade.

Mesmo antes de minha filha vir para nossa casa, quando ainda empregado pela ESP, ficamos sabendo que o nosso antigo suposto competidor, Victory, estava de volta `a cidade. Precisamente, na Cidade de Worcester. E uma parte dos nossos colegas comecou a ser tranferida para ela. Ate o administrador geral. E ficamos sabendo que a ESP estava fechando. Posteriormente nossos primos foram transferidos e nao foi somente eu que perdi o emprego. Uns, como o Ge, por opcao buscou coisa melhor para fazer. Eles estavam revertendo o que havia sido feito cinco anos antes.

Provavelmente eles estavam agindo dentro da lei. Nao seriam bestas de fazer uma operacao tao grande e correndo risco demasiado. Mas senti como os Estados Unidos se pareciam com o Brasil! Esse tipo de jogada costuma ser usado pelos ricos para ficarem mais ricos la. Eles sabem onde estao os furos na legislacao. Melhor dizendo, os mais ricos fazem lobby a favor dos furos atraves do congresso. E eles fazem trocas de favores. Se alguem tem alguma ilusao de que o capitalismo eh feito de conpleta justica, precisa ficar alerta para o quanto o sistema eh fragil e quanto da chances aos oportunistas.

“Nos o povo”, quando pagos via cheque somos taxados mesmo antes do dinheiro chegar aos nosso bolsos. E nisso nao ha furos para nos. No final do dia, “nos o povo” pagamos, proporcionalmente, muito mais impostos que os ricos. E eles ficam com o mel. Mas nao estou falando isso para inflamar o povao. Estou apenas passando informacoes e por isso espero mais reconhecimento da justica de parte daqueles que nao sao “nos o povo”. (Aqui estou mexendo com a Constituicao Americana, porque ela comeca com a frase “We the People”, ou seja, “nos o povo”. Isso significa que todo poder emana do povo e esse poder eh dele e nao dos que querem ser “mais iguais” que os outros).

Nossa vida tem sido um pouco dificultosa desde 2.004. Tenho acompanhado minha filha desde entao. Ela esta muito bem para aquele comeco assombroso. Normalmente, as criancas muito prematuras tem problemas de vistas e cardiacos mas ela nao tem tido complicacoes. A minha saude eh que nao anda mais tao boa. Penso que a interrupcao da minha atividade mais fisica me fez mais susceptivel ao colesterol alto. E isso so foi descoberto a partir do momento em que eu ja estava vendo mosquitos e quase fiquei cego do olho direito. Mas tenho recebido o tratamento.

As cataratas prematuras vem do lado paterno. E a quase cegueira do lado materno. Mamae mesmo perdeu uma das vistas. Possivelmente, a minha dor na coluna vem do lado dela tambem. Mas eh pior em mim por causa da altura. Tenho suspeitas quanto `a diabetes que o papai sofreu a partir dos 60 anos. Mas nao desejo abrir aqui o meu prontuario medico. Penso que tenho saude suficiente para comecar uma nova carreira e isso ira ajudar-me a reverter alguns de meus problemas. A menina esta saindo bem na escola e agora precisa ficar mais independente. Isso tambem faz minha independencia.

A queda da industria da construcao por aqui afetou a familia bem forte. Estamos lutando para manter nossa casa mas perdemos um apartamento. No pico da valorizacao minha esposa decidiu usar as economias para assegurar a faculdade de nosso filho. Eu tinha suspeitas porque o mercado tinha ganhado muito em tao pouco tempo e sabia que era muito arriscado tentar. Mas ela eh do tipo de pessoa que vai onde os outros vao. E a comunidade brasileira, cuja maioria era jovem e inexperiente, nao aceitaria os avisos daqueles que nao eram o melhor exemplo de “sucesso”. Agora temos um rapaz de 17 anos esforcando para ganhar a escola por conta propria.

Por sorte ele esta sendo ajudado pelo “Step Up”. (Uma entidade beneficente que acompanha os alunos de bom rendimento escolar e que pode pagar parte ou o total dos custos de faculdade dos que nao tenham condicoes). Fui `a reuniao de apresentacao dele. Nos tinhamos acabado de entrar no salao e pegamos parte da conversa entre dois membros. Um era o mentor dele e o outro o supervisor geral.

O supervisor falava a respeito do proprio nome, Alfred. Dizia que todos os primeiro nascidos na familia dele recebiam o nome porque ouve um rei chamado Alfred e era ancestral deles. Ele tambem disse que um dos primos dele ate tinha trocado de nome porque chateara-se com tantos homonimos na familia. Falei para meu filho, Eu sei de quem ele esta falando. Eh nosso ancestral tambem. E nao revelei isso porque meu filho se chatearia. Quando eu identifico alguem com quem tenhamos vinculos ele so fala: “Todo mundo eh nosso primo!” E eh verdade mesmo!

Ja estivemos mais vezes no Brasil, inclusive em 2.009. Fomos todos daquela vez. O que nos pareceu diferente foi que, ninguem nos pediu informacoes de como vir para os Estados Unidos. Quando viviamos la a gente tinha que trabalhar duro para comprar uma bicicleta. Agora, carros e motocicletas, todo mundo tem! Os de 18 anos nao estao mais apressados para trabalhar. Estao concentrados em fazer universidade ou faculdade. Sei que demorara muito tempo ate que o Brasil se torne uma sociedade moderna. Mas esta se indo a passos acelerados.

Ha pouco tempo vi a apresentacao de uma pesquisa feita no Mexico que revelava o mesmo fenomeno. As familias agora sao menores e nao se tem pressa de sair de casa. Os pais estao conseguindo prover uma vida melhor para os filhos e nao existe mais a enorme diferenca entre o dinheiro que o povo pode ganhar aqui e la. No Mexico e Brasil pode-se ganhar tres vezes menos que aqui mas vive-se uma vida melhor, proxima a parentes e sem preocupacoes com legalizacoes.

Se a economia desses paises continuarem a melhorar por mais dez anos a direcao da migracao podera se inverter em relacao ha dez anos atras. Talvez sera necessario os Estados Unidos pensarem uma segunda vez em relacao suas politicas imigratorias. Posteriormente eu abordarei melhor esse assunto. O povo daqui precisa saber que se todos os imigrantes sem documentos forem deportados em periodo curto de tempo os Estados Unidos nao irao recobrar da recessao e sua queda vira tao rapida quanto fazer uma torta.

Tenho dados recentes que poderao ajudar a entender isso. Entraram no Brasil cerca de 2.000.000 de imigrantes nos anos recentes. E o governo de la tem dado anistia e legalizando `a maioria dos recem-chegados. Inclusive americanos tem imigrado para la e aproveitando-se da oportunidade de servicos especializados que estao sendo criados sem pessoas treinadas la para exerce-los.

Penso que seria inteligente para pessoas que estao desempregadas aqui comecarem a pensar na oportunidade de procurar algo no exterior. Nos fizemos o mesmo quando nos vimos em apuros e o meu arrependimento foi ter demorado a tomar essa decisao. Empregar-se no exterior eh muito mais util para qualquer carreira do que ficar desempregado em casa. E a gente sempre pode enviar dinheiro para casa para comecar algum negocio proprio.

2.011 foi um senhor ano em nossas vidas. Seguindo as tradicoes brasileiras, nos deixamos para a ultima hora as nossas naturalizacoes. A gente poderia ter feito isso desde completaramos os 5 anos de Green Cards. O cartao tem validade de 10 anos. Dai nos preenchemos as nossas aplicacoes, pagamos as taxas e fizemos os testes. Os funcionarios de imigracao foram excepcionalmente cordiais conosco.

Atrasei-me um pouco em relacao `a minha esposa e ela cidadanizou um dia antes. A cerimonia dela foi um evento enorme, aconteceu no Ginasio Coberto TD Bank, onde os Bruins e os Celtics jogam. Estes sao os times de hokey e basquete de Boston. Perto de 3.500 pessoas estavam cidadanizando juntas. Nem da para descrever a emocao. No dia seguinte fomos ao centro historico de Boston. Numa cerimonia mais simples, cerca de 360 de nos fomos nacionalizados. Os dias foram 31 de agosto e primeiro de setembro.

Bom, nao se fale mais de mim. Estamos no meio da campanha dos republicanos e agora temos apenas 4 candidatos correndo atras. Ontem o ex-presidente da camara ganhou na Carolina do Sul. Com ele estao concorrendo Mitt Romney, Rich Santorum e o deputado Ron Paul. Ron Paul seria o unico que causaria menos prejuizos aos Estados Unidos se fosse eleito. Mas as chances dele sao pequenas porque a decisao nao sera tomada em funcao da racionalidade. Sera tomada segundo a esperteza das elites.

Ate ha pouco tempo eu estava desejando que surgisse um candidato republicano em quem se pudesse acreditar. Este poderia tornar-se uma alternativa `as erratas do governo Obama. Mas penso que nos imigrantes nao teremos a chance de escolher entre dois candidatos bons. Os republicanos estao empurrando a gente para votar na reeleicao do presidente Obama em quaisquer circunstancias. Ele nao eh tao ruim. So nao compreende direito o mundo em que estamos vivendo agora. O problema eh que, os republicanos estao muito menos interessados em compreender o mundo longe do umbigo deles.

16. “ISSO SERA O COMECO DAS DORES”, MARCOS, 13,8

Antes mesmo de eu comecar o presente capitulo pediria ao leitor dispensar um tempinho lendo dois textos importantes, a menos que ja os tenha lido. Eh apenas uma sugestao de enderecos que farei mas qualquer um podera visitar o Google e jogar os nomes Mahatma Gandhi e Cristovao Buarque para escolher outras fontes. As leituras irao enriquecer o entendimento do que escreverei neste capitulo. Os textos sao:

http://irishgall13.multiply.com/journal/item481 Que contem O Espelho de Mahatma Gandhi, e o http://www.sutmundo.com/internationalize-the-amazonia-insights-from-cristovao-buarque/, os leitores de lingua portuguesa poderao encontrar textos na propria linguagem.

Nao queria ser dramatico como o trecho do livro de Marcos mas eh necessario tocar meu trombone. No livro, Jesus estava falando a respeito do tempo dos apostolos e nao dagora. Mas muitas coisas do passado estao se repetindo.

Nosso mundo esta em curso de colisao com o passado e algumas nacoes estao a caminho de colidir entre si. Ningurem precisa de uma bola de cristal para perceber isso. E eu me colocarei aqui, deste ponto para frente, como um critico moderado das politicas americanas para o mundo. Tentarei mostrar como os outros povos veem os Estados Unidos de fora para dentro e nao de dentro para fora como os americanos se veem. Pretendo oferecer uma visao que, de certa forma, pode trazer-nos respostas e solucoes. Isso depende da boa vontade dos americanos, porque se eles permanecerem nas mesmas opinioes que muitos tem, nao enxergando as formas de endireitar seus caminhos, provavelmente teremos a III Guerra Mundial, e ninguem saira ganhando nada com isso.

Ficou emblematico o Discurso Anual ao Congresso, feito pelo presidente George W. Bush, em 29 de janeiro de 2.002, quando ele caracterizou ao Iran, Iraque e Coreia do Norte como o Eixo do Mal e os acusou de ajudarem o terrorismo e de buscarem armas de destruicao em massa. Na verdade, como disse o Hugo Chavez diante do mundo inteiro, no discurso dele de 20 de setembro de 2.006 na ONU: “O diabo esteve aqui ontem. E o cheiro de enxofre continua aqui hoje.” Para quase todo o mundo Bush poderia caracterizar qualquer um como parte do Eixo do Mal porque os Estados Unidos se tornaram o proprio mal. Ninguem alem do proprio mal para saber o que eh sua imagem e semelhanca!

De certa forma, o Iraque de Saddhan Hussein, Iran e Coreia do Norte talvez nao parecessem tao ruins se nao fosse pelo historico americano de intervencionismo. Nao desejo explicar tudo ou apontar todos os fatos porque estes sao identificaveis por aqueles que viveram durante, pelo menos, os ultimos 50 anos e aqueles que estudam Historia. Mostrarei apenas um pouquinho. Mas tenho que lembrar ao leitor que, nao vou trabalhar isso como se fosse uma Teoria de Conspiracao.

Geralmente as Teorias de Conspiracao nao avaliam as limitacoes humanas. Os autores simplesmente assumem que, algumas pessoas sao muito mas e elas farao o inimaginavel para alcancarem seus objetivos. So que isso nao funciona tao bem na pratica. E os fatos historicos surgem em consequencia de muitos outros eventos previos e, na maioria dos casos, que nem estao anotados nos livros. Isso tambem acontece com a formacao das personalidades dos individuos.

Quando pessoas humanas entram em disputas umas contra as outras a primeira reacao eh descrever o inimigo numa imagem falsa. O que se fez na preparacao para a ultima Guerra do Iraque eh um exemplo classico disso. Nos dados de campo coletados e expostos ao mundo, Saddhan Hussein ja tinha posse de armas nucleares ou faltava pouco para adquiri-las. Supostamente, essa seria a “razao” para declarar guerra contra ele e os aliados dele. Ele tambem foi acusado de ser aliado da Al Qaeda. Agora sabemos, ambas as acusacoes eram falsas.

Na outra mao, em todo conflito as partes beligerantes assumem posicoes de autopiedade. Os lideres viram herois, defensores das liberdades, os maos da justica, etc. A cultura brasileira tem duas palavras para separar os autoindulgentes do trigo. As palavras sao patriota e patriotada. A traducao da primeira eh obvia: patriot.

Patriotada, porem, ainda nao tem traducao para o ingles. Mas a definicao eh exibicao de patriotismo arrogante. Algo como desafiar um adversario mais fraco para briga, quando este nao tiver meios de fugir, e depois contar vantagem do feito. Bullying eh a palavra atual que tambem descreve isso. O oposto disso tambem pode ser patriotada. Pode acontecer de o mais fraco, conhecendo a propria fraqueza, sentir prazer em desafiar o mais forte. Isso acontece, quando perto de muita gente, porque sabe que se o mais forte aceitar o desafio os outros irao tentar dissuadi-los de brigar. A patriotada tambem pode acontecer a pessoas que nao conhecam direito um assunto e, por engano, sao levadas a praticar acoes supostamente patrioticas como declarar amor pela propria patria e detestar as outras, somente porque as outras sao diferentes.

Das duas palavras deriva outra: patriotario. Estes sao aqueles que estao cegos pelo patriotismo falso e fazem e acreditam em tudo que seu mestre mandar. Um exemplo disso, que ocorreu no Brasil, esta ligado ao slogan: “Brasil, ame-o ou deixe-o”, fabricado no tempo da ditadura e imposto aos dissidentes. A intencao da frase era fazer os patriotarios acreditarem que a administracao da ditadura representava o proprio Brasil. O desejo era faze-los entender que quem nao gostasse dos ditadores nao gostava do pais. O ditado era inteligente. Mas o efeito na populacao foi minimo. E, como os brasileiros costumam dizer: “Nos somos vacinados”. A populacao nao caiu nesse conto porque nao havia muitos patriotarios por la.

Eh por isso que precisamos ficar cientes dos muitos usos da palavra. Qualquer palavra pode ser usada em mais de um sentido. Patriotismo eh uma das palavras do nosso vocabulario que pode nos inspirar tanto vitorias quanto derrotas. Patriotismo pode criar sociedades livres e justas tanto quanto uma terra de fantasias onde liberdade e justica podem tornar-se escravidao debaixo de um veu de falsidades. E eu estou em duvida em qual direcao dos dois extremos os Estados Unidos estao caminhando para ele.

Deixe-se `a mostra algo que esta no amago da sociedade americana. O povo aqui tem uma percepcao disso e os outros tem outra, que eh o oposto. Apos a Segunda Guerra ficou claro para os outros e mesmo para americanos que nossa sociedade eh baseada em competicao. As outras sociedades nao desejavam o mesmo tipo de competicao em certos aspectos da vida. Contudo, competicao aqui nos Estados Unidos eh vista como o unico propulsor do desenvolvimento.

Em outras sociedades como o Brasil de antigamente a parceria era mais aceita, embora o individualismo nao fosse proibido. E, de certa maneira isso eh uma das razoes pelas quais nos podemos, com certeza, apontar um porque do Brasil estar demorando tanto para emergir como sociedade industrializada. Eh interessante tomar esses exemplos porque os Estados Unidos sao o individualismo que deu certo por certo tempo e o Brasil, com seu individualismo, provou o lado contrario. A diferenca estava em a sociedade americana ter apostado na justica para com a maioria da populacao interna dando oportunidades para ela. No Brasil o individualismo foi totalmente excludente. Quem tinha pegava tudo, e os que pouco possuiam eram esquecidos.

Quando a gente analisa isso em relacao ao mundo a gente entende. Tomando cada pais como parte da sociedade terrestre como um todo temos os Estados Unidos como quem levou tudo e os outros paises como os que foram esquecidos. Nao podemos tomar essa analogia como um paralelo perfeito porque alguns dos outros paises industrializados tambem pegaram algo e mesmo partes das sociedades nos paises pobres tambem receberam mais. Mas, no contexto geral, nos temos mais excluidos que integrados. E como eh o Brasil tambem eh o mundo como um todo. Como se diz no Brasil: “O Brasil eh o retrato do mundo.”

Apos a II Grande Guerra a “teologia” da competicao foi implantada. Tendo como cabeca os Estados Unidos e seu principal associado nao foi surpresa nenhuma que eles tomassem a frente e saissem com grande vantagem. Temos que compreender o momento da largada. Naquele tempo, todos os outros paises industrializados estavam devastados pela guerra. Mesmo que os Estados Unidos tenham tido participacao proeminente na guerra o seu territorio continental nao havia sofrido a mesma sorte. O grande capital que os Estados Unidos perderam na guerra foram as vidas humanas, mas se pensarmos isso apenas como capital, nao como uma perda irreparavel para as familias, este capital foi plenamente recuperado pela imigracao que veio do lado destruido. Assim, falando-se apenas do ponto de vista economico, os Estados Unidos ganharam mais forca de trabalho logo apos a guerra do que perdeu durante ela.

Somando isso ao territorio que nao sofreu destruicao fica facil entender porque os Estados Unidos sairam com tanta vantagem em relacao aos competidores. E como um provocador sem cuidado algum, empurrou o resto do mundo para a competicao que no principio os propenentes devem ter imaginado que, “Vao passar mil anos antes que qualquer dos competidores se compararao conosco”. Igualmente sem cuidado algum, ninguem desde entao teve a humildade de pensar: “Mesmo que isso venha daqui a mil anos, agora seria melhor a gente se resguardar. Vamos, para o caso de acontecer, ser mais justos com o resto do mundo porque, no dia em que a gente cair, que ele tenha consideracao com nossa descendencia.”

Pode ser que a ideia de competicao funcione bem nos esportes mas nao estou tao certo de que funcione da mesma forma com a vida. A ideia por si mesma implica que teremos vencedores e vencidos. E este eh o grande problema quando voce aposta sua vida deste jeito. Vida nunca deveria ser posta em jogo com a consequencia de alguns serem classificados como vencedores e outros como perdedores. Isso abre o caminho para as pessoas humanas mostrarem seus piores instintos ocultos.

As pessoas que estarao em posicao melhor de vencer perdem seus sensos de justica e nao pensam duas vezes em usar artimanhas, como os Estados Unidos fizeram na transferencia de dinheiro dos paises em desenvolvimento no tempo do Novo Colonialismo. O mesmo eh visto no periodo chamado Colonialismo, no tempo da escravidao, no genocidio dos nativos de todas as Americas e muito outros mais.

As que estarao em posicoes inferiores de competir no mesmo nivel dos adversarios podem apelar para loucuras como optar por fazer ataques terroristas como os que temos visto ha tempos em nosso mundo.

Competicao pode ajudar e ser divertida, desde que nao haja risco de afetar comportamentos. Lembro-me de nossos colegas de trabalho, Joe e Dick, nos tempos na ESP, em que eles eram torcedores do time de baseball de Boston, o Red Sox. Alguns de nos os gozavam porque a ultima vez que o time deles tinha conquistado um titulo de campeao nacional tinha sido em 1.918. Assim, talvez nem sequer os avos deles sabiam o que era ser campeao.

Em contrapartida, o time de futebol preferido de alguns colegas brasileiros, o Cruzeiro, estava empilhando trofeus nos anos 90 e inicio dos anos 2.000. Somente em 2.004 o Red Sox conseguiu quebrar o jejum de titulos. Porem, os irmaos nao puderam retribuir a gozacao aos colegas brasileiros porque eles estavam celebrando junto. Nos esportes a gente pode ser perdedor por nao se sabe quanto tempo, porque isso nao rouba nada da gente. A gente pode ficar com raiva por uma semana ou mais mas logo a gente comeca a ascender a curiosidade de saber o que acontecera no proximo ano.

O problema em arriscar-se a fazer o mesmo com a vida eh este: voce nao tem muitas vidas para ser perdedor em algumas e vencedor em outras. Vida nao foi feita para entrar em competicao. Foi feita para fazer valer a frase: “Viver e deixar viver.” Em outras palavras, a vida foi feita para haver vitorias dos dois lados. Em termos de economia os americanos tem certo problema para compreender isso. Nem todos mas um grande numero tem. O povo que milita no Partido Republicano eh o que menos entende isso, pelo menos, eh o que parece ser pelos discursos que andam fazendo nos debates para decidir qual deles ira enfrentar o presidente Obama nas eleicoes de 2.012.

E ontem, 7 de fevereiro, o concorrente, senador Rick Santorum, teve uma vitoria simbolica. Ele estava atras dos outros tres competidores e ganhou as primarias no Missouri, Colorado e Minnesota. Foi uma grande vitoria porque estamos no inicio das primarias mas nao foi tao importante quanto pode parecer. Para que os leitores brasileiros saibam, a selecao do candidato de um partido nos Estados Unidos tem que passar por primarias em cada estado. Em alguns estados o vencedor leva todos os delegados eleitos para o seu lado e eles votarao numa convencao nacional que decidira quem sera o candidato do partido. Em outros estados os delegados sao divididos entre os candidatos, de acordo com a proporcao de votos que cada um ganhou na primaria do estado.

Mitt Romney ganhou apenas tres estados ate agora. O senador Santorum ganhou quatro. Mas Romney, somente pela vitoria na Florida, levou 50 delegados e agora conta com 115 do seu lado. Santorum, com quatro vitorias, conta com apenas 34 delegados. Ron Paul eh quem esta em ultimo com apenas 20 delegados e sem ganhar em nenhum estado. Newt Gingrich esta em segundo com 38 delegados. Para ser nomeado candidato do partido, independentemente dos resultados dos outros concorrentes, eles precisam ter 1.245 delegados. Agora eles estao mais preocupados com a primaria chamada de Super Terca. Esta se dara em 6 de marco e varios estados estarao em disputa ao mesmo tempo. Se alguem se descatar na Super Terca, isso, possivelmente, abrira as portas para vencer os estados subsequentes e, talvez, tornar-se o indicado do Partido Republicano. Mas eles tem bastante tempo ate la.

Todavia, o que esta me surpreendendo mais eh o clima de competicao que os candidatos republicanos tem mostrado nos debates. As eleicoes, que irao acontecer em novembro, sao supostas decidir quem sera o presidente dos Estados Unidos. Quem sera eleito para governar apenas o pais e nao o mundo todo. Mas eles ja estao discutindo o que fariam se eleitos em relacao aos outros povos e paises. O senador Rick Santorum, por exemplo, ameacou de bombardear as usinas nucleares do Iran.

Entretanto, antes de eu comentar as pretencoes individuais deles, eu preciso admitir, nao posso votar para nenhum deles. Desde o comeco das primarias todos os candidatos republicanos tem garantido que qualquer um deles seria uma alternativa melhor que o presidente Obama na Casa Branca. Ta bom, eles sao candidatos e sao livres para falarem o que desejarem mas, exceto pelo Ron Paul, eles estao so se parecendo a uma trupe de palhacos em relacao `as relacoes exteriores. Eles tem se apresentado como os manda-chuvas do mundo. Como se o mundo os fosse eleger para fazerem qualquer bobagem que queiram!

O unico que esta em dia com os fatos eh Ron Paul que nao deseja ver os Estados Unidos como o manda-chuva do mundo. Ao contrario, ele esta prometendo mandar voltar para casa todos os soldados americanos no exterior. Inclusive aqueles que estao servindo nas bases americanas, como na Alemanha e Japao, desde a II Guerra. Eu concordo totalmente com essa proposta mas nao da mesma forma. Sim. Ron Paul esta correto quando fala que o intervencionismo americano foi longe demais e isso nao esta resolvendo nenhum de nossos problemas. Assim, assumir uma posicao mais conciliadora seria a melhor politica para as relacoes comerciais internacionais.

Penso que ele esta correto no que deseja mas totalmente enganado na acao a tomar. Tambem quero mudancas radicais nas politicas americanas nas relacoes internacionais. O sistema adotado desde a II Guerra eh uma falha total. Mas eh preciso levar agora em conta o fato de que, se essas politicas forem desmontadas da noite para o dia ira criar-se um vago de poder em alguns lugares. E as consequencias disso poderao ser opostas `as boas intencoes.

Algum tempo atras eu ouvi a respeito das intencoes de alguns de nossos fundadores de criar o Ministerio da Paz. Nao sei porque ele nao foi criado. Ja ouvi a alegacao num canal de noticias que dizia: “Se tivermos um Ministerio da Paz os adversarios serao mais agressivos contra nos porque pensarao que somos fracos”. Ah ha!!! Nunca vi tamanho esperdicio de inteligencia! Possivelmente o senador Santorum ficaria feliz com tal argumento desde que ele pretende, se for eleito, construir as forcas armadas tao terriveis que impedisse qualquer outro de desafiar os Estados Unidos.

Mas nos ja temos tais forcas e a unica coisa que isso esta criando eh outra competicao entre nacoes para saber qual tera mais poder no proximo estagio. Nao importa mais quem tera mais armas de destruicao em massa no proximo estagio porque o que a gente ja tem eh mais que o suficiente para destruir a vida humana na Terra. Entao, no que se baseia a inteligencia em produzir mais armas?

So mais um comentario. Nosso superior comando esta sempre dizendo que, paises como Siria, Iran, Paquistao e outros nao deveriam possuir armas de destruicao em massa porque sempre ha o risco delas terminarem em maos terroristas. A alegacao acrescenta que os governos desses paises ja estao em maos terroristas ou a caminho disso. Tambem, por causa da falta de seguranca sobre essas armas, elas podem ser adquiridas por terroristas. O problema eh este, Estados Unidos, Russia, Franca, Inglaterra, India e outros que possuem tais armas nao sao imunes a crises ou a elegerem presidentes com mentes do tipo do Santorum, que sao igualmente perigosas. Dai, qual eh o plano B em situacoes como essas?!

Da cultura brasileira nos temos o dizer que: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra.” Tenho duvida quanto haver inteligencia alguma em dizeres assim porque, se voce esta sempre preparado para fazer a guerra, nunca ira aprender a viver em paz. Penso que essa eh a razao exata de os Estados Unidos estarem envolvidos em tantos conflitos. Eles estao preparados demais para fazer a guerra e nunca aprenderam como fazer a paz. Falta aos Estados Unidos dar uma chance `a paz.

Ainda penso que, se os Estados Unidos permanecerem nesse caminho, eles terao um fim parecido com o do Imperio Romano. Alguns dizem que o Imperio Romano durou por 1.000 anos. Mas podemos cortar isso pela metade porque ele teve seu apice perto do tempo do Julio Cesar. E permaneceu num patamar ate o Constantino I, quando comecou a cair, e caiu em 511. O Imperio Americano nao ira findar, necessariamente, com uma invasao de barbaros. Pode acontecer o contrario.

Os”barbaros” poderao deixa-los de lado. Os outros paises poderao se olharem e simplesmente dizerem: Estamos cansados de tanta imposicao. Vamos fortalecer nossas relacoes com base na paz. O melhor eh: “Das espadas fabricarmos enxadas, e das lancas fabricarmos foices.” Is 2,4. Se eles seguirem o nosso exemplo em praticar o bem nos lhes seremos amigos. Se nao, eles nao sao insubstituiveis! Podemos encontrar um lider melhor, um promotor da paz, nao um cacador de confusoes.

Agora eh necessario relembrar aquilo que aprendi, na Universidade Federal de Vicosa, a respeito da eficiencia na educacao brasileira. Podemos fazer um paralelo entre essa licao e a eficiencia dos Estados Unidos e da ONU como promotores da paz. Pela quantidade de guerras apos a II Grande Guerra, nos podemos medir a eficiencia dessas entidades como promotoras da paz. Serei complacente com a ONU porque ela tem um poder muito limitado e funciona como um braco da Quadrilha dos 5. As outras nacoes sao mais como espectadores, sem nenhum poder de veto.

O problema eh que, “Nos, o povo” somos induzidos a pensar que nossos governos pensam a paz em primeiro lugar. Dai a gente supoe que as muitas guerras que enfrentamos ou que nao fomos capazes de evitar como promotores da paz eh consequencia do mal comportamento dos outros. Pelo menos, isso eh o que o nosso Departamento de Estado quer nos fazer acreditar. Entao, se isso eh assim, “Nos, o povo”, precisamos nos perguntar: Qual tem sido a eficiencia dos nossos governos na causa da paz? A resposta eh clara. Uma falha vergonhosa.

Mas eh preciso nos perguntarmos ainda. Essa falha eh acidental ou nosso governo diz uma coisa e faz o oposto? Depois de tantas guerras, poderiamos nos suspeitarmos que o verdadeiro objetivo do passado, presente e futuros governos seria provocar guerras? Se for, entao eles tem sido uma maquina muito eficiente!

Eh preciso perguntarmo-nos ainda: Por que os nossos governos por tanto tempo tem agido assim? Quais sao os interesses? Nos podemos responder a isso olhando o volume de dinheiro que as guerras custam num periodo curto de tempo. Se prestarmos atencao no deficit monetario americano e dismembra-lo por setores onde o dinheiro entrou pelo ralo, tenho certeza que uma grande parte ira se encaixar na nossa conta de “defesa”. Agora a gente precisa se perguntar: Para onde foi o dinheiro?

Como Lavoisier disse: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. E muitos americanos estao furiosos com o nosso governo pensando que, O dinheiro foi gasto no Iraque, Afeganistao e outros lugares envolvidos em conflitos. E isso eh verdade na menor parte. Mas o grosso do dinheiro foi usado para os soldos, armas, instrumentos e outros servicos. Dai, no final, a maior parte do dinheiro nunca saiu dos Estados Unidos. E onde ele esta? Penso que os leitores sao suficientemente inteligentes para deduzir, pelo menos, onde parte dele esta.

Isso eh uma abominacao na vida humana. Nao importa o sofrimento que alguns terao. Sempre haverao outros que ganharao dinheiro com isso. E esse eh um grande problema nos Estados Unidos. Um excesso da nossa economia eh baseada na producao e comercio de armamentos. E os senhores das guerras nao se envergonham de ganharem dinheiro com isso. Eles tem o dinheiro e o poder. Eles fazem lobby desavergonhadamente junto ao congresso. Ignorar isso, como a maioria dos americanos faz, nao produzira nada de bom. A baleia azul dentro do tanquinho do peixinho dourado nao ira sumir.

Eu mencionei o Ministerio da Paz. E o que proponho eh que se pegue meio-a-meio o que os Estados Unidos gastam com o chamado Departamento de “Defesa”. Isso porque, fazer a paz eh a melhor defesa. A metade que sobraria para o Departamento de “Defesa” deveria ser usado para fazer uma menor e melhor forcas armadas. Estas nao deveriam ser tomadas como a primeira resposta `as crises mas deviam ser usadas como seguranca, para serem usadas apenas quando as tentativas de paz forem frustradas. E elas teriam que agir com rapidez e eficiencia. Serviriam somente para remover a causa dos problemas e deixar que os promotores da paz concluissem o trabalho.

A proposta do senador Santorum subestima a inteligencia dos outros. E falta inteligencia a ela. Todo mundo fora dos Estados Unidos sabe que os outros nao tem forca para confrontar as forcas armadas americanas num conflito frente-a-frente. Dai os nossos inimigos devem estar soltando foguetes toda vez que os americanos guerreiam. Eles ficam felizes em estudar todo movimento. Esta eh uma forma de aprender a respeito das armas usadas e, talvez, tomar posse de algumas e copia-las, alem de anotar as fraquezas. Quanto mais nos lutamos, mais eles aprenderao, dai eles se prepararao para o caso de chegar a vez deles.

E penso que o deputado Ron Paul deveria juntar ao plano dele de retirada dos militares do exterior `a criacao do Ministerio da Paz. Voltarei a esse assunto depois, em nosso capitulo de economia, e sera quando explicarei como salvar nossa posicao de lideres no mundo. A unica forma dos americanos manterem o sonho de serem lideres do mundo por 1.000 anos sera renunciando ao cargo de Manda-Chuva e assumindo a posicao de parceiros. Nosso Ministerio da Paz deveria ter a capacidade de enviar pessoas, nao soldados, a todos os cantos do globo, como ajudantes na luta contra a pobreza e visando solucionar outros problemas.

Nossa missao nao pode ser dizer aos outros o que eles tem que fazer. A missao deveria ser diagnosticar problemas, perguntar ao povo local qual seria a solucao ele pensa que poderia funcionar para todos e oferecer assistencia para isso ser feito. Nossa missao nao pode ser o dizer aos outros governos que precisam agir de forma diferente. Nem podemos misturar religiao, cultura e idealogia `a missao. Como nossa constituicao garante a nos o direito de escolha a esse respeito, isso deveria igualmente ser nossa orientacao no exterior.

Como mencionei em minha autobiografia no capitulo 15, nos precisamos escolher entre o modelo intervencionista e outro mais democratico. Como na cidade onde nasci, nos anos 70 quando precisavamos de assistencia tecnica para nos mesmos produzirmos mais renda e sermos independentes para precisar de menos caridade, ha bilhoes de pessoas ao redor do globo na mesma situacao. Mas se elas podem conseguir a renda que precisam com nossa assistencia tecnica, depois elas ate ficarao felizes em comprar nossa producao de alta tecnologia. Nao podemos continuar impondo aos outros o que pensamos ser bom para eles. Como nos exigimos o direito de escolha, o mesmo direito precisa ser dado a todos os outros.

Os candidatos republicanos vivem numa Ilha de Fantasia, exceto Ron Paul, ao pensarem que iremos criar mais empregos aqui nos Estados Unidos e mantendo o modelo intervencionista. O modelo intervencionista esta criando apenas mais pobreza, e nao ira criar melhores empregos em nosso pais sem que tenhamos mais pessoas para comprarem nossos produtos de tecnologia avancada.

E tenho um bom exemplo da economia brasileira para explicar isso melhor. Quando era um jovem la, nos tinhamos, basicamente, duas montadoras de carros. Uma era a Volks Wagen e a outra eram as americanas. A Fiat somente entrou no final dos anos 70 e inicio dos 80. E eu vi um resumo de vendas de carros no Brasil do ano passado. A Fiat eh a primeira, a Volks Wagen segunda e a Ford vem em terceira posicao. Historicamente a primeira posicao sempre foi disputada entre os alemaes e americanos.

E na minha interpretacao penso que sei o que esta acontecendo. Quando a Fiat entrou no Brasil era o pior carro que ja viramos. Ela lancou o modelo chamado Fiat 147 que ninguem gostava mas o carro continuou sendo comercializado. Isso porque o mercado era pobre e o preco do veiculo era mais compativel com os salarios brasileiros. Agora o fabricante deve ter melhorado porque o povo das classes C e B estao comprando produtos dele.

O segundo lugar da Volks Wagen tem sua explicacao. A montadora sempre ofereceu veiculos confiaveis. Isso ja era tao importante para os consumidores brasileiros que antigamente tinhamos mais Jeep Willis que fuscas por la. Como a maioria do territorio brasileiro hoje, uma parte maior do pais nem sequer conhecia o que era asfalto. Os carros tinham que ser fortes, baratos e faceis de consertar quando preciso.

O Brasil agora eh um mercado livre para carros. Esta la a maioria das montadoras do mundo. Contudo, carros no pais sao muito mais caros que nos Estados Unidos. Para o nosso exercicio mental nao eh importante explicar porque. A maior parte da populacao brasileira vive em torno da Costa Atlantica onde estradas e ruas sao pavimentadas. Dai, penso que o problema com a Ford ter caido para a terceira posicao no Brasil se deve `a discrepancia entre o produto e o mercado. A Ford deve estar mantendo o estilo americano, o que eh bom para manter a tradicao mas dificulta as vendas.

E falando a respeito de vendas, imagino quao dificil tem sido a vida dos nossos diplomatas para vender os Estados Unidos a outras nacoes. Os governos americanos, nao importa se democrata ou republicano, com suas mascaras de emancipadores e defensores das liberdades precisam explicar a nos para que que servem os bloqueios e as imposicoes de sancoes contra os “inimigos do povo” em muitos paises como Cuba, e agora Siria. Cuba eh o melhor exemplo do que fazer para nao atingir-se um objetivo.

O presidente Obama e eu nao passavamos de garotos quando os Estados Unidos comecaram o bloqueio contra Cuba. Sempre nos foi dito que a pressao iria agir de tal forma que “El Comandante” poderia renunciar e entregar o poder ao povo. 50 anos depois e nada mudou. Por outro lado eu sei como isso bem ajudou a manter nosso “aminimigo” no poder. Todo regime totalitario precisa de um inimigo, real ou imaginario, para se manter no poder. Sim! Se os ditadores nao tiverem inimigos para culpa-los pelas coisas ruins que fazem o povo poderia livrar-se deles mais cedo.

Nao penso que haja sequer um cabelo branco na cabeca do “El Comandante” que nasceu do arrependimento de ter feito algo ruim ao povo. Ele bem sabe que o bloqueio fez todo mal ao povo e deu a ele um argumento para permanecer no poder para sempre. Se nao tivesse o bloqueio e Cuba tivesse sido integrada `a comunidade mundial todos esses anos passados e o povo cubano tivesse vivido numa sociedade de comercio mais livre, qual argumento Fidel poderia apresentar para permanecer no poder? Provavelmente nenhum.

Eu sempre pensei que o bloqueio fosse um tipo de engano. Que fosse algo como: desde que os cubanamericanos odeiam Fidel eles estao cegados para ver que, o odio deles por Fidel era a ajuda que ele precisava para permanecer no poder. E os outros americanos nada fizeram porque eles ficaram refens da influencia politica dos cubanamericanos. Mas agora tenho mudado um pouco a minha persepcao. O poder americano tambem precisa ter ou criar inimigos externos para permanecer no poder. Isso nao passa de um jogo onde os dois lados ruins saem ganhando com seus mal comportamentos.

Se os Estados Unidos nao tivessem inimigos, ou nao tivesse criado alguns, o comercio de armamentos poderia decair e nossas autoridades temem que isso leve a um menor mercado e nossos interesses sejam comprometidos. Mas isso nao eh verdade. Temos coisas demais para fazer para melhorar o mundo. Precisamos produzir muito mais alimentos, muito mais energias alternativas, menos poluicao, maiores e melhores sistemas de transporte e a integracao mundial exigira tanto que, se cortarmos a producao de armamentos a seu minimo necessario, poderemos substituir isso pela producao de instrumentos agricolas e, mesmo assim, o mercado sera maior. Temos bilhoes a mais para alimentar. Mas enquanto escolhemos lutar uns contra os outros ao inves de lutar contra os problemas reais a pobreza ganhara forca e nada do que fizermos para garantir nossa liberdade e felicidade ira funcionar.

As licoes do furacao Katrina, e dos terremotos na Indonesia e no Japao deveriam ter sido aprendidas. Nao interessa o que facamos. Nos nao podemos impedir que acontecam. Entao, precisamos nos preparar para evitar suas consequencias. E os cientistas andam nos avisando que essas coisas nao sao o pior que nos pode acontecer. Eu pretendo escrever outro capitulo, um menor, para talvez alertar para a possibilidade de tres ou mais eventos desses acontecerem ao mesmo tempo.

Meses atras tivemos exemplos de como mal preparados estamos aqui no Nordeste Americano. Uma tempestade pequena de neve e, depois, um dia de chuva intensa deixou alguns sem eletricidade por semanas. Eh inacreditavel a ausencia de seriedade no comportamento de nossos politicos. Eles agem como se nao tivessem a menor pista do risco que a vida contem sem que criemos outros mais. Eles precisavam saber de quantas maneiras e vezes o planeta sofreu extincoes de milhoes de especies. Isso pode se repetir facilmente e nao estamos preparados para nada.

E essas coisas combinadas sao uma das razoes que o presente livro eh chamado: A America Suicida. Nos estamos claramente a caminho da queda e a maioria dos politicos nao se conscientiza. Eles nao estao apenas ignorando o perigo mas estao preocupados apenas com suas proprias agendas. Nao excluo partido algum dessa afirmativa, e eles estao trabalhando para o fim chegar mais cedo. A minha unica duvida em relacao a isso eh: eles estao fazendo isso de proposito ou estao totalmente alienados da realidade?

Desde que tenho duvidas quanto a isso nao posso escrever esse livro na mesma linha daqueles que trabalham com Teorias de Conspiracao. Mesmo eu tendo conhecimento do extremismo cristao `a nossa volta. Temos uma parte do cristianismo que acredita no livro do Apocalipse como se fosse uma previsao do futuro. Sendo assim, ela pensa que a estoria nele eh inevitavel e acredita que: seria missao dela causar o que esta “predito” la. Esta visao apocaliptica eh mais uma piada na interpretacao das Escrituras. Digo, apenas a interpretacao eh piada sem referir-me `as consequencias disso.

Eu ja disse que toda religiao tem algum credo engracado e mencionei a parte dos catolicos que cre na infalibilidade papal. O nome original do livro eh Apocalipse, que em grego significa Revelacao. E, durante a Historia, a estoria narrada nele deu significado novo `a palavra que seria: a combinacao de eventos determinados por Deus para acontecerem, para a purificacao geral, remissao dos arrependidos e punicao eterna dos pecadores nao arrependidos.

O que ha de errado nessa interpretacao? Eh simples. Deus eh Oniciente. Desde o Principio da Vida Ele Sabia o que poderia acontecer durante toda a Historia. E se Ele tivesse dito isso: Um dia Eu Porei um fim ao mundo e Punirei pela Eternidade aos pecadores nao arrependidos, isso seria o mesmo que Ele dizer: Eu Crearei os pecadores para eles fazerem o mal e nao se arrependerem porque quando Eu digo que Sera, Sera e nao podera ser evitado. E Deus seria parte do “mal” creado por Ele Proprio e Parte Dele seria punido por toda a Eternidade. Nao importa qual a proporcao de humanos seria eternamente punida porque isso seria reconhecivel como ineficiencia de Deus. Dai Deus nao poderia ser Perfeito.

O problema com a teoria divina desses cristaos eh isso, eles pensam que conhecem a Deus e criam uma imagem Dele sem prestar atencao nas consequencias que implicam as suposicoes deles. E eles permanecem nas ilusoes deles mesmo quando outros mostram com clareza as contradicoes das teorias deles. Eles se consideram conservadores mas o que fazem na realidade eh permanecer na dureza de coracoes e cabecas.

Bom, eu nao creio em nenhuma parte ruim em Deus. E o povo que cre nisso nao conhece Deus, apesar de ser enganado a pensar diferente. Eh impossivel a Deus ser Bom e mal ao mesmo tempo e continuar Santo. Mas isso eh parte da discussao no meu outro livro: O Conhecimento com Respeito a Deus.

O importante aqui eh termos conhecimento de que, temos um grupo de cristaos extremistas que cre que Deus eh em parte Bom e em parte mal e esse grupo usa sua interpretacao distorcida das Escrituras para justificar o comportamento ruim dele. O grupo esta disposto a usar isso para provocar o retorno de um salvador imaginario, para cumprir uma profecia imaginaria, atribuida ao Proprio Deus. Esta eh a parte da parte dos americanos que tambem sao suicidas. Essa parte nao se difere dos extremistas muculmanos. Mas eh uma minoria que tem um excesso de influencia na politica americana.

Para mim eh claro que, as guerras que andam sendo feitas agora nao defendem nem a liberdade americana nem a liberdade de outros povos. Essas guerras estao defendendo os interesses das multinacionais como as companhias de petroleo e dos fabricantes de armas. E as guerras tem sido pagas pelo povo americano em dinheiro, sangue e sacrificios. Nao eh surpresa alguma os outros povos culparem o povo americano pelos malfeitos de parte de nossa populacao.

Nao sei dizer em qual grau o senador Santorum faz parte do grupo cristao que eh apocaliptico. Ele parece que eh. Estou impedido de votar em tres dos pretendentes a candidato pelo Partido Republicano. Eles sao suicidamente crentes em consertar o mundo atraves dos confrontos e nao das solucoes negociadas. O que eles defendem so ira nos levar a novas guerras. O menos que eles querem, como o Mitt Romney quer, eh comecar uma guerra comercial contra a China. Se ela acontecer, o mundo nao ficara melhor. Vivera apenas outro caminho de instabilidade, o que criara condicoes para uma guerra pior.

Tambem tenho uma razao especial para nao votar no senador Santorum e no ex-presidente do congresso, o Newt Gingrich. Para a surpresa de muitos, a razao eh que eles sao catolicos. Por que um catolico nao votaria noutro catolico? Alguem poderia perguntar. A resposta eh bastante bizarra. Mas precisamos prestar atencao no que ha em torno de nos. Pelo menos 50% das noticias que tenho ouvido a respeito do Vaticano eh a respeito dos abusos cometidos por sacerdotes catolicos pelo mundo afora. E o problema aconteceu sob o olhar dos dois ultimos papas: Joao Paulo II e Bento XVI.

As acusacoes sao de tal forma que ambos os papas nao apenas falharam em proteger nossas criancas contra os predadores sexuais. Eles teriam decidido permitir que os maus permanecessem em posicao de repetir seus malfeitos. Nao sou do tipo de pessoa que culpa as intituicoes por causa dos malfeitos de alguns dos empregados delas. Mas brasileiros tem uma sabedoria que fala: “Cautela e canja de galinha nao fazem mal a ninguem”.

Subliminarmente nas noticias a gente percebe a predisposicao de estampar a Igreja Catolica como: “Igreja Catolica Pederasta Romana”. O Pederasta substitui ao tradicional Apostolica, que tem relacao com os 12 apostolos de Jesus. Nao podemos subestimar o poder das palavras negativas. Se um candidato republicano se tornar presidente dos Estados Unidos, estou certo que coisas ruins surgirao disso. E se coincidir de o presidente americano vier a ser um catolico, mau sentimentos surgirao contra catolicos do mundo inteiro. E nao desejo mais sofrimento `as pessoas inocentes.

Os brasileiros tem outro dizer que eh assim: “Os justos pagam pelos pecadores”. Isso nao eh um ensinamento religioso. Eh uma observacao oriunda da vida pratica. Mesmo ele contradizendo o que esta escrito nas Escrituras, que afirmam que os justos nao pagariam pelos pecados dos outros, eh obvio que, no nosso mundo material, pessoas boas sempre estao sofrendo as consequencias da brutalidade dos pecadores. Isso nao eh suposto acontecer no Dominio de Deus. Mas essa eh a regra no dos homens. Entao, nao espero que todas as pessoas do mundo saberao como fazer a diferenca entre um pecador especifico, por acaso catolico, de todos os outros catolicos. Ai, eh preciso usar-se as precaucoes.

Agora eu quero mudar um pouco o meu dicurso. Isso tambem eh parte do Principio das Dores. Mas o assunto eh imigracao. Esta eh uma das razoes que me impedem de votar no Partido Republicano. Pelas palavras contra os imigrantes isso tambem inclui o candidato Ron Paul. Penso que esse sim seja o assunto mais importante, e o resto consequencia. Eu jamais direi: Eh ruim porque eh republicano. Isso seria uma generalizacao que sei nao ser verdade. Instituicoes nao sao ruins ou boas. Elas sao dirigidas por pessoas humanas e o que de bom ou ruim nascer da direcao sera inerente `as pessoas nao `as instituicoes.

Num espaco maior de tempo um partido pode ser ruim em algumas ocasioes e bom em outras. E isso `as vezes nasce da competicao. O posicionamento a favor ou contra certos assuntos depende da rivalidade entre os partidos. E o sistema bipartidario que domina a politica americana tende a abrir a oportunidade para taxar-se os partidos como algo que eles, necessariamente, nao sao o que a taxacao apregoa. E nesse precioso momento historico o Partido Republicano pode ser facilmente taxado por nazistas amansados.

Eu sei. Ele nao eh um Partido Nazista. Mas para o mundo de fora ele se parece parcialmente nazista. Dai eu somei o amansados. E por que ele se tornou tao indesejavel ao mundo? Estou certo de uma coisa. Nao se trata de o mundo ter inveja do sucesso americano. Como eu tentei explicar antes, o mundo de fora nao tem problemas com o sucesso americano ou de qualquer outro. Se isso fosse tao simples assim, uma artista de sucesso como o Michael Jackson e muitos outros nao fariam sucesso algum em torno do globo. Quando o sucesso nao te causa danos voce se torna fan desse sucesso. Ontem, 11 de fevereiro de 2.012, a Whitney Houston faleceu. E, possivelmente, os americanos nascidos aqui nao imaginam o como ela era amada no exterior!

Nos admiramos o sucesso sem danos provocados, a menos que a pessoa tenha problema comportamental. Em toda populacao a gente encontra pessoas de comportamento torcido. Mas quando um numero maior de qualquer populacao comeca a sentir oprimido por certos tipos de sucesso, nos precisamos comecar a perguntar o porque, porque a resposta, possivelmente, caira sobre algo errado nas razoes para este sucesso e nao no comportamento da populacao como um todo. Quando as pesquisas logo apos aos ataques terroristas de 11 de setembro foram feitas, mostrando que americanos eram odiados em determinada proporcao em todo o globo, a desculpa de inveja foi totalmente errada.

Somente uns poucos com mentes abertas avisaram da necessidade de perguntar-se o que fizemos de errado para provocar isso. Mas a imposicao da resposta de que o mundo nos odeia porque eh invejoso do nosso sucesso agiu da mesma forma que um assalto `a inteligencia dos outros. Eh isso mesmo! Se um ladrao aponta uma arma para sua cabeca e fala: De-me sua carteira ou morre, voce nao pensa duas vezes para obedecer a ordem, nao porque voce concorde que ele esteja fazendo algo bonito.

Hoje eu posso falar abertamente a esse respeito. `As vezes eu assisto ao jornal onde a Erin Burnett da CNN a cada dia esta contando os dias, ate agora por volta de 200, apos os Estados Unidos terem perdido sua classificao de economia AAA no mundo, e ela pergunta: “O nos estamos fazendo para recupera-lo?” Na mesma linha eu gostaria de perguntar: O que estamos fazendo para o mundo nos odiar menos? Infelizmente o que eu tenho visto ate agora eh o que nosso governo anda fazendo para aumentar o odio contra nos. Dizer que o mundo nos detesta por causa do nosso sucesso so aumenta o sentimento de que somos o povo mais arrogante da Terra.

O mundo de fora precisaria ser doido se nao tivesse nenhum odio contra os americanos. E nisso o Ron Paul esta certo. Escreverei um capitulo abordando o terrorismo onde indicarei alguns dos malfeitos do nosso governo que andam dando razoes para os de fora nos odiar mais. Ron Paul mencionou os bombardeios que tem acontecido por mais de uma decada no Oriente Medio e Afeganistao. E o leitor comum podera perguntar: E o que isso tem haver com o resto do mundo tambem nos odiar?

E a resposta eh simples, eles sao seres humanos, seres humanos sensiveis que tem coneccoes de amor aos outros. Eles nao tem apenas interesses pelas coisas dos outros. Eles sentem que os sofrimentos causados afetam todos. Alguns americanos tem a mesma coneccao. No meio dos de fora existem muitos que sao promotores da paz e se sentem traidos porque a preferencia pela paz tem sido morta antes de se dar a ela uma chance. A questao nao eh por que eles nos detestam? A questao nunca respondida eh: O que estamos fazendo para sermos amados?

Antecipando algo a respeito de terrorismo nos podemos mostrar razoes para o odio facil do mundo contra os americanos. Nao faz muito tempo que assisti ao documentario a respeito da missao que matou Osama Bin Laden, produzido pelo canal, National Geografico. Talvez os americanos de nascenca queiram classifica-lo como um documentario mas no conteudo existem cenas que sao estimulos ao odio contra os Estados Unidos. Uma delas eh a entrevista dada por um suposto ex-agente de inteligencia. Ele fala a respeito do calculo, ate `aquele tempo, de 1.800 pessoas terem sido mortas por avioes teleguiados. Ainda disse que 300 seriam terroristas ativos e os outros 1.500 seriam “casualidade de guerra”.

A entrevista estava indo bem ate ele acrescentar, as 1.500 “casualidades de guerra” seriam totalmente aceitaveis para esse tipo de trabalho. Eu pensei na hora: Oh Deus, onde a gente perdeu a humanidade?! Pareceu que o cara estava falando de animais nao de seres humanos. Elas sao gente. Possivelmente ainda tenham maes, pais, primos, tios, filhos, amigos e um grande numero de parentes. Se elas eram conhecidas por, pelo menos, 10.000 pessoas, como eh comum nas sociedades pobres, nos teremos cerca de um milhao e meio de pessoas furiosas com uma declaracao estupida como essa.

Sei. A maioria nao tem meios nem vontade de traduzir sua decepcao em atos de terrorismo. Mas tambem nao fara nada para evitar que alguem os cometa, mesmo que venha a saber de algum com antecedencia. Especulando que somente 0.1% dos ofendidos decida aderir `a causa e tornar-se combatente ativo `a “dominacao americana”, isso nos dara 1.500 ativos inimigos novos em campo. Ai, a quem se culpar pelo aumento do terrorismo no mundo? O que me aborrece mais eh isso, a forma como os Estados Unidos usam para combater o terrorismo esta criando a proxima geracao de combatentes que, possivelmente, saberao fazer o seu trabalho melhor que seus antecessores. O governo americano esta deliberadamente colocando a nossa proxima geracao em risco de tambem ser atacada.

Outra coisa que esta contando contra nos tambem eh o mal uso das palavras. Por que as baixas inocentes do outro lado sao chamadas de “casualidade de guerra” e as baixas inocentes do nosso lado sao chamadas de “vitimas do terrorismo”. Vejam, ate o cinismo precisa ter limite. A maioria da nossa populacao nao percebe o cinismo nestas palavras porque nossa populacao se sente vitima dos ataques terroristas. Mas o outro lado eh mais sensivel a este detalhe e esta mais disposto a falar abertamente a respeito com seus vizinhos.

A guerra de palavras faz parecer que: Americanos se consideram melhores que os outros. Como se tivessemos uma divisao de duas classes de pessoas humanas. Uma superior e outra inferior. Se os 1.500 podem ser considerados “casualidade de guerra”, por que os americanos nao consideraram no mesmo nivel os milhares que morreram nos ataques de 11 de setembro? Se houvessemos agido assim, talvez nao tivessemos perdido os mais de 10.000 de nossos soldados e nao tivessemos os mais de 50.000 feridos. Nao se pode esquecer dos mais de 200.000 dos nossos soldados, acometidos pela Sindrome do stress pos-traumas e dos milhoes de inocentes na mesma situacao em outros paises. Principalmente, nao nos esquecamos que estamos perdendo 18 veteranos de guerra por dia para o suicidio.

Os brasileiros descrevem esse tipo de situacao com o dizer: “Pimenta nos olhos dos outros eh refresco”. O problema eh julgar-se um lado com uma medida e o outro com outra. Infelizmente, eu nao posso dizer com certeza se o governo americano deseja ou nao deseja fazer mais inimigos no mundo. Nao sei dizer qual o objetivo ele deseja atingir. Nao tenho como determinar quais sao os interesses.

Deixe-me, entao, comecar a falar a respeito da imigracao. Nao tenho a intencao de discorrer sobre o assunto como um todo. Neste capitulo apenas mencionarei as estorias de alguns imigrantes. Sao personagens reais e o que apresentarei aconteceu realmente. Comecarei por mim mesmo. Um minimo de minha vida. Por volta dos anos 90 eu era vizinho de algumas pessoas. Viviamos em uma vizinhanca mista com americanos, latinos e brasileiros. E eramos felizes.

A maioria da populacao imigrante, incluindo minha familia, nao tinha documentacao. Estavamos no caminho da legalizacao. Nossos dias eram tipicos. Havia que levantar-se cedo, deixar as criancas na escola e ir para o trabalho diurno e parte da noite. A maioria de nos morava em casas arrendadas, tinha carros velhos e enviava dinheiro ao pais de origem. A maioria estava investindo na possibilidade de possuir uma vida independente na origem ou sustentava a membros da familia por la. Mesmo assim, a maior parte do que ganhavamos era gasta com o necessario aqui mesmo. O aluguel, por exemplo, era uma certa dor de cabeca.

Nao ganhavamos mais dinheiro que ninguem. Melhor dizendo nos eramos os piores salarios do pais e isso era um porque de a gente ter que trabalhar mais. `As vezes tinhamos tres empregos como eu tinha, ou mais, como outros tiveram. Mas nos tambem tinhamos nossos meios de economizar. Ter um carro velho significava tanto um seguro quanto IPVA menores. Cozinhar em casa significava mais horas a se trabalhar mas tambem corte de despesas com restaurantes. Alguns trabalhavam nos restaurantes e tinham a comida gratuita. Ninguem se incomodava em perguntar onde era o Shoping Center ou o cinema. Nossos unicos passatempos eram ir `a igreja, bater bola nos finais de semana e ter a companhia uns dos outros. Assim aconteceu durante anos.

O que motivava ficarmos aqui era que, se eramos casados nos podiamos pagar nossas despesas com nossos salarios. E com um pouco mais de sacrificio, cada um poderia ter um trabalho de meio periodo e juntar US$ 200,00/semana. No final do ano isso da um pouco mais de 10.000 dolares, os quais poderiam ser enviados `a nossa origem para comprar uma casa modesta. Alguns faziam muito mais que isso compartilhando o aluguel com colegas. Eu conheci exemplos de 8 pessoas morando na mesma casa. Mas isso ja eh passado. O dolar tinha um bom valor frente `as outras moedas. Agora esta comprando cerca de 1,80 da moeda brasileira e tudo por la aumentou, enquanto aqui foi para baixo. Com US$ 10.000,00 nao se compra mais muita coisa por la.

Naquele tempo a economia brasileira entrou em parafuso e o mesmo se deu no resta a America Latina. E muita gente comecou a pensar que nao seria possivel voltar mais para la. Alguns decidiram ficar para tentar um meio de vida melhor por aqui. E isso tornou-nos mais visiveis. Infelizmente, de forma errada. Isso se deu porque, chutando, pelo menos 20% dos imigrantes gostam de aparecer com casas e carros caros. A gente costuma ate brincar por isso dizendo: Tem gente que nem se importa de nao ter comida em casa desde que tenha um carrao para dirigir. E a bolha do comercio de casas estava comecando a atrair o interesse dos imigrantes tambem.

Alguns de nos ja havia comprado casas aqui e estavam retirando a valorizacao para comprar mais ou investir na origem. Ninguem se alertou para a arapuca em que estava caindo. Exceto uns poucos, como eu que tinha aprendido as licoes com meu pai. O povao estava pensando que o mercado fosse subir ate a um ponto de estabilizacao. Ninguem queria pensar na possibilidade dos precos despencarem. O desmantelamento do mercado era algo nunca visto. Os Brasileiros nao tinham experiencia dessa situacao porque o credito, desde muito tempo atras, era pouco e caro demais para o povo usa-lo por la.

E os americanos deverao estar intrigados com a noticia de que os imigrantes tambem estavam investindo no mercado de casas. A questao eh, como eles as estavam pagando? E isso eh simples. Nao era dificil. Se se comprava uma casa com duas ou mais moradas e alugava-se os espacos que sobravam, pagava-se as prestacoes no total ou quase isso. Uma das moradas era separada para a familia do proprietario, de tal maneira que o comprador gastava menos que pagaria por um aluguel. No final das contas este estava economizando de duas maneiras porque estava pagando menos e seus locatarios estavam ajudando-o a quitar algo que era esperado tornar-se dele um dia. A valorizacao era um ganho extra. As mentes ficaram hipnotizadas pelo que se poderia ganhar e isso levou o imigrante a deixar a guarda cair.

Aqui em nossa volta muitos imigrantes estavam trabalhando na industria de construcao. Qualquer deles podia comprar uma casa velha por um preco menor e conserta-la. O que custaria aos outros consumidores dezenas de milhares de dolares, a pessoa consertava por si mesma ou com a ajuda de amigos por uma fracao do preco. Assim, quem estava vendo sem o conhecimento de causa era levado a pensar que os imigrantes estavam ficando ricos muito facil.

E essas aparencias conspiraram contra nos. Aquelas pessoas de comportamento desviado comecaram a ver-nos com inveja. No entendimento delas, a gente nem poderia estar aqui. E tudo o que ganhavamos passou a ser visto como roubo. Para elas nao importava se a gente nao estivesse aqui o nosso trabalho nao seria feito. Mesmo a gente sendo mal paga. Elas nao veem problemas no dinheiro a mais que outros ganhavam em nossas costas e que acabavam indo para os bolsos de americanos. A inveja era o problema.

Elas comecaram a espalhar que nos estavamos tomando o servico dos americanos. Mas se todos nos fossemos dispensados, elas proprias jamais fariam o nosso trabalho. No ver delas, nosso trabalho seria bom para outros americanos, nao para si mesmas porque elas sabiam que o que faziamos era muito mais duro do que elas aguentariam. Na mente perfida delas, outros seriam palhacos o suficiente para assumir nosso trabalho. Ate nisso elas sao preconceituosas. Elas pensam que certos americanos valem menos que elas proprias para terem a coragem de fazer servicos que somente imigrantes sem documentos pegam para fazer sem nenhuma reserva.

Algo parecido estava acontecendo no mercado de carros tambem. Alguns estavam aproveitando a ocasiao para comprar carros com problemas, consertando-os e repassando para os conterraneos por um preco bom. Esses intermediarios inclusive passaram a poder comprar carros novos para eles proprios. E essa atitude tornou a comunidade mais visivel, mesmo que a maioria manteve os salarios e vidas modestas. Somente uma pequena parte da comunidade conseguiu trabalhos melhores por causa de suas proprias experiencias na suas origens ou por estarem trabalhando por muito tempo com a mesma atividade.

Nossa visibilidade acabou atraindo o “mal olhado” das pessoas ruins. Muito antes dos ataques de 11 de setembro e os problemas da economia ja existiam pessoas dizendo e fazerndo coisas ruins aos imigrantes aqui. Nos tivemos um vizinho que fundou uma associacao anti-imigrante. Ele e o irmao dele sao muito conhecidos por nos. Eles inclusive usavam um espaco num canal publico de televisao para divulgar a opiniao intolerante deles. Eles tinham a coragem de dizer que, nao eram anti-imigrantes porque o negocio deles nao era perseguir os imigrantes legalizados, mas a forma de como eles falavam as coisas deixaram claras as intencoes que tinham contra qualquer de nos.

A principio ninguem prestou atencao neles. Todo mundo so pensava em trabalhar e manter-se na linha. Quem estava a ponto de ser legalizado nao precisava temer nada. Os outros estavam esperando que alguma lei de legalizacao fosse aprovada. Ate mesmo as instituicoes de defesa dos imigrantes nao cria no poder de intriga deles. Mas eles nao estavam sos. Grupos com a mesma intencao haviam sido formados no pais inteiro. E o conjunto deles comecou a espalhar mais conceitos falsos a respeito dos imigrantes e suas vidas. Outra pessoa, numa cidade diferente da nossa, parte do mesmo movimento preconceituoso chegou a urinar numa bandeira brasileira e mostrou isso no programa dela. Esta acabou tendo o programa suspenso.

Mas eles souberam avaliar as fraquezas dos imigrantes muito bem. Como na Grecia antiga, aqui ha um dizer que tambem funcionou: “Boa coisa eh termos imigrantes em nosso meio porque assim podemos culpa-los por qualquer coisa de errado que fizermos!” Se algum imigrante cometesse qualquer crime, no dia seguinte o crime teria sido cometido pela comunidade. Se um americano mata duzias num surto de loucura assassina, o problema eh logicamente ligado `a pessoa nao a toda a populacao. Se algum americano pega uma doenca contagiosa e sem querer transmite para outros, ninguem iria culpar a populacao americano por isso, mas se for um imigrante, imediatamente se levanta uma grande desconfianca contra toda a populacao imigrante.

A gente so se alertou para o que estava acontecendo quando o projeto de legalizacao dos congressistas Kennedy-McCain foi derrotado vergonhosamente. E foi ai que a maioria dos nazistas amansados se envolveram. Os politicos, principalmente do Partido Republicano, em especial o seu movimento interno chamado de Partido do Cha, pressentiram que seria uma boa forma de conquistar os coracoes e mentes de certos eleitores americanos. Para eles isso nao passa de um jogo de estrategias. Imigrantes ilegais, como eles chamam os sem documentos, nao votam, entao, como donos-da-rua covardes, eles se sentiram no direito de espanca-los ao maximo porque isso nao iria refletir contra eles nas eleicoes.

Contudo, por tras desse movimento anti-imigrante estao todos os sentimentos preconceituosos. Nossos velhos inimigos estao agora suspensos do seu horario na tv. Eles se precipitaram em revelar tambem os sentimentos anti-semita deles. O problema para eles eh que os Judeus nao sao imigrantes e a forte comunidade judaica por aqui deu a eles o que mereceram. Eles usaram as leis e o poder economico deles para os fazerem calar. E estou certo de que, a ma influencia de alguns e o mal comportamento dos politicos sao a receita certa para derrubar o Partido Republicano. E, se o candidato republicano for eleito, os Estados Unidos cairao junto com ele.

A maioria dos americanos nao faz a minima ideia do que esta acontecendo. O que tenho certeza eh que, se a populacao sem documentos for expulsa dos Estados Unidos num mesmo tempo, podemos esquecer qualquer esperanca de a economia americana recuperar, por um periodo longo de tempo. O governo Obama ja teve um exemplo disso. Eles ja deportaram mais de dois milhoes de pessoas e ele suspendeu tal politica. Seus comandados ja entenderam as consequencias que isso tem na economia. Mostrarei isso melhor em nosso capitulo a respeito de economia.

Alguns anos atras havia um grupo de trabalhadores fazendo jardinagem numa base do exercito na cidade de Natick, Massachusetts. Foi bem depois dos ataques de 11 de setembro e eles faziam esse trabalho ha anos seguidos. Ninguem nunca teve problema com isso. Mas num dia infeliz o chefe deles estacionou um carro bloqueando o caminho e um policial da cidade parou para verificar. Ninguem da base havia sido incomodado. Um dos trabalhadores, vendo a cena, tirou o carro do caminho e voltou a trabalhar.

Apos uma longa discussao com o chefe, que eh americano nascido ou naturalizado, o policial resolveu pedir documentos aos trabalhadores. Nenhum dos tres estava carregando nada com eles. Nem mesmo os passaportes. Ninguem nos Estados Unidos anda com documentos desnecessarios e muito menos com passaportes. Todos sabemos que o melhor eh po-los num cofre, a menos que se esteja viajando para o exterior. Um colega do policial percebeu claramente que eles nao tinham nada com o caso. Isso nao fazia parte do trabalho deles. Mas o rapaz resolveu chamar a policia de imigracao. Os imigrantes esperaram ordeiramente sem tentar fugir.

O primeiro tinha entrado pela fronteira dos Estados Unidos com o Mexico. Ele era considerado fugitivo porque nao compareceu `a corte. Os conservadores poderiam entao dizer, Ele eh um criminoso. Mas penso que essa eh uma conclusao super precipitada. Ele eh uma pessoa sem estudos como boa parte dos imigrantes sao. Ele sabe ler e escrever num nivel primario. Possivelmente, nao frequentou mais que 3 ou 4 anos de escola.

E antes de vir para os Estados Unidos a unica coisa que sabia a respeito do pais era que, aqui era suposto ser um lugar onde se trabalha duro e seu trabalho eh reconpensado com justica. O que incentiva os imigrantes a virem para os Estados Unidos ou outros paises ricos eh o fato de se conhecer alguem que esteve aqui, ganhou seu dinheiro, mandou dinheiro de volta para seu pais e esse dinheiro comprou coisas que o imigrante novo nunca teve a chance de possuir. Esta eh a verdadeira isca que pesca imigrantes para aqui.

Os detalhes da lei nao sao comentados. Ninguem conhece. Os traficantes estavam usando os furos da lei para ganhar dinheiro facil. Ja ouvi a respeito de muitos casos em que os imigrantes foram instruidos a cruzar a fronteira e se entregar `as patrulhas de fronteira. Dai eles eram levados `a corte para uma pre-audiencia onde eram instruidos a se apresentarem a nova corte nas proximidades do lugar onde o imigrante estava se dirigindo para viver. Mas ninguem se apresentaria a tal corte.

Os imigrantes pobres nao tinham outra alternativa. Essa maneira era mais segura que andar pelo Deserto do Arizona. Este era o unico furo na lei que favorecia os imigrantes mais pobres. Mas eles nao eram avisados de consequencia alguma. Eu diria que, os traficantes e o furo na lei podem ser culpados pelo crime, nao os proprios imigrantes. Mas isso nunca foi levado em consideracao.

Jose foi o segundo trabalhador a pagar pela infracao que o chefe deles cometeu. Ele teve tragedias na vida mesmo antes de nascer. O avo materno dele fora assassinado quando sua mae era crianca. Mesmo que a avo tenha casado de novo, a fatalidade tem que ter levado consequencias `a mente da mae dele. Ela casou-se jovem e em onze anos de casada teve 10 filhos. Perdeu um parto de gemeas. Jose foi o filho numero 10. E o pai da familia faleceu de ataque cardiaco antes do nascimento dele. A mae nunca casou de novo.

Jose nasceu em 1.970, no tempo em que o trabalho vinha primeiro, antes da educacao escolar. A mae ensinou toda a familia a trabalhar duro mas somente uma irma se formou no segundo grau. A mae, corajosamente assumiu todo o peso de cuidar da familia com um pouco de ajuda dos sogros. Mas sem um pouco mais de educacao escolar a familia teve que enfrentar as durezas da pobreza.

Jose seguiu os passos dos irmaos mais velhos e foi para Sao Paulo logo apos ter completado 18 anos. La ele trabalhou como operario. Conheceu uma namorada e ela lhe deu uma filha. Mas eles nunca se casaram e a mulher casou-se com outro homem. Desse matrimonio ela teve mais filhos. Ele teve outro relacionamento que lhe deu um filho. E a historia repetiu a si mesma.

Posteriormente ele encontrou um jeito de vir para os Estados Unidos. Aqui ele trabalhava duro na jardinagem e como faxineiro. No ponto de vista economico ele eh muito conservador. Os brasileiro costumam dizer que: “Ele cria um escorpiao na carteira para nao ter a tentacao de gastar”. A principio comecou a investir no Brasil. O dolar estava com toda saude e tudo no Brasil era barato. Ele investiu em Sao Paulo e no torrao natal dele.

Antes disso, ele conheceu outra mulher aqui e ficou com ela. Ela tambem eh brasileira, fora casada e era mae de um filho. Enquanto eles estavam juntos, Jose e ela tiveram uma filha. E eles trouxeram o filho dela para criar os filhos juntos. A uniao deles nao era nenhum Setimo Ceu e um dia eles tiveram uma briga feia. Ele estava fazendo o jantar quando aconteceu. Ela nao o denunciou mas a mae dela sim e a policia foi chamada. A estoria piorou quando foi mencionado que ele tinha uma faca na mao. Foi levado preso e na corte a namorada negou o lado feio do evento.

Eu diria que, seria impossivel nao haver uma faca em tal evento. Algumas vezes eu proprio faco comida brasileira aqui e sempre precisa-se de uma faca. O que foi aumentado na estoria foi a violencia. E eu me lembro de um fato em minha vida que pode explicar o engano. Lembro-me um dia estar varrendo a fabrica onde meu grupo de amigos trabalhava. Este eh aquele detalhe em nossas vidas. Normalmente nos tinhamos americanos e brasileiros trabalhando no galpao. Mas somente os brasileiros eram escalados para fazer o trabalho de varrer. Por que? Porque nos eramos considerados menos iguais.

Estou apenas mencionando isso. Isso nao nos incomodava tanto. A gente aproveitava o tempo para relaxar. Nosso trabalho de verdade era muito mais duro. E era nesses momentos que tinhamos a oportunidade de juntarmos aos outros e falar de tudo. E naquele dia o nosso amigo Eli puxou conversa a respeito de religiao. Ele tem uma mente muito conservadora na opiniao de todos nos outros. E eu, com certeza, disse algo a ele nao apenas com a boca mas tambem com os movimentos de maos que todos usam quando estao falando.

Um tempo depois todos os outros colegas comecaram a gozar-me. Eu nao estava entendo o porque. Entao eles disseram que, naquele dia eu movia meus bracos vigorosamente, parecendo que eu fosse um sacerdote, conduzindo uma orquestra com uma vassoura. Eles completaram que esta tinha sido a cena mais humorada que eu tinha proporcionado. Mas eu nao tinha a menor lembranca do detalhe da vassoura em minhas maos. Dai, uma briga numa cozinha brasileira talvez produzisse o mesmo efeito especial!

Voltando ao que eu estava falando antes, o crescimento do mercado de construcao aqui tornou-se tentador demais para o Jose. Primeiro ele comprou um estudio porque era mais barato pagar a prestacao que o aluguel. E a valorizacao estavam indo tao rapida que era um investimento bom demais para se perder a oportunidade. Logo ele foi induzido pela irma dele, que ja era residente legal, a partilhar meio-a-meio um apartamento como investimento. E eles compraram tambem este.

Mais tarde, o mercado estava tao excitante que ele nao resistiu a comprar uma grande casa, usando o nome de um dos cunhados que tambem era residente legal. E naquela hora poderiamos taxa-lo como comerciante de sucesso. Os investimentos no Brasil estavam indo bem mas os daqui estavam indo melhor. E ele comecou a investir na casa, fazendo melhorias e modificacoes que se esperava que valorizassem a propriedade. Isso se deu justamente na hora em que ele tomou o tiro nas asas.

A prisao deles nao foi apenas arbitraria. Os rapazes foram inclusive transferidos de Massachusetts para o Texas, para serem deportados, numa operacao noturna sem aviso `a familia, amigos e ate ao advogado deles. La eles perderam mais de um mes antes que a familia fizesse uma vaquinha para deixa-los responder em liberdade. Estou falando a respeito do Jose e do cunhado dele porque o outro foi deportado sem piedade alguma. O juiz deu prazo a ele de 6 meses para resolver seus negocios e sair voluntariamente. Nao foi considerada uma chance melhor por causa do envolvimento da policia no incidente com a namorada dele.

Os conservadores diriam que ele teve o que mereceu. Ta bom! Este eh um ponto-de-vista. Mas mesmo do Brasil ele tentou manter suas posses aqui, pedindo favores aos parentes para tomar conta disso. Porem, logo o desmantelamento do mercado veio e os investimentos dele deixaram de valer a pena. Como ele tinha juros que variavam de acordo com o mercado e os locatarios dele pediram para reduzir o preco do aluguel, e nao estava aqui para trabalhar e cobrir a diferenca, ele foi forcado a devolver a casa e o apartamento ao mercado. Ele manteve o estudio porque o comprou muito antes e esta conseguindo paga-lo. A intencao era deixa-lo para a filha americana dele.

Mas agora a situacao se complicou. Como os anos se passaram, o relacionamento dele com sua namorada sem documentos daqui, e mae da filha americana, nunca funcionaria. Ele nao pode vir aos Estados Unidos e ela nao pode visitar o Brasil porque eles nao tem permissao para isso. E ele arranjou outra namorada no Brasil e ela um namorado americano aqui. O problema maior eh que ela engravidou e deu `a luz outro filho americano. E a relacao dela com o namorado americano nao durou tempo suficiente.

Agora nos temos uma mae solteira com um filho brasileiro e adolescente, uma filha brasamericana e quase adolescente e um menino americano. Ela esta recebendo ajudas para as suas segunda e terceira criancas e lutando muito para manter tudo nos conformes. Todas as maes nos Estados Unidos devem compreender a situacao que ela esta passando. Pelo menos, as maes das classes desfavorecidas.

Por lei e o desejo de alguns conservadores ela deveria ser deportada imediatamente com todos os filhos. Nao compreendo tal procedimento dos fundamentalistas que se autodenominam cristaos conservadores. Eu admito, eu sou conservador de certa forma em alguns valores cristaos como: sou favoravel `a definicao de que a vida comeca na concepcao. E isso nao vem so de meu credo religioso. Se da porque eu conheco a verdade. Mas sou liberal em outros pontos. A mae cometeu muitos erros na vida dela. Mas eh totalmente anti o credo judeu-cristao fazer as criancas pagarem pelos pecados dos pais.

Com respeito ao Jose, economicamente ele esta se dando bem no Brasil agora. As propriedades que ele comprou na “bacia da almas” estao tendo uma valorizacao muito boa. A vida dele esta entrando em um equilibrio. Agora esta com uma namorada de 18 anos. A primeira filha dele lhe deu o primeiro neto. Ele tera apenas 42 anos em 2.012. Antes de voltar ao Brasil, o que ele mais queria era permanecer aqui e seguir sua vida tranquilo.

Por uns quatro anos que permaneceu la a vontade era retornar. Agora esta se deixando levar pela sorte. Nao penso que queira voltar mais. Ao contrario, ele esta mais para ajudar sua ex-namorada a voltar para o Brasil, onde ela tem mae e outros familiares para ajuda-la na criacao dos filhos, num ambiente mais saudavel. Ele nao a quer de volta mas ama os filhos dela que ele conheceu.

Para os Estados Unidos a deportacao dele foi uma perda pequena. Se ele tivesse permanecido seriam apenas duas residencias que poderiam nao ter voltado ao mercado. As propriedades dele no Brasil podem ser avaliadas em mais de 200 mil dolares, numa estimativa bem conservadora, que ele poderia preferir vender la para investir aqui, porque os precos de casas aqui estao muito mais competitivos agora. Ele pode nao ser uma pessoa muito estudada mas inteligencia para ganhar dinheiro eh o que nao lhe falta!

Ele eh apenas um dos milhoes de exemplos de imigrantes deportados. E nao adianta aos conservadores lancarem suas pedras em mim por eu os estar lembrando isso. O preconceito deles contra todos os Jose, Jesus, Mohammad, Francisco, Antonio e outros eh o que esta fazendo a volta da madeira no lombo da economia americana.

Chamarei o nosso terceiro artista de Richard. Nao eh o nome dele de verdade mas o eh quase. Ele eh irmao do primeiro exemplo. Aquele que foi deportado sem chance alguma de apelar. Tambem eh cunhado do Jose. Tambem vem de uma familia numerosa. O pai dele nasceu em 1.905 e teve um primeiro casamento que lhe deu 7 filhos. Depois ele casou-se novamente e teve mais 11 filhos que chegaram `a idade adulta. Tenho mais intimidade com ele porque a primeira esposa do pai dele era prima de meus avos.

Richard teve um historico parecido com o do Jose. Ele nao foi longe na escola. Foi para Sao Paulo onde morou por mais de uma decada. Depois voltou para Minas Gerais onde foi microempresario e funcionario da prefeitura da cidade onde morou. Dai as coisas comecaram a ficar ruins para ele tambem e veio para os Estados Unidos. Foi orientado por traficantes a passar pelas Bahamas. Este era um esquema muito bem conhecido pelos imigrantes. Voce comprava um pacote turistico para la com extensao ate Miami, via barcaca.

Antes dos ataques de 11 de setembro a fiscalizacao nao era tao rigida e milhares devem ter passado por esse caminho. As Bahamas eram uma das melhores opcoes de vir para os Estados Unidos, de 10 anos para tras. Normalmente espera-se que somente pessoas ricas escolheriam tal paraiso para passar ferias. Entao, a entrada nos Estados Unidos via Miami era bem recebida porque, supostamente, o recem-chegado seria rico. E essa eh mais uma discriminacao clara dos nossos servicos de seguranca. Bom, esse eh um comportamento de nossa sociedade como um todo. Se voce ja eh rico eh bem-vindo em todos os lugares. Se eh pobre, ninguem nem quer saber o seu potencial de tornar-se rico. Esta eh uma verdade cruel.

Nosso amigo Richard veio para os Estados Unidos e comecou a trabalhar com seu cunhado Jose. Logo a esposa dele veio tambem. Ela ganhou o visto primeiro mas esperou o marido entrar primeiro. E eles comecaram a trabalhar duro. Tambem investiram em algo para fugir do aluguel. Primeiramente eles compraram um apartamento onde viveram por alguns anos. Depois compraram uma casa e mantiveram o apartamento porque o aluguel pagava a prestacao e ainda dava a eles uma pequena renda.

Richard amava sua casa e o pais. Ele trabalhava seis dias por semana com jardinagem e nos finais de semana gostava de tratar do jardim da propria casa e da horta no quintal. A casa tinha piscina e ele amava a visita dos amigos para partilha-la. Todo final de semana no verao ele fazia churrasco com os colegas. Este era seu maior prazer.

A policia de imigracao fez as acusacoes. Nelas foi declarado que ele havia entrado ilegalmente nos Estados Unidos. Mas isso era falso e ele tinha o recibo I-94 e o carimbo no passaporte para prova-lo. Depois de meses de incertezas desnecessarias o juiz de imigracao cancelou o processo contra, retirou todas as acusacoes e deu liberdade a ele. Desde entao a policia nao pode usar os dados que havia colhido na prisao irregular dele. Mas ele nunca mais se sentiu livre.

Havia sido permitido a ele permanecer em casa ate a conclusao do caso desde uns dois meses apos a prisao. Quando ele retornou a filha de quatro anos de idade estava traumatizada. Ele nao podia dizer a ela que estava saindo para trabalhar ou para fazer qualquer outra coisa sem que ela questionasse se ele voltaria. Ele proprio nao podia dirigir um carro sem estar tres vezes mais alerta que normalmente um motorista fica. Ele havia sido motorista profissional no Brasil e a unica diferenca agora era que nao tinha uma carteira de motorista valida.

Essa eh outra contradicao criada pelas leis americanas e da situacao dos imigrantes sem documentos. Qualquer um pode comprar um carro, pagar o seguro mas, mesmo que o dono nao tenha outro impedimento, por nao ter documentos a pessoa nao pode ter carteira. Milhares, talvez milhoes, de imigrantes sem documentos dirigem sem a documentacao apropriada por essa razao. Nao porque eles queiram quebrar a lei. Mas porque eles nao tem opcao de transporte para leva-los ao trabalho que precisam fazer.

Eu compreendo os conservadores e tambem penso que ninguem deveria quebrar a lei deliberadamente. Mas igualmente eu compreendo os sem documentos que tem negada a chance de se redimirem de suas situacoes imigracionais. No meu ponto-de-vista, os Estados Unidos precisam de imigrantes e eh por isso que eles encontraram trabalho. Colocar nos ombros deles a culpa pela falta de documentos eh o mesmo que condenar uma pessoa `a morte porque tal pessoa estava extremamente faminta e, sem um trabalho, furtivamente pega algo num mercado lotado, somente para ganhar mais um dia de vida. Condenar tal pessoa ate mesmo a uma pena minima seria a mais genuina expressao de falta de caridade crista.

Antes de condenar os imigrantes sem documentos por quebrar a lei, parte do povo americano deveria aprender melhor o que eh nao ter papeis corretos neste pais. Ninguem mais que o sem documento para desejar o fim da imigracao sem documentos. Todo imigrante sem documentos que ser legalizado e integrado na sociedade americana. O que os impede de chegar a esse objetivo eh o preconceito contra eles.

Se todos fossem ricos nao teriam o menor problema em ser aceitos pela sociedade. Tambem o componente racial eh um fator que decide para que sejam impedidos. Se a maioria dos imigrantes fossem ingleses eu duvido que ainda nao tivesse sido aprovada uma lei justa de anistia. Mas a maioria absoluta de imigrantes sem documentos agora tem tres pecados no ponto de vista dos conservadores. Eles sao pobres, nao frequentaram escolas e sao latinos. Nao importa se a contribuicao deles para a sociedade nao seria diferente de outras pessoas mais brancas.

Tive a oportunidade de conhecer melhor o Richard e conversar com ele por muitas vezes. E gostaria de partilhar com os leitores alguns dizeres dele. Nao partilho com ele da mesma opiniao em tudo que ele disse. O que desejo eh apresentar a autenticidade de mente dele. Os leitores precisam compreender que ele nao eh uma pessoa sem leitura mas a oportunidade de estudar que teve foi muito menor da que eu tive. Deixe isso ser a voz dele:

“Amo demais esse pais. Eh um pais maravilhoso. Mesmo sem ter papeis estou aqui tendo oportunidades que nunca teria no Brasil. No Brasil a gente precisava trabalhar por anos e mesmo assim era dificil comprar uma bicicleta. Aqui a gente comeca a trabalhar um dia e no proximo mes a gente pega credito para comprar um carro. Este eh um pais maravilhoso demais para ser verdade!”

“Que Deus abencoe imensamente os Estados Unidos. Se alguem dizer que aqui nao eh uma maravilha estara mentindo. Eu nao posso falar mal dos Estados Unidos. O pais me deu tudo o que tenho. Eu entrei aqui igual a um pedidor de esmolas e agora tenho casa, dois carros e tudo o que esta dentro. Santo Deus, como eu sou abencoado por estar aqui! Mas eu nao entendo o povo americano. Eles tem o pais mais maravilhoso do mundo, poderiam viver em paz com todo o mundo, mas eles preferem ir do outro lado da terra para comprar briga com os outros. Eu simplesmente nao entendo esse povo!”

“Eu sei. Voce entende muito mais que eu. Voce estudou. Mas eu nao acredito que o homem foi `a Lua de jeito nenhum. Isso eh o mesmo que voce ve nos filmes. Eles montaram tudo. Outra coisa, voce pode me dizer o que quizer a respeito de tecnologia mas para mim a tecnologia eh coisa do diabo. Ela vai acabar com a humanidade. Eu nao acredito que ela vai sempre nos ajudar!”

“Este pais eh maravilhoso, mas que Deus me perdoe por dizer isso: o povo daqui eh muito eh burro mesmo! Se eu fosse americano eu nunca seria contra os imigrantes. Se o problema eh nao ter papel, eu chamaria todo mundo e dava papel para todos que quizessem trabalhar legalmente. Parece que eles nao sabem quantos passageiros mais as aerolinhas teriam. Os imigrantes iam trazer de volta grande parte do dinheiro que mandaram para os paises deles para aplicar aqui. Mas eles veem a gente com tanto preconceito que nao enxergam o que esta acontecendo!”

“Veja, os outros imigrantes estao pedindo carteira de motorista. Eu nao. Eu quero legalizacao. Carteira nao te da permissao para ir ao Brasil e voltar para ca. Eu quero ver minha mae. Meu pai morreu depois de anos sem eu ver ele e nem pude confortar minha mae. Minha mae ja esta ficando velha. Quando a gente era crianca eles fizeram todos os sacrificios por nos. Eu posso mandar muito dinheiro para ela. Mas eu sei que o que ela quer eh ver os filhos e os netos ao lado dela. Isso esta na nossa cultura. No nosso sangue. A pessoa sem a familia nao vale nada.”

“Se os Estados Unidos passassem uma lei falando assim: Nos vamos conceder papel para todos os imigrantes sem documentos com a condicao de que tudo o que tem sera confiscado pelo governo para eles comecarem de novo do zero, eu nao pensaria duas vezes em pegar essa oportunidade. Nao sou nenhum jumento. Eu posso continuar trabalhando e ganhar tudo de novo. O que nao posso eh continuar longe da minha mae, dos meus parentes e amigos no Brasil. Se os americanos fossem tao inteligentes como pensam que sao eles poriam um preco de US$ 50.000,00 pelo greencard e eles ganhariam dinheiro suficiente para limpar parte da cagada que eles criaram na economia.”

“Olha, esse pais esta cada vez mais se parecendo com Cuba. Voce quer levar sua filha na Disneylandia, nao pode porque nao tem papeis. Voce quer viajar no exterior, nao pode porque nao tem como correr tanto risco. Quer saber duma coisa!? Eh melhor voltar para o Brasil antes que eles criem uma lei colocando muralhas em torno de todas as fronteiras e nos proibindo de voltar para casa. Agora este eh o meu medo. Deles prenderem a gente aqui e nao deixar a gente ir embora mais.”

“O americano que eu trabalho para ele eh um burro! Um tempo atras eu estava cortando grama e a maquina quebrou. Eu sabia como consertar mas o chefe estava perto e disse para esperar porque ele iria voltar la na firma para buscar a ferramenta certa para consertar. Mas a gente tinha uma ordem para cumprir. Se eu esperasse nao ia dar tempo. Eu nao queria perder tempo e ser obrigado a trabalhar noite adentro. Foi so ele virar as costas e eu consertei a maquina rapidamente. Quando ele voltou o trabalho estava pronto. E ele falou: “Brasileiro eh muito inteligente!””

“Mas a gente eh inteligente eh nada. A gente esta eh acostumado a nao ter ferramenta. No Brasil todo mundo sabe mais de uma forma de fazer a mesma coisa. Isso vem da necessidade. A gente tem que ser criativo ou nao vive la. So um pouquinho da populacao de la eh rico. Os outros tem que aprender a dar seus pulos. O pior do nosso servico eh ter um chefe do lado. Se a gente ta juntando folhas e o vento tiver soprando de um lado, ele diz pra gente: “Junta as folhas contra o vento”. Mas isso eh porque eles so sabem um jeito de fazer as coisas. E se a gente tenda fazer qualquer coisa diferente do que ele sabe, ele fala: “Esse nao eh o jeito de fazer.””

“Mas eh a gente que tem que fazer o trabalho. E a gente sabe fazer isso fazendo o vento trabalhar a nosso favor, nao contra. Eu tentei muitas vezes explicar isso para ele mas nao sabia como falar em ingles. Ele eh tao burro que nem tentava entender a gente melhor. Se os americanos fossem inteligentes como eles pensam que sao, eles teriam um esquema maior de trabalho e deixavam a gente trabalhar. Eles ganhariam mais dinheiro e a gente trabalharia em paz.”

“Eu nao posso ficar mais aqui. Depois de mais de 10 anos longe do Brasil, da familia e dos amigos, eu nem quero papel mais. Quando voce se legalizou teve que esperar por quatro anos para eles te darem o greencard. Agora tem muito mais pessoas para ser legalizadas que no seu tempo. Se uma lei for aprovada amanha eu vou dizer: nao, nao, nao. Muito obrigado. Tou muito cansado para esperar por mais quatro anos sem minha familia. Agora eu estou ate com medo de uma lei ser aprovada. Eu quero ir para o Brasil mas ia ser dificil decidir entre voltar ou pegar o papel. Quer saber do mais? Sinto muito pelos milhoes que ficarao aqui mas eu estou pedindo a Deus para uma lei nao ser aprovada agora.”

Richard voltou ao Brasil em dezembro de 2.011. Nos ultimos anos que permaneceu aqui sofreu muito para trabalhar na jardinagem porque teve um acidente que lhe deixou sequelas. Apos o acidente, por uma semana, ele permaneceu trabalhando contra toda dor que sentia. Mas isso estava piorando e ele finalmente foi a um hospital. Mas o machucado nunca sarou totalmente. Agora ele anda com um pe inchado. Mesmo o acidente tendo acontecido no trabalho ele nao exigiu os direitos na justica.

Ele tambem teve um milagre na familia. Enquanto vivia no Brasil, ele e a esposa tiveram duas gravidez que terminaram em abortamento natural. Ela fora diagnosticada com utero infantil. Aqui ela teve outra gravidez e lhe ofereceram para provocar o abortamento. Eles se recusaram e a gravidez correu normal. Assim eles tiveram uma filha.

Quando ela estava com 6 anos, Duda, a filha fez um desenho tao bem feito na aula que a professora de artes selecionou-o para ser exposto na entrada da biblioteca publica. E desenhar eh o que ela gosta de fazer. Mas agora no Brasil, morando numa cidade pequena, sem nenhum ensino artistico, ela tera menos chances de desenvolver a tendencia e transforma-la em profissao. Embora isso nao seja imposivel, o mais provavel eh que se tornara um talento esperdicado. Porem, se mesmo com tudo contra ela tiver sucesso, os Estados Unidos perderao o talento dela como exclusivamente americana.

Richard e a familia estao em lua de mel com o Brasil. Ele agora eh o homem mais feliz do mundo. A esposa dele voltou a trabalhar. Ate a filha deles esta fascinada com esse primeiro conhecimento. Ela tem muitos parentes la. Esta surpresa com o monte de amigos que tem feito e com a liberdade que crianca tem por la. As criancas podem brincar do lado de fora o ano todo. E ira comecar suas aulas logo apos ao carnaval que esta acontecendo exatamente nestes dias. Hoje eh 20 de fevereiro de 2.012.

Richard ja tinha investimentos no Brasil e com um pouco de dinheiro que levou espera comecar um negocio proprio. Se tivesse sido legalizado aqui nos Estados Unidos os planos dele eram de fazer isso aqui. Tambem ele nao teria devolvido a casa dele ao mercado. O primeiro apartamento que compraram ja fora devolvido ha tempos atras, por um preco depreciado. O mesmo acontecera com a casa. Tomando somente o que as posses da familia poderiam valer, devem ser outros US$ 200.000,00, tambem numa estimativa conservadora, de investimentos que estao saindo pelo ralo e que as politicas americanas de imigracao estao criando. Vejamos o proximo capitulo. Assunto, economia.

Somente para atualizacao. As primarias do Partido Republicano estao indo e o ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, ganhou no New Hampshire ha algum tempo. Os liberais tem tentado diminuir esse ganho porque ele se deu por pouco mais de cem votos a mais que os do candidato Ron Paul. New Hampshire eh considerado um quintal do Romney porque la ele tem uma de suas residencias. E estao dizendo que se ele nao pode ganhar com frente grande no proprio quintal, entao, nao conseguira vencer o Obama. Nao tenho certeza disso. O falecimento da Whitney Houston tambem ajudou a imprensa a desviar o assunto da politica.

No principio eu estava estudando a possibilidade de votar para um candidato republicano. O presidente Obama decepcionou muito na questao imigratoria. Eu penso que a forma mais facil de derrubar a economia americana eh fazer algo contra os imigrantes sem documentos ou nada fazer pela integracao deles `a sociedade. Obama escolheu a segunda alternativa. Mas a alternativa indicada pelos candidatos republicanos eh tao pior que eles estao me convencendo a ajudar a reeleger o presidente Obama. Mais vejo os debates deles mais convencido estou de que, Obama sera menos danoso `a nossa economia. Eles nao estao sendo justos nem consigo mesmos. Se o presidente Obama for reeleito, o primeiro agradecimento dele deveria ser dirigido `a incompetencia dos candidatos republicanos.

Nao penso que seja uma boa ideia manipular as noticias a favor de um ou outro candidato como se algum deles fosse mais facil de ser vencido nas eleicoes gerais. No ano passado escrevi um artigo, publicado no jornal Brazilian Times, que previa uma disputa acirrada nestas eleicoes de 2.012. Nao interessa qual sera o adversario, o presidente Obama tera que ganhar para permanecer no posto. Mas eu tambem reconheci que, o Partido Republicano so precisaria de um bom candidato e politicas justas para ganhar. Mas esta parecendo que o partido nao tem nem um nem outro.

Ontem, 22 de fevereiro, tivemos outro debate entre os ultimos quatro candidatos do Partido Republicano. Esta eh a ultima disputa antes da chamada Super Terca. Eles disputarao os Estados do Arizona e Michigan e a disputa esta quase empatada entre Mitt Romney e Rick Santorum. Eles estao ignorando o voto latino e fazendo comentarios anti-imigrantes porque nao existem muitos latinos votando no Arizona e os republicanos no estado sao claramente anti-imigrantes. Este tipo de comportamento dos candidatos republicanos eh um fator que os faz vulneraveis ao voto contrario dos imigrantes. Eles estao mudando de opiniao nos assuntos e apresentando opinioes contrarias, dependendo do estado em que fazem campanha. Assim fica claro que eles nao sao de confianca.

Os outros tres foram unanimes e concordaram no ameacar Iran e Siria, dizendo que estariam dispostos a comecar uma guerra preventiva contra eles, alegando que esses paises sao uma ameaca `a comunidade internacional. Somente o Ron Paul foi sobrio no assunto. Ele apresentou a mesma opiniao que a minha de que ameacando so ira piorar tudo. Inclusive ele citou o exemplo da Uniao Sovietica, que possuia 30.000 misseis carregados com armas nucleares e havia matado mais de cem milhoes de pessoas. Apesar disso, os Estados Unidos dialogaram com os sovieticos e o resultado foi o fim do comunismo na comunidade. Este tem sido um estimulo a mais para os ditadores no mundo buscarem as armas de destruicao de massa. Porque os Estados Unidos tem duas caras, uma para lidar com os fracos e outra para lidar com os fortes.

Os 3 “Musquiteiros”, Romney, Santorum e Gingrich discutiram o assunto a respeito do Iran e o Hezbollah estarem tendo presenca na America Latina. Eles falaram a respeito disso como se assunto fosse de relacoes bilaterais entre Estados Unidos e Iran. Como se a America Latina continuasse sendo o quintal deles e tal relacao dependesse da vontade do governo americano. Mas esse assunto eh muito velho para mim. No meu blog nos temos o texto:

100 REASONS TO AMNESTY THE UNDOCUMENTED WORKERS IN UNITED STATES

Nele eu ja previa que os sentimentos anti-imigrantes nos Estados Unidos e as atitudes preconceituosas contra a populacao imigrante sem documentos tornaria partes da America Latina sujeitas `a influencia dos poderes anti-americanos no exterior. Isso nao eh algo que a administracao Obama esteja permitindo como o ex-presidente do congresso, sr. Gingrich, sugeriu, porque a minha previsao foi anterior `a presenca do Obama na Casa Branca. Isso tem sido um problema causado pelas atitudes grosseiras contra os imigrantes onde o Partido Republicano as tem liderado.

As relacoes bilaterais entre Iran e America Latina nao tem nada haver com os Estados Unidos. E se os Estados Unidos querem intervir nisso, eu aconselharia que nao substimassem a soberania dos Paises Latinamericanos. Se isso for feito eles irao formar mais inimigos do que precisamos nessa hora. Os Estados Unidos precisam reconhecer que, eles abandonaram a America Latina ha muito tempo. E a questao dos imigrantes sem documentos somente esta aumentando a distancia entre nos. E atitudes grosseiras contra qualquer relacao internacional na America Latina somente ira atirar faisca num barril de polvora.

17. O ESQUEMA PIRAMIDAL

Quando vim para os Estados Unidos jamais pensei ter algo de capitalismo a ensinar aqui. Eh mais que hilario isso acontecer. Nao, nao, nao. Como diria meu amigo Richard. Nao me levem tanto a serio como se eu fosse um doutor no assunto. Nunca entrei no basico de uma escola de economia. Nada sei. O que desejo mostrar eh um ponto-de-vista basico. Ninguem precisara ser especialista para entender o que tenho a dizer. Por favor, leiam primeiro antes de concluir se eh verdade ou nao.

Em segundo lugar poderia enviar essa mensagem aos candidatos do Partido Republicano. Em primeiro lugar estou-o reservando para que o povo americano conheca um ponto-de-vista diferente do que acontece atualmente. Os conservadores neste pais poderao dizer de mim: E o que temos a aprender com os brasileiros? O que a experiencia brasileira pode ensinar-nos? Eles so sabem perder!

Eh mesmo! Nao vim para cantar vitorias. Mas em primeiro lugar tambem sou americano. E disse desde o inicio que estou usando o exemplo brasileiro porque nasci no Brasil e eh o que melhor conheco de tudo na vida, porque tenho 35 anos de experiencias la. Entao, eh melhor eu falar do que sei do que de outra coisa qualquer.

O povo americano comum pode nao saber muito a respeito do Brasil. E, do ponto-de-vista conservador o Brasil pode ser considerado perdedor. Ele possui territorio continental continuo maior do que os Estados Unidos tem. O que quero dizer eh, tirando o Alasca, o Brasil eh maior que os Estados Unidos. E talvez possua mais recursos naturais como: agua, rios, praias quentes, terras agricultaveis e florestas como ja sabemos. Aparentemente, o unico item visivel que ja contaria contra o Brasil ter uma economia semelhante `a americana eh a populacao menor. Hoje ela eh contada em dois tercos do que os Estados Unidos tem.

Dai nao podemos afirmar que o Brasil nao eh perdedor porque tem tudo para estar numa posicao economica melhor do que tem. Mas esta ganhando posicoes e, da oitava colocacao eh esperado assumir a quinta, muito em breve. Mas isso nao depende somente dele. Se o resto do mundo entrar em nova recessao as posicoes poderao mudar drasticamente e nao sabemos o que vira depois.

Quanto a mim, ja descrevi meu curriculo de perdedor no capitulo 15. E abertamente concordei que nao era tudo. Eu assumo que sou um perdedor e nao vale a pena ter vergonha disso. Algumas vezes, ser perdedor pode ajudar a gente a enxergar coisas que estao alem da imaginacao. E o que estou enxergando agora eh isso: a melhor coisa que os candidatos do Partido Republicano deveriam fazer era estudar os 500 anos de Historia do Brasil, desde 1.500 ate 2.000. Eles nao irao ver um exemplo de sucesso a ser seguido. Eles verao o que fazer para nao ser vitorioso mesmo que o suposto era se-lo. Assim eles poderiam se perguntar: Por que nos estamos tomando o modelo brasileiro de fazer as coisas erradamente para aplica-lo aqui nos Estados Unidos?

Infelizmente, o que os candidatos do Partido Republicano estao propondo aos Estados Unidos eh algo parecido ao que os brasileiros tentaram por 500 anos e perderam a oportunidade de fazer direito. O Brasil sempre protegeu aos ricos e deu as costas aos pobres. Eu ja comentei a respeito do Ministro da Economia do Brasil que falou: “Precisamos fazer o bolo crescer para distribuir depois”. O Brasil sempre produziu pessoas ricas. Se compararmos isso, proporcionalmente, talvez os mais ricos por la sejam mais vezes ricos que os pobres do que aqui os ricos sao mais que os pobres.

A economia brasileira nao pode ser mais magnifica que a dos Estados Unidos. Nao existem la tantos bilionarios quantos temos aqui. Mas se compararmos a riqueza e pobreza a diferenca eh proporcionalmente maior no Brasil. Isso nos responde porque o Brasil nao esta numa posicao melhor entre as melhores economias do mundo. O sucesso aparente da economia brasileira na ultima decada se deve `a mudanca nas politicas economicas governamentais que estao tentando diminuir a distancia entre os mais ricos e os mais pobres. Se estas medidas irao funcionar no final eu nao sei. Mas estao funcionando no momento. E penso que sei porque.

Peguemos o simbolo tradicional da distribuicao de renda numa populacao. A piramide eh o melhor exemplo para isso. Pondo toda a populacao numa representacao piramidal temos os ricos no topo e os mais pobres na base. Logicamente a classe media se encontra entremeio `as outras partes.

E a gente poderia dizer: que representacao perfeita! Nunca teriamos pessoas ricas no mundo se nao tivessemos milhares e milhoes de outros trabalhando para elas. E os candidatos republicanos, especialmente Mitt Romney e Rick Santorum, estao ignorando totalmente isso. Eles se esquecem que a piramide representa a sociedade como um todo. A declaracao do Mitt Romney de nao sentir-se envergonhado de ser rico e o dizer do Santorum que ele espera que a diferenca entre ricos e pobres sempre existira sao o mais claro sinal da disconeccao que tem em relacao `a realidade. Quando o Romney disse que nao se preocupa com os mais pobres, porque eles ja tem assistencia do governo, ele demonstra claramente o distanciamento que ele guarda da miseria como um todo.

Tentarei explicar algo a respeito da riqueza e pessoas ricas. Primeiro, como pessoas ficam ricas? Tomemos um exemplo pre-historico. A primeira familia que chegou `as Americas deveria ser eleita como as pessoas mais ricas do mundo. Ate a fortuna do Bill Gates ficaria diminuta perante tal riqueza. Mas se a gente tivesse uma maquina do tempo para dar uma olhadinha nelas, provavelmente concluiriamos: Elas parecem ser as pessoas mais pobres do mundo. Nao tem carros, as roupas sao horriveis, ainda cheiram mal, e precisam batalhar pela comida todos os dias. Oh bando de perdedores!

Ter sucesso para o conceito conservador eh preciso ter. Nao necessariamente ser. Para se ter precisa-se numeros. Numeros de maos que se tenha. Mas Deus nos Deu apenas duas para cada um. Entao, precisamos das maos dos outros, nao importa o que facamos. Para ser rico voce nao depende apenas de uma boa ideia. Tambem eh preciso trabalhar com o maior numero possivel de pessoas e eh da contribuicao pequena de cada pessoa que os mais ricos adquirem suas riquezas.

Deixem que eu diga: uma pessoa humana da pre-historia nunca seria rica para a concepcao conservadora, mesmo que o mundo inteiro fosse dela ou dele. O povo pre-historico tinha que trabalhar duro todos os dias, sete dias por semana para ter apenas abrigo e comida. Isso so mudou quando nalguns lugares comecaram a concentrar populacao e o trabalho passou a ser dividido por grupos. Um grupo passou a construir os abrigos. Outro passou a buscar alimentos. Essa eh a unica forma de uma pessoa possuir mais de duas maos.

Imaginem: e se nosso amigo Bill Gates fosse obrigado a fabricar todos os produtos dele, ir `as ruas ou lojas para vende-los, viajar pelo mundo inteiro para vender cada unidade vendida no exterior, seria ele rico? E tambem, se ele tivesse que construir todos os caminhos; descobrir, retirar e refinar o petroleo que precisasse para o transporte. Se ele tivesse que plantar os proprios alimentos, construir e limpar o proprio abrigo; cuidar dos proprios filhos e fazer o mesmo em todos os aspectos da vida, mesmo com a ajuda da Melinda, ele provavelmente nao seria nem mesmo mais rico que nossos ancestrais pre-historicos.

Quando o movimento “Occupy Wall Street” iniciou, e o candidato Herman Cain estava ainda na disputa, ele disse ao povo: “Vao trabalhar. Nao culpem a Wall Street. Culpem a si proprios”. Infelizmente ele foi prematuramente chutado da competicao por causa das acusacoes de assedio sexual a mulheres. Eu disse infelizmente porque o que ele estava mostrando, tambem quando ele propos a cerca eletrificada para a fronteira mexicana, era a face oculta do Partido Republicano. Nem todo republicano eh como ele mas tem um grupo forte que eh. E para eles precisamos explicar algo. Se eles aprenderao alguma coisa sera escolha deles.

Vamos usar nosso amigo Bill Gates como saco de pancadas de novo. Imaginem, se os 300 milhoes de habitantes dos Estados unidos fossem Milindas e Bill Gates. Pelo pensamento dos candidatos republicanos nos teriamos todos os bilionarios aqui. Santorum por exemplo pensa que vivemos em uma meritocracia. Que pensamento bobo! Vejam, se meio-a-meio da populacao fosse Melinda/Bill Gates com todos os dons que tenham, porem, no mesmo caminho historico que tivemos, obedecendo as mesmas leis do capitalismo, o que poderiamos ter era isso: alguns Bill Gates poderiam ser bilionarios, alguns a mais seriam milionarios, a maioria seria classe media mas um grande numero seria pobre. Nao importa o grau de inteligencia que a maioria tivesse.

Nos trabalhamos em sociedade desde a Era Pre-Historica. Bill Gates so poderia se tornar presidente e creador da Microsoft se parte do povo fosse professores, parte faxineiros, outra parte fazendeiros e assim por diante. E para isso era vital que: os numeros em cada grupo de profissionais teriam que ser imensos. Se todos fossemos Bill Gates, entao, nos o veriamos como motorista de taxis e onibus, como medicos, como professores por todo o canto e ate mesmo como sem-teto e tudo mais. A Microsoft somente surgiria com o numero grande de clientes. E, entao, nos temos a questao: o que eh mais importante para uma multinacional, o presidente ou os clientes? Deixemos a resposta para depois.

Isso eh simples demais para nao se enxergar. Desde que um Bill Gates se tornou o presidente da Microsoft ninguem mais poderia tomar o lugar. E no caso de todos os outros iniciassem companhias iguais, por causa dos numeros, todos e cada um quebraria na hora. O sistema economico nao foi feito para todos terem a mesma oportunidade. E a producao de riquezas na nossa sociedade humana capitalista nao foi feita para todos. Isso se fez para alguns ganharem mais, outros alguma coisa e a maioria pouco. Eh por isso que nosso modelo piramidal eh perfeito para descrever-se o que acontece `a nossa volta.

Mesmo assim, o sistema pode ser manipulado para ser mais ou menos justo. Isso eh possivel porque nem todo mundo quer ser Bill Gates. Nao tenho a intencao de ofende-lo. O que quero dizer eh que todo mundo eh diferente. Fomos feitos para completarmos uns aos outros. Esta eh a chave para um capitalismo justo funcionar direito. Possivelmente, todo mundo no mundo quer ser rico como Bill Gates eh. Mas muitos nao tem a menor ideia de como faze-lo. Outros sabem o quanto o esforco custaria a eles. A maioria absoluta, porem, nem liga para isso. Estes querem apenas fazer parte do rebanho. Somente uma pequena parte da nossa populacao tem alguma incapcidade que a impede de ser competitiva numa sociedade justa, e eh nossa obrigacao como seres humanos prover para ela o que necessitar.

Se todos e cada um de nos comecar uma competicao para nos tornarmos ricos como Bill Gates todos estariamos perdidos porque nao haveria cooperacao alguma entre nos. Seria uma guerra de todos contra todos. Ate os nossos ancestrais pre-historicos foram mais inteligentes que isso. Eles prosperaram por milhares de anos, vencendo situacoes super dificeis, agradeca-se ao sistema de cooperacao.

Eu diria que: nossos ancestrais tiveram sucesso somente porque foram bons socialistas. E agora, com essa experiencia capitalista minima, os candidatos do Partido Republicano e seus seguidores pensam que sao os autores da vida! Desde o principio, os seres humanos tiveram um contrato social que dizia: De uma forma ou de outra nos iremos cooperar uns com os outros. E todas as vezes que esse contrato foi rasgado nos tivemos problemas.

Precisamos prestar atencao no rebanho. Ele eh tao inteligente quanto qualquer um pode ser. Ele tem o dom para tornar-se rico tambem. Mas ele ve na presenca de alguns lideres a oportunidade de trabalhar como time, tendo uma vida mais modesta mas sem stress. Para ele nao importa se um Bill Gates e outros tem as multinacionais. O que ele deseja eh trabalhar junto, receber pagamento justo e participar dos beneficios do trabalho. Essa participacao precisa deixa-lo confortavel em nossa sociedade como um todo.

O problema com o surgimento de movimentos como o “Occupy Wall Street” comeca quando nos comecamos a ver os mais ricos ficarem mais ricos e nos sermos excluidos do que eh justo. Os ricos e poderosos de verdade nos Estados Unidos como Bill Gates, Warren Buffett e George Soros precisam alertar-se para atitudes como as dos candidatos do Partido Republicano, supostamente em defesa deles. Vai ver que eles ate estao pensando e repetindo os dizeres brasileiros: Com amigos como esses nem precisamos de inimigos!

O comentario do Herman Cain: “Vao trabalhar” pode ser comparavel a aquele atribuido `a Maria Antonieta aos pobres da Franca durante a Revolucao Francesa. Conta-se que alguem avisou que o povo nao tinha pao e ela teria dito: “Pois que comam brioches”. Nos ainda nao estamos na mesma situacao que a Franca estava mas nao eh sabio apagar fogo com gasolina em momento algum. Acusar ao povo pelo mal que esta acontecendo, enquanto “Nos, o povo” estamos sofrendo sozinhos todas as consequencias da molecagem de alguns de nossa sociedade eh, no minimo, um atentado para estimular respostas radicais. Se essa foi a intencao do Cain ele nao foi eficiente.

Nao sou aquele que culpa o rico por possuir riquezas. Mas eles precisam prestar atencao na piramide. Ela tambem eh um bom modelo para explicar como o dinheiro corre na sociedade. Quando pomos a piramide de cabeca para baixo podemos ve-la como um funil. No conceito brasileiro ela eh uma coisa do capeta. Isso porque na posicao normal dificulta a qualquer um das classes baixas subir ao topo. De cabeca para baixo essa ascensao continua dificil mas o correr do dinheiro obedece a lei da gravidade. Algumas vezes, “Nos, o povo” nao entendemos o porque de nos vermos de cabeca para cima apesar do que esta em nosso bolso tende a ir para o topo da piramide. Em nosso entedimento empobrecido nos deveriamos ir para onde nosso dinheiro vai, mas a nossa logica nao funciona na pratica.

Por outro lado, o que os candidatos republicanos estao falando eh que: o povo rico precisa um elevador para alcancar um ponto no espaco e de la ele poderia puxar a piramide inteira com cordas. Mas se eles chegarem ao espaco nao terao ponto-de-apoio para levantar tanto peso pesado. No espaco os ricos perderao o peso mas aqui na superficie da Terra nos permaneceremos pesados e nao importara o quao forte eles tentarao para puxar-nos, o mais provavel sera que eles cairao. Traduzamos isso em palavras mais faceis.

Quem vem em primeiro lugar, o rico ou o cliente? Esta eh a nossa questao. O modelo proposto pelos republicanos diz que os ricos precisam ficar mais ricos para investirem na sociedade para criar-se mais empregos. Digamos entao que, suponha-se que um multibilionario decidiu instalar 1.000 fabricas que poderiam dar emprego em media a 50 pessoas cada uma. Teriamos 50.000 empregos criados. Mas em nossa atual situacao o que provavelmente logo aconteceria seria ele perder todo o investimento em tal ideia boba.

Isso eh assim porque a solucao nao eh criar empregos arbitrariamente. A resposta seria a de aumentar o numero de clientes ou aumentar o poder de compra dos clientes que ja temos. Se aumentarmos os salarios, digamos que numa faixa de US$ 20.00/semana, para cada empregado neste pais, possivelmente, criariamos mais oportunidades que 50 fabricas novas poderiam criar. Isso eh assim porque nossa classe trabalhadora esta vivendo dia-a-dia e nao tem como economisar dinheiro neste momento.

E essa gorjeta semanal eh multiplicavel. Isso funciona como a comparacao entre as notas de 20 e 100 dolares. A nota de 20 eh do tamanho exato para se ir a uma venda para comprar algo pequeno. Dai essa nota vai para a mao de outro cliente como troco. Mais tarde ela eh transformada em gasolina no posto. E volta para a mao de outro cliente que ganhou algo na loteria. E a historia se repete pela semana toda. No final, a nota de 20 faz a felicidade de um numero grande de clientes. Mas a de 100 nao funciona tao bem, a menos para os poucos clientes que tiverem a oportunidade de te-la durante a semana.

A nota de 20 cria ainda mais riquezas. E se todo mundo receber uma a cada semana, os donos das pequenas empresas receberao sua parte. Eles comecarao a ter mais confianca e comprarao carro melhor, televisao melhor etc. Os donos das pequenas empresas mesmo comecarao a empregar ajudantes. E isso iria lubrificar o motor da economia. No final de tudo, como a economia inicia uma espiral de otimismo, o correr do dinheiro, como sempre, retorna ao topo da piramide. Pode-se obter qualquer resultado que se queira de acordo com a taxa de aumento do salario minimo. Em nossa situacao atual, talvez os US$ 20.00/semana nao serao suficientes por causa da depreciacao dos nossos salarios comecada ja ha algum tempo.

Eu nao acredito que a economia americana ira produzir algo bom a partir do que temos agora mais a intervencao dos candidatos republicanos. Eles veem a piramide somente do topo para baixo. Estou aqui ha quase duas decadas e o que tenho visto todo o tempo foi os nossos salarios encolhendo. Como disse antes, somente coletando latinhas no meu servico de faxina eu era capaz de encher o tanque do meu carro e usa-lo por uma semana. Hoje-em-dia as mesmas latinhas continuariam dando-me os mesmos US$ 10.00 e o que se faz com isso?

Ha 18 anos atras minhas compras custavam US$ 50.00/semana. Hoje sao 200 e o salario minimo nem sequer dobrou. E a gente pode constatar isso no mesmo supermercado. La tinhamos fila comprida e carrinhos cheios. Hoje temos fila pequena, menos atendentes e carrinhos vazios. Eu confesso, nao tenho a menor pista de como o plano dos candidatos republicanos funcionaria do topo para a base. Eu so consigo enxergar da base para o topo.

A outra forma de melhorar nossa economia seria aumentar o numero de clientes. Sem a atualizacao do poder de compra do dolar e dos trabalhadores nos teriamos que vender mais no exterior ou trazer mais clientes do exterior para comprar aqui. Isso ja esta acontecendo agora mesmo. Os povos da China, India, Russia, Brasil e outros estao invadindo o nosso mercado e comprando como nunca antes. Particularmente os brasileiros estao interessados em dois tipos de investimentos.

O primeiro eh o setor de construcao. O mercado no Brasil esta tao aquecido agora que o preco ao consumidor la esta parecido ao que nos tivemos aqui, antes da crise. Dai os investidores estao sendo pescados para comprarem aqui porque os nossos precos agora estao mais competitivos. Eu conhecos pessoas do Brasil que investiram em casas na Florida. O preco esta tao barato que um comprador deu o aluguel de graca a outro compatriota porque esse outro sabe como melhorar a propriedade. Assim eles fizeram um acordo de trocar a melhora pelo aluguel. Eh uma situacao em que ambos ganham.

E assisti a alguem ser entrevistado no radio ou televisao em que o americano entrevistado estava preocupado com tal tipo de investimento. Ele nao queria aceitar a situacao para o povo americano. Na visao dele isso sera algo ruim para o povo americano porque depois, quando nossa economia melhorar, os estrangeiros irao vender as propriedade para ganhar o lucro. Quando ouvi isso, a unica coisa que me veio `a mente foi: Benvindo ao capitalismo meu amigo!

Nossos executivos tao espertos criaram a situacao no nosso mercado de construcao. E o Partido Republicano deveria ficar mais atento se o indicado dele for o Mitt Romney. Isso eh apenas um alerta. Eles foram quem puzeram o povo para baixo. Eles jogaram nossa nacao no fundo do poco. E como nao estavamos preparados, nao podemos sair sozinhos. Os estrangeiros estao nos ajudando. Nao importa qual seja o motivo deles. Se eles nao fizerem isso nossa situacao podera piorar. Ser contra nesse caso me parece a imitacao de um cao raivoso que morde a quem o tenta ajudar.

O outro tipo de investimento eh o que se chama no Brasil de sacoleiro. A pessoa viaja como turista mas as visitas sao mais aos brechos que qualquer outra coisa. Algo que esta ajudando muito aos sacoleiros eh justamente a presenca de parentes por aqui. E nao importa se os relativos sao considerados legais ou sem documentos. Quanto menos se gasta em hotels, restaurantes, taxis e outros, mais se gasta com as sacolas.

O sacoleiro volta ao Brasil e vende parte da bagagem. Assim ganha dinheiro suficiente para pagar pela visita e ajunta dinheiro para a proxima ou, inclusive, passa a viver disso. Onde esta a magica nisso? Simples. Um tenis que nos compramos aqui por US$ 50.00 pode ser vendido por US$ 180.00 no Brasil. Desde que a pessoa nao pague impostos brasileiros por isso, porque passa a bagagem como pertences pessoais, fica facil viver disso. Mas isso so eh possivel por causa das particularidades do mercado brasileiro. O que vai do exterior eh mais desejado e o sistema de impostos brasileiros eh tao irreal que isso faz roupas, calcados, eletronicos e outros tao caros que qualquer lixo vira luxo.

Deixem-nos exercitarmos as mentes com relacao `a situacao dos imigrantes sem documentos e que os candidatos do partido republicano planejam deportar esses “criminosos”. Desculpem-me. Tenho pena desses que odeiam os imigrantes sem documentos e tenho vontade de rir quando falam disso, pensando que estao fazendo algo de bom. Como disse antes, meu riso nao eh de prazer. E como se alguem tivesse quebrado as costelas e ri de outra coisa qualquer. Quanto mais se ri mais machuca. Mas nao da para ficar sem rir porque a vida sem risos machuca ainda mais.

Quando a ex-candidata, Michele Bachamann, anunciou o plano dela de usar mais de 100 bilhoes de dolares para deportar todos os imigrantes sem documentos dos Estados Unidos eu disse para mim mesmo: Esta ai alguem que nao sabe nem quando esta com fome! Mas os outros candidatos, inclusive os quatro restantes, nao estao tao longe de falar a mesma bobagem. A unica diferenca eh que, Ron Paul evita falar mais no assunto; e Gingrich sabe muito bem que essa eh uma forma errada de tratar do assunto mas esta vendo primeiro se consegue ser apontado como candidato antes de falar a serio do assunto. Os dois agem de forma politicamente quietos.

Tomemos de novo a imagem da nossa piramide para explicar algo mais. Qualquer profissional da construcao poderia confirmar que, a piramide precisa ser construida em medidas exatas ou nao dura muito. Estou considerando o material usado pelos egipcios para construir os monumentos que testemunharam mais de 40 seculos da Historia Humana. Se os angulos do topo `a base nao forem corretos, a pressao ira provocar o colapso do predio. E a base eh o componente fundamental que o faz permanecer erguido e seguro. As piramides precisam ser construidas como tetraedricos perfeitos.

Os candidatos republicanos tem descrito as entradas dos imigrantes sem documentos como pela porta dos fundos. Nao eh verdade. A minha entrada pode ser descrita dessa forma porque eu tinha visto e quase fui convidado a ficar. De um modo geral, quando um rico chama um servical para ir `a casa dele a entrada se da pela porta dos fundos. A porta da frente eh reservada para os pares dele.

Os que chegaram sem visto tem a entrada melhor descrita como por debaixo da cerca. Ou sobre a cerca. “Quando a cerca for eletrificada” sera so por debaixo. E esse povo humilde somente entrou porque o povo americano estava tao apressado para formar uma piramide maior que os americanos que ocupavam a base comecaram a subir. E isso criou espacos. Os administradores perceberam o que estava acontecendo mas falharam por nao criarem um sistema organizado de entrada a quem chegava. E isso nao eh segredo para ninguem.

O Canada por exemplo, ja ha muito tempo, tem sua propria maneira de dar boas vindas aos recem-chegados. La tem um sistema em que o estrangeiro pode ser admitido atraves de pontuacao. Se se conhece uma profissao, conhece uma das linguagens locais e outros criterios, a pessoa vai juntando pontos ao curriculo. E a partir de certa quantidade de pontos o estrangeiro eh legalizado.

O que aconteceu nos Estados Unidos eh isso, eles nao ofereceram um oriente aos recem-chegados pobres, porem, ignoraram sua presenca em nosso pais abertamente. Tambem, quando o povo republicano acusa aos imigrantes sem documentos de serem ilegais ou criminosos eles deveriam saber que os mesmos sem documentos foram usados e abusados por republicanos. Esse eh um problema que vem de longe e tivemos oito anos de um presidente republicano, a saber: George W. Bush, que foi incapaz de consertar o problema durante seus dois governos. O povo sem documentos nesse pais nao eh autor, porem, eh vitima desse esquema piramidal monstruoso.

Os imigrantes sem documentos preencheram os espacos vagos em nossa piramide e desde entao sao aqueles que a sustentam alta e segura. O plano mencionado pela Michele Backamann de deportar todos os imigrantes sem documentos eh o maior tiro no proprio pe que ja ouvi falar. Se eu fosse terrorista ou simpatizante da Al Qaeda no tempo dos ataques de 11 de setembro eu sugeriria a eles, ao contrario, criar uma situacao que poderia espantar todos os imigrantes para longe dos Estados Unidos. Nunca falei disso antes porque temia dar tal ideia ao inimigo mas desde que o Partido Republicano e a administracao Obama tem feito justamente isso ate agora, me sinto livre para falar disso.

Basta olharmos os numeros para vermos isso melhor. Se temos 12 milhoes ou mesmo 10 milhoes de imigrantes sem documentos agora e envia-los de volta `as suas casas, qual seriam as consequencias disso? Nao desejo entrar em detalhes. Repetirei o endereco: https://val51mabar.wordpress.com/2010/08/25/100-reasons-to-amnesty-the-undocumented-workers-in-united-states/. Citarei no presente apenas um minimo do que aconteceria depois. Primeiramente seria o mesmo que esvaziar varios estados do nosso pais. Aqui no Nordeste seria como expulsar toda a populacao de Massachusetts e Connecticut (10 milhoes) mais Vermont e Maine (para somarmos 12 milhoes).

Nossa piramide iria desmoronar como se fosse um castelo de cartas. E eh muito prematuro pensar que mandar os sem documentos embora seria o fim das coisas ruins que aconteceriam a nos. Nao ha uma ideia precisa de quantos profissionais americanos perderiam seus trabalhos. Pelo menos 10 milhoes de pessoas tem que dar empregos numerosos a medicos, professores, policiais, bombeiros, motoristas de onibus e tudo o mais nesse entremeio.

O argumento mais razoavel que eu ouvi ate agora veio de um deputado por Nova Iorque. Ouvi a entrevista mas nao memorizei o nome dele. O que sei eh que ele se declarou pertencer `a fe judaica. Entao ele disse que, em minhas palavras: “Isso nao eh uma questao deles precisarem de nos porque nos precisamos deles. Essa eh uma situacao matematica obvia.

Nossa populacao sem imigrantes esta diminuindo. Eles sao os que estao balanceando nossa equacao. Nos nao somente precisamos legaliza-los como tambem oferecer oportunidades aos filhos deles de subir mais e mais. Eles precisam ir `as universidades. Eles sao nossa esperanca. Eles precisam ter empregos bem pagos no futuro nao longe dagora, porque serao eles que irao pagar pela nossa cobertura social. Se nao forem eles, todos os aposentados irao arrepender-se. Serao eles que contribuirao para a nossa aposentadoria.”

Possivelmente isso nao interessa ao Mitt Romney, Rick Santorum e Newt Gingrich. Eles nao planejam depender da previdencia social para as aposentadorias deles. Mas nos, os 99% de nossa populacao, nao podemos ter a mesma certeza disso. A deportacao de tal populacao, para eles, nao passa de um caso de dar-nos tiros nos pes, nao nos deles proprios. Quanto mais eu penso no problema mais me assombro com a auto intitulacao do Mitt Romney de ser o unico com conhecimento economico para liderar nosso pais. Nao sei de onde ele tirou essa ideia de conhecer algo se os fatos matematicos estao na cara dele e as propostas dele sao tao anti-logicas.

Recentemente assisti a outra entrevista na CNN. O entrevistado era autor de um livro. Se lembro bem o nome do livro era: “Como o Bebe Jesus Salvara a America”. O titulo se refere ao nome Jesus ser o mais popular para meninos latinos. Hoje-em-dia eh o nome mais comum para nenens nascidos nos Estados Unidos. Ele salientou que Mohammed tambem eh um dos mais populares nomes de criancas aqui. Entao, nos temos que deixar qualquer preconceiro fora de nossa equacao de patriotadas porque os nossos descendentes irao herdar os gens dessa populacao recem-chegada. O melhor eh cuidarmos bem de todos porque estariamos fazendo um grande favor`a nossa propria descendencia.

O autor desse livro tambem salientou que, na economia moderna nada eh mais precioso que bebes. Bebes sao o futuro de qualquer nacao. E as politicas mais defendidas pelo time republicano, principalmente pelos estados da fronteira mexicana, endocadas pelos candidatos republicanos, tem sido a receita certa para desmantelar a nossa economia dagora para o futuro. Se de uma forma o governo do Obama perseguiu os imigrantes, pelo menos ele colocou parte da legislacao na espera. A opiniao que o Mitt Romney apresentou eh a de fazer a vida dos imigrantes aqui tao insuportavel que prefeririam deportar-se voluntariamente. Mas o que tem sido feito ja esta causando exatamente isso.

Eu ja contei a respeito do meu amigo Richard que voluntariamente voltou ao Brasil. Richard levou para o Brasil sua filha unica. Jose esta planejando levar os tres filhos de sua ex-namorada. E isso nao eh tudo. Em 2.010 meu vizinho e amigo de longa data levou para la outras tres criancas. O que eh diferente neste caso? Meu vizinho eh cidadao e as criancas sao todas americanas. Casos como este temos muitos e o numero de criancas americanas que conheco e estao sendo levadas para o Brasil podem ser contadas `as duzias. E nao sou assistente social ou alguem outro que conheca muita gente para apontar dados exatos do que os Estados Unidos ja estao perdendo em capital de bebes.

Mitt Romney tambem sugeriu uma suposta lei de legalizacao que obrigaria aos interessados na legalizacao voltarem e aguardarem numa fila imaginaria antes de serem legalizados para, entao, reentrar aqui legalmente. Essa ideia eh tao boba que se eu fosse presidente de alguma firma e algum dos meus subordinados apresentassem tal sugestao em relacao aos empregados como assunto serio, eu o despediria com grande prazer. E olha que so de falar em despedir alguem ja me da calafrios porque nao tenho prazer de despedir ninguem nem em imaginacao.

Eu conheco pessoas que aceitaram voltar para esperar a legalizacao delas e estao arrependidas. Elas nao esperavam tanta demora e alguem esta por la ha anos sem nenhuma resposta positiva. Inclusive tem alguem que retornou secretamente. Do ponto de vista administrativo nos temos gente demais sem documentos com conhecimento de causa e ja trabalhando. Faltaria inteligencia mandar esse povo voltar imaginando que temos mais gente que estes chegando legalmente. Ate um recem-chegado adquirir a competencia de substituir um bom trabalhador perder-se-a meses, talvez anos, de produtividade. Se eh isso que o Mitt Romney tem a nos ensinar do que ele sabe de “administracao”, ele ja esta despedido e eu votarei no Obama mesmo!

Trabalhei por quase 10 anos na ESP. E confesso que qualquer um poderia substituir-me no meu servico porque nao demandava tamanho conhecimento. Mas mesmo assim, ano-a-ano eu melhorei minha capacidade de faze-lo. No final a minha produtividade ficou mais facil e melhor feita. A pessoa que ensinou-me o trabalho no comeco teria mais a aprender comigo se retornasse para faze-lo. Se eu fosse ensinar o que aprendi nos dias em que sai, o meu discipulo comecaria de um grau mais alto do que quando comecei porque eu desenvolvi meu conhecimento a partir do que aprendi primeiro.

Porem, se todo mundo for mandado embora de forma brusca, ninguem tera o conhecimento e tudo sera iniciado a partir de degraus inferiores. E se alguem retornar `a origem para esperar papeis, o empregador nao podera esperar para ter o trabalho pronto. Entao ele tera que contratar outro empregado. Dai, quando o imigrante retornar, talvez o seu emprego nao estara mais disponivel para ele.

Nem todo americano de nascimento fica muito tempo trabalhando em servicos que sao deixados para os imigrantes sem documentos. Este eh outro problema que leva aos donos de pequenas empresas preferirem empregar imigrantes que conterraneos. Eles nao podem arriscar-se a ter altenancias demasiadas porque isso faz a produtividade diminuir.

Eu ja mencionei o desastre que seria para a industria de construcao se todos os imigrantes sem documentos fossem deportados. Nao quero prolongar o assunto mais. No meu texto indicado acima qualquer um podera buscar mais informacoes. Eu so sei que a deportacao provocaria uma dor alem da imaginacao aos americanos. Seria outro tiro em nossos proprios pes.

Com respeito a esse assunto quero ir alem do nosso tempo. Todo mundo esta focando apenas o presente momento e o que tem sido feito nao eh o suficiente. Temos dois assuntos que irao estragar a nossa economia futura se nao forem resolvidos imediatamente. Estes sao o problema da construcao e do financiamento universitario. Alguns dias atras o candidato Rick Santorum debochou do presidente Obama porque ele disse que todo mundo deveria entrar nas universidades para ter uma profissao. Santorum duvida porque pensa que sempre teremos a extratificacao chamada de classe D em nossa sociedade. Penso que Obama esta enxergando alem do nosso tempo. E ate ha pouco tempo atras somente os visionarios enxergavam que hoje nos precisariamos uma educacao melhor. E foi porque nao nos preparamos antes que o nosso sistema escolar esta se esfarelando todo.

Para resolver-se isso de uma vez por todas eu proporia a criacao de um fundo permanente. E nao quero saber o que os conservadores pensarao a este respeito, porque o poria como obrigatorio. E toda crianca nascida nos Estados Unidos receberia o direito de ter uma conta para sua casa propria e seu diploma. Isso seria retirado dos pagamentos dos pais para ser depositado, porem, nos casos de pessoas num determinado grau de pobreza, os depositos seriam retirados de um fundo governamental. No fim o deposito para cada crianca seria calculado para, na hora certa, as criancas terem o total necessario para a universidade e para comprar uma primeira casa.

Alguem podera argumentar que alguns jamais irao `a universidade. E outros serao mesmo incapacitados de tal maneira que nem poderao ser responsaveis por casa alguma. Sem problemas. E ainda diria que, outros ainda irao morrer antes da necessidade. Eh vero! Mas o uso do dinheiro pode ser flexibilizado segundo a situacao. Mesmo os casais poderiam escolher usar uma parte para a compra de uma casa e a outra para comecar um negocio em familia. E se o dinheiro de todo nao tiver uso, podera ser usado para as aposentadorias. O sentido da ideia eh nao deixar para depois o que pode ser feito ja.

Nao penso que estejamos sendo inteligentes o suficiente permitindo que nossas criancas tenham duas dividas grandes ja no inicio de suas vidas. Isto esta tornando as pessoas escravas dos bancos. E isso esta fazendo diminuir a criatividade da nossa juventude.

Dito isso, qual seria a alternativa? Penso que podemos enxergar isso desde agora. Temos visto nossos filhos voltando para as casas dos pais. A maioria da prole atual esta sendo obrigada a viver mais tempo com os pais. Nao penso que isso eh sempre algo ruim. Isso sempre sera ruim quando se da por necessidade e nao por escolha.

Nos precisamos somente projetar o nosso pensamento um pouco alem do nosso tempo para enxergar o que acontecera depois. Agora nos estamos ajudando a nossos filhos. Mas os que perderao os pais nesse intervalo poderao nao ter condicoes de manter a casa. E se colocarmos em pratica a alternativa republicana, nossa recessao se prolongara mais que o esperado por alguns e sera pior. Dai eu sugiro, a quem quizer, fazer uma visitinha ao Rio de Janeiro. Vao ver o que no Brasil eh chamada de Cidade Maravilhosa. So nao se esquecam de olhar de perto as favelas porque esta sera a alternativa a nao criarmos o fundo social. Mas atentem para isso: o fundo social que proponho assegurara nao apenas `a populacao mas tambem a industria de construcao e o amago da nossa civilizacao. O nosso conhecimento.

Nao sei dizer como os outros americanos estao compreendendo a proposta republicana em fazer o governo ficar menor. Para mim parece uma pegadinha, um cavalo de Troia ou, modernamente falando, um virus. Os republicanos difundiram a ideia de que o governo eh o nosso inimigo. E tem muita gente ai engolindo a isca. Eles estao apresentando como se nosso povo precisasse ser contra o governo e um governo menor seria melhor para o povo.

Somando a isso eles tambem defendem a ideia de que a economia precise ser emancipada do que chamam de excessiva intromissao do governo. Ainda andam dizendo que o governo esta tornando dificil os ricos ficarem mais ricos para investirem na criacao de empregos. Eu diria que, muitas pessoas estao defendendo tal ideia sem exercitar melhor as mentes em relacao `as consequencias disso. Inclusive penso que, tem gente honesta demais se passando por inocente util nesse assunto. Mas como os brasileiros costumam dizer: “De boas intencoes o inferno esta cheio”.

Direi apenas isso, se todos fossem santos para que teriamos leis? A lei nao foi feita para pessoas boas mas para previnir que pessoas ruins tomem o poder. Imaginemos que todas as pessoas ricas em nosso meio sejam pessoas boas e incapazes de causar qualquer mal a nos. E tambem que seja por causa disso que estejam desconfortaveis com tanta legislacao desde que elas nao precisam disso para comportarem. Dai, o que nos garante que em meio `a proxima geracao nao surgirao os maus?

Todo mundo ja ouviu o velho ditado de que umas poucas macas podres acabam estragando todo o cesto de frutas. Em nosso caso, um governo pequeno, somado a uns poucos poderosos ricos macas podres podem ser desastrosos para a populacao toda. Os americanos estao agindo igual aos brasileiros nesse assunto. Eles estao se excluindo da funcao de governar como se o governo fosse uma entidade separada do povo.

O governo somos “Nos, o povo”. “Nos, o povo” nao podemos permitir a outros tomarem nosso governo como refem. Precisamos ser o governo mesmo que a cada quatro anos a gente selecione alguns para representar-nos, e nao podemos esquecer que nossos representantes irao fazer a nossa vez. Entao, se nao fizerem o que queremos eh nosso direito nao reelege-los no proximo pleito.

A democracia eh a nossa unica esperanca. E “Nos o povo” agindo como governo precisamos eleger pessoas que nos defenderao porque sozinhos nao somos nada. Nos, os 99% outros, so temos poder se nos juntarmos. E o governo democratico eh nosso poder. Precisamos de um governo forte nao para nos comandar a fazer o que nao queremos. Precisamos dele como um escudo contra a esperteza dos outros.

Imaginem so, amanha teremos um governo minimo e fraco. E tambem uma pequena minoria mandona com todo o poder do dinheiro nas maos. Alem disso, toda a desregulamentacao que o Partido Republicano esta pedindo. E que poderemos fazer? Muita coisa mas penso que as consequencias sempre serao desastrosas em todos os casos. Nos estaremos apenas repetindo a escrita. Qualquer um pode lembrar-se o que aconteceu ao povo quando uma Igreja poderosa na Era Medieval estava na posicao de ter todo o poder nas maos de poucos. Tambem quando a nobreza e os reis tomaram todo o poder para si mesmos.

O problema com a desregulamentacao combinada com governo menor eh que, isso poria uma minoria nos dirigindo sem ser eleita. Entao, se nao gostarmos nao teremos o poder do voto para retira-la. O que “Nos o povo” poderiamos fazer era comecar outra revolucao correndo o risco de ser massacrados. Porem, se formos inteligentes, podemos evitar um confronto desde ja, dizendo nao a tal proposta. Precisamos de um equilibrio melhor de poderes. O governo precisa ser nosso escudo, nao o nosso senhor. E o povo rico precisa se satisfazer com o poder do dinheiro e nao tentar morder pedacos maiores que a garganta.

Se eu fosse super rico como alguns nesse pais eu me poria na linha de frente para evitar tal situacao. Eu concordaria com todas as regulamentacoes justas, sem tentar interferir com os assuntos governamentais, a nao ser para ficar do lado do povo, e ficar feliz por ser capaz de fazer minhas contribuicoes. Um governo moderadamente forte tambem eh um bom escudo para os ricos.

Nos sabemos que a nossa situacao economica hoje nasceu de decisoes erradas tomadas pelo governo do Bush. Sim, isso esta mais claro do que cristal de que o que temos agora eh consequencia do que se fez no governo anterior. E se pode dizer mais. Todos os primeiros governos de um novo presidente serao consequencias do trabalho desenvolvido antes. E podemos ver todos os dados de desemprego desde o atual ate a administracao do John F. Kennedy para entendermos o que esta nos acontecendo. Kennedy passou ao Lyndon Johnson um recorde nao tao bom mas o que havia sido preparado funcionou. O desemprego caiu para 3,6% em 1.968.

Dai passou-se para o Nixon, o Ford e o Carter. Neste ponto o indice de desemprego foi crescendo ate o pique de 9.7% em 1.982. Os republicanos estao nostalgicos com respeito ao governo Regan mas o Carter tinha tomado um chutao no traseiro porque pos a mao na combuca que o Gerard Ford tinha deixado para ele. Mas o Carter foi o responsavel por controlar a situacao e mesmo passando um indice de 9.7% de desemprego o sucesso do primeiro governo do Regan foi gracas ao controle. Regan ganhou a reeleicao mas nao foi capaz de reduzir o indice para menos que 5.3%.

E Bush, o pai, fez-nos o presente de grego de deixar-nos uma taxa de 6.9% de desemprego no ultimo ano dele, em 1.993. Mesmo assim eu atribuo a ele o preparo que possibilitou ao Bill Clinton ter sucesso no primeiro governo. Porem parece que o Bill Clinton fez um bom trabalho tambem no segundo governo dele porque deixou a funcao com respeitaveis 4.0% de desemprego. Apesar disso, o povo americano elegeu o republicano Bush, o filho, que decidiu enfiar-nos em duas guerras desnecessarias ao mesmo tempo, e deixou o caximbo cair depois de nao regulamentar as palhacadas feitas na Wall Street, etc.

O resultado disso nos estamos sofrendo agora, dia e noite. E se fizermos uma analise dos dados encontraremos a correlacao dos fatos. Parece que guerras nos trazem desemprego. E isso eh suposto acontecer mesmo. Se ficarmos concentrados no fazer guerras nao podemos usar nossas reservas para criarmos empregos porque nunca se sabe o quanto iremos precisar para sustenta-las. E, tambem, enquanto a gente esta destruindo os outros paises, eles nao serao bons mercados para nos porque a destruicao traz apenas pobreza para eles.

Assim, o que temos agora ainda sao consequencias do governo George W. Bush. E os candidatos republicanos, inclusive o Ron Paul, estao dizendo que, os emprestimos `a Wall Street e `a autoindustria sao a causa do problema. Eles pensam que somos trouxas! Os emprestimos foram tao ruins quanto os remedios contra o cancer. Sou medico e sei alguma coisa a respeito do mal que os remedios causam aos pacientes. Eu nao recomendaria a ninguem tomar remedios, a menos que seja estritamente necessario. A gente toma remedio segundo a equacao: custos/beneficios. Se a alternativa a nao tomar o remedio eh a morte, entao, eu preferiria o remedio.

Se o senador McCain tivesse sido eleito, ou mesmo qualquer um dos quatro pre-candidatos do time republicano de 2.012 fosse presidente logo apos ao desastroso governo Bush, eles nao pensariam duas vezes em emprestar para a Wall Street e tudo o mais. Eles sabem que o futuro do partido estaria na balanca. Nenhum partido resistira `a nostalgia de nao se ter mais a auto industria americana. Eles nao sobreviveriam aos milhoes a mais de desempregados que a alternativa sem emprestimos causaria.

Mesmo assim, nos podemos enxergar como um governo pode ser um bom escudo para os ricos. A ira contra a nossa situacao economica poderia ter sido direcionada toda contra a Wall Street. Mas o governo esta levando a parte dele tambem. Eh melhor para os ricos ter um governo forte que se ponha entre eles e a massa enfurecida. Senao!

Os candidatos republicanos estao defedendo a diminuicao dos impostos para os ricos dizendo que isso os fara mais ricos e iria criar mais empregos para os pobres. Essa eh a maior conversa fiada que ja ouvi na vida. Desde que se eh rico ja se usa os elevadores que so comecam a partir do milesimo andar da piramide. Eles nao precisam dessa ajuda de “Nos o povo”.

Precisamos verificar quais sao as obrigacoes do governo. E estou falando a respeito de todos os niveis de governo, desde as pequenas cidades ate Washington. Voce ve os ricos pagando pela escola primaria, levando servicos basicos para onde nao da lucro ou mesmo pagando para asfaltar nossas estradas? Eh dito que estes servicos sao oferecidos pelo governo ao povo. Mas nao eh. Eles sao providos pelo povo para o uso comum de todos. Tenho duas criancas na escola publica. E sei que estou pagando pelo asfalto da frente da minha casa atraves dos impostos da casa e dos carros que pago. E algumas vezes eu preciso ir a Boston usando a via publica para levar meus filhos ou eu mesmo a consultas medicas.

Mas os ricos precisam disso mais que eu. Se eu nao tivesse escolha eu poderia ir a Boston a pe. Nossos ancestrais fizeram isso por seculos. Mas eu iria rir ao ver os ricos transportando as mercadorias deles de costa a costa sem a ajuda do povo. O povo paga pela escola publica. E nos nos acostumamos a pensar que estamos fazendo algo bom por nos mesmos. E isso eh verdade. Mas os ricos precisam da nossa escola para ficarmos mais informados e inteligentes para que eles tenham melhores empregados e melhor mercado consumidor para transferirem riquezas para eles. Algumas vezes nos usamos os beneficios governamentais e os ricos os usam todo o tempo. Entao, por que eles ganhariam impostos menores e nos nao? Pelo menos, por que todos nos nao pagamos o justo desde que todos dependemos dos beneficios de viver em sociedade?

Nao sou contra aos ricos serem ricos. O que nao gosto eh de injustica. Eu so penso que os ricos sao insubstituiveis como seres humanos mas o dinheiro deles nao. E precisamos de um exemplo para eu explicar-me melhor. Imaginem se as multinacionais desaparecerem e os ricos nao tiverem mais o dinheiro. Porem nos conservariamos nosso conhecimento, as estruturas basicas e o nivel economico de agora, so excluindo mesmo os ricos e os emprestimos do governo.

O que aconteceria logo depois seria uma explosao da economia onde a classe dos ricos seria substituida por uma classe media mais elevada. Contudo, se continuarmos com as mesmas regras de hoje, logo outra classe de ricos surgiria de novo. Isso nao eh pegadinha, eh a pura realidade. Corte de impostos dos ricos nao cria mais empregos, cria somente pessoas mais ricas. E desafio a qualquer matematico a provar o contrario. Corte dos impostos eh o elevador que somente os ricos podem usar para atingir o topo do esquema piramidal.

Aqui, na base da piramide o jogo eh completamente diferente. E somente por coincidencia eu tenho um exemplo pessoal disso. Tenho amigos que comentaram isso comigo antes mas nao prestei muita atencao porque pensei que nao chegaria a minha vez. E o fato eh este: minha familia usava o seguro saude do governo porque somos uma familia de baixa renda. E no ano passado nos subimos nossa declaracao para 35 mil. 35 mil, nao milhoes (Essa eh uma referencia `a declaracao do Mitt Romney). Para uma familia de quatro pessoas.

No mes passado chegaram as mas noticias. Minha esposa e eu tivemos nossa cobertura diminuida. Agora precisaremos pagar uma taxa em todas as visitas medicas, hospitalares e `as farmacias. Os jovens nao compreendem a situacao porque eles raramente adoecem e tem energia para passar para frente. Mas o que fizemos eh mais ou menos US$ 100.00/mes a mais que a quantidade que nos permitiria ter uma cobertura completa. Ai a situacao caiu no estagio seguinte.

Eu tenho glaucoma e colesterol alto. Terei que pagar taxas no meu suplemento mensal de remedios. Se for atendido pelo clinico geral, ver os varios especialistas que estou sujeito e, somente em caso de, ser atendido na emergencia o que `as vezes acontece, poderei ter que gastar bem mais do que os 100 dolares/mes. Visitar o dentista sera um luxo acima do alcance. E nao estou incluindo as necessidades da minha esposa. Ela, ocasionalmente, precisa ir ao medico e tomar algum remedio. A quentinha d’agora eh que uma coroa dela caiu e ela pensa ser vergonhoso demais nao recoloca-la. Eu preferirei ficar sem o servico porque: “quem pode, pode…”

Cade o meu furo legal? Infelizmente tera que ser nao ir ao medico, mesmo que a vida correr certo risco. Se eu sofrer algo mais simples para um comeco, vou esperar chegar ao ponto de nao poder evitar buscar ajuda. E isso nao eh hipotese. Terei que faze-lo porque nao ha alternativa. Entao, a defesa dos impostos menores para os ricos apresentada pelos candidatos republicanos esta me forcando a votar contra eles. Nao porque nao goste dos candidatos republicanos ou das pessoas ricas mas porque nao consigo ver como a proposta deles ira dar aos idosos qualquer escapatoria.

Ja havia escrito todo esse capitulo e agora o estava corrigindo. Resolvi introduzir esses paragrafos porque algo mais aconteceu. Hoje eh 12 de marco de 2012, segunda-feira. No final da semana anterior eu estava com tanta raiva que nao quiz escrever. Tenho procurado ser neutro. Nao quero que a raiva me conduza.

Com a mudanca do nosso plano de saude ouve uma confusao. Eu ja havia marcado uma consulta no mes anterior. Tive que muda-la para este mes. Assim, tive que esticar por mais um mes uma situacao desconfortavel. Como se diz no Brasil, um incomodo. Fiz uma primeira consulta ao medico que fora aprovado pelo plano anterior. E marcamos uma cirurgia para amanha. Coisa simples. Dai veio uma carta do plano atual anunciando que o meu requerimento de consulta havia sido negado porque o medico nao era associado ao plano.

A primeira consequencia eh que eu serei obrigado a pagar toda a primeira consulta. A segunda foi passar pela situacao humilhante de cancelar a cirurgia. Nao vou dizer o que foi mas a cirurgia corrigiria algo que tem me causado tanta humilhacao que eu quase paguei os US$ 125,00 que a cirurgia no consultorio medico me custaria. Somente nao o fiz porque nao aceitavam o meu cartao de credito. A rejeicao acabou levando-me a concluir que nao fara muita diferenca passar um pouco mais de humilhacao e trocar o atual medico por outro que esteja nos quadros do plano.

Para mim sera uma perda. Mas como sou perdedor mesmo, ja estou acostumado. Mas havera uma perda para a populacao do estado. Quando conversei a primeira vez com o primeiro medico ele queria fazer a cirurgia no hospital. Quando questionei quanto eu teria que pagar por isso ele informou-me que teria que pagar uma taxa do hospital. So entao ele revelou que a cirurgia poderia ser feita ambulatorial, assim eu economisaria a taxa hospitalar. Com a mudanca de plano nao sei se terei a mesma chance de pedir o mais barato.

De qualquer forma as pessoas deveriam refletir melhor. O que sera melhor para a sociedade como um todo, continuar produzindo mais perdedores como eu e poucos vencedores ou apostar na reducao de perdedores? Para mim a melhor resposta eh buscar uma sociedade em que todos tenham oportunidades iguais de se tornarem vencedores. Eh preciso buscar condicoes de produzir vencedores e vencedores, nao importando o lado da nossa militancia. Quanto menos perdedores tivermos mais justa sera a nossa sociedade. Nao penso que uma sociedade pode esperar durar muito enquanto essa sociedade continuar deixando atrasadas mais e mais pessoas.

O que eu estava falando antes era que, alguns de meus amigos tinham comentado isso. Inclusive um deles simplesmente pediu demissao de um trabalho de meio tempo porque ele estava dando dor de cabeca. Ele tinha que trabalhar 10 horas por semana, usando o carro, para ganhar mais US$ 5.000,00/ano. E estava pagando mais ou menos a mesma coisa de imposto de renda. Ele largou o trabalho, as dores de cabeca sumiram e ainda ganhou alguma restituicao. Assim ele concluiu: “De graca nao trabalho mais para o governo!”

Este eh o fato: “Nos o povo” inves de termos um elevador temos uma barreira economica para nao alcancarmos o topo da piramide. Para chegarmos la precisamos, como dizem os brasileiros, “dar um paco maior que as pernas.” De 30 mil temos que saltar, pelo menos, para 70 mil/ano para se ter condicoes de pagar um seguro privado e tudo o mais que a vida exige da classe media. Nao podemos andar passo-a-passo. E sabemos disso, a menos que se ganhe na loteria, nao estao se fazendo muitos milagres economicos por aqui mais.

Os candidatos republicano podem nao estar querendo isso mas o que estao tentando criar ira nos dar um quarto poder de governo. Tradicionalmente nos temos: legislativo, executivo e judiciario. Os tres poderes precisam estar em equilibrio para nossa democracia funcionar direito. Mas os candidatos republicanos estao tentando criar o poder dos super ricos que dominaria os outros sem precisar ser eleito. Este eh um esquema historicamente falho. E eh onde o passado e o presente se encontrariam.

Outra gafe dos tres patetas do time do Partido Republicano eh o desejo de comecar uma guerra comercial dizendo que eles trarao de volta os empregos exportados para o exterior. Eu compreendo que isso eh campanha, dai os candidatos falam pelos cotovelos porque querem ganhar a maioria dos votos mas isso nao se casa com a realidade. Primeiramente porque se os negocios estiverem indo bem no exterior estarao cumprindo a funcao social de distribuicao de renda. Produzindo-se sociedades mais ricas no exterior significara que estamos fortalecendo as bases da nossa propria piramide porque os mercados enriquecidos comprarao mais de nos.

Se trouxermos os empregos de volta sem oferecer alternativa aos outros para manter a renda deles ira diminuir nossa lista de clientes. Tambem ira aumentar o ressentimento contra nos. Dai para frente devemos esperar qualquer coisa menos cooperacao entre nos. O proximo passo sera a aplicacao da reciprocidade. Talvez os candidatos republicanos nao saibam o que a palavra significa porque eles estao somente transmitindo o carater de arrogancia onde eles pensam: Nos somos tudo e o resto do mundo eh nosso quintal.

Traduzamos isso em linhas mais simples. Quando comecarmos a trazer de volta os empregos que supostamente exportamos, o mundo podera comecar a ter o mesmo direito de reclamar os empregos exportados para os Estados Unidos. Alguem podera dizer que: Esse cara eh doido ao falar assim porque nunca ouvimos falar de empregos nos Estados Unidos que vieram dos outros paises. Mas estes estao se esquecendo que somos movidos a materias primas que nos chegam do mundo. E o povo do mundo pode comecar a cortar o suprimento. Vamos mencionar apenas petroleio e ferro.

(Nota: hoje, 13 de marco de 2.012, vi no noticiario a mencao de que estao tentando mover uma acao comercial contra a China porque ela esta diminuindo a exportacao de “terras raras”, minerais dos quais a China eh responsaveis por 99% do comercio internacional e materia prima para fabricar produtos de alta tecnologia. Essa ja deve ser uma pequena amostra do que se dara numa guerra comercial).

Os outros paises poderao nos dizer que irao deixar de mandar estes materiais para nos e irao processa-lo eles mesmos. Se quizermos a partir de agora teremos que comprar os subprodutos das materias primas nao mais elas proprias. E os conservadores poderao dizer: voce eh hilario. Eles nao possuem a tecnologia e os especialistas para fazer isso. Mas o mundo podera responder: Ta resolvido. Te damos duas opcoes. Primeiramente voce podera esperar ate nos desenvolvermos a tecnologia para fazer o trabalho. A segunda eh trazerem a tecnologia e alguns especialistas para liderar-nos no que faremos. A escolha eh sua. Senao, podemos tambem buscar especialistas em outros paises.

O plano republicano de trazer de volta os empregos para os Estados Unidos eh como um aviao que saiu da California para Nova Iorque e acabou em Chicago. Dai eles querem levantar voo de novo porque imaginam que conhecem o caminho. Mas eles acabarao no meio do Oceano Atlantico e sem combustivel. Pensam que o problema esta apenas no piloto mas os instrumentos falharam. Eh preciso consertar os instrumentos. E a seguir ajudar ao resto do mundo sair da pobreza porque esta eh a via que aumenta a base da piramide e a estabiliza.

Que o leitor use boa imaginacao para calcular quantos bons empregos a mais nos perderiamos se comercarmos um cabo de guerra contra o resto do mundo! So penso que, nao ha nada mais anti-America que certo tipo de candidatos americanos. E a reducao de impostos para os ricos pode tambem ser entendida como aumento de propina.

Logo apos escrever este capitulo estou retornando para comentar a respeito do que acaba de acontecer nos Estados Unidos. Ontem o presidente Obama recebeu o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netaniahu, para dialogos. Israel esta ameacando atacar ao Iram como forma de previnir que o pais arabe adquira armas nucleares porque isso poderia ser usado em ataques terroristas. O presidente Obama assegurou a ele que os Estados Unidos estarao ao lado de Israel mas espera que as pressoes economicas causarao efeito e farao o Iran permitir `a comunidade internacional monitorar as usinas nucleares.

Porem o Partido Republicano esta fazendo pressao no presidente Obama para comecar jogos de guerra contra Iran e Siria. O ex-candidato do partido, senador McCain, ja esta pedindo ataques aereos contra a Siria e os Tres Patetas candidatos ja ate declararam guerra ao Iran. Estao irresponsavelmente falando de guerra porque eles nao terao a responsabilidade de tal decisao sobre os ombros. O que eles querem eh apenas ganhar os votos do eleitorado republicano mais conservador. Mas nos podemos exercitar nossas mentes para vermos as consequencias. Digamos, se nos comecarmos uma guerra contra o Iran agora, quais serao as consequencias daqui a 40 anos?

Nao precisamos bola de cristal alguma para ver isso. O primeiro ministro israelita deseja fazer um ataque preventivo pensando que isso salvara Israel mas esta totalmente errado. Mesmo que nao se faca nada a unica maneira de evitar-se o que direi agora eh comecar a por em pratica um Plano de Paz entre arabes e judeus e toma-lo como unica salvaguarda para o futuro.

Neste exato momento o presidente Obama esta vulneravel porque ele precisa da reeleicao e o voto dos judeus e dos irresponsaveis que apoiam tudo o que Israel faz sera importante para isso. Mas o que ele precisava fazer era colocar cordas nos pescocos dos lideres de Israel e da Palestina e falar: Vou afrouxar as cordas somente quando os dois lados se beijarem. Depois do beijo ele poderia dizer: Agora eh hora de bater um papo com a Siria e o Iran.

De outra forma, todavia, 40 anos `a frente o petroleo no Oriente Medio sera escasso ou nao existira. E, como os paises ao redor nao terao feito a paz, e estao jogando fora o dinheiro dessa materia prima comprando armamentos, e nao pondo atencao em formas alternativas de viver, a pobreza e desespero tomarao conta do povo. E os problemas voltarao com forca. Primeiramente o povo local ira expulsar qualquer ditador que tenha servido como ponta de lanca do Imperialismo Americano. Isso inclui a familia real saudita e outras.

E o povo voltara os olhos para Israel e Estados Unidos e vera o sucesso deles. E o povo a respeito do qual se diz nao ter memoria comecara a questionar-se: Onde esta o dinheiro que nosso petroleo produziu? Por que os outros o usaram para ficar ricos e nos pegamos apenas as migalhas e, agora, a fome? Isso esta errado. E o desespero o fara fazer algo inimaginavel. Nao importara as bombas atomicas que Israel ja possui.

A situacao ira unir alguns paises muculmanos. Ate o Paquistao, o qual ja tem a bomba atomica. Por falar nisso, o Taliban sera a cabeca deste e talvez outros paises. E o resultado sera como: Israel precisara vencer todas as batalhas. E o outro lado precisara vencer apenas uma. Todavia, o custo para os dois lados sera tao catastrofico que sera como se os dois lados perderam. E pergunte-se a qualquer um: eh justo deixarmos esse destino aos nossos descendentes?

Por enquanto, usemos a situacao para rirmos um pouco. Vendo o Netaniahu vindo beijar as maos do Obama fez-me fazer uma analogia. O que parece eh que a preocupacao americana com respeito a Israel eh tao grande que isso faz daquele pais o quinquagesimo primeiro estado americano. E sua definicao parece-se com: Israel eh uma California distante, cercada por mexicanos muculmanos.

Consequencia parecida podera ser esperada das politicas de deportacao que os principais candidatos do Partido Republicano defendem. Digamos que, nos deportaremos, pelo menos, 10 milhoes de trabalhadores sem documentos para os paises de origem. Para pensar uma loucura dessas, a pessoa tem que estar pensando que: isso nao causaram nenhum estrago `a industria de construcao e aos negocios gerais. Entao, exercitaremos nossas mentes apenas em relacao ao proximo passo que seria essa multidao humana voltando para sua antiga casa.

Outra vez, isso demandaria certa reciprocidade. Primeiramente causaria alguma pobreza nos outros paises porque o numero de trabalhadores nao encontraria empregos. Em segundo plano porque a maioria deles sustenta membros da familia por la e essa ajuda acabara. Automaticamente isso aumentara o ressentimento contra os Estados Unidos. Logo em seguida, alguem tera a “grande ideia” pedir um boicote contra o consumo dos produtos americanos. Caso preciso, havera a substituicao de produtos americanos pelos japoneses e europeus e, inclusive, chineses.

A seguir qualquer um pode visualisar o que vira. O sentimento anti-americano aumentara tanto que a substituicao deixara de ser apenas um instrumento de pressao e tornar-se-a uma doce vinganca. Nao desejo assistir `a Ford no Brasil pular do terceiro lugar como mais comprada para o lugar de inexistencia. E a Coca-Cola ser chutada do resto do mundo, vindo assumir um lugar de companhia nacional americana ana. Nisso milhoes de americanos perderao empregos. E talvez venhamos a ter nossa propria revolucao como as que estao ocorrendo na Primavera Arabe. Nao quero, definitivamente, viver num pais parecido com a Siria atual.

Voce nao imagina como as coisas podem mudar num piscar de olhos. Como diz a sabedoria do Lavoisier: nao podemos tomarmo-nos como insubstituiveis. Isso eh pura arrogancia. Temos de lembrar que, nos dialogos a nivel de pais para pais pode-se dizer algo estupido e depois pedir perdao porque os interesses sao maiores e obedecem a um senso comum. Mas nao podemos dizer que o mesmo se de nos dialogos a nivel em que uma parte eh um governo estrangeiro e a outra eh a populacao de outro pais. Interferir com os interesses do povao resultara numa resposta do povao. E nao ha como controla-lo.

Ha dois anos mais ou menos aconteceu algo comigo que podemos usar no nosso exercicio mental. Eu estava na parada do onibus escolar esperando minha filha e vi uma mulher com tracos orientais. Ela estava vestindo uma camisa com a letras FBI. Nao prestei muita atencao nela porque pensei que fosse alguem diferente de minha cultura. Dias depois minha filha saiu do onibus conversando alto com a filha dela. Captei algumas palavras que a mae falou e percebi que ela tambem era brasileira. Desde entao tornamo-nos amigos porque nao tinhamos a barreira da linguagem. E nossas filhas continuam no melhor da amizade.

O que veio era o que menos eu esperava. Conversando com ela e ouvindo o sotaque perguntei de qual estado do Nordeste Brasileiro ela era. E quase com indignacao ela respondeu-me: “Sou de Sao Paulo!” Tudo estava esquisito antes de ela explicar que os pais dela eram do Nordeste do Brasil realmente. So ai eu consegui entender.

O Estado de Sao Paulo e sua capital Sao Paulo sao tao cosmopolitanos quanto Nova Iorque. E as duas cidades sao quase do mesmo tamanho. Elas possuem Historas semelhantes de imigracoes. E atualmente eh o estado mais populoso do Brasil. Algo em torno de 40 milhoes de pessoas, o que eh um pouquinho mais que um quinto da populacao brasileira. O segundo estado mais populoso eh Minas Gerais com seus 20 milhoes. Juntos eles contam um terco da populacao brasileira.

Porem, Sao Paulo eh muito mais rico. Desde o inicio da industrializacao no Brasil este concentrou a maior parte disso. Entao, do inicio dos anos 1.900 em diante ele atraiu outros brasileiros e povos do exterior. Entre os brasileiros os primeiros a chegar foram os mineiros junto com os medio-orientais, japoneses, italianos, portugueses e todos os outros europeus. Mas a partir da segunda metade do seculo XX se deu a migracao dos nordestinos em maior numero. Com todo o movimento Sao Paulo tomou o titulo de mais populoso do vizinho Minas Gerais.

A populacao do Nordeste Brasileiro eh o mais autentico exemplo de nativo brasileiros. Nisso os nortistas sao comparaveis a eles mas os numeros daqueles sao muito maiores. Normalmente eles sao mistura das racas: africanos e europeus mais uma proporcao maior de nativo-brasileiros. A pele deles eh predominantemente morena. Este eh um sinal do passado e do presente clima, dominado pela luminosidade do sol. A aparencia deles pode ser confundida como a aparencia de outros latinos. Mas o predominio eh mesmo a mistura.

Como o Nordeste Brasileiro sempre sofreu com secas infinitas, o povo foi submetido ao ciclo de ir e vir, da e para a terra nativa. Como a maioria era pobre eles tinham que confrontar o preconceito contra eles dos compatriotas com visual mais europeu. Inclusive ha no Brasil uma minoria no extremo Sul que advoga a ideia besta de criar-se um pais separado, mais puro racialmente, nos Estados do Sul. A minoria propaga que os nordestinos sao os culpados pela pobreza no Brasil.

Mas a populacao de Sao Paulo, getilico paulistas, conhece a importancia dos nordestinos em sua economia. Ela nao saberia viver sem o trabalho duro deles em suas plantacoes de cana, laranja, cafe e na industria da construcao e outras do setor de servicos. E essa populacao esta tao entremeada no componente social do estado que nao se sabe dizer quem eh quem somente pela aparencia.

Isso justifica o meu engano na identificacao da minha amiga. Apos anos vivendo aqui no Nordeste Americano a gente se torna mais desbotados porque nao vemos o sol que estamos acostumados. Mas o que quero dizer com a lembranca dessa passagem da minha vida eh que: Se os americanos desejam manter o titulo de pais mais rico do mundo precisam tambem abrirem-se para um numero maior de imigrantes do mundo inteiro. Nos bem sabemos, os numeros contam.

A China esta chegando com toda a forca e logo pode ultrapassar-nos. Isso nao significa que ira destronar tao cedo o nosso modelo de civilizacao. Mas a medida que ela for ficando mais rica e se fizer o dever de casa direitinho, aplicando a riqueza em educacao de qualidade, pesquisa de tecnologia avancada e dai por diante, nos iremos ficar na poeira. Se tratarmos a populacao do mundo com justica, de forma aos Estados Unidos permanecerem na lideranca, como a locomotiva em um trem, em que os outros participarao das riquezas e dos avancos, nos teremos sucesso. Mas se tratarmos os outros como indesejaveis, eles nos tratarao da mesma maneira. Nao esquecamos do Espelho de Gandhi.

Se nosso poder vem do dinheiro que nos vem do mundo, entao, eh imprescindivel aceitarmos a presenca dos povos do mundo em nossa casa. O povo vai aonde o dinheiro esta, nao apenas para desfruta-lo mas para criar um mercado mais vigoroso. E isso nao eh tudo. Precisamos fazer isso com a participacao de todo mundo, equilibradamente. Para assegurar a permanencia de nossa civilizacao, precisamos partilhar o poder, o conhecimento e a inteligencia com o mundo todo.

Seria mais saudavel criar-se de 5 a 12 setores no globo que funcionaria como uma federacao. O minimo de 5 eh representado pelos continentes: Ameridas do Sul e Norte, Europa, Asia e Africa. Mas Australia, India, Oriente Medio, America Central e Caribe, e tres outros setores tambem completariam tal Federacao. O objetivo disso seria o desenvolvimento da confianca de uns para com os outros e a partilha dos poderes da populacao, da economia e do conhecimento. Pretendo voltar a esse assunto em outro capitulo para esclarecer melhor.

Comentarei algo a respeito da politica atual. A campanha do Partido Republicano esta ficando mais clara. Nao comentei antes mas o candidato Mitt Romney teve quatro vitorias. Incluindo-se Michigan, o torrao dele. Hoje eh 4 de marco. Ontem ele ganhou o Estado de Washington. A vitoria dele no Michigan foi a mais significante. Naquele estado os eleitores podem votar nas primarias dos dois partidos. E como as pesquisas indicavam empate entre Romney e Santorum, surgiu a proposta de os democratas votarem no Santorum porque ele pareceria mais fraco no mano-a-mano contra o presidente Obama.

Para mim o feitico virou contra o feiticeiro de certa forma. Nao penso que isso tenha mobilizado um bom numero de eleitores democratas mas sim dos republicanos. Eh provavel que os indecisos antes de votar decidiram votar no Romney. Isso deu a ele uma vitoria apertada apesar de isso ser o que conta. Penso que nas eleicoes gerais ele podera usar isso dizendo que ele eh o mais elegivel porque venceu os apoiadores do Santorum aliados aos democratas. Aparentemente, os que estao por tras de tal esperteza tentavam por duvida na elegilibilidade do Romney nas eleicoes gerais ao mesmo tempo dar um empurraozinho no senador Santorum, suposto, um adversario mais fraco para o presidente.

Imagino que por tras dessa cena anda outra coisa. Para mim, Mitt Romney eh o candidato mais fraco entre os 4 possiveis. O que ele tem eh o poder do dinheiro mas um curriculo desastroso. Lembram-se quando falei que concordava com o “conversa fiada” dito pelo ex-presidente do Congresso, Newt Gingrich, que o Romney nao tentou a reeleicao em Massachusetts porque nao seria eleito? Eles nunca entraram nos detalhes da questao. Por que? Mas isso sera apresentado nas eleicoes gerais.

Mas, por que espalhar-se que o Rick Santorum eh o mais fraco? No meu ponto-de-vista isso eh verdade. Mas os eleitores do Romney agora sao ideologicos. Eles tem duas coisas na mente. Votar nele porque ele parece ser mais forte. Para estes nao importam os detalhes ideologicos porque eles sabem que o Romney nao eh conservador como o Santorum eh. De qualquer forma, eles votariam em qualquer candidato desde que fosse republicano.

Por outro lado, o eleitorado do Santorum vota por paixao. Eles estao votando nele como uma alternativa ao Mitt Romney porque eles nao gostam do ex-governador de Massachusetts. Dai, uma boa parte deles nao ira votar para ninguem nas eleicoes gerais. Eles votariam no Santorum da mesma forma que o eleitorado do Romney tambem faria, porque querem ver o Obama cair fora, nao importa porque nem para quem.

O negocio eh este, eu acredito que Ron Paul seria o melhor candidato para o lado dos republicanos. Todos os eleitores dos outros votariam nele nas eleicoes gerais. E ele eh o unico que esta levando sangue novo para o Partido Republicano. Ele uniria a vozes. Ele conseguiria inclusive o voto de alguns democratas por causa da decepcao com o Obama.

Mas existe outra esperteza por aqui. E a estoria da Festa no Ceu pode ensinar-nos algo. O jovem talvez nao conheca a estoria e eh melhor resumi-la aqui. Dizia-se que: Teve uma vez uma Festa no Ceu. Todos os animais foram convidados mas somente os que voavam poderiam ir. E o sapo comecou a pensar numa forma de comparecer.

Falando com o amigo urubu ele viu o violao que ele estava levando consigo. Entao, esperou que o urubu distraisse e pulou dentro. Eles tiveram uma boa festa e antes do final o sapo acomodou-se no seu lugar no violao. Voando de volta o urubu sentil o violao pesado e olhou dentro. Ao ver o sapo, ficou furioso e gritou: Vou te soltar para voce esborrachar la em baixo. O sapo implorou mas o urubu nao queria nem saber.

Olhando a Terra, o sapo pediu a palavra. Ta bom, mas eu so queria te fazer um ultimo pedido, nao joga na agua porque morro de medo de afogar-me. Joga-me nas pedras porque morrerei na hora. E o urubu continuava tao furioso que jogou o sapo na agua. E era isso mesmo que o sapo queria.

Parece que aqui temos a mesma situacao. Os democratas estao manobrando os republicanos, fazendo-os fazer o que eles querem. O problema eh este: acontecera o planejado? Nao tenho certeza. Eu jamais votaria para um segundo governo do presidente Bush e pensava que os outros americanos fariam o mesmo. Eu estava errado como posso estar errado na suposicao atual. Somente o tempo dira o que sera. Depois de amanha sera a Super Terca. E, com as ultimas 4 vitorias, os eleitores republicanos poderao ter a impressao de que o Mitt Romney eh uma inevitabilidade. Se for assim, eles lhe darao uma vitoria confortavel na maioria dos 10 estados em disputa, e transformarao a inevitabilidade numa realidade.

O principal problema para o Partido Republicano hoje eh a militancia de extrema direita. Esta pegou o partido como refem e o extremismo esta afastando um bom numero de votos da populacao moderada. Este eh um velho problema sistemico. Algum tempo atras o Partido dos Trabalhadores teve um problema parecido no Brasil. Como ele era um partido da esquerda moderado o problema dele era sua porcao de extrema esquerda. Era uma parte menor no partido mas era a mais ativa economicamente, e com posicoes politicas extremas. O partido perdeu algumas eleicoes por causa do medo que o eleitorado comum tinha de o partido ser comunista como um todo. Somente apos os extremo-esquerdistas serem convidados a sair e constituir os proprios partidos deles foi que o Partido dos Trabalhadores se tornou uma forca competitiva de verdade. O Partido Republicano deveria usar a mesma receita para tornar-se de maior confianca no futuro.

Agora, como Mitt Romney parecer ser a inevitabilidade, falarei a respeito do que penso ser o Tendao de Aquiles dele. Para a surpresa de alguns, eh a associacao dele com a empresa Bain Capital e a carreira meteorica de sucesso. E eu direi porque ele deveria estar envergonhado do sucesso. Para ter sucesso ninguem precisa, necessariamente, tornar-se super rico como muitos pensam. Ter sucesso pode ser algo completamente diferente. Nos temos exemplos de animais que tiveram sucesso por milenios no sobreviver a milhares de desastres naturais. Mas nao sabemos se algum rico sobrevivera `a catastrofe criada por eles proprios.

O problema com algumas pessoas de hoje eh que, elas sabem como ajuntar o dinheiro facilmente e pensam que tem sucesso por isso. E ainda pensam que as outras que nao sabem fazer o mesmo nao tem sucesso ou sao inferiores a elas. Mas o que esta acontecendo eh isso: os auto proclamados de sucesso nao passam de viciados em juntar dinheiro. Isso mesmo! Alguem dira que estou inventando coisa nova, que nao existe, para dar-me razao. Mas eu sei que aquilo que se deseja acima da necessidade, sem uma utilidade organica eh vicio.

So porque dinheiro nao eh alcool, drogas, alimento ou remedio nao podemos dizer que ninguem eh viciado nele. Nos podemos tornar-nos viciados em tudo, desde que se tenha um desejo extravagante de possuir. Eu mesmo sou viciado em informacao e escrita. E esta eh a razao que estou planejando, talvez, fazer desse o meu ultimo livro. Assim passarei a concentrar-me mais no bem estar futuro da familia. Mas nem todo mundo eh capaz de entender o problema por si mesmo. O viciado nas drogas sempre tem problema em admitir que eh viciado. E sem o reconhecimento do vicio nao ha tratamento.

Deixem-me falar algo a respeito do vicio do Romney ao dinheiro. “Joint Rapinagem” como o nosso amigo Rick Perry chamou isso, eh a melhor definicao para os atos usados pelo Romney para obter sua fortuna. Ele esta defendendo o historico de criacao de empregos por meio da riqueza e eh provavel que tenha criado algum mesmo. Mas como ele o fez nao foi bom para nossa sociedade. Vamos pegar os exemplos da criacao das companhias Staples e Starbucks.

Nao muito tempo apos eu vir para Massachusetts, comecei a escrever mais livros. Nao tinha a intencao imediata de publica-los porque nao tinha dinheiro para isso e decidi fazer fotocopias para distribuir de presente a amigos e parentes. Eh! Eu tenho estes atos de bondade como um oferecimento gracioso em nome da amizade e parentesco, sem deixar que as pessoas saibam o quanto custou-me. Para isso eu usava os servicos de pequenos comerciantes, um em Holliston e outro em Ashland, porque eles ficavam no meu caminho de trabalho. Algum tempo depois retornei `as lojas familiares e haviam fechado as portas.

Agora, quando eu preciso do servico eu posso leva-lo para ser feito numa Staples em Framingham para ter o mesmo servico. A diferenca eh que serei atendido por um empregado mecanizado ou farei eu mesmo. Nada de conversa com alguem familiar. Penso que a Starbucks funciona no mesmo caminho. Haviam muitos pequenos negocios oferecendo o mesmo servico mas ela usou o poder do dinheiro para troca-los por si mesma. E sinto muito em dizer isso mas o cafe da Starbucks eh o pior que ja tomei. A gente bebe porque eh viciado mas eu evitaria este, todas as vezes que tivesse alternativa. Especialmente se fosse por um cafe tipo caseiro.

O problema com as “Joint Rapinagem” eh que, elas estao interessadas somente em ganhar dinheiro rapido sem prestar atencao nas consequencias. Elas estao criando companhias monstruosas num passo muito acelerado nao dando chances aos negocios tradicionais de competirem. Se Henry Ford tivesse a mesma oportunidade no tempo dele, hoje teriamos uma companhia monstruosa sem que ninguem pudesse competir com ela. O que teriamos seria apenas um monopolio chamado Ford.

E por que isso eh ruim para nossa sociedade? Primeiro porque esta aumentando a distancia entre ricos e outros. Tambem eh ruim porque esta criando empregos e diminuindo as oportunidades. Por que ao inves de se criar companhias monstro a partir de servicos que ja estao sendo oferecidos por pequenos proprietarios as “Joint Rapinagem” como a Bain nao investiram na melhoria dos servicos de cada companhia menor? Podemos entender isso de uma unica forma. Trabalhar-se com um grande numero de pessoas eh mais dificil que trabalhar-se com um pequeno numero. E o trabalho com um grande numero pode ate render mais lucros mas demandaria mais tempo.

Entao, as “Joint Rapinagem” nao estao aqui para produzir um mundo melhor. Se alguem estiver convencido de que elas criam empregos a acao delas esta ao mesmo tempo matando as oportunidades para um maior numero de pessoas. Elas estao apenas roubando as oportunidades de muitos e pondo isso nas maos de poucos. Os poucos que estao ficando super ricos enquanto a maioria ficando pobre.

Quanto isso eh ruim para a sociedade? Deixem-me explicar: se eu fosse dono da Cadillac agora eu diria ao Mitt Romney: “Esta despedido”. E, por favor, nao use nossa marca em nome da sua demagogia. Se eu fosse dono de uma grande empresa, preferiria ter milhoes de compradores usando um de meus produtos que alguns milhares comprando 10 unidades disso. A Cadillac nao precisa do Mitt Romney dirigindo alguns de seus carros. Ela precisa de um mercado solido de milhoes de compradores.

Eu diria que, seria uma boa causa se uma Joint Venture verdadeira comecar a procurar por ai as verdadeiras ideias inovadoras. Ideias que criem empregos que nunca existiram. E isso precisa oferecer oportunidades ao povo novo com ideias, sem deixar parecer que as outras pessoas sejam perdedoras. As Joint Ventures poderiam tambem dar grande estimulo `as ideias antigas desde que favorecendo aos pequenos negociantes. O que a nossa economia precisa eh a criacao de oportunidades, nao apenas empregos.

Penso que os candidatos do Partido Republicano estao somente mostrando as vulnerabilidades do partido. Rick Santorum disse algo a respeito de sermos uma meritocracia, onde a excelencia eh premiada com uma porcao maior de riqueza. Ai temos que nos lembrar do Albert Einstein. Ninguem duvida de que ele era o genio. E ai, por que ele nunca ficou bilionario? Hoje podemos dizer que quase tudo que temos de tecnologia surgiu da mente de Einstein. E o que poderemos esperar das atuais mentes republicanas?

O que eh mais importante para nossa sociedade como um todo, nossos medicos ou nossos lixeiros? Deem-se um tempinho para pensar. Porque eu estou em duvida. Agradeco a todos trabalhadores da area medica que me atenderam durante minha vida. Penso que eles merecem todo o dinheiro que puderem ganhar honestamente. Mas nao concordo com o que eh pago aos lixeiros. O trabalho medico eh util porque nos atende nas necessidades mais dificeis mas o trabalho diario dos lixeiros faz com que precisemos de ir menos vezes aos medicos. A gente paga aos medicos o que eles merecem mas nos nao damos o mesmo respeito a quem nos faz sofrer menos.

Outro sinal de que nao vivemos numa meritocracia eh o salario dos professores. Eu diria que: seria melhor pagar US$ 1.000,00/semana para cada professor nesse pais do que dar bonus aos administradores. Mesmo que os defensores do Partido Republicano jamais concordarao comigo. Sou totalmente a favor de comecarmos uma meritocracia agora mesmo. Mesmo que eu nao tenha merito algum. Se a meritocracia for posta em pratica de verdade eu ficaria feliz em contentar-me com as migalhas que cairem das mesas.

Um sinal de que os colaboradores dos republicanos estao por fora eh a posicao deles contra os sindicatos. O que um sindicato eh suposto fazer? Eh pegar o Joao ninguem e junta-lo com seus pares para que se tornem coletivamente alguem. Alguem que tenha forca suficiente para exigir o direito de todos. A posicao contraria aos sindicatos faz os republicanos parecerem que existem mais Mitt Romney no lado deles que jamais imaginamos.

Por agora nada mais direi a respeito de economia. Pelo menos nao nesse capitulo ou com respeito aos assuntos de nossa economia atual. Porei aqui algo novo com respeito aos estudos da genealogia de nossa familia. Alguns dias atras eu contatei um de meus primos no Brasil e ele deu-me uma pista. Nos falavamos a respeito do avo e familia dele e ele disse ser descendente de uma figura importante da Historia de Minas Gerais. A pessoa foi conhecida como Barao de Cocais. O nome: Jose Feliciano Pinto Coelho da Cunha.

O que meu primo disse foi: o avo dele, Waldemar Leite, era filho de Luiz Furtado Leite e Luiza Nunes Coelho. Ele nao sabia direito como colocar a Luiza na nossa Arvore Genealogica porque nao sabia se ela fosse filha ou neta dos nossos tios: Joaquim Nunes Coelho e Francisca Eufrasia de Assis. Estamos procurando a resposta. Tambem falou que o Luiz Furtado Leite era filho extra-casamento do Barao de Cocais. Dai eu dei uma pesquisada e encontrei a pagina: http://www.projetocompartilhar.org/Familia/PintoCoelhodaCunha.htm. Nao revelou muita coisa. Somente confirmou a possibilidade de a tradicao ser veridica.

Confirmei alguns resultados desse endereco com os dados do GeneAll.net Portugal e descobri o que veio antes na Arvore Genealogica deles. O Barao, Jose Feliciano Pinto Coelho da Cunha era filho de Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha e Ana Casimira Furtado Leite de Mendonca. Vejamos duas sequencias genealogicas que conseguimos disso:

Ana Casimira Furtado Leite de Mendonca* – Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha*
Inacia Custodia de Sa* – Manuel Furtado Leite de Mendonca
Ana Inacia de Oliveira* – Custodio de Sa
Maximiano de Oliveira Leite* – Inacia Pires de Arruda
Mariana Paes Leme* – Francisco Paes de Oliveira Horta
Fernao Dias Paes Leme* – Maria Garcia Betim

Entao, D. Ana Casimira eh descendente do Bandeirante: Fernao Dias, uma das figuras historicas mais populares da Historia Brasileira. Deixem-me colocar a outra serie.

1,792 Jose Feliciano Pinto Coelho da Cunha* – Antonia Tomasia de Figueiredo
Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha* – Ana Casimira Furtado Leite de Mendonca*
1,700 Luis Jose Pinto Coelho da Cunha* – Antonia Joana Miranda Costa
1,671 Antonio Caetano Pinto Coelho* – Maria Josefa Azeredo Coutinho
1,640 Francisco Pinto da Cunha* – D. Francisca Maria da Silva e Castro*
1,600 Antonio Pinto Coelho* – D. Francisca de Ataide*
1,560 Francisca Maria da Silva Coelho de Noronha* – Francisco Pinto da Cunha*
1,540 Aires Coelho* – Maria de Noronha*
1,510 Goncalo Coelho da Silva* – D. Maria de Melo*
1,470 Aires Coelho* – Maria de Castro*
1,435 Goncalo Coelho* – Violante de Magalhaes*
1,420 Martim Coelho* – Joana de Azevedo
1,370 Fernao Coelho – Catarina de Freitas*

Aqui voltamos ao casal que nos liga com todas as familias reais europeias. Eu fiz um rapido passeio turistico procurando nos dados dos ancestrais do nosso suposto ancestral: Jose Coelho de Magalhaes*, quem tambem eh descendente do mesmo casal e notei que ele esta mais conectado com outras linhagens nobres do que estava antes, em meus estudos anteriores. Minha intencao era localizar a ligacao mais curta entre o Barao de Cocais e ele. Mas no numero de ligacoes eh tao grande que preferi nao me perder nos detalhes porque seria tempo demais a gastar.

A impressao foi essa: nao importa onde se olha, estamos ligados a todos. Meus primos no Brasil veem tanto da Familia Coelho quanto da Familia Leite. E muitos dos parentes mais proximos deles vivem atualmente nos Estados Unidos. Somos, em certa extensao, registrados parentes proximos de 32 dos 44 presidentes americanos. Estou dizendo proximos porque somos tantas vezes descendentes dos mesmos ancestrais que o conteudo do nosso DNA tem que ser muito semelhante ao que nossos ancestrais tiveram. E como os 32 presidentes americanos descendem daqueles mesmos ancestrais, nosso DNA se parecera mais como se fosse de um primo ou um tio comum do nosso passado. Por isso somos mais proximos do que se possa esperar.

Com respeito a isso nao tenho a menor duvida que somos parentes proximos da populacao americana como um todo. Temos uma prima no Brasil, da geracao dos nossos pais, que eh chamada pelo apelido de tia Lulu. Ela foi nossa inteligente professora de matematica e tinha uma fenomenal memoria para fisionomia dos outros. Nossos primos costumavam dizer que, em qualquer lugar que ela estivesse, como o exemplo viajando num onibus, instantaneamente ela comecava a analisar os outros passageiros e logo poderia fazer um comentario: “Olha como aquela pessoa eh a cara de fulano!” Dai as sobrinhas e sobrinhos dela gozavam e propunham: “Vamos brincar de tia Lulu?”

O que importa aqui eh a similaridade entre a fisionomia latina e americana. E tenho notado isso em relacao aos candidatos concorrendo nas eleicoes atuais. O ex-pre-candidato, Rick Perry por exemplo eh a cara do nosso heroi da Segunda Guerra, tio Otacilio Barbalho. Apesar de nosso tio so fingir que cometia gafes para fazer a gente rir. Meu filho disse outro dia que o Ron Paul era o Magneto para todos os colegas dele no segundo grau. Nao que eles queiram dizer que Ron Paul seja vilao como o personagem. Eles apenas enxergam grande similaridade facial dele com o ator que representou o Magneto. Todavia, se Ron Paul chegasse a ser o candidato republicano ele possivelmente votaria nele e ate poderia convencer a mim e `a mae dele a fazer o mesmo. Ron Paul se parece muito com nosso tio: Murillo Coelho.

Isso nao eh tudo. Newt Gingrich tem alguma semelhanca com meu pai. Mas eh muito mais fisicamente parecido com meu cunhado Ricardo. Se alguem pegar as fotos dos dois e dizer que sao irmaos, ninguem iria duvidar. O que nao eh tao identica eh a semelhanca entre o presidente Obama e nosso bisavo: Joao Baptista Magalhaes. Tio Joaozinho, como ele exigia aos netos trata-lo, tinha mistura racial e foi a pessoa mais bem humorada na familia.

Outra curiosidade envolvendo nosso parente Barao de Cocais eh a tradicao que nao posso garantir se verdadeira ou nao. Mas ele tinha uma grande fortuna. Isso vinha dos investimentos, particularmente das cotas que possuia da Mina de Morro Velho. Ate hoje a mina eh a maior do Estado de Minas Gerais. A estoria diz que, ele tinha um grande deposito em ouro e dinheiro em um banco ingles. Ele faleceu em 1.869 sem retirar o capital e os herdeiros nao sabiam.

Em 1.965 o governo ingles teria contatado o governo brasileiro avisando que o dinheiro poderia passar `a coroa britanica se ninguem reclamasse a heranca. Muitos descendentes teriam sido contatados mas a estoria continua, acrescentando que os descendentes nao se entenderam e cinco anos depois eles perderam a fortuna que estaria valendo cerca de 120 milhoes de libras. A estoria pode ter algo de verdadeiro mas o que nao creio eh que ninguem levou nada. Um dos descendentes seria o falecido Carvalho Pinto, ex-governador de Sao Paulo.

De qualquer forma tivemos o mesmo de sempre em nossa Historia. O dinheiro grande sempre acaba nas maos dos mais ricos. Se nao nalguma mao de herdeiros brasileiros ricos acabou indo para as maos de nossos ricos primos ingleses. Os dados analisados e a estoria deram-me a impressao de que os primos com quem cresci juntos talvez nao sejam herdeiros do barao. Parece que descendem de um irmao dele. O coronel Luiz. Todavia, o barao, pelo tempo em que nasceu, 1.792 ate 1.970, devia ter pelo menos mil descendentes. Entre eles muitos que deviam estar passando dificuldades financeiras, como sempre entre a populacao comum. Estes, com certeza foram passados para tras, como eh tambem comum.

Da Familia Furtado Leite da area geografica em que nasci temos algumas personalidades das geracoes presentes. Uma delas eh o jogador de futebol, Leandro Almeida, que jogou no Clube Atletico Mineiro, de Belo Horizonte. Agora esta jogando na Ucrania. Outro eh o premiado diretor de cinema, Savio Leite. Ele eh dono da Leite Filmes. Nao posso deixar de citar o primo, Ronalde Cesar Coelho Leite quem passou-me as pistas para comecar a decifrar esse ramo na nossa Arvore Genealogica.

Paralelo aos outros assuntos ocorrendo nos Estados Unidos tivemos uma tempestade de tornados na semana passada que causaram a morte de 39 pessoas. A devastacao foi enorme e a estacao deles acabou de comecar. Isso fez-me lembrar de quando o ex-presidente Bush nao assinou o Tratado de Kioto para controlar as emissoes de CO2 na atmosfera. Naquele tempo eu fiquei com tanta raiva com tamanho desafio ao que todos sabemos vira contra nos. Nao culpo ao presidente Bush pelas mortes atuais. Mesmo que ele tivesse assinado o tratado ja seria tarde para evitar o que acontecera nos proximos 100 anos porque a poluicao que os homens tem causado por 2 seculos e meio terao consequencias por muitos anos adiante.

O problema em nao tomar-se providencias em nosso tempo eh que, de agora para frente nos teremos que fazer mais que antes e mesmo assim as consequencias permanecerao com nossos descendentes por mais tempo. Quando alguem se choca com a devastacao causada pelos tornados e nao sinto da mesma forma. Sinto a tristeza mas nao a surpresa. E devemos esperar e preparar para o pior.

Naquele tempo eu escrevi uma carta ao jornal The Boston Globe. Nao foi publicada. Senti o impulso de escrever mas sabia menos ingles que hoje e escrevi em portugues mesmo. E eu disse em minha visao que, as nacoes tropicais seriam atingidas pelas consequencias primeiro mas logo as outras nacoes teriam suas partes. Ninguem precisava ter bola de cristal para enxergar isso.

No rescaldo da discussao infrutifera a respeito dos contraceptivos na corrida politica, eu tenho algo a dizer a esse respeito. Ja disse que sou conservador ao ponto de dizer que a vida comeca na concepcao. Entao, tudo o que for feito para acabar com o desenvolvimento do bebe apos este momento eh o cru assassinato de um inocente. E nao acredito que seja o direito das mulheres liquidarem uma vida em nome de nada.

Mas tambem sou liberal de certa forma. Tomemos o exemplo de uma estoria que ouvi ha muito tempo a respeito de uma tribo indigena brasileira. Foi dito que na tradicao dela as mulheres foram feitas para servir aos homens. E um dos costumes na tribo eh os pais das mulheres pedirem o favor a um amigo de sua idade para fazer a iniciacao de suas filhas nas artes sexuais, para servir aos futuros maridos. Dai a mulheres jovens vao para a casa do amigo mais antigo para praticar com ele o que seriam supostas a fazer com seus futuros parceiros.

Mas eles teriam um problema. As mulheres jovens poderiam engravidar e nao era essa a intencao. Entao a tribo encontrou uma solucao para isso. Usando um cha feito de raizes que fazem as mulheres paralizarem o ciclo, nao produzindo ovulacao pelo tempo desejado. Apos as aulas terem sido dadas as mulheres tomam outra pocao, feita de outras plantas, e retornam ao ciclo normal.

Eu sei. As leitoras sentirao nauseas pelo que interpretarao como machismo chauvinista na estoria. Alguns homens ficarao excitados pela possibilidade desse sonho tornar-se realidade para eles. A maioria dos conservadores religiosos chamar-me-ao de pervertido so por lembrar tal estoria. Mas essas nao sao minhas intencoes. Estou falando disso apenas porque a estoria existe, mesmo que eu nao possa comprova-la. Mas se tiver um fundo de verdade nela, isso contera uma revelacao. Medicamente falando ela nos diz que, tem um sistema de ligar e desligar as funcoes reprodutivas no corpo feminino.

Se for mesmo teremos outro problema aqui. Eu nao creria que a industria farmaceutica nao sabia disso. E o porque de ela nao estar interessada em revelar isso eh causado pelo dinheiro ser sempre o objetivo principal. E, algumas vezes dinheiro eh tudo, menos solucao. Imaginem se as mulheres pudessem usar esse remedio durante suas vidas! Usariam apenas umas poucas doses e pronto. Mas o uso diario de pilulas e varios outros tipos de contraceptivos tornaram-se uma torneira de dinheiro de verdade. Isso precisava ser investigado.

Eu ja disse varias vezes que sou catolico. E a discussao a respeito do carater obrigatorio que a administracao Obama impos aos Seguros Saude Catolicos de pagarem contraceptivos para as empregadas da Igreja nao me incomodam em nada desde que os outros seguros de saude estao obrigados a fazer o mesmo. Estou completamente do lado da Igreja na luta pela preservacao da vida. Por outro lado estou com a maioria dos catolicos que acredita que nos, mulheres conjuntamente com seus parceiros, precisamos decidir quantas criancas podemos ter. Acidentalmente a gente pode ter mais, ou menos, que o numero que queremos mas eh uma insanidade nao por atencao em quantas pessoas nosso planeta comporta.

A alta hierarquia catolica, por meio de dogmas, esta irresponsavelmente tomando decisoes que, infelizmente, essa propria hierarquia nao pode responsibilizar-se por elas. Nisso a gente tem apenas o top do iceberg. O Brasil eh o maior pais catolico do mundo. E a maioria da populacao de la nao compra a ideia de nao usar contraceptivos naturais ou artificiais. E este eh apenas um dos assuntos em que a alta hierarquia catolica esta indo contra as decisoes do povo. A maioria dos catolicos nao ve problema algum no casamento de padres ou de as mulheres serem ordenadas.

O problema da nossa alta hierarquia eh que: temos apenas homens idosos, totalmente afastados da realidade em alguns assuntos, organizando a Igreja deles. Isso mesmo. Infelizmente eles tomaram a Igreja do povo usando leis do passado que nunca foram atualizadas. Os papas que sao normalmente homens mais velhos nomeiam todos os bispos e cardeais. E agindo como homens comuns so nomeiam aqueles que tem as mesmas opinioes que as deles. Isso nao se da para a unidade da fe e do povo. Eh a simples busca pela imposicao da visao unilateral deles ao futuro. O que se ve hoje na Igreja Catolica nao passa do velho estilo tiranico da Igreja da Idade Media.

E o que a gente vai, melhor dizendo, nossa descendencia ira, ver se a faccao de direita do Partido Republicano alcancar o poder e impor as pretendidas regras deles de governo minimo e todo o poder economico aos ricos, tambem sera a tirania. Uma tirania que somente sera removida por uma revolucao porque a alta hierarquia, da mesma forma, nao seria eleita.

Com respeito aos contraceptivos, a faccao da extrema direita do Partido Republicano se diz ser os verdadeiros conservadores a favor da vida. Eu nao dou tal credito a ela. Eles sao a favor da vida quando isso se refere `as criancas antes do nascimento, como tambem sou. Mas eles sao totalitariamente a favor de guerras totalmente desnecessarias. Eu nao penso que alguem seja a favor da vida se ao mesmo tempo nao eh a favor da vida desde a concepcao ate `a morte natural. O que tambem sou. Repito eles sao totalmente a favor de guerras totalmente desnecessarias. Nao ha como serem a favor da vida.

18. QUEM ESTA VENCENDO A GUERRA DOS TERRORISTAS?

Nao tem nada errado com o titulo deste capitulo. Os paises do Ocidente estao dizendo que estamos em guerra contra terroristas. Mas o metodo usado nessa guerra contra os chamados terroristas tambem eh terrorista. Pode ate ser que em nosso ponto de vista podemos dizer: os outros eh que sao terroristas. Porem, o povo que tem sido alvo, seus afetivos, seus concidadaos, as casualidades de guerra e todas as consequencias; ate mesmo o mundo muculmano que se sente vitimado pela guerra nao tem duvida em dizer: Os paises do Ocidente eh que sao o proprio terrorismo! Entao, num certo sentido, eu concordo com os dois lados de que, terrorismo tem sido praticado nos dois sentidos.

A questao de quem esta vencendo a guerra dos terroristas nao tem resposta facil. Os especialistas poderiam dizer, no ponto de vista militar deles, que os Estados Unidos e os aliados estao muito `a frente para vencer por causa dos goles marcados pelo assassinato dos principais lideres da Al Qaeda. Mas eu me interesso por outras questoes. Esta guerra esta tornando o mundo mais seguro ou nao? E quais serao as consequencias daqui para frente?

Tambem tem-se resposta alternativa para a resposta creditada aos especialistas. Para entender-se melhor nos deveriamos nos perguntar qual a media ou pequena forca militar no mundo enfrentaria meses de combate contra as forcas totais americanas? Estou excluindo forcas militares equivalente como China e Russia porque uma guerra entre alguma delas e Estados Unidos causaria uma destruicao tao massiva que ninguem poderia declarar vitoria no final. E estou considerando apenas os combates diretos entre as forcas armadas de ambos lados em que um lado nao se desorganizasse, nao considerando o tempo de ocupacao apos a propria guerra.

Mesmo uma guerra contra uma forca oficial militar, pequena ou media, nao sendo esperado durar mais que meses, nos estamos agora com mais de uma decada dizendo: Estamos em guerra contra a Al Qaeda e seus afiliados. E mais, quando a guerra estava no comeco, Osama Bin Laden e os pares dele anunciaram que esperavam que a guerra fosse durar por um tempo indeterminado. Tambem foi dito que estavam preparados para morrer pela causa e preparando as futuras geracoes de combatentes para assumirem os lugares deles quando eles ja tivessem partido. Dai, basicamente, cantar vitoria por matar tal tipo de pessoa eh perda de tempo porque isso eh o que anteciparam antes de acontecer. Eles nao estao nisso para defender as proprias vidas. Estao nisso para defender a causa deles.

Agora eh preciso perguntar: a causa deles esta sendo derrotada com a morte deles? Penso que nao. E os metodos usados para mata-los esta prejudicando o relacionamento americano com o restante do mundo, agora e no futuro? Imagino que a resposta seja um grande sim. O que entao esta errado no assunto como um todo?

Tenho na mente uma resposta simples `a questao. Porem, um mundo inteiro de consequencias que se pode analisar. Vou apenas antecipar a resposta. O que esta totalmente errado nisso tudo eh que: As forcas aliadas e lideradas pelos Estados Unidos contra os terroristas decidiram fazer guerra contra terroristas, usando como armamentos atos terroristas, quando a solucao para o problema seria principalmente a eliminacao do terrorismo como um todo, nao necessariamente os terroristas em particular. Como fazer isso? Essa eh outra questao interessante!

Podemos voltar `a Historia para determinarmos quando o terrorismo comecou. Alguns pensam que isso eh um fenomeno atual mas eh quase tao velho quanto a propria Historia. A propria Biblia descreve alguns eventos. No livro chamado de Leviticos, capitulo 26, 16 temos: “Entao eu os tratarei do seguinte modo: mandarei contra voces o terror, a fraqueza e a febre, que embacam os olhos e consomem a vida. Voces espalharao as sementes em vao, pois o inimigo de voces eh que as comera.”

Neste ponto eu preciso abrir um parenteses de descredito ao texto biblico referindo-se a Deus como autor de qualquer erro ou maldade. O terror foi introduzido nas nossas vidas pelos homens e alguns usaram o nome de Deus para se desculparem dos proprios malfeitos. Deus sempre deseja trazer a paz para nos. Para ele nao interessa se a paz vem para aqueles que sejam chamados de maus ou para aqueles que clamam para si mesmos o titulo de bons. Todos somos pecadores.

Terror tambem foi usado por outros conquistadores. Por volta de 700 a.C. os assirios usavam a crucificacao como uma forma de calar as revoltas dos povos sob o dominio deles. Os romanos fizeram o mesmo. Gengis Khan ordenava a decaptacao de populacoes inteiras para usar o terror como propaganda para evitar que outros desafiassem seus exercitos. Atila, o huno, os barbaros vandalos, Vladimir Dracula, as autoridades da Igreja na Idade Media, todos os principes e princesas absolutistas, os ditadores mais recentes em nossa Historia e todos que passaram nos intervalos usaram terrorismo como instrumento de tomar ou manter poder. Nos estamos acostumados a pensar somente num sentido, em que os maus sao sempre os outros, nunca nos mesmos.

O terrorismo eh usado, pelo menos, ha tres mil anos e sempre foi uma politica falha. Por que nosso governo mantem seu uso como se fosse um instrumento util? So pode ser porque o seu principal objetivo eh nao fazer a paz!

Outra vez, precisamos medir nossa eficiencia. Tambem, nao se pode afirmar que ha conspiracao aqui mas sejamos honestos, se o nosso objetivo principal fosse fazer a paz, fica mais do que claro que estamos usando instrumentos errados. E com isso nos temos sido um poder de ineficiencia incrivel. Por outro lado, se o nosso governo tem usado a palavra paz como disfarce para acobertar sua verdadeira intencao, nao tem se passado por sabio porque esta acumulando vitorias que nalgum dia irao atrair a desgraca para o nosso povo. Podemos usar os romanos como referencia aqui. Estamos repetindo os mesmos erros deles no decorrer da Historia.

Podemos simplificar a Historia do chamado terrorismo moderno para dizer o que acontecera aos nossos descendentes se nao agirmos agora para parar essa loucura. Por volta do inicio dos 1.900 nos tinhamos ataques com bombas pequenas que poderiam atingir a um numero limitado de pessoas. Houve caso em que a pessoa alvo se apresentou no lugar em que a acao estava planejada acompanhada de membro da familia e a acao foi suspensa imediatamente porque uma casualidade de guerra poderia ferir a causa como um todo.

Deste ponto vamos aos anos 60 e inicio dos 70. Eu nao era mais que uma crianca naquele tempo e a maioria das acoes eram: tomar alguns refens e sequestrar algum aviao para negociar qualquer demanda. Dai alguns conservadores linha dura comecaram a boicotar as negociacoes e inclusive passaram a tomar medidas de confrontacao com forca e nao conversar. Lembro-me vagamente do massacre de Munick quando israelenses foram alvo mortos nas Olimpiadas de 1.972. Posteriormente os sequestradores foram cacados e mortos pelo servico secreto de Israel.

Em 1,976 aconteceu o sequestro do aviao que foi desviado para o aeroporto de Entebe, na Uganda. A Uganda estava sob a ditadura cruel de Idi Amin Dada e que estava a favor do grupo de sequestradores pro-palestino. As forcas especiais de Israel agiram de surpresa e mataram a pequena forca palestina e ugandense, liberando quase todos os sequestrados vivos. Essa acao foi comemorada como um sucesso e foi transformada em filme baseado em vida real. Foi uma pequena vitoria com consequencias ruins.

Refiro-me a consequencias ruins ao que se seguiu. Todas as vezes que uma reacao de forca eh tomada contra uma acao terrorista, a proxima acao vem melhor planejada e com consequencias piores. No comeco de 1.979 tivemos a crise diplomatica entre os Estados Unidos e o Iran por causa dos 52 americanos sequestrados por 444 dias. Daquela vez os sequestradores nao permaneceram num mesmo lugar e mantiveram mudando os refens para evitar contra-acao, parecida `aquela feita pelos israelenses em Entebe.

Agora nos sabemos que a Al Qaeda foi criada a partir das batalhas perdidas e eh o grupo terrorista nao governamental mais forte ate hoje. Gradualmente os outros terroristas estao aprendendo com os erros e ficando melhores nas coisas ruins que praticam. O que contribui imensamente para essa aprendizagem eh se manterem engajadas na guerra. E isso so se torna possivel porque a guerra eh contra os terroristas e nao propriamente contra o terrorismo.

O que quero dizer com isso eh que, nossa esperanca de paz sera totalmente em vao enquanto a causa do terrorismo nao for removida. Nao espero um mundo melhor para amanha enquanto o direito de existencia nao for reconhecido para todos os povos da Terra. Com o avanco das tecnologias de destruicao nao podemos esperar um mundo melhor para nossa descendencia se continuarmos amontoando listas de inimigos. Os conservadores pensam que avancando o nosso conhecimento de destruicao ira trazer-nos seguranca mas o que isso fara, com certeza, sera disponibilizar tecnologias mais baratas que poderao ser usadas contra nos mesmos. Isso foi o mesmo que aconteceu ao Imperio Romano que treinou os barbaros e depois foi derrotado por eles.

No meu ponto de vista a unica solucao eh fazer a paz com todos. Eh preciso por em pratica um paradigma novo onde nenhum de nos seja deixado na poeira. A populacao da Terra precisa ser respeitada como se fosse o nosso proprio povo e nao ser separada como se fosse indesejaveis e privilegiados. Nos temos muitos inimigos comuns a combater e muitos deles sao muito mais poderosos que nos sozinhos. Nao podemos nos distrair da realidade de que estamos perdendo tempo precioso em conflitos de uns contra os outros enquanto os verdadeiros inimigos, aqueles que podem causar a destruicao de todos num unico evento, estao escondidos e nem temos ideia de quando ou como sera o proximo ataque deles.

E estou falando aqui do fim do petroleo, da excassez de agua, da poluicao, da nossa propria maldade, etc. Cada um desses problemas pode empurrar-nos para outro ciclo de guerras se nao forem resolvidos. E nao podemos pensar que sao problemas so dos outros porque vivemos nesse unico planeta que sustenta a nossa existencia e o unico que temos. Nos estamos dentro dessa espaconave natural e muitos de nos esta pensando que as solucoes virao como sempre veem. Estes estao apenas ignorando a Historia. A Historia nos ensina que quando nao estamos preparados as crises veem e somente apos muito sofrimento as solucoes chegam.

Nao podemos agir mais como o povo da Idade Media, quando a peste matou mais de um terco da populacao do planeta e todo mundo tinha que ficar conformado com essa sorte. Naquele tempo, eles nao sabiam nada com respeito a bacterias mas nada os impedia de aprender a respeito de higiene, o que poderia ter diminuido o numero de mortes. Como eu disse antes, tornarmos ao que fora antes nao nos pora na direcao correta mas daqui onde estamos nos podemos corrigir o curso para atingir o mesmo objetivo.

Falemos um pouco a respeito da atual situacao do terrorismo no planeta. Parece que as coisas ficaram mais claras apos os ataques de 11 de setembro. A gente caiu na real. E nosso governo demonstrou o quanto despreparado estava para enfrentar a situacao ou, de outra forma, estava apenas esperando isso para comecar a por em pratica um plano secreto de dominar o mundo. Como ja disse, nao estou no partido dos teoristas de conspiracoes. Mas a reacao do nosso governo foi tao amadora que estou em duvida se foi de proposito para justificar qualquer coisa errada que viria a ser feita ou pura incompetencia.

Os ataques de 11 de setembro foram a maior inteligencia que ja ouvi de parte da Al Qaeda. Eles poderiam escolher muitos outros alvos que poderiam ser mais danosos `a economia americana como as usinas nucleares, nossas maiores hidroeletricas e por ai vai. Mas eles usaram o nosso orgulho para escolher os alvos e somente Deus Sabe o que aconteceria se o quarto aviao tivesse atingido o objetivo deles. Nao tenho a informacao se a escolha deles veio de um golpe de sorte ou teve intencao deliberada. O que duvido eh que, qualquer pessoa anteciparia o que aconteceria depois. Foi como se os terroristas tivessem comprado algo diferente e nos lhes demos os numeros vitoriosos num jogo de loteria.

Eles fizeram algo para nos ferir. E nossa resposta nos feriu muito mais. Mesmo que eles tivessem antecipado o espetaculo que seria a queda das torres eles jamais poderia predizer com precisao qual seria a resposta americana e nos marcamos goals contra varias vezes. E concordo em que, somente algumas de nossas respostas eram perfeitamente esperadas para os de fora porque nossa reacao parece ter vindo de um manual de respostas. Duas coisas sao salientes nesse manual: nos sempre somos vingativos e nao avaliamos as consequencias a longo termo de nossas acoes.

As duas regras acima adicionadas ao esperados erros e falhas humanas sao a receita perfeita para emaranharmo-nos exatamente naquilo que o inimigo deseja que facamos. E no caso de guerra nao ha nada mais perigoso que o inimigo ser capaz de antecipar a maioria dos nosso proximos movimentos. Os ataques em solo americano foram um convite para que fossemos combate-los no campo deles. E nos nao apenas aceitamos o convite. Numa atitude espetacular do governo Bush nos fizemos isso em dobro, abrindo uma nova frente no Iraque. Eles tinham um objetivo: fazer os Estados Unidos gastarem o maximo de dinheiro porque todo mundo sabe que um inimigo quebrado eh mais facil de vencer. E nosso governo realizou o sonho deles.

Talvez eu precise explicar alternativas que tinhamos. Como ja disse, precisavamos pelo menos agir como se estivessemos abertos para conversacoes com os lideres da Al Qaeda. Infelizmente, teria sido melhor se a gente tivesse conversado com eles antes dos ataques de 11 de setembro mas o governo do Bush pai avaliou por baixo a resposta que Osama Bin Laden daria por nao deixa-lo combater o Saddam Hussein na primeira Guerra do Golfo.

Esta guerra poderia ter sido feita como esta que ocorreu recentemente na Libia, onde nos nos comportamos como espectadores com o poder de apertarmos alguns botoes. Mas, de toda forma, nao sabemos qual seria o proximo passo do Bin Laden apos derrotar o Saddam Hussein. Precisamos por atencao nos nossos proprios passos. E nada do que fizermos sera permanente, enquanto a solucao para o problema palestino-israelense nao for encontrada. Falarei disso depois.

O que mais prejudicou a nossa causa foi a espetacular pobreza de julgamento que veio logo apos aos ataques de 11 de setembro. O governo do Bush filho, como sempre se faz em preparacoes de guerra, comecou a fazer uma propaganda exagerada do Bin Laden e da Al Qaeda como uma forca superior, digna de ser enfrentada com todo o nosso poder militar. Este eh um procedimento direto dos manuais militares. O inimigo eh sempre o bicho-de-sete-cabecas o Eixo do Mal. Assim eh feito como predesculpa de qualquer ato falho feito por nosso governo ao olhar do nosso publico.

Digamos assim, se o inimigo nunca fosse apresentado como bicho-de-sete-cabecas, como entao justificar as prisoes na Baia de Guatanamo? Como justificar torturas se os torturados nao forem monstros? Nos somos defensores dos direitos humanos! Dai, tortura so pode ter desculpa se os torturados nao forem seres humanos, como os alienigenas do planeta Al Qaeda.

O mesmo tipo de tatica do medo eh usada em ambos os lados. Os militantes da Al Qaeda divulgam a ideia de estarem em guerra contra outra especie, de um planeta diferente. Eles chamam seus inimigos de Cruzados. Tambem os chamam de infieis. Este eh um termo usado ha muito tempo na nossa Historia para designar aqueles que podem ser mortos sem piedade porque eles pensam diferente do “padrao perfeito”. Como este “padrao de perfeicao” foi inventado para excluir alguns comportamentos conhecidos por nos e eh um padrao mais terraqueo, torna-se mais efetivo como instrumento de manipulacao em favor da causa deles.

O que intriga a nos outros, cidadaos comuns do planeta Terra, sao essas duas especies alienigenas vir a essa unica terra que temos e que antes pertecia `as pessoas humanas para se fazerem guerra, pondo nossas vidas em perigo e pondo o futuro de nossos filhos em risco. A desumanizacao usada pelos dois lados dao a elas um empate em desumanidade para si mesmos.

Como os Estados Unidos agem como um poder terrorista? Primeiramente porque a guerra que se seguiu era premeditada para mostrar ao mundo o nosso poder militar superior e nao para dar uma resposta racional. A demonstracao na ONU para convencer aos outros a participarem da guerra sera sempre emblematica. As garantias de que Saddam Hussein tinha armamentos de destruicao em massa nao convencia a ninguem, exceto a aqueles que ja estavam alinhados ao mesmo jeito de pensar. E nao importou ao nosso governo que a maior parte do planeta fosse contra a guerra. Nos estavamos certos e os outros errados! Vamos entao comer as “batatas da liberdade” dagora para frente! Os franceses e alemaes nada sabem. E os brasileiros? Oh bando de perdedores!

De novo vem a questao: Por que o povo do resto do mundo nos odeia? A resposta tragica e sintomatica que nosso governo, acobertado por nossa midia inteira, deu foi: “O mundo nos odeia porque tem inveja do nosso sucesso”. De acordo com esse tipo de pensamento nos nao poderiamos fazer nada para mudar isso porque o problema esta nos outros nao em nos. Como os brasileiros dizem: “Freud explica!”

Essa desculpa eh tao infantil que comecei a pensar se ha sabedoria em deixar um trilhao de dolares por ano nas maos do Pentagono. Serio mesmo!? Por que nem tentamos transformar esse odio em amor? Pensar que nao somos capazes de conquistar o amor do mundo porque o mundo so eh capaz de odiar eh o pensamento mais terrorista de todos. Como saberemos se nunca tentamos?

O engajamento em guerras desnecessarias e nosso orgulho machucado eh apenas parte da chave para nos derrubar. O maior gol que os outros terroristas marcaram com os ataques de 11 de setembro foi mostrar como a populacao americana ja estava dividida mesmo antes. Esta eh a chave que eles usaram para abrir a Caixa da Pandora em nossa sociedade. Que algumas pessoas ja odiavam imigrantes ja era bem conhecido. Antes a gente vivia numa Terra da Fantasia na qual todos os imigrantes eram bem-vindos para realizarem o “sonho americano”.

Agora nos conhecemos a verdade e mesmo a maioria da populacao americana sendo a favor da aprovacao de uma lei de legalizacao dos imigrantes, sabemos que os imigrantes estao sendo perseguidos em cada canto do nosso pais. E nao importa para os perseguidores se isso ira nos ferir mais do que se eles fossem assimilados em nossa sociedade. Esses tem tanta inveja do sucesso dos imigrantes sem documentos que estao preferindo jogar nossa sociedade na beira do suicidio a permitir o reconhecimento de que os imigrantes sao os benfeitores de nossa sociedade.

Assistir `a campanha do Partido Republicano em 2.012 tem sido uma boa oportunidade de perceber a nossa fragilidade. Nos sonhamos com um pais de tolerancia. Mas nos temos um pais em que as minorias como os africanos e os latinos, especialmente os mexicanos sem documentos, so tem vez aqui enquanto eles nao tentam elevar-se na piramide. Mesmo a maioria do nosso eleitorado, porque eh feminina, eh considerada cidada de segunda classe. As outras minorias sao abertamente ignoradas pelos candidatos, a menos que elas tenham algo verde de presente para eles.

Com respeito `as mulheres, nao sou sexista mas o Partido Republicano realmente perdeu a maior oportunidade de apresentar uma mulher confiavel como candidata. Michele Bachmann nao tem sensibilidade para representar as mulheres desse pais. Os republicanos tem possibilidades de candidatas muito melhores como: Madeleine Albright e Condoleezza Rice.

Nao estou dizendo que sejam as candidatas dos meus sonhos. Nao concordo com tudo o que fizeram no Ministerio de Estado. O que penso eh que elas sao intelectualmente melhor preparadas para o servico, mesmo em comparacao com os tres candidatos que estao na frente da disputa. Agora o Partido Republicano tem um problema. Se o presidente for reeleito, em 2.016 os democratas terao a oportunidade de eleger a primeira mulher presidente dos Estados Unidos. Isso nao eh uma questao de sexismo. Isso eh uma questao de oportunidade obvia. Os democratas poderao fazer Historia duas vezes.

Os candidatos republicanos inclusive tem tentado ocultar a guerra de classes aberta em nosso pais. Eles temem que isso seja usado para os democratas ganharem os votos da maioria absoluta que esta na fundo da piramide. Eles nao tem medo de bombardear a populacao sem documentos com comentarios preconceituosos porque esta populacao nao pode defender-se atraves do voto e os parentes dela que tem documentos sao uma minoria. Outra vez, negar o problema nao ira resolve-lo.

Em certo sentido nos poderiamos ate agradecer ao Bin Laden pelos ataques dele ao nosso orgulho. Mas eh preciso sermos humildes e reconhecermos nossas falhas. Nossa sociedade esta mentalmente adoecida. Nosso orgulho ferido fez uma boa parte da populacao americana demonstrar a verdadeira cara de preconceituosa sem mascaras. E seria muito bom se ela recebesse tratamento psicologico intensivo. O primeiro objetivo a ser atingido seria restaurar o nosso senso de humanismo. Porque somos o pais mais rico do mundo, ate ao momento, nao somos, necessariamente, as melhores pessoas. O dinheiro que a gente possui nos permite somente comprar mais coisas que a gente nao precisa mas isso nao faz o nosso amago diferente de ninguem mais.

Precisamos aprender a partilhar, a prestar assistencia, a respeitar e enxergar os outros como iguais e parceiros, nao somente como adversarios. Nosso paradigma precisa ser trocado da pura competicao e odio, por amor e parceria. Somente assim poderemos esperar o respeito dos outros. Veja atraves do Espelho de Gandhi. Os outros nao sao outros, eles sao nos mesmos em corpos diferentes.

O resto do mundo esta cansado dos governantes manda-chuvas dos Estados Unidos. Eh comum vermos referencias aos presidentes americanos como sendo as pessoas mais poderosas do mundo. E isso nao passa de uma falsa impressao. Quando o presidente Obama estava em campanha para as eleicoes de 2.008 ele fez promessas como: nos liberaria das duas guerras que estavamos nelas, legalizaria os imigrantes sem documentos e fecharia a prisao da Baia de Guatanamo.

Entre outras promessas, eu disse a mim mesmo, ou ele nao sabe do que esta falando ou eh promessa de candidato. A unica promessa que eu sabia que poderia ser cumprida, porque isso eh essencial para a economia americana, seria a legalizacao dos sem documentos. Mas ele nao cumpriu nenhuma. Por que? Ele pode culpar o “Congresso que nada faz” por isso. E penso que o apelido de “Congresso que nao faz nada” eh um elogio para a maioria dos nossos representantes. Eles decidiram trabalhar duro para se certificarem que este presidente fosse visto como um assassino de sonhos, em serie.

Em minha inocencia de pessoa comum a respeito de governar, quando temos qualquer problema a resolver precisamos primeiro reconhecer que ha o problema. Entao, se ha o problema o segundo passo eh apresentar as solucoes. Podem existir solucoes diferentes mas o importante em nosso caso eh atingir um resultado fixo. Nisso podemos perder um pouquinho de tempo no decidir qual solucao sera usada. Nesse ponto a politica pode interferir porque eh suposto que os partidos compitam para apresentarem a melhor solucao.

Mas o que temos visto eh isso, no caso da solucao para a imigracao, o Partido Republicano esta boicotando qualquer solucao e pregando o erro porque nunca se conformou com a derrota de 2.008. Para ele nao importa quantos milhoes de pessoas sofrerao por causa da cabeca dura dele. O que importa para ele eh apenas a propria dor de cotovelos.

Penso que sera melhor voltar ao assunto principal. Como os governos americanos tem ajudado o terrorismo no mundo? Nao tomarei muito do tempo discutindo o governo do Bush, filho. Todo mundo sabe que mentiu-se na ONU para comecar a Guerra do Iraque. Houveram as mortes e torturas nas prisoes de Abu Ghraib e Baia de Guantanamo. O governo enviou prisioneiros a paises onde os direitos humanos nao sao respeitados para serem torturados. De acordo com entrevista concedida pelo jornalista Julian Assange `a revista Rolling Stone, no natal de 2.011, o total de mortes civis no Iraque ja era superior a 100.000 pessoas. Entao, usou-se a enganacao como tatica, igual ao Poncio Pilatos.

Como eu disse antes, a administracao do Bush filho pintou a Al Qaeda e o Bin Laden como um poder muito superior ao que era naquele tempo. Ele estava tentando glorificar a si mesmo por derrotar um monstro. Mas o tiro saiu pela culatra, contra ele proprio, porque a propaganda encorajou o engajamento de novos seguidores `a causa deles. E a Al Qaeda que era uma pequena fabrica de terror tornou-se uma multinacional que agora conhecemos.

Pelo lado da Al Qaeda a propaganda foi melhor feita. Ela apenas pintou aos Estados Unidos e aliados como Novos Cruzados. Isso eh suficiente para ser entendido no mundo muculmano. Nos nao sabemos muito a respeito do terrorismo perpetrado pelos europeus no tempo das Cruzadas mas no Oriente Medio eh como uma memoria recente. Para nos isso eh um passado esquecivel. Mas eles sentem como sofrer as consequencias do mesmo passado. E `a propaganda se soma nossa “infidelidade” por nao seguirmos os mesmos principios islamicos.

Eles apenas anunciam na propaganda o que faremos, para provar que somos a besta do Livro do Apocalipse. Dai armam estrategias para que cometamos erros e falhas. A todo tempo que falhamos, na otica de qualquer regra islamica, eles somente apontam para o povo aquele velho: “Nao te disse?!”. Lutando em territorio amigo nao precisam usar a guerra total como esperariamos. Eles precisam apenas de, tempos em tempos, fazer algum ataque para lembrar que estao ali, enquanto nos precisamos estar alertos todo o tempo, ficando fatigados e facil de cometermos falhas. Os eventos mais recentes no Paquistao e Afeganistao estao provando a estrategia deles.

E nada mais traumatizante para o povo conservador muculmano que trocar a cultura tradicional dele por qualquer outra. Portanto, eh muito simplorio nao enxergar isso: favorecer grupos que admiram a cultura ocidental eh um atalho para levar mais seguidores para a causa da Al Qaeda. A conclusao seria esta: mesmo ganhando a guerra e tendo governos pro ocidente nesses paises nao garantira tempo de paz a longo prazo.

Infelizmente, o governo Obama nao tem agido muito diferente do anterior. As promessas quebradas nao sao o problema real aqui porque as promessas que ele fez nao dariam a ele voto algum para ser eleito fora dos Estados Unidos. O grande problema eh definir o que o governo realmente deseja fazer.

Minha teoria com esse respeito eh essa, ser humano algum eh capaz de tomar tantas decisoes numa variedade tao grande de assuntos. Qualquer presidente sempre estara nas maos dos outros para decidir coisas. O titulo de Comandante em Chefe da nossa nacao nao passa de um titulo. Pode-se dizer que a ultima palavra pertence ao presidente. Eh verdade. Os auxiliares dele apresentam o bolo e perguntam: Voce deseja que o bolo seja de chocolate ou de morango? Ele podera escolher entre os dois mas em primeiro lugar nao tera decidido o que foi feito: se seria bolo ou torta.

Eh uma ilusao pensar que os “falcoes do Pentagono” deixariam o presidente saber de tudo que se faz com o trilhao de dolares por ano gasto naquele setor. Para saber disso o presidente teria que ser um deles. E nao estou mencionando isso como teoria de conspiracao. Os detalhes sao tao complexos que eh humanamente impossivel a uma pessoa unica saber tudo o que acontece ao mesmo tempo na educacao, defesa e saude. Para mencionar apenas tres dos ministerios sob a administracao presidencial.

Em nosso caso agora, a seguranca de nosso pais esta nas maos dos “falcoes do Pentagono”, embora eu tenha duvida se eles sabem exatamente o que seguranca significa. Talvez saibam mas tenham la suas ineficiencias. O que eh normal para seres humanos. Penso ate que seja por isso que trabalham tao secretamente. Meu ponto e este, presidentes vem e vao. Estes nao ficam mais que 8 anos. A administracao do Pentagono tem um termo de vida, mais as sugestoes de quem a substituira. O pentagono eh uma especie de Vaticano no nosso setor de defesa.

E antes eu mencionei que os candidatos republicanos estao tentando criar um quarto poder no governo, dando todos os poderes economicos aos super ricos. Esqueci do detalhe de que o quarto poder ja existe. Este eh representado pelo Pentagono e seus “falcoes”. Dai o Partido Republicano deseja criar o quinto poder. Meu amigo Richard, sem saber do que falava, disse que estava com medo de permanecer aqui porque estava aterrorizado de ficar sob um poder secreto que pudesse proibi-lo de voltar ao Brasil. De certa forma ele estava certo nisso.

O poder que ele tinha medo ja existe. Nao tenho certeza de que sera usado e tornar verdadeiros os medos dele. Minha sensacao eh esta: nos estamos muito perto de tornarmo-nos a imagem e semelhanca do que a Uniao Sovietica representou nos anos 60. Desde que a Lei Patriota foi assinada e agora os militares tem o poder de prender qualquer um, por tempo indeterminado, sem provas e julgamento, ou assassinar qualquer um por ser suspeito de estar aliado aos outros terroristas, e nosso experiencia com nossa “inteligencia” nao eh nada boa, ja estou preocupado com os inocentes que irao sofrer.

Por favor. Nao digam que temos dados de credibilidade na defesa dos direitos humanos porque, como os brasileiros dizem: Tudo funciona direitinho no papel. Papel aceita tudo que eh escrito nele. Na pratica a conversa eh outra. A Scotland Yard tinha a credibilidade de ser o melhor departamento de policia do mundo. Num curto periodo de tempo ela falhou em previnir o bombardeio no Metro de Londres; falhou em previnir o segundo ataque, o qual somente nao aconteceu, gracas a Deus, porque os terroristas erraram e as bombas nao explodiram; e para coroar a falha total eles executaram um inocente que estava a caminho do trabalho.

Se a Scotland Yard nao tinha a menor pista da diferenca entre um trabalhador brasileiro e um terrorista militante, eu suspeito que o servico secreto americano nao seja tao diferente. O que agravou mais a situacao foi a negacao de que a policia errou feio e a justica nunca se fez. O nome do jovem executado era Jean Charles de Menezes. Nasceu na Cidade de Gonzaga. Um dos distritos que emancipou-se de meu torrao natal: Virginopolis.

Menezes eh um sobrenome comum dos portugueses, espanhois, brasileiros e outros latinos. Eh um nome nobre vinculado a todas as familias reais do mundo. O Jean Charles era provavelmente um primo distante de sua magestade a rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Nem isso previniu a ele de ser assassinado no tal engano curioso. Como em minha familia, o nome esta presente em muitos de meus primos desde muito tempo atras. Tenho apenas suspeita que ele tinha vinculos conosco. Nao garanto isso porque nao tenho a genealogia dele para certificar-me.

A diferenca entre combater terroristas e combater terrorismo eh esta: voce corre atras dos terroristas e comete enganos. Isso estimula outros a engajar na causa porque enganos sao interpretados como se fossem maldade. Voce combate o terrorismo quando remove as causas que estiverem causando-o. Por exemplo, se os Estados Unidos tivessem a vontade de combater o terrorismo, eles deveriam ter conversado com os terroristas antes de atacar. Porque o grupo ao qual os americanos estao combatendo nessa guerra eh muculmano, os Estados Unidos deveriam prestar atencao nas leis islamicas para evitar estimular o engajamento de mais combatentes.

Tomemos o exemplo do assassinato do Bin Laden. Os Estados Unidos cometeram tantos erros que ate hoje eu tenho duvidas se a operacao como um todo foi planejada para estimular terrorismo. Com certeza nao foi feita para previnir contra isso. E se a prevencao fosse o objetivo, eu diria que foi executada com uma incompetencia fora do normal.

Em primeiro lugar, algum tempo antes foi dito que Bin Laden tornara-se um alvo irrelevante porque ele nao era mais fundamental na administracao do grupo. Se isso foi uma informacao falsa para desviar a atencao do publico de alguma forma, nao penso que funcionou. O que mais me preocupa foi que a operacao foi praticada no territorio de um pais amigo sem comunicacao alguma com os administradores do pais. Outra vez, essa pode ser outra informacao falsa para enganar `a populacao paquistanesa, para ela crer que seus lideres nao estavam envolvidos no assassinato. Poderia ser tipo um escudo eleitoral.

O que eu nao estou certo eh de que a engancao funcionou como o planejado porque a invasao do territorio do pais sem a suposta autorizacao nao eh menos provocadora. E a resposta quase cordial dos lideres paquistaneses foi um sacrilegio para milhoes de cidadaos. Nos podemos apenas imaginar que o Taliban deve ter ganho milhares de voluntarios para sua causa naquele pais. E aqueles que ja estavam engajados na causa, agora estao, provavelmente, com as opinioes mais seguras. Matematicamente isso funciona assim: mata-se um e compra-se milhares de inimigos. Nao penso que isso possa ser chamado de combate ao terrorismo. Provavelmente a verdade seja o contrario.

De qualquer forma a operacao foi feita. Aqui temos tantos detalhes envolvidos que eh dificil determinar qual seria a melhor opcao. So para o leitor saber, minha preferencia era pela captura do Bin Laden. Mata-lo era o mais provavel acontecer desde que ele tinha jurado nao se deixar ser preso. Mas parece que a decisao foi a de mata-lo e nao prende-lo. O que se filtrou atraves das noticias oficiais eh que: ficaria muito caro dar-lhe um julgamento justo. Mas isso era essecial para mostrar para o mundo que, pelo menos, nos estariamos nos passando por bons mocinhos. Ele era um matador sem compaixao. Mas nos somos diferentes. Essa deveria ser a nossa linha de comportamento para nao estimular outros a se engajarem em terrorismo.

Em segundo plano, de todo jeito ele foi morto. E o nosso servico de “inteligencia” deu o conselho de joga-lo ao mar. E isso eh o que mais me preocupa. Nossa “inteligencia” em duas oportunidades consecutivas cometeu o mesmo erro. Como podemos alegar que nao sabiamos o quao sagrado sao os corpos para os muculmanos? Como nossa “inteligencia” perdeu a oportunidade de devolver o corpo `a familia dele para deixar claro que nos somos diferentes? Ao contrario, a opcao de livrar-se do corpo em qualquer lugar so deu ao mundo muculmano a impressao de que cristaos sao bestas. Como um departamento que custa um trilhao de dolares por ano comete tal desvio?

E a lista de erros nao termina. A desculpa para jogar o corpo no mar foi esta: Se o corpo fosse devolvido `a familia poderia ser construido um santuario e isso poderia ser usado como forma de convocar mais afiliados para a causa deles. Aloooo! A gente sabe que ate os restos mortais que estao enterrados abaixo da Basilica de Sao Pedro no Vaticano nao sao do apostolo Pedro. Apesar disso, temos Santuarios de Sao Pedro no mundo todo. O que induz o povo a fazer isso eh crer em alguma outra coisa. O descarte do corpo nao previnira contra a criacao de santuarios em nome de Bin Laden. O que poderia fazer isso seria provar ao povo que cre na causa dele que nos eh que somos os bons mocinhos, nao os matadores e violadores de corpos.

Eu nao pensaria tempo algum para decidir devolver o corpo do Bin Laden `a familia dele. Mesmo que eles dissessem que fossem construir um santuario em honra a ele. Isso porque, em qualquer hora que alguem entrar no santuario lembrar-se-ia de duas coisas. Primeiro de tudo, os americanos teriam agido honrosamente conosco porque nao violaram nossas leis. E segundo porque seria um santuario em homenagem a um morto. Todo visitante do santuario nunca iria esquecer que, nao importando o que ele tenha feito, acabou morto e a prova disso era o proprio santuario.

Dizer que os americanos nao retornariam o corpo de Bin Laden porque poderia ser usado num santuario foi a pior de todas as deculpas. Nao importa como nos interpretamos isso. Para os amigos do Bin Laden sempre sera: Eles esconderam o corpo porque estao com medo de nos. O que mais poderia ser? E isso se torna um estimulo para que mantenham a jihad.

O que veio apos ao assassinato tambem foi bizarro. Foi dito que o servico secreto do Paquistao entregou um helicoptero americano, que acidentou na operacao, aos chineses. E os oficiais foram descritos como se tivessem ficado tao loucos de raiva com a operacao sem consulta a eles que poderiam comecar guerra contra os Estados Unidos a qualquer momento. Isso para mim nem curiosidade eh. Curioso foi os americanos serem inocentes a ponto de esperar que eles nao fariam loucura alguma apos serem enganados.

Logo apos, os Estados Unidos comecaram a pressionar o governo paquistanez para entregar os documentos que haviam sido deixados na fortaleza onde o Bin Laden escondia. Em todos os noticiarios aqui nos Estados Unidos o mantra era o mesmo: Como o servico secreto do Paquistao falhou ao deixar o inimigo esconder-se nas proximidades da academia militar mais importante do pais, sem saber de nada? Todas as suspeitas foram levantadas contra os paquistaneses. O senador de Massachusetts e ex-candidato democrata `a presidencia nas eleicoes de 2.004, John Kerry, estava na frente com palavras e acusacoes rispidas ao governo paquistanez.

Aqui eu repetiria a frase brasileira: “Com amigos como esses ninguem precisa de inimigos.” E estou referindo-me aos conterraneos americanos. Aprendamos algo a respeito de esconderijos de bandidos. Ninguem questionou o ex-governador da California, Arnold Schwarzenegger, o porque dele estar escondendo James “Whitey” Bulger, um mafioso de Boston que passou 16 anos como fugitivo da policia e foi encontrado naquele estado perto do mesmo tempo em que Bin Laden foi morto.

Outra informacao a esse respeito que eu poderia usar vem do Brasil. Nos anos 70 o Brasil teve sua copia do “Jesse James”. O nome dele era Lucio Flavio. A vida dele tambem virou filme. Era o ladrao mais intrepido por la. Apos alguns anos sendo endeusado encontrou o fim nas maos da policia militar. No Brasil nao ha pena de morte. Dai, quando alguem ficava muito famoso naquele tempo, a policia tinha uma receita para elimina-lo. Era so colocar o fascinora numa cela com um marginal pago para mata-lo. Assim a “justica” era servida. Porem, em suas memorias Lucio Flavio revelou que os melhores esconderijos que ele usava eram proximos `as delegacias de policia. Eram pontos estrategicos porque ele podia vigiar sem ser vigiado porque era o ultimo lugar que alguem pensaria que ele estivesse.

Se o servico secreto paquistanez ficou maluco nao eh sem razao. Nao apenas o servico secreto mas todos os representantes paquistaneses deveriam ficar alerta para o que os Estados Unidos andam fazendo por la. Precisamos compreender a posicao deles. Reflitamos: se o Partido do Cha tornar-se um pouco mais louco do que ja eh e comecar a se armar para impor o modo de pensar dele ao resto do pais; e digamos tambem, se a maioria dos membros dele adquirir armamentos legalmente. Ninguem deveria ficar preocupado com isso?

O Paquistao eh uma sociedade mais dividida no amago, com mais pessoas tendo opinioes mais radicais. E um dos grupos que possui uma presenca massiva no Paquistao eh o Taliban e que esta buscando retomar o poder no Afeganistao e assumi-lo tambem no Paquistao. E os Estados Unidos invadiram o territorio paquistanez, matou um dos associados ao Taliban mais respeitados e, ainda, quer que os representantes paquistaneses aceitem isso como algo a comemorar?! Penso que estamos em paginas diferentes da realidade.

Os americanos tem reclamado do comportamento dubio dos representantes paquistaneses mas eu penso que eles estao conscientes do que esta acontecendo ao redor de si mesmos. Eles sabem muito bem que logo que os americanos atingirem os objetivos planejados eles perderao o interesse de se manterem na regiao e picarao a mula. Mas os paquistaneses sabem muito bem que o Taliban ficara la por muito, muito tempo. E o que eh mais provavel acontecer eh o Taliban tornar-se uma forca maior local. Eles ja conhecem as consequencias da guerra, e certamente nao desejam voltar `a situacao varias vezes.

Infelizmente, os americanos atualmente no poder nao conhecem outra forma de paz que nao a imposta pelas armas. E a paz imposta pelas armas eh perigosamente efemera. Uma paz desse naipe eh comparavel a todo mundo comecar a juntar polvora no porao. Numa hora uma casa pode pegar fogo e detonar uma serie de explosoes. Para a administracao americana isso nao importa porque estamos protegidos contra uma guerra civil do povo paquistanez.

Dai, ja que os americanos sao irresponsaveis, os representantes paquistaneses podem agir como loucos aos nossos olhos mas eles, provavelmente, estao apenas colocando em pratica um plano de contigencia para escuda-los contra loucuras piores. Os paquistaneses podem parecer loucos para os americanos, eles nao podem eh ser loucos de parecerem bobos para o proprio povo.

Se eu estivesse no lugar do presidente Obama agora eu tentaria nao usar o assassinato e os atos que se seguiram como cabo eleitoral. Eu deixaria os republicanos dizerem o que quizerem falar e somente responderia: Eu fiz exatamente aquilo que qualquer republicano faria em meu lugar. Eles nao podem negar que tais erros se parecem exatamente com o comportamento normal dos republicanos. Nisso eles estao empates.

E se eles insistirem o sr. Obama teria mais um argumento. Se ele tivesse pensado em usar isso na campanha eleitoral teria sido melhor pegar o Bin Laden vivo porque ele permaneceria vivo durante o ano de 2.012. Nisso o Bin Laden poderia ser transformado num macaco de gaiola que recolheria votos a favor do Obama. E dai para frente eu procuraria melhor aconselhamento de outras pessoas no Pengano, mas com ideias menos republicanas.

Todavia, continua muito dificil para mim determinar qual o principal objetivo dos governos americanos. Nao sei se eh de proposito que estes enganos se repetem tao frequentemente ou sao erros intencionais ou, eu tento crer nisso, eh pura ineficiencia. Nao posso dizer com toda a certeza que os Estados Unidos tenham algum programa de paz para o mundo ou se o programa eh ir em frente, provocando guerras menores do tipo fogo apagando fogo. Ainda, o que tem acontecido indica que algo esta acontecendo e nao sabemos exatamente o que eh.

Eh razoavel por exemplo pensar que o ataque feito pelo aviao robot numa aduaneiro do Paquistao, na fronteira com o Afeganistao, nao passou de um acidente. Tambem o rastro de assassinatos pelo soldado americano que deixou 16 paquistaneses mortos poderia ser esperado desde que guerra eh maquina de fazer ate santo ficar doido. Matar guerreiros Talibans pode ser uma questao de matar ou ser morto, afinal nos estamos em guerra contra eles mas urinar nos corpos de alguns eh perder o senso. A queima de coroes eh um deslize um pouco alem da minha compreensao para nao entende-la como provocativa. Mas tudo acima, num compasso de tempo, parece plano pre concebido. Mas eh plano para o que?

Com respeito `a queima dos livros sagrados, logo apos ao fato, o povo afegao revoltou no que eu considero um repudio justificavel a um procedimento estupido. Alguns deles acabaram sendo mortos. E isso levou mais raiva ao povao. O presidente Obama, compreensivelmente, pediu perdao alegando que a queima havia sido por engano. Mas dois soldados americanos acabaram mortos na confusao. Neste ponto o candidato republicano, Newt Gingrich, subiu no palco para condenar o sr. Obama pela gentileza com o povo afegao. Ele tambem falou que, o presidente afegao nos devia desculpas pelas mortes dos nossos soldados.

O show demonstra apenas o quao desorientado o sr. Gingrich eh. Ele so pode estar delirando por causa das muitas derrotas que tem enfrentado nas seletivas. Primeiro de tudo veio a queima. E isso provocou a reacao popular. A morte dos nossos soldados foi em consequencia direta da queima, o que nao teve nenhuma iniciativa afega. Entao, se alguem tinha que pedir perdao `a nossa nacao e aos parentes e amigos dos soldados, esse alguem tinha que ser o nosso Comandante Chefe. Eh mais do que claro que a pessoa afrontada por primeiro nisso foi o povo afegao.

Neste caso o sr. Gingrich so mostrou o quanto oportunista ele eh. Ele pensou que poderia ganhar alguns votos do nosso eleitorado conservador, passando um pito no presidente, mas ele nao soube nem analisar os fatos. Na sequencia um agente do Taliban fingindo de soldado Afegao matou mais dois dos nossos. E este eh o tipo de acao que devemos estar preparados para encontrar todo o tempo. Possivelmente, se o sr. Gingrich fosse o presidente ele responderia a isso com seu espirito despreparado. Assim ele faria o jogo que os terroristas querem que se faca.

Gostaria de colocar aqui mais um fato como parabola. Morando em Belo Horizonte por um tempo, como a maioria dos pobres no Brasil eu usava onibus para andar na cidade. Foi num feriado, eu entrei num onibus diferente para ir `a periferia. Naquele tempo a cidade tinha onibus sem ar condicionado e os veiculos quase sempre faziam o itinerario com as janelas abertas. Era a unica forma de moderar o calor tropical.

Porque era feriado o onibus estava quase vazio. Havia apenas o motorista, o trocador e cerca de cinco passageiros. Nos entravamos pela porta de tras, pagavamos as passagens para sentarmos nalgum lugar proximo `a porta da frente, por onde se saia. Mas era meu costume sentar nos bancos de tras e escolhia o que me parecia o melhor lugar. Outra pessoa tinha se sentado bem no fundo do veiculo. Os outros passageiros ja haviam tomado lugares na frente.

O onibus estacionou numa parada e um ultimo passageiro entrou. Ele ficou em pe, perto do trocador, e parecia ser um tagarela. Falava alto ao trocador que respondia `as questoes sem fixar o olhar no rapaz. O trocador parecia aborrecido com a falacao. Mas o tagarela continuou falando por longos minutos. O motorista parou o onibus para um dos passageiros sair e haviam dois jovens na parada, possivelmente, esperando um onibus diferente do que estavamos.

O falador esperou o nosso onibus comecar a arrancar e gritou umas provocacoes aos jovens, pensando que nos outros passageiros ficariamos deliciados por ve-los enraivecidos. E um dos jovens viu um monte de areia ao lado, pegou uma mao e a jogou na direcao do onibus. A areia entrou por todas as janelas e o rapaz que estava sentado mais atras levou uma ferpa no olho. E o falador ficou com raiva da reacao dos outros e nos chamou para sair, juntar uma galera para darmos uma licao no que jogou areia.

O camarada que levou areia nos olhos imediatamente se levantou e deu um safanao tao bem dado no peito do falador que ele passou pela roleta sem ter como se apoiar e saiu catando baratas ate estatelar-se junto ao motorista. E o autor do empurrao gritou para ele: “A galera ta ai, quer mais?” O falador levantou-se devagar, olhou para nos que o fitavamos. A cena era hilaria mas ninguem estava rindo. E o matraqueiro entendeu o que os nossos olhos diziam, deu sinal para a proxima parada e, caladinho, sumiu no mundo.

Quando nos sofremos os ataques de 11 de setembro nosso governo comecou a vociferar palavras de guerra e penso que os que se envolveram perderam uma grande oportunidade de lancar o mesmo olhar a ele. Um olhar como aquele poderia ter nos dado mais tempo para pensar melhor a proxima estrategia, a qual deveria causar menos consequencias danosas. Infelizmente nao podemos mudar a Historia. O que haviamos feito antes para comprar uma resposta como os ataques de 11 de setembro pode nao ter sido a pior coisa do mundo. Mas nos foramos avisados de que o Bin Laden e a gang dele tinham ficando com muita raiva. Entao, deveriamos ter conversado com eles.

O problema eh termos a impressao de sermos donos da mesa. Damos as cartas e que os outros joguem segundo as nossas regras. Isso eh um tipo de pura arrogancia. E a resposta dada pela Al Qaeda pode ter sido exagerada em relacao ao que fizemos. Mas nos multiplicamos nossa contra resposta com forca muito mais disproporcional. Dai nao podemos dormir em paz imaginando que o que vira depois sera amigavel, a menos que comecemos desde ja a reprogramar nosso comportamente e mudarmos os nossos rumos para algo que respeite aos outros.

So por coincidencia, ontem estava chateado pelo que estava passando nos noticiarios dos canais que assisto e me enganei pressionando o numero 0111, da operadora Verizon e abri o ESPN-3. La estava mostrando um debate intitulado: Iran & Hezbollah Treat Assessment (Compreendendo o Perigo que Representam Iran e Hezbollah). Basicamente era um grupo de congressistas republicanos se encontrando com funiconarios publicos que representam os servicos de seguranca no pais. E eles falavam a respeito de terrorismo supostamente financiado pelo Iran e as formas que o Hezbollah tem usado para controlar parte do trafico de drogas para financiar suas atividades. Bom, nao vi muita coisa nova nas acusacoes.

O que foi mencionado era que, os servicos de seguranca tem vigiado de perto a Fronteira do Suldoeste, o nome fatasia para a fronteira com o Mexico, e esquecendo da fronteira com o Canada que pode ser usada para traficar qualquer coisa que os terroristas queiram. Basicamente eu nao estou tao preocupado com tal possibilidade. Penso que o problema eh maior. E nao concordo que os modos americanos usados no combate ao terrorismo funcionarao para sempre. Repito, combater terrorista eh o caminho para o desastre. O que se precisa fazer eh combater o terrorismo. Como fazer isso?

No caso de nossa fronteira com o Mexico precisamos reconhecer tres problemas. Temos a imigracao sem documentos, o trafico de drogas e a possibilidade do terrorismo envolver-se com eles. E o dinheiro eh o que os atrai. Como homens de negocios eles sao atraidos pelas oportunidades que as fronteiras significam, e isso envolve dinheiro grande.

As sugestoes levantadas pela maioria dos conservadores eh a de domar o povo. Ponha-se uma cerca eletrica ou uma Grande Muralha nas fronteiras, perseguir os imigrantes e tudo o que eh usado para combater as consequencias, nao as causas. Desde que eu me encontrava no Brasil eu tinha a ideia de uma forma diferente de solucionar o problema. Como o principal objetivo dos traficantes e terroristas eh ganhar dinheiro, como podemos impedir que eles o facam?

Para mim eh mais do que claro que uma lei justa de legalizacao eh fundamental para solucionar o problema rapidamente. Legalizando a populacao que ja esta aqui com a intencao unica de trabalhar e oferecer aos filhos dela o “Sonho Americano” eh a unica forma de libertar essas pessoas dos riscos de se envolverem com os bandidos. Ao mesmo tempo estar-se-a tirando essa pressao da policia de fronteira porque esta tera um volume menor de trabalho ao diminuir o numero de transeuntes. Tirando essa pressao da fronteira, isso tirara dinheiro das maos dos traficantes e terroristas porque nao serao tantas pessoas que pagariam pela travessia.

O problema do trafico de drogas eh um pouquinho mais complicado mas somente existe porque os traficantes ganham dinheiro por meio dele. Precisamos reconhecer que involve pessoas viciadas. E a pessoa viciada precisa ser tratada como vitima do problema, tanto quanto os sem documentos sao para o trafico de pessoas. Uma pessoa viciada nao pode ser considerada totalmente responsavel porque o vicio eh uma doenca, nao exatamente uma escolha. E, como doenca, precisa de tratamento.

Como podemos, ao mesmo tempo, tratar a doenca e tomar dos traficantes a oportunidade de tirar dinheiro dos viciados? A resposta vem do proprio preco das drogas. Por exemplo, a planta da coca eh uma fonte de renda comercial e negocio legal. A planta tem outros produtos que nao a droga. E a droga mesma eh facil e barata de produzir quando nas maos dos fazendeiros.

Muitas vezes se ve noticias anunciando que a policia fez uma apreensao milionaria em drogas e dinheiro. Essa eh uma concepcao falsa. A droga em si so se torna dinheiro depois de vendida e feita a coleta do dinheiro. Na verdade, enquanto droga nas maos dos traficantes, ela eh muito mais barata. Eh possivel ate que os traficantes usem a tatica de vez por outra deixar a policia localizar um certo volume de drogas. E enquanto a policia se distrai com o que estao apreendendo os traficantes estao passando com a verdadeira muamba que servira ao mercado do trafico. Perder um pouco da mercadoria nao significa muito para eles. Porque o volume principal cobre todas as despesas.

O que se poderia fazer seria comprar a droga legalmente de comerciantes estabelecidos e usar isso como tratamento para os viciados. Se o viciado tiver a oportunidade de ter a droga de uma cadeia governamental nao tera necessidade de comprar do traficante. O traficante perdendo sua clientela perdera renda e o trafico se desmancha. Enquanto o viciado for tratado com a droga, a protecao governamental tera a oportunidade de orienta-lo para deixar esse tipo de vida.

O povo conservador quer isso diferente: so proibicao, cadeia e outros, pensando que isso resolve, e endurecimento das leis. Mas toda vez que se aumenta a repressao, mais sofisticado e perigoso o trafico se torna. Como ele fica mais caro tambem os traficantes sofrem a pressao para obter algum resultado. Dai eles apertam mais a pressao sobre os viciados que, estando no final da linha, comecam a cometer mais crimes para pagarem os debitos. Eles se tornam escravos nas maos dos traficantes e isso leva `a consequencia do aumento da violencia em nossa sociedade. No final a sociedade sofre mais nos dois sentidos: economico e emocional.

Nao eh atoa que o super conservador Pat Robertson pediu recentemente para liberarem o uso legal da maconha. Ele lutou a vida toda do lado conservador e somente agora percebeu que tem lutado em vao. Eles queriam fazer a forca contra o jeito. Os Estados Unidos tem seis milhoes de pessoas encarceradas. E a maioria esta envolvida com o trafico e o uso das drogas. Este eh apenas um lado das estatisticas. Do outro lado existem milhoes de pessoas assassinadas, familias destruidas e vidas esperdicadas. Nao vejo sucesso algum nesse tipo de luta.

As pessoas viciadas precisam primeiro a nossa ajuda para se libertar das maos dos traficantes. E depois para se livrarem do vicio. Assim nos podemos nos dedicar e vencer a guerra contra os traficantes e terroristas. Eles perderao a fonte de renda e os escravos deles nao farao por eles aquilo que nao sao capazes de eles proprios praticarem.

Este seria apenas um principio da Guerra do Final Feliz. E os traficantes continuarao procurando meios de ganharem dinheiro facil e eles encontrarao meios de traficar ou roubar outras coisas. Mas o importante eh primeiro tirar os escravos das maos deles porque o viciado eh um escravo sob a influencia de algo que o faz agir como se fosse besta. Tirando a pressao de cima do viciado de pagar pelo vicio devera tornar a sociedade mais segura. E a seguranca em si se tornaria mais barata com cada vez menos prisoes. Acredito que, o que a sociedade gastaria com esse tipo de prevencao seria muito menos do que se economisara em seguranca e estragos.

Hoje em dia precisamos nos conscientizar de que o comercio de drogas esta se movendo para drogas farmaceuticas comuns. Parece que os laboratorios legalizados estao ganhando mais dinheiro vendendo drogas legais para o mercado ilegal que no comercio correto. Se nos queremos realmente resolver o problema tambem esse assunto precisa ser reconhecido com rapidez.

Com respeito `as fronteiras eh essencial que as massas nao as cruzem ilegalmente. Tanto os terroristas quanto os traficantes estao sempre buscando se misturar ao povo para passarem dispercebidos. Isso coloca o povo em risco de ser atacado pelos dois lados como reais casualidades de guerra. E nos nao podemos continuar a combater terroristas com armamentos tao tenebrosos que causam terror `as pessoas comuns. Todos somos pessoas comuns enquanto algo incomum nao aconteca.

Nao tenho sabido organizar os assuntos no presente capitulo. As ideas estao chegando e eu estou escrevendo-as em alguns paragrafos a cada dia. Nao estou certo se eh porque estou me cansando de escrever o livro como um todo ou eh sintoma de outra coisa. Hoje eh 24 de marco de 2.012. E tenho escrito sete dias por semana por mais de sete meses, e ainda mantendo algumas de minhas responsabilidades da mesma forma, esquecendo-me ate da minha saude. Essa confusao poderia ser atribuida a eu ter tido ideias a respeito do terrorismo desde que comecei a escrever. E agora eu tenho que recordar as ideias passadas e outras estao chegando misturadas. De qualquer forma, vou escrever algo que me veio na noite passada.

O principal objetivo da Al Qaeda eh fazer-nos gastar nosso dinheiro e recursos. E isso tem sido feito com nossa propria colaboracao. A opcao por cacar terroristas em oposicao a combater o terrorismo funciona exatamente como eles planejaram. Eles sabiam que: o mais provavel seria que fossem mortos ou presos. Entao, o que precisam fazer para atingir o objetivo eh tornar mais dificil suas proprias capturas. Tomemos a morte do Bin Laden como exemplo. Quantos milhoes ou bilhoes foram gostos para mata-lo? E quanto a Al Qaeda gastou para esconde-lo? Com certeza foi uma equacao totalmente desproporcional!

E eh dessa forma que eles trabalham. Os terroristas nao precisam pesquisar armamentos. Eles precisam apenas ficar atentos enquanto nos fazemos isso por eles. Ninguem do lado deles construiu aviao algum. E eles sequestraram os nossos e os miraram contra nos. Esta eh a guerra da inteligencia. E nos temos sempre corrido atras. Isso foi verdade no ataque ao S. S. Cole; no 11 de setembro; no Metro de Londres; nos trens espanhois e por ai vai. Eles estao `a frente nessa guerra, espalhando os incendios e nos deixando com o servico de bombeiros.

A situacao virou mais ou menos assim, como a sabedoria arabe nos ensina: “Os caes ladram enquanto a caravana passa.” O problema eh que, enquanto nos combatemos terroristas e nao o terrorismo, o dizer se parece mais com: “Enquanto os caes latem uns aos outros nenhuma caravana passa.” Isso significa que, nao eh sabio dar tanta atencao aos caes e nenhuma `as caravanas.

Nisso se resume a sabedoria da Al Qaeda e seus afiliados. Estamos pagando bilhoes para cacar terroristas um por um. Se tivessemos gasto a metade do dinheiro fazendo boas coisas para os pobres do mundo, nos estariamos combatendo o terrorismo melhor porque iriamos ganhar a confianca da populacao. A populacao do mundo poderia nos enxergar como solucionadores dos problemas e nao os criadores de ilusoes. Isso trabalharia como prevencao contra o terrorismo porque tornaria mais dificil aos terroristas ganhar mais seguidores. E a caca de um a um ficaria mais facil. Enquanto somente alguns caes ladrassem, as caravanas continuariam indo e vindo e o comercio ajudaria a pagar pela caca dos piores terroristas.

Temos sido levados a temer que os terroristas consigam produzir armamentos por meio de pesquisa propria. Mas eles nao precisam fazer isso. Eles nos deixam fazer isso por eles. Alguns de nos pensa que precisamos desenvolver armamentos para estar preparado para qualquer eventualidade. Mas eles precisam encontrar apenas um jeito de pegar nosso armamento para usa-lo contra nos mesmos. Espelhe-se no que fizeram com nossos tres avioes. E imaginem, se eles tivessem sequestrado alguns avioes de nossas forcas armadas qual teria sido o estrago! Este sempre sera o objetivo dos terroristas do outro lado.

Nos pensamos que estamos mais seguros agora porque temos o sistema de defesa mais avancado. Mas a realidade tem demonstrado o quao arriscado isso eh. Imagine se algum terrorista descobrir os codigos para usar nossas bombas atomicas para usa-las contra nos mesmos! Ou usar isso para comecar uma guerra atomica contra outra nacao nuclearizada! Eles podem tirar proveito de qualquer tempo de dificuldades de relacionamento entre nacoes. E o curso que nossa Historia esta tomando nao podemos duvidar que muitas oportunidades aparecerao para eles.

Ha pouco tempo foi revelado que os israelenses foram capazes de entrar no sistema e causar estragos nas usinas nucleares do iran para atrasar algumas partes do programa nuclear dele. Nao penso que tenha sido algo inteligente. Inteligencia seria fazer a paz e resolver todas as diferencas. O que foi feito eh um convite para a mesma tatica ser usada para ser praticado o mal e ferir os inimigos deles, os quais se incluem israelenses e americanos.

Enquanto estamos transformando todo tipo de tecnologia em armamento estamos nos arriscando a ferir nos mesmos. Acaso nos ja imaginamos a possibilidade de termos outra Guerra Civil como tivemos no seculo XIX? Como estamos afundados numa cultura de guerra, nao podemos dizer que nunca esta possibilidade acontecera mesmo que ela se pareca remota neste momento. O fato eh que nossas disputas internas estao criando mais e mais diferencas entre privilegiados e despossuidos. Este eh um dos fatos que pode jogar-nos ou a nossa descendencia numa Guerra Civil. E o pais pode sofrer mudancas feias.

Hoje, se eu fosse terrorista, ou tivesse poder num pais inimigo, eu poria atencao especial naquilo que poderia ser usado para interromper todas as comunicacoes ou, pelo menos, as mais usadas como as que passam por satelites. Nos sabemos, a maioria do nosso armamento hoje depende dos satelites e uma forma de neutralizar isso seria a destruicao da nossa capacidade espacial. A China ja testou com sucesso uma arma com esse sentido. E como na Historia, os outros paises, cedo ou tarde, irao buscar o mesmo. Para cada armamento que temos os outros estao buscando uma anti-versao a ele. E, provavelmente, tem uma versao secreta somente conhecida por eles proprios.

A unica forma de acabar com os riscos de extinguirmo-nos atraves de nossas proprias maos eh criar condicoes para termos a total confianca entre os povos. Nos precisamos estar presentes nas dificuldades que os outros passarem e eles precisam estar por nos da mesma forma. Dar seguimento a politicas divisionistas como as sugeridas pelos candidatos republicanos so nos tornara susceptiveis a ser jogados nas guerras dos outros e isso estimulara mais terrorismos contra nos.

Nao podemos nunca esquecer. No seculo XVI somente governos eram capazes de produzir e possuir grandes navios e canhoes. E isso era a tecnologia de vanguarda na epoca. Mas logo os piratas conseguiram obte-los. Hoje, qualquer navio pequeno e armas portateis sao muito mais letais que aquela tecnologia. Precisamos perguntar a nos mesmos: O que estara ao alcance de qualquer um nos seculos que virao? Para mim nao ha inteligencia alguma nao pensarmos nisso agora e deixar nossa descendencia sofrer as consequencias.

Neste momento nosso governo esta confrontando um dilema. Desde que a CIA usou um aviao teleguiado para matar o cidadao americano, Anwar al-Aulaki, que era suspeito de terrorismo ligado `a Al Qaeda. Estou usando o termo suspeito porque isso eh a lei desde que ele nao fora julgado e declarado culpado, apesar das evidencias. O pai dele estava questionando a legalidade do assassinato atraves dos tribunais americanos e foi negada a pretendida justica. Se eu fosse ele, continuaria na busca pela justica e tentaria nas cortes de lei internacional. Por que? Para tentar parar a loucura que esta acontecendo por aqui.

O problema nao eh decidir se alguem eh culpado ou nao. O problema eh que, tal forma de execucao nao eh outra coisa a nao ser ato de terrorismo desde que isso foi uma execucao extra-judicial. E isso envolve direitos humanos, os quais os Estados Unidos estao negando que os chamados terroristas possuem. Nao existe lei afirmando que alguem eh menos ou mais ser humano, entao, todas as pessoas tem os direitos humanos de serem ouvidas perante um tribunal antes de serem consideradas culpadas. Compreendo que alguem possa ser morto como resultado de um cerco policial e resista violentamente `a prisao. Mas o que esta se fazendo por meio dos avioes teleguiados eh o uso desproporcional de forca. Simples execucao extra-judicial. Uma violacao clara dos direitos humanos.

Tambem ouvi no radio, enquanto esperava por minha filha sair da escola, comentarios a respeito de tal tipo de execucao. Entrevistador e entrevistado estavam debatendo a respeito do problema quando um ouvinte questionou a validade do ato, dizendo que isso era abuso de poder e estava preocupado com o que aconteceria se os tais assassinatos extra-judiciais comecarem a ser usados frequentemente. O entrevistado assegurou que este nao seria o caso porque as execucoes so seriam usadas em paises em que as regras da lei nao estariam sendo respeitadas. Mas o questionamento so surgiu no ultimo minuto do programa e o assunto morreu ai.

Tal alegacao deixou mais perguntas que respostas. Como, entao, justificar a execucao extra-judicial do Bin Laden? Acaso o Paquistao eh um pais sem lei? Recentemente, o Brasil e a Italia tiveram uma disputa porque a Italia julgou uma pessoa como terrorista e assassina `a revelia de sua presenca e defesa. Pela lei brasileira o presidente poderia escolher se extraditava ou nao a pessoa para Italia. E o presidente Lula negou o pedido da justica italiana alegando que o julgamento nao havia sido justo. E ai, no ponto-de-vista americano, a Italia teria o direito de fazer uma “execucao extra-judicial” em solo brasileiro?

Outra questao. Os Estados Unidos protegem muitos cubano-americanos ou exilados cubanos que sao considerados terroristas pelo governo de Cuba. Entao, Cuba teria o direito a executa-los inclusive em solo americano? Ou no solo de outros paises se eles viajarem e forem pegos pelos agentes cubanos?

Penso que esta claro que os Estados Unidos estao tentando criar leis de excecao. Isso eh coisa comum nas ditaduras. Nos que nascemos brasileiros temos la nossas experiencias e isso nao nos traz memorias agradaveis. Essas coisas comecam com boas intencoes e depois viram monstros debaixo das camas. Os cidadaos comuns comecam a desenvolver paranoias, tipo o sentimento detestavel de estar sendo vigiado nao interessa o que se faca. E esta eh uma receita boa para levar ao desenvolvimento de comportamentos distorcidos que resultam em atos de terrorismos verdadeiros. O que quero dizer eh que: nossa liberdade esta sendo sequestrada por essa falta de juizo.

Outro caso que tem indicado a presenca da loucura em nossa sociedade foi o assassinato do Trayvon Martim, na Florida. Isso so pode ser resultado do comportamento paranoico que foi exacerbado pela guerra contra terroristas. A ligacao entre o terrorismo e esse assassinato em particular eh indireta. Deste os ataques de 11 de setembro o povo americano passou a aceitar comportamentos irregulares como aceitaveis. Dai o direito de possuir e usar armas de fogo ficou mais justificavel perante `a opiniao publica. Isso, aliado a algum comportamento discrepante que estava enrustido antes do 11 de setembro aflorou em muitas cabecas e esta causando incidentes que em sociedades melhores nao seriam aceitaveis.

Trayvon Martin era um adolescente aframericano de 17 anos que estava desarmado e se dirigindo `a casa dos pais num condominio na Florida. Ele usava um capuz e um vigilante na area julgou-o suspeito. Inclusive o vigilante sendo instruido pela policia para nao interceptar o suspeito, parece que ele o fez. O resultado que todos sabem com certeza eh que o adolescente foi morto e pelo vigilante que eh branco. Isso esta espalhando manifestacoes no pais todo e sendo considerado um crime por odio racial pela comunidade aframericana.

O problema esta em que a Florida tem uma lei controversa que permite a qualquer um matar, desde que se sinta ameacado e temendo pela propria vida. Acima, descrevi o caso como assassinato porque, mesmo que o matador estivesse se defendendo de ser morto, ele em primeito lugar desobedeceu ao aviso de nao interceptar o adolescente. E em segundo lugar porque o fato talvez tenha acontecido pela oportunidade que a Constituicao Americana oferece com a facilitacao de porte de armas.

Para mim eh mais do que claro que a boa intencao dos nossos fundadores incluiram o direito ao porte de armas no tempo deles por causa da situacao historica do momento. Nao se tinha um policiamento regular por todo o pais, a maioria das pessoas viviam em areas rurais onde andavam sob a ameaca de animais e as armas nao tinham a potencia que agora tem. Eu duvido que se os fundadores soubessem o que uma arma portatil faria hoje se eles nao teriam posto restricoes nesse direito. Eles eram mais racionais que a maioria de nos hoje-em-dia.

A verdade eh essa, a maioria daqueles que querem o total direito de portar armas nao pensam profundamente o problema. Desde que a pessoa esta portando uma arma isso automaticamente se transforma em instrumento de solucao, embora nem sempre seja um instrumento necessario. O que quero dizer eh que, se o matador nao tivesse portando a arma ele pensaria duas vezes antes de confrontar qualquer um. A gente pode inclusive fazer uma analogia com a cultura de guerra dos Estados Unidos. Se fossemos menos preparados para fazer guerras, pensariamos duas vezes antes de comecarmos guerras desnecessarias. E isso nos ajudaria a economisar capital humano e monetario.

Armas dao a impressao de seguranca e poderio, e a pessoa se sente automaticamente livre para arriscar-se da mesma forma que o Estado. No caso do Trayvon Martin nao temos testemunhas oculares do lado dele. As unicas coisas que sabemos eh que era um adolescente, desarmado, tomando cha gelado e estava se dirigindo para a casa dos pais e agora esta morto. O matador tambem parece ter bons antecedentes, exceto pelo erro de desobedecer `as intrucoes policiais. O que sabemos com certeza eh que: As solucoes das armas sao as que apresentam os piores resultados.

“Nos o povo” estamos muito sensibilizados com a situacao. Especialmente a comunidade aframericana. Mesmo o presidente Obama disse que se ele tivesse um filho ele se pareceria com o Trayvon. Isso em alusao aos aframericanos serem tratados como suspeitos antes de provar-se o contrario. Como pai de um filho de 17 anos eu deixo meus sentimentos com a familia dele. Nao consigo imaginar ser sacudido por tal tragedia. Eh muito dificil para a pessoa humana carregar um filho no colo, acompanhar o desenvolvimento, sonhar com o que ele sera quando crescer e tudo se acabar em tragedia. Morte nessa situacao eh o pior dos nossos medos.

Mas temos uma analogia dessa tragedia com o que se passa neste pais. Mesmo que a morte nao esteja envolvida na maioria dos casos, a vida tem sido cortada pela metade para todos os filhos de imigrantes sem documentos. Eles estao sendo julgados pelo que os pais fizeram, pelo que o nosso governo nao foi capaz de fazer e pelo que nossa sociedade nao tem sido capaz de oferecer. Quando alguem como o Mitt Romney diz que vetaria a lei chamada “Dream Act”, para mim eh o mesmo que ele falar que ele faria o mesmo que o matador do Trayvon Martin fez. A grande diferenca eh essa, o Mitt Romney faria isso numa escala massiva.

Trayvon Martin e sua tragedia eh apenas um lado da moeda. Ele teve uma morte rapida e agora os pais, parentes e amigos sofrerao toda a dor por um tempo longo. Mas no outro lado da moeda estao os imigrantes sem documentos, com o mesmo problema de serem perseguidos por serem diferentes dos padroes. As criancas, os imigrantes sem documentos, parentes e amigos estao sofrendo a pior tortura desde os tempos da escravidao. Eles nao podem levar uma vida normal enquanto nao puderem dar um passo sem verificar se estao sendo vigiados. Eles estao sujeitos ao terror de toda vigilancia nesse pais.

No meu caso particular eu sou contrario `a legislacao do Dream Act em certa forma. A “Lei do Sonho” oferece um caminho de legalizacao somente para as pessoas jovens que foram trazidas para o pais e criadas aqui. Dai a legalizacao delas eh o mesmo que deliberadamente separar a familia. Mesmo que os pais sejam trabalhadores sem documentos eles somente vieram porque nosso governo e nossa sociedade falharam de alguma forma. Portano, nao ha sabedoria alguma em toma-los como unicos responsaveis e unicos punidos por isso.

O que quero dizer com escrever essas coisas aqui eh que, nos precisamos deixar de lado nossas emocoes e egos. Precisamos comecar a fazer as coisas direito, mesmo que isso seja de alguma forma desagradavel para nos. Se alguem de nos tem preconceito contra a populacao de cor, eh preciso superar isso e defender primeiro os direitos constitucionais porque essa eh a coisa certa a fazer.

Se alguem nao gosta de imigrante sem documentos, ou mesmo somente algum tipo de imigrante que pareca diferente, porque pensa que eles estao aqui ilegalmente, entao, pense tambem que se nos vivemos hoje nessa grande nacao chamada pelo nome de Estados Unidos foi porque alguns de nossos fundadores foram “terroristas” o suficiente ao ponto de desafiar as leis inglesas e internacionais, declarar e conquistar a independencia do pais.

A bagunca em que nos encontramos agora tem um ponto positivo. Esta nos mostrando que mesmo antes dos ataques de 11 de setembro tinhamos no amago de nossa sociedade pessoas com todo tipo de comportamento distorcido. Pessoas com preconceitos em termos de raca, religiao, sexo, nivel economico, orientacao sexual e muito mais. E isso nao acabara se ignorarmos a realidade dizendo que so enxergamos o que eh bonito. Porque nisso ja esta embutido o preconceito.

Em razao das vitorias do Movimento dos Direitos Civis no passado, nos pensavamos que tinhamos plena democracia em nossa sociedade mas estavamos errados. A luta pelos Direitos Civis precisa continuar. Geracao apos geracao. Porque o preconceito pode mudar de roupa mas eh uma doenca dificil de acabar. Essa eh uma licao que o presidente Obama deveria ter aprendido primeiro que todos. Ele sofreu preconceito por causa de aspectos raciais e por ser filho de um imigrante. O sucesso dele, contra todas as probabilidades, nao poderia deixa-lo esquecer os outros que ficaram para tras.

Ultimamente nao tenho nem visto os jornais. Tenho visto pouco porque estao dedicando tempo demais com o mesmo assunto que eh o assassinato do Trayvon Martin. O problema eh que o tempo gasto nao resolvera nada e as emissoras so estao tirando vantagem do momento para fazer propaganda. Infelizmente, aqui nos Estados Unidos o judiciario virou mais circo que justica. E a televisao usa isso enquanto o publico se interesse em seguir os casos.

Porem, o assunto principal desse capitulo era suposto ser terrorismo e terroristas. Mas eh impossivel separar isso do interesse das nacoes. E o governo americano estava pressionando o governo sirio para largar o poder para o povo. O problema eh que o povo sirio esta profundamente dividido no assunto de quem tem mais direito ao poder. E o ditador Assad esta massacrando sua oposicao e nao ha como para-lo.

O problema eh que, foi proposta uma mocao no Conselho de Seguranca da ONU para dar mais poderes a outras nacoes a ajudarem a remover o ditador. Mas a Russia e a China vetaram a resolucao. A embaixadora americana ficou louca com isso. E a diplomacia americana apenas mostrou imaturidade com tais esperancas. A Primavera Arabe foi forte o suficiente para derrubar as ditaduras da Tunisia, Libia e Egito. Mas na Siria e Iran o problema eh diferente.

Penso ser uma imaturidade pedir ajuda `a Russia e China porque elas nao sao apenas os melhores amigos da Siria e do Iran. Seriam tambem a proxima parada do movimento que estava prometendo derrubar todas as ditaduras do mundo. O veto foi uma questao de se escudarem contra a mesma situacao. E, por volta de um mes atras, hoje eh 30 de marco, toda a midia esta focada no conflito sirio. Agora ela esta apenas apresentando uma pequena nota informando o numero de mortes causadas pelo ditadura.

Tem pessoas extremamente nervosas com a matanca, dizendo que o regime ja causou mais de 10.000 mortes no conflito de um ano. Comparando com as 100.000 mortes de civis na invasao do Iraque em menos de 10 anos, parece que a equacao zerou. Nao estou defendendo o regime Assad mas a diplomacia e a midia americanas precisavam ficar mais espertas no assunto.

Se nao temos competencia para controlar tantos conflitos ao mesmo tempo, teria sido mais inteligente se ha um ano atras tivessemos pedido ao povo anti-Assad para segurar suas ambicoes. Primeiro precisariamos saber qual direcao Tunisia, Libia e Egito irao tomar porque senao estaremos correndo o risco de estar ajudando aos inimigos, como fizemos no passado no Afeganistao e ultimamente no Iraque. La nos entregamos o poder aos Talibans e no Iraque aos Chiitas, aliados do Iran.

Agora, dfesejo apenas fazer alguns comentarios a respeito das primarias republicanas. Penso que o interesse publico nesse assunto foi substancialmente reduzido. Os 10 estados que decidiram na Super Terca ficaram dividiso; 6 deram vitoria ao Mitt Romney, 3 ao Rick Santorum e 1 ao Newt Gingrich. O Ron Paul esta em passo de tartaruga em terra. Depois tivemos outros preeleicoes no pais e o Romney e o Santorum estao partilhando as vitorias. Os outros tem somado apenas alguns delegados.

Os maiores estados como Texas, California e Nova Iorque estao ainda por realizar suas primarias mas inclusive se o Rick Santorum ganhar a maioria dos delegados parece que o Romney sera o indicado do partido. Isso se da porque, desde a ultima vez que verifiquei os numeros, o Romney assegurou uns 600 delegados; Rick Santorum nao passa da metade disso; Newt Gingrich beira aos 200 e Ron Paul tem abaixo de 100. A soma dos tres eh menor que o total do Romney. Nao vejo como algum dos outros conseguiria superar os numeros do Mitt.

Porem os numeros estao mostrando coisas curiosas. Mitt Romney nao esta ganhando grande vantagem em votos populares. Parece que a maioria do eleitorado preferia outro candidato, menos ele, mas os outros tres estao dividindo as preferencias e dando oportunidade ao Romney de estar na frente sem unir o Partido Republicano. Desde ha muito os especialistas tem sugerido ao Newt Gingrich sair da disputa para ver se o Rich Santorum seria capaz de assimilar o eleitorado dele e, neste caso, ele poderia mostra-se mais forte que o Romney na disputa mano-a-mano contra o presidente Barack Obama.

Parece que o Newt Gingrich esta mostrando sua cara vingativa. Qualquer um que entra numa disputa como essa, com certeza pensa ser o melhor candidato. Mas as regras do jogo nao foram a favor do Gingrich. Romney e seu “Super*Pac” usaram o poder economico para derruba-lo por meio de propaganda negativa. E o grupo do Romney ja estava se preparando desde que ele comecou a buscar a ser candidato anos atras. A candidatura do Newt parece nao ser mais que uma vontade de aparecer dele proprio.

*Super Pac eh uma regra esdruxula da lei eleitoral americana que comecou a vigorar este ano de 2.012. Ela permite que um clube de apoiadores do candidato se reuna, arrecade dinheiro sem declarar a fonte, nao ha limite de contribuicao, e usar isso para fazer propaganda eleitoral paga. Eh ilegal os candidatos terem contato com os seus proprios Super Pacs. Assim eles se desculpam da baixaria que entra nas propagandas. E o Super Pac do Romney esta ajudando-o a investir 5 vezes ou mais os valores que os outros candidatos tem gasto. E a maior parte da propaganda tem sido para apontar as fragilidades (propaganda negativa) dos outros candidatos e quase nada para o que o proprio candidato faria se ganhasse a eleicao. Nisso tem se caracterizado a fragilidade da candidatura do Mitt Romney porque, apesar de toda a forca economica, nos estados chave ele nao tem levado grande vantagem sobre o segundo colocado que eh o Rick Santorum.

A motivacao politica do candidato Gingrich nao esta clara ainda. Ou ele esta totalmente iludido com respeito `as proprias possibilidades ou esta coligado com o Mitt Romney, por tras dos panos. Esta eh uma possibilidade porque esta dividindo o eleitorado mais conservador e se tornando uma ajuda fundamental para o Romney vencer alguns estados chave por margem pequena de votos. Os numeros indicam que se o eleitorado de Gingrich votasse em maioria a favor do Rick Santorum mudar-se-ia o ganhador. E isso seria fundamental para o eleitorado como um todo adquirir mais confianca no senador Santorum como melhor posicionado para vencer.

O que o Gingrich esta dizendo eh que, juntos eles impediriam ao Mitt Romney de conquistar o numero magico de 1.144 delegados e na Convencao em Tampa eles poderiam virar a mesa. Todavia, nao importaria quem se tornara o indicado do Partido Republicano. O indicado ficara enfraquecido pela tatica divisiva. Mesmo que a maioria dos republicanos ira votar para qualquer um que representar o partido eles precisariam dos votos de outros que nao estao afiliados ao partido. Mas a negatividade e o divisionismo jogara contra o otimismo deles.

O sonho do Gingrich de fazer alguma diferenca na Convencao Nacional pode ser furado. Eh que a imprensa fez uma certa pressao no Rick Santorum e ele admitiu que aceitaria ser o vice na chapa do Mitt Romney, tudo em prol do objetivo principal que seria impedir, a qualquer custo, um segundo mandato de Barack Obama. Se assim se fizer o Gingrich nao tera influencia alguma no destino dessas eleicoes.

A negatividade da campanha tem sido tao marcante que ate a dona Barbara Bush, a esposa do ex-presidente George Bush, concordou que esta tem sido a pior campanha que ja viu. E ela viu muitas campanhas. Parece que a unica bandeira que os candidatos republicanos se agarraram a ela eh a negatividade contra o presidente. Nao tem plano melhor algum para salvar a America e, entao, irao atras apenas do que, no ponto-de-vista deles, eh ruim no governo Obama. Eh uma tatica muito fraca para energizar os eleitores. Um ponto a favor deles eh que o presidente Obama tambem nao tem sido capaz de energizar seus apoiadores como fez em sua primeira eleicao.

Outro ponto que podera cair contra o Partido Republicano sera o caso da nova Lei da Previdencia Social para Todos. Na semana passada iniciou-se o julgamento da validade da lei na Corte Suprema porque muitos governadores republicanos e uma firma privada de seguros de saude entraram com acao contraria `a constitucionalidade dela. A demanda esta centrada num ponto crucial. A lei manda que todos os cidadaos comprem o seguro saude. Para que brasileiros e outros compreendam melhor, a lei dispoe que todos tenham um seguro de saude, mesmo para quem nao tenha condicoes, entao, foi criado um sistema semelhante `a Previdencia Social que brasileiros e europeus ja possuem. Apesar de no Brasil isso nao funcionar tao bem. Mas em alguns paises europeus funciona. Parece que eh uma questao administrativa, nao uma questao de eficiencia do sistema.

O estranho eh que o carater mandatorio sempre foi uma bandeira do Partido Republicano. Agora eles mudaram os conceitos, talvez, so para tentar causar uma derrota ao governo Obama e enfraquecer as chances de ele se reeleger. Nao penso que esteja havendo sabedoria nisso. Eles tem argumentado que nao podem deixar o governo Obama vencer porque, se acontecer, o que mais ele obrigaria `a populacao comprar? Estao usando a tatica do medo de um suposto plano para controlar todos os aspectos da vida dos nossos cidadaos.

O problema esta em que, tem tantos outros dispositivos a nao ser o mandado que se for considerada a inconstitucionalidade da lei inteira as consequencias irao afetar duramente a base da piramide. A maioria da militancia republicana eh branca, com melhor educacao escolar e mais rica que o cidadao comum. A maioria dela ja tem um seguro privado, entao, esta apenas insensivel `as dificuldades vividas pelos mais pobres. E isso pode ser facilmente manipulado para conquistar o voto de boa parte do eleitorado americano. A estatisticas recentes indicam que cerca de 50.000.000 de americanos esta vivendo na linha da pobreza.

Nao se pode dizer que isso sera decisivo nas eleicoes de 2.012. Como o voto eh opcional nos Estados Unidos, a populacao pobre eh justamente a menos informada e nao sabe como usar o voto para melhorar suas oportunidades. Pesquisas indicam que quem nasce pobre tem uma chance muito maior de permancer pobre toda a vida. De toda forma, o rico pode mandar os filhos para ser educados em qualquer lugar que desejarem nao importa o preco. E os com melhor educacao escolar tem, automaticamente, uma chance melhor de elevar-se na piramide.

Se a populacao pobre nao souber como usar o voto para conquistar uma educacao e saude melhores, com certeza, esse povo sera sempre o mais vulneravel em questao de manter-se na pobreza.

Existe uma particularidade que os republicanos estao ignorando em relacao `a nova Lei da Previdencia. Como tenho dito, nao passamos de um bando de galinhas de granja. E o mundo esta se tornando o nosso aviario. A populacao comum nao compreende o que isso significa na questao da busca de saude para todos. Medicamente falando, estamos colocando a sociedade como um todo em risco so pelo fato de permitir que parte da populacao nao possua acesso a um acompanhamento medico.

Isso significa que, algumas pessoas poderao adoecer e, ficando sem assistencia medica, poderao incubar doencas por tempo suficiente para que haja mutacoes, talvez muito mais virulentas. E isso ira ser disseminado na `a sociedade como um todo, nao importa se voce tera ou nao seguro saude. Ter um bom acompanhamento pode fazer a diferenca entre o sucesso ou nao da sociedade como um todo. Neste caso, o mandado, mesmo que seja para muitos dificil de engolir, favorece `a equacao custo/beneficio, fazendo pesar mais para o beneficio. Quem duvidar dessa minha preocupacao, va visitar uma granja e pergunte aos administradores quais sao as medidas para manter-se os frangos sadios. Pergunte se algum deles eh deixado sem cuidados e porque nao.

Esse caso todo entrou em questao porque pela legislacao constitucional de comercio fica proibido ao governo interferir no sentido de favorecer aos comerciantes obrigando o povo a comprar os produtos deles. E o juiz Antonin Scalia, um dos membros da Suprema Corte, inclusive questionou o assunto fazendo a comparacao: “Sera licito permitirmos ao governo obrigar ao cidadao a comprar brocolis porque isso eh bom para a saude dele?” Neste caso ele esta comparando banana com abacaxi. O cidadao pode escolher comer brocoli para melhorar a saude ou comer outra coisa que oferecera o mesmo resultado. Eh uma questao de preferencia individual.

Porem, negligenciar `a saude como um todo, por nao ter recursos para isso, eh uma questao de saude publica. Isso afeta nao apenas ao individuo mas `a sociedade como um todo. E na presente legislacao americana ja existem indicacoes de que o governo tem o direito a tornar a lei obrigatoria. Sabemos que se algum individuo for diagnosticado com tuberculose ele ira para uma unidade hospitalar de isolamento e sera tratado tendo ou nao vontade para isso. Vale mais a saude da sociedade do que a vontade do individuo. Eh uma questao de seguranca publica sobre os direitos individuais do cidadao.

A coisa complicou para o Partido Republicano neste caso porque este eh o modelo de lei que esta funcionando aqui no Estado, desde que o Mitt Romney foi o governador. Foi no governo dele que se implantou praticamente a mesma lei e que o governo do presidente Obama simplesmente pensou que fosse boa ideia e a copiou para elaborar o plano nacional. Se o presidente fosse do Partido Republicano isso nao incomodaria aos militantes republicanos. Mas isso tambem sera usado contra qualquer indicado pelos republicanos na eleicao geral. Se a lei federal for anulada pela Suprema Corte, ficarei profundamente preocupado com o que acontecera ao que ja esta funcionando bem aqui em Massachusetts. Nao sei dizer se seremos capazes de pagar um seguro saude particular sem nenhuma ajuda.

Terminemos esse capitulo falando algo da minha vida. Tenho-me concentrado tanto em escrever esse livro que me distrai de verificar se a minha oculista participava do meu seguro saude novo. Somente na vespera da consulta lembrei-me de verificar e ela nao participa. Fui obrigado a cancelar a consulta. O meu caso eh um pouquinho melindroso porque tenho glaucoma e isso preocupou todas as atendentes e pessoal medico que me da assistencia. Minha secretaria ficou cheia de mensagens pedindo-me para buscar ajuda porque nao poderia ficar sem atendimento. Estava aborrecido com a situacao mas tambem sensibilizado com tamanha solidariedade. A todos o meu muito obrigado. Agora marquei consulta com outro medico para logo-logo.

Economicamente a gente esta quase indo `a bancarrota. Esta ate parecendo que a nossa economia eh uma represa feita de areia e choveu muito `a noite. Primeiramente, um formigueiro apareceu dentro de casa e nos roubou o custo de combate-lo. E, ha duas semanas atras, minha esposa percebeu que o jeep dela parou de dar a re. Foi um caso simples de diferencial quebrado. O total para consertar nao ficou longe dos US$ 4.000,00, e na semana passada deu outro problema que custara a ela mais US$ 1.000,00. A gente estava custando a fazer um pe-de-meia para nosso filho poder frequentar a universidade. Nao da para colocar aqui as palavras que estou pensando.

E os candidatos do Partido Republicano esperam conseguir o nosso voto, pregando as isencoes para o povo rico ao mesmo tempo que estao impondo barreiras aos nossos menores sonhos. Como dizia o Chacrinha: “Vao ganhar o Trofeu Abacaxi.” E que o levem nas vias dolorosas!

Se a nova Lei da Previdencia Social for derrubada pela Suprema Corte, nos iremos tomar conta melhor de nossas galinhas do que dos nossos proprios cidadaos.

Vou deixar para o leitor tirar a propria conclusao de quem esta vencendo a guerra dos terroristas. Nao tenho certeza se tem alguem ganhando qualquer coisa com ela. As formas usadas para lutar-se esta fornecendo desculpa para que ela continue por tempo indeterminado. O que tenho certeza eh que o povo em geral esta perdendo. Nao importa quem ira vencer porque “Nos o povo” perderemos de todo jeito. Porque uma guerra sem fim ira ferir a todos.

19. O DISCURSO DO NETANYAHU

Em 23 de setembro de 2.011 eu assisti ao discurso do primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, na ONU. E logo depois deixei um lembrete numa das paginas deste livro anunciando que iria comenta-lo. Entao, agora voltamos ao assunto. Porei este capitulo na sequencia do anterior que falo a respeito de terrorismo porque existem ligacoes entre os dois. O assunto eh delicado, eu sei. E nao tenho uma opiniao formatada segundo as opinioes dominantes. Porem a verdade precisa ser dita inclusive para aqueles que nao a queiram ouvir.

Outra coisa. Nao pedirei para mim o titulo de promotor da paz nem me considero merecedor de nada. Somente desejo apresentar uns pontos de vista e deixar que os leitores desenvolvam suas proprias conclusoes. Nada sei mais que ninguem. E nao quero levantar o peso de ser o autor de nenhuma ideia que leve `a paz ou `a guerra. O que eu sei eh isto, paz ou guerra nao dependem de mim. Se dependesse apenas de mim eu diria: esta resolvido. Mas paz ou guerra nao dependem da vontade de apenas uma pessoa. Elas vem do fundo dos coracoes de, pelo menos, duas pessoas que decidam uma ou outra.

Tem algo que conheco bem. Nao importa o que essa geracao faca em favor da paz. Ela somente permanecera para sempre se as geracoes que virao renova-la enquanto o tempo existir. Por todo o tempo em que eu tenho seguido os conflitos no Oriente Medio, sempre tive um sentimento de descredito. Nao tenho confianca nas liderancas e penso que os povos palestino e israelense sao vitimas dos interesses de outros que nao tem boa vontade. E a paz so vira da boa vontade de ambos os lados.

Minha mae sempre dizia que: “Quando um nao quer, dois nao brigam”. Eh simplorio imaginar que o dizer resolva isso. E ela tomava outra atitude para fazer-nos crer nisso. Pelo menos, pense duas vezes antes de brigar. Ela sempre completava: “Se eu ficar sabendo que algum de voces brigaram na rua, quando puzerem o pe dentro de casa vao entrar no couro do mesmo jeito”. E o problema das guerras eh que, elas deixam consequencias que funcionam como a punicao que a gente poderia receber em casa. Uma guerra deixa sempre janelas abertas para novas guerras e somente a boa vontade pode mante-las fechadas.

Nao desejo copiar as palavras do Netanyahu naquele discurso. Irei apenas relembrar algo que ele disse, em minhas proprias palavras, e fazer uma pequena analise delas. Nao porei os assuntos na mesma ordem que estao no discurso dele. E comecarei a partir da mencao que ele fez a Israel ser um pais pequenissimo. Baseado nas dimensoes reduzidas, ele se preocupa em nao deixar o Estado Palestino existir antes que os lideres palestinos nao derem garantias de seguranca a Israel. E ele perguntou: “Que pai seria irresponsavel de por os filhos numa situacao de perigo?

Nao conheco pai algum desejando por os proprios filhos em perigo. O que sei eh que os dois lados tem feito isso. E nao somente pondo os proprios filhos em perigo. Eles tem posto tambem os nossos filhos sujeitos a acontecimentos ruins. E deixe-nos comecar por 1.948 quando o Estado de Israel foi criado. Ele foi criado por meio de uma Resolucao da ONU, contra a vontade de todas as nacoes ao redor. Os pais judeus naquela ocasiao sabiam que estavam pondo os filhos em perigo. O que eles nao sabiam era o quanto ruim isso ficaria hoje e quanto pior se tornara se nos mativermos a Historia no mesmo rumo que ela esta. Manter esse rumo eh a forma de Benjamin Netanyahu colocar as nossas presente e futuras geracoes em perigo.

Benjamin Netanyahu, todos os israelenses e a maioria dos cristaos acreditam, ou fingem crer, no conto da Biblia de que Deus deu a terra para o descendencia de Abraao. E depois isso foi limitado `a descendencia de Jaco. Quem conhece o que esta escrito na Biblia esta familiarizado com o conto. E mais, os escritores biblicos estabeleceram que, muito antes de Abraao, que era um imigrante na terra, existia um povo que era dono do lugar. E somente uma pequena fracao da terra foi comprada.

Posteriormente a familia de Jaco abandonou a terra e foi para o Egito. Apos geracoes ela voltou na forma de um povo numeroso para reclamar a posse. Foi dito que, Josue liderou o povo com ordens expressas de cometer genocidio contra todos os outros povos locais. Neste ponto, os escritores hebreus alegam que, o Proprio Deus teria dado essa ordem porque o povo que estava vivendo no lugar era pecador. Mas a conquista da terra demorou certo tempo, e o povo chamado de Israelita desobedeceu a Deus, nao eliminando todos os pecadores. E foi isso que foi alegado para a ocorrencia do sofrimento que o povo passou dai para frente.

Os escritores biblicos tentaram, com subterfugios, nem sempre culpar a Deus pelo que aconteceu mas os escritos atraicoam essas intencoes deles. Primeiramente eles usaram o velho truque de fazer algo errado e culpar outros por isso. Desde o comeco apos o estabelecimento na terra, eles atribuiram todas as coisas ruins que aconteceram a si mesmos aos proprios pecados, porem, alegaram que os pecados somente se deram porque haveriam sido induzidos pelos sobreviventes do genocidio, supostamente ordenado por Deus.

O problema com tal teoria eh isso, foi dito que, antes do povo hebreu invadir a terra, Deus o teria declarado povo santo, povo escolhido. E este seria separado dos outros para manter a santidade. Tambem alegou que Deus deu duas escolhas a tal povo dizendo, em minhas proprias palavras, se voces se comportarem voces nunca sofrerao mas do contrario Eu punirei voces com minhas maos poderosas. Este foi o preparado para desculpar Deus de feitos errados. Supostamente, tudo de errado que veio depois foi sujeitado `a desobediencia das ordens de Deus. E os pecados do povo viraram o motivo para os sofrimentos.

Contudo, para validar tal proposicao com respeito ao comportamento divino, os escritores, deliberadamente ou nao, esqueceram-se de como os Poderes de Deus funcionam. Deus Eh Oniciente. Isso significa que Ele Sabe tudo antes de acontecer. Quando os escritores supuzeram que Ele havia dito, se o povo de Israel nao O obedecesse, o povo seria punido, eh uma contradicao, porque Ele saberia todas as coisas ruins que surgiriam do comportamento do povo. Nisso os escritores biblicos culpam a Deus por todas as coisas ruins que viriam a acontecer porque Ele ja sabia quais seriam cada detalhe do comportamento do povo e, mesmo assim, Ele teria posto o povo em perigo.

Entao, a questao que Netanyahu pensou ser inteligente naquele momento: “Que pai deixaria seus filhos em perigo?”, eh respondida pela teologia que ele eh suposto ser seguidor, porque ele se declara da fe judaica. E a resposta eh uma acusacao contra Deus porque diz: Deus eh tal pai. Supostamente Ele sabia que o povo israelita pecaria de tal forma que Ele teria que chuta-lo para fora da “Terra Prometida” por, pelo menos, duas vezes ate agora.

Outra informacao importante que esta na Biblia, vem do livro, 2 Cronicas, 33, 9, que diz: “Manasses, porem, levou o povo de Juda e de Jerusalem a cometer erros maiores que os erros das nacoes que Jave tinha arrasado diante dos israelitas.” Bom, Judah eh somente uma parte do povo de Israel, entretanto todas as 13 tribos estavam representadas nele. Israel propriamente, ou 10 das tribos, haviam sido conquistadas pelo Assirios. E a razao para isso ter acontecido fora similar.

Isso significa que todas as ilusoes de os israelitas serem um povo especial, separado dos outros por causa de sua santidade, o povo escolhido, e a luz para o mundo eh falsa. Assim o eh porque se Deus tivesse ordenado o genocidio dos canaanitas, Ele seria um deus de duas caras como aqueles fabricados pelas maos e mentes humanas. Como ele poderia merecer ser chamado de O Justo e Deus Vivo se Ele tivesse ordenado o genocidio de alguns, por causa dos pecados destes, e nao ordenado o mesmo para quem fez pior?

Aqui temos uma bifurcacao traicoeira. O que eu creio eh que, Deus nunca ordenou o genocidio dos Canaanitas. Dai, todas as alegacoes posteriores a esta suposicao sao falsas. Porem pessoas creem no literalismo biblico. Neste caso, os dias dos judeus estao contados e o fim deles vem segundo o Tempo Divino e nao segundo o nosso. Isso significa que, cedo ou tarde, a fe judaica desaparecera, nao necessariamente as pessoas serao extintas, baseado em que: sabemos que isso tambem nao aconteceu aos antigos canaanitas. Os gens deles estao presentes em todo o mundo, da mesma forma que os dos hebreus estao igualmente disseminados. Os proprios israelenses portam marcas dos genes deles.

Talvez eu precise explicar algo aqui. Sim, eu sou cristao e tambem sei que Deus Existe. A minha explicacao para que assim seja e eu nao crer nas interpretacoes biblicas dominantes eh que, o conto biblico eh uma narrativa baseada em alguns fatos, os quais foram interpretados por pessoas humanas. Os escritores biblicos tentaram conciliar o entendimento teologico deles com a Historia que conheciam. Isso era vital para fazer a coneccao com o futuro do povo. Se nao fosse pela Historia nos nao entenderiamos nossas ligacoes com os muitos povos e, talvez, nao seriamos capazes de nos mantermos unidos como nacoes.

Eh por isso que nos tempos antigos a tendencia das nacoes era serem bem menores que hoje. O povo conhecia apenas a Historia que era passada via contos orais e, como uma mesma familia se espalhava pelos interiores, com partes vivendo geracoes separadas de outros grupos, sem compartilhar das mesmas experiencias e nao tendo um centro comum de administracao; isso criou as condicoes que resultaram em nacoes e linguas diferentes. A Historia escrita combinada com a religiao e um centro de adoracao tornou possivel algumas partes do mesmo povo viver em terras distantes e continuar ligadas a um maior numero de pessoas e linhagens genealogicas diversificadas dentro da mesma cultura. Foi isso que permitiu a existencia de nacoes maiores.

A minha pesquisa ao texto biblico tem uma explicacao logica. Pelo discurso, Netanyahu parece crer que exista mesmo uma ligacao especial entre a terra e o povo de Israel assim como foi alegado no texto biblico. O que eu desejo eh demonstrar que isso nao eh verdade. Nao querendo dizer que eles nao tenham ancestrais de la.

Ele disse, por examplo, possuir um selo oficial no escritorio dele em Israel que fora encontrado junto ao muro em Jerusalem e datado por volta de 700 AC. O selo, formatado como um anel, se parece com outros que sabemos, em tempos antigos, eram usados para autenticar os documentos escritos. Ele tambem disse que o nome do oficial que o usou chamava-se Netanyahu, como no sobrenome dele. Tambem lembrou que o nome Benjamin eh uma referencia ao filho mais novo de Jaco. Ele usou tais informacoes para salientar o suposto direito de se ter uma nacao chamada pelo nome de Israel hoje, porque nos tempos antigos houve outra nacao com o mesmo nome.

Nao faco parte de nenhum grupo que duvida da existencia do antigo Israel. Mas eh preciso salientar-se que, o anel nada prova. Sabemos que Jerusalem ja era centro de peregrinacao mesmo antes da alegada existencia de Israel. Dai, nada prova que o anel pertencia a algum peregrino de algum lugar distante ou de um residente local. E sabemos que o uso de sobrenomes eh uma invencao relativamente recente.

Naquele tempo as pessoas usavam somente o primeiro nome e alguns eram distinguidos com alguma diferenciacao, quando o nome era muito comum. Algo como: Jose, filho do Jaco. Ou Jose, o carpiteiro. E mesmo, Jose de Arimateia. Somente muito depois as profissoes, lugares de nascimento, caracteristicas fisicas e outros foram adicionados como nome de familia.

Bom, nao vejo necessidade alguma de provar que Israel existiu nos tempos antigos. O que Benjamin Netanyahu tinha que provar seria o que a nacao antiga de Israel tem haver com Israel de hoje. Isso porque desde que o Israel antigo deixou de existir tivemos milhares de anos de Historia que, parece, o sr. Netanyahu pede que todos ignorem. Parece que ele quer fazer-nos crer que o Israel antigo esteve la, desapareceu e milhares de anos depois reapareceu numa terra sem donos.

Eu tenho uma ideia melhor de como obter uma prova de heranca da terra melhor que o anel do Netanyahu. As ciencias de hoje oferecem isso a nos. Sabemos que o clima local da Canaan antiga eh um tanto seco e isso ajuda na preservacao de ossos. Talbem eh bem conhecido que ossos de pessoas de geracao apos geracao dos antigos habitantes da area continuam la e sao de desde milhares de anos antes dos hebreus, palestinos e cristaos terem nascido.

Entao, se a heranca for estabelecida pelo direito de quem primeiro se estabeleceu na terra, como parece ser o ponto levantado por Netanyahu, poderiamos solicitar aos cientistas o extrato do DNA dos ossos mais antigos e verificar o DNA da populacao que vive hoje. Qualquer que possuir DNA semelhante ao dos antigos habitantes deverao ser os herdeiros da terra.

Porem, preciso avisar a todos da existencia de um probleminha. Com certeza, Palestinos e Israelenses terao a semelhanca. E o mesmo se dara com boa parte da populacao terrestre. E porque nao!? Baseado em meus estudos de semelhanca genealogica que postei no inicio deste livro, pessoas como Abraao podem facilmente ser multiplas vezes ancestrais de todos nos na Terra hoje. E baseado nos dados que ja temos de genealogia em maos podemos afirmar que, todos os povos da Peninsula Iberica tem que ser multiplas vezes descendentes de Jaco, atraves da rainha Ester, aquela cujo nome ate se tornou nome de livro na Biblia; e, tambem, descendentes de Abraao em doubro, atraves da linhagem direta do profeta Mohammad, que foi ancestral de Zayra Ibn Zaida.

Somente para o leitor localizar-se melhor no capitulo da Historia que estou recorrendo, Zayra Ibn Zaida foi esposa de Lovesendo Ramires. Ele foi filho de Ramiro II, rei de Leon. O casal se tornou ancestral de todas as familias reais e nobres da Peninsula Iberica e de la a descendencia deles passou seus gens a toda os nobres europeus. Desde que eles viveram antes do ano 1.000 DC, nao somente os nobres herdaram a genetica deles, porem, toda a populacao que descende deles. O que se pode garantir eh que, todos os espanhois e portugueses descendentes que fizerem um teste de DNA hoje deverao possuir no sangue tracos ou mesmo boa parte do DNA medioriental e terao provas de ser herdeiros das “Promessas Divinas”.

Como Benjamin Netaniahu quer ser, todos nos somos descendentes de Abraao. Entao, o direito que ele alega ter para si mesmo e seus compatriotas judeus tera que ser obrigatoriamente partilhado com todos nos, e outros porque mencionei apenas duas das linhagens que nos ligam a eles. Contudo, Abraao deixou milhares de linhagens que migraram para Africa, Asia e Europa, entao, o direito precisa contemplar a todos. A menos que o primeiro ministro de Israel queira estabelecer que o direito so valera para os da fe judaica. Ou apenas para aqueles que tiverem o cromossoma Y, como nos velhos tempos em que somente homens eram creditados como transmissores de heranca.

Nao importa o que ele pensou. Baseado na forma dele pensar, nos cristaos teremos que ter o direito de possuir nosso proprio pais no local que fora ocupado pelo Israel antigo. Pois eh, essa eh a verdade! Nos somos descendentes dos patriarcas. Quando Roma adotou a fe crista na epoca do imperador Constantino, a Palestina foi governada pela cristandade. Posteriormente os Cruzados governaram a terra por cerca de 200 anos. E antes da atual nacao de Israel ser fundada nos nossos dias la era governado pelo cristao Imperio Ingles. O problema com a teoria de Benjamin Netanyahu eh esse, ele pensa que pode fazer todos nos de bobos mas a bobeira eh a bandeira dele proprio.

Se a exigencia de direito de possuir um Estado de Israel for validado por qualquer um, com base no que se deu milhares de anos atras, isso significara que, todos os descendentes dos povos antigos que ja tiveram uma nacao estabelecida nalgum lugar qualquer terao o mesmo direito de recriar uma versao nova da nacao antiga com o mesmo nome. E a Historia se tornara mais ou menos assim: os Incas terao a nacao deles no Peru e imediacoes. Os maias tomarao de volta boa parte do Mexico e outros. As muitas tribos nas Americas terao o mesmo direito. Dai, se os Cherokees, Blackfeet, Pueblo, Navajo, Sioux, Arawak, Inuit e muitos outros quizerem, eles deverao ter o direito de decidir se quererao continuar a identidade propria deles ou manter a identidade americana. Ou ambas como muitos israelenses possuem.

Eu ja ia continuar este texto quando abri meu email box hoje e la estava um email mandado por um de meus irmaos. No titulo estava a promessa de alguns ditos da sabedoria dos indigenas da America do Norte. E imediatamente selecionei alguns para reproduzir aqui. Se isso nao for uma Intervencao Divina, o que sera entao?! Vejamos apenas dois:

Pensamento Shenandoah: “Falar de paz nao eh suficiente, o que precisa eh pensar, sentir, agir e viver em paz.”

Pensamento Seneca: “Quanto maior a esperteza que o homem pensa ter, maior a necessidade da protecao Divina para que ele seja protegido de si mesmo.”

Outro argumento levantado pelo sr. Netanyahu, que sempre eh levantado pelos defensores da idea do Estado de Israel permanente, eh esse: Israel eh a unica democracia nos arredores. Ele ate reclama que, apesar de ser a unica democracia nos arredores, recebeu mais condenacoes da ONU que todas as outras nacoes juntas. Alegou ainda que, como democracia, Israel possui todos os tipos de pessoas residindo la, inclusive descendencia arabe. E ele cre que Israel foi injustamente acusado de racismo porque, ele acusa, os palestinos eh que mereceriam tal titulo. Por ultimo alegou que em Ramallah, Palestina, ha uma lei de pena de morte contra quem vender terras para os judeus.

Em outras palavras, a descricao de Israel e seu governo dada pelo primeiro ministro, eh de algo parecido com o Paraiso administrado por santos. No outro lado da moeda veio a descricao dos islamicos radicais, especialmente do sr. Mahmoud Ahmadinejad, como a fonte de todo o mal. Nao desejo parecer ironico ao dizer: eu quase fui convencido a ir para aquele lugar “Celestial” que o sr. Benjamin pensa que construiu, carregando algum armamento, para ajudar a eliminar todos os inimigos dele. Se eu usar ironia poderei ser criticado e o que eu tenho a dizer podera ser rebaixado a apenas inveja do sucesso de Israel!

O que eu preciso informar ao primeiro ministro de Israel eh isto: nos, povo comum, especialmente os nascidos e criados no Brasil, temos um dizer que eh assim: “Quando a esmola eh muita o santo desconfia”. Neste caso, a situacao nao eh a mais apropriada para usa-lo porque nele ha um significado diferente. Mas o uso pode ser adaptado assim: Se Israel e seu governo sao tao perfeitos e os vizinhos sao tao detestaveis, por que insistir em viver lado a lado com eles? Isso nao eh colocar em perigo todas as geracoes por vir?

Eu compreendo. Como um judeu, o sr. Netanyahu quer mais eh vender o peixe dele. Mas o problema eh que, ele deveria pelo menos admitir algumas imperfeicoes no regime dele e algumas qualidade dos oponentes para nos, os santos, termos uma melhor ideia do que se passa. Se ele deseja vender-nos a Ilha da Fantasia somado ao Dominio do Inferno como verdadeiros, nos, os santos, teremos que taxa-lo de mentiroso. Os santos nao creem em jardim perfeito ou inferno perfeito na Terra. Nos sabemos que sempre existe algo de ruim nos homens bons e algo de bom nos malfeitos dos homens maus. E eh isso que produz tanta confusao no mundo.

O argumento de ser uma democracia eh mais um peso que uma vantagem porque, se fosse, Israel precisava ser melhor do que tem sido. No discurso, o sr. Netanyahu eh o proprio responsavel por cantradizer suas palavras. Nao penso que ha espaco em Israel para a militancia do Hamas e Hezbollah divulgarem as ideias deles. Se ela entrar na area chamada pelo nome Israel e ser detectada pelo Mossad, sera certamente presa ou morta. Nesse caso, a lei que fala: se alguem vender uma propriedade a um judeu em Ramallah sera punido com a pena de morte, da um empate entre Israel e Palestina.

Lembremos aqui a opiniao que apresentei no jornal “Estado de Minas” alguns anos atras. Naquele tempo ocorriam algumas preparacoes para negociacoes de paz entre palestinos e israelenses. E o governo de Israel declarou que nao conversaria com os inimigos de Israel. Ele somente falaria com os palestinos que aceitariam a condicao previa de paz. E eu argumentei na carta enderecada ao jornal que, a gente negocia paz eh com os nossos inimigos se tivermos algum. Com nossos amigos a gente a celebra. Se eu tivesse qualquer inimigo uma fala poderia ajudar-nos a sanar nossas diferencas e tornarmo-nos amigos. Sem conversa isso eh impossivel.

Outra contradicao no discurso foi o dito que: de jeito algum ele aceitaria milhoes de palestinos em Israel. Penso que ele estava sugerindo que isso seria um plano dos palestinos. Mas para entendermos isso melhor precisamos voltar ao tempo, anterior `a criacao do Estado de Israel. E sabemos que o Imperio Ingles tinha conquistado a terra do Imperio Otomano. Como um protetorado ingles, a Palestina como um todo era habitada por arabes, judeus, palestinos e outros; a maioria eram pessoas nascidas no local ou os ancestrais delas tinham migrado e se estabelecido ja por algum tempo.

Como o protetorado era ingles, todos os habitantes tinham a liberdade de mudar-se para qualquer lugar no pais. E a convivencia entre os diferentes ramos religiosos era tao pacifica quanto fora durante o dominio islamico. Isso inclui muculmanos, judeus e cristaos, ortodoxos e nao ortodoxos. Mas essa condicao de paz relativa comecou a ser desfeita porque alguns judeus, a maioria conhecida como Sionistas, iniciaram a conspirar para a recriacao de um Estado Judeu.

O problema nisso e isso eh o porque de Israel vir sendo condenado muitas vezes na ONU eh que o modelo de Estado desejado pelos sionistas era um Estado habitado e governado por judeus, nao importando a composicao da populacao residente local. E o plano de criacao de tal Estado foi abencoado pelos administradores ingleses. O grande problema foi a presenca das outras culturas, particularmente a palestina, que era a maioria. Para superar tal situacao, os sinonistas promoveram a migracao de judeus do mundo inteiro. E comecaram a se concentrar nalgumas areas onde se tornaram maioria.

Antes da criacao de Israel, os sionistas foram considerados terroristas, igual o Hamas e Hezbollah sao acusados hoje, e praticaram muitos atos contra as autoridades inglesas. Uma pessoa conhecida por tais ataques foi Isaac Rabin, o entao futuro e agora falecido primeiro ministro de Israel. Isaac Rabin depois foi vestido com roupas de bom rapaz e acabou sendo assassinado por um judeu extremista, porque fez concessoes nas convencoes de paz com os palestinos.

A criacao do Estado de Israel estava sendo implantada com um forte descontentamento da comunidade arabe que inclui os palestinos. O que precipitou a criacao em 1.948 foi o Holocausto durante a Segunda Guerra. O argumento tornou-se este: o povo judeu precisava ter seu Estado proprio para proteger-se contra seus agressores. Eh conhecido que os judeus sofreram muitas perseguicoes durante a Historia. E o Holocausto deu um grande argumento para acelerar tal intencao. Mas, como os brasileiros dizem: “O que comeca errado termina errado”.

A criacao do novo Estado veio atraves de uma resolucao da ONU. E a assembleia de criacao foi caracterizada pela aquisicao de alguns votos atraves de corrupcao. A resolucao criou um Estado pequeno, de acordo com todas as demandas da lideranca israelenses daquela hora. Logo a criacao tambem ascentuou a rivalidade e as guerras comecaram. Em 1.967 veio certo climax com a chamada Guerra dos Seis Dias. Desde entao, Israel invadiu e mantem ocupadas terras da Siria, Jordania e Egito. Terras que supostamente seriam usadas para a criacao do Estado Palestino. E isso inclui Jerusalem.

Em consequencia das guerras, muitos palestinos foram desapropriados e mantidos distantes de seu torrao natal ate hoje. Muitos continuam vivendo em acampamentos provisorios. Esta populacao mantida `a distancia do torrao natal reside pelo mundo afora e principalmente no Libano, Siria, Jordania e Egito. E ela eh aquela que deseja voltar para casa e continua sendo punida atraves da negativa do cumprimento do direito humano mais basico. Essa populacao tambem tornou-se susceptivel `a influencia da militancia radical, como o Hamas e o Hezbollah. A populacao exilada multiplicou-se e eh a respeito disso que Benjamin Netanyahu disse que ele nao permitiria milhoes de palestinos invadir Israel.

No processamento dos fatos, o Libano tornou-se uma imensa casualidade de guerras. Ele era um pais pacifico e desenvolvido. A maioria da populacao era crista e era considerado a Suica no Oriente Medio. E os lideres cristaos, em oposicao `a alegada neutralidade suica, deu apoio ao Estado de Israel. A economia do Libano entrou em recessao e parte da populacao crista sentiu a necessidade de emigrar. Muitos acabaram no Brasil, nos Estados Unidos e outros lugares.

Em contraposicao, a populacao muculmana, reforcada com os palestinos exilados, multiplicou-se e tornou-se maioria. Apesar da situacao nova o governo cristao, apoiado por Israel, comecou a ignorar isso e tentou manter o poder por meio da forca. Isso levou a uma revolucao onde os cristaos perderam e a maioria islamica assumiu o poder. Muito da populacao arabe que Netanyahu alegou viver em paz dentro de Israel veio desse grupo de pessoas que antes fora apoiado por Israel e perdeu o poder no Libano.

Dai, quando Netanyahu requer o direito de ser tratado como especial porque vive na unica democracia na regiao, nos precisamos nos perguntar se uma verdadeira democracia eh aquela que fala disso mas nao respeita o regulamento democratido em outros lugares ou se eh aquela que fala e respeita o regulamento democratio em todos os lugares. Ser democracia nao nos da licenca de praticar coisas erradas porque tal pratica, em tempos determinados, nos parece dar algumas vantagens.

Os Estados Unidos tambem se autorgam o titulo de serem a maior democracia do universo mas foram os maiores financiadores de muitas ditaduras no mundo. Eles finananciaram a ditadura do Saddam Hussein porque isso pareceu ser uma boa ideia contra a Revolucao Iraniana. Mas o que nos conseguimos com isso foi a radicalizacao do regime em cima do povo iraniano e a ameaca contra o israelense. So para nos lembrarmos: os Estados Unidos e Israel ajudaram ao Hosni Mubarak no Egito e terminaram tendo um bom relacionamento com Muammar Gaddafi, enquanto a ultima revolucao na Libia nao comecou.

O sr. Netanyahu falou que, a origem de todo mal vem do extremismo islamico. Nao estou totalmente convencido disso. Desde que temos extremismos em ambos os lados sou mais por acreditar na reciprocidade. O mal nao vem somente dos extremistas. Isso esta mais ligado a aqueles que pensam ser tao bons que acabam neglegenciando na prevencao ao surgimento do radicalismo. Ninguem nasce extremista.

Eu ate diria ao sr. Benjamin uma coisa, pegue um nenem de um casal de extremistas islamicos e outro dum casal de extremistas judeus e de o nenen judeu ao casal muculmano e o nenem muculmano ao casal judeu. deixe-os criar as criancas como se fossem seus proprios filhos. O que voces pensariam que ira acontecer a seguir? Podemos usar outra analogia. Pegue-se os dois nenens e deixem-nos ser criados numa area remota do Brasil por um casal responsavel, nao judeu ou muculmano, e sem nenhuma doutrina extremista. Nao penso que havera extremismo algum no futuro comportamento das criancas.

Tenho certeza de que o extremismo tem sido produzido, criado e alimentado pelos politicas de duas caras usadas no Oriente Medio pelos governos locais e intervencionistas. A cultura do odio tem sido cultivado com todo cuidado, inclusive pelo governo “pacifista” de Israel. Como eu disse antes, todas as ditaduras precisam ter um inimigo, real ou imaginario, forte o suficiente para causar mais medo nas pessoas que a propria ditadura. E isso eh valido tambem para certos governos democraticos. O governo de Israel eh um exemplo classico disso. Ele precisa de um inimigo forte porque tem planos de restaurar Israel, tao grande quanto foi nos tempos antigos.

Ate recentemente isso seria um grande problema para os administradores palestinos mas agora caiu a ficha para eles. Tambem eles nao desejam a paz porque paz significaria o fim das ambicoes deles. Eles querem reconquistar, no que penso estarem corretos, o que foi ocupado por Israel, e dominar a mesma area que antes fora o antigo Israel e, antes disso, a antiga Canaan. O problema agora eh que Israel esta no meio do caminho dos administradores palestinos e a Palestina esta no caminho dos israelenses. Paz nao interessa a nenhum dos dois enquanto um nao se livrar do outro.

Benjamin Netanyahu falou a respeito de paz no discurso dele afirmando que, Israel estendeu as maos `a paz desde sua criacao. Ainda disse que as maos de Israel continuam estendidas, especialmente a aqueles que desejam fazer a paz com Israel. Mas ele subestima nossa inteligencia quando deixou claro que o governo dele nao desejava fazer a paz com seus inimigos. Especialmente quando falou a respeito do sr. Ahmadinejad, o presidente do Iran, ate mesmo sem citar o nome dele. Netanyahu fala a respeito de paz mas dentro dele queima o enxofre. Eh como o ensinamento Shenandoah diz: falar eh a parte facil, mas a pratica precisa mais que um simples desejo.

Considero alguns dos meus colegas veterinarios, biologos e bioquimicos um bom caso de heroismo permanente. Especialmente aqueles que trabalham com animais peconhentos como as cobras. Eles criam cobras como a cascavel e a urutu. Os outros povos podem nao ter ouvido a respeito da urutu porque ela eh indigena no Brasil. Eh dito que: quanto ela pica, mata ou aleija. O veneno dela eh tao forte que pode matar uma pessoa adulta em menos de uma hora e na maioria das vezes os ofendidos perdem partes do corpo por amputacao. Para nossa surpresa, eh dito que ela possui o que se parece uma cruz na cabeca. Um sinal que os cristaos usam em suas ultimas moradas.

O trabalho dos meus colegas eh feito para coletar veneno e transforma-lo em anti-veneno que ira salvar milhares de vidas todos os anos. Nossos herois poem suas proprias vida em risco para salvar outros. Mas isso eh feito com preventivos. Eles criam as cobras dando bons abrigos e boa comida. E tudo o mais necessario para manter os animais confortaveis e menos agressivos. Assim eles transformam uma situacao de perigo noutra de vencedores e vencedores. As cobras tem o que querem e as pessoas tem o que eh necessario.

No caso do governo israelense nos podemos fazer uma analogia com isso. Nao estou comparando cobras com pessoas mas eh algo parecido que o governo israelense anda fazendo como numa pesquisa para encontrar o quanto radical a militancia muculmana pode chegar. Ele nao esta simplesmente criando cobras para ajudar `as pessoas. Ele esta procurando fazer uma selecao para obter a qualidade de mais radical e letal inimigo. Penso que o governo israelense nao esta sendo tao inteligente quanto pensa ser. Uma diferenca fundamental entre cobras e pessoas humanas eh que, as cobras podem ser inteligentes mas nao raciocinam como pessoas humanas. Nos trabalhamos com cobras porque nos sabemos exatamente do que elas sao capazes mas pela inteligencia as pessoas humanas sempre podem surpreender-nos, tanto para o bem quanto para o mal.

Peguemos alguns fatos que provam que o primeiro ministro de Israel nao fala serio com respeito a paz. O governo dele deseja fazer paz com aqueles que sao moderados e nao querem nem falar com os considerados extremistas. Se o povo moderado morder essa isca ele sera a proxima vitima dos extremistas, por isso eles nao querem cometer o mesmo engano de Anwar El Sadat. Para os que nao se lembram, Sadat foi o presidente do Egito que voou ate Israel para fazer a paz. E ele fez isso sem o apoio dos outros. Acabou morto por um complo dentro do proprio pais, apesar de ele ter conseguido fazer a paz com Israel e conquistado a admiracao do mundo inteiro.

Outro fato recente exposto no proprio discurso do ministro Netanyahu foi que, ele falou de paz com o povo do Iran claramente excluindo o presidente Ahmadinejad e o partido extremista ao qual ele pertence. Por fora do discurso os noticiarios estao cheios de ameacas do governo de Israel que deseja fazer um ataque preventivo contra o Iran. Da mesma forma ele fala de paz com os palestinos no mesmo momento em que lideres palestinos tem sido mortos numa onda seletiva de assassinatos. O que torna dificil de entender eh alguem falando em fazer a paz com o mundo inteiro, exceto com os proprios inimigos.

O que tambem eh contraditorio no discurso do Netanyahu eh a negativa da criacao do Estado Palestino atraves duma Resolucao da ONU. Ele disse isso porque, ao mesmo tempo em que discursava, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, estava no predio procurando convencer os membros a aprovarem a criacao do Estado para eles. Desde que Israel foi criado por meio de uma Resolucao da ONU, o Estado Palestino nao pode ser tratado diferente. E ele quase ordenou ao sr. Abbas a encontra-lo naquele exato momento para falar a respeito de paz, numa conversacao de pessoa para pessoa.

O primeiro ministro de Israel estava so usando artimanha porque ele sabe melhor do que todo mundo que a conversacao entre eles nao resolveria nada. Ele estava apenas usando a ONU para sua aparicao teatral para o mundo. A maioria das pessoas que estavam assistindo-o via televisao, sem um bom conhecimento da situacao politica no Oriente Medio, como a maioria do publico mundial sofre de falta de informacao, poderia acreditar que ele estivesse mesmo falando a verdade. Mas, infelizmente, para ele proprio, ele precisava convencer que estava sendo verdadeiro era justamente aqueles que ele chama de inimigos dele e de Israel, nao o publico mal informado e amigavel.

O que eh mais certo de acontecer sera, as mentiras irao tornar os extremistas mais raivosos. E Benjamin Netanyahu sabe disso. Entao, a unica conclusao a que podemos chegar eh que, ele nao quer fazer a paz com ninguem. Ele sabe que o povo moderado nao pode fazer uma paz em separado com ele e tambem sabe que ele esta provocando a raiva contra Israel nos extremistas. Em outras palavras, ele os esta provocando deliberadamente. Mas provoca-los para que? O que o sr. Netanyahu quer ganhar com isso? Quais sao os interesses dele?

Ele quer apenas ganhar tempo. Para construir mais assentamentos ilegais no lado palestino e depois usar isso num imaginario direito de uso capiao. Ou, pelo menos, para quando os israelenses e palestinos realmente se sentarem com a intencao de resolver o problema, para que os israelenses possam dizer: nos ja estamos fazendo o sacrificio de abandonar as areas que ja conquistamos, entao, voces estao em divida conosco.

Essa eh a enganacao mais antiga usada por mercadores desonestos. Primeiro eles te tomam algo e fazem um negocio paralelo colocando-te em desvantagem. Depois devolvem o que foi tomado para que voce se iluda com a surpresa e esqueca a verdadeira matematica. Talvez o sr. Netanyahu vendera o peixe podre dele aos clientes despreparados como nos mas esse negocio eh uma venda de mercador para mercador.

Estou falando a respeito disso porque de certa forma ja fui vitimado por enganacao parecida. Quando eu estava na universidade, o movimento estudantil estava exigindo a manutencao dos gastos governamentais para a qualidade da educacao nao ser afetada. E a administracao da nossa unidade simplesmente cortou nossa racao pela metade. Uma semana de fome depois, os nossos representantes voltaram com a noticia que nossas porcoes haviam sido restituidas ao nivel normal e cantaram vitoria, esquecendo pelo que estavamos lutando. Que os meus colegas me perdoem, ate hoje me rio das caras deles.

Bom, se eu falar apenas a respeito do meu criticismo ao discurso do sr. Netanyahu ninguem a favor dele nem sequer lera. Porem peco ao leitor para estender meu criticismo aos dois lados. E aqui gostaria de sugerir uma solucao para o conflito no Oriente Medio. Esta nao eh a solucao. Eh uma sugestao e no final do capitulo pretendo colocar outra que penso ser uma solucao mais realista. A presente sugestao eh baseada no fato de que ambos lados desejam restaurar o dominio sobre a Palestina. E no meu ponto de vista so ha uma maneira de isso ser feito e atender as exigencias dos dois extremos em relacao `a posse da terra.

Em primeiro lugar precisamos voltar `a Escritura Biblica. Ambos lados reclamam o direito de primogenitura para herdar a terra. E nisso sou totalmente a favor dos direitos dos palestinos. Nao pelo que eles tem dito mas por causa do que esta escrito na propria Biblia. Eles se dizem os primogenitos de Abraao, atraves do primogenito dele, Ismael. E os israelitas exigem direito de primogenitura atraves de Isaac. Mas a realidade eh que: Ismael foi o primogenito de Abraao e Isaac foi o primogenito da esposa dele, Sarai ou Sara.

O conto tardio para transferir a primogenitura a Isaac eh falso. Por que? Deus Eh o Senhor do Tempo, Senhor do Conhecimento e Senhor da Sabedoria. Se Ele desejasse que Isaac fosse o primogenito de Abraao este teria nascido primeiro que Ismael. Primogenito eh aquele que nasce primeiro, antes dos outros. Entao, se Deus tivesse planos para Isaac ser primogenito Ele colocaria as coisas em ordem. Se Ele deixasse Ismael nascer primeiro para depois resolver dar o direito de primogenitura a outro, entao, Ele teria que ser um deus enganador como os feitos pelas maos e mentes humanas.

Em segundo lugar o conto eh refeito na descendencia de Isaac. Ele casou-se com Rebeca e ela ganhou gemeos. Esau, que depois passou a ser chamado de Canaan, nasceu primeiro. Jaco veio em seguida. Outra vez, nao importa se ha outro conto dizendo que Jaco, que depois assumiu o nome de Israel, roubou o direito de primogenitura de Esau. A decisao nao vem dos homens nesse caso porque Deus Determinou quem nasceria primeiro. E Deus Eh Pessoa de uma Palavra.

Se isso nao for o suficiente nos tambem podemos recordar o escrito em Esdras, 10. Resumindo, o texto descreve que o povo que voltou da Babilonia casou-se com mulheres locais. E elas tiveram filhos. Mas o ortodoxo Sequenias interpretou isso como transgressao contra o desejo divino e induziu primeiro ao Esdras e depois ao povo a fazer: “3 Nos nos comprometemos, com o nosso Deus, a despedir todas as mulheres estrangeiras e os filhos que tivemos com elas, conforme o conselho do meu senhor e dos que observam o mandamento do nosso Deus. Que a lei seja cumprida!”

Porem, a lei tambem diz: Dt. 24, 16: “Os pais nao serao mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela culpa dos pais. Cada um sera executado por causa de seu proprio crime.” Isso significa que, as criancas eram inocentes por qualquer pecado cometido pelos pais. Desde que elas foram punidas erroneamente elas nunca perderam o direito de pertencer `a Assembleia de Deus. Nos podemos apenas especular que tais criancas sao agora ancestrais de toda a populacao do Oriente Medio, entao, se o direito delas for respeitado, esta tambem sera descendente de Israel, com todos os direitos dados aos judeus.

E nao pensem que minha interpretacao esteja errada porque o texto do Deuteronomio fala a respeito de morte, portanto, tratando-se de algum pecado mais grave. O texto no Livro de Ruth, que seria melhor entitulado pelo nome completo dela: Ruth Moabita, narra como ela tornou-se a esposa do judeu Boaz. O povo moabita, segundo o texto da Torah, estava sob o mesmo decreto de exterminio atribuido a Deus e passado para os israelitas por Moises.

Para quem nao se lembra como o conto se desenvolve, Ruth e Boaz foram os avos de Jesse, pai do Davi, o famoso rei dos israelitas. Desde que Davi foi desculpado por ser descendente de um casamento proibido, posteriormente a mesma desculpa teria que ser aplicada em favor das criancas das quais o Livro de Edras fala. E a passagem no Livro de Ruth nos lembra disso: Se fosse algo verdadeiro abandonar as criancas dos exilados retornados da Babilonia, entao, toda a descendencia de Boaz tambem teria que ser expulsa de qualquer alianca, e isso inclui o rei Davi e a descendencia dele.

Nao desejo impor interpretacoes a ninguem. Mas precisamos ficar atentos para o que eh valido para alguns porque, se for verdade, entao sera valido para todos. E vejam o que esta escrito no Salmo 118, 22: “A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular.” E os que adotam uma interpretacao mais crista eu indicaria a sentenca atribuida a Jesus, por Mateus, no capitulo 21, 43-44: “Por isso eu lhes afirmo: o Reino de Deus sera tirado de voces, e sera entregue a uma nacao que produzira seus frutos. 44 Quem cair sobre essa pedra, ficara em pedacos; e aquele sobre quem ela cair, sera esmagado.”

Certamente, o que Mateus tinha em mente era que Jesus, que era judeu e falava a uma audiencia judia, estava falando a respeito do Reino de Deus ser tomado dos Judeus e entregue aos cristaos. Mas os cristaos, especialmente alguns interpretes modernos aqui dos Estados Unidos, nunca tomaram isso como garantido. Esses interpretes cometem o grande erro de pensar que a terra de Israel eh o Portal do Ceu.

Desde os tempos antigos os hebreus e outros atribuiram `aquele canto da Terra o titulo de Terra Santa, e Terra Prometida. Isso se deu pelo pensamento egoista deles. Se alguem me perguntasse onde eh a Terra Santa, na qual eu sinto como Santa, nao teria a menor duvida em dizer: eh onde nasci. Eu sei! Temos a velha tradicao dizendo que Terra Santa eh outro lugar qualquer. E eu perguntaria a quem quizer ouvir: Terra Santa deveria ser um lugar governado por paz ou governado por guerra?

O lugar que o povo hebreu chamou pelo nome de Terra Santa parece ser um lugar que atrai povo para fazer guerra e, na pratica, o povo la so fala a respeito de paz mas nao sabe pratica-la. Entao, comparando-se com isso nao tenho duvida, o lugar onde nasci se parece mais com uma Terra Santa que o outro chamado por tal nome. Mas este nao eh o problema. O problema eh, nao ha Terra Santa. Para que seja Santa ela teria que ter a vontade de nao praticar o mal. Mas terra nao tem vontade, portanto, a terra pode ser pura, porque os humanos nao teriam pecado sobre ela; ou contaminada, porque os humanos pecaram nela.

Mesmo assim, a minha Terra Santa continua parecendo pura porque nao temos tido guerras la ha muito tempo e o povo parece ser mais pacifico porque nao tem brigado. Porem eu sei, se eu dar o nome de Terra Santa ao lugar onde nasci, estarei sendo egoista. Por que? Porque estarei dizendo que Deus escolheu a mim e a meu povo para ser superior aos outros. E isso nao eh verdadeiro porque se acreditamos que: Deus Fez a Terra e o povo, entao, nao temos escolha senao admitir que todos os lugares na Terra eram puros desde a Creacao por Deus e ate os humanos eram puros. Porem o que permanece puro ou sera purificado depende da vontade humana. A humanidade contaminou, entao, a ela a onus de limpar.

Temos um ensinamento vindo de um judeu que creio ser mesmo verdade. O ensinamento eh este: “Portanto, se voce for ate o altar para levar a sua oferta, e ai se lembrar de que o seu irmao tem alguma coisa contra voce, 24 deixe a oferta ai diante do altar, e va primeiro fazer as pazes com seu irmao; depois, volte para apresentar a oferta.” Isto esta escrito no Livro de Mateus, 5, 23-24. E o judeu eh Jesus.

Eu sei! Alguns suspeitarao que estou usando o velho truque de recorrer a versos soltos da Biblia para impor minha interpretacao, como isso tem sido feito por estudiosos, leigos, pastores e sacerdotes. Mas eu jamais apontaria tais pequenas partes do texto se isso nao fizesse sentido diante do primeiro e segundo Mandamentos que estabelecem que, primeiro de tudo precisamos amar a Deus e como consequencia disso precisamos amar a Obra Dele.

Digo-vos, ao contrario do que eh largamente aceito, o conflito entre palestinos e israelenses tem haver com tudo, menos religiao. Religiao para mim eh praticar a Vontade de Deus e o que esta acontecendo pode ser tudo, menos isso. Nao importa o que um lado fala, se o que tem feito eh de acordo com o que Moises falou ou o outro lado diz que eh de acordo com o que Mohammad falou. A Vontade de Deus sempre foi, eh e sera a paz entre as creaturas Dele. Quem disser o contrario eh mentiroso.

O conflito eh exclusivamente a respeito de terra e posse. Nao eh espiritual, eh mundano. E os palestinos querem a terra em nome deles porque ela antes foi ocupada por eles. E os israelenses dizem que a terra pertence a eles porque agora tem a posse. Estes clamores nao sao perfeitos por nao levarem `a paz permanente porque abrem as portas para futuros eventos de guerra, porque se for assim, entao, facamos a guerra para decidir quem sera o futuro dono por direito conquistado.

Entao, a conclusao a qual cheguei eh esta: se ha paz possivel, seria sabio unir os territorios palestino e israelense para formar apenas um pais. Este nao poderia ser chamado de Palestina nem Israel. Ambos os nomes clamam separacao. E ambos os povos se arrogam o direito de descender de Abraao; seja entao chamado de Terra de Abraao. Deixem essa ser a terra para adoracao do Deus Unico que una judeus, muculmanos e cristaos. Ele Eh o Autor da vida. Iniciem, entao, a usar instrumentos para salvar vidas nao armas que as destroi.

Sei. O problema esta em que, o tempo longo de guerra feriu tanto a ambos os lados que nao existe confianca de um no outro. Esta eh a maior de todas as barreiras que ambos os povos precisam vencer. Mas se for feito passo-a-passo com verdade e boa vontade de ambos os lados, com a Ajuda dos Ceus, nao eh impossivel. Naquele tempo Jesus falou: “7 Felizes os que sao misericordiosos, porque encontrarao a misericordia. 8 Felizes os puros de coracao, porque verao a Deus. 9 Felizes os que promovem a paz, porque serao chamados filhos de Deus.” Mateus 5. Se qualquer dos lados desejar ser filho de Deus nao ha outro jeito senao fazer a Vondade de Deus e, entao, fazer as pazes.

Netanyahu anunciou que o problema sao os extremistas muculmanos e estes seriam aqueles que nao desejam fazer a paz. Entao, eu diria a ele: melhor sera que os israelenses se preparem para mudar porque a Historia ira se repetir de novo e de novo. E como os brasileiros dizem: “Pegaa porque este filho eh teu”. Como disse antes, o sionismo criou o extremismo muculmano e para desfazer o que foi feito eh preciso dar tempo para isso apos a proxima geracao se for; para que as viboras de ambos os lados percam o veneno. Os filhos da terceira geracao terao uma visao diferente de seus ancestrais; caso sejam criados na paz.

A criacao do Estado de Israel nunca foi um ato de paz. Os fundadores sabiam que isso seria uma declaracao de guerra para os anos seguintes. A guerra vinha no pacote junto com a criacao. Na criacao de Israel, a paz foi deixada de lado. O choro do primeiro ministro eh falso por essa razao. Os israelenses queriam a terra de qualquer maneira, mesmo que a decisao significasse guerra. E eles receberam exatamente o que barganharam.

Porei algo extra aqui, antes que me esqueca. A cena dos Estados Unidos suspendendo a contribuicao financeira para a Unesco seria comica se nao fosse tao tragica. Isso aconteceu porque a Autoridade Palestina recebeu o apoio total da agencia cultural da ONU depois de 107 votos a favor, 14 contra e 52 abstencoes. O que estava pensando a administracao do Obama? Tirar o dinheiro da educacao dos povos pobres e deixar um espaco em branco para as “industrias” como a Al Qaeda e outros assemelhados abrirem novas fabricas de terror? E eu pensei comigo mesmo: Santo esperdicio de inteligencia!

No comeco do discurso, o sr. Netanyahu fez referencia a muitos judeus serem famosos por trabalharem na literatura, artes e ciencias. E mencionou saber algo que os outros nao sabem do como lidar com o que acontece no Oriente Medio. Penso que ele queria mandar para o mundo uma continha nestes termos: Vejam o bem que o povo judeu tem feito pelo mundo, agora chegou a hora do mundo nos pagar e se colocar na nossa retaguarda, nao importa no que queiramos fazer. Bom, vamos questiona-lo?

Normalmente, atribuimos `a Renascenca o comeco da cultura ocidental moderna. E ela aconteceu por diversos fatores. Um deles foi a introducao do papel inventado na China, na Europa. Outro eh a redescoberta dos conhecimentos de romanos, gregos e outros. Curiosamente, os dois eventos foram proporcionados pelo Imperio Muculmano. Primeiramente, eles tornaram o uso do papel comum e acessivel. E em segundo plano, eles foram os que copiaram e mantiveram vivos quase todo o conhecimento mais antigo, para dai a Europa reaprende-lo atraves deles. Assim, nos devemos algo aos muculmanos, aos chineses, romanos e, pelo menos, gregos.

A exigencia dele parece ter grande parte de preconceito porque atras do que disse ha esse entendimento: Vejam o quao inteligente o povo judeu eh e voces nao tem a mesma inteligencia! Eu argumentaria com o sr. Netanyahu em outros termos. Talvez ele e todos os judeus possam ser mais inteligentes que eu. E eu os admiro pela inteligencia deles. Mas inteligencia sem sabedoria nao eh o suficiente. Talvez eu seja interpretado como ignorante por dizer isso mas eu recorro a um dos meus herois, este eh Einstein.

Penso que todos saibam que Einstein tem ancestrais judeus. Ele foi tao inteligente que conquistou o Premio Nobel em fisica. E a Teoria da Relatividade dele continua sendo usada como modelo para estudarmos os universos, pequeno e grande. Ele inclusive trabalhou secretamente para construir a bomba atomica que os Estados Unidos possuem. Agora, nao posso culpar ao Einstein porque outros querem fazer mal uso das descobertas dele. Mas chega a ser ironico que: ele foi o cranio por tras da bomba atomica e agora o povo dele teme que isso seja usado contra si mesmo. Ele teria sido sabio se tivesse promovido a paz antes de revelar o que a ciencia dele seria capaz de fabricar.

Nos sabemos o quanto o povo judeu foi perseguido durante a Historia. Atraves da Biblia a gente ja conhecia as destruicoes dos Templos e a escravidao que o povo foi submetido. Nos sabemos o que os romanos fizeram, em dose dupla, em 66 e 140 d.C. Isso resultou na Diaspora. Depois veio a Inquisicao, a qual foi usada tanto contra judeus quanto muculmanos. O mais recente foi o Holocausto. Vejo um padrao nisso. E perguntaria ao leitor: O que todos estes eventos tem em comum uns com os outros? Somente a Inquisicao eh um pouco diferente. Darei tempo ao leitor para meditar a esse respeito, e responderei depois nesse capitulo.

Deixe-nos, entao, analisar algumas afirmacoes do sr. Netanyahu no discurso e verificar se sao verdadeiras por completo como ele falou que seriam. Ele negou o titulo de racista. Talvez ele esteja certo nisso. Racismo tem que ser algo envolvendo raca. E como hoje-em-dia os cientistas tem dito, nao temos diferencas suficientes para classificar a especie humana em racas. No passado nossos ancestrais classificaram como raca alguns aspectos visuais como: asiaticos, africanos e europeus.

O problema eh este, mesmo que tenhamos algumas caracteristicas especificas existem, por exemplo, algumas familias do povo africano que sao mais diferentes entre si mesmas que elas sao dos europeus. E a diferenca entre alguns africanos e alguns europeus eh tao pequena que eles nao podem ser classificados como racas diferentes. Dai nao podemos dizer: o governo israelense eh racista.

O que podemos dizer com certeza eh, ele eh preconceituoso. E o proprio Netanyahu mostrou isso para nos quando declarou que, ele nao admitiria milhoes de palestinos em Israel. Por que nao? Palestinos e israelenses sao supostamente primos, com milhoes de mesmo ancestrais desde 4.000 para ca. Israel abriu as portas para judeus do mundo inteiro. Inclusive para o povo Lemba da Africa, que primeiro foi rejeitado em Israel mas passou a ser aceito quando o exame de DNA provou a ascendencia judaica dele.

Mas a descendencia dos palestinos que foram exilados de cerca de 60 anos para ca esta proibida de entrar em Israel, porque ela pratica a “perigosa” religiao islamica. O que fica claro nessa situacao eh que: o governo sionista nao deseja mais muculmanos nos arredores porque eles podem se tornar politicamente mais forte que a comunidade judaica e o governo “democratico” teria que submeter-se a um novo equilibrio, onde os judeus seriam minoria. Benjamin deveria saber que isso faz parte da democracia e ele com o governo dele nao estao jogando pelas regras democraticas. Dai, isso nao eh racismo, eh preconceito.

Ele tambem fez outra afirmacao verdadeira. Resolucoes da ONU nao asseguram paz. Paz so pode vir atraves de negociacoes diretas entre os adversarios. Isso eh verdade. Porem eu relembro, ja ha muito tempo Israel vem evitando falar com os inimigos dele. Entao, uma coisa eh o falar e outra bem diferente eh o que esta sendo praticado.

O sr. Netanyahu defendeu a tese de que os palestinos querem um Estado mas nao querem garantir a seguranca do Estado de Israel. Bom, algo parecido se deu em 1.948 quando o Estado de Israel foi criado contra a vontade dos palestinos, dai, se o oposto for feito sera jogo limpo. O relacionamento entre Estados obedece a lei da reciprocidade. Aqui nao estou defendendo a hipotese de que Israel deva ter inimigos como vizinhos. Estou apenas lembrando os fatos e passando isso em palavras modestas. Se Netanyahu nao deseja inimigos em volta, ele deveria correr e fazer a paz com todos os inimigos dele.

Ele mencionou o sr. Ahmadinejad como: “aquele homem”, dizendo: nao se deveria permitir a ele possuir armas nucleares e fez a acusacao de que: armas nucleares nas maos deles seria o mesmo que por tais armas nas maos de terroristas. Ele tambem disse: os lideres precisam ver as coisas como elas sao, nao como elas deveriam ser.

Bom, vejamos o Mapa Mundi. O Iran nao eh uma ilha isolada. Ao redor temos: Paquistao, India, Coreia do Norte, China, Russia e Israel. Todos possuem armas nucleares. Suponham que qualquer um deles ataque o Iran; Israel saira em defesa do Iran ou o Iran tera que defender-se sozinho? E qual a garantia que Israel daria que o Iran jamais sera atacado pelos outros? Claro, nenhuma. Dai, o Iran esta so. E eu nao tenho certeza alguma de que os outros viriam em socorro do Iran em caso de Israel ataca-lo. Pela lei da reciprocidade o Iran tem o direito de possuir armas nucleares.

De novo, eu sou totalmente pacifista. Penso que todas as nacoes que tenhem armas nucleares deveriam comecar a conversar para, na medida do possivel, eliminar todos os armamentos nucleares. E, gradualmente, desmantelar a maioria dos armamentos convencionais no mundo. Nos deveriamos possuir somente armamentos para combater ou remover as consequencias de desastres naturais. Deveriamos transformar todos os nossos instrumentos de guerra em instrumentos agricolas. Mas se eu fosse um advogado, nao teria argumentos para defender a proposta do primeiro ministro de Israel desde que, contrario `as leis, Israel possui armas nucleares.

A reciprocidade esta em que, o sr. Ahmadinejad precisa enxergar a realidade como ela eh, nao como deveria ser. E a verdade esta em que, a menos que ambos os lados se falem, nunca teremos solucao, mas as guerras provavelmente acontecerao. As guerras sao o problema e nao a solucao. Fingir-se de inocente neste caso nao ajudara ao sr. Netanyahu nem ao povo de Israel. Ele precisa ser menos ator e mais heroico. Parece-me que ele precisa mais coragem para fazer a paz do que fazer guerras.

Supoe-se que os lideres sao aqueles que transformam a Historia daquilo que ela eh naquilo que deveria ser. Lideres que sao incapazes de fazer isso deveriam ser humildes e cair fora do governo para deixar que os capazes facam o trabalho. Nao eh suficiente dizer que os outros nao querem o que eu quero. Os outros sempre nao querem o que eu quero. E foi por essa razao que as mesas de negociacoes foram criadas.

A pressao que os Estados Unidos vem impondo ao Iram para ele abandonar suas ambicoes nucleares eh ironica. Aqui nos temos a lei mais permissiva de porte de armas por civis em comparacao com todas as nacoes industrializadas. E todas as vezes que algum cidadao preocupado menciona que isso precisa ser controlado, o lobby a favor da lei vem rapido e furioso contra. Mesmo sabendo que, a cada ano uma cidade inteira eh assassinada pelas armas que eles promovem. A ironia esta em que, sabendo como o relacionamento entre nacoes podem deteriorar, os Estados Unidos quer decretar que: algumas nacoes nao podem possuir certas armas para defenderem a si mesmas!

O sr. Netanyahu tambem afirmou que a militancia extremista islamica nao eh contra as politicas de Israel, ela eh contra a existencia de Israel. Completou dizendo que a militancia islamica eh racista com isso. Outra vez, raca nao eh o problema desde ambos os povos seriam da mesma raca. Posso inclinar-me a aceitar a acusacao de preconceito nao racismo. E ambos os lados empatam nisso. Mas tambem inclino-me para relembrar que se o Estado de Israel tivesse sido criado no territorio brasileiro, americano ou outro lugar qualquer e Israel estivesse colocando a mesmas politicas nestes lugares, provavelmente ele ja teria tomado um chutao, ou o problema seria identico.

O problema esta em que: as politicas israelenses sao erradas, pura e simplesmente. E os extremistas nao podem ser acusados de racismo neste caso porque, se fosse qualquer outro povo fazendo o mesmo e nao Israel, pondo em pratica as mesmas politicas, a disputa seria a mesma. A remocao do povo palestino da terra para ser substituido pelo povo israelense nao eh diferente do que Stalin fez, movendo povos de um lugar para outro para satisfazer seus proprios propositos.

O primeiro ministro tambem alegou que ele nao trocaria terras pela paz porque isso ja fora feito antes, sem resultados. Deisem-me repassar aqui uma inspiracao que tive no meio da noite passada, 10 para 11 de abril de 2.012. Enquanto religiao for mais importante para voce que a paz, voce tera guerra. Enquanto a terra para voce for mais importante que a paz, voce tera a guerra. Voce ama religiao e terra. E essas sao coisas que nao podem retribuir-lhe o amor. Entao, comece a amar povos porque somente o seu semelhante eh capaz de corresponde-lo.

Nao sei o quao familiarizado o sr. Netanyahu esta com a Biblia Crista mas nela tem um texto atribuido a Jesus que eh assim: “43 Voces ouviram o que foi dito: “Ame o seu proximo, e odeie o seu inimigo!” 44 Eu, porem, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem voces! 45 Assim voces se tornarao filhos do Pai que esta no ceu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. 46 Pois, se voces amam somente aqueles que os amam, que recompensa voces terao? Os cobradores de impostos nao fazem a mesma coisa? 47 E se voces cumprimentam somente seus irmaos, o que eh que voces fazem de extraordinario? Os pagaos nao fazem a mesma coisa? 48 Portanto, sejam perfeitos como eh perfeito o Pai de voces que esta no ceu.”

O que corrobora com isso esta no Livro de Genesis, capitulo 17, 1: “Quando Abrao completou noventa e nove anos, Jave lhe apareceu e disse: “Eu sou o Deus todo-poderoso. Comporte-se de acordo comigo e seja perfeito…”

Jesus sempre nos estimula a fazer coisas que parecem surpreendentes. Mas elas para mim sao perfeitamente logicas. Ele tambem nos pediu para sermos como o Pai que esta no Ceu. Imagine que loucura tal proposicao eh! Ninguem pode ser como Deus, mas nos podemos observar o exemplo Dele e, pelo menos, fazer algo semelhante a Ele. E, como ja falei antes, o Universo eh grande de tal maneira que nao entra direito em nossa imaginacao, e somos nao mais que poeira no interior dele. Porem, Deus Ama mais a poeira que as coisas maiores porque a poeira eh capaz de retribuir o Amor Dele e as maiorais nao. Benjamin Netanyahu deveria tentar amar aos inimigos dele porque eles tem a capacidade de retribui-lo. Talvez ele seja surpreendido se tentar.

Deus nao eh propriedade de muculmanos ou judeus. Melhor eles se submeterem a Ele e tudo se resolvera. Nos, os outros, aprendemos com os antigos hebreus e arabes como viver em paz. Nao eh ironico que na presente situacao onde os arabes e judeus sao supostos mostrar-nos como por a paz em pratica mas eles nao saibam como fazer-se isso?

Ao falar nas pequenas dimensoes de Israel, o primeiro ministro tentou justificar a ocupacao de terras como desculpa de assegurar a sua seguranca. Mas a ocupacao nao esta assegurando sua seguranca e esta pondo na cumbuca a existencia de Israel. Hoje temos um padrao de armamento que Israel usa para dizer: nossa seguranca eh determinada pelo alcance dele. Amanha os armamentos terao um alcance maior, dai Israel tera que ampliar a ocupacao. Depois de amanha isso acabara em muito mais problemas e ambos os povos sofrerao mais e mais. Nao importa os custos, a paz eh que precisa ser alcancada.

Ele teve a audacia de sugerir isso: se Israel implantasse bases militares no territorio palestino nao seria considerado um ato de agressao. E para defender a ideia deu os exemplos dos Estados Unidos terem bases dentro do Japao, Alemanha e Coreia do Sul. Tambem de outros paises tendo isso em outros paises sem que percam a soberania. Vamos esquecer a Historia de tais bases e focarmo-nos somente no que elas significam agora. Japao, Alemanha e Coreia do Sul tem vizinhos que tem armamentos nucleares e tem medo de ser atacados por eles. Como eh suposto que nao tenham tais armamentos, escolheram tolerar as bases americanas nos seus territorios porque tem mais confianca nos Estados Unidos que nos outros.

Eu presumo que, para os palestino, Israel possuir bases em seu territorio seria o mesmo que a antiga Uniao Sovietica ter bases na antiga Alemanha Ocidental; seria o mesmo que o Japao permitir `a China instalar bases no territorio dele e a Coreia do Sul deixar a Coreia do Norte ter bases nela. Infelizmente, para o sr. Netanyahu, a proposta dele nao faz nenhum sentido. O problema eh a falta de confianca mutua. Israel nunca trabalhou para construir um relacionamento baseado em confianca com seus vizinhos. Eles tem os motivos deles para nao confiarem em Israel. Se as bases forem criterio, temo que nao teremos paz alguma!

Entre outras coisas, o primeiro ministro de Israel tambem disse: Os assentamentos nos territorios palestinos nao sao motivo para o conflito. Os assentamentos seriam uma consequencia dele. Mas nao importa o que aconteceu primeiro porque no presente o resultado eh o mesmo. Israel rejeita acabar com os assentamentos e os palestinos rejeitam fazer a paz enquanto eles existirem.

Essas coisas tornam valido o meu ponto de vista de que poderia haver alguma esperanca se ambos os lados adotassem apenas um pais, que poderia ser chamado de Terra de Abraao, onde nao houvesse separacao e ambos os povos tivessem onde viver. Assim, Jerusalem nao seria a capital palestina ou capital israelense. Seria a capital da Terra de Abraao. Ambos os povos teriam que fazer acordos em todos os outros detalhes com o focus num objetivo maior que seria: as tantas coisas mais que terao que entrar em acordo durante todo o milenio.

Como eu tenho ensinado com respeito ao assunto genealogia, nao podemos focar nossas acoes pensando apenas em nos mesmos, nossos filhos e nossos netos. Como Deus nos deu uma capacidade reprodutiva tao espantosa que nos podemos nos tornarmos ancestrais de mais de 16 bilhoes de pessoas, vivendo ao mesmo tempo no final de 1,000 anos, e cada geracao tendo apenas 2 filhos; a menos que um lado destrua o outro, a descendencia do sr. Abbas ira casar-se com a descendencia do sr. Benjamin Netanyahu.

Nao importa se o sr. Netanyahu e o sr. Abbas quererao isso ou nao. Se os muculmanos extremistas e judeus extremistas quizerem ou nao. A decisao sera da descendencia e nao dos ancestrais. E se ambos os lados realmente desejam a paz, os casamentos virao mais cedo do que tarde. Dai, a melhor decisao eh comecar a planejar a amar ambas as descendencias porque elas serao uma e a mesma. Os patriarcas de hoje deveriam agir melhor que Abraao. Abraao tornou-se patriarca de todos nos mas nunca prestou atencao em nos de hoje. Ele teve seus filhos mas nao foi capaz de ensina-los a se amarem. A gente pode nao ser capaz de ser melhor que Abraao, mas pelo menos podemos tentar.

Ta bom! Nao estou esquecendo que o sr. Netanyahu e o sr. Mahmoud Abbas nao sao cristaos e tem o direito de nao se conduzirem pelos ensinamentos cristaos, a menos que os mesmos ensinamentos facam parte da Biblia judaica e do Corao. E eu preciso avisar a todos que, o que eu creio ser cristao com respeito a Jesus eh mais proximo `a visao judaica e islamica do que o que meus irmaos cristaos creem. Meu credo cristao esta mais proximo do credo das pessoas que ficaram conhecidas como arianas.

Acredita-se que a teologia ariana surgiu com os primeiros cristaos. Eles rejeitavam a Trindade crista. Acreditavam que Deus fosse uma unica Pessoa. Jesus e o Espirito Santo sao ajudantes e nao propriamente Deus como foi imposto no Concilio de Niceia, em torno dos anos 300 apos `a morte de Jesus. Esta teologia ficou conhecida como Arianismo porque, naquele tempo do Concilio de Niceia, o defensor mais importante dela foi chamado de Arius, um presbitero de Alexandria.

Eu tinha que deixar isso claro porque nao eh a minha intencao ser tomado por um sacerdote cristao querendo converter muculmanos e judeus. Meu objetivo aqui eh pedir-lhes para praticarem a Vontade de Deus. Nao importa para mim a forma que nossos irmaos escolheram para adora-Lo. Se na forma islamica ou judaica. O que importa mais eh isso: no final, todos sejam chamados de Filhos de Deus. E o Filho de Deus eh aquele que pratica a Vondade Dele.

Igual a ambos povos, eu tenho imensa dificuldade no crer na teologia crista dominante. Eh dito que: Jesus eh Deus e nosso salvador pessoal. O que os cristaos acreditam eh que: Jesus morreu por nos, e se alguem aceita-lo e ser batizado, sera salvo. A minha dificuldade em aceitar tal teologia esta nas bases dela. A Escritura Crista fala que, Jesus sabia que seria morto e mesmo assim entrou em Jerusalem onde era esperado que ele morresse e alegou isso ser necessario. O problema esta em que: a mesma Escritura atribui a alguns o pecado de assassina-lo. Como ele sabia o que estava por acontecer, e mesmo assim ele nao evitou o pecado, entao, ele era suicida. Entao, estao ai dois pecados, o assassinato e o suicidio. Eu nao creio que tais pecados possam salvar a mim ou a outros. O pecado nao nos salva.

Dai, o que eu acredito eh. Nos podemos eliminar a parte da teologia crista que atribui um poder magico `a morte de jesus para salvar-nos e credita-lo como profeta que nos tras alguma Sabedoria Celestial. Para mim, O Messias ou Cristo nao eh uma pessoa mas a Sabedoria e Conhecimento de Deus. Quando as gente a pratica, pela Misericordia de Deus, podemos ser salvos. Jesus nao eh Deus e nem mesmo o Messias. Ele eh parte Dele, como todos os profetas sao. Mas mesmo sendo parte do Messias todos os profetas mantem o poder humano de cometer erros.

Por isso, Escritura alguma esta isenta de conter enganos. E, por essa razao, nos temos que buscar a Sabedoria de Deus para sermos inteligentes o suficiente e sermos capazes de separar o que eh trigo e o que eh joio dentro das Escrituras. Precisamos ser sabios o suficiente para pormos em pratica aquilo que for considerado Sabedoria de Deus.

E eu citaria mais uma sabedoria da Biblia, ela vem do Livro de Habacuc, capitulo 2: “12 Ai de quem constroi com sangue uma cidade, e com o crime funda uma capital! 13 Nao provem de Jave dos exercitos que os povos trabalhem para o fogo e que as nacoes se afadiguem inultimente? 14 Pois a terra inteira estara repleta do conhecimento da gloria de Jave, tal como as aguas enchem o mar.” Aconselho que leiam todo o capitulo 2 de Habacuc. Procurem a Sabedoria de Deus com toda a forca de cerebro e mente, ponham em pratica o resultado disso e assim havera paz.

Deixem-me relembra-los algo que lembro-me de ter assistido na televisao alguns anos atras. Nao tenho absoluta certeza qual das guerras estava havendo, talvez tenha sido a do Yom Kippur. E eu vi a entrevista de um casal mais velho que havia acabado de perder o unico filho. Eles diziam que: a genealogia havia sido mantida por milhares de anos, eles sabiam exatamente como milhares de ancestrais deles se chamavam e num evento unico isso havia sido tomado, porque a esposa era muito idosa para gerar outro filho. E ate hoje tenho o impulso de ser solidario ao casal. E eu perguntaria `a lideranca de ambos os lados: Por que elas se mantem tentando a Deus para deixar isso se repetir com ambos os povos?

Eu sei! O casal nao sera culpado pela morte do proprio filho. Embora nao tenha conseguido enxergar as coisas pelo lado bom. Deus proveu uma capacidade tao espantosa para as formas de vida se reproduzirem que ele sera representado pela presenca dos sobrinhos e sobrinhas. Se nao tiverem nenhum, isso podera ser feito pelos primos atraves dos avos, bisavos e assim vai.

A passagem do DNA de geracao em geracao eh uma forma de a gente viver quase para sempre. O que passamos `a nossa descendencia eh praticamente a poeira de nos mesmos e esta poeira contem a receita que ira forma cada tecido que forma nossa descendencia e eh responsavel por assegurar que nos seremos lembrados de alguma forma ou outra na Presenca de Deus. Isso funciona exatamente como uma planta com sementes que parece morrer, porem, se mantem viva nas sementes. E as geracoes veem e vao mas a vida nao cessa. Antes de a planta morrer a vida ja esta presente em suas sementes.

Antes de continuarmos deixem-me por a resposta `a questao que prometi. Eu tinha falado a respeito das varias vezes na Historia em que o povo judeu foi perseguido e perguntei: O que tais eventos tem em comum entre si? Minha resposta eh esta: exceto por alguns, conhecidos como profetas, ninguem estava esperando as coisas se tornarem tao ruins como se mostraram. O povo foi massacrado inclusive sem a culpa que os “interpretes” atribuiram nos escritos. Aqueles escribas que interpretam acontecimentos ruins como se fosse punicao por Deus.

E na maioria das vezes o massacre era perfeitamente evitavel se o povo tivesse o bom senso de flexibilizar suas opinioes. Oucam, eu nao estou culpando as vitimas pelos pecados dos outros. Tomemos a Segunda Revolta judia contra Roma, ocorrida em torno de 132-135 d.C., e liderada por Simao Bar-Kokhba. A revolta foi um sucesso no comeco e virou um desastre no fim. Se alguem soubesse disso, que o fim estava proximo, e mantido a Historia como ela se deu, nao teria que ser chamado de suicida?

A revolta resultou em massacre, escravidao e Diaspora. O massacre sofrido pelo povo judeu durante a Segunda Guerra nao foi diferente. O que foi diferente eh que, na revolta o povo judeu estava se defendendo com armas nas maos, pelo menos os soldados estavam. E na Segunda Guerra o povo estava desarmado. Entretanto, o resultado foi parecido, Simao Bar-Kokhba eh considerado heroi e Hitler vilao. Em ambos os casos o sofrimento foi o mesmo. As consequencias eh que foram contrarias. A revolta levou a quase 2.000 anos de exilio e suas consequencias se fazem sentir ate hoje. O Holocausto abriu as portas para o povo voltar `a terra.

Baseando somente nas consequencias, quem deveria ser chamado de heroi? Hitler ou Simao? Povo, povo, povo! Nao tirem conclusao alguma. Se o que Simao fez, pensando que estava fazendo o melhor para o povo, tera mais de 2.000 anos de consequencias, por que voces esperariam que o que Hitler fez, sabendo que estava fazendo coisas mas, nao tera consequencias piores? Hitler fez o que fez sem levar em consideracao suas proprias origens judias. E o povo judeu, como em outras vezes, escolheu voltar ao abatedouro. E o tempo esta chegando rapido mas nao sabemos quando.

Oucam isso com mais cuidado. O sr. Netanyahu defendeu a ideia de que os extremistas muculmanos nao descansarao enquanto nao matarem ou expulsarem cada judeu da terra. Eu nao garantiria isso. Porem, enquanto nao houver confianca reciproca este sera o desejo deles. Dai eu penso que seria mais sabio por parte do povo judeu ter um plano B para conquistar a confianca do mundo muculmano. Isto podera parecer chocante para a comunidade judaica mas a melhor maneira de fazer isso eh: voluntariamente deixar a terra e voltar ao exilio.

Eu sei. Isto eh algo duro ate de pensar nele. Mas eh preciso ser feito em nome do amor. A mensagem aos palestinos seria esta: nos vos amamos mais que a terra que eh apenas uma coisa e nao nos pode retribuir amor. Penso que os Estados Unidos e outros paises nas Americas podem tornar-se de grande ajuda, oferecendo a cidadania a todos que decidirem fazer isso. Inclusive o Brasil, Canada ou os Estados Unidos poderiam dar boas vindas `a comunidade judaica por inteiro, porque o territorio continental deles eh praticamente vazio.

Os tres paises possuem uma comunidade humana diversificada. Isso podera ajudar na absorcao de milhoes de judeus num relativo periodo curto de tempo. E a comunidade judaica ira levar ao pais escolhido a sua tecnologia, que seria bem vinda por qualquer um. E de qualquer lugar que a comunidade estiver, ela podera manter os esforcos para ajudar nao apenas aos palestinos mas toda a comunidade arabe que confrontara um grande numero de desafios num curto periodo de tempo porvir.

Nem todos teria que sair. Uma parte da comunidade judia nao tem problemas quanto ser governada por oficiais muculmanos. Muitos poderiam ficar e ajudar na nova economia porque, enquanto o pais se tornar pacifico, o turismo ira aumentar. E a comunidade judia que deixa-lo gostara de voltar algumas vezes para ver a terra dos ancestrais dela. E muitas atividades, como arqueologia, demandarao pessoas especializadas de ambos os lados.

Nos ja sabemo que o petroleo logo findara. As comunidades arabes terao de enfrentar a escassez de agua. Isso, mais a superpopulacao, podem ser os fatores de guerras tenebrosas se nao forem resolvidos com propriedade. Ajudando aos outros construir-se-a a confianca reciproca. Em oposicao a isso, o esforco para manter Israel num ambiente de odio mais os problemas que estao por vir, nao dara prosperidade a nenhum dos lados. Isso, possivelmente, terminara em massacre de um ou outro, ou de ambos.

Se isso for feito, o povo israelense perdera um pais mas ganhara o mundo. Isso sera dificil apos tantos sacrificios. Eu proprio posso dizer isso porque sou um migrante. Da experiencia brasileira de ser uma populacao migrante temos uma sabedoria: “A gente deixa o Brasil mas o Brasil nao sai da gente.” A gente continua sentindo que o Brasil eh o local mais apropriado para vivermos mas nossas criancas ja pensam diferente. Elas amam o Brasil como um lugar para viajar e ser bem recebidas. Mas elas sentem que, qualquer que seja o lugar que tenham nascido, la sera o lugar mais apropriado para elas. Dai, o sacrificio eh somente por uma geracao.

Mas os prospectos nao terminam ai. Conquistando a confianca mutua e a comunidade judaica e outras ajudando a resolver os problemas do mundo, isso abrira as portas para a verdadeira amizade entre os povos. E, eventualmente, a descendencia do sr. Netanyahu casar-se-a com a palestina. E mesmo que isso seja um unico caso, cem anos apos hoje, e a descendencia for frutuosa com as Bencaos de Deus, no final do milenio todos os habitantes do Oriente Medio serao descendentes do sr. Benjamin Netanyahu.

O mesmo se dara com todos os membros da atual comunidade judaica de hoje e cada uma das pessoas vivendo no Oriente Medio 1.000 anos depois sera, simultaneamente, descendente de toda a comunidade judia vivendo hoje. Isso so depende da boa vontade de todos hoje e das Bencaos de Deus.

E sabe do mais? O mesmo povo que vivera no Oriente Medio daqui a 1.000 anos sera, simultaneamente, descendente de toda a comunidade arabe que vive no Oriente Medio hoje. Tudo depende apenas de boa vontade. Se a paz for preferida ao contrario do odio, a mesma populacao do Oriente Medio daqui a 1.000 anos sera tambem, simultaneamente, descendente de todos nos vivendo hoje. E toda a populacao do mundo inteiro daqui a 1.000 anos tambem sera, simultaneamente, descendente de toda a comunidade arabe vivendo no Oriente Medio de hoje.

Oucam! Isso nao eh magiaca. Eh verdadeiro e vem de Deus. Ele nao fez tal promessa somente a Abraao. Ele Permitiu a todos nos ter o mesmo poder potencial de nos tornarmos pais de muitas nacoes, princesas, principes, rainhas e reis. A minha unica tristeza ao revelar isso eh nao ter o Malba Tahan aqui para ver o discipulo dele. Malba Tahan foi um diplomata persa, viveu no Brasil e foi autor do livro: O Homem que Calculava. Malba conquistou o Brasil com sua sabedoria e literatura. As criancas da minha geracao acreditavam que ele fosso um verdadeiro brasileiro mas ele eh universal. Nos tambem precisamos aprender a tornarmo-nos universais.

Bem, se a posse da terra eh o problema de qualquer um em conflito, lembrem-se disso: Atraves da paz e amor nossa descendencia sera dona do mundo. Atraves das guerras todos estaremos em risco de ter a tristeza de nossa descendencia ser eliminada e nao ganharmos senao a terra que estara colada aos nossos ossos.

Das Escrituras nos temos o conto de Davi e Golias. Mas este eh conto de um so lado. Depois do combate e da vitoria de Davi e a Historia continuar, agora sabemos que boa parte da populacao humana eh descendente de Davi. Porem, o texto dos livros bilbicos so contam o que aconteceu do lado judeu. Mas nao eh dificil deduzir que, Golias era um principe junto aos filisteus. E assim ele, provavelmente, teve uma grande familia. A Biblia tambem afirma que: Davi e seu filho Salomao tiveram centenas de esposas.

Nao seria surpresa alguma se uma ou mais dessas esposas fossem descendentes de Golias. Isso era praticado porque era uma forma de se dominar um povo conquistado. Porem, os filhos de mulheres descendentes de Golias, com Davi ou sua descendencia, seria considerados descendencia propria de Davi. Os textos apenas mencionam vagamente as esposas mas somente alguns filhos nascidos delas. Isso eh porque a descendencia nao citada nao seria considerada sucessora ao trono por direito. Mas era considerada boa o suficiente para casar-se como outros membros da comunidade judaica.

Eles pensavam naquele tempo que, uma forma de purificar a descendencia interracial era casando-a por varias geracoes com judeus puros. Porem, mesmo a descendencia de judeus puros seria, verdadeiramente, descendencia de Golias tambem. E isso eh o que aconteceu mais provavelmente. Todos os judeus e palestinos de hoje sao, mais provavelmente, descendentes de Davi e Golias ao mesmo tempo. Eles sao, provavelmente, inclusive descendentes de Raab tambem (Josue, 2, 1). O mesmo se da conosco, atraves de nossa ascendencia em Abraao.

Sabendo de tudo isso, eh facil para mim amar toda e cada uma pessoa no Planeta Terra. Eu sei, com as Bencaos de Deus, minha descendencia ira se multiplicar tanto quanto Ele Permitiu a toda e qualquer pessoa. Dessa maneira sera impossivel que no futuro a minha descendencia nao seja uma e a mesma descendencia de todas as pessoas vivas com a capacidade de reproduzir-se hoje. Entao, amar e cuidar de todas e cada uma das pessoas vivas hoje sera o mesmo que amar e cuidar da minha propria futura descendencia.

O leitor percebe a vaidade que sao as guerras? Se os israelenses fizerem o sacrificio de abandonar a vaidade de possuir a terra, o Iran podera ser persuadido a tambem abandonar suas ambicoes de possuir armamentos nucleares. Diga-se a verdade, as sancoes nunca irao atingir o objetivo de paz permanente e, ao contrario de todas as nacoes imporem sancoes ao Iran, ele poderia ser estimulado a juntar-se `as forcas de paz para ajudar a convencer os vizinhos dele a tambem abandonarem suas ambicoes de manter suas armas nucleares. Nos precisamos desligar o focus que pomos em nossos inimigos, fazendo a paz com eles, para focar nas solucoes para que toda a nossa descendencia fique em paz durante todo o proximo milenio.

Se ha alguma, as descendencias dos sr. Netanyahu e do sr. Ahmadinejad irao casar-se entre si. Eh melhor que isso venha mais cedo do que tarde. Isso eh inevitavel. A menos que ambas ou uma seja eliminada. Seria melhor para eles nao porem barreiras no trabalho da paz, para que suas descendencias nao os condenem. Como sabemos, logo cada um deles nao estara mais no poder e rapidamente, comparando-se com um milenio, eles se irao. Seria preferivel serem lembrados como promotores da paz que qualquer outra coisa. Nao apenas para si mesmos mas para a propria descendencia deles. Como Deus, nos deveriamos amar mais a poeira que podemos passar atraves dos milenios que a nossos corpos que virarao poeira de verdade.

O discurso de Netanyahu me parece ser algo da filosofia que propoe: “Nunca duvide da estupidez humana.” Eu prefiro crer nisso, nunca duvide da Sabedoria de Deus, que Eh Quem fez a humanidade com capacidade de escolher praticar as coisas boas e as ruins em diferentes partes de sua vida. Ate agora nos praticamos as coisas ruins, entao, chegou o tempo de escolhermos o outro caminho.

Os povos israelense e palestino precisam por em mente algo, antes de tomarem qualquer decisao no destino de um e outro. Agora o mundo inteiro esta conectado de varias maneiras. O que acontece no Oriente Medio nao fica so no Oriente Medio. Todos os cantos do mundo serao mais ou menos afetados pelas decisoes deles. E, por isso, o mundo inteiro podera decidir deixa-los na geladeira enquanto nao tenham uma solucao melhor. Tomem esse comparativo nao como algo a ser copiado. Se uma pessoa tem um cancer pequeno, o que o Senhor do Universo deveria fazer: eliminar a pessoa e salvar o cancer ou fazer o contrario? Eliminem a maldade que ha em voces mesmos porque essa eh a unica maneira de salvar a descendencia de Abraao.

Nos todos sabemos que Nosso Pai que Esta no Ceu tem Vontade que todos nos sejamos mutuamente verdadeiros e que facamos a paz. Por que entao voces ouviriam suas proprias vaidades e fariam suas proprias vontades? Nos ja sabemos que: A Vontade de Deus tem apenas consequencias boas. E a vontade dos homens pode tambem ter boas mas sempre tem mas consequencias. Para mim, mesmo que algumas vezes praticar a Vontade de Deus eh como um peso, eu sei que eh melhor praticar a Vontade Dele porque o tempo ira mostrar que essa eh a melhor escolha.

Em particular para os judeus eu diria que: Nos nao cremos que Jesus morreu por nos e nao creditamos a morte dele como nossa tabua da salvacao. Para mim esse eh um sabio entendimento. Mas a gente tambem pode entender que, se ele fez o que esta escrito na Biblia crista, sacrificando a si mesmo, pensando que poderia ajudar aos outros, nos poderiamos tomar isso como um sinal. O sacrificio de judeus pelos romanos, o sacrificio dos judeus em Masada e o Holocausto tambem nao ajudam a ninguem ir para o Ceu. Mas o sacrifio da terra pode salvar milhoes de vidas e, certamente, pora milhoes de almas no caminho do Ceu. A escolha eh de voces. Voces nao precisam sacrificar suas proprias vidas num altar impuro para serem a salvacao do mundo. Nem precisam coloca-las em risco e tentar a Deus. Qualquer que seja sua decisao, tentem alcancar a solucao permanente, nao apenas concretizar suas proprias vontades.

Ontem, 14 de abril de 2.012, Tarek Mehanna recebeu uma pena de 17,5 anos de prisao. Ele eh um homem que morou aqui no Estado de Massachusetts. Foi acusado de conspirar para ajudar a Al Qaeda. O que foi dito eh que, ele fez traducoes de material produzido pela Al Qaeda, com a intencao de recrutar membros. Tambem teria tentado receber treinamento militar e planejara matar americanos no exterior. Tambem foi dito que, ele falhou em todos os objetivos dele. Nao critico a justica americana. Nao tive informacoes suficientes a respeito do caso e acredito que a condenacao dele foi provavelmente justa.

O que me incuca eh isso, se tomarmos a maioria das acusacoes `as quais ele foi sujeito e transferi-las para o ex-presidente George W. Bush e seus auxiliares, acredito que eles deveriam ser condenados pelos mesmos crimes. Tarek Mehanna foi uma ineficiencia completa nos objetivos dele. Ele nao matou, nao recrutou e so mostrou suas opinioes radicais erradas. Bush e auxiliares conspiraram, levaram milhares de americanos `a morte e promoveram a Al Qaeda de tal maneira que ela veio de um simples escritorio de terror a transformar-se numa multinacional nisso. E os conspiradores nao serao nem considerados para ser punidos. Se o objetivo destes fosse manter a paz, tambem foram completamente ineficientes nisso.

Eu disse antes que: o evento da Inquisicao Espanhola foi algo diferente dos outros tempos em que os judeus foram perseguidos. E o que eu queria dizer com esse respeito eh que: este foi o tempo em que os executores deram opcao de escolha. Nao estou dizendo que foi justo. Mas eles disseram: voces podem deixar o dominio dos reis espanhois ou converter ao cristianismo. Claro que nao era justo e infelismente a gente nao tem as estatisticas para informar quantos escolheram o que.

O que sabemos eh que, pelo menos 200.000 muculmanos fugiram da Espanha e voltaram para os reinos muculmanos no Norte da Africa. Possivelmente, um numero igual ou maior de judeus fugiu para Portugal e Federacao Holandesa. Um numero desconhecido preferiu ser convertido. Estes foram chamados de Cristaos Novos. Com a pressao feita pelos reis da Espanha, os reis portugueses tambem tentaram converter os judeus e muculmanos portugueses. Para eles foi dada outra escolha que foi a de fugir para as colonias portugesas e usufruir de um pouco de liberdade religiosa.

Antes que continue, melhor eh lembrarmos como as comunidades muculmana e judia se tornaram uma forca na Peninsula Iberica. Os romanos expulsaram os judeus de propria patria e puzeram um restante la, entre 70 e 140 d. C. Estes restantes foram chamados de judeus sefardins. O termo sefardim relembra a longa distancia entre Iberia e Juda. E essa comunidade multiplicou-se por casamentos internos e por conversoes.

A comunidade islamica comecou por volta de 711 d.C., quando a Peninsula Iberica foi conquistado pelo Imperio Islamico. E o dominio levou para a Peninsula nao apenas os arabes mas tambem povos do Norte da Africa. Tambem essa comunidade multiplicou-se por casamentos homogenos e conversoes.

Desde a conquista, um pequeno numero de cristaos locais, com a ajuda de outros reinos europeus, comecou a reconquistar a terra. Mas o dominio por mais de 7 seculos foi longo o suficiente para deixar uma influencia cultural grande. Houveram ate certos periodos em que as tres fes, sob o dominio muculmano, conviveram sob um manto de paz. Este periodo foi o bom tempo iluminado, anterior `a Renascenca Europeia. Foi dito que, uma freira de origem europeia visitou a Espanha naquele tempo e comparou a Europa como estando numa Era de Escuridao, em contraste com o Iluminismo acontecendo no Imperio Muculmano.

Se observarmos a linguagem portuguesa nos podemos facilmente identificar 2.000 anos de influencias. A base eh o grecolatim. Eu so nao sei como apontar as influencias celta e germanica (visigotica) mas certamente elas estao la. Talvez nos nomes pessoais de nossos ancestrais. Mesmo hoje a maioria dos nomes sao biblicos, na maioria. O que nao necessariamente signifique a mesma influencia genetica porque os judeus expulsos da Palestina e introduzidos na Peninsula eram um pequeno numero e misturou-se com uma populacao maior. Muitas palavras nos vem de origem arabe. No Brasil, existem mais adicoes das populacoes nativa e africana. Dai, o que a gente pode esperar eh que a influencia genetica seja semelhante `a influencia liguistica.

O que sabemos com certeza eh que: muitos judeus fugiram para o norte onde eles encontraram tolerancia religiosa na comunidade holandesa. Boa parte dos muculmanos voltou para Africa. E estes levaram para a Africa as geneticas portuguesa e espanhola. Suponho que um numero maior, provavelmente da populacao mais pobre, escolheu conversao. E, apos a Reconquista do ultimo baluarte muculmano em 1,492 pelos reis catolicos: Fernando de Castela e Isabel de Leon, a Inquisicao foi usada para forcar as conversoes.

Muitos portugueses judeus fugiram para o Brasil e comecaram a praticar um misto de catolicismo e judaismo. Isso eh chamado de cripto judaismo. Frequentemente a gente ve, na internet, textos dizendo que certos nomes de familia estao ligados aos judeus. Normalmente os nomes de plantas e animais. Mas isso nao eh inteiramente verdadeiro. Eh dito, por exemplo, que o nome Oliveira eh um nome iniciado por judeus e que teria sido adotado no seculo XV. Isso nao eh verdade porque o nome ja era usado desde o seculo XIV.

O que aconteceu foi isso: as perseguicoes comecaram no reino do Fernando e da Isabel. E os convertidos adotaram nomes de familias que ja eram os mais populares em volta deles para que nao fosse reconhecidos facilmente. O problema era que, os inquisitores estabeleceram que as certidoes de batismos teriam as letras CN ou Cristao Novo. Foi para que se eles precisassem verificar a vida de qualquer um, a genealogia deste era usada para identificar a ascendencia judia. Mas eu ja disse anteriormente neste livro: muito da nossa genealogia se perdeu por causa das intemperies e negligencia oficial.

De qualquer forma, o periodo da Inquisicao foi um tempo em que os judeus foram inteligentes o suficiente para perceber o perigo da situacao e preferiram usar a tatica da retirada. Por muito que as escolhas dadas fossem injustas para eles podemos observar que a tatica foi a melhor defesa. Eles perderam a nacionalidade e ganharam o mundo. As oportunidades para eles estavam fechadas na Peninsula Iberica e eles tiveram outras oportunidades em outros lugares. Eles evitaram ser exterminados e se transformaram em acnestrais de muitas nacoes. Os lideres judeus nunca souberam capitalisar em cima dessa ascendencia genetica dos povos.

A presenca judia em nossa Historia vem com forca no capitulo chamado de Invasoes holandesas no Brasil. Naquele tempo, parte da comunidade judia havia se estabelecido na Federacao Holandesa que pertencia `a Espanha. A tentativa de forcar a conversao do povo que era portestante ou judeu levou `a revolta e independencia da Federacao Holandesa. Como represalia, os Holandeses invadiram partes do Brasil, particularmente onde hoje eh o Estado de Pernambuco.

Como a comunidade holandesa era uma democracia religiosa, judeus tinham a chance de praticar a religiao. E desde 1.635 ate 1.654 eles a praticaram na primeira sinagoga fundada nas Americas. A comunidade judaica tomou o nome de Kahal Zur Israel. Nos podemos ver a mencao disso no endereco: en.wikipedia.org/wiki/Kahal_Zur_Israel_Synagogue#History. O rabino era: Isaac Aboab da Fonseca. O interessante a respeito do sobrenome “da Fonseca” eh que, eh dito que tenha multiplas origens, incluindo italiana, iberica e sefardinica.

Em Portugal, o nome vem do lugar que tinha um poco que secava durante os veroes. E o significado do nome eh: “fonte seca”, “mina seca” ou “olho d’agua seco”. Foi dito ter sido usado por D. Garcia Rodrigues, que conquistou o lugar Fonseca aos mouros. Tambem o filho dele: D. Egas Garcia da Fonseca o usou. Mas eles nao passaram o nome para a descendencia.

Naquele tempo, a familia dominante na area entre os rios Minho e Douro, que ficam no Norte de Portugal, era conhecida pelo nome de Riba Douro. Um dos representantes eh Egas Moniz, o Aio. Aquele que foi o tutor do D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. E o bisneto dele: Mem Goncalves da Fonseca, passou o nome aos nove filhos e o nome de familia “da Fonseca” foi passado e multiplicado pela descendencia dele. Fonseka eh uma variacao comum no Sri Lanca onde os colonizadores portugueses puzeram os pes.

A data base que o Mem Goncalves da Fonseca viveu esta em torno do ano 1.200. Entao eh razoavel pensar que o rabino Isaac Aboab da Fonseca era, provavelmente, um descendente da mesma origem. Nosso antepassado, Jose Coelho de Magalhaes (ou Coelho da Rocha) eh suposto ser descendente desse ramo da Familia Fonseca. A Familia Coelho vem de outro bisneto do Egas Moniz, o Aio, com o nome de Soeiro Viegas Coelho. E a mae da minha bisavo: Ercila Coelho de Andrade, tinha o nome de Joaquina Umbelina da Fonseca.

Outra informacao interessante eh com respeito aos nomes de familia envolvidos no conflito denominado “Invasoes Holandesas” no Brasil. Primeiramente, a cana de acucar foi introduzida no Brasil pelo primeiro Governador Geral do Brasil: Martim Afonso de Sousa. O Martim foi tambem vice-rei na India, quando o colonialismo portugues foi estabelecido la. Posteriormente a Capitania Hereditaria de pernambuco foi fundada pelo Duarte Coelho. Ele e seus descendentes fizeram dela a capitania mais rica, baseado em producao de acucar. E os Holandesas a tomaram.

No meio dos holandeses muitos eram de origem espanhola e portuguesa que haviam sido expulsos pela Inquisicao. A invasao de Pernambuco aconteceu de 1.630 a 1.654. E aqui ha um confluencia de fatos. Primeiramente, no periodo de 1.580 a 1.640 Portugal perdeu a propria linhagem monarquica para a Espanha. Em 1.640 a Monarquia Portuguesa foi restaurada e isso estimulou o patriotismo luzo-brasileiro. Outro fator importante foi o religioso. Os holandeses eram protestantes ou judeus, enquanto a tradicao brasileira era catolica.

Apesar disso, a Colonizacao Holandesa ia bem, ate que seu lider: o principe Mauricio de Nassau, decidiu ampliar a colonia tomando mais terras do dominio portugues. E outra colonia portuguesa que ele pos os olhos em cima foi a Bahia. La ele encontrou barranco. Na defesa dela estava um velho inimigo dos holandeses, que havia nascido em Olinda, e cujo nome era Luis Barbalho Bezerra. A tentativa de invadir a Bahia custou cara porque a, quase suicida, defesa feita pelo Luis e seus amigos levou `a consequencia do principe de Nassau perder o emprego e teve que voltar para a Holanda.

A nova administracao comecou a liquidar os debitos dos brasileiros e isso irritou a populacao que ja estava sofrendo com as interminaveis secas do Nordeste. A rebeliao foi liderada por Joao Fernandes Vieira, um portugues vivendo no Brasil desde seus 11 anos; Andre Vidal de Negreiros, brasileiro, senhor de engenho; Antonio Felipe Camarao, o nativo brasileiro que tinha o nome indigena de Poti, e o escravo alforriado Henrique Dias, que foi morto em batalha. Os nomes deles foram escolhidos por historiadores posteriores para simbolizar a diversidade racial e a uniao delas em torno da questao do patriotismo.

Antes de eu continuar, ponhamos algo de informacao a respeito do nome de familia Barbalho. Houve um pesquisador no Brasil que defendeu a tese que o nome vem de origens orientais. Ele afirmou que, a raiz do nome eh algo parecido a “Barb Al”. Depois foi convertido a Barbalho nos dominios portugueses. Mas ha um significado portugues tambem. Ele pode vir da combinacao das palavras “barba” e “alho”. O nome pode parecer Barbad’alho. E isso tem fundamento porque quando eu era jovem e comecei a ter barba ela se parecia com raiz de alho.

Bom, a presenca judaica no Brasil passou a ser representada pela comunidade Kahal Zur Israel em Pernambuco. Ela foi formada pelos expatriados de Portugal e, entao, vivendo nos dominios da Federacao Holandesa. Contava tambem com brasileiros que eram descendentes das conversoes forcadas por Portugal e Espanha. O numero total era cerca de 1.400 pessoas. Quando os holandeses foram derrotados, a maioria do judeus decidiu mudar-se.

O problema que levou a isso foi a criacao de ressentimentos contrarios porque parte deles estava envolvida no comercio do acucar e fazia parte do grupo dono do capital. Estes eram os credores dos senhores de engenhos que tinham debitos com os holandeses. uma parte dos judeus da congregacao retornou para Holanda. Outra parte foi para a area do Caribe onde ela usou a experiencia adquirida no Brasil para produzir acucar. Um pouco permaneceu no Brasil.

No entanto, 26 chefes de familia foram para a colonia holandesa de Nova Amsterda. La eles fundaram, em 1.654, uma comunidade judaica nova e deram o nome de Shearith Israel. Logo depois a colonia holandesa foi trocada pelo Suriname e tornou-se a colonia inglesa de Nova Iorque. A comunidade judaica dos 26 fundou a primeira sinagoga da America do Norte que foi por muitos anos a unica comunidade judia nos Estados Unidos. A descendencia deles se envolveu no movemento da independencia. 3 dos fundadores da Bolsa de Nova Iorque (NYSE) eram membros da Sheriath Israel. Pode-se aprender mais no endereco: http://www.shearith-israel.org/folder/learning_history_new.html.

Ja mencionei que todas as familias reais europeias tem DNA judeu e muculmano e, com isso, toda a populacao da America Latina carrega uma porcao dessa genetica. Mencionei nossa ancestral Ester, a esposa do rei Xerxes que eh a mesma rainha Ester celebrada no livro biblico: Ester. Ela foi ancestral da Familia Savoia atravez de Anna de Bizancio. A Familia Savoia tornou-se a familia real da Italia e foi responsavel pela reunificacao do pais, com a ajuda de Giuseppe Garibaldi e a esposa brasileira dele, Anita, no seculo XIX. E a nobreza portuguesa tornou-se descendente da Casa de Savoia atraves da rainha: Mafalda de Savoia, a esposa do primeiro rei portugues: D. Afonso Henriques.

Mencionei tambem Zayra Ibn Zayda, que se casou com Lovesendo Ramires, o filho do rei Ramiro II de Leon. Ela era descendente do profeta Mohammad. Mas nao eh so ela. Temos outra princesa muculmana em nossa genealogia. O nome dela era Zaida, que depois foi batizada com o nome de Isabel de Sevilha e era descendente de Ishmael (ibn Quaris), Imam de Sevilha. Ela se casou com o rei Alfonso VI de Castela. Eles sao ancestrais do D. Dinis, rei de Portugal. Estes sao ancestrais do Martim Afonso de Sousa, que eh um dos muitos ancestrais da Familia Andrade de Itabira, em Minas Gerais. Um ramo de minha familia eh suposta descendente desse sobrenome atraves de Joaquim Coelho de Andrade (o Joaquim Honorio), que foi o marido da avo Joaquina Umbelina da Fonseca mencionada acima.

Uma ligacao a mais com a genealogia judaica vem da Madragana, que foi batizada como Mor Afonso. Ela era filha do prefeito da Cidade do Faro, uma das ultimas posses muculmanas em Portugal. D. Afonso III, rei de Portugal e pai do D. Dinis, foi o responsavel por completar a reconquista de Portugal. D. Afonso III tomou a Madragana como amante e tambem eles sao ancestrais do Martim Afonso de Sousa da mesma forma que do nosso suposto ancestral, Jose Coelho de Magalhaes.

E a genealogia da America Latina e da Peninsula Iberica tem que possuir outras ligacoes com ancestrais arabes. Mesquita eh um nome comum pelo mundo. O nobre Jose, nosso suposto ancestral, teve um pai com o nome de Bernardo Antonio Pinto de Mesquita. Pinto significa filhote de galinha; pintado ou colorido. E eh um dos nomes mais comuns na genealogia luzo-brasileira e atribuido a ascendencia judaica. Mas nao posso tomar isso como definitivo porque o nome aparece, entre outros, em 1.290 no nome Vasco Martins Pinto, senhor da Torre Cha. E ele o passou para a descendencia. Pinto tambem esta presente na India, levado pelos colonos portugueses.

Mas nao ha duvida quanto `a origem genetica arabe da Familia Mesquita. Mesquita seria a igreja muculmana e nao seria tolerado mante-lo numa sociedade de dominancia catolica durante a Inquisicao se nao viesse de alta nobreza muculmana. Mesquita eh um nome comum no Brasil e inclusive da nome a duas cidades. Uma em Minas Gerais e outra no Rio de Janeiro. O nome esta tambem presente nos Estados Unidos como no nome do famoso Bruce Bueno de Mesquita. Quem desejar conhece-lo melhor eh so buscar no google ou outro servidor popular.

Agora, com respeito ao sobrenome Coelho podemos apenas especular mas ha algumas coincidencias que precisam investigacao. Ha pouco tempo atras alguem comunicou-me a especulacao do sobrenome ter origem judaica. Eu duvidei. Por outro lado eu juntei alguns eventos que podem ajudar a decifrar se isso eh verdade ou nao. Primeiramente, precisamos ver o livro biblico chamado Eclesiastes onde ha a mencao `a palavra pregador, mencionando o autor. Pregador em hebreu eh tambem Coelet.

Ha uma longa tradicao que fala, na epoca do Imperio Romano nos tivemos um ancestral chamado Marcus Coellius Rufu. Ele teria sido discipulo de Cicero. Dai o nome teria passado para a Peninsula Iberica. Mas o que tenho duvida em relacao `a tradicao eh que: Coellius deveria ser um nome derivado de Coeli, que em latim significa Ceu. De outra forma para nos eh o animal. O equivalente em latim a cunicula.

Porem, esquecamo-nos dos significados diferentes da palavra e ficando apenas com as letras Coel da raiz. Talvez tenha sido uma tentativa de nossos ancestrais deixar uma pista de nossas origens. Religiosamente falando os significados se tornam mais proximos se associarmos Pregador, Ceu e Coelho. Por que Coelho? Talvez seja acidente mas o coelho tornou-se o simbolo da Pascoa. Se isso for verdade nos podemos colocar toda a descendencia portuguesa no mesmo barco porque toda ela tem ascendencia Coelho.

Nao eh somente isso. Coelho eh uma palavra isolada na lingua portuguesa. As outras palavras com a raiz coel sao derivadas de coelho. Isso sugere ser um estrangeirismo `a linguagem luzitana. Por outro lado, o nome latino cunicula nao me parece gerar coelho. Por certo, eh mais apropriado esperar-se que o Coeli gerasse coelho. E, posteriormente, o animal recebeu um nome novo, devido `a associacao que ele tinha com assuntos celestiais. Ha sentido, porem, nao garanto nada. Nao sou linguista.

Com respeito `a guerra que foi feita para libertar o Nordeste Brasileiro do dominio holandes nos podemos tirar licoes interessantes. Na verdade, esta foi uma guerra da descendencia de um Abraao dividida em dois times adversarios. Foi o judeu aliado ao portestante contra o catolico descendente de judeus e muculmanos. Foi uma guerra do poder urbano contra o poder rural. Uma guerra do grande capital urbano contra o modesto capital rural. E a vitoria dos brasileiros e portugueses tornou-se um desastre para a economia local porque tinha nas maos uma verdadeira mina de ouro branco, que era representada pelo acucar, e perderam-na para o dominio holandes no Caribe.

Os holandeses tambem tiveram algo a perder. Sem os recursos naturais brasileiros e portugueses o Imperio Holandes ficou enfraquecido. Isso abriu a oportunidade para o surgimento da Inglaterra como poder naval. A Inglaterra acabou vencendo os holandeses e logo tornou-se a unica super potencia maritima no mundo. E a gente precisa pensar o quanto a Historia poderia ter sido diferente se ao inves de levar suas diferencas `as ultimas consequencias, holandeses e luso-brasileiros tivessem entrado em acordo e preferido a paz e nao guerra! Lembre-se disso: a Historia pode se repetir. Se israelenses e palestinos continuarem destruindo uns aos outros darao oportunidade a outros tomarem os lugares deles na Historia.

Eu nao creio no que esta escrito no livro biblico do Apocalipse como uma previsao de futuro. Para mim, profecia nao envolve predicao de futuro. Nao eh obra dos homens o que acontecera no depois de amanha. Se fosse assim, ninguem sofreria as perseguicoes semelhantes a aquelas que os judeus sofreram durante a Historia. O povo teria que ser bobo se soubesse o que iria acontecer na vida dele, como o que se deu no tempo do Holocausto, e nao antecipar uma saida da Europa para ir para o Novo Mundo. O que os profetas fizeram foi recolher os acontecimentos passados e os colocaram numa forma que parece predizer o futuro. E o significado que queriam dar a isso era: Vejam, se voces continuarem se comportando como antes, a Historia se repetira e voces irao sofrer com a mesma sorte, de novo e de novo.

Respeitando os sentimentos daqueles que creem na predicao de futuro eu consideraria a possibilidade de pessoas acessarem um rasgo de possibilidades de futuros. Digamos que Joao de Patmos teve um rasgo de futuro em sonhos. Como sabemos, ele nao escreveu enquanto sonhava e depois teve que interpretar o que teria visto e escreveu. E, no capitulo 13, 1 ele disse: “Vi, entao, uma Besta que subia do mar. Tinha dez chifres e sete cabecas. Em cima dos chifres havia dez diademas, e nomes blasfemos sobre as cabecas.”

Como isso pode ser interpretado? Precisamos enxergar com a visao de Joao, nao as nossas. O Imperio Ingles foi a supotencia quando o poder naval era o maximo no mundo. Tambem a Besta surge do mar. As muitas cabecas, chifres e diademas podem ser interpretados como as colonias inglesas em torno do mundo. A identificacao do Imperio Ingles como a Besta pode ser um engano de Joao mas com uma justificativa. Ele poderia ter cometido o erro porque o Imperio foi o responsavel por estimular a restauracao de Israel como ele eh hoje.

A explicacao para a comparacao pode estar ainda no porvir. Suponha-se que, as guerras entre arabes e israelenses levem `a situacao em que os judeus serao derrotados e, logicamente, sofrerao outro Diaspora e, ate, outro Holocausto. Indiretamente o Imperio Ingles podera ser responsabilizado pelas consequencias do primeiro ato. A blasfemia pode estar em que, de acordo com outras profecias, Deus teria que ser Aquele que conduz Israel de volta `a Palestina e nao um poder humano. A Bondade de Deus eh Aquilo que deveria restaurar e promover uma paz eterna entre os povos, nao o uso de armamentos.

Recordem disso, Shimon Bar Kokhba ou qualquer outro judeu que se proclamasse ser o Messias seria identificado por Joao como o anti-Cristo porque, como cristao, ele acreditava firmimente que Jesus ja era o Messias.

Analisando tais coisas eu convidaria ambas as comunidades, arabe e judia, a pensar melhor a situacao. Eh preciso se tornarem menos parecidos com os politicos que enxergam a educacao apenas como custo aos pagadores de impostos e comecarem a ver isso como um investimento para o futuro. Os judeus podem comecar a enxergar a saida da terra como um investimento sacrificial, nao apenas como um derrota cara. Se a paz nao podera ser feita por causa do odio ser tao grande, ela pode ser feita em nome da nossa descendencia comum. O melhor eh investir num futuro pacifico para nossos filhos, porque isso levara a consequencias boas, do que conservar a vaidade presente e jogar na combuca o futuro de todos.

O que esta em jogo eh muito mais que o futuro das comunidades judia e muculmana. Eh o futuro do mundo inteiro. Ambos os lado tem de lembrar-se que nao eh o lugar que os fara Filhos de Deus. O lugar e o ambiente dependem do comportamento humano. Precisamos comportar como sendo Filhos de Deus nao importa onde estejamos.

Por que as pessoas em conflito nunca enxergam que: Paz eh a unica via para a seguranca permanente? Nao deixem seus interesses vaidosos interferirem com a vida de bilhoes dos nossos descendentes. Individualmente as pessoas podem arriscar suas poupancas num futuro que nao sabem se o terao. Oucam entao meu conselho, prefira colocar tudo o que tem na promocao da paz, dai teremos um futuro solido. Apostem na educacao para todos da nossa descendencia e nos nao seremos esquecidos.

Meu objetivo principal em escrever o presente capitulo eh colocar em ordem de prioridade o que importa. E o que eh mais importante para mim eh a garantia de seguranca para os povos. A Historia tem nos mostrado que: Estados vem e vao no passar dela. Ela tambem nos mostra que: Algumas vezes os povos se garantem melhor nao tendo um Estado proprio mas tendo outro Estado que os acolham como seu proprio povo. Na presente situacao temos um bom exemplo disso. Israel, como existe hoje, nunca tera sua seguranca garantida. E parece ser mais certo que levara o povo a outra destruicao. Por isso eu escolheria que o povo viva do que outra coisa.

Desde que eu estou analisando o que aconteceu durante a Historia eu conclui que, talvez eu deveria trocar o nome desse livro para: O Comportamento Humano Suicida. Os Estados Unidos nao estao sozinhos nessa canoa furada!

So relembrando. Se qualquer judeu ou nao judeu americanos tiverem a ideia de fazer uma vistia `a Cidade do Recife para ver o local da primeira sinagoga das Americas eh melhor tirar vantagem do pacote turistico. A base americana da Segunda Guerra de onde os soldados embarcavam para o Norte da Africa fica proxima, na Cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte. Pode-se fazer uma triangulacao com o Parque da Pedra Furada, Estado do Piaui, onde se encontra o sitio arqueologico do povoamento humano mais antigo das Americas ja identificado. E no Nordeste Brasileiro encontram-se uma serie de boas praias. Eh melhor buscar um agente de turismo para melhor se informarem.

No campo das eleicoes de 2.012 aqui nos Estados Unidos temos uma informacao nao tao nova. Rick Santorum desistiu da candidatura. O que parece ser eh que: ele esta de calcas curtas e estava a ponto de disputar a Pennsylvania, o estado onde nasceu. Como estava ficando claro que o Romney sera mesmo o candidato republicano, muitos dos cabecudos do partido comecaram a endoca-lo. Dai o Rick Santorum estava ficando encurralado e foi melhor pular fora do que passar por humilhacao maior.

O Newt Gingrich continua la mas como uma mosca morta. E o deputado Ron Paul continua no mesmo rumo. Ele nunca entrou nessa pensando que poderia se tornar o candidato. O objetivo dele era promover a causa dos libertarios. Ele conseguiu chamar muito mais a atencao para o ideario que nas eleicoes passadas. Ele pensa que ele se tornara dominante nas proximas duas ou tres eleicoes. Talvez, se eles o ajustarem um pouquinho, ele se tornara o caminho modelo a ser seguido pelos Estados Unidos. Hoje eh quarta-feira, 18 de abril de 2.012.

Nova informacao. Passadas as primarias de ontem, 24 de abril de 2.012, o candidato Newt Gingrich enfim entregou. Todos os estados disputados foram vencidos pelo virtual candidato republicano, Romney. E parece que eu estava correto em minha suspeita anterior. Ele queria mesmo era atrapalhar o Rick Santorum e favorecer ao ex-governador de Massachusetts. Isso se pode suspeitar porque parece que ele ja esta negociando a participacao na campanha do Romney de agora para frente.

Hoje eh terca-feira, 24 de abril de 2.012 e estou terminando a traducao para o portugues. Apesar do meu criticismo em relacao ao discurso do primeiro ministro de Israel, nao tenho uma rejeicao pessoal a ele. Fato eh que nao ha como conhecer-se uma pessoa apenas por uma passagem dela em frente `as nossas janelas. Eh possivel que ele proprio nao compreenda o sentimento que desperta nas outras pessoas. Eh comum a gente ter opinioes erroneas em relacao aos outros porque temos tanta conviccao no que acreditamos que perdemos a habilidade de compreender que as outras pessoas tem direitos exatamente iguais aos que nos damos. Ignorar a si mesmo nao eh ser uma ma pessoa, embora, as consequencias de nossas acoes sejam as mesmas se fossemos maus.

O importante para mim foi refletir profundamente a respeito do discurso dele. Isso fez-me conhecer melhor o jeito de ele pensar e obrigou-me a raciocinar melhor a respeito da situacao como um todo. O resultado eh que tenho aprendido com isso. E o que desejo eh que os meus escritos registrem isso e que sirvam para outros como ponto de reflexao. Nao quero que sejam impostos a ninguem. Que os aceitem quem desejar a paz.

20. O APOCALIPSE DO DIA SEGUINTE

O que menos quero eh ser identificado com o rotulo de Profeta da Desgraca. Nao sou, e nunca irei jogar praga em ninguem. Fazer isso seria o mesmo que rogar praga em mim mesmo porque tudo de ruim que eu desejar aos outros sera o mesmo que desejar `a minha descendencia. Nao desejo influenciar o povo do futuro no sentido de ele pensar que estarei lendo-lhe o futuro. Isso nao seria verdade. A unica praga que penso jogar contra os outros eh essa: que todo o mau que desejarem a mim e aos meus nunca se concretize.

Terremotos acontecerao. Vulcoes entrarao em erupcao. Mega tsunamis invadirao a terra seca. Ilhas desaparecerao diante das nossas vistas. Doencas e pragas acontecerao. Guerras serao feitas. E o que ha de novo nisso? Nada. A novidade eh que algumas coisas parecerao que nunca haviam acontecido antes e nunca acontecerao depois. Isso se parece Apocalipse para voce? Entao voce nunca conheceu Historia ou nunca prestou atencao nas coisas dela.

Os desastres naturais foram feitos para acontecer durante toda a Historia. E nao vem para punir ninguem. Inclusive nem eh coisa ruim. Essa eh so uma forma de a Terra desestressar-se. A Terra nem sequer sabe que existimos. E ela nao envia nada para o nosso endereco. Somos os unicos culpados pelo que nos acontece por nao prestarmos atencao onde e como andamos ou moramos.

Nos somos supostos a prestar atencao e estudar o que pode acontecer para fazermos provisoes que minimizem as consequencias. E ja temos um bom conhecimento a esse respeito. Porem, estamos tao distraidos com nossas obrigacoes do dia-a-dia e conflitos, deixando de lado o que realmente importa, que o proximo desastre ainda vai nos surpreender como se fosse o fim do mundo.

Oh! Ah se a gente tivesse posto atencao em toda sabedoria que poderiamos ter aprendido dos sabios que nos foram enviados! A sabedoria esta ai e nos veio gota-a-gota nestes ultimos milenios de nossa Historia. Mas nos distraimos tanto com o ganhar mais e mais que deixamos de lado a sabedoria em troca do dinheiro. Quanto pagamos para ver um jogador de futebol, um ator encenando, ou um artigo da moda? E o que ha de sabio em nos?

Eu estava no “mundo da lua” como sempre ando em partes do dia. Andando sem direcao e somente atento em saber como voltar. Minha mente nunca fica vazia e raramente nao esta em conflito. Desta vez eu estava angustiado como de muitas outras vezes. Meus problemas particulares estavam me pressionando e isso humidecia meus olhos. Entao pensei, dessa vez sera simples como as outras. O que irei lembrar disso daqui a um mes?! Estou protegido.

O barulho dos carros passando tornou-se distante. Minha atencao passou para as arvores e o laguinho perto do clube de golf ao lado do caminho. Normalmente vejo muitos passaros e outros animais por aqui. Eh o que me da paz. Olhei e nao vi nenhum. Entao, percebi o silencio da natureza. Pensei, Isso eh muito estranho! Cade os sabias e seus cantos chorosos do entardecer? Por que eu nao estava ouvindo nem pardais? Somente o zumbido em meus ouvidos acentuou.

Naquele momento senti-me deslisando e tive o pensamento rapido de sentar-me no passeio. Passaram-se segundos e ai ouvi um ruido alto no laguinho ao mesmo tempo em que senti um empurrao no corpo. Pensei que fosse a hora de reencontrar-me com meus ancestrais. Ja estava conformado com a ideia de deixar-me ir. Olhei em volta e tudo parecia normal. Os carros continuavam passando na rua. E dois ou tres motoristas deram-me aquele olhar de: O que te passa oh maluco!? Logo levantei-me e tomei o rumo de volta para casa.

A angustia continuava forte mesmo depois de eu tomar agua e minha maos tremiam. Liguei a televisao e vi imagens de devastacao. Elas me pareceram familiares e o som estava perto do zero. Pensei: So pode ser retrospectiva dos terremotos da Indonesia ou do Japao. Somente ai li o sinal de Noticia Extra. Levantei o som e me informei de que o esperado tinha ocorrido. As imagens vinham da Costa Oeste e foi num dia de sol e ceu azul.

O maior de todos os terremotos tinha acontecido perto de Seattle. A devastacao era quase incompreensivel. Tsunamis estavam ainda a caminho e o aviso de evacuacao foi dado tanto para a direcao norte quanto a sul. Pequenas tomadas mostravam o outro lado do Pacifico ja em preparacao para tambem receber as consequentes tsunamis. Tudo mostrado ao vivo como num filme de terror. Pensei comigo mesmo: Ninguem esta seguro mesmo aqui do outro lado do continente. Nao darei mais detalhes dos acontecimentos. Estou tao cansado!

No dia seguinte todo mundo estava procurando mais noticias e o que ficou claro com isso era que, nos nao estavamos preparados para o evento. Lembrem-se do que aconteceu em Nova Orleans logo apos ao Katrina. Agora multiplique aquilo muitas vezes e tera uma pequena ideia da crise. Quase todo o sistema portuario foi destruido ou seriamente danificado. Isso colocou na prateleira mais da metade a economia americana. Nao poderiamos dizer que o mesmo se deu do outro lado do Pacifico mas o comercio la ficou entre truncado a nao existente.

Gastamos mais de um mes apenas para levantar os estragos e muitos meses mais para fazer uns reparos provisorios e fazer os portos funcionarem como ha 100 anos atras. A maioria da populacao foi removida para outras partes do pais por causa da falta de servicos basicos. A perda de vidas foi alta mesmo sendo em numero inferior ao esperado pelos especialistas.

Os geologos tiveram os 15 minutos de fama deles para explicarem o evento. Mesmo assim, mais da metade concordou que tinha aprendido muitas coisas novas de como a Terra funciona. E somente alguns disseram que a subsequente erupcao do Monte Santa Helena nao tinha ligacao com o terremoto. Muitos deles nao esperavam acontecer outro evento de grande magnitude tao cedo. Mas isso veio antes de a poeira se assentar.

So que dessa vez recebemos o aviso. O Cumbre Vieja estava tremendo. Ele eh um vulcao na Ilha de la Palma. Os cientistas tem avisado por varios anos que na proxima vez que ele entrar em erupcao metade da montanha sera jogada no Atlantico e causara uma mega tsunami que podera devastar toda a Costa Leste Americana. E nos ficamos com a respiracao presa.

O desemprego ja estava alto por causa do incidente anterior, e a destruicao de parte das estruturas basicas do pais. O aviso com duas semanas de antecedencia martelou os nossos nervos. Alguns foram pegos pelo desespero alem da compreensao. Suicidios aconteceram. Os crimes e as tensoes subiram. Mas quando a erupcao comecou ninguem esperou para fugir. Num lapso de horas a Costa Leste estava totalmente vazia. A destruicao nao chegou a espantar como esperado mas somada ao do grande terremoto fez parecer que o Juizo Final tinha chegado.

Nao tivemos nem tempo para tomar folego. Todos nos que tinhamos saude suficiente e eramos fortes o suficiente para empunhar uma ferramenta fomos convocados para o trabalho de restauracao. Mas nao demorou muito. Um furacao mostruoso estava se formando no Atlantico e imaginava-se que iria atingir a Costa Leste. Porem, ele fez um itinerario bizarro, cortando a Florida de costa-a-costa e entrou no Golfo. La tomou a direcao do Mexico ate que fez um circulo completo e mudou a direcao para o norte. Foi decretada a evacuacao completa da Costa do Golfo. E a populacao fugiu em direcao ao norte.

Ninguem ficou sabendo porque. Nao houve aviso. Inesperadamente, eu presumo, o Super Vulcao Yellowstone explodiu na cara de todo mundo. O dia virou noite em muitos estados ao mesmo tempo. Os avioes nao puderam voar. Nao havia seguranca nas estradas. A energia foi cortada na maior parte do pais. E a entrada do furacao no continente completou a combinacao maligna de eventos. Logo a fuligem do vulcao foi detectada ate no Norte do Canada. E a chuva acida envenenou grande parte do continente.

Com toda a devastacao em todas as direcoes e, comparativamente, os poucos danos sofridos pelo Mexico, este pareceu a taboa da salvacao para muitos sobreviventes. Mesmo que a natureza nao reconheca fronteiras e a devastacao nao tivesse atingido apenas aos Estados Unidos, a cerca na fronteira mexicana foi lembrada com ironia. E o governo mexicano tinha recursos limitados a oferecer. O governo aceitou seus cidadaos de volta e tentou coordenar alguma assistencia humanitaria aos americanos. Para isso foi fundamental o bom coracao do povo mexicano. Ate os pobres receberam um ou dois americanos em suas casas.

Isto foi apenas um arranjo emergencial. O pior estava por vir. Milhoes de pessoas haviam morrido em consequencia dos desastres. E, em muitos casos, estes foram os mais felizes. Logo apos `a erupcao do Yellowstone nos tivemos todas as pragas do Egito. Exceto a morte dos primogenitos. Melhor dizendo, nao foram apenas os primogenitos que morreram. Cedo ficou comprovado que o governo nao se havia preparado para tal sequencia de eventos infelizes.

E os sobreviventes comecaram a questionar dizendo algo como: Voce se lembra que tinhamos a NASA? Oh desperdicio de dinheiro! Quanto era mesmo os fundos do Departamento de Defesa? Todo o conhecimento, todos os avancos e agora nos estamos no bico do urubu! E o clima comecou a sofrer mudancas erraticas. Como os cientistas ja haviam avisado, a erupcao do Yellowstone provocou a queda das medias de temperatura na Terra. E a mudanca do clima contribuiu para uma producao menor de alimentos. E …

Nao direi mais nada. Porque se eu disser, isso nao sera ciencia nem profecia. O que posso dizer, porem, eh que cada evento isolado nao eh ficcao. O que eh ficcao foi a sequencia em que eu os organizei. Sabemos que cedo ou tarde os quatro eventos ocorrerao. Nao necessariamente juntos. Um deles pode acontecer tanto amanha quanto daqui a mil anos. Os outros podem acontecer tanto juntos quanto separados. Eles podem vir amanha ou num espaco de 10.000 anos. Mas estes nao sao as unicas possibilidades de desastres naturais. Temos muitos outros.

Este capitulo poderia ser preenchido com revelacoes assustadoras como o canibalismo entre os sobreviventes. Ataques de terror. Mas deixarei para o leitor completar da propria imaginacao todas as possibilidades de consequencias inimaginaveis. Os governos dizem que teriam um plano B para assegurar ao pais a existencia de algum tipo de administracao apos qualquer eventualidade mas, a nao ser as reparticoes secretas para abrigar alguns privilegiados, como isso eh mostrado em filmes, plano algum funcionaria em tal situacao. A destruicao seria tao grande que ela superaria qualquer prevencao. O que poderia vir a seguir poderia ser revolucao, anarquia e soldados atirando contra o proprio povo.

Nao creio ser necessario lembrar ao leitor que existem outras possibilidades que poderiam riscar a vida humana da Terra. Um impacto entre um asteroide maior e nosso planeta eh somente um exemplo de possibilidades. Mas em todos os casos o problema de verdade nao sao os desastres naturais. O grande problema eh nao estarmos preparados para eles. Nos sabemos que se desejamos ter alimentos no inverno precisamos estoca-lo no verao. E tudo o mais acontece semelhantemente. Se voce gasta tudo o que consegue no verao, nao sendo um urso polar, voce esta apenas enganando a si mesmo.

O que posso dizer com certeza eh que, desastre natural algum eh realmente algo ruim. A estoria da Arca de Noe eh interessante nao porque eh Historia verdadeira ou nos da uma grande licao de moral mas sim porque eh uma profecia. Ela indica que, nao importa o quao grande seja o desastre, se voce sabe disso e faz as preparacoes corretas, voce podera sobreviver.

Eu chamo de estoria o Conto de Noe porque se fosse uma Historia de verdade nao estariamos aqui porque o numero pequeno de pessoas como o que sobreviveu, descrito no conto, iria produzir uma descendencia tao fraca que nao duraria tres ou quatro geracoes. Para que fosse Historia haveria que ter um numero maior e uma variedade maior de gens. Numeros sao a chave em tal situacao.

Tambem podemos ouvir `a licao de Louis Pasteur que disse: “A sorte favorece ao espirito preparado”. Porem, aqui e agora, quem esta realmente preparado para tais eventos? Um canal pseudocientifico tem apresentado uma serie a respeito de pessoas que tem feito alguma preparacao. Eu diria que eles estao no caminho certo. Porem, o que tem mostrado eh o individualismo das pessoas em nossa sociedade. Primeiramente seria necessario escolher cooperacao antes de um evento desses acontecer. Sem o espirito de cooperacao o que devera acontecer entre os sobreviventes provavelmente sera a guerra de uns contra os outros e, talvez, isso sim provoque a extincao da especie.

Eu poderia continuar e mostrar mais detalhes do que aconteceria logo apos `a tal possibilidade de eventos. Mas nao o farei. E tenho duas razoes para isso. Uma eh porque os detalhes terriveis so iriam causar apreensao ao publico geral. E nao saberia dizer exatamente o que acontecera `as pessoas individualmente. A outra razao eh esta: o que eu disser nao causara efeito alguns nas liderancas. Elas nao agirao enquanto um desses eventos nao acontecer. As atitudes delas apenas revelarao a falta de consideracao com o povo.

Outra coisa. Estou resumindo ao maximo este e o proximo capitulo porque meus sensos estao avisando para agir assim. Parece-me ja ser tarde demais para evitar o pior. O problema nao esta no que pode acontecer `a humanidade. O problema esta na falta de honra, respeito e amor na humanidade. Para previnir algumas consequencias dos desastres seria apenas uma questao de aplicacao do conhecimento que ja possuimos. Mas para que isso fosse feito precisavamos de pessoas com nobreza, como cabecas do mundo.

Carater nobre eh algo que somente atraves de uma vida inteira de treinamento se adquire. Consigo ver nobreza em muitos cidadaos comuns. Mas nao o suficiente nos lideres do mundo atual. Estes exibem vaidade escessiva. E a vaidade os tem tornado cegos para nao enxergarem as coisas corretas que precisam ser praticadas. Todos eles olham no espelho e so enxergam os proprios egos, ao contrario, deveriam enxergar seus semelhantes e se perguntarem: O que poderia eu fazer para que meus semelhantes tenham o mesmo que eu possuo?

O que parece eh que, os lideres do mundo atual olham no espelho e enxergam seus semelhantes. E eles tem perguntado a si mesmo: O que farei para tomar-lhes a diginidade e satisfazer o meu proprio ego? E nao estou falando isso somente a respeito dos lideres do braco executivo do governo. Em nossos dias temos tido dois tipos de lideres. Um eh representado pelos irresponsaveis. O outro pelos adolescentes. Nada tenho contra os adolescentes verdadeiros. O problema eh que eles nao tem maturidade o suficiente para ser responsaveis, o mesmo se pode dizer a respeito do segundo grupo. Estou calando a minha boca daqui para a frente.

Se me recordo bem, ontem, 2 de maio de 2.012, ouvi no radio o discurso, de nao sei dizer quem, apresentando desculpas para o uso de avioes teleguiados na guerra contra terroristas. O interessante a esse respeito eh que, se eu fosse uma pessoa alienada, poderia pensar que estivessem dando-me uma resposta direta ao capitulo 18 deste livro. Meu ego eh menor que isso e sei que, o questionamento deve estar ficando maior que a capacidade deles de ignorarem a opiniao publica, e eles estao respondendo a um publico maior, nao a mim.

O cara do discurso parecia-se comigo ha alguns anos atras. Por volta do ano de 1.999 um de meus amigos, muito conhecido do publico brasileiro nestas imediacoes, pediu-me para escrever algo que justificasse a compra de casas por nossa comunidade. Naquele tempo nos estavamos procurando adquirir uma. E perguntei: Por que voce esta me perguntando? Eu nao trabalho com isso? E ele respondeu: “Mas voce esta melhor informado que os outros”.

Concordei em escrever e puz enfase somente no que pareceu ser bom para mim. O mercado estava aquecido, os precos estavam bons, a gente deixaria de pagar aluguel e a valorizacao estava indo para o ceu. Minha esposa e eu ja estavamos vendo se compravamos algo. Mas a analise que fiz ignorou totalmente o proprio mercado. Esqueci-me do sobe e desce. Nao penso que foi por causa da minha opiniao que a comunidade brasileira comecou a investir como louca por aqui. Sei que a palavra passou de boca-a-boca e logo todos os meus amigos e os amigos de meus amigos estavam morando em suas proprias propriedades.

Somente por volta de 2.005 eu mudei completamente de ideia. Para quem ja havia comprado eu diria: mantenha se voce comprou bem barato. Para os que estavam planejando comprar eu dizia: esse nao eh mais o tempo de comprar. Mas o povo estava tao entusiasmado com a possibilidade de possuir casa propria que ninguem queria ouvir minha nova opiniao. Eu nao estou dizendo isso porque ja sabia o que iria acontecer depois. Estava falando por causa do meu sexto sentido e sobretudo porque alguns especialistas estavam avisando isso. O meu senso apenas me dizia que o mercado estava subindo rapido demais para nao ser uma armadilha.

E agora eh o mesmo sentimento que tive quando ouvi o cara falando somente coisas boas a respeito dos avioes teleguiados. Em outras palavras ele defendeu ate a ideia de que essa seria uma assistencia humanitaria aos paises pobrezinhos, coitados, infestados de terroristas e sem um governo sabio para lidera-los. Ele nao lembrou nenhuma das consequencias maleficas que os “drones” estao promovendo, tais como a matanca sem a intencao de pessoas inocentes ser cinco vezes maior que a matanca de supostos terroristas.

Ele esperdicou um longo tempo falando a respeito da legalidade da matanca. E, intencionalmente, esqueceu-se de que isso tem sido execucao extra judicial. Ele afirmou que os “drones” tinham a intencao de cortar na carne da Al Qaeda e seus afiliados. Mas os numeros tem demonstrado o contrario. Imaginem se um cirurgiao tivesse menos de 20% de eficiencia em suas intervencoes, sera que seria aceito ele conservar o diploma?

E a captura de um desses avioes pelo Iran confirmou os meus medos. Os iranianos nao apenas o capturaram, tambem fizeram piada do pedido do presidente Obama para devolve-lo. Os iranianos revelaram que decifraram o codigo e sabem como o mecanismo secreto funciona. O Pentagono duvidou da abilidade dos iranianos de quebrar os codigos e insinuou uma acusacao contra a Russia e a China que teriam toda a capacidade para isso. Nao sei se vale a pena duvidar da inteligencia dos povos dos paises perifericos. Este eh um problema em pessoas arrogantes!

O certo eh que, agora, uma tecnologia produzida nos Estados Unidos pode ser usada ao bel prazer do governo iraniano e de quem quer que seja que eles quizerem repassa-la. Teria sido inteligente de parte das pessoas no Pentagono se tivessem mandado uma falsificacao cheia de tecnologias erradas para que eles se perdessem na tentativa de reproduzi-la. Mas esse nao parece ser o caso. E os nossos aliados na regiao e o proprio povo iraniano tem algo mais a temer.

Lembro-me ha algum tempo atras de discutir o assunto armas atomicas com um americano meu amigo. E eu disse que o Brasil tinha a bomba atomica. E a reacao dele foi a de negar isso como se fosse uma impossibilidade um pais de III mundo reinventar uma tecnologia que temos desde os anos 40. Ele deve ter sido pego de surpresa com a minha afirmacao e isso era um “segredo” conhecido por todo mundo na comunidade universitaria no meu tempo. A verdade teria sido mais correta se eu tivesse dito que os cientistas brasileiros sabiam exatamente o que fazer para ter a bomba atomica mas o governo preferiu nao fabrica-la.

E agora sabemos que nao era nenhum bicho-de-sete-cabecas para ninguem. De fato, pelas palavras do ex-presidente Collor, ele disse, os militares brasileiros estavam se preparando para testar a bomba atomica quando ele assinou o decreto de proibicao dos experimentos. E a Coreia do Norte, India e Paquistao estao ai para provar o que acreditavamos. Nao importa com que dificuldade uma tecnologia nova eh desenvolvida, assim que ela se torna realidade para um, os outros logo a terao se se interessarem. Inclusive por formas mais faceis. Nao importa o lugar de onde procedemos, nosso nivel de inteligencia eh praticamente o mesmo.

Eles insistem em declarar a matanca de civis como casualidade de guerra. Entao, por que o povo americano continua nao aceitando as mortes provocadas pelos ataques de 11 de setembro da mesma forma? Eu apenas perguntaria a qualquer um se a situacao fosse o oposto: Qual seria a opiniao americana com esse respeito. Esclarecendo, se fossemos um pais pobre e uma potencia estrangeira tivesse “drones” sobre nossas cabecas, usando contra nossos vizinhos? Sera que estariamos vibrando com tal potencia ou estariamos furiosos? O sentimento que o povo comum de la deve ter devera ser o mesmo que o povo americano sente em relacao aos ataques de 11 de setembro!

O povo americano precisa se colocar na pele dos outros. Vamos refletir, voce eh uma pessoa comum. Tem esposa e filhos. Seus filhos bricam com os filhos do seu vizinho a quem voce conhece como pessoa comum tambem. Dai a casa dele esplode, matando-o junto a alguns familiares. Sera que nao se passaria por sua cabeca que seus filhos poderiam estar la? E mesmo apos certificar-se que nenhum dos seus foi morto, sera que voce ira sentir amor pelos autores do ataque? O que digo eh que: o sentimento de nacao desmoralizada tem que ser o mesmo que os ataques de 11 de setembro provocaram. E, se nao desejamos isso para nos mesmos, por que expor os outros a isso?

O cara tambem nao discutiu alternativa alguma. A unica coisa que falou seria que se soldados fossem fazer o servico pessoalmente custaria muito dinheiro e vidas do nosso lado. Contudo, eu gostaria de usar alternativas verdadeiras como prestar ajuda `as pessoas dos paises pobres para liberta-las da pobreza, para que elas ficassem menos susceptiveis `as mas influencias. Se desejarmos um trabalho bem feito, precisamos conquistar o amor das pessoas boas e nao estimula-las a se tornarem nossas inimigas.

A tentativa de justificar o uso dos “drones” nao mudou em nada meu modo de pensar. Fez o oposto. Ela pareceu-me muito similar a voltarmos ao Brazil e ouvir as mesmas desculpas da ultima ditadura por la para justificar os grupos de exterminio. Naquele tempo, a ditadura usava a palavra terrorista como desculpa para eliminar e fazer pessoas desaparecerem. Tambem faziam uso do secreto para esconder o que realmente estava acontecendo. E aqueles que estavam dando apoio cego a ela constataram tardiamente que estavam sendo somente usados com a desculpa de ser a maioria da opiniao publica.

Ha pouco, o presidente Obama foi ao Afeganistao em visita secreta aos soldados e teve a oportunidade de tambem fazer politica com o pais e em favor da candidatura dele `a reeleicao. Isso colocou os republicanos numa situacao de cuidadosa irritacao. Eles nao conformam com os ganhos politicos dele aos olhos do publico americano mas nao puderam culpa-lo de nenhum malfeito porque ele fez o que se espera que um presidente americano faca em tal situacao. Ele estava usando a mascara de Comandante Chefe dando apoio aos subordinados.

Possivelmente ele cometeu outras indiscricoes mas observei duas. Uma foi negar que os americanos sao vingativos. Apos tantos exemplos para comprovar isso, ficou patetico negar a realidade. Outra foi durante o discurso voltado para nossa nacao, quando terminou-o com o mantra: “Deus abencoe os nossos soldados, Deus abencoe os Estados Unidos”. Penso que ele pareceria menos arrogante se tambem tivesse lembrado de dizer: Deus abencoe o Afeganistao tambem. Daria um sinal de respeito ao solo de onde estava falando. Isso poderia ecoar positivamente nos ouvidos do povo afegao. E poderia ajudar muito a conquistar a simpatia dele e um pouco mais de confianca nos americanos. Essas coisas sao vitais para aqueles que desejam a paz no mundo.

O sr. Newt Gingrich anunciou o apoio dele ao Mitt Romney. Depois de falar cobras e lagartos dele na campanha ele usou a desculpa para mudar sua opiniao explicando que, esta nao sera uma eleicao de Ronald Reagan contra Mitt Romney e sim Mitt Romney contra Barack Obama. E Barack Obama, no entendimento dele, eh o presidente mais esquerdista que os Estados Unidos ja tiveram. Entao, entre o meio-conservador e um esquerdista ele nao teria outra escolha.

Nenhuma novidade na decisao. Todo mundo sabia que no final o Partido Republicano deveria unir-se em torno de qualquer um que fosse indicado pelo partido. Nao ha ai o que se discutir. O problema eh ele ser um professor de Historia e chamar Barack Obama de esquerdista. Nos que nascemos em paises onde os espectros politicos sao mais diversificados nao compreendemos como qualquer presidente americano, ate hoje, poderia ser classificado como esquerdista. E as atitudes da administracao Obama no campo internacional sao os maiores indicativos do comportamento direitista dele.

No Brasil, Barack Obama seria classificado, no maximo, como centrista. Talvez alguem o classificasse como da esquerda festiva. Esquerda festiva eh um pejorativo de alguem que fala como um esquerdista e age como um direitista. Mas o pejorativo seria usado apenas pelos comediantes para fazer piada dele nao necessariamente para definir suas intencoes politicas reais.

A classificacao de Barack Obama como esquerdista pelo sr. Gingrich somente nos mostra o cinismo politico. Quando os democratas falam em justica para pedir uma melhor distribuicao de riquezas para o povo, os republicanos apelidam isso de socialismo. Como se uma distribuicao melhor de renda nao melhorasse o capitalismo, desde que isso ajudaria os consumidores a comprarem mais e criar mais riquezas. Toda vez que o time do Barack Obama menciona justica, os republicanos o acusam de instigar a luta de classes. Da mesma forma, a classificacao de esquerdista feita por Gingrich tem a unica intencao de assustar aos leigos que nao conhecem o verdadeiro sentido da palavra.

Antes que o Gingrich acusasse o presidente Obama de ser esquerdista, como historiador, deveria primeiro ter lembrado do que Franklin Delano Roosevelt – FDR – fez. FDR, proporcionalmente, fez muito mais que o Obama em termos de decisoes “socialistas”. O que torna os dois comparaveis eh que o FDR teve um problema maior em maos, com uma quebra maior, uma taxa de desemprego maior e um pais de tamanho economico menor. Se o FDR estivesse no lugar do Obama e tivesse feito o mesmo que fez entao, os republicanos nao o estariam chamando apenas de esquerdista, eles o estariam taxando de comunista.

Todos sabemos: “Ninguem eh perfeito”. Como isso eh assim, entao, eh impossivel termos uma teoria economica perfeita planejada por pessoas humanas. O Partido Republicano tem defendido a ideia de que o capitalismo eh perfeito e que nada tem a aprender com ninguem. Eles estao apenas agindo com grande estupidez. Precisamos reconhecer nossas falhas se queremos melhorar o futuro desejado. Se nao reconhecermos nossas falhas, tambem nao seremos capazes de resolver nossos problemas.

Como as nossas instituicoes economicas nao sao perfeitas, nao penso que seja vergonha tomar ideias emprestadas de outros sistemas para resolver alguns dos nossos problemas. Essa eh uma questao de fazer bom uso da nossa inteligencia. Vejam o exemplo dos chineses. Eles continuam afirmando que sao comunistas mas desde ha muito tomaram emprestadas muitas ideias e ajuda do capitalismo para reinventarem o sistema economico que esta funcionando para eles. Talvez o maior de nossos problemas esta em quererem ser uma sociedade tao conservadora que seria incapaz de evoluir um passo sequer. Os chineses estao ganhando a frente e o Partido Republicano quer que nos marchemos atras.

Recentemente, tivemos a noticia de que uma sociedade de muito-ricos resolveu unir-se para explorar o espaco. O principal objetivo deles eh mineirar asteroides. Isso significa que tem planos de usar nossa tecnologia espacial para encontrar e extrair minerais raros na Terra para traze-los para aqui. Um plano inteligente? De alguma forma eh. Mas tambem mostra o quao disconectado as pessoas ricas estao em relacao a “nos o povo”. E isso faz soar os sinos do quanto errado esta o Partido Republicano ao escolher uma pessoa rica e desconectada para representa-lo nas eleicoes de 2.012.

Este comportamento eh um padrao de como as mentes de pessoas ricas trabalham na maioria das vezes. Nos estamos cheios de problemas maiores do que o que podera vir num futuro distante mas eles ja estao pensando em como ganhar dinheiro com uma coisa que nao ira resolver nossos problemas maiores e imediatos. Deixem que eu diga, eles estao buscando riquezas para si mesmo nao importando que milhoes irao morrer por falta de alimentos. Em outras palavras, eles estao planejando atacar a retaguarda do inimigo sem prestar algo de atencao se as pessoas que estao lutando na frente irao sobreviver. Imaginem eles gastando bilhoes de dolares numa aventura enquanto o mercado podera voltar `a recessao! Eles querem crescer antes de garantir o que ja temos. Nao eh uma jogada inteligente.

E isso tem outro lado baixo. A tecnologia que ja temos foi inteiramente desenvolvida por uma agencia governamental que foi construida com nossos impostos. Isso significa que a tecnologia surgiu do nosso bolso coletivo. Eles nao desenvolveram tecnologia alguma mas desejam usar a que temos para o beneficio proprio. E nao digo que nunca possam fazer isso. So estou dizendo que temos outras urgencias maiores que a de ajuda-los a ficar mais ricos. E, por essa razao, nao se deixem enganar por causa do meu comentario anterior a respeito da NASA. Nao sou contra o progresso cientifico. Apenas acredito na coordenacao entre os avancos cientificos e o bem estar de “nos o povo”.

Esta eh a mesma impressao que tenho da candidatura do Mitt Romney nas eleicoes de 2.012. Ele esta tentando defender a Historia dele como ex-executivo da Bain Capital. Mas o que ele fez nela foi cozinhar uma receita para o desastre. Ele priorizou ganhar dinheiro antes de garantir o bem estar dos consumidores. E ter numero maior e consumidores mais ricos eh o melhor caminho de salvar a economia. O bem estar dos consumidores eh a chave, e se sempre decidirmos eliminar custos, diminuindo oportunidades para os empregados nao estariamos pensando no bem estar de nossos consumidores porque consumidores e empregados sao um e os mesmos.

O que o Mitt Romney fez aqui na Bain Capital foi o mesmo que foi feito no Brasil no inicio dos anos 90. Os efeitos do que a Bain Capital fez ficou mascarado por causa da vitalidade da economia americana naquele tempo. Os empregados que foram dispensados tiveram outras alternativas de se empregarem em outras companhias porque a economia estava em expansao. No Brasil ela estava quase em recessao. E empregados de grandes companhias como a Vale do Rio Doce e Acesita, literalmente, se perderam.

Como o ex-governador de Massachusetts “gosta de dispensar pessoas”, nao se envergonha dos modos dele de tornar-se rico e acredita firmemente nos meios conservadores de fazer negocios; ele provavelmente se tornaria outro desastre para os Estados Unidos, caso seja eleito e aplicar as teorias economicas dele em nosso mercado enfraquecido.

E nao estou aqui defendendo o desempenho economico da administracao Obama. So estou expressando minha propria experiencia e levantando algumas questoes. Antes de o Partido Republicano ter apresentado sua visao a respeito de consertar a economia eles deveriam ter mandado especialistas a Minas Gerais para estudarem os efeitos colaterais do pensamento conservador aplicado na vida real. Disse antes e confirmo agora, Mitt Romney foi o pior candidato que o Partido Republicano poderia nos apresentar nesse momento economico particular.

Ele esta proclamando com todos os pulmoes que sabe como consertar a nossa economia. Ele alega isso com base na experiencia dele como executivo. Tambem, eu nao tenho nenhuma experiencia para desafiar a dele. Meu historico eh o de sempre ter estado do outro lado da moeda. O lado em que quando o governo faz algo errado ele eh martelado. Quando um super rico faz coisas erradas, ele eh martelado. E eh por isso que da-me medo de ser martelado em dobro se ele assumir o poder sendo tao rico e orgulhoso de se-lo.

Mitt Romney fala como se soubesse como consertar nossos problemas economicos sem reconhecer que, em primeiro lugar a crise foi criada por investidores como ele proprio. Povo que nao se envergonha de jogar com as vidas de todos no planeta. Se ele sabia algo mais que qualquer outro, entao, a falha dele foi nao ter-nos avisado nada com respeito ao que iria acontecer no final do governo do presidente Bush. E ele nao apenas nao sabe como consertar nossos problemas economicos, tambem ira criar mais se for eleito.

Ele, inclusive sendo candidato a representante do Partido Republicano nas eleicoes de 2.008, nao disse nada. Ele foi mais fiel ao colega dele na presidencia que a “nos o povo”, a quem se devia o respeito de ser melhor informado. Em nenhum momento ele fez critica publica alguma ao presidente Bush mas, possivelmente, ganhou muito dinheiro com a ignorancia do publico. O silencio revela o carater dele.

Com respeito a meus estudos genealogicos, tivemos a visita de uma amiga do Brasil e ela deu-me mais uma pista da nossa grandiosa Arvore Genealogica. O nome dela eh Maria da Conceicao Leite e faz parte do tronco familiar que tem a tradicao de ser descendente do Jose Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o Barao de Cocais. O avo dela foi o sr. Modesto Furtado Leite, irmao do Francisco e Luis mencionados anteriormente.

Agora tambem estou informado de que os irmaos procedem das Cidades de Itambe do Mato Dentro e Sao Goncalo do Rio Abaixo. As duas estao nas vizinhancas da Cidade de Barao de Cocais, onde o barao nasceu. Assim, a tradicao esta se mostrando verdadeira. Como ela tambem deu-me os nomes do pai, irmaos e irmas eu pude localizar mais ligacoes entre o ramo Coelho da minha familia com a Familia Furtado Leite. Agora posso dizer que: conheco mais americanos nascidos que descendem da nobreza da Peninsula Iberica. Inclua-se ai a propria neta da Conceicao que, aos tres anos de idade, foi a razao para ela visitar-nos.

Eu ja havia fechado esse capitulo mas aconteceu algo mais. Vou direto ao assunto. O presidente Obama saiu do armario e admitiu que os casais homossexuais deveriam ter o direito de se casarem. Ele somente oficializou o que as atitudes dele em relacao ao assunto indicavam. Nao esta acontecendo nada novo para mim. A atitude dele fez seu oponente, Mitt Romney, declarar o outro lado da moeda onde casamento deveria ser somente entre uma mulher e um homem.

Esta foi uma decisao inteligente e arriscada da parte do presidente. Ninguem sabe exatamente os efeitos que ela causara na campanha a longo termo e pode ser prejudicado de alguma forma com isso. Mas parece que a aposta esta rendendo. Pelo menos em termos monetarios porque ele tem conseguido arrecadar quantias vultosas para sua campanha. Mas o que me fez falar a respeito do assunto eh outra razao.

Esse eh um assunto que nao afeta na minha decisao em quem votar. Brasileiros tem um dito que fala: “Quem tem teto de vidro nao joga pedras na janela do seu vizinho”. O dizer nao cai em mim. Eu apenas o usarei na minha explicacao. O meu pensamento com respeito ao assunto tem evoluido desde os anos 60. Quando eu era crianca no Brasil esse era um assunto que os pais nem tinham a liberdade de conversar conosco. Eh provavel ate que nem entre si eles comentavam.

Nos anos 60 a nossa sociedade era tao conservadora que um beijo na boca exibido na televisao causou comocao em alguns. A legalizacao do divorcio em torno do mundo era algo condenado em nossa sociedade. E o Brasil estava muito atrasado em assuntos delicados como esses. Dai, o assunto homossexualismo era algo que a gente ouvia pouco e nao comentava muito.

O conhecimento do assunto por mim surgiu de forma natural. O tempo foi mostrando. Nunca tive contato com a comunidade e apenas conhecia pessoas que eram gays e nao fazia julgamento do comportamento delas. O que eu sentia era: isso nao eh para mim e a vida dos outros nao me afeta nesse sentido.

Todavia, isso nao quer dizer que eu nao tivesse nenhum preconceito disso. Eh verdade. Temos que admitir que, apesar do nosso patrulhamento para nao termos preconceitos, as pessoas humanas sempre tem um pouco. Isso eh ate natural. O que eh doentio com esse respeito sao as pessoas terem o preconceito e julgar as outras baseando-se nos sentimentos preconceituosos e nao no pensamento racional.

O que sera estranho para alguns eh que, meus sentimentos a respeito dos gays somente foram pacificados apos longos estudos da Biblia. Pois eh! Ninguem podera negar a realidade de que o texto biblico condena o comportamento gay. Alguns buscam respostas e mencionam passagens que parecem aprovar o relacionamento homossexual mas nao passa de desculpa para negar o obvio. Dai, por que entao eu diria que: o casamento entre homossexuais eh aceitavel?

Em primeiro lugar eu pensei na sociedade pederasta da Historia Grega. Naquela sociedade, o amor entre dois homens era tido como mais relevante que o amor entre um homem e uma mulher. Mulher era tolerada apenas por causa da funcao reprodutiva. Elas nao eram consideradas mais que objetos uteis. E isso tambem nao se encaixava no que eu sinto. Entao imaginei: E se nos vivessemos numa sociedade pederasta em que a maioria absoluta fosse homossexual e se essa maioria tentasse impor o comportamento dela sobre todos os heterossexuais, o que eu iria fazer?

Para concluir minha forma de pensar tambem me perguntei: O casamento dos gays interfere com meu casamento heterossexual? Ou interfere com qualquer outro casamento heterossexual? Nao consigo ver qualquer forma de isso acontecer. Dai eu evolui o pensamento.

Penso que quem esta contra o casamento dos gays esta apenas sendo egoista no assunto. Outra forma para melhor explicar isso eh so pegar a definicao de duas palavras envolvidas no assunto. Temos casamento e matrimonio. As definicoes das palavras afetam o assunto ate porque a Biblia que chegou a nos foi originalmente traduzida para o latim, e a lingua define o significado. Casamento, da mesma forma que marriage em ingles, tem um significado mais amplo de uniao, complemento, alianca, harmonia e combinacao.

Isso permite ao portugueses dizerem coisas como: O parafuso casa com a porca. E os de lingua anglicana podem falar: “um casamento de mentalidade” significando apenas ter a mesma ideia. Dai, as pessoas que querem definir o casamento como sendo apenas entre uma mulher e um homem so querem provocar confusao. O que eles pensam deveria ser definido com a palavra matrimonio. Matrimonio eh a palavra que implica em maternidade que eh usado nos ritos das igrejas para definir a relacao entre marido e esposa. Somente os conservadores extremos eh que nao querem enxergar isso porque estao cegos pelo preconceito.

Eu comparo essa situacao com algo que aconteceu comigo no Brasil. Desde quando eu era crianca eu detestava cebola. Mas ela eh usada como condimento em quase tudo da cozinha brasileira. Como eu era parte apenas de uma minoria significante, antes de comer eu separava a cebola picada num lado do prato. Em minha familia esse eh um caso antigo que todos conhecem. Mas eu nao era o unico.

Porem, de vez em quando aparecia um engracadinho que cortava a cebola em pedacos bem pequenos e jogava numa comida cuja cor escondia isso. Eu sempre ficava irritado com isso porque nao era o visual que me incomodava e sim o gosto. E se eu comia isso, tinha diarreia no dia seguinte. Penso que o povo que eh contrario ao casamento homossexual esta apenas sendo bully. Porque eu tenho gosto pelo casamento heterossexual isso nao significa que tenho o direito de impedir os outros de pensarem diferente.

Agora, vamos casar as ideias com respeito ao problema biblico e o dito brasileiro acima. Eu me libertei da ditadura do que “esta escrito na Biblia” desde que estudando-a encontrei um monte de contradicoes. Ai pensei: As contradicoes nao podem existir se ela foi ditada por Deus. Entao, o texto biblico representa a Verdadeira Palavra de Deus ou, em outros termos, reflete apenas o pensamento humano numa janela de tempo? Deixarei a resposta para voces, os leitores.

Mas eh preciso falar um pouco mais a respeito da decisao do presidente Obama de dar apoio ao casamento homossexual. Primeiramente os comentaristas tem dito que ele pode ser prejudicado pela propria decisao porque a comunidade negra eh na maioria conservadora no assunto casamento homossexual. Como na eleicao anterior ele ganhou a maioria dos votos da comunidade negra, agora a comunidade podera tirar o apoio a ele. E eu assisti `a entrevista de um pastor negro sendo na CNN a respeito do assunto.

Ele concordou que: Obama pode perder votos da comunidade por causa dessa decisao dele. E ele claramente apoiou a ideia de que o que esta escrito na Biblia eh a Vontade de Deus, e nos nao poderiamos interpretar diferente. E aqui esta o porque de eu discordar das nocoes dele e dos outros tradicionalistas com respeito ao que “esta escrito na Biblia”. Na Biblia se encontra a lei que permite a escravidao. Qualquer um pode ver isso em Exodus 21 e outros. Em toda a Biblia a gente encontra passagens que se referem `a humanizacao da escravidao mas em nenhum caso ela decreta sua abolicao.

Entao, esconder o preconceito contra o homossexualismo atras do que “esta escrito na Biblia” seria o mesmo que dizer: “discriminacao antes, agora e discriminacao para sempre”. Desde que nao esta escrito na Biblia que: Eh uma vergonha possuir escravos diante de Deus e Ele Proprio foi o suposto autor da autorizacao para escravizar os outros, entao, a comunidade negra precisava estar alerta para a possibilidade de a escravidao retornar.

Foi por isso que eu usei o dito brasileiro antes. No caso de o pastor estar tao confiante em que: foi Deus Quem discriminou os homossexuais na Biblia, ele tambem tem que admitir que: a escravidao continua valida perante aos olhos de Deus. E estou mencionando a comunidade negra neste caso somente por causa de ser um exemplo mais recente entre as discrepancias entre o texto e a Vontade de Deus. Nao creio que Deus discrimine ninguem. Mas o telhado do pastor foi feito de vidro.

Nao me interpretem mal. Todos os tetos foram feitos de vidro nesse caso porque no tempo em que o texto biblico foi escrito qualquer um poderia ser escravizado. Ate os reis. Meu ponto eh este, nos sabemos, escravidao eh uma vergonha diante de Deus. Da mesma forma que as outras discriminacoes tambem o sao.

Melhor eh fechar esse capitulo de vez!

21. SOLUCOES

Ontem, 16 de maio de 2.012, eu publiquei o capitulo 20 deste livro em meu blog. Mas imediatamente depois tive umas inspiracoes para ampliar meus argumentos. Entao, antes de entrar no assunto do titulo Solucoes propriamente, postarei aqui as ideias novas.

Com respeito ao casamento homossexual, para aqueles que tem o texto biblico como padrao de comportamento, tenho essa mensagem. Em minha analise temos duas formas de crer na Biblia. A primeira eh quando o crente pensa que todo o texto foi algo ditado por Deus e perfeitamente passado em palavras humanas pelos escritores.

Neste caso, o crente nao tem outra escolha senao seguir a cada palavra no texto. Se alguem escolher seguir algumas instrucoes e nao seguir a outras, entao, este esta sendo falso. Isso so eh assim porque Deus nao muda de ideia e apenas diz o que teria que ser feito no passado, presente e futuro. O que foi dito nao pode ser alterado.

A segunda forma de crer-se eh esta: os escritos na Biblia foram uma tentativa das pessoas humanas de interpretar a Vontade de Deus. Mas, com toda a boa vontade deles, os autores cometeram erros porque eram pessoas humanas. Neste caso o crente tem que praticar o que representar o bem para si mesmo e o bem para todos os seus semelhantes. Mas nao precisa seguir o que representar preconceitos.

O pastor que mencionei anteriormente aceita a discriminacao contra os gays como sendo parte da Vontade de Deus. Ele nao disse isso mas nao acredito que ele aceitaria qualquer discriminacao contra si mesmo. Mas encontra-se sobre a cabeca dele a sentenca de escravidao. Se ele disser que jamais podera ser escravizado, entao, estaria negando que esta “escrito na Biblia”, como se fosse da Vondade de Deus, e isso tem que ser seguido por ele. Se ele esquivar-se dizendo que o caso dele eh diferente, ele estaria apenas inventando desculpa para se livrar dos regulamentos, porem, estaria pondo sobre os ombros dos outros uma sentenca que nao queria para si mesmo. Este eh um sinal de preconceito.

O outro assunto eh com respeito `as alegacoes do time do Mitt Romney, incluindo ele mesmo, de que o que ele fez na Bain Capital foi apenas defender os interesses dos investidores. Ai se encluem os fundos de pensoes. Estao dizendo que a Bain Capital deu aos investidores o que eles desejavam, o que seria: altos lucros. De certa forma isso eh verdade porque: Quem nao quereria investir algum dinheiro numa coisa que pagasse juros altos?

Contudo, o que eles estao afirmando e algo como: Vejam, ninguem pode considerar isso um pecado porque, se fosse, todo mundo estaria pecando por praticar o que eh permitido em lei. Tambem, se todo mundo pecar junto, ninguem podera ser punido por isso. A estrategia eh inteligente, tanto quanto falsa.

Primeiro de tudo, para atrair investidores a Bain Capital tera oferecido altos ganhos. E o investidor menor foi pego exatamente como um peixe que nao enxerga o anzol mas ve a isca. Penso que nem todo mundo investiria na Bain Capital se fosse avisado que isso iria prejudicar empregados e donos de companhias menores.

Isso mesmo, todo mundo quer ficar rico, mas a maioria de nos quer isso com justica. Se eu tivesse a oportunidade de ter investido no que a Bain Capital estava fazerndo, no tempo em que o Mitt Romney estava trabalhando nela, sabendo as consequencias disso, eu diria: Nao obrigado, tenho outros lugares onde investir. Posso nao ganhar tanto mas quero paz de consciencia.

O que o time do Mitt Romney esta tentando fazer eh convencer a todos nos que os pecados dele nao podem ser considerados ruins como sao na realidade porque todo mundo que investiu nas propostas dele estava feliz depois. O que o time do Romney esta fazendo eh tentar vender a imagem dele como se ele fosse o administrador infiel, descrito no Livro de Lucas, 16, 1-13. O que ele fez eh errado mas esta dizendo aos que lucraram com isso: Eu ajudei voces, agora voces estao obrigados a receber-me em suas moradas eternas.

Eu confesso, nunca entendi esta parabola. Como um homem corrupto que corrompe muitos outros poderia ser apresentado como bom exemplo de comportamento? Para mim esta eh uma das contradicoes que estao no texto biblico, porem, eu posso usa-la para comparar o que o Mitt Romney fez como sendo o mesmo que o administrador infiel, descrito na parabola, fez.

Outra forma de comparacao com o que o Mitt Romney fez eh dar um exemplo do pescador mau. O pescador mau usou redes tao finas que pescava a maioria das criaturas do mar, ate mesmo os menores filhotes dos peixes maiores. Com isso o Ciclo da Vida foi totalmente interrompido. Quando o povo foi a ele para reclamar da maldade que ele estava fazendo, ele disse: Mas o que eu fiz foi somente porque voces queriam comer peixe! Voces sao os pecadores. A esperteza esta nisso: transferir para o povo a culpa da maldade que o Mitt praticou.

Esta situacao lembrou-me do meu avo paterno: Trajano de Magalhaes Barbalho, o Cista. Vovo Cista e os irmaos dele eram das familias bem estabelecidas desde os primeiros moradores europeus em nossa regiao. Nao posso dizer que fossem ricos. Quando ele tinha 10 anos de idade o avo dele faleceu e ele comecou a trabalhar para viver, como todas as criancas nessa idade o faziam naquele tempo. Ele nasceu em 1.890.

Quando o vovo Cista estava com 20 anos o pai dele faleceu tambem. Alem disso ele se casou e eu imagino que ele passou dificuldades. Comecou a vida de quase nada. E decidiu dar um grande passo na vida. Propos comprar uma fazenda do nosso tio-bisavo: Benjamin Rodrigues Coelho. E ele teve um prazo curto para pagar ou perder tudo o que tinha.

Porem ele teve a quem recorrer. Nosso primo, Nelson Coelho de Senna era melhor estabelecido porque era mais velho e era professor universitario. Ele tambem foi deputado varias vezes em Minas Gerais, alem de ser escritor e genealogista. Ele deu emprestimo ao vovo em condicoes que somente um grande amigo ou pai emprestaria. Vovo Cista quitou a fazenda e trabalhou como sempre fez. Com coragem.

Naquele tempo, o Brasil nao tinha estradas de rodagem boas e a linha de trem era usada quase que somente para passageiros. O transporte era feito por tropas. Da nossa cidade ate ao Rio de Janeiro eles gastavam perto de um mes. Outro mes para voltar. Ele tinha que produzir como fazendeiro, transportar para o Rio de Janeiro, vender, e comprar as mercadorias que nossa cidade precisava. Para isso ele tambem tinha venda na cidade. Ele tinha tudo porque trabalhava duro.

Trabalhando assim ele provavelmente tornou-se a pessoa mais rica da cidade. Apesar da Grande Depressao ele manteve o rumo. Com os lucros de cada atividade ele comecou a modernizar a producao e foi capaz de dar a cada filho uma profissao. Todos se tornaram fazendeiros ou comerciantes. Exceto dois que escolheram estudar: meu pai, dentista, e tio Murillo Barbalho, que se tornou advogado.

A licao que aprendemos do vovo Cista foi esta: trabalho duro da grande retorno. Essa se tornou uma licao falsa do final da vida dele para frente. O problema foi que, os caminhos do Brasil mudaram. Alguns se tornaram intermediarios. Estes foram as pessoas que nao trabalhavam duro nas fazendas. Eles somente iam `as fazenda para buscar a producao e transporta-las para as grandes cidades. La eles as repassavam para outros intermediarios que passavam os produtos para os varejistas.

Os fazendeiros perderam grande parte de suas rendas, e no outro lado da linha os consumidores passaram a pagar mais caro. Os unicos que adquiriam riquezas foram os intermediarios. Somente o trabalho duro permaneceu nas maos do povo. E se qualquer um desejar saber porque o Brasil ficou para tras em termos de desenvolvimento, precisa saber disso. Os intermediarios ganharam muito mais do que trabalharam.

A situacao de companhias como a Bain Capital eh igual a dos intermediarios. Eu imagino que, se o vovo tivesse que ter pago os juros que os que trabalham duro tem que pagar aos intermediarios de hoje, ele nunca teria ficado rico e, provavelmente, teria de ter trabalhado mais para ganhar muito menos. E um numero muito menor de pessoas no Brasil seriam ricas, com a riqueza mais concentrada em poucas maos, sem beneficio algum para o povo.

Penso que, o caminho que colocou o Brasil no atraso por tantos anos eh o mesmo que Mitt Romney e o Partido Republicano estao tentando impor aos Estados Unidos de hoje. Ninguem precisa de uns poucos explorando os frutos do trabalho dos outros. O que os Estados Unidos precisam eh devolver as mesmas oportunidades que os trabalhadores duros tinham antes. Os que trabalham duro podem reerguer o pais. E os intermediarios somente irao acabar de arrasa-los.

Dito isso, voltemos ao assunto do presente capitulo.

O titulo, Solucoes, nao eh uma definicao exata do que tenho a dizer. Penso que qualquer um que for altruista sonha com solucoes para todos os problemas. Mas o problema esta em que, nos somos o problema. Altruismo deveria ser a chave de todas as solucoes. Mas nao temos uma cultura baseada em altruismo. Nossos lideres estao sempre pensando a respeito de solucoes onde eles proprios irao ganhar algo primeiro ou a mais que os outros. Quando algum pensa nalguma solucao coletiva, acaba pensando numa solucao que traga algo a mais ou primeiro para o proprio povo, nao para todos.

Se alguem me perguntar o que fazer para resolver o problema eu responderia: Nao sei. Nao sou solucao de nada. O que sei eh tao pouco! O pouco que sei com certeza eh que, cada um de nos eh parte da todas as solucoes. Nao importa o quao pequeno sejamos nesse mundo. Se a gente for passado para tras em qualquer solucao, entao, viraremos problema. Entao, a solucao so existe se for coletiva e altruista. Nos precisamos menos de mim e menos de meu, e mais de nos e mais de nosso.

Mais do que nunca temos visto o quanto a humanidade tem se multiplicado num planeta tao pequeno. Agora, tudo o que acontece em qualquer pais no mundo afeta aos outros. Parece ate que o planeta ficou menor. Isso se parece com a gente ter crescido tanto que nossas casas nao nos contem. Precisamos de ter cuidado ao abrir os bracos sem estragar as casas dos vizinhos ou machuca-los.

Isso requer uma forma nova de comportar. E nao ha mais lugar no mundo para pensar que qualquer um seja escolhido. Nenhum pais, nenhum povo, nenhuma pessoa. Nos viajamos numa mesma espaconave e se nos tentarmos destruir o nosso vizinho, seremos destruidos junto com ele. Entao, a solucao passa por: O que queremos, preservar a todos ou destruir a todos? Eh por isso que a solucao precisa ser altruista, coletiva e conservativista.

Eh interessante relembrarmos uma informacao a respeito de nossas primeiras civilizacoes. Desde milhares de anos atras, nossos ancestrais acreditavam que eles precisavam fazer algo para manter o universo em equilibrio. Se a gente nao apaziguasse aos deuses com certas acoes o universo poderia desorganizar-se e coisas ruins aconteceriam ao povo e `a Terra. Se isso eh verdadeiro ou falso nos podemos comparar a duracao dos imperios para termos uma ideia. Praticando o que acreditavam, alguns imperios, como o egipcio, duraram milhares de anos. E o quanto iremos durar seguindo o que temos praticado?

Nossos credos judeo-cristaos de certa forma herdaram o mesmo ideal. Tinhamos la os nossos cerimoniais para apaziguar a Deus, para Ele nos ser favoravel. Equilibrio eh chave para resolver nossos problemas. E quando falo em equilibrio, penso em todos os sentidos. O que eh hilario eh isso: os nossos ancestrais conhecidos mais antigos acreditavam que precisavamos manter o equilibrio para que os ceus nao desabassem em nossas cabecas. Agora, alguns conservadores nao creem nem que o nosso mal comportamento em relacao `a natureza eh inclusive capaz de causar mudancas climaticas. Eles pensam que podemos prejudicar a natureza para sempre e a natureza jamais ira revidar.

Penso ainda que, se queremos solucao, entao precisamos nos comprometer com a paz. Nao importa o que facamos de diferente, se nao tivermos paz, tambem nao teremos garantias de futuro algum. Ate hoje nos tivemos imperios poderosos liderando todo o mundo conhecido. E todos eles cairam por falta de paz. Entao, se queremos permanecer por tempo indeterminado, a paz tem que ser a nossa orientacao. Entao, nossas solucoes tem que ser: altruistas, coletivas, conservativistas, equilibradas e pacificas.

Durante a Historia nos experimentamos muitos sistemas de governo. Todos foram falhos de alguma forma. E o que fica mais visivel nas falhas sao as fraquezas dos governantes. E nao estou aqui falando no sentido de nao se conduzir coisas do Estado com maos de ferro. Os que o fizeram falharam em dose dupla. Refiro-me `a fraqueza no sentido de falta de honestidade. Nao importa se foram monarquistas ou republicanos, presidencialistas ou parlamentaristas.

Da mesma forma nos experimentamos varios sistemas economicos. Cada um deles apresentou pontos fortes e pontos fracos. Ha pouco tempo assistimos ao desmantelamento do comunismo sovietico. Hoje nos estamos cruzando nossos dedos para nao vermos a mesma sorte no capitalismo. Mesmo que o capitalismo tem se reinventado em varios periodos diferentes, o que parece eh que ele esta precisando de um melhor equilibrio. O capitalismo esta precisando de uma reinvencao e um par melhor de asas para escapar de tanta turbulencia.

Entre as escolhas: democracia e autocracia (nao importa se ditadura ou monarquia) nao penso que haja o que se discutir esse assunto. A democracia ainda nao eh um sistema perfeito mas os outros sao muito piores. Dai se tira uma pergunta: Como fazer a democracia evoluir de maneira tal que ela realmente seja traduzida em: O governo do povo, pelo povo e para o povo? Esta mais que claro que nao ha lugar na democracia para outros interesses acima dos interesses do povo. E isso nao tem sido respeitado como deveria ser.

O que sei eh que a economia nao eh o nosso problema maior. Mesmo que isso tenha sido tratado como se fosse. Seria assim se nao houvesse uma solucao. Existem solucoes. Porem, ha necessidade de vontade para alcanca-las. E nao enxergo assim apenas por causa das tramas de nossos dias. Por que? O que falta eh justica. Nao teremos solucao sem justica.

O que eu entendo por justica passa pela questao: Qual eh a maior empresa no mundo? Alguns dirao que sao alguns bancos e outros dirao: Consulte a Nasdaq e voce sabera. Eh verdade! Wall Mart, Toyota, Shell, Exxon Mobil e algumas outras estao disputando o titulo das maiores do mundo. Mas nos temos uma empresa maior que todas elas juntas. Mas eh invisivel `a maioria dos olhos.

Tomemos o exemplo do Facebook para explicarmos algo. Ontem, 22 de maio de 2.012, o Facebook comecou a negociar acoes na Bolsa de Nova Iorque. (New York Stocks Exchange – NYSE). Alguem ja antecipou que o valor dele gira em torno de 80 a 100 bilhoes de dolares. Isso eh mais que o produto interno bruto da maioria dos paises individualmente. E esta eh apenas uma companhia media.

Onde eu desejo concentrar o foco aqui eh no como ele tornou-se do tamanho que eh para valer tanto. Comecou como se fosse uma brincadeira de jovens. Explorando o instinto natural humano de se reconectar com amigos. E logo atraiu milhares, milhoes e centenas de milhoes. E isso tornou-se possivel porque o povo age como gado. Alguns de meus amigos entraram e me convidaram. Entao, entrei porque eles entraram.

Isso so foi possivel tambem porque o servico eh oferecido gratuito. Como no dizer brasileiro que fala: “Se o boi soubesse a forca que tem nunca seria dominado!” Eh isso ai, ignorancia tambem faz parte do nosso mundo e nao precisamos ser bois para entrar no rebanho. Chamar os outros de bois no portugues eh inclusive abuso como dizer: leva vida de gado. Isso significa alguem que sempre eh conduzido por outros.

E o Facebook eh uma companhia que trabalha em cima dessa fraqueza humana. A maioria das outras companhias faz o mesmo. Mesmo que isso nao seja, necessariamente, algo ruim. O mal eh quando o gado eh usado sem saber disso. A maioria de nos usa o Facebook porque tem amigos e deseja ficar em contato com eles. A gente partilha os pensamentos, fotos, documentos e outras coisas. Para a maioria de nos, nossa relacao com o Facebook termina ai. Mas para os donos do Facebook isso nao eh o fim, eh apenas o comeco.

Para nos, somos usuarios. Para eles somos mercadoria. Somos mercadoria igual `a jabuticaba do sertao. Eles gastam pouquissimo para coletar-nos no campo, e nos vendem por pouco mais que nada. Mas nos somos tantos que, somando todos, o pouco vira bilhoes. Eles vendem propaganda para outras companhias. Nao temos a obrigacao de comprar nada. Mas, com certeza, um dia cada um de nos ira comprar algo via Facebook. Nao tem nada de errado ai. Isso nao eh diferente de comprar algo que se viu na propaganda num jornal ou televisao.

O que se tornaria diferente seria se os diretores do Facebook comecassem a ver-nos apenas como gado, ignorando o nosso dia-a-dia de “trabalho” para ele e agirem com desrespeito dizendo: Nos criamos o Facebook, fomos nos que fizemos tudo e o que estamos ganhando nao eh o suficiente, entao, dagora para frente havera uma taxa de uso. E eu pergunto: boa ideia? Ser mal agradecido eh o pior dos pecados.

Imaginemos entao: Se o Mark Zuckerberg ficar tao orgulhoso do que ja fez e se transformar numa mascara de exibicionismo de tal modo que comecasse a pensar que ninguem mais interessava. E ele comecar a dizer: Eu criei o Facebook, criei milhares de empregos, levei o Facebook para a NYSE e eu …, e por ai vai. Sera que isso soaria familiar?

Certo eh que, ele criaria uma situacao com todos os colegas, amigos e usuarios. Quebraria toda a confianca que depositamos nele. E nao muito distante apos ao dia que ele dissesse isso, amigos de um mesmo grupo comecariam a fechar as contas no Facebook e se mudar para outros sitios competidores. E logo veriamos a maioria dos usuarios do Facebook migrarem para longe. E, entao, veriamos quem realmente eh o dono deste negocio.

Nao tem muito tempo que o slogan do comercio era: “O fregues em primeiro lugar”. E a minha impressao nao eh solitaria. Eu ja estava pronto para continuar quando verifiquei no Google um soletrar para escrever corretamente. E por curiosidade passei olhos no artigo: Putting Customers First” (Atendimento por Excelencia), da autora: Jena McGregor, escrito em 1o. de outubro de 2.004. E eu repito essas palavras dela: “Voce assume que mais companhias tenham isso como lema. Infelizmente, organizacoes que poem os fregueses no centro dos servicos que elas oferecerem sao raras – tao raras que nos as estamos aplaudindo.”

Tenho como grande problema dos nossos dias a falsa interpretacao de que o povo nao eh a maior corporacao que ja tivemos. Ate agora as outras companhias tem nos tratado com base na psicologia humana de gado. Tem usado isso a favor delas e o povo nao compreendeu ainda que eh muito mais forte do que o resto. O povo precisa reconhecer sua propria forca. Porem, tem que reconhecer que, com o poder vem a responsabilidade. Eh preciso aprender a usar a forca que tem sem ferir a si mesmo.

Podemos visitar nosso passado para aprendermos mais a respeito disso. O capitulo da Historia Geral chamado: “Os Despotas Esclarecidos”, eh um exemplo do como os dirigentes podem ficar tao distanciados do povo que ate mesmo o boi manso comeca a reagir violentamente. Eles tinham tanta certeza que o povo nao reagiria ao despotismo deles que mantiveram o abuso do povo por decadas, ate que a Revolucao Francesa surgiu. Hoje, o povo frances e a maioria do mundo celebra a Revolucao Francesa. Mas a Revolucao Francesa foi totalmente falha como movimento e terminou com milhoes de mortes. O lado bom foram os ideais que posteriormente foram adotados.

Em 1.917 tivemos outro exemplo de um poder abusivo levando `a revolta. A Revolucao Bolchevista nasceu. E o que o povo ganhou com isso? Ele fugiu do lobo e caiu na toca dos leoes. O povo sofreu 70 anos de repressao e continua sofrendo consequencias ruins desse passado. Portanto, temos que tomar cuidado com o que dizemos ou fazemos.

E o que eu concluo agora eh isso, nos estamos sendo atacados por um tipo de pensamento distorcido aqui nos Estados Unidos. O Partido Republicano, liderado por seu mais provavel candidato `as eleicoes de 2.012, Mitt Romney, esta concentrando seus esforcos na defesa do direito de ser rico forjando a ideia que os ricos criam mais empregos. Nao sei por quao estupidos eles nos tomam mas essa ideia eh a que mais se assemelha ao Esquema de Piramide.

Ta bom! Nao sou tao doido assim. Eu admito que, pessoas ricas com boas intencoes podem criar alguns empregos e nao preocupo se alguns de nos ficam mais ricos que os outros, fazendo coisas boas na sociedade. O que eu digo e sei ser impossivel eh uma pessoa se dedicar a ficar rica e ter a mesma consideracao com a sociedade. Jesus nos disse que nao podemos ter dois senhores ao mesmo tempo. E eu acredito nisso tambem.

A minha experiencia como brasileiro tem demonstrado justamente o oposto do que o Partido Republicano esta pregando. O Brasil viveu decadas perdidas. Desde os anos 70 ate os 90 o Brasil era inexplicavelmente pobre. A gente podia viajar por uma cidade atras da outra no Estado de Minas, em torno do meu torrao natal, e nas centenas delas a gente via a pobreza fluindo como agua. A pobreza estava em todo lugar que se podia enxergar.

E onde estavam os ricos para ajudar ao povo? Nao os encontravamos. Foi entao que o povo encontrou um jeito de migrar e comecou a sair para todos os lados do mundo para ajudar a si mesmo. A maioria passou pela situacao de ser explorado por oportunistas. Os oportunistas ficaram ricos mas nao ajudaram ninguem. Os migrantes enfrentaram todo tipo de perigo. Eles viraram sangue, suor, lagrimas e perseguicao.

Quando o Brasil estava na pior e o povo necessitando ajuda dos ricos, foi o periodo em que o povo mais foi explorado por eles. Os Estados Unidos nao podem orgulhar-se do que fez. Para que se messa como os brasileiros foram tratados naquele tempo, qualquer um so precisa ir a qualquer cidade do Nordeste de Minas Gerais e perguntar quantas pessoas conhecidas tiveram vistos negados. Nao houve respeito algum. Nem mesmo aos idosos que desejavam vir para ver netos pela primeira vez. Nao havia criterio na concecao de vistos.

Apesar de tudo o povo chegou aqui e em outros lugares. E, durante trinta anos, a gente viu uma cidade atras da outra serem ajudadas pelos emigrantes. A gente via construcoes novas nas cidades pobres. Quando perguntavamos: Eh de quem? Na maioria das vezes era alguem que estava mandando dinheiro do exterior. Boa parte das familias sobreviveram com a ajuda de parentes emigrados. E se nao fosse por isso muitos nem teriam tido dinheiro para comer.

E onde estavam as multinacionais para ajudar ao povo? Eu nao sei! A unica coisa que sei com certeza eh que o povo estava consumindo alguns dos produtos delas. Por isso eh que conclui, as multinacionais e os ricos nao estavam presentes para ajudar o povo mas o povo sempre os ajudou.

Agora eh um novo tempo. Agradeca-se a novas politicas e um melhor salario que o povo esta tendo, as coisas melhoraram. Alguns estao ficando verdadeiramente ricos. Brasileiro agora representa lucro para todos que se interessam nisso. Os turistas brasileiros estao entre os que mais gastam em suas viagens. Agora, o turista brasileiro representa mais negocios do que migracao. E a filosofia em realacao aos brasileiros esta mudando tanto que os consulados americanos estao distribuindo mais e mais vistos. Os Estados Unidos inclusive estao abrindo dois novos consulados: no Estado do Rio Grande do Sul e no de Minas Gerais.

O que quero dizer com isso eh que, se o povo quizer solucao para seus problemas, nao vale a pena esperar que a ajuda venha dos ricos. Mas os ricos estarao sempre espreitando quando os problemas forem resolvidos para lucrar com o sucesso do povo. Nao estou condenando os ricos. Muitos deles inclusive sao ex-pobres que tiveram uma oportunidade e a usaram para tornarem-se ricos. Mas a minha certeza eh essa, se as oportunidades chegassem primeiro ao povo, todo mundo ganharia o seu quinhao. Mas se as oportunidades forem apenas para alguns, o problema jamais sera resolvido.

O que os republicanos liderados por Mitt Romney estao fazendo eh apenas vendendo ilusoes. Eles nao sabem como criar empregos. O que eles sabem eh como lucrar com isso. A criacao de empregos vem da equacao mais simples. Precisamos apenas que o povo seja pago com justica. O povo age como gado. Tendo dinheiro no bolso logo sai para as lojas. E nao eh a criacao de fabricas que cria empregos. A demanda eh que eh a responsavel pela criacao das fabricas. E o povo sem dinheiro nao cria demanda.

A unica forma de se ter consumidores eh por dinheiro nas maos do povo. Nao se precisa dar o dinheiro. O que eh necessario eh somente pagar os salarios com justica. O povo nao quer o dinheiro sem trabalhar por ele. O povo so deseja ser pago com justica em todo e qualquer emprego. Mas, desde o inicio da globalizacao promovida pelas multinacionais com a promessa falsa de produtos baratos, isso esta dando esse retorno `a economia. Nao vale a pena ter produtos baratos se as fabricas diminuem o numero e pagam menos aos empregados que sobraram.

Ao fazer isso, eles estao automaticamente diminuindo o dinheiro que circula no mercado e o mercado so pode cair. Isso eh tao simples quando dizer: o mercado nao trabalha com magica. E eu sei, muita magica tem sido feita nas ultimas decadas. Isso eh o porque entramos em recessao antes e o porque de a Europa esta em dificuldades agora. E o mundo inteiro esta correndo o mesmo risco.

Afora isso, eu precisava explicar porque o povo eh a maior de todas as corporacoes. Mitt Romney esta defendendo sua historia como diretor da Bain Capital dizendo que, a experiencia dele no setor privado seria o dom que usaria como presidente. Nao penso que precisamos ser muito inteligentes para enxergar a esperteza na afirmacao. O dinheiro investido pela Bain Capital nao era dele mas veio do povo quem o ganhou. Isso mesmo. Eu ja disse, ele usa a mascara de benfeitor do povo mas apenas usou a oportunidade que o povo deu a ele.

Se a Bain nao tivesse investidores, o Mitt Romney teria que ir a outro lugar para se empregar. Primeiro de tudo foi o povo quem deu a ele um emprego. Agora ele vem dizer que criou empregos com suas atitudes na Bain Capital. Como um ex-investidor eu digo: vamos repensar isso! Emprego nao eh o objetivo de nenhuma firma de investimento. O objetivo delas eh faturar juros.

E eu posso usar a minha propria experiencia para explicar isso melhor. Quando eu estava trabalhando no setor de transporte de mudanca foi oferecido a todos os empregados a oportunidade de transferir um fundo particular que tinhamos junto ao nosso empregador para uma firma de investimentos. Nos aceitamos a oferta. E alguns especialistas vieram nos explicar algo a respeito de investimentos. Basicamente, a unica coisa que disseram para nos foi que poderiamos colocar o nosso investimento em tres categorias: alto, medio e sem risco. Nao seria inteligente colocar tudo numa aposta unica por causa dos riscos.

Isso era por volta do ano 2.000 e quase todos nos nunca tinha investido. E eu nao era totalmente ignorante no assunto porque, no tempo em que vivemos no Brasil, nos tivemos duras licoes porque estivemos no lado oposto dos investimentos. Naquele tempo, a economia no Brasil era instavel demais e pagava um dos maiores juros do mundo. Lembro-me de epocas em que as taxas de juros oscilavam entre 50 a 170% por ano. E estou falando apenas a respeito dos juros, sem adicao da inflacao.

Dai, a economia brasileira era o lugar para os credores nunca para os devedores. Mesmo assim tinham aqueles que nao tinham escolha a nao ser arriscar-se. E eu sabia que, provavelmente, os investimentos de alto risco oferecidos a nos seriam acoes brasileiras ou de outro pais pobre em condicoes semelhantes. O que eu tinha para investir era insignificante. Do meu pagamento bissemanal seriam retirados de 30 a 50 dolares. Se me lembro bem, o meu capital inicial estava em torno de 1.500 dolares.

Mesmo para mim que fazia parte do grupo de trabalhadores que estava vendendo o almoco para comprar o jantar isso nao era demais. Era so o que eu tinha em maos. Mas se eu pegasse isso para meus gastos eu os usaria nas despesas diarias e nunca teria poupanca alguma. O que pensei foi isso, se eu usa-lo comigo mesmo nao sairei da pobreza. E se eu investir nas acoes de alto risco eu poderia ganhar algo que nunca tive. Se perdesse, isso tambem nao alteraria nada em minha vida.

E eu pensei mais ainda. O problema era o seguinte: se eu escolhesse investir em acoes de alto risco estaria provavelmente investindo no Brasil e os tomadores do dinheiro por emprestimo de la teriam que trabalhar duro como burros para quitarem os juros absurdos. Dai eu conclui que, se eu nao investisse, outros fariam isso. Entao, se de toda forma os brasileiros teriam que pagar a conta, melhor seria que pagassem a mim que tambem sou brasileiro. Dai eu escolhi colocar tudo o que tinha nos investimentos de alto risco. Eu so nao imaginava quem, individualmente, me pagaria mas sabia que o trabalho duro do povo estava na outra ponta da corda.

Nao investimos na Bain capital. Mas os principios de investimento sao quase os mesmos em todas elas. Dai, quando o Mitt Romney fala que tem orgulho do trabalho que fazia, sem levar em consideracao que ele estava sendo apenas um intermediario entre dois grupos de trabalhadores, onde um grupo lhe deu a oportunidade de ter um emprego muito bem pago e o outro pagava os custos, eu fui convencido a nao votar nele, nao importa o que. O que ele alega eh que, fez algo extraordinariamente bom, quando na verdade estava apenas explorando o trabalho duro dos outros.

Voltemos ao nosso exemplo do Facebook. Eh um exemplo interessante porque penso que todos nos, os leigos, podemos entender o que estou querendo dizer sem nada saber a respeito de economia. Eu sou um usuario comum do Facebook e sou agradecido por ele ser uma realidade porque, como eu estou muito longe dos lugares em que vivi, posso manter contato com meus amigos. Isso ja era verdade mesmo antes de abrir minha conta no Facebook porque usava e-mails e Orkut. E hao outros meios sociais de comunicacao que podemos usar.

Seria grande falha dos diretores do Facebook se nao tratassem cada individuo da lista de usuarios como consumidores de valor. E, como eh assim, precisamos ser postos como essenciais. Se o Facebook realmente vale uns 80 bilhoes de dolares ou mais, os “donos” dele precisam se lembrar que nos valemos uma cota equivalente em centavos. Nao sei quanto. Como sao eles que sabem o quanto: quanto o Facebook vale e o numero exato de usuarios, entao, que facam a divisao para saberem o quanto cada um de nos tem.

Nao importa qual seja o valor que os “donos” do Facebook possuem, eles tem que aceitar isso como um presente nosso dado a eles. Precisam ser humildes e reconhecer que, “Nos, o povo” estamos concedendo a eles um presente condicional, por mais que tenham trabalhado para fazer do site uma realidade, eles estao sendo pagos extraordinariamente bem. Nao podem considerar-se a alma e o coracao do Facebook. Isto quem eh eh o povo.

E agora eu tambem vou dizer porque eu mencionei as Revolucoes Francesa e Bolchevista. Estou falando apenas em hipotese. Digamos que, se o Mark Zuckerberg comecar a fazer palhacadas e menosprezar os usuarios porque agora ele eh extremamente rico e o povo nao passa de povo! Mesmo sendo uma missao dificil convencer todo o povo que a atitude dele seria errada, um grupo de cidadaos preocupados poderia comecar um boicote e todos ou a maioria de usuarios poderia migrar para outras sitios sociais.

Alguns diriam que, isso seria impossivel porque o Facebook eh o melhor no ramo, entao, somente alguns sairiam. Mas eu penso que isso eh perfeitamente possivel, desde que o povo seja bem informado de que, sem o Facebook, os outros sitios sociais tomariam o lugar dele e se melhorarao porque os funcionarios do Facebook migrariam para os outros. O Facebook so existe porque tem usuarios e algumas pessoas trabalhando por tras da cena. Talvez o Zuckerberg seja o rosto do Facebook mas “Nos, o Povo” somos o capital dele. Zuckerberg so ficou rico porque nos lhe demos a oportunidade e se ele perder o nosso respeito, seria justo puxar o tapete dele.

E cada uma das outras firmas no mundo nao eh o que eh por elas mesmas. Elas tem apenas dois componentes insubstituiveis. O corpo de empregados e o corpo de consumidores. Todo o resto eh perfeitamente substituivel. E cada um de nos precisa tomar cuidado com o nosso orgulho porque todos nos somos individualmente substituiveis. Juntos, porem, somente uma geracao nova pode nos substituir.

Ha muito tempo eu dialoguei a respeito desse assunto e recentemente eu dei uma passada d’olhos numa entrevista a alguem que dizia ser falsa a impressao de que temos herois que fizeram coisas extraordinarias. Tudo que uma grande pessoa pode fazer depende da aprovacao e do comportamento do povo. Eh errado ensinar `as nossas criancas que George Washington eh o pai da nossa nacao sem mencionar que o povo daquele tempo participou da paternidade. Washington so cumpriu a missao dele porque a maioria do povo deu apoio e trabalhou junto no que tinha que ser feito para chegarmos `a independencia americana. Sem o povo, nada havia por ser feito.

Com respeito `a minha mencao ao lema: “o fregues sempre tem razao”, isso caiu em desuso. Tambem, o dizer brasileiro: “O boi se deixa dominar porque nao sabe a forca que tem”. Esse segundo cai bem como carapuca sobre o povo. Mas estou enxergando em um futuro nao muito longe que algumas pessoas ficarao alertas para isso. Chegara o tempo em que o povo sabera o quao forte eh. E o povo estara cansado de ser escravizado e, depois de concluir que nao tem sido respeitado, fara coisas que servirao de mensagem forte.

Direi isso como exemplo. E se o setor automobilistico comecar a macaquear conosco? O povo devera se juntar e mandar um recado para que ele se comporte de acordo a agradar ao povo. Se isso nao funcionar, entao, o povo se juntara novamente e decidira qual marca sera eliminada do mercado. A partir disso, ninguem comprara produto algum daquele fabricante. E os outros se comportarao direito.

E aqui esta o porque de eu ter mencionado as Revolucoes Francesa e Bolchevista. O povo precisa aprender as licoes delas. O povo tem o poder de negociar sem ferir a si mesmo. Nos teriamos muito a perder se uma revolucao total fosse feita. Se todas as pessoas boicotassem todos os fabricantes, nos perderiamos todos os empregos que os fabricantes representam. Porem, se o povo escolher boicotar somente um fabricante e continuando a comprar carros dos outros, os empregados da marca boicotada serao necessarios e nao perderao os empregos. Somente os investidores de determinado fabricante irao perder.

So estou relembrando isso porque isso fara parte das solucoes. O povo deve ser posto em primeiro lugar, nao os lideres que se dao mais valor do que merecem.

Nos temos muitas pessoas hoje-em-dia pensando ser melhores que outras porque ganham mais dinheiro. Esta eh outra falsa impressao. E isso eh peculiar naqueles contaminados pela doenca da vaidade. A nossa sociedade da credito exagerado a estes que ganham mais dinheiro. E esta eh a razao pela qual muitas pessoas estao preferindo fazer coisas que nao gostam mas que pagam melhor.

Mitt Romney eh um desses que tem orgulho de ser rico como se isso o fizesse melhor que os outros. Este tipo de comportamento nao eh bom para nossa sociedade. Se ganhar dinheiro for a razao para o sucesso e todo mundo so procurar fazer aquilo que pagara melhor, quem ira se sujeitar a fazer certos trabalhos essenciais para a sociedade? Precisamos, pelo menos, manter um certo equilibrio entre o quanto as pessoas irao ganhar em media e o valor que o top da piramide fatura.

Se alguem imagina que eh melhor que os outros, em razao de ganhar mais dinheiro, isso so prova ser uma pessoa de comportamento distorcido. Por que eu faco essa afirmacao? Observem, se voce eh treinado para ser um medico, voce eh suposto fazer seu trabalho melhor que qualquer outra pessoa treinada para fazer outro servico. Nao se espera que um ator seja melhor que o cientista que esteja representando. Ninguem espera que um padeiro ira ser melhor pintor que o artista. Dai, ninguem espera que nenhum outro na sociedade sabera conduzir melhor a economia do pais que alguem treinado para fazer exatamente isso.

Se alguem se torna capaz de ganhar dinheiro porque foi treinado para faze-lo, entao, ganhar dinheiro nao passa de sua obrigacao. Porem, se a nossa sociedade comecar a dar muitos privilegios para aqueles que ja sabem ganhar dinheiro, sendo desrespeitosa com os outros, entao, todos serao atraidos a somente fazer coisas que sejam convertidas em dinheiro. Imaginem entao se todos comecarem a procurar apenas os altos cargos e recusar-se a fazer outros servicos essenciais! Quem ira colher? Quem ira coletar lixo? Quem tomara conta das criancas? Quem ira fazer todas as outras coisas necessarias em toda sociedade para que ela seja justa?

Sem o ar voce morre em questao de minutos. Sem a agua espera-se que voce morra em questao de poucos dias. Sem comida voce pode viver alguns dias a mais. Sem as pessoas capazes de ganhar muito dinheiro, ninguem morre.

Equilibrio eh o que eh essencial a qualquer sociedade justa. E o que ficou claro agora eh que nossa sociedade esta totalmente fora de equilibrio. O rico esta ficando cada vez mais rico e o pobre esta perdendo ate as esperancas. E nao podemos insinuar que a culpa disso eh apenas dos Republicanos ou dos Democratas. Erros tem sido cometidos assim como a Historia dos Estados Unidos tem acontecido. E a politica de acusar uns aos outros nao esta indireitando nada. Esta apenas dificultando a aplicacao das solucoes.

Vejam essa excecao. Os paises chamados de BRICS, onde o B simboliza o Brasil, sao os paises em desenvolvimento que estao fazendo a diferenca em nossos dias. E isso nao eh porque eles estejam indo tao bem. Nao podemos compara-los com os outros que ja sao desenvolvidos ha muito tempo. A forma de desenvolvimento dos BRICS ainda nao foi provada. Por exemplo, nao podemos comparar Brasil e Estados Unidos como se fossem macas da mesma caixa. Mas o que tem sido feito pelo Brasil pode ser a demonstracao do que nao esta sendo feito aqui e, em parte, explica o porque da nossa economia andar em dificuldades.

Como eu ja disse, quando estavamos sendo expulsos do Brasil pelas decadas de politicas falhas, o salario minimo estava por volta de US$ 100,00/mes. Nao se admirem com isso. O dinheiro na epoca podia comprar algo das necessidades de uma familia, apesar da menor capacidade de consumo. As pessoas comuns so podiam comprar coisas produzidas no proprio Brasil. Mas eu digo que, um casal com filhos que tivesse que viver com apenas um salario minimo no Brasil, poderia viver melhor que um casal vivendo nos Estados Unidos com o salario minimo por volta dos US$ 800.00/mes como o era. A diferenca era que o casal aqui teria assistencia governamental melhor.

No Brasil quase ninguem tinha um carro proprio. Um numero pequeno de pessoas possuia televisao e outras coisas do genero. O que mudou desde entao e agora eh que, o governo decidiu controlar a inflacao e a elevar o salario minimo gota-a-gota. Hoje, o salario minimo brasileiro esta por volta de US$ 300,00. O salario minimo triplicou e o produto interno bruto anual do pais como um todo cresceu cinco vezes. Duvido que isso seria possivel se somente os mais ricos recebessem incentivos da sociedade.

O lado bom disso eh que, mais e mais pessoas por la estao ganhando mais dinheiro que o salario minimo, e estou certo de que isso eh consequencia do dinheiro estar mais disponivel na base da piramide. O governo tambem criou meios de colocar algum dinheiro extra nos bolsos dos mais pobres.

O brasil continua sendo aquele paradoxo de ser um dos paises mais ricos do mundo sem ter as estruturas basicas para garantir riqueza a todos. Mas esta sendo como o meu amigo Richard fala: “Gente que nao podia nem comprar uma bicicleta agora tem carro.” E esta eh a essencia do Brasil hoje. O Brasil nao eh um exemplo de justica economica. Mas esta melhor do quando o deixamos.

Outra coisa visivel tambem eh esta: as grandes companhias e os ricos nunca fizeram sacrificio algum para ser assim. E os ricos estao ficando cada vez mais ricos. E mais pessoas estao ficando ricas. Essas sao as razoes pelas quais penso ser ilusao ou alucinacao pensar que os ricos sao aqueles que criam empregos em qualquer pais. Se o povo tem o dinheiro no bolso, ai o mercado se ajusta. O que cria todas as oportunidades eh quando o povo menor tem o dinheiro nos bolsos. O povo com dinheiro eh o consumidor e eh ele que cria a demanda. Tendo demanda, todos irao buscar as oportunidades de investir em qualquer tipo de negocio. E isso eh a unica forma de criar-se empregos.

E, para que assim seja, a medida menos efetiva eh dar estimulos para aqueles que ja tem dinheiro. Estes nao irao balancar o mercado sem consumidores. Fazer a distribuicao do dinheiro no topo da piramide so fara com que os privilegiados fiquem mais ricos e nao ira ajudar em nada. O sucesso da sociedade nao esta naquilo que ela investe nas elites mas naquilo que ela investe no seu povo. Numa sociedade livre o sucesso do povo rico nao esta naquilo que a sociedade investe nele mas naquilo que os consumidores do mercado livre decidem gastar.

Riqueza eh uma consequencia, nao causa da sociedade. Como no Brasil onde uma cidade apos outra em redor do meu torrao natal nao recebeu investimentos das grandes companhias para melhora-las e agora as grandes companhias como os produtores de carros, eletronicos e outros estao vendendo seus produtos como nunca dantes, o mesmo podera acontecer quando o povo miudo tiver dinheiro nos bolsos em qualquer outro lugar.

Ontem, 26 de maio, eu estava assistindo a uma entrevista feita pelo Piers Morgan, da CNN, a um conhecido apoiador do projeto Mitt Romney. E ele estava afirmando que as firmas de investimentos sao boas para a sociedade porque elas entram nas empresas que estao doentes, reorganizam-nas numa forma que as tornam competitivas com salarios mais bem pagos,. Segundo interpretei do que ele estava dizendo ele disse: firmas de investimento funcionam como medicos, salvando a vida de doentes terminais. Ta bom. Eh um argumento forte.

Mas como na vida real, eu preferiria nao ir ao medico. Nada contra eles. Tenho consciencia da utilidade deles. Mas isso me pareceu ser o mesmo que a impressao que as pessoas leigas tem atualmente. Parece que quanto mais os medicos se especializam mais as pessoas ficam doentes. Por que isso parece ser assim? Para mim poderia ser porque quanto mais os medicos ganham dinheiro na atividade mais eles estao, ate mesmo inconscientemente, trabalhando para que as doencas permanecam. Parece que eles trabalham mais para encontrar remedios para as doencas do que remover as causas delas.

O que ele tambem disse claramente eh que, firmas de capital nao estao ai para salvar empregos para o povo mas para salvar alguns negocios. Negocios que eles esperam que os paguem bem. Mas se eles desejassem ser a salvacao da patria, teriam que investir no povo. Isto eh algo assim, os negocios se contaminam com a doenca presente na nossa sociedade. A doenca eh resultado do salario baixo do povo. Se o povo tivesse recebendo um pagamento melhor, nao teriamos negocios em dificuldade. Entao, eles estao investindo nas doencas nao na remocao da causa delas.

Nao vale a pena tratar do povo intoxicado sem tambem limpar a lagoa onde a contaminacao da agua esta se dando. Quem eh curado e bebe da mesma agua voltara a adoecer. A doenca na nossa sociedade eh o valor baixo dos salarios. Se isso nao for resolvido tambem a sociedade nao tera cura. O que parece eh que, os republicanos ricos querem ganhar dinheiro com as nossas doencas e depois devolver um pouco em forma de caridade para que parecam piedosos. Nao penso que “Nos, o Povo” queremos caridade. “Nos, o Povo” queremos justica.

O que as firmas de capitalizacao tambem tem feito eh manter vivas as doencas do nosso mercado. Para que possam tirar lucro delas. E a solucao para os nossos problemas economicos eh tao simples como comer mamao. Basta fortalecer o mercado e isso so se tornara possivel quando a base da piramide vir primeiro. A imagem que os apoiadores do Mitt Romney estao tentando vender ao nosso povo eh que agora a piramide esta de cabeca para baixo e o top eh que sustenta a base. Engracado! Este eh um pensamento totalmente desequilibrado. E, se for mesmo, cuidado, pois o tombo sera mais estrondoso!

Ninguem chamaria de socialistas aqueles que escreveram nossa constituicao e foram eles quem colocaram: “Nos, o Povo” em primeiro lugar. No preambulo ja fica clara a mensagem de nossos ancestrais dizendo assim: o povo deveria ser o foco numero um em nossa sociedade. Colocar as elites em primeiro lugar eh uma inversao dos nossos mais sagrados ideais. Fazer isso nao eh solucao, eh confusao.

Nao faz muita diferenca se andarmos na linha dos republicanos ou democratas. Parece que o resultado sera o mesmo. Por nossa propria experiencia nos vimos como a administracao ajudou aos grandes negocios e o resultado disso foi a protecao dos investimentos dos ricos. Enquanto isso, “Nos, o Povo” estamos saindo pelo ralo.

Os republicanos pregam que eles teriam deixado os negocios que precisaram de ajuda sair pelo bueiro. Mas ao mesmo tempo eles estao advogando as isencoes para os ricos. Dai, os resultados seriam praticamente os mesmos porque o dinheiro tambem acabaria nos bolsos dos ricos. A diferenca esta em que, se algumas das empresas que receberam ajuda tivessem quebrado, o povo poderia estar sofrendo muito mais.

Penso que a ajuda dada em nosso passado recente foi um remedio com gosto horrivel para o povo beber, porem, necessario para evitar a piora do caos. Agora o povo precisa continuar em frente e exigir mais responsabilidade dos ricos e nao deixar acontecer outra palhacada por parte da direcao da Wall Street. Senao, um boicote seletivo poderia ser proposto.

A minha conclusao com respeito ao problema economia eh essa: Nos temos duas opcoes de caminho. Um eh investir em nossa elites. Outra eh investir em nosso povo. Uma eh confusao e a outro a solucao.

Os republicanos sao dominantemente cristaos mas nunca aprenderam a licao. A riqueza eh multiplicada de acordo como eh partilhada. Pode parecer contradicao mas eh a pura verdade. Se voce quer ver mais riquezas voce deveria partilhar o que tem com os outros. Quanto mais a riqueza eh concentrada em poucas maos menos ela ira ser multiplicada. Mat. 19, 23. Os republicanos pensam que os Ceus sempre estarao abertos para eles mas como podem eles esperar ser recebidos com um entendimento tao pobre de como fazer a Vondade de Deus?

Nao estou escrevendo essas coisas para acusar `as firmas de capitais de praticarem coisas ilegais. Penso que o povo que esta por tras delas esta apenas tirando vantagem das oportunidades que o mercado oferece. Desde que nao hajam leis dizendo que isso eh errado, eles nao as estao quebrando. O que nao quero eh ser tomado por estupido que possa ser facilmente convencido que elas criam empregos ou oferecam empregos mais bem pagos para outros que nao os agregados delas. Se eles disserem a verdade, fica tudo legal comigo.

Mas eh preciso considerar o meu aviso. Eles dizem que vivemos em um mundo de oportunidade. Entao, eles precisam aprender a ser oportunistas sem machucar os outros. Penso que este seja um bom aviso porque precisamos de ter meios para termos sucesso numa mao e na outra mao precisamos nao transformar o nosso sucesso em causa da nossa queda. Em tudo precisa equilibrio.

Todos precisamos nos lembrarmos que, como as oportunidades se nos apresentam e se nos as manipulamos com desrespeito, ferindo a outros, outros oportunistas podem usar as feridas como oportunidades para si mesmos. Se o povo nao tivesse sido abandonado nos casos das Revolucoes Francesa e Bolchevista, estes fatos jamais fariam parte de nossa Historia. Que isso seja dito, se qualquer problema serio ocorrer com nossa economia num periodo curto a partir de hoje, e as empresas maiores precisarem de recursos do governo, estaria criada uma situacao quase fora de controle, porque isso se tornaria como fogo num paiol. E eu penso que um acontecimento como esse so ajudaria aos piores oportunistas.

Hoje eh sexta-feira, 08 de junho de 2.012. E estava ausente por alguns dias porque encontrei algumas pistas de nossa linhagem genetica e nao estava conseguindo concentrar-me suficientemente sobre o assunto deste capitulo. E o que aconteceu de novidade foi a declaracao do ex-presidente Bill Clinton que disse ser favoravel a manter-se as isencoes dadas pelo governo Bush, inclusive para os americanos mais ricos, ate ao proximo ano. Ele inclusive elogiou o Mitt Romney pela forma como administrou a copanhia Bain Capital.

O que era esperado acontecer em seguida nao bengou. Imediatamente os republicanos usaram isso como se a intencao de Clinton fosse apoiar os ideais republicanos. Os brasileiros tem um dizer mais ou menos assim: “Em boca fechada nao entra mosquito”. Agora o senhor Clinton esta tentando retificar as proprias palavras. Os republicanos desejam que as isencoes sejam transformadas em permanente mas ele so concorda com elas serem extendidas ate ao proximo ano. Tambem disse estar no barco para reeleger ao presidente Obama. Dizer que o Mitt Romneu fez um bom trabalho em favor proprio e dos investidores da Bain nao significa dizer que ele fez o mesmo para o povo.

Outro dizer brasileiro eh esse: “Quando fazer algo errado nao explique. Seus amigos vao crer em voce sem nenhuma explicacao e os inimigos nunca irao acreditar de forma alguma!” Nao penso que o senhor Clinton cometeu engano algum. O fato eh que desde que o senhor Obama entrou na Casa Branca a lideranca e a ala de extrema direita do Partido Republicano estao fazendo uma oposicao insana contra a administracao dele. E esta parte ma dos republicanos esta constrangindo a boa parte do Partido a fazer o mesmo e destruindo o ideal de se trabalhar em conjunto.

Isso ficou a olhos vistos com a decisao da senadora Olympia Snowe, do Maine, de pedir aposentadoria antecipada por causa da intolerancia no congresso. Ela eh republicana com grande senso de responsabilidade e nao aceita a intolerancia. Ela sempre votou com os democratas quando lhe pareceu trazer boas consequencias para o pais. Mas agora ela esta preferindo aposentar para nao se dobrar `as imposicoes de seus companheiros.

Como uma velha raposa, o ex-presidente sabe muito bem que, mesmo que a extensao das isencoes para os mais ricos nao ira ajudar a outros que nao a eles proprios, esse preco eh baixo em troca de conseguir que algo seja feito nesse congresso que nada faz. Ele sabe, nos temos que pensar a longo prazo e nao no imediatismo como parte dos republicanos quer. Para resolver os problemas americanos nao vamos precisar de decadas e nao anos. Perder um ano nesse meio de tempo somente ira desacelerar o trem, sem descarrilha-lo.

Eu ja estava pronto para voltar ao assunto quando vi o que o presidente Obama disse a respeito da economia. Ele disse que o setor privado estava indo bem. Isso gerou muito blablabla e o Mitt Romney resolveu ataca-lo, chamando-o de incensivel aos problemas dos desempregados d’agora. E assim a politica funciona! Se alguem deseja dizer algo positivo de suas proprias conquistas eh preciso escolher cuidadosamente as palavras certas ou sera atacado num nivel muito maior do que valiam suas palavras.

Comparando o que acontece ao nosso redor da para ver que, o senhor Obama esta correto de certa forma. Quando ele entrou no cargo, herdou do governo Bush tamanha combuca que muitos negocios fecharam as portas no centro de Framingham, onde a maior parte do comercio brasileiro se concentra. O sentimento naquele tempo poderia ser descrito como aquelas cenas dos bang-bangs onde as bolas de mato seco passam rolando numa cidade fantasma. Hoje as portas foram reabertas e a situacao pode ser classificada como moderadamente otimista.

Muitas lojas antigas fecharam as portas e isso abriu a oportunidade para novos comerciantes aventurarem. A situacao poderia ser melhor se o senhor Obama tivesse mantido a palavra e passado uma legislacao que legalizasse os imigrantes sem documentos. Ao contrario, ele os deportou mais que qualquer outro presidente antes. E muitos outros preferiram a deportacao voluntaria. O governo Obama, ao sentir a pressao da percepcao preconceituosa contra os sem documentos, fez o que parte do eleitorado americano queria. Mas isso significou um tiro nos proprios pes.

Eh verdade! Os negocios privados estao indo bem, num nivel abaixo do ideal. E a criacao de milhoes de empregos pode servir de medida disso. Mas nao eh o suficiente. Apesar de que, se Mitt Romney e seus parceiros estivessem no lugar do presidente Obama, com a agenda anti-imigrante dele, nao tenho duvida em dizer: nos estariamos numa situacao muito mais delicada que estamos. E isso eh o porque de eu poder repetir: nao temos outra escolha alem de votar a favor do politico menos perigoso para a nacao nessas eleicoes de 2.012.

Dito isso, voltemos ao assunto solucoes. Ja mencionei a Confederacao de Nacoes, divididas em 5 a 12 unidades em torno do globo. Este eh o objetivo a ser atingido mas eu sei que temos mil degraus a conquistar antes. Fundamentalmente precisamos conquistar a confianca de uns nos outros. Tambem precisamos abandonar a ideia do “direito de explorar os recursos dos mais fracos”. Essa nao eh uma declaracao anti-capitalista. Mas precisamos aprender que, se queremos partilhar as riquezas que vem dos fracos nos tambem precisamos partilhar as nossas riquezas e conhecimentos com eles. Tudo precisa ser posto em equilibrio.

O principal objetivo que precisamos ter eh a permanencia da nossa civilizacao e de nossos gens. E o maior de todos os problemas a ser resolvido eh o que ha de errado dentro de nos mesmos. Precisamos reconhecer o direito de todos de serem igualmente donos dessa espaconave que chamamos de Terra. Temos que criar condicoes para resolver nossas diferencas. Precisamos reconhecer que todos tem o direito de ter sua propria religiao ou nao ter nenhuma; ter uma cultura e os outros nao podem interferir no sentido de forcar os outros a fazer o que nao querem e assim por diante. Precisamos atingir um patamar superior de respeito de uns pelos outros.

Quando todos sentirem que ninguem ira rouba-los, ai conquistaremos a confianca que precisamos para atingir degraus superiores. A criacao da Federacao de Nacoes devera ser baseada em vizinhanca. Assim, a Europa poderia ser uma unidade, Africa outra, Asia da mesma forma, e tambem as Americas do Norte e do Sul. Cada uma dessas unidades precisa ser estruturada para receber todo o conhecimento que a humanidade ja adquiriu. Elas precisam funcionar como unidades diferentes de uma mesma universidade. O nivel economico precisa ser semelhante. Por isso temos muito investimento a fazer.

Toda a populacao do globo precisa ser livre para ir e voltar de e para onde quizer. Porem, a residencia devera ser balanceada de forma a que cada unidade tenha uma populacao proporcional `a capacidade do ambiente suportar. Digamos que, como temos 7 bilhoes de pessoas vivendo na Terra hoje, se dividirmos a Federacao em 7 unidades, cada unidade deveria ter um bilhao de residentes.

Isso deveria ser feito como prevencao ao que nos pode acontecer, como descrito no capitulo anterior. Se qualquer das unidades for atingida por um evento desastroso, cada uma das outras unidades deveria ter capacidade reserva para abrigar entre 10 a 20% da propria populacao. Imediatamente apos um evento desastroso isso poderia ser usado para abrigar os mais vulneraveis da unidade atingida como as criancas, os doentes e os idosos. Com isso, os mais fortes poderao se concentrar apenas nos salvamentos e reconstrucoes.

Nao desejo usar muito espaco nos meus escritos com detalhes. Nao sou dono de nenhuma verdade. Porem, precisamos comecar a explorar as ideias de construirmos unidades de sobrevivencia no subsolo e no fundo do mar. Inclusive comecar a estudar com seriedade planos para implantarmos unidades de civilizacoes na Lua e, talvez, em Marte. Estes poderiam ser considerados planos de contingencia para a sobrevivencia de nossa civilizacao em eventos como o impacto de um asteroide maior. Cada unidade devera ter um grupo genetico representativo das culturas e dos povos humanos.

Como sera preciso elevar-se o nivel economico de muitas partes do planeta o consumo sera elevado. Entao, precisaremos ficar alertas para o problema do consumismo barato. Precisamos aprender como usar melhor os recursos renovaveis e produzir menos lixo. Sabemos que a capacidade de sobreviver dos bilhoes de especies foi conquistada naturalmente atraves do equilibrio ecologico em milhoes de anos e agora esse equilibrio foi quebrado pelas atividades humanas. Nos precisamos reintroduzir-nos no ambiente natural de forma a nao causar mais estragos.

Temo que voce leitor me tomara por um sonhador ou construtor de utopias. Isso pode parecer assim porque sabemos que estamos na beira do abismo e a maioria dos nossos visionarios futuristas ja disseram que, o fim eh uma questao de quando e nao do se. E parece que ate o Stephen Hawking disse que, em minhas palavras: toda vez que duas civilizacoes se encontram, uma causa o fim da outra. Voce nao imagina o quanto importante, quao perigoso e influente tal credo se faz para a nossa sociedade. Mas ele estava falando a respeito da possibilidade de civilizacoes extraterrestres existirem e estarem a ponto de fazerem contato conosco.

Para quem nao se lembra quem eh Stephen Hawking eh, ele eh o fisico mais influente desde os tempos de Albert Einstein. E eh aquela pessoa com a maior mente aberta, presa num corpo paraplegico. Da cadeira de rodas ele eh o lider cientifico e o mais influente pensador de nosso tempo. E o que ele fala eh aceito quase como verdade profetica e imutavel.

Penso que ele seja realmente quase tudo que esta na fama mas falha um pouco na analise do carater humano. Quando ele disse o que disse ignorou a parte nao natural do comportamento humano. E o dizer dele torna-se um precedente perigoso porque temos em nossa sociedade uma linha forte de pensamento que se baseia justamente no que Hawking falou. Ele nada disse de novidade e, talvez, o que disse nao tivesse a intencao de influir no pensamento dos outros e ele sim eh que foi influenciado por aquela falsa crenca.

Porem, as palavras dele poderao ser tomadas como um endosso a algumas agendas secretas de dominacao do mundo. Agendas daqueles negligentes que pensam que o mundo nao passa de um parque de diversoes nas maos de adultos, com comportamento infantilizado, e sonhadores que querem fazer do mundo um lugar com apenas uma forma de pensamento onde eles proprios seriam os donos. Nao apenas me oponho a esse tipo de pensamento como digo: a forma unica de pensamento nao eh apenas anti democratica mas tambem eh uma aberracao abominavel. E as diferencas de pensamento nao implicam na necessidade automatica de dominacao e eliminacao de uns pelos outros.

Eh verdade. Temos muitos exemplos de confrontos de civilizacoes e na maioria dos casos uma exterminou a outra ou a reduziu a uma significancia minima. Mas precisamos entender isso como um objetivo de decisoes predeterminadas. Isso foi uma questao de escolha, nao uma questao de inevitabilidade.

Humanos sao animais originados na natureza que aprenderam como agir de forma nao natural. Se o nosso comportamento fosse governado apenas pelas leis da natureza nunca teriamos civilizacoes. Eh por essa razao que criamos leis nao naturais para guiar nossa sociedade. Se alguem pensa que eh natural a gente obedecer a leis como: nao matar, nao roubar e ser fiel em qualquer situacao, este precisa observar as criaturas naturais para repensar sua propria concepcao.

Ser humano eh o mesmo que ter compotamento anti-natural. Porque as pessoas humanas sao capazes de atingir uma compreensao da natureza, automaticamente se tornam anti-naturais. E eh isso que nos torna capazes de vivermos em sociedades multiculturais como a nossa propria. Nao somos perfeitos. Mas se fossemos guiados somente por nossos instintos naturais seria impossivel a nossa civilizacao existir. Assim como criamos leis anti-naturais como aquelas que procuram garantir status iguais para os sexos, aparencia da pele e seguimento religioso, podemos tambem criar leis que nos contenha de sermos egoistas em termos civilizatorios.

Os outros nao precisam comportar-se exatamente igual a nos para interargirmos de forma positiva com eles. Isso eh somente uma questao de tomarmos isso como um principio a ser seguido. E este eh o ponto crucial para que tenhamos respeito uns dos outros e ganharmos a confianca necessaria para alcancarmos o mais alto objetivo que eh a nossa sobrevivencia como especie e como civilizacao.

Conhecemos a lenda. Mesmo que a caracterizacao como lenda nao seja toda a verdade. Antes da maioria das nossas civilizacoes antigas surgissem, foi dito que Atlantica foi a civilizacao mais avancada na Terra e um desastre natural a reduziu a um mito. Desde quase 24 seculos atras, Platao a mencionou em seus dialogos e desde entao foi interpretada como fruto da imaginacao dele. Mas parece que ela nao eh tao mitica desde as descobertas de uma civilizacao antiga se deram no Parque Nacional Dona Anna, na Espanha.

Nao importa se depois for concluido que essa nao sera Atlantica. Nos temos outros fatos historicos mais faceis de ser acreditados. A civilizacao greco-romana foi conquistada pelos nossos ancestrais, os godos, e ela era relativamente mais avancada do que o que a substituiu durante a Idade Media. Nos podemos considerar a civilizacao europeia no periodo entre o VI ate ao XIV seculo como o tempo de redescoberta do que fora antigo para as civilizacoes classicas. O nosso desenvolvimento hoje-em-dia poderia ser mais avancado se nao tivessemos tido 8 seculos de hibernacao tecnicologica em nosso desenvolvimento.

E precisamos prestar atencao nessa licao porque, como descrevi no capitulo anterior, um desastre natural podera fazer-nos voltar a um nivel de desenvolvimento igual ao tempo da Era Glacial. Pois eh! Eu sei! Nosso governo tem tentado previnir isso estocando nosso conhecimento em alguns lugares ditos seguros. Mas isso esta longe de ser o suficiente. Quando a nossa civilizacao for reduzida a migalhas por um desastre natural, nao teremos a menor ideia de quem ira sobreviver. Ah, a caverna na montanha!? Talvez ela ira se tornar uma tumba para muitos, como uma consequencia inesperada do desastre. Tudo pode acontecer!

Um problema a mais eh que, os sobreviventes terao que lutar por suas vidas no logo depois do grande desastre natural. A prioridade sera ficar vivo e nao preservar o conhecimento. O problema seguinte eh que: manter e desenvolver o conhecimento custa caro e o nosso nivel de civilizacao eh baseado em um numero maior de populacao. Digamos que, mesmo que 1% de nossa populacao sobreviva apos ao super desastre, com certeza nao sera o suficiente para manter o nivel de conhecimento existente. E se o numero de sobreviventes for apenas uma fracao disso, nossa civilizacao sera reduzida a um nivel de conhecimento igual ao da Idade Media ou menos.

E ai vem o grande problema. A civilizacao humana tera que recomecar do rascunho. Talvez, depois de milhares de anos que o desastre ter acontecido a unica coisa que o povo se lembrara serao algumas “lendas” como Atlantica. Ai os historiadores tentarao redescobrir tudo o que aconteceu, procurando separar os fatos das ficcoes. Eles estudarao coisas a respeito do “mitologico” ouro negro que podia ser usado como combustivel de maquinas, as quais deveriam facilitar a vida. Porem, eles terao dificuldade em encontrar o “mitologico” liquido magico porque nos ja teremos exaurido nossas reservas e o que sobrou sera muito dificil de encontrar.

E sem uma fonte barata de combustivel sera improvavel recriar nossa civilizacao. Talvez a humanidade ira sobreviver por mais alguns milhares de anos sem ao menos ser capaz de voltar `a Lua. E isso sera o final prematuro de nossa Historia. Agradeca-se aos nossos lideres no poder, tanto no governo quanto no setor economico, que estao pensando mais nas suas proximas ferias que nas solucoes para os nossos problemas maiores.

Nossas concepcoes terao que ganhar um novo paradigma onde o rico nao sera mais considerado excepcional por ser rico e o pobre nao sera tomado por inferior em consequencia da pobreza. Alguns de nossos lideres estao confortaveis com a situacao, acreditando que eles tem o direito `as oportunidades de se tornarem ricos enquanto condenam os pobres a uma quase eterna pobreza. Como eu sei e ja disse: no fim de mil anos a geracao de mil anos atras tera tido a oportunidade de tornar-se ascendente de todas as pessoas vivas daquela era. Entao, nos precisamos comecar a pensar no futuro, incluindo toda a nossa descendencia sem excluir a maioria somente porque nao a conheceremos.

Dai, a solucao para os nossos problemas nao irao cair dos ceus. Primeiramente teremos que ter consciencia das possibilidades de futuro e a vontade de resolver as dificuldades como sociedade nao apenas como individuos. Se insistirmos no individualismo como prioridade, nos nos colocaremos no caminho certo de suicidarmos como civilizacao. Nao tenho duvida alguma quanto a isso: os caminhos dos americanos de hoje levam ao suicidio de nossa genetica e conhecimento no final. E nao penso que valha a pena mantermo-nos na direcao do abismo desde que podemos mudar nossos rumos a qualquer momento que queiramos.

Agora, vou atualizar nossas noticias politicas. A revolucao na Siria chegou a um novo nivel de insanidade. O regime Assad continua atacando o proprio povo e parece que a rebeliao esta ganhando forca. E, pior, esta sendo armada por outros inimigos do regime Assad, tornando a Siria um campo aberto de batalha. Isto tem sido tomado como combustivel pelos republicanos para criticar o governo Obama porque ele tem tentado evitar um envolvimento mais proximo. Por tras da cortina de fumaca, a batalha dos politicos e a Historia sao duas coisas completamente diferentes.

Essa eh a verdade! Todo mundo sabia do que o Assad e sua gangue eram capazes. Ele eh um ditador igual ao pai dele que governou antes. E os Estados Unidos tem muita culpa no que acontece por la. Oh nao! Nao estou sendo anti-americano no meu comentario. O problema nao sao os Estados Unidos como um todo mas tao somente o codigo de conduta que seguimos por tempo demais.

Isso esta na nossa cultura de guerras. Estamos acostumados demais a tentar resolver problemas `a base da forca, principalmente quando os adversarios sao muito mais fracos que nos. A gente so leva a aproximacao diplomatica a serio quando sabemos que o adversario eh forte e podera nos dar mais trabalho que resultados. E isso eh a razao para os mais fracos estarem tentando obter as armas de destruicao em massa, para se tornarem fortes e serem tratados com mais respeito.

Isso aconteceu no Iraque, esta acontecendo no Afeganistao e espalhando para o Paquistao. A intervencao da OTAN na Libia serviu como sinal que o povo sirio interpretou como que ele tambem poderia fazer o mesmo porque esperava que quando estivesse no meio do conflito nos o ajudariamos. Ai caimos no problema. A situacao na Siria eh completamente diferente e estamos sem combustivel para dar apoio a outra revolucao no momento. E o maior de todos os problemas eh que o movimento do povo sirio nao foi coordenado com nossa capacidade.

Se ha tempos atras tivessemos tido uma politica mais responsavel em relacao `a paz e somente intervissemos quando todas a tentativas diplomaticas tivessem falhado, o povo sirio poderia ter pensado duas vezes antes de comecar uma nova revolucao num momento delicado como esse. Ele precisava pelo menos ter uma lideranca unida, com um caminho claro do como tomar o poder e como comportar-se a seguir.

No que fomos informados, a revolucao siria nao passa de um sonho desejavel. A Siria eh dominada por uma ditadura que a sabedoria comum interpreta como ser algo a ser trocado por outro melhor. Dai, o que interessa mais eh saber antes: trocado exatamente pelo que!? Nos estamos cansados de trocar seis por meia duzia.

Centenas de civis estao sendo mortos no conflito. Criancas tem sido torturadas. E dai!? E o que iriamos esperar vir de uma besta? Como um veterinario formado eu jamais estimularia `as pessoas comuns a combaterem uma matilha de lobos selvagens que estivessem invadindo as terras delas, se fosse minha escolha. Voce precisa de pessoas treinadas para combater a maldade, de preferencia, causando o minimo de danos colaterais.

O que os Estados Unidos tem feito ha muito tempo eh estimular revolucoes e pondo pessoas inocentes no meio do fogo cruzado. Depois usa isso como desculpa para expandir sua propria agenda. E o povo em sofrimento nem sempre se sente manipulado por fazer o que os Estados Unidos querem, e nao necessariamente o que eh melhor para todos.

Estou abismado com a arrogancia da Secretaria de Estado ao falar a respeito do ditador Assad. Eh como se ele ja fosse historia, e os dias deles ja estivessem contados. Nossos governos tem imposto `a forca algo chamado de governos democraticos. Mas por nossa experiencia isso pode ser traduzido por ditaduras disfarcadas. Iraque e Afeganistao sao dois dos mais recentes exemplos disso. Eles nao passam de dois vulcoes dormentes, esperando o momento certo para reentrarem em erupcao.

Ao inves de estimular conflitos para derrubar ditadores nos poderiamos usar uma politica diferente de aproximacao, como a de converter os ditadores `a democratizacao. Poderiamos ensinar a eles o como nos mantemos o nosso governo democratico e como a alternancia de poder mantem as mesmas pessoas no poder sem que ninguem se de conta que esta sendo enganado. Essa eh uma forma melhor de possuir o poder sem aquele velho final sangrento em que as ditaduras normalmente acabam. Alguns deles poderao compreender que poder nao eh uma questao apenas de testosterona mas sim uma questao de esperteza.

Outro sururu que anda acontecendo eh a respeito dos vazamentos que a midia tem nos apresentado com respeito `as atividades secretas de nosso governo. Os republicanos rapidamente tomaram isso como vazamento premeditado pela Casa Branca para aumentar a popularidade do presidente Obama. Entre outros, os vazamentos revelaram que o que fez cerca de 1.000 centrifugas nucleares ter problemas no Iran nao passou de um ataque coordenado pela CIA.

Os republicanos nao tem a menor do como ou quem serviu o vazamento de bandeja mas ja apontaram os dedos para o lado do presidente porque, na forma de eles enxergarem, pensam que a revelacao favoreceria ao ocupante da Casa Branca. Eles deveriam ter mais cuidado em relacao a essa acusacao porque se eles afirmam que isso iria trabalhar a favor da reeleicao do presidente Obama, entao, sera porque o publico americano pensa que atacar o Iran dessa forma eh algo bom de se fazer.

Porem, eles tambem concluiram que a revelacao compromete a nossa seguranca nacional. Entao, eles estao interessados que o tiro saia pela culatra e a favor deles. A nossa seguranca nacional ja esta comprometida desde que comecamos a promover guerras desnecessarias ha muito tempo atras. O modelo intervencionista de nossa diplomacia e poder economico criou as condicoes para os nossos cidadaos serem atacados ao redor do globo. Quando sofremos os ataques de 11 de setembro, isso ja nao era uma questao de se, com certeza, era quando.

Quando mostraram nossos soldados urinando sobre corpos de militantes do Taliban, o caso da queima dos Coroes e outros, pensei que isso so poderia ser trabalho da militancia republicana em nossas forcas armadas para prejudicar o governo Obama. Porem, desde que nao tinha prova alguma de minhas suspeitas eu nunca acusaria alguem, nem o partido, do malfeito. Eh uma questao de etica. Nao que eu tirasse toda suspeita de outros se fosse eu quem estivesse investigando tal evento. A minha concepcao seria somente essa, a militancia republicana seria a suspeita numero um. Mas eu somente revelaria isso apos toda a investigacao pronta.

Nossa seguranca national tem sido comprometida nao apenas pelos ultimos vazamentos. A nossa diplomacia oficial muitas vezes tem sido responsavel por piorar tudo. Tortura legalizada, prisoes extra-judiciais e sem acusacao, invasao de paises sob alegacoes falsas, uso de sancoes indiscriminadamente, avioes teleguiados, chamar outros de Eixo do Mal, ter a arrogancia de pensar que os outros eh que tem que adaptar-se ao que queremos e muito mais sao outras coisas a se levar em conta no caso de nossa seguranca nacional.

Quando os republicanos fingem estar preocupados com certos vazamentos causarem alguma ameaca `a nossa seguranca nacional eles so mostram hipocrisia. Pois eh! Isso e verdade! Os vazamentos aumentam os nossos problemas de seguranca nacional. Mas o que foi feito nos oito anos do governo Bush (somado ao que tem sido feito pelo governo Obama) e ao que os candidatos republicanos ja disseram que fariam, durante seus debates, se eleitos, eh o suficiente para concluir-se que: o Partido Republicano nao esta preocupados um minimo com a nossa seguranca nacional. Ou, melhor dizendo, eles pensam que a nossa seguranca nacional depende apenas de nossa capacidade armada.

Outro acontecimento politico por aqui nos Estados Unidos foi a revisao da eleicao no Estado do Wisconsin. Este evento foi gerado pela agenda do governador eleito, Scott Walker. Ele eh um republicano pondo em pratica a Biblia dos conservativismo. Em um dos atos dele, ele passou uma lei que limita os direitos dos trabalhadores sindicalizados. Dai os sindicatos quizeram livrar-se dele pedindo que a eleicao fosse refeita mas perderam. A medida contra os sindicatos eh um dos fundamentos pregados pelos conservadores que desejam diminuir a forca dos governos e concentrar o poder em poucas maos da iniciativa privada.

Quando o senhor Obama disse que nossa iniciativa privada estava indo bem, o provavelmente adversario dele nas eleicoes de 2.012, Mitt Romney, perguntou-lhe se ele nao tinha ouvido a mensagem da eleicao no Wisconsin. Ele interpretou isso como se os resultados dessas eleicoes especiais seriam a traducao da vontade do povo como um todo. No meu ponto de vista isso nao eh nem um julgamento claro da luta entre os sindicatos e o governador. O problema eh mais complexo que isso. E os resultados dessa eleicao mostram que, o povo do Wisconsin disse nao `a troca de um governor eleito somente em funcao da luta contra um setor da comunidade. Se toda hora que um governador nao se entender com parte do eleitorado for feita outra eleicao, nos vamos nos perder. Por enquanto, a decisao dos eleitores do Wisconsin foi o melhor.

O que o senhor Romney se esqueceu foram os resultados de duas eleicoes na Europa. Uma na Franca e outra na Grecia. Nelas o eleitorado refutou a agenda conservadora dos seus presidentes e elegeram os oponentes. Ha 18 anos atras o eleitorado brasileiro tambem votou a favor de agenda parecida com a que o Mitt Romney esta tentando implantar nos Estados Unidos. E os brasileiros reelegeram a mesma agenda quatro anos depois. Nao teve nada de errado com a decisao do eleitorado brasileiro, desde que ele estava tentando resolver os problemas com visoes politicas que ninguem conhecia as consequencias.

No final dos oito anos o eleitorado teve a oportunidade de escolher novamente e rejeitou aquela resposta aos seus problemas porque ela estava colocando o pais no caminho da recessao e mantendo o povo na pobreza eterna `a qual havia sido condenado pelas elites pelos cinco seculos anteriores. Agora os brasileiros reelegeram a alternativa e deram mais uma chance a ela. Estao caminhando para o decimo ano na alternativa e rejeicao da agenda conservadora. Como descrevi antes e todo mundo sabe, o Brasil esta se transformando para melhor.

Romney teve a oportunidade de colocar em pratica seu pensamento aqui em Massachusetts. No final do primeiro mandato ele nao teve nem a coragem de disputar a reeleicao. Naquele tempo a gente ja sabia que ele tomaria um chute no traseiro se tivesse tentado. Ele nao foi capaz de fazer seu sucessor e desde entao o nosso governador eh o Deval Patrick, que eh democrata e se opos `a agenda conservadora proposta pelo ex-governador.

Infelizmente, eleicao nao funciona como matematica. Somar os votos para alguem nao garante que tal pessoa resolvera nossos problemas. Vez por outra a gente pode afirmar: se essa pessoa for eleita podemos afirmar que sua administracao sera boa ou ruim. Nesse momento particular nos podemos afirmar que: o senhor Obama nao manteve a palavra de candidato dele quando foi eleito para a Casa Branca. Porem, eu estou pondo nele um certo credito por causa da situacao excepcional que ele encontrou no tempo de sua posse e dos anos subsequentes, ate agora. Desde que ele foi eleito eu ja reconhecia que seria humanamente impossivel resolver em tempo curto todos os estragos produzidos pelo antecessor.

Contudo, meu voto para ele sera por apostar na seguranca. Sera mais porque nao temos outra alternativa. Eu penso que os Republicanos ja nos causaram prejuizos demais durante o governo Bush e agora eles estao querendo retornar com ideias ainda piores. Por isso eu estou temeroso ate mesmo de escolher qualquer um republicano, mesmo que me parecesse ser uma boa pessoa. Se os democratas voltarem a nos decepcionar, vou tentar ir com o Jesse Ventura da proxima vez.

Para quem nao o conhece eh melhor fazer uma pesquisa do que sao as ideias dele. Por enquanto ele esta dizendo a verdade. Republicanos e democratas tem prejudicado por tempo demais a esse pais. Precisamos de uma terceira via. Uma alternativa verdadeira. Isso funcionou no Brasil e pode funcionar aqui tambem. Mas o que falta eh essa terceira via ser organizada. Por enquanto existem pessoas e ideias. Elas precisam se encontrar em um partido novo. Talvez, dai para frente a gente tenha para onde correr.

Preciso acrescentar mais dois argumentos para minha decisao de votar contra o ex-governador de Massachusetts. Uma eh a posicao dele em relacao a pedir desculpas. Ele disse que o presidente estava se desculpando demais pelos erros cometidos pelos Estados Unidos em torno do globo. E afirmou que ele jamais se desculparia. Compreendo o posicionamento dele como candidato diante do eleitorado. A maioria das pessoas pensam que pedir desculpas seja sinonimo de fraqueza. E ele prefere se apresentar como um lider testosteronico.

O problema que vejo nisso esta nas bases do nosso sistema educacional. A gente nao precisa fingir para parecer forte para os outros. Tenho filhos jovens e ainda no sistema escolar e algo que eh considerado fundamental para vivermos numa sociedade justa eh ensinar `as criancas a pedir desculpas por qualquer malfeito. Isso eh vital para as vidas jovens e adultas. Nos nao precisamos ser trogloditas para parecer fortes. Mahatma Gandhi provou isso para nos, pois, foi mais forte que o Imperio Ingles, sem perder a ternura.

A postura de nao se desculpar do Mitt Romney eh arrogante e obscena. Nem posso deixar minha filha de oito anos assistir ao noticiario quando tanta obscenidade estiver sendo apresentada.

Outro argumento tem haver com a declaracao do Mitt Romney de que ele nao esta nem ligando para os pobres porque estes teriam uma rede protetora para cuidar deles. Isso so mostra a mim o quanto ignorante o ex-governador de Massachusetts eh em relacao `a pobreza. Eu posso falar disso porque posso ser considerado um especialista no assunto ja que toda a minha vida vivi cercado pela e estou na pobreza.

O problema com a alegada rede protetora que temos eh que, ela foi pensada para atender `as pessoas com deficiencias que as mantem permanentemente dependentes de alguma forma. Caridade poderia ser o nome do meio dela. Nenhum problema com a rede protetora ou com a caridade. Acredito na caridade inclusive para aqueles que momentariamente estiverem precisando dela por causa de algum evento inesperado. Porem, a caridade permanente para aqueles com capacidade de trabalhar e que nao estao trabalhando por causa da situacao economica, pode gerar orgulho naqueles que estao fazendo a caridade e causar vergonha naqueles que a estao recebendo.

Antes de o Mitt Romney abrir a boca dele para dizer qualquer coisa a respeito da nossa rede protetora ele deveria dar tudo o que tem aos pobres e experimenta-la para ter conhecimento apropriado. Eh claro, se ele fizesse isso, provavelmente logo encontraria um bom emprego oferecido pelos seus companheiros antigos. Dai ele nao passaria tempo suficiente dependendo a rede protetora, assim, a rede funcionaria para ele. Mas se ele fosse reduzido `a pobreza de verdade e ficasse nela por algum tempo, quando voltasse iria apresentar milhoes de desculpas a todos aqueles a quem tem ofendido pela falta de consideracao conosco em seus dizeres. O comentario dele com respeito `a pobreza tambem eh obsceno.

Penso que precisamos manter a administracao do Obama por mais um periodo porque ele esta no meio do caminho. Talvez o que ele tem feito nao seja 100% certo. Mas eh pelo menos 80%. Eh uma porcentagem boa para quem esta na politica. No caso dele, ele pode manter o que esteja indo bem e corrigir os rumos do que nao esteja.

A promessa do Mitt Romney eh mudar tudo. Como um executivo da iniciativa privada ele proprio sabe que essa eh uma forma errada de fazer negocios. Desse jeito os resultados dele nao seriam bons para o povo e o povo nao tolerara um segundo governo dele. A altenancia de poder nesse caso eh perigosa porque perderemos tempo e dinheiro no mudar para o caminho do Mitt Romney e isso se repetiria no retorno para o caminho dos democratas. Entao, se de todo jeito iremos votar democratas no final da linha, nao penso nem que valha a pena tentar um governo de Mitt Romney.

Para findar esse capitulo eu so desejo comentar a respeito da edicao especial do GPS com o Fareed Zacaria, na CNN. O titulo foi “Fazendo a Imigracao Funcional”. (Making Immigration Work). Basicamente, ele repetiu o que eu venho dizendo ha muito. Mas ele eh um formador de opinioes importante nesse pais. E mais, ele eh economista, portanto, deve saber do que esta falando. Nao estou querendo comparar-me com ele. E penso que nossas opinioes se parecem porque a nossa experiencia de vida tem algo em comum. Porem, preciso ressaltar que ele tem o diploma que eu nao tenho.

Ele foi polido com os dois partidos no documentario. Nao criticou ninguem. Limitou-se a comentar o que tem dado certo no assunto, feito em outros paises, e falando o que deveria ser feito para resolver a nossa situacao. Quando mencionou nomes de politicos foi para dizer o que fizeram de bom e nao mencionou os nomes dos errados. Inclusive citou o bom exemplo dos senadores Kennedy e McCain, na epoca do presidente Bush, que quizeram passar uma lei de legalizacao.

Ele so mencionou que ela foi refutada por setores dos dois partidos e pelos sindicatos. O prognostico dele foi triste. Reconheceu que o problema nao sera resolvido tao cedo quanto precisava, por causa das rusgas entre os setores radicais dos dois partidos. Nao quero ser tao polido. Para mim esta claro que, os setores radicais de ambos partidos nao passam de suicidas. E eh por isso que nao importa para eles se o pais como um todo for arrastado para o buraco. Eles sao suicidas e nos querem arrastar com eles. Porem, a escolha eh nossa de deixar ou nao isso acontecer.

Estou quase acabando esse livro aqui. Escreverei um epilogo para ele mas somente em portugues. O que estou planejando escrever sera mais de fundo pessoal e incluir algo mais a respeito do que tenho descoberto com respeito `a genealogia de minha familia. Nao penso que isso sera de maior interesse para outro publico que nao o brazileiro. Talvez no futuro, mas enquanto ele nao vier alguem outro podera fazer a traducao para o ingles.

A razao para deixar assim eh porque estou cansado. Ja tem quase um ano que comecei a escrever dois livros ao mesmo tempo. Isso mesmo! A versao em ingles eh um pouco diferente da versao portuguesa. Assim se da por causa da forma de pensar e dos interesses serem um pouco diferentes em relacao a americanos e brasileiros. E o que eh tambem importante eh que estou escrevendo como contribuicao. Eh um servico prestado aos americanos e aos outros. Eh voluntario e, provavelmente, jamais serei pago pelos sofrimentos e renuncias.

E o mais eh que alguem na minha familia precisou de mim e eu nao pude servi-la como deveria. Nao sao todos os dias que se tem uma pessoa de 88 anos, que dedicou toda a sua vida a ajudar aos outros, precisa de uma pequena ajuda e voce nao tem outra escolha senao dizer: neste momento nao posso ajudar.

Hoje eh 15 de junho de 2.012 e ja estava pondo um ponto final nesse capitulo, versao em ingles, quando vi o sinal de extra anunciando que o presidente Obama assinou uma medida provisoria para proteger imigrantes sem documentos contra deportacao, no caso de terem sido trazidos para os Estados Unidos antes de completarem 16 anos de idade e estiverem com menos de 30 anos. A medida valera por dois anos, com a possibilidade de renovacao. Ja se passaram varias horas depois e ainda nao tenho os detalhes mas ja nao gosto da ideia.

Concordo, sera bom dar um refresco para cerca de 800.000 almas que vivem num estado de limbo. A menos que o Mitt Romney seja eleito em novembro, estes jovens terao um tempo em que o congresso podera decidir se os envia direto para o Ceu ou para o inferno. O que eh mais provavel de acontecer eh tudo continuar no mesmo e nada ser resolvido. E eh por isso que nao gosto. Em tudo eu nao gosto de decisoes provisorias, a menos que a situacao seja de desastre. O que temos aqui eh um caso de tortura deliberada.

Mesmo sendo verdade, alguns bebes choroes, a maioria republicana, perguntarao: Por que tentar resolver o problema dos jovens sem documentos nesse pais enquanto nos temos muitos outros problemas dos nacionais a ser resolvidos? Tambem vira a eterna lamentacao daqueles que pensam que nao ter documento eh um crime e deve-se punir isso com deportacao. Nao perderei meu tempo mostrando outros argumentos para acalmar ninguem. So defenderei um ponto.

Temos muitos problemas e todo mundo sabe disso. E nos precisamos aprovar uma lei de legalizacao justa. Nao temos mais tempo de ficar discutindo isso de novo, de novo, de novo. Feita a lei nos teremos um problema a menos que nos preocupar e isso iria juntar mais cerebros e maos para comecarmos a resolver os outros problemas. Nossos outros problemas poderao ser mais relevantes mas a solucao para o problema dos sem documentos eh muito mais facil de resolver. Ate mesmo uma anistia total eh muito mais barata e justa do que tentar deportar uma parte inteira da nossa sociedade.

Eu posso nao saber de nada a respeito do resto. Mas a unica coisa que estou completamente certo eh que, de aos sem documentos nesse pais uma chance justa e imediatamente depois nos estaremos pondo o foco na solucao dos outros problemas. E a coisa andara como numa avalanche. Logo que um problema for resolvido outro sera enfrentado e dai os bebes choroes nao terao mais o que lamentar. Enquanto tomarmos os imigrantes sem documentos como inimigos nos estamos pondo mais um problema na longa lista dos que temos.

Mesmo que tudo o mais seja verdade nao vejo essa medida provisoria com bons olhos por causa do conteudo preconceituoso nela. Eh discriminacao dizer que, uma pessoa de certa idade sera contemplada por ela e outra pessoa com as mesmas qualificacoes nao sera por ser mais velha. Outra forma de discriminacao eh a colocacao de condicoes como a de servir ao exercito ou estar cursando a universidade. Isso eh o mesmo que dizer que, os americanos natos e sem diploma, que nao serviram no exercito, sao de certa forma cidadaos inferiores. Nossa constituicao proibe-nos de discriminar e acredito nisso porque fazer o contrario eh totalmente errado.

Por outro lado, lembram-se dos meus amigos Richard e Jose? Eles sao dois ex-imigrantes aqui nos Estados Unidos, vieram legalmente mas comecaram a trabalhar e dai foram chamados de foras da lei. Eles gastaram mais de 10 anos aqui, trabalhando duro e economizando. Estavam investindo e planejando abrir negocios que poderiam criar alguns empregos. Eles nem sequer chegaram a concluir o primeiro grau. Mas tem inteligencia o suficiente e tinham mais saude para ganhar dinheiro que eu proprio que tenho diploma universitario.

Os dois caras foram presos somente porque um policial estupido queria isso. Jose escolheu a deportacao voluntaria. O juiz de imigracao encerrou o caso do Richard por causa dos erros no processo contra ele. Ele permaneceu aqui por mais uns cinco anos esperando que se desse uma oportunidade de legalizacao. So depois ele perdeu a paciencia e retornou voluntariamente para o Brasil. Ambos agora estao investindo, consumindo e criando empregos por la.

No meu ponto de vista eh muita falta de inteligencia nao perdoar um pecado pequeno como eh o de quebrar a lei de imigracao uma vez e perder o potencial de milhoes de imigrantes como eles. E os bebes choroes que estao dizendo que deveriamos primeiro cuidar de nossos cidadaos que estao desempregados e nao fornecer uma lei justa de legalizacao para os sem documentos estao sendo enganados pelas suas proprias ignorancias. O que tem tirado o emprego de muitos de nossos cidadaos eh a erosao na base de nossa piramide, que eh causada pela falta de compreencao das boas coisas que, mesmo sendo sem documentos, o imigrante tem criado. Eles podem inclusive ser chamados de ilegais, porem, a riqueza criada por eles eh real e justa.

Eu concluo que, se alguem veio para os Estados Unidos muito jovem como no exemplo de uma crianca de 5 anos, e fica aqui durante todo o resto de sua infancia e adolescencia, nao importa onde nasceu porque esse sera culturalmente absolutamente americana. Deporta-la para um pais de cultura diferente sera apenas tomar uma atitude preconceituosa. Isso deveria ser considerado um crime contra a humanidade. Seria fazer o mesmo que foi feito pelos conquistadores portugueses e espanhois durante o periodo colonial nas Americas.

A impressao que tenho dos politicos americanos eh que, eles gostam de comecar conflitos mas nao de resolver problemas. Parece que eles tem medo de resolver os problemas e nao ter mais o que fazer. Contudo, quando resolvemos nossos problemas outros comecam a aparecer na frente dos nossos olhos. Eles ja estavam ali, porem, a gente nao os via porque estavam atras dos primeiros. Este eh o grande desafio da vida. E se a gente nao resolve os problemas que ja conhecemos, eles se amontoam. E nao resolver os problemas eh a maneira mais pratica de se destruir qualquer imperio.

EPILOGO

Apos todos esses meses de trabalho intenso, estou em parte feliz por entregar esta obra a quem quizer a leia. Porem, sempre existe aquela porcao um tanto dificultosa a superar. Nao vou fazer meia-voltas. Vamos diretamente aos fatos.

Durante todo esse tempo que estou escrevendo vivi cenas como a mais recente, dentro de casa, com a arguicao. O que voce esta fazendo? Escrevendo! Para que voce esta buscando essas coisas velhas? Porque sao interessantes! Interessantes como, quem que vai lucrar com isso? Eu, meus filhos e provavelmente outras pessoas ao conhecerem melhor o passado! E quanto de dinheiro isso esta te dando? Nao sei e nao quero saber! Eu queria ver eh isso dar dinheiro! Que que adianta ficar indo atras dessas velharias que nao vai te dar dinheiro algum? Silencio!…

De outra pessoa ouvi isso: quem gosta de velho eh o Alzheimer. Isso porque as pessoas atacadas pelo mal de Alzheimer sao capazes de lembrar coisas do passado e nao se adaptam bem ao presente e futuro. Alem disso, algumas pessoas tem manifestado a preocupacao por eu nao estar trabalhando em outras areas para ganhar dinheiro. E nao eh que eu estou lisongeado! Tem gente preocupada com o que eu faco ou deixo de fazer!

Do ponto de vista pratico nao deixo de dar alguma razao aos imediatistas. Estou ja ha quase dez anos “desocupado”. E tive um bom motivo para o comeco. Minha filha nasceu tao prematura que cabia na palma da minha mao. Ela precisava de uma assistencia intensiva e seria mais pratico alguem da casa ficar por conta dela para leva-la `as consultas, receber visitas da enfermeira etc. Eu tinha sido chutado para fora do meu emprego. Minha esposa tem um trabalho que paga muito melhor do que eu conseguiria trabalhando inclusive dois periodos por dia. A logica monetaria era evidente.

Passados varios anos, parece que eu acostumei com a “vagabundagem”. A minha crianca ja esta independente, embora, ainda dependa de assistencia, apenas por precaucao. Mas aqui tambem tem um segundo lado. Quando eu comecar a trabalhar para ganhar dinheiro, teremos que pagar algo para alguem tomar conta dela enquanto estivermos ausentes. Assim, mesmo antes de comecar a ganhar o salario ele ja vai estar sendo gasto. E essa diferenca foi o que pesou para decidirmos que um de nos ficaria em casa porque, com o meu trabalho eu iria pagar apenas as novas despesas com ela. E ainda teria que faltar ao trabalho frequentemente para leva-la aos medicos.

Porem fica sempre aquela situacao. Voce nao esta pondo dinheiro dentro de casa. E, pior, nao sou nenhuma “dona-de-casa” exemplar. Nao me adapto `a cozinha, lavacao de roupa e arrumacao de casa. Sao coisas que faco a contra gosto. Quando faco! Para mim seria uma maravilha fazer minha sobrevivencia do que escrevo e pesquiso. Pois eh! Mas quem vai me pagar por isso?!…

Entao, nao tenho mesmo mais recursos. Vou ter que ir trabalhar para ganhar dinheiro. E estou torcendo para encontrar algo que demande mais o fisico, como fiz a partir do momento que entrei nos Estados Unidos. Alguns trabalhos fisicos pagam relativamente bem por aqui. O problema eh encaixar isso para uma pessoa “idosa”. Faltam 14 dias para eu emplacar os 54. Se conseguir, evito gastar meus neuronios com coisas que talvez venha a detestar fazer. Que Deus me ajude!

Tem sido frequente a acusacao de que eu esteja querendo viver no passado. Pelo menos nisso eu posso dizer aos meus detratores que essa conclusao deles eh fruto das proprias ignorancias. As pessoas imaginam que o trabalho dos arqueologos, paleontologos, historiadores e outros sao coisas do passado. O geneologo entao, cheira a poeira de museu! Nao sou nada disso, porem, a minha formacao ecletica ajudou-me a compreender esse lado do conhecimento humano, nao apenas em seus procedimentos mas tambem em relacao `a sua importancia.

Genealogia e genetica tem muito em comum. Sao irmas, embora de pais diferentes. Porem, o casamento dos frutos de ambas se torna perfeito. E a genetica eh a ciencia do presente e do futuro. Contudo, a genealogia podera ser um auxiliar perfeito para ela. Basta que as pessoas envolvidas compreendam as duas.

A minha afirmacao se baseia no fato de a genetica ser o estudo dos gens em todos os sentidos. Por enquanto, estamos decifrando o codigo genetico como um todo. Para quem nao entende bem como isso funciona sera bom fazer uma analogia. Na verdade, nossos gens nao passam de uma receita. Uma receita tao comprida que preenche uma enciclopedia. Porem, digamos que, diferentemente dos livros que tem muitas separacoes, o nosso livro da vida eh escrito como se fosse uma palavra imensa para cada detalhe da receita.

Eh como se fosse uma receita de bolo. Porem um bolo que tem muito mais camadas que qualquer bolo ja feito. E cada camada tem instrucoes que variam um pouquinho em relacao `as outras. Essas instrucoes contem codigos que determinam se o bolo sera maior ou menor. Se tera camada de chocolate ou de creme. Cada pequeno detalhe que existe em nosso organismo esta descrito na receita.

O que eh de interessante nisso eh que: todas as instrucoes que determinaram a formacao do organismo de cada um de nos, ja estavam escritas nos gens de nossos mais remotos ancestrais. Quando as instrucoes chegaram a nos, nos nao trouxemos nada novo para o mundo. Tudo ja era conhecido pela natureza. Porem, somos nos que as estamos descobrindo agora. Alem disso, mesmo que se passem milhares de anos a partir de hoje e, no final a nossa descendencia estando presente, as instrucoes que serao possiveis de ler nos organismos deles serao as mesmas que estao em nos. Portanto, a genetica eh o nosso passado, presente e futuro.

A genealogia eh apenas auxiliar. Infelizmente, nossos ancestrais nao despertaram para a importancia da genealogia e nos deixaram dados muito incompletos dos proprios ancestrais deles. Nao que eles tivessem alguma culpa por agir assim. Mas no tempo deles a genealogia foi usada como algo superfluo, coisa de gente orgulhosa, que queria deixar escrito que descendia de tal ou tal figura importante dos livros de Historia ou das artes.

E eh isso que, talvez, tenha despertado em muitas pessoas um certo nojo pela disciplina. Quando a gente via uma pessoa antipatica falando dos muitos ancestrais famosos que ela tinha a gente via apenas o orgulho e futilidade da pessoa e isso nos impedia de enxergar a verdadeira finalidade da genealogia.

Como a nossa sociedade do passado sempre foi dividida em serventia e exploracao, ou seja, senzala e casa grande, ou ainda, senhores de terras e agregados, o que gerou orgulho e preconceito de um lado e humilhacao e desrespeito do outro, a maioria de nos comecou a desligar-se da realidade. A realidade eh esta, todos nos descendemos dos mesmos ancestrais, porem, so alguns de nos assumiu as posicoes de destaque em nossa sociedade.

Aquele proverbio antigo sempre foi valido. Ele propoe: “Eu sou parente dos ricos mas eles nao me conhecem, e sou parente dos pobres mas nao os conheco”. Um exemplo pratico, para aqueles que estao familiarizados com os meandros genealogicos da familia Barbalho na cidade de Virginopolis, de Minas Gerais. Possivelmente, muitos deles, se ainda nao sabem, ficariam orgulhosos de saber que um dos pioneiros da cidade de Governador Valadares, o seo Gil Pacheco eh um dos nossos primos. Por outro lado, tem gente que torceria o nariz ao saber que o deficiente mental, conhecido como Paulinho da Vila, ou Paulinho da Favela, eh nosso primo do mesmo jeito!

Nada contra o Paulinho, pelo contrario, sou primo dele e ele eh pobre. Alias, deu-me o maior prazer receber um abraco dele em uma das ultimas vezes que visitei a cidade. O nosso outro primo, Marcelo Barbalho, brincou ao dizer a ele: “Ai Paulinho, eh Honorio tambem”. Em seguida fui agarrado por uma forca descomunal. Poderiamos descrever o aperto como sendo um abraco de tamandua. Tao apertado que quase nao podia respirar. Eu estava sendo abracado, porem, nem conseguia retribuir. Pela minha experiencia, nao dei sinal algum de resistencia. Apenas esperei que ele se desse por satisfeito. No fundo o prazer era todo meu.

Melhor explicando, ate onde sabemos, o Paulinho nao eh Barbalho. Ele descende dos nossos trisavos: Joaquim Coelho de Andrade e Joaquina Umbelina da Fonseca. O trisavo Joaquim era conhecido como Joaquim Honorio. Povoou um corrego nas cercanias de Divinolandia de Minas. E o corrego recebeu por nome o apelido dele. Ou seja, Corrego dos Honorios. E a bisavo Hercila eh quem se casou com a bisavo Marcal de Magalhaes Barbalho. Dai nos somos essa mistura toda de sobrenomes e muito mais.

O que fez-me lembrar do Paulinho eh que temos a tradicao de sermos primos do poeta Carlos Drummond de Andrade por via desse ultimo sobrenome dele. Ainda nao conseguimos comprovar. Sabemos que os trisavos Joaquim e Joaquina viveram num patrimonio em Itabira. Ou no antigo territorio atribuido a esta.

Mas sendo comprovada essa tradicao, teremos que o Paulinho sera descendente de reis como Carlos Magno, Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal e muitos outros mais. Dai podemos observar que, o fato de ser descendente de reis nao nos protege contra os males comuns que atacam a humanidade. E, pior, significa que nos teremos descendentes com necessidades especiais, tais quais as que atacam ao Paulinho.

Baseados nessa acertiva, seria bom que reconhecessemos a necessidade especial de pessoas como ele. Nao como um castigo de Deus mas sim como uma negligencia dos homens. O problema, talvez, possa ser inevitavel. Mas a situacao em que pessoas como ele ficam reduzidas pode e deve ser amenizada por uma assistencia de melhor qualidade. Se buscarmos a assistencia para quem sofre em nossos dias, estaremos garantindo um futuro melhor para quando chegar a vez de nossa descendencia encontrar um ambiente melhor no mundo.

Daqui para frente espero que o leitor tire suas proprias conclusoes. O que quero deixar entendido eh apenas que, as possibilidades sao tao grandes que, por pior que seja a situacao que uma pessoa esteja passando em nossa sociedade, o provavel eh que ela seja parente dos que estejam ocupando os melhores cargos da mesma sociedade. Nada mais confirma isso do que o fato de que 75% dos presidentes dos Estados Unidos sao, comprovadamente por vias genealogias, descendentes dos mesmos portugueses que os brasileiros sao. Mas essa eh a parte do passado que “queremos esquecer”! Nao eh mesmo?!

Aqui faco uma previsao bastante futuristica. Nos temos na genealogia muitas lacunas. E muitas delas aparecem por razoes pouco obvias. Um exemplo eh o caso de sabermos que somos parentes do poeta Carlos Drummond mas nao temos os dados para garantir como. Pode ser que o desconhecimento se deva a nao termos encontrado os documentos em que existam os registros corretos. Mas tambem pode ser que eles tenham sido negligenciados e nao existam mais.

Uma forma de preencher uma lacuna como essa no futuro sera recorrermos `a genetica. Eh claro, precisaremos ter acesso a super computadores e a amostras de toda a populacao descendente dos mesmos ancestrais. Assim, o nosso DNA sera lido como em um livro e comparado com o DNA de outros pessoas, conhecidamente descendentes dos mesmos ancestrais que o Carlos Drummond era. Juntando-se a isso um pouco de matematica, poderemos dizer quem eram os intermediarios entre nos e um dos ancestrais do poeta. Talvez jamais lhes saberemos os nomes. Porem faremos a ponte entre o que temos sobre o que falta.

Neste caso, usaremos uma solucao futuristica para resolver um problema ocorrido no passado. Agora voces irao perguntar-me: E para que isso?! A razao eh simples. Tendo o maximo possivel de dados, como os gens nao mudam, eles sao apenas transmitidos de geracao em geracao. Lembrem-se, os gens podem mudar quando ocorre alguma mutacao mas essas sao tao raras que praticamente as podemos ignorar. Com os dados genealogicos, combinados ao exame genetico, nos poderemos dizer em qual grau de parentesco cada pessoa sera relacionada uma com a outra na Terra. Sera como um exame de DNA, porem, muito mais complexo.

Isso tera alguma importancia para os casamentos. Como as pessoas se casam aleatoriamente e sem saber o grau de parentesco que tem entre si, na maioria das vezes, sera possivel predizer qual o grau de risco os filhos teriam em herdar algumas doencas transmitidas por combinacoes geneticas. Neste caso, o casal podera ser instruido a evitar ter filhos em caso de risco extremo ou se preparar para que suas criancas sejam melhor acompanhadas, evitando-se as condicoes de risco que possam induzir `a manifestacao de problemas presentes em suas geneticas. Em caso de um futuro mais alem, fazer a correcao a nivel genetico talvez enquanto no utero.

Digo isso porque sei, o futuro da medicina sera a prevencao. Como sabemos, chegara o momento em que a Terra nao tera como comportar mais crescimento da populacao. Entao, nossos descendentes serao obrigados, por suas proprias consciencias, a nao terem mais filhos do que o planeta comporte. Assim, sera importante ter menos filhos, porem, necessario que os que nascam sejam saudaveis. O que, economicamente falando, ja deveria estar sendo feito desde ja. Nao quero aqui defender nenhuma ideia ditatorial. Quero apenas conciliar o etico com o pratico e correto.

Mas nao quero exceder-me em detalhes. Gostaria apenas de deixar claro que minha cabeca nao esta presa ao passado. Porem, eu sei que eh necessario conhecer o passado, para compreendermos o presente e buscarmos um futuro melhor. Estudar o passado nao eh um prazer para todos. Porem eh util para os que nascerao depois de nos. Eh tambem um grande sacrificio. Um sacrificio causado pela incompreensao de alguns.

Eu comparo o que estou fazendo ao que meu avo Jose (Juca) Coelho Junior fez em toda a vida dele. Para os familiares mais proximos ele parecia ter sido negligente como pai de duas duzias de filhos. Tirava o sustenta da familia atraves do emprego publico. Mas o irmao dele, o tio Gama (Gamaliel), dizia que: “Dos irmaos, o Juca foi o unico que nunca trabalhou na vida”. Mas o vovo Juca era o cara que levantava fundos, promovia bailes, quermesses, bingos e tudo mais para que a cidade tivesse: hospital, maternidade, educandario, forum e outras coisas que outros nao reconheciam necessarias.

Hoje-em-dia, talvez nao houvesse necessidade de eu estar lembrando essas coisas. Alias, a foto e o nome do vovo Juca estao presentes em varios lugares porque ele eh lembrado como benfeitor da Cidade de Virginopolis, Minas Gerais. E o tio Gama, coitado, como nao se casou para deixar uma melhor lembranca da existencia dele na Terra, tem que ser lembrado dessa forma. Porem, quero deixar claro que era uma pessoa muito boa e amavel conosco que eramos sobrinhos-netos. E nao falava do vovo por maldade, apenas porque pensava que trabalho era so usar o fisico para obter resultados financeiros. Ele nao esperava que o futuro do mundo estava naquelas coisas que o irmao dele fazia.

Partamos entao para o que interessa. Acredito que por volta de dois meses atras retornou `a minha atencao algo soprado por uma de nossas primas ha muito. Marietta, o nome dela, havia sido apresentada pela Roxane. Ambas sao netas dos tios-avos: Onesimo Barbalho e Marietta Nunes Rabelo. E a informacao que ela havia passado era a de que, ao dialogar com alguem na internet, fora informada que o sobrenome Barbalho teria originado de migrantes do oriente cujo sobrenome era Barb Al, ou coisa que o valha.

Entao comecei a buscar na internet e acabei localizando o sobrenome Barbal, na Espanha. Esse Barbal esta espalhado pelo mundo todo, porem, nao encontrei nada que se estendesse alem dos anos 1.800. A versao passada tambem dizia que, em Portugal o sobrenome teria evoluido para Barbalho. O que sempre me pareceu a combinacao de Barba e alho.

Outro detalhe de minhas pesquisas nessa area foi ter encontrado o sobrenome na Espanha, presente em personalidades recentes. Uma delas eh a escritora Maria Barbal. A outra eh Manuel Barbal Cosan, que foi um clerigo catolico, martirizado pela ditadura Franco em 1.937. O nome dele na irmandade passou a ser Jaime Hilario Barbal. Foi ai que pensei: estamos mesmo precisando de um milagre para descobrirmos qual o parentesco temos com o Santo Jaime, bem que ele poderia nos dar uma ajudazinha!

Outro detalhe dessa minha pesquisa sao as tradicoes de nossa familia. Ate onde sabiamos, o nosso ancestral mineiro mais antigo era o padre Policarpo Barbalho. Baseado nos dados que tinhamos eu imaginava que ele houvesse nascido em torno de 1.800. Mas o problema de se conhecer alguma coisa apenas pela tradicao eh as tradicoes serem transmitidas verbalmente e, ao viajar no tempo, de geracao em geracao, sempre sao acrescidas ou suprimidas informacoes que nos levam a becos sem saida.

E nossa tradicao continha duas informacoes que o davam como nascido no Nordeste, possivelmente nos Estados do Ceara ou Rio Grande do Norte, e que eram tres irmaos. Um deles teria permanecido no Nordeste, outro teria ido para Minas Gerais e o terceiro para o Rio Grande do Sul. Isso havia me levado a buscar por todos os lados do Nordeste alguem que tivesse encontrado algum Policarpo Barbalho, nascido la. Dai as pesquisas ficaram estacadas porque nao obtive retorno algum.

Eu sabia que a melhor forma de encontrar informacoes seria buscar os documentos da familia ate onde ja as tinhamos, para ir em direcao `as raizes. Ou seja, o melhor seria encontrar o registro de casamento de nossos trisavos: Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho e Eugenia Maria da Cruz, por exemplo. O casamento tem que ter se dado em Guanhaes, por volta de 1.847, epoca em que a Freguesia pertencia `a recem-criada Vila de Conceicao do Mato Dentro. Portanto, a documentacao deveria estar arquivada nesta ultima cidade.

O problema todo eh que eu estou nos Estados Unidos e sem as condicoes financeiras para ir e vir e realizar uma pesquisa no local. O problema financeiro nao eh so meu e, associado `a excassez de tempo, outros que tem a mesma vontade de reencontrar as nossas raizes perdidas, tambem estao sendo freiados no intento de realizar essa tarefa.

Apesar disso, logo apos eu ter tido aquele desejo em relacao ao Santo Jaime, tropecei nos arquivos da Igreja dos Mormons e, em seguida, encontrei dados da genealogia do compositor Chico Buarque de Holanda. Alem disso, ja eram velhos conhecidos meus, os dados da familia Barbalho Bezerra, originada em Pernambuco, e os encontrados no livro: A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente, escrito por nosso primo: Demerval Jose Pimenta.

Juntei os conhecimentos novos e os antigos, somados a outros pequenos encontrados na internet. Isso tornou possivel o levantamento de uma teoria que nos levava a uma possivel linhagem Barbalho que se apresenta desde o inicio da colonizacao portuguesa no Brasil ate aos dias de hoje. Assim que rascunhei tal teoria, escrevi um relatorio para enviar aos primos e expo-la na internet para, quem sabe, obter a ajuda de mais alguns anjos nesse ramo. colocarei abaixo o texto que lancei, para a seguir apresentar mais detalhes de novos achados que se mostraram a partir dai.

A NOSSA LINHAGEM BARBALHO DE 1.500 E POEIRA ATE HOJE.

Meus caros amigos,

Nao estou podendo continuar minhas pesquisas e estudos sem a ajuda e participacao de voces. Eh duro deixar um projeto pela metade. Mas acredito que, se nao fizermos acontecer, podemos esperar que outros pesquisadores acabarao deixando pistas na internet que nos ajudarao. Nao sei se terei tempo de ficar procurando por elas ou quando no tempo elas aparecerao. Talvez, nao necessariamente no meu tempo.

Bom, vou fazer um relatorio a respeito dos meus ultimos “furos de reportagem” para que fique facil para todos entenderem, e dar as dicas do que nos falta para decifrarmos nossa linhagem Barbalho. Decifrar este primeiro passo seria super importante porque se portaria como uma espinha dorsal do corpo. A partir dela penso que todos os Barbalho do mundo poderao ser conectados.

Em primeiro lugar, porei aqui a espinha dorsal. Mas nao se esquecam que ela, por enquanto, tem sua parte hipotetica. Os nomes e as geracoes nao sao ficticias. Fazem parte de dados reais que temos ou encontramos. O que eh hipotese, por enquanto, sao as coneccoes. Vou colocar numeros para indicar onde estao essas coneccoes e abaixo explicarei como investigar se sao verdadeiras ou nao.

Caso nao sejam, a descoberta do que indicar que nao sejam nos mostrara o proximo passo a ser tomado. O encontro de empecilho nao eh um obstaculo se o tomarmos como oportunidade para ampliar os nossos horizontes. Vejam entao essa linhagem genealogica que comecarei a partir de meus filhos: (n=data de nascimento e c=data de casamento).

Maria Clara e Teofilo Andrade de Magalhaes Barbalho
c. 05.12.1993 Valquirio de Magalhaes Barbalho – Maria da Penha de Andrade Barbalho
n. 07.01.1922 Odon de Magalhaes Barbalho – Maria Judith Coelho Barbalho
n. 20.04.1890 Trajano de Magalhaes Barbalho – Zulmira Coelho de Magalhaes
c. 05.07.1879 Marcal de Magalhaes Barbalho – Hercila Coelho de Andrade
c. + – 1847 Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho -*1 – Eugenia Maria da Cruz
c. 30.08.1808 Policarpo Jose Barbalho – Izidora Francisca de Magalhaes
c. + – 1780 Jose Vaz Barbalho – *2 – Anna Joaquina Maria de Sao Jose
c. 18.09.1732 Manoel Vaz Barbalho – Josefa Pimenta de Souza
c. + – 1700 Maria da Costa Barbalho – Manoel Aguiar
c. 19.01.1668 Pascoa Barbalho – *3 – Pedro da Costa
c. + – 1645 Agostinho Barbalho Bezerra – Beatriz ou Brites de Lemos
c. + – 1625 Jeronimo Barbalho Bezerra – Izabel Pedroso (Pedrosa ou Pedreira)
n. 1590 Luis Barbalho Bezerra – Maria Furtado de Mendonca
n. 1572 Camila Barbalho – Antonio ou Guilherme Bezerra Felpa de Barbuda
n. ? Bras Barbalho Feio – Maria de Guardez

Tai uma possibilidade rarissima em genealogia. O sobrenome Barbalho em nossa familia pode ter sobrevivido quase por milagre por causa de algumas passagens em que ele foi transmitido por via materna. Inclusive na passagem dupla da Pascoa Barbalho para a Maria da Costa Barbalho. Isso aponta para o sintoma de que ate o sobrenome Barbalho era considerado de origem nobre. E isso eh mencionado em alguns enderecos que visitei onde, a Familia Barbalho do Rio de Janeiro estava entre as mais nobres das familias. Contudo, essa consideracao nao foi conservada no ponto de vista da descendencia que migrou para Minas Gerais durante o Ciclo do Ouro.

Uma alternativa a essa linhagem, que nao guardou o sobrenome eh a parte que temos com os Coelho do Centro-Nordeste de Minas Gerais. Descreverei essa alternativa a partir da mamae. Mas sao muitos os caminhos que nos levam `a mesma alternativa. Segue entao:

n. 15.10.1925 Maria Judith Coelho Barbalho – Odon de Magalhaes Barbalho
n. 12.06.1892 Jose Batista Coelho Junior – Davina Magalhaes
n. 05.08.1864 Jose Batista Coelho – Maria Marcolina Coelho
n. 05.04.1822 tenente Joao Batista Coelho – Maria Honoria Nunes Coelho
n. 1782 capitao Jose Coelho da Rocha – Luiza Maria do Espirito Santo
c. 07.07.1779 Eugenia Rodrigues Rocha – alferes Jose Coelho de Magalhaes
c. + – 1755 Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho – *4 – Giuseppe Nicatsi da Rocha
c. 18.09.1732 Manoel Vaz Barbalho – Josefa Pimenta de Souza

Aqui reencontrariamos com a linhagem anterior. E agora esplicarei cada passo em relacao ao que precisamos para provar que essa hipotese eh verdadeira e algumas possiveis alternativas a ela. Darei alguns enderecos que sustentam a teoria. Vamos la entao:

*1. A teoria de que o nosso ancestral, padre Policarpo, se chamava Policarpo Jose Barbalho ganhou corpo de veracidade com o encontro nos Arquivos da Igreja Mormon, no endereco via Google: international genealogical index/south america search results Barbalho. Ai sao encontrados fichas de documentos que os Mormons fotocopiaram por todo o Brasil. Inclusive o registro de casamento de Policarpo Jose Barbalho e Izidora Francisca de Magalhaes.

Quando entravam para o seminario eram feitas investigacoes das vidas dos candidatos aos sacerdocios. Este documento tem o nome de Autos de Genere. Depois, na epoca da ordenacao eram abertos os Autos de Habilitacao. Apos ficar viuvo o padre Policarpo voltou ao seminario. E o filho dele, Emygdio ou Emidio de Magalhaes Barbalho tambem foi padre. Os autos deles devem se encontrar em Mariana, unico local onde havia seminario antes dos 1840s, em Minas Gerais.

Este seria o documento ideal de se encontrar porque as vidas dos candidatos eram vasculhadas por, pelo menos, tres ou quatro geracoes. Para que nao se ordenassem cristaos-novos e seus descendentes ou outros que devessem ao Santo Oficio. Mais `a frente, veremos que, sendo esta hipotese de linhagem confirmada, nao foi feita o exame alem de quatro geracoes senao poderia ser comprovada origem judaizante deles.

O casamento se deu em Santo Antonio de Santa Barbara, ou seja, Santa Barbara em Minas Gerais. No registro de casamento do irmao do Policarpo, Firmiano Jose Barbalho, esta a informacao de que este nasceu em Conceicao do Mato Dentro. Eh provavel que os registros dos casamentos estejam todos sob a custodia da Arquivo Metropolitano da Arquidiocese de Belo Horizonte. Penso que Santa Barbara pertence `a Arquidiocese de Belo Horizonte e ja estive no Arquivo Metropolitano para procurar outro documento. Ele fica no Bairro Santa Teresa, ao lado da Igreja de Santa Teresa. Mas isso pode ficar para depois.

O que precisamos primeiro eh ter em maos um documento qualquer que nos indique que o trisavo Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho seja filho de Policarpo e Izidora. Tudo indica que sim porque a lembranca estava na memoria do papai. O Odin disse que quando indagou a ele, ele gaguejou (oh novidade!) um Isa… Isa… e chutou Isabel, Isabelita.

Mas o endereco: http://www.sfreinobreza.com/eclesiasticobispos02.htm deixa escrito que seria Genoveva. Confusao?! Quase certo. Porque o mesmo endereco apresenta a trisavo Eugenia Maria da Cruz, esposa do trisavo Francisco Marcal, como filha de Joao e Luiza, mas ela era filha do irmao dele: o Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo. No sfreinobreza encontra-se uma pequena genealogia do bispo D. Manoel Nunes Coelho, que era bisneto do padre Policarpo.

Ha a possibilidade de ser mesmo Genoveva. Esta poderia ser irma da Izidora e poderia ser que estivesse substituindo a irma, apos o falecimento desta. Nos temos muitos casos identicos na familia. A tia Virginia substituiu a bisavo Maria Marcolina. A Tinah substituiu a Maria, irma dela, ao casar-se com o seu Ary Dias de Andrade. E a dona Diva do tio Simao substituiu a Cira. Sao diversos outros exemplos. O certo eh tambem que a Izidora era filha de Genoveva Nunes Ferreira. O nome Genoveva rodava mesmo na familia. E na colecao dos Mormons ha uma filha do casal, Genoveva , nascida em 1.812, alem de Maria e Lucinda. Nossa genealogia ja registrava uma tia Lucinda mesmo.

Outros documentos que poderiamos usar sao: o atestado de obito do trisavo Francisco Marcal, que faleceu em 29.11.1900, algum Testamento ou Inventario daquela epoca e que devem existir em Guanhaes. O registro de casamento deles, que deve ter-se dado por volta de 1847, deve estar no Arquivo de Conceicao do Mato Dentro. No mais, deve haver registro dele como eleitor, em Guanhaes. Essa etapa eu creio que sejam favas contadas. Mas nunca se sabe.

*2. Jo(z)se Vaz Barbalho e Anna Joaquina Maria de Sao Jose aparecem como pais do Policarpo, do Firmiano e Gervazio Jose Barbalho. O tres casados em Santo Antonio de Santa Barbara. Acredito que Jose e Anna tenham se casado nalgumas das muitas Freguesias em que Conceicao do Mato Dentro era composta. Outra possibilidade seria em alguma Freguesia do Serro. Porem, hoje em dia todos os documentos daquela epoca remota estao nos Arquivos de Conceicao ou no Serro. Isso facilita a procura.

Desconfio que o Jose Vaz seja filho do Manoel Vaz Barbalho e Josefa Pimenta de Souza. Este ultimo casal aparece no livro: A Mata do Pecanha, sua Historia e sua Gente, do professor e nosso primo Demerval Jose Pimenta. O casal eh ancestral dele e ele eh nosso primo, com comprovacao, atraves dos dois troncos: Pereira do Amaral e Borges Monteiro. Eh possivel que sera no Barbalho tambem.

No livro dele eh que se encontra a informacao que vai do Manoel Vaz Barbalho ate `a d. Pascoa Barbalho. Parece que ele tinha comprovacao do que deixou escrito porque fazia parte do Colegio Brasileiro de Genealogia, situado no Rio de Janeiro, onde se encontra um fichario com todos os registros do passado daquela capital. Assim ele chegou ate `a d. Pascoa, mas so revela que ela seria neta de Jeronimo Barbalho Bezerra que morreu no cadafalso.

*3. Agora entramos em uma particularidade que encontrei recentemente na net. Nos sabemos que o Jeronimo Barbalho Bezerra foi “governador” do Rio de Janeiro, por cinco meses, no episodio chamado “A Revolta da Cachaca”. Posteriormente, o irmao dele, Agostinho Barbalho Bezerra, teve grande influencia chegando a governador do Rio de fato, por dois anos. Eu tenho encontrado muito poucos dados relativos aos dois. O livro do prof. Demerval aponta como Izabel Pedreira o nome da esposa do Jeronimo. Mas ja encontrei fontes mais seguras que seja Isabel Pedroso. No fim da tudo na mesma coisa.

O que nos interessa mesmo eh o endereco: http://www.blogdassecretarias.com.br/cultura/?page_id=220. Ai voces encontrarao a reproducao do livro: Memorial Nilopolitano – Tomo 1. Se desejarem leiam mas se quizerem ir diretamente ao assunto, rolem o material mais ou menos uma polegada. Ai voces vao encontrar uma pequena genealogia de Joao Alvares Pereira. A primeira filha dele, Brites ou Beatriz de Lemos, casou-se com Agostinho Barbalho Bezerra, filho do governador Jeronimo Barbalho bezerra.

Passada a genealogia, ha uma referencia a que, “muitos dos membros da familia de Joao Alvares Pereira foram condenados ou penitenciados em autos de fe pela Inquisicao por serem cristaos-novos…” Nao ha na genealogia os nomes dos filhos daquele Agostinho, que era o sobrinho, e d. Brites de Lemos. Porem ela tem uma sobrinha tambem com o nome de Pascoa de Araujo.

Outro fato interessante eh que penso existir ai um indicativo de que a nossa suposta ancestral Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho tenha mesmo algum vinculo parental com a familia Barbalho do Rio de Janeiro. No livro da nossa prima, Ivania Batista Coelho: Arvore Genealogica da Familia Coelho, ela fala a respeito do nosso tio-tetravo, capitao Joao Coelho de Magalhaes: “casando-se em 1.804, com sua prima BEBIANA LOURENCA DE ARAUJO.” Ai ha um indicativo de que ja haviam lacos familiares entre os Araujo e, possivelmente, os Barbalho. A ancestral Maria deve ter nascido por volta de 1.735 e d. Pascoa Araujo deve ter nascido por volta de 1.670. A diferenca nao eh tao grande assim.

As informacoes a respeito da familia do tio Joao devem ter sido emprestadas do trabalho do professor Nelson Coelho de Senna. Ele eh o autor do: Algumas Notas Genealogicas, I edicao, 1.939, Sao Paulo. Os tios Joao e Bebiana eram os bisavos dele. Infelizmente, nao tive acesso a essa preciosidade ainda. Obra que precisaria consultar para ajudar a decifrar os melindres de nossa genealogia.

Pascoa nao eh um nome tao comum entre os catolicos. Como a Pascoa eh a maior festa de devocao dos judeus, eh provavel que a nossa possivel ancestral, Pascoa Barbalho, seja filha do Agostinho e Brites. Porem, mais nada encontrei a respeito da descendencia do Jeronimo, exceto que ele teve uma filha: Micaela Barbalho Bezerra, que poderia ser, ou nao, mae de d. Pascoa Barbalho, e uma mencao de que ele teria tido dois filhos. Dai penso que a nossa fatura esteja fechada.

O que precisariamos seria encontrar algum documento no Rio de Janeiro, de preferencia, o de casamento de d. Pascoa Barbalho com Pedro da Costa. E, pelo que deve ser possivel, seria encontrado nos Arquivos no Rio de Janeiro, onde estao os dados de Nilopolis. Tai gente, para quem gosta, ja eramos Beija Flor muito antes do carnaval fazer parte das nossas tradicoes mais afogueadas.

Quanto ao Agostinho Barbalho Bezerra, o tio, nada tenho encontrado quanto ao casamento ou descendencia dele. A unica mencao de que foi casado esta no endereco: http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/aduana/publicacoes/alfandega_RJ.pdf. Na passagem das paginas 16 para 17 esta o nome de Joao Barbosa Calheiros. O autor afirma que certamente era parente de Antonio Barbosa Calheiros, genro de Agostinho Barbalho Bezerra. Livro este de autoria do funcionario Jose Eduardo Pimentel de Godoy e trata-se de uma relacao de chefes da Alfandega do Rio de Janeiro. Olha os colegas do Odinho ai gente!

O certo eh que, no Rio de Janeiro, devemos ter muito mais parentes do que jamais imaginamos. Para la foram Borges Monteiro, Rodrigues Coelho etc. Mas a descendencia Barbalho deve estar presente em todas as cidades e, principalmente, no entorno da Cidade do Rio. Isso, sem contar com os outros sobrenomes encontrados ai na coluna dorsal por mim hipotetizada. O problema de o sobrenome Barbalho nao ser tao frequente seria a tendencia de nascimentos femininos entre nos. Ja repararam como isso acontece? Muita gente eh descendente dos Barbalho no Brasil e nao sabe disso porque nao herdou o sobrenome por causa da tradicao de herdarmos, na maioria das vezes, somente os nomes paternos.

Quem quizer dar uma verificada, pode entrar no endereco: http://www.geni.com/people/Camila-Barbalho/6000000011624894001. Vejam ali que ela eh a mae do Luis Barbalho Bezerra, o pai do Jeronimo. Eh so ir clicando sobre os nomes que aparecem para seguir a ascendencia. Voces vao chegar na filha do Jeronimo, Micaela Barbalho Bezerra. Quem quizer continuar seguindo ira encontrar nossos primos la em Santa Catarina.

Descendentes dela foram para la. Mas a familia continuou carioca por umas tres geracoes antes disso. Ao passarem pelo Luis Barbalho Bezerra observem a foto, retirada de um quadro da colecao de Governadores do Rio de Janeiro, e busquem as diferencas entre a fisionomia e a foto do vovo Cista (Trajano de Magalhaes Barbalho) quando estava por volta dos 30 anos de idade ou um pouco mais. Eh a cara dum, fucinho do outro!

*4. Ha ai essa possibilidade de a ancestral dos Coelho, apontada como tal tambem pelo professor Demerval Jose Pimenta, em revisao posterior `a primeira edicao do seu livro de 1966, Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho, nos dar uma dupla dose da mesma origem Barbalho. O Odinho e eu estavamos duvidando da possibilidade de termos uma ancestral com tal sobrenome completo, principalmente, por ela tambem ter sido apresentada como esposa de Giuseppe Nicatsi da Rocha. Mas tenho trabalhado mais as evidencias e pode ser que estejamos errados em relacao a isso.

Seria bom se procurassemos os registros de casamento do portugues Jose Coelho de Magalhaes e Eugenia Rodrigues Rocha. A Eugenia seria filha do casal. Os registros devem encontrar-se em Conceicao do Mato Dentro. Seria bom tambem encontrarmos os registros dos avos Giuseppe e Maria. Ai encontrariamos os nomes dos pais deles com seguranca.

Eh possivel que este suposto avo Calabres tenha feito um itinerario semelhante ao que posteriormente foi feito por nosso outro ancestral: Miguel Pereira do Amaral. Este nasceu nos Acores, Ilha de Sao Miguel, e casou-se em Congonhas do Campo. Segundo o prof. Demerval, o filho dele, Malaquias, nasceu em Conceicao do Mato Dentro e aparece depois como um dos fundadores, juntamente com outro ancestral: Antonio Borges Moteiro Junior, de Sao Sebastiao dos Correntes, a atual Sabinopolis.

Uma fonte importante que se pode consultar quanto `a presenca do Giuseppe Nicatsi da Rocha seria o livro Velhos Troncos Mineiros, do conego Trindade. Eh um calhamaco de tres volumes. Acredito que ele descreva a familia de Manoel Rodrigues Coelho, o ricaco do inicio do Ciclo do Ouro que alguem aponta como nosso ancestral e pai de Jose Coelho de Magalhaes. Eh possivel que aquele seja pai ou avo da Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho e depois o Jose tenha levado a culpa. Este livro deve ser encontrado, para consultas, no Arquivo Publico Mineiro, em Belo Horizonte, ou no Colegio Brasileiro de Genealogia, no Rio de Janeiro. O professor Demerval menciona de relance que a familia “da Rocha” era a poderosa da epoca na regiao do Serro e Conceicao.

Deverao encontrar-se tambem em Conceicao do Mato Dentro documentos relativos `a posse da Fazenda Axupe, local onde moraram e criaram os filhos antes que o Jose Coelho da Rocha fosse residir na Fazenda da Lapinha, onde foi pai do Jose Coelho da Rocha Neto, em Conceicao do Mato Dentro. Pode ser que a Fazenda Axupe seja na cidade do Morro do Pilar, que fica na sequencia do Corrego Axupe que passa antes por Conceicao. Porem, todos os registros de terra devem encontrar-se nos Arquivos em Conceicao do Mato Dentro atualmente.

O portugues Jose Coelho de Magalhaes, pode ter sido identificado como Jose Coelho da Rocha e a esposa dele como Eugenia Maria da Cruz ao inves de Rodrigues Rocha. Ambos aparecem com a dupla denominacao em nossa genealogia.

Bom, a razao pela qual passei a dar mais credito ao professor Demerval em relacao a termos tido um ancestral meio portugues e meio italiano eh corroborada pelo fato de o nosso tio, Joao Coelho de Magalhaes ou Joao Coelho da Rocha ter tido uma filha com o nome de Emilia Brasiliana Coelho. Brasiliana era um nome um tanto erudito para o nosso portugues, enquanto esse seria o gentilico das brasileiras em italiano. Ela nasceu em 1828, um pouco antes da invasao italiana durante o Segundo Imperio. Dai eh possivel ate que tenhamos alguma tia com o nome Brasiliana, irma da Eugenia Rodrigues Rocha.

A Emilia Brasiliana foi a mae da Maria Brasiliana que, por sua vez, foi a mae do professor Nelson Coelho de Senna. Os bisnetos do professor Nelson, na linhagem Mucio Emilio, pai de Silvia Amelia se casaram na familia real brasileira. Atraves da esposa do Mucio Emilio, a d. Sylvia Amelia Alvim de Mello Franco, eles tambem sao primos proximos do Chico Buarque de Holanda, e descendem de Brasia Monteiro, irma do Luis Barbalho Bezerra e do Felipe.

Tenho visto o nome Brasia Monteiro em outras genealogias mas nao parece tratar-se da mesma. A ascendente do Chico casou-se com Francisco Coelho Negromonte. Ele teve mais de uma ascendente com esse nome, por isso esta confuso. Mas o que desejo informar eh que o nome Brasia, como nada encontrei para explicar a sua existencia, parece ser o modo caboclo brasileiro de achar feminino para o nome Brasil. Ou seja, como nao havia ainda um gentilico brasileiro ou o feminino do nome, a homenagem `a terra que estava se tornando nova mae dos portugueses originou o Brasia. Assim, o Brasiliana so teria sido introduzido com os italianos.

Mas isso tambem nos leva a outra hipotese. Seria normal que um recem-chegado ao Estado de Minas por volta dos anos 1740, principalmente com origem meio estrangeira, buscasse primeiro os centros maiores. E por essa epoca, os Arquivos dos Mormons nos mostram que havia outra Familia Barbalho se desenvolvendo em Congonhas do Campo. Era o casal Igacio Barbalho e Ignes da Silva Campo. Eles sao pais de Antonio (1.737), Manoel (1.739) e Jose (1.743). A avo Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho teria que ter nascido em torno disso para se tornar mae da Eugenia Rodrigues Rocha, por volta de 1.759.

Parece que ai se encaixam algumas pecas do nosso quebra-cabecas. O Manoel Rodrigues Coelho, que foi dito nosso ancestral, como membro da elite mineira da area de Ouro Preto, tinha residencia em Congonhas do Campo. Inclusive foi um dos que muito contribuiu com: “vultosas quantias” para a construcao do Santuario de Bom Jesus de Matosinhos, que eh simbolo da cidade e de Minas Gerais. Ali se encontrava um nucleo da Familia Barbalho. E pode ser que um membro de uma familia casou-se com um membro da outra, gerando a ancestral Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho. Onde, por acaso, passou o Giuseppe, casou e mudou-se para Santo Antonio do Rio Abaixo. Santo Antonio esta na sombra de Conceicao do Mato Dentro e Morro do Pilar, sendo o local indicado no site geneall.net como sendo onde a nossa ancestral, Eugenia Rodrigues Rocha teria falecido.

A solucao desta questao so se dara quando encontrarmos algum documento revelando a verdade. Eh possivel que o Ignacio Barbalho seja dos mesmos Barbalho chegados do Rio de Janeiro, juntamente com a metade da populacao daquele tempo no Brasil, que migraram para Minas Gerais, em pleno Ciclo do Ouro. Mas tambem pode ter vindo diretamente do Nordeste, onde baianos e pernambucanos estavam entre os primeiros Emboabas a chegar na terra.

Quanto `a nossa origem no Nordeste, alguma coisa mudou. A referencia que tinhamos antes eh aquela que se encontra no sitio Geneall.net Portugal. Mas ela se mostrou falha. Tinhamos que os pais do Luis Barbalho Bezerra fossem Antonio Barbalho Bezerra e Camila Bezerra. Os nomes estao trocados ou, pelo menos, misturados.

Encontrei no google um projeto de livro com os ancestrais do Chico Buarque de Holanda. Pode-se buscar no Google: Chico Buarque e seus Antepassados – Usina de Letras. Na 11a. geracao anterior a ele esta a ancestral Camila Barbalho. Que, por acaso, eh a mae do Luiz, Felipe Bezerra Barbalho e Brasia Monteiro. E o nome dos pais deles era: Guilherme ou, mais provavelmente, Antonio Bezerra Felpa de Barbuda. Parece que havia alguma confusao quanto a ela ter se casado com um pai ou um filho de mesmo nome. Mas ao buscar no Google, Camila Barbalho 341, encontramos um endereco relativo `a Revista Genealogica Latina.

Paginas antigas estao apresentadas la com os dizeres: “341) pg 88 1. 22 Camila Barbalho nao era mulher de Antonio Bezerra Felpa de Barbuda, mas nora e casada com Antonio Barbalho Felpa de Barbuda.” Essa mencao daria a entender que ambos eram da Familia Barbalho. Deve ter havido um engano e eles trocaram o Bezerra pelo Barbalho, no segundo Antonio. Ja, se buscarmos no endereco do: Chico Buarque e seus Antepassados – Usina de Letras, encontra-se que o Antonio pai era procedente de Ponte de Lima em Portugal e fora um dos colonos que chegaram com o primeiro donatario da Capitania de Pernambuco, Duarte Coelho e era casado com Maria Araujo.

Ja o Bras Barbalho Feio entra na 12a. geracao de ancestrais do Chico, sob o numero 9694, e foi um dos primeiros povoadores de Pernambuco e era casado com uma filha de Francico Carvalho de Andrade e Maria Tavares de Guardes. No numero 9695 esta relacionada Maria de Guardes, como mae de Alvaro Barbalho Feio e de Camila Barbalho. Acredito que esse sobrenome Feio seja o resultado da bela caligrafia do passado ou documento estragado que nao deixou ler a palavra completa. Deve ser Feijo. Ou o seu equivalente espanhol, Fejo, cuja pronuncia se parece com Feio acentuado no final. Mas ai eh caso para analise de especialistas, nao minha.

Como nao eh dito a epoca em que o Bras Barbalho Feio entrou no Brasil, nem de onde veio em Portugal, isso torna possivel especular que ele ja tenha nascido no Brasil. Pode ser filho de algum dos degredados que chegaram com o Martim Afonso de Sousa, 1.532. O que implicaria que seria mestico, filho de portugues com indigena. Considero essa possibilidade em razao da possivel origem do sobrenome Barbalho ser derivada do oriental Barbal. Poderia ser filho de alguem condenado pela Inquisicao ou fugido da perseguicao inquisitoria. Se for, a nossa linhagem acompanhou todos os fatos historicos brasileiros. Desde a pre-Historia.

Por ai se ve que o nosso Barbalho tem, assegurados, quase 500 anos de residencia no Brasil. E nos podemos descender deles desde o primeiro momento em que puzeram o pe no pais sem nenhuma quebra de geracao na assinatura. Ha tambem que se registrar a importancia dessas correcoes pelo fato de que, com os nomes corrigidos, havera a oportunidade de pesquisadores buscarem a fundo mais nomes para a nossa ascendencia. Tai gente, Ponte de Lima eh um dos locais a entrar na agenda dos visitantes a Portugal, e de alguns ja repatriados, sabendo que um pedaco da nossa Historia esta la.

Porem, eu nao espero que ninguem va tao longe somente para buscar nossos ancestrais se isso nao fizer parte de um trabalho. Porem, saber de tudo isso eh muito bom. Tai tambem a boa licao aos pesquisadores genealogicos iniciantes. Estando dificil encontrar resultados, busque os nomes dos famosos que tem o seu mesmo sobrenome. Como as genealogias deles sao mais estudadas ha a possibilidade de se fazer alguma ponte (de Lima) entre a sua genealogia e a deles, o que facilita nossas pesquisas. E acrescente-se a importancia de se estudar a genealogia. As criancas que souberem ser descendentes de personagens historicas nao terao problema ao estudarem a disciplina Historia.

Quanto `as minhas teoria genealogicas, elas estao sendo comprovadas pelos ultimos dados encontrados. Se verificarem a genealogia do Tom Jobim, tambem irao encontrar que a ascendencia dele eh absolutamente paulista. Porem, numa pequena janela encontramos como ancestral dele o famoso Jeronimo de Albuquerque, O “Adao de Pernambuco” que ja pode ser considerado o “Adao do Brasil”, e cunhado do Duarte Coelho.

Eh tambem ancestral do Tom um dos Antonio Bezerra Felpa de Barbuda. Pelo tempo que ja se passou e pela liberdade que eles tiveram em deixar filhos no mundo eh dificil encontrarmos brasileiros quatrocentoes que nao sejam descendentes deles. A dificuldade sera apenas associar a genealogia das pessoas a uma coluna vertebral genealogica que chegue ate eles.

Obrigado a todos que tem me incentivado a pesquisar. Se encontrarem alguma novidade e desejarem, mandem-me um alo. Vai ser dificil pesquisar dagora para frente mas vou continuar interssado pelo assunto. Grandissimo abraco a todos,

Nao demorou muitos dias apos eu ter publicado a carta acima e logo obtive um resultado positivo. Ele veio atraves do primo Ricardo Rodrigues Coelho, dono da lanhouse: Vgp Internet Ltda, em Virginopolis. O Ricardo divide conosco o gosto pela genealogia. Porem, quem descobriu a novidade e a passou para ele foi o Joberto Miranda Rodrigues. O Joberto eh outro aficcionado por nosso passatempo e atende no endereco: http://www.joberto.xpg.com.br/. Aqui repasso na integra o documento enviado a mim. Depois analiso as consequencias.

AEAM – Arquivo EclesiĆ”stico da Arquidiocese de Mariana-MG
Documento: De Genere Et Moribus
Nome: EmĆ­gdio de MagalhĆ£es Barbalho
Data:1845
Local: Itabira-MG
Referencia: (ArmƔrio:12 / Pasta: 359)

Pe. EMƍGDIO DE MAGALHƃES BARBALHO

– Data do Batizado: 30/03/1813.
– Local do Batizado: Capela de Nossa Senhora do RosĆ”rio de Itabira, filial da Matriz de Santo AntĆ“nio do RibeirĆ£o de Santa BĆ”rbara, Minas Gerais.
– Padrinhos: NĆ£o consta.

– Data da OrdenaĆ§Ć£o: 1845
– PĆ”roco em: GuanhĆ£es (1853 a 1859).

– FiliaĆ§Ć£o: POLICARPO JOSƉ BARBALHO e ISIDORA FRANCISCA DE MAGALHƃES, aquele natural do Inficcionado e esta natural de Itabira.
– AvĆ³s paternos: JOSƉ VAZ BARBALHO e ANA JOAQUINA DE SƃO JOSƉ, aquele natural da Vila do PrĆ­ncipe (Serro-MG) e esta natural da freguesia da ConceiĆ§Ć£o.
– AvĆ³s maternos: GENOVEVA NUNES FILGUEIRAS (ou FERREIRA), natural de Itabira.

ObservaƧƵes: Constam anexados ao processo o batismo do habilitando e o casamento dos pais do habilitando. Nos depoimentos consta que a mĆ£e do habilitando jĆ” era falecida, portanto, falecida antes de 1838. Consta tambĆ©m que a Isidora Francisca de MagalhĆ£es era filha natural de Genoveva Nunes Filgueiras.

[Batismo do habilitando:] EmĆ­gdio de MagalhĆ£es Barbalho

Certifico que revendo o Livro nĀŗ. 10 de Batismo desta freguesia, nele a folha nĀŗ. 55 se acha um assento do teor seguinte: Aos 30/03/1813 na Capela de Nossa Senhora do RosĆ”rio de Itabira, filial da Matriz de Santo AntĆ“nio do RibeirĆ£o de Santa BĆ”rbara, o Reverendo CapelĆ£o JosĆ© AntĆ“nio de AraĆŗjo batizou solenemente e pĆ³s os santos, digo, batizou privativo por estar em perigo de vida e pĆ³s os santos Ć³leos a EMIGDIO pĆ”rvulo, filho legĆ­timo do Alferes Policarpo JosĆ© Barbalho e de Isidora Francisca de MagalhĆ£es.
Coadjutor: AntƓnio da Costa Marinho.
Santa BƔrbara, 29/01/1838.
VigĆ”rio: JoĆ£o Batista de Figueiredo.

[Casamento dos pais do habilitando:] Policarpo JosĆ© Barbalho e Isidora Francisca de MagalhĆ£es

Certifico que revendo o Livro nĀŗ. 4 de casamentos desta freguesia, nele a folha nĀŗ. 56 se acha um assento do teor seguinte: Aos 30/08/1808 na Capela de Nossa Senhora do RosĆ”rio de Itabira, filial da Matriz de Santo AntĆ“nio do RibeirĆ£o de Santa BĆ”rbara, feitas as denunciaƧƵes canĆ“nicas e tudo mais que determina o Sagrado Concilho Tridentino, sem constar impedimento algum, com a ProvisĆ£o do Muito ReverendĆ­ssimo Doutor VigĆ”rio da Vara desta Comarca de SabarĆ”, assistiu o Reverendo JosĆ© AntĆ“nio de AraĆŗjo, de licenƧa do Reverendo PĆ”rocho ao sacramento do matrimĆ“nio que entre si contraĆ­ram por palavras, POLICARPO JOSƉ BARBALHO, filho legĆ­timo do CapitĆ£o JosĆ© Vaz Barbalho e de Dona Ana Joaquina de SĆ£o JosĆ©, natural da freguesia de Nossa Senhora de NazarĆ© do Inficcionado; e ISIDORA FRANCISCA DE MAGALHƃES, natural desta dita freguesia, filha natural de Genoveva Nunes Ferreira, e ambos moradores nesta freguesia, e logo lhes dei as bĆŖnĆ§Ć£os nupciais na forma do Ritual Romano, sendo testemunhas presentes o Reverendo AntĆ“nio da Cunha de PĆ”dua e o SacristĆ£o Manoel AntĆ“nio de MagalhĆ£es, do que fiz este assento e assinei.
Coadjutor: AntƓnio da Costa Marinho.
Santa BƔrbara, 29/01/1838.
VigĆ”rio: JoĆ£o Batista de Figueiredo.

Nao se assustem com a palavra parvulo, logo em seguida ao nome Emigdio do batizando. Nao eh pejorativo algum. Fora apenas uma forma erudita de descrever a situacao do pequenino. Provavelmente, no entender da populacao de lingua portuguesa da epoca teria o mesmo significado que hoje damos `a palavra prematuro. E `aquela epoca, para ter nascido nessas condicoes, ser do sexo masculino e sobreviver, o mais certo eh que tenha nascido apos 7 meses de gestacao, e teria sido considerado uma sobrevivencia milagrosa.

Observam-se aqui outras falhas em nossas tradicoes. Nos contavamos como certo que o nosso Magalhaes tivesse origem em familia oriunda de Mariana. Porem, verificam-se coisas diferentes nessa documentacao. Primeiro: quem nasceu em Mariana, Distrito do Inficcionado e atual Distrito de Santa Rita Durao, foi o padre Policarpo. Segundo: o pai dele foi nascido no Serro, e nao nalgum estado do Nordeste Brasileiro, dai temos um reforco `a hipotese de que seja mesmo filho de Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta de Souza. O nascimento nao precisa ter sido necessariamente na Cidade do Serro, podendo ter se dado no Distrito de Milho Verde, onde os pais contrairam matrimonio.

Pelo que ja temos, podemos supor que Jose Vaz Barbalho e Anna Joaquina Maria de Sao Jose, mudaram-se algumas vezes em suas vidas. Eles residiram em Conceicao do Mato Dentro porque foi la que se casaram e tambem onde o filho Gervaz(s)io Jose Barbalho nasceu. Nos dados expostos pelos Mormons nao esta indicado onde o Firmiano nasceu.

E agora sabemos que o padre Policarpo nasceu em Santa Rita Durao, alias, onde dizem as nossas tradicoes: “terminou os seus dias como paroco local”. A certidao do casamento informa que o padre Policarpo era residente de Itabira por ocasiao deste fato. Como os outros dois irmaos se casaram nas mesmas circunstancias, eh de se supor que tenha sido la a ultima morada dos ancestrais Jose e Anna Joaquina.

Outro detalhe. O nome Anna Joaquina Maria de Sao Jose nos da uma mostra da religiosidade de nosso povo `a epoca. Ai esta toda a genealogia conhecida de Jesus. Segundo as tradicoes catolicas, Sant’Anna e Sao Joaquim eram os avos de Santa Maria, que foi a esposa de Sao Jose. Na Biblia temos duas versoes de genealogias, uma em Mateus e outra em Lucas. Ambas indicam ser de Sao Jose. Porem, nao ha mais como verificar se e qual eh verdadeira, porque indicam pais diferentes para Sao Jose. Com o detalhe de nenhuma das duas apontar Sant’Anna e Sao Joaquim para justificar a concepcao posterior, surgida com a Reforma, de que uma seria de Santa Maria e outra de Sao Jose.

Outra pista significativa, porem, nao de garantia, eh o nome do Reverendo que ministrou no dia do casamento entre Isidora e Policarpo ser Jose Antonio Araujo. Pode ser apenas uma coincidencia, afinal, a familia Araujo ja era antiga no Brasil e seus membros ja deveriam estar espalhados por todos os cantos. Mas observem o detalhe de que o Reverendo Paroco Antonio da Cunha de Padua deu licenca para que a cerimonia fosse presidida pelo Reverendo Jose Antonio. E isso corrobora com os meus achados em Nilopolis, onde Araujo e Barbalho tiveram relacoes parentais, o mesmo ocorrendo em Guanhaes, se acaso os Coelho locais forem mesmo descendentes dos mesmo Barbalho e com o casamento dos tios Joao Coelho de Magalhes com sua prima Bebiana Lourenca de Araujo.

Diante destes dados, eh possivel levantar nova hipotese a respeito de nossa genealogia. O mais provavel eh que, se conseguirmos decifrar as linhagens dos nossos lados maternos ate pelo menos a metade do seculo XVII (1.600s), teremos ancestrais com o sobrenome Araujo. Para quem desejar pesquisar eh so visitar o site geneaminas.com.br e buscar Coelho Araujo. Vera varias opcoes, da presenca Araujo unida `a familia Coelho.

A maioria, descendente dos tios: Joao Coelho de Magalhaes e Bebiana Lourenca de Araujo. Porem hao outros Araujo que nao sei especificar se tem a mesma raiz. O Certo eh que eles estavam na mesma regiao que os nossos outros ramos familiares e o mais comum eh terem se reencontrado em Governador Valadares. A cidade tornou-se ponto de reencontro de diversos troncos da mesma descendencia, multiplicou-se e espalhou-se pelo resto do mundo.

Acredito que, infelizmente, teremos muita dificuldade em encontrar a origem do nosso sobrenome Magalhaes no ramo Barbalho. Nos o herdamos atraves da possivel tetravo Isidora Francisca mas os documentos apenas revelam que era filha natural de Genoveva Nunes Filgueiras ou Ferreira. Os dados encontrados nos arquivos dos Mormons revelam que havia um nucleo da Familia Filgueiras em Santo Antonio do Ribeirao de Santa Barbara. O que pode significar Itabira, porque eles tomaram como referencia somente a Igreja Matriz e nao as Igrejas Filiais.

Naqueles arquivos tambem encontrei que um Filgueiras casou-se com uma Coelho e foram pais de Manuel Nunes Coelho. Soou o gongo ai? Nao ha provas de nada. Sao diversos Manuel Nunes Coelho pelo Brasil afora. A coincidencia eh que este viveu tambem na area abrangida pela Matriz de Santo Antonio do Ribeirao de Santa Barbara. Pelo menos, ele se casou em 1.804 na jurisdicao dela. Porem, nao ha como afirmar que fosse o pai do nosso ancestral Eusebio Nunes Coelho. Na mesma ocasiao, o pentavo Eusebio estava se casando, tornando-se pai do tetravo Clemente em 1.806. Portanto, para ser o mesmo Manuel, haveria que ser um segundo casamento dele.

Nao temos registros de casamento algum do ancestral Manuel Nunes Coelho. Porem temos que o filho dele, Clemente Nunes Coelho, era pai do Antonio (politico desde 1.871 no circuito de Pecanha), Prudencio e da trisavo Maria Honoria Nunes Coelho. Esses, nasceram na decada de 1.820. No livro dela, a Ivania tambem registra o trio: Marcolina, Vitalina e Pio, filhos de Clemente Nunes Coelho e Anna Maria, casados com os tios-avos: Lindolpho, Altivo e Josephina, respectivamente. Este segundo trio nasceu na decada de 1.860. Mas nao explica se o Clemente pai eh o mesmo. Ha ai a possibilidade de os Nunes Coelho sobreviverem ao primeiro casamento e cometerem o segundo erro!

Eh um mal menor, porem, nao menos delicado. Nos, os Barbalho da linhagem do padre Policarpo, ja somos Filgueiras por causa da avo Isidora e seriamos Filgueiras por causa do avo Manuel. Contudo, temos aqueles que seriam repetidas vezes Nunes Coelho e tambem Barbalho. Ainda sao varias vezes descendentes dos Coelho de Magalhaes que estao entremeados com os dois anteriores. Ou seja, nao nos foi dado muitas chances ter termos uma variabilidade genetica mais segura.

Nao deve ser muito dificil encontrar-se documentacao que ofereca melhores esclarecimentos a respeito da ou das familias do avo Clemente Nunes Coelho. Na ata de criacao da Vila de Sao Miguel e Almas, atual Guanhaes, menciona-se que os limites entre os municipios de Guanhaes e Sabinopolis teriam como referencia as fazendas pertencentes a Bento e Clemente Nunes Coelho. Eles eram irmaos.

Um fato que esta dificultando preenchermos essas lacunas atraves dos Arquivos Mormons eh o que ja mencionei anteriormente. O Bispo de Diamantina `a epoca, nao aceitou que os Mormons microfilmassem os documentos na circunscricao comandada por ele. Ou seja, justamente as que abrangem as cidades no entorno do Serro, Conceicao do Mato Dentro, Guanhaes e Pecanha, onde nossos ancestrais chegaram, cresceram e se multiplicaram.

Mas observem que o nome do sacristao assistente e testemunha no casamento se chamava Manoel Antonio de Magalhaes. Pode ter sido um parente ou ate mesmo pai natural da Isidora, assistindo ao casamento da filha. Alem do mais, temos um tio cujo nome eh Manoel. Seria bom encontrarmos o registro de batismo dele porque pode ser mais que apenas um nome comum a se repetir e poder ser uma homenagem ao avo. Dai ha que se investigar a familia do sacristao para, talvez, encontrarmos uma indicacao ou afirmacao da origem do nosso Magalhaes.

Nos dias de hoje eh uma aberracao nao termos um Arquivo Publico Central Brasileiro que exponha na Internet pelo menos um fichario `a semelhanca do que os Mormons tem. Eh contraprodutivo alguem ter que ficar viajando de cidade em cidade, sem ter uma nocao do que ira encontrar ou nao, para fazer uma associacao de dados familiares. Alem do mais, pela delicadeza dos documentos antigos, dever-se-ia evitar de manipula-los ao minimo possivel. Copiados em microfilmes, nos museus onde se encontram e com as fichas expostas na Internet, facilitariam a pesquisa e incentivariam as excursoes turisticas para pessoas que desejassem conhecer os locais em que seus ancestrais viveram e obter a reproducao dos documentos que comprovem suas existencias.

Os documentos acima corrigem um pequeno engano de identificacao que ha nos Arquivos dos Mormons. Como podemos observar, o casamento de Policarpo e Isidora e o batismo do padre Emigdio se deram na Capela de Nossa Senhora do Rosario de Itabira, cuja Freguesia levava o mesmo nome, por causa da relacao intima que havia entre o Estado e a Igreja. A capela era filial da Matriz de Santo Antonio do Ribeirao de Santa Barbara, que ja era Vila, ou seja, cidade. Por ai sabemos que Itabira era uma das freguesias (distritos) de Santa Barbara. Assim, isso confirma as nossas tradicoes, em parte, de que a familia tinha origem em Itabira. Porem, itabiranas eram as avos Isidora e Genoveva.

Estes documentos tambem revelam que Isidora Francisca de Magalhaes era mesmo esposa do padre Policarpo. E os documentos em posse dos Mormons revelam que alem do Emigdio eles foram pais de Maria, Lucinda, Genoveva e Joao, dos quais tinhamos noticias apenas de Emigdio e Lucinda. Nao sabemos porque somente cinco dos nomes dos filhos chegaram ate a nos. Entre eles: Jose, Manoel e Francisco Marcal nao tem os registros de batismo no Arquivo dos Mormons. E ha a possibilidade de alguns terem falecido na infancia, dai nao terem chegado ao nosso conhecimento.

Deixem entao que eu antecipe outras revelacoes nos trazidas pelos Arquivos dos Mormons. Dias anteriores eu havia dado uma passada rapida de olhos neles e observei o nome Policarpo Jose Barbalho associado a Josepha Pimenta de Souza com a localidade Rio Grande do … Nao prestei atencao no final. Apenas vi o nome Bernarda Maria de Azevedo e resolvi nem abrir o fichario. Associei os nomes `as nossas tradicoes e imaginei que fosse o Rio Grande do Norte.

E ainda pensei: ai complicou tudo! A associacao de dois nomes exatamente iguais com um lugar diferente deveria indicar que havia se repetido a mesma combinacao em outro lugar. E, pior, sendo Rio Grande do Norte, entao, iria sugerir que tudo nao passava de coincidencia e ficariamos mais longe de verificar a nossa genealogia. Mas depois que recebi o e-mail do Ricardo, relembrei do fato e observei melhor os dados.

O rio Grande do … era Sul. Por curiosidade abri o fichario referente ao registro de obito do Policarpo Jose Barbalho, que se dera na Villa de Porto Alegre, em 1.801. Para a minha surpresa, a viuva, dona Bernarda Maria de Azevedo fora nora de Manoel Vaz Barbalho e dona Josepha Pimenta de Souza. E mais, tinha tido uma filha com o marido cujo nome era homonimo ao da avo. Essa segunda Josefa Pimenta de Souza casou-se em 1.794, em Gravatai, Rio Grande do Sul, com Jose Peixoto de Miranda, filho de Jose Peixoto Cabral e Eufrazia Maria Caetana.

Como ja estou pensando em colocar Gravatai na relacao de cidades no texto: https://val51mabar.wordpress.com/2011/02/14/historico-do-povoamento-mineiro-genealogia-coelho-cidade-por-cidade/, dei uma pequena olhada na historia da cidade. O sitio da prefeitura, http://www.gravatai.rs.gov.br/site/cidade/historia.php nos informa que o prefeito que exerceu o cargo entre 1.969 a 1.972 se chama: Lidio da Silveira Peixoto. Esta ai a possibilidade de termos tido esse primo no comando por la.

Claro, o regiao ja era habitada pelos nativos brasileiros. Mas lembremos que pertencia `a Espanha, desde o Tratado de Tordesilhas. A Espanha, como o tamanho do territorio que tinha por direito legal era imenso demais para ser ocupado por sua populacao, deu chances aos portugueses de ocuparem uma parte. Houveram algumas disputas, principalmente ocasionadas pelos Vicentinos (Paulistas) que a invadiam para escravisar os indigenas. No fim houve o acordo e Gravatai foi fundada, oficialmente, em 1.763. Como podemos observar, a presenca dos Barbalho se deu pouco tempo depois.

No atestado de obito consta que o Policarpo, filho do casal Manoel e Josepha, tinha 66 anos ao falecer e que, portanto, nascera em 1.735. Penso que teria que haver algo muito errado na logica para ser apenas coicidencia. Policarpo e Bernarda foram tambem pais de, em Gravatai: Umbelino (1.782), Anna (1.783), Pocidonio (1.785), Julio (1.788), Candida (1.789), Eugenia (1.791) e Manoel (1.793). Acredito que a Josefa devesse ser a filha mais velha e ter nascido em Conceicao do Mato Dentro, por volta de 1.780 ou antes.

Ou talvez a familia fosse bem maior e alguns dos filhos tenham permanecido em Minas Gerais. Ha ai possibilidade tambem de ter havido uma primeira familia e a Benarda Maria ter sido uma segunda esposa do Policarpo. Esse pensamento tem logica porque, em 1.790 ele ja contava os 45 anos. O que nao eh incomum em nossa familia os homens se casarem mais tarde. Porem, naquela epoca, 45 anos ja era um pouco mais que a idade media das pessoas e era mais raro alguem esperar tanto para ter o primeiro matrimonio.

As informacoes que levantei de Gravatai tambem informam que eh uma cidade da Grande Porto Alegre. Tem atualmente por volta de 255 mil habitantes. Nao sei como se deu a evolucao populacional por la mas ha uma possibilidade pequena de ate uns 10% ou mais descender do casal Policarpo e Bernarda Maria. Digo pequena pelo fato de alguns nascidos poderem ter falecido antes de chegarem `a fase adulta ou nao terem se casado e reproduzido. Mas pelos padroes normais de nossa familia, nao reproduzir eh valido somente em parte.

Outra possibilidade eh a de que houveram muitos casamentos entre primos, descendentes dos primeiros nascidos. O resultado disso eh a diminuicao do numero total de descendentes. O mais provavel, porem, eh que muitos dos primeiros descendentes tenham migrado para outros locais e, talvez, tenhamos varias cidades irmas no Sul do Brasil. Porem, se a maioria ficou mesmo e se multiplicou em Gravatai, ter-se-a que considerar parte da populacao como irma mesmo, e com, talvez, dose dupla de genealogia. Isso se considerarmos apenas o casal Maria Bernarda e Policarpo.

Essa minha suposicao tem por base a assinatura Azevedo na Maria Bernarda. Porei abaixo uma sequencia genealogica para que isso fique melhor explicado. Supondo que ela tenha mesmo nascido ou vivido na circunscricao da Cidade do Serro e ter nascido por volta de 1.760. Vejamos entao:

Manoel de Sousa Azevedo – Anna Coelho
+ 29.08.1791 Joao de Sousa Azevedo – Doroteia Barbosa Fiuza
+ 20.12.1780 Maria de Souza Fiuza – Antonio Borges Monteiro
b 03.07.1777 Antonio Borges Monteiro Junior – Maria Magdalena de Santana
n 1825 Maria Francelina Borges Monteiro – Daniel Pereira do Amaral
n 25.04.1843 Maria Marcolina Borges do Amaral – Antonio Rodrigues Coelho
n 15.07.1869 Maria Marcolina Coelho – Jose Baptista Coelho

Maria Marcolina e Ze Coelho ja estao noutra sequencia genealogica no texto acima, por serem meus bisavos maternos. Segundo o fichario de batismo dos filhos, Bernarda Maria de Azevedo era filha de Silvestre de Souza e Anna das Dores Gomes de Almeida. Nao faria muito sentido ela receber o sobrenome Azevedo se o pai nao fosse de Souza Azevedo. Eh possivel que seja uma neta do nosso ancestral Joao de Souza Azevedo. Temos o conhecimento apenas de duas filhas dele mas deve ter tido muito mais.

Esse lado, porem, nao podera ser comprovado pelos dados encontrados no fichario dos Mormons. Sao diversos filhos e em cada registro os nomes dos avos maternos aparecem diferente. O Silvestre aparece com o sobrenome Moura e inclusive Moura Azevedo. A Anna aparece mais como Anna Gomes, porem, numa das fichas aparece como Anna Gomes de Azevedo. Bom os descendentes deles terao que pagar uma visitinha a Minas Gerais, Conceicao do Mato Dentro ou Serro, para que, encontrando o registro de casamento, tirem todas as duvidas.

Eh, com certeza, um grande estimulo para os estudos da disciplina Historia termos o conhecimento desses detalhes genealogicos. Imagino que esses nossos parentes cresceram e multiplicaram. Devemos lembrar que o Sul do Brasil passou por um periodo muito conturbado naquela epoca. Houveram as Guerras Cisplatinas, do Paraguai e a Revolucao Farroupilha. As guerras tambem podem ter se tornado um fator de limitacao do crescimento populacional de nossos parentes por la, caso tenham ceifado a vida de muitos na juventude. Mas imagino ainda que alguns desses nossos aparentados foram companheiros de luta de Anita e Giuseppe Garibaldi, que lutaram ao lado de Bento Goncalves.

E, por falar em Historia, vejam esse extrato que retirei do endereco: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141989000200002.

“Jefferson comunicou a sua conversa com Vendek Ć  comissĆ£o para a correspondĆŖncia secreta do congresso continental americano: “Eles consideram a RevoluĆ§Ć£o Norte-Americana como um precedente para a sua”, escreveu o embaixador; “pensam que os Estados Unidos Ć© que poderiam dar-lhes um apoio honesto e, por vĆ”rios motivos, simpatizam conosco (…) no caso de uma revoluĆ§Ć£o vitoriosa no Brasil, um governo republicano seria instalado” (JEFFERSON, 1953, p.13-9).

Vendek, JosĆ© Joaquim Maia e Barbalho, natural do Rio de Janeiro, era estudante da Universidade de Coimbra. Jefferson respondeu a Maia que nĆ£o tinha autoridade para assumir um compromisso oficial. PorĆ©m, uma revoluĆ§Ć£o vitoriosa no Brasil, obviamente, disse ele, “nĆ£o seria desinteressante para os Estados Unidos, e a perspectiva de lucros poderia, talvez, atrair um certo nĆŗmero de pessoas para a sua causa, e motivos mais elevados atrairiam outras” (Idem, p.17).”

Eu acrescentei o extrato acima porque ja havia encontrado o nome do Jose Joaquim entre os revolucionarios da Inconfidencia Mineira. Que, como se pode ver, era tambem carioca. O embaixador Jefferson citado ai nao eh ninguem mais que o terceiro presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson. Ele eh nosso primo por descender dos reis de Portugal. O outro inconfidente que entrou em contato com Jefferson foi Domingos Vidal Barbosa. O meu objetivo aqui foi verificar qual o grau de parentesco que o Joaquim Jose tera conosco, porem, nao lhe encontrei dados genealogicos mais profundos por enquanto. Um motivo a mais para estudarmos a Inconfidencia Mineira.

Outro motivo de eu trazer `a luz essa participacao dos Barbalho na Inconfidencia Mineira eh a curiosidade de saber qual teria sido a opiniao de nossos familiares na epoca a respeito do movimento. Achei curioso esse nosso tio Policarpo Jose Barbalho ter migrado para o Sul naquele momento. A Inconfidencia se deu em !.789 e ele podera ter ido antes mas, pelas datas de nascimento dos filhos, poderemos supor que tenha sido exatamente depois. Os documentos nao mencionam patente, portanto, nao espero que tenha sido um militar destacado para a regiao fronteirica.

O curioso eh que naquela epoca os mineiros nao tinham atrativos para se mudarem para fora do Estado. O ouro de aluviao havia acabado mas havia ainda muita terra para colonizar em Minas Gerais. Se ele estivesse buscando riquezas, Minas Gerais ainda estava atraindo imigrantes pelo fato de encontrar-se bolsoes de ouro em varios lugares. Exemplos disso foram Guanhaes nos anos 1.830 a 1.840 e Barao de Cocais na decada de 1.850. O unico motivo que expulsava os mineiros do Estado natal `a epoca foi justamente o degredo, pela participacao na Inconfidencia. Ou para fugir do degredo.

O inconfidente Jose Joaquim Maia e Barbalho nasceu no Rio de Janeiro, em 1.751 ou 1.757, segundo sua biografia. Epoca na qual o tambem fluminense de nascimento, Manoel Vaz Barbalho, estava criando a familia em Itaponhoacanga. Eh provavel que tenham tido parentesco relativamente proximo e o Manoel deve ter conhecido os avos do inconfidente no Rio de Janeiro.

O professor Demerval nao nos deu nenhuma pista da atividade economica do ancestral Manoel. Porem, a Historia do Distrito registra que la se tornou o veio de ouro mais frutuoso das Minas Gerais, na mesma epoca em que a filha Isidora Maria da Encarnacao nascia em Itaponhoacanga. Se a economia deles dependia da mineracao, o mais certo eh que os filhos tenham mesmo participado da Inconfidencia Mineira, embora, foram milhares os que foram perdoados sem mesmo ser processados.

Aqui podemos registrar que os gens Barbalho aparecem nos diversos capitulos da Historia do Brasil. Desde os primeiros colonos em Pernambuco; passando pela Expulsao dos Holandeses (Luis Barbalho Bezerra), na Revolta da Cachaca, no Rio de Janeiro, entre os bandeirantes e pesquisadores dos minerios preciosos com a participacao do (tio) Agostinho Barbalho Bezerra; na Inconfidencia Mineira, na Revolucao Liberal de 1.842, com a participacao do nosso primo Modesto Jose Pimenta e, mais provavelmente, nas Guerras acontecidas no Sul do pais, especialmente na Revolucao Farroupilha.

Ha algum tempo, ouvi um “causo” um tanto escraboso. Quem me o relatou foi a prima Roxane Barbalho. Eu nao sabia da tradicao de que o trisavo Francisco Marcal teria sido perseguido por algum motivo politico. Ela contou-me que o padre de Virginopolis o teria escondido atras do altar da igrejinha velha enquanto as tropas teriam amarrado a avo Eugenia Maria da Cruz, do lado de fora, para forca-lo a se entregar. Ela disse ate que eles a teriam exposto nua. Creio que como tradicao ha certo exagero ou o fato ficaria mais enraigado na memoria coletiva.

Os perseguidores nao sabiam onde o trisavo Francisco Marcal estava escondido e o padre o convenceu a nao se apresentar, e eles foram embora de maos vazias. Sempre ouve uma certa richa entre os Coelho mais ricos e os Barbalho, que passaram a ser tao Coelho quanto os outros porque a trisavo Eugenia Maria da Cruz era Coelho sem assinar. Mas duvido que tenham chegado a tanto. E as richas acabaram sendo apagadas pelos diversos casamentos havidos entre os dois ramos e a dispersao da familia pelo mundo.

Mas eh possivel que por tras da tradicao haja algo de verdadeiro. Os Barbalho eram mais liberais que os Coelho que eram absolutamente conservadores. Eh muito possivel que aos 18 anos de idade o trisavo Francisco Marcal tenha se engajado nas fileiras liberais, seguindo a lideranca de Teofilo Benedicto Otonni. A revolta foi sufocada pelas forcas do Duque de Caxias, em Santa Luzia- MG, em 1.842. Em 1.843 o lider foi julgado e unanimimente absolvido.

Como o casamento dos trisavos Francisco e Eugenia somente se deu por volta de 1.847, pode ser que os antigos apoiadores estivessem ainda vivendo sob vigilancia, dai o motivo para o estarem procurando. Porem, nunca o acharam e qualquer divida que tivesse foi perdoada pelo esquecimento. Apos ter sido absolvido, Teofilo Otoni nao havia abandonado seus ideais. Somente o fez posteriormente porque os outros liberais se deixaram corromper. Eh provavel que o trisavo Francisco tenha sido purista tambem, dai o tornar-se perseguido.

Nao ha como dizer com absoluta certeza, sem algum registro que mostre a verdade, mas penso nao apenas que o nosso provavel ancestral, Jose Vaz Barbalho, seja o filho, mas tambem o mais velho do casal Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta de Souza. Neste caso, sobraria para ele nascer a data de 1.733. Isso porque o Policarpo do Sul nasceu em 1.735 e a Isidora Maria da Encarnacao em 1.738. Como a tradicao passada pelo professor Demerval Jose Pimenta relata que os netos da Isidora receberam o sobrenome de Jose Pimenta em homenagem `a avo, penso que para ser tao apreciada, o primeiro filho deve ter recebido o nome de Jose.

Claro, isso eh apenas uma expeculacao minha. Ele poderia muito bem ser o mais novo. E o nome Jose Vaz Barbalho seria justificavel porque ficaria esquisito chamar-se: Jose Jose Barbalho. So pelo fato de ter recebido o nome de Jose ja podemos imaginar que fosse o queridinho da mamae! (Os Barbalho do nosso ramo vao odiar essa brincadeira minha!). E pelo Jose que os filhos Gervasio, Firmiano e Policarpo herdaram, da para se perceber que ele retribuiu o amor materno, segundo a tradicao nos passada pelo professor Demerval. De qualquer forma, o Policarpo Jose Barbalho, o sobrinho, deve mesmo ter nascido na mesma epoca que os primos dele estavam nascendo em Gravatai.

Bom, vou tomar emprestados alguns pareceres do professor Demerval Jose Pimenta para dar uma base mais solida `as minhas conjecturas. Nas paginas de 252 a 254 ele faz uma pequena descricao do “Tronco Pimenta-Vaz Barbalho”. Na verdade, nessas tres paginas ele procura deixar claro que o livro ira versar a respeito da descendencia do casal: Josepha Pimenta de Souza e Manoel Vaz Barbalho. Dai ele faz uma pequena descricao da linhagem Barbalho, entre o Manoel ate o Luis Barbalho Bezerra, e outra entre Josepha ate ao bisavo dela, o portugues: Manoel Pimenta de Carvalho. Ele frisa que as duas familias foram formadas no Rio de Janeiro e quatro geracoes apos houve o casamento de nossos patriarcas, no Distrito de Milho Verde, pertencente ao Serro.

Assim ele conta no livro: “Realizado o casamento em Milho Verde, aos 18-9-1732, esse casal, apos alguns anos, fixou residencia no Arraial de Sao Jose de Tapanhoacanga, pertencente `a Freguesia de Nossa Senhora da Conceicao da Vila Nova do Principe, onde criou a familia. Eh possivel que tenham nascido outros filhos, mas so conseguimos obter dados sobre a sua filha Isidora Maria da Encarnacao.” Atualmente, o Distrito de Itaponhoacanga pertence ao municipio de Alvorada de Minas.

Falando a respeito do casal que se formou a seguir: Isidora Maria da Encarnacao e o marido, portugues, capitao Antonio Francisco de Carvalho, ele escreve: “Foi nos dado constatar que este ultimo casal teve nove filhos, mas somente de dois deles, Vitoriana e Boaventura, pudemos obter dados sobre seus descendentes, os quais receberam o sobrenome de JOSE PIMENTA, herdados de JOSEFA PIMENTA.”

Mais abaixo ele segue: “Ha fortes indicios de que as varias familias PIMENTA residentes no Norte e Nordeste de Minas se originaram de Sao Jose do Tapanhoacanga e de Milho Verde. Todavia, nao desprezamos a hipotese de que alguns dos possiveis filhos do casal MANOEL e JOSEFA tenham usado o sobrenome de PIMENTA BARBALHO ou VAZ BARBALHO, os quais teriam dado origem `as familias de sobrenomes VAZ ou BARBALHO.”

No restante da genealogia ele se preocupou mais em descrever a descendencia do casal Boaventura Jose Pimenta que se casou com Maria Balbina de Santana. Esta ultima, filha de Antonio Borges Monteiro Junior e Maria Magdalena de Santana. A seguir, ele afunila mais ainda a genealogia, descrevendo a descendencia de Modesto Jose Pimenta, filho de Boaventura e Maria Balbina, e de Ermelinada Querubina Pereira do Amaral. Esta ultima, filha de Malaquias Pereira do Amaral e Ana Maria de Jesus.

Dos 12 flhos do casal Modesto e Ermelinda ele se esmera em detalhes da descendencia do casal Cornelio Jose Pimenta e Josefina Carvalho de Souza, que eram os pais dele. Os bisavos dele foram fundadores de Sao Sebastiao dos Correntes (Sabinopolis) e os pais foram fundadores de Sao Joao Evangelista. Ja mencionei anteriormente, uma parte do nosso ramo familiar descende dos tres troncos familiares, ate onde podemos afirmar. Falta-nos ainda desvendar outros detalhes para clarear ainda mais esse emaranhado.

Eh provavel que o tronco familiar do professor Demerval tinha a tradicao de crer que o Jose dado aos filhos seria uma homenagem `a matriarca Josepha Pimenta de Carvalho, a partir da geracao dos netos. Contudo, com o encontro dos dados de Policarpo Jose Barbalho verifica-se que a homenagem ja havia comecado desde a geracao dos filhos. Nao sei se em vida ele teve a oportunidade de ter o conhecimento da existencia de outros descendentes alem do ramo da trisavo dele, Isidora Maria da Encarnacao. Ele faleceu nos anos 90, aos quase 100 anos de idade.

Acredito que quando mencionou os nomes do nosso trisavo: Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho e do nosso bisavo: Marcal de Magalhaes Barbalho nao tenha sequer imaginado de eles serem seus primos e, relativamente, proximos. Porem, esta minha observacao nao esta ainda 100% comprovada. Embora sera quase impossivel negar ser um fato. De qualquer forma, precisamos proceder segundo as regras cientificas que ditam, em genealogia, que ninguem eh parente sem uma prova documental ou de exame de DNA.

Neste caso, continuamos sem os comprovantes de que somos descendentes do casal Policarpo Jose Barbalho e Isidora Francisca de Magalhaes. A certidao de nascimento garante que o padre Emigdio era. Porem, continuamos quase na mesma situacao em que estavamos antes de encontrar os documentos referentes a ele. Claro, agora aumenta muito a nossa esperanca de que assim seja. Mas os detalhes, se nao forem comprovados, acabam anulando a hipotese.

Os dados referentes ao padre Emigdio ajudam muito. Informam, por exemplo, que ele ordenou-se em 1.845. Como a tradicao diz que era “padre mais velho” que o proprio pai, significando que ordenara antes, entao, quer dizer que o padre Policarpo ordenou-se apos 1.845. Mas nao deve ser muito tempo depois. Isso porque ele se casou em 1.808, entao, deve ter nascido antes de 1.790. E em 1,845 ja estaria com 55 anos. Idade ja um pouco avancada em relacao `a media de idade do brasileiro naquela epoca.

Seria o ideal encontrarmos o documento: “De Genere et Moribus” do padre Policarpo. Como se pode observar no documento referente ao padre Emigdio, a Inquisicao ja havia ha muito sido abolida. Assim, ele nao teve que comprovar nada a mais alem dos avos dele. O que, no caso do padre Policarpo seria uma mao na roda para nos. Ja sabemos que os nomes dos pais dele eram Jose Vaz Barbalho e Anna Joaquina Maria de Sao Jose. Tudo indica que o Jose Vaz Barbalho seja mesmo filho de Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta de Souza, porem, nos falta a prova documental.

Outro detalhe, o processo do padre Policarpo deve ter sido bem mais complexo. Como era viuvo, deve ter apresentado a relacao de todos os filhos, com os respectivos conjuges, em caso dos casados, alem dos avos. O problema em relacao `a duvida de que ele seja pai do nosso trisavo Francisco Marcal eh apenas de detalhes. Segundo o livro da Ivania, o nosso trisavo nasceu em 30.6.1824. E a certidao de batismo da tia Lucinda afirma que ela foi batizada em 10.07.1824, ou seja, 10 dias apos `a primeira data. O problema eh que nao temos nenhuma tradicao que disesse que os dois fossem gemeos.

Alem do mais, nao haviam os registros dos filhos do sexo masculino nos arquivos dos Mormons. Imagino que os homens foram registrados em livros separados e os Mormons coletaram os dados apenas do livro referentes `as mulheres. Agora eles tem o registro do padre Emigdio e imagino que tenha sido o Joberto quem os tenha informado. Se nao encontrarmos os Autos de Habilitacao ou de Genere do padre Policarpo, que resolveria de uma so vez as duas duvidas, teremos que encontrar algum documento pessoal do trisavo Francisco Marcal. E o de casamento do Jose Vaz Barbalho e Anna Joaquina Maria de Sao Jose que deve encontrar-se em Conceicao do Mato Dentro.

Para nos que somos tambem descendentes do Jose de Magalhaes Barbalho, atraves da Sinh’Anna, mae do Joao Batista Magalhaes, mais conhecido como tio Joaozinho e que foi o marido da bisavo Candida de Magalhaes Barbalho, a Sa Candinha, o melhor mesmo seria encontrar os autos do padre Policarpo, para comprovarmos tambem a paternidade do avo Jose. Alem deles, falta-nos comprovar a paternidade do tio Manoel. Outro que nao se encontra nos Arquivos por enquanto.

Antes que eu me esqueca e para que ninguem faca confusao. Observem que tinhamos duas pessoas com o mesmo nome: Policarpo Jose Barbalho. Aquele que citei e foi para o Gravatai-RS, deve ter sido tio do segundo. O padre deveria chamar-se, se fosse comum fazer a distincao na epoca: Policarpo Jose Barbalho Sobrinho. E aquilo que pensei a principio poder ser algo que dificultasse a comprovacao de nossa genealogia tornou-se um argumento a mais em favor dela. Eh possivel que um irmao: Jose Vaz Barbalho, tenha feito essa homenagem ao outro, dando nome igual ao filho.

Preciso relatar que existem outras pessoas nos Arquivos dos Mormons que parecem ser da familia, porem, os ficharios apresentados por eles nao indicam a ligacao clara. Ha por exemplo um Victoriano Jose Barbalho identificado como procedente de Santo Antonio de Santa Barbara. Casado, com filhos e da mesma epoca dos nossos ancestrais. Como ja foi dito, uma das filhas de Isidora Maria da Encarnacao se chamava Vitoriana Florinda de Ataide, nascida em 1.762. Portanto o nome ja corria na familia. Dona Vitoriana era bisavo de dona Alice dos Reis, que se casou com o senhor Alipio Teixeira, que fazem parte de minhas memorias de infancia e juventude.

Diga-se de passagem, d. Alice e seo Alipio tiveram um neto com o nome Naciff. Este faleceu ainda jovem e a crenca popular ja o beatificou, antes mesmo de um processo formal junto ao Vaticano. Muitos pedem a ele a intersecao de milagres.

Hao outros presentes nos Arquivos dos Mormons, como Januario e Liandro Jose Barbalho. O que parece eh que estes nasceram na circunscricao do Serro, portanto, nao tem seus batismos ou casamentos registrados por causa da proibicao editada pelo bispo de Diamantina. Certamente, nao havera que ser um trabalho demasiado arduo, desde que se visite os Arquivos do Serro e Conceicao do Mato Dentro, encontrar-se os elos perdidos que nos ligam.

O proprio professor Pimenta menciona em seu livro, nas paginas 39 e 40, a presenca do senhor Cirino Jose Barbalho, eleito em 1.875 para o cargo de primeiro Juiz de Paz da Vila do Rio Doce. Este nome foi adotado provisoriamente pela Cidade de Pecanha. Eu presumo que este tenha origem nesse mesmo ramo. E, pela quantidade de pessoas daquele passado que assinaram o sobrenome Barbalho fica facil concluir que sera dificil para boa parte da populacao do Centro Nordeste Mineiro nao ter o casal Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta de Souza como ancestrais.

Isso, porque nao sabemos se eles tiveram outros filhos porque, se eles houverem, e a menos que a descendencia tenha se casado entre si, assim diminuindo muito a capacidade de multiplicacao, boa parte da atual populacao mineira e brasileira devera ter a obrigacao de render-lhes os respeitos e homenagens reservados aos ancestrais. Milho Verde, onde se casaram, e Itaponhoacanga, onde viveram, serao os pontos de encontros turisticos a todos nos que os temos como avos. Eles procedem do Rio de Janeiro mas em Minas Gerais esses dois lugares parecem ter sido a Terra Prometida para nos.

Voltemos, entao, a aquela pequena sequencia no texto acima, onde eu aponto a suspeita de que tambem os Coelho do Centro-Nordeste de Minas Gerais sejam descendentes do mesmo casal. Colocarei outra sequencia genealogica para refrescar a nossa memoria e acrescentar um pouco mais de luz no assunto. Segue entao:

n. 25.08.1893 Zulmira Coelho de Magalhaes – Trajano (Cista) de Magalhaes Barbalho
n. 27.01.1872 Joao Rodrigues Coelho – Olimpia Rosa Coelho do Amaral
n. 22.01.1829 tenente Antonio Rodrigues Coelho – Maria Marcolina Borges do Amaral
n. 1782 capitao Jose Coelho da Rocha – Luiza Maria do Espirito Santo
c. 07.07.1779 Eugenia Rodrigues Rocha – alferes Jose Coelho de Magalhaes
c. + – 1755 Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho – *4 – Giuseppe Nicatsi da Rocha
c. 18.09.1732 Manoel Vaz Barbalho – Josefa Pimenta de Souza

Observem que, por caminho diferente, retornei aos meus avos paternos. Pois eh! Essa eh uma das minhas maiores preocupacoes e motivos para estudar nossa genealogia. Eh apenas hipotese que o casal Manoel Vaz e Josepha Pimenta sejam os pais de nossa suposta ancestral Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho. Como disse, ela aparece em reedicao o livro do professor Pimenta.

Pode ser que o meu temor de que tenhamos mais essa ligacao com o casal esteja perigosamente se concretizando. O problema eh que o personagem Giuseppe Nicatsi da Rocha, marido da Maria Rodrigues, parece ter uma significancia de respeitabilidade na epoca. No entanto, nao encontrei nenhum registro ate hoje que nos afirmasse que ele nao seja um personagem imaginario. Porem isso pode dever-se ao fato de ele poder ter chegado diretamente de Portugal e se instalado na circunscricao do Serro, onde, os Barbalho se originaram do casal Manoel e Josepha. Entao, qualquer registro relativo a ele deve encontrar-se naquela circunscricao que inclui Conceicao do Mato Dentro.

Se se concretizar tal hipotese, no curto periodo de tempo de menos de dois seculos e meio os filhos de meus pais sao, pelo menos, dentro daquilo que ja teremos conhecido, nove vezes descendentes do mesmo casal: Josepha e Manoel. E nos nao seriamos os recordistas nessa modalidade. Saber disso, pode ser bom para a nossa descendencia, porem, um mal sem conserto para nos. Geneticamente a gente sabe que o excesso de consanguinidade pode levar a problemas de saude. Contudo, para a nossa descendencia eh importante que se saiba toda a verdade, para que ela se previna e procure melhor com quem ter filhos, evitando-se os perigos do excesso de consanguinidade.

Para nos, como nao tem mais conserto, sobrariam os tratamentos paliativos. Restaria-nos apenas os consolos. Pelo visto, ficaria comprovado que somos nao apenas uma mas 9 vezes primos do Chico Buarque de Holanda e do Tom Jobim. Isso, apenas tomando como base o lado Barbalho. Porque, naturalmente, o Chico eh comprovadamente Coelho mas nao sei dizer se o mesmo pode ser dito do Tom. (Magda, vou citar somente os que partilhamos o apreco e nao mencionarei os outros famosos, com parentes de carater duvidoso, ta bom!?) Consolo, porem, nao ajuda porque ser parente uma vez ja bastava!

Mas ha uma certa valvula de escape para nos nesse caso. O Liandro Jose Barbalho casou-se em Mariana, aos 27.10.1753, com a sra. V. Barbalho. Ele era filho de Jose Rodrigues e Teresa Maria de Jesus. E dela so tem registrado o nome do pai: Dionisio Barbalho Bezerra. Por ai se pode observar que houve um encontro entre os sobrenomes Rodrigues e Barbalho numa epoca favoravel ao nascimento da ancestral Maria. Pode ser que um nucleo dos Rodrigues Barbalho mais antigos que esses tenha se deslocado para a circunscricao do Serro e, por essa razao, os registros do nascimento da avo Maria estejam escondidos na poeira dos Arquivos da regiao. Estes estao apenas esperando por serem descobertos.

Nao escaparemos, todavia, de sermos descendentes dos Barbalho Bezerra, mais certamente de origem fluminense, porem, com um pouquinho de variabilidade genetica em relacao `a outra opcao. E nisso, talvez, possamos comprovar que o Rodrigues que rolou nas assinaturas de nossos ancestrais e que muitos ainda usam venha mesmo do Manuel Rodrigues Coelho, que habitou a regiao de Mariana e Congonhas do Campo. Assim ficaria explicada aquela frase no livro da Ivania, repassada dos escritos do professor Nelson Coelho de Senna: “Dele procede o Alferes de Milicia: JOSE COELHO DE MAGALHAES”.

O Januario Jose Barbalho tambem se casou na mesma epoca. So que foi em Ouro Preto, com Dionisia Coelho da Silva, filha de Antonio Coelho da Silva e Thereza Fernandes de Abreu. Ele era irmao do Liandro. Por ai se constata que Coelho, Rodrigues e Barbalho ja andavam juntos. E verifiquei em diversas oportunidades que o sobrenome Magalhaes tambem ja circulava na mesma area, especialmente em Congonhas do Campo. A possibilidade de que tenha nascido uma Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho naquela epoca existe. So nos falta comprovar que ocorreu de fato e que eh a nossa ancestral.

E aqui voltamos ao principio de minhas pesquisas. Eu comecei a partir do livro da prima Ivania: Arvore Genealogica da Familia Coelho, cujo foco principal eh a descendencia do alferes Jose Coelho de Magalhaes e Eugenia Rodrigues Rocha. Desde o comeco nos veio a duvida se seria possivel mesmo que ele fosse filho do Manuel Rodrigues Coelho. E quanto mais pesquisei mais as duvidas aumentaram mas nada encontrei ate hoje para sanar isso. Eh por isso que eu tinha a esperanca de encontrar uma resposta no livro: Velhos Troncos Mineiros, do conego Raimundo Octavio Trindade. Mas meu braco eh curto para folhea-lo la no Brasil.

No Arquivo Publico Mineiro (APM), existe uma Carta de Sesmaria, em que, em 03.12.1744, o general Gomes Freire de Andrade, 1o. conde de Bobadella, concede o documento a um certo Manuel Rodrigues Coelho. Outro documento da conta que o mesmo nome aparece na pessoa do tesoureiro da Camara de Villa Rica, porem, em 1.719. O abastado Manuel eh citado como doador de polpudas quantias para a construcao do Santuario do Bom Jesus de Matosinhos, em Mariana, que comecou a ser construido em 1.757. Manuel Rodrigues Coelho tambem surge, aparentemente, como artesao de um oratorio no mesmo santuario e outro em na Cidade de Sao Joao Del Rei.

Creio que o Manuel referido como nosso ancestral, citado assim pelo professor Nelson Coelho de Senna, sendo segundado pela Ivania, deve ter nascido na mesma epoca que o 1o. conde De Bobadella, nascido em Juromenha 1.685 e falecido como governador da Capitania do Rio De Janeiro, em 1.763. Segundo a tradicao nos passada, o Manuel Rodrigues Coelho poderia ser o pai do Jose Coelho de Magalhaes que, por sua vez, teria nascido na terra de seu pai, em Portugal.

As coisas ai nao se encaixam porque esse primeiro Manuel nao deve ter voltado para Portugal, na idade avancada que devia ter, para tornar-se pai do Jose. Mesmo no Brasil nao seria uma impossibilidade mas sim uma improbabilidade. Mas como a nossa tradicao dizia que o padre Policarpo Jose Barbalho teria sido um imigrante do Nordeste e os fatos apontam que nao, pode ser que o nosso ancestral Jose Coelho de Magalhaes possa tambem ser mineiro e nao portugues. Mas ha a possibilidade de o primeiro Manuel ter sido pai de um segundo e, esse sim, poderia ter ido para Portugal, para estudos, segundo era o costumes dos ricos na epoca e la ter sido pai do Jose e te-lo levado depois para o Brasil.

Mas isso seria apenas ajeitar a tradicao com explicacoes possiveis. O que vale mesmo sao as provas. E nisso, nada melhor que obtermos o registro de casamento dos pentavos: Jose Coelho de Magalhaes e Eugenia Rodrigues Rocha. Eh dito que eles criaram a familia na Fazenda Axupe, em Morro do Pilar, antigo Morro do Gaspar Soares. So que ai fica a dificuldade de saber-se exatamente onde encontrar o documento. Acredito que Morro do Pilar tera pertencido tambem a Santa Barbara. Mas estava tambem nos limites do dominio do Serro, sob as bencaos de Nossa Senhora da Conceicao do Serro, ou seja, atual Cidade de Conceicao do Mato Dentro.

Esse sim deve ser um documento revelador, caso contenha nao apenas os nomes dos pais mas tambem dos avos dos nubentes. O casamento deve ter-se dado em 07.07.1779. Assim, tirariamos nao apenas as duvidas quanto aos pais da Maria Rodrigues e a procedencia do Giuseppe Nicatsi da Rocha. Tambem avancariamos muito em relacao `as raizes do ramo Coelho que sempre tivemos como sendo o tronco principal em nossa familia.

Com relacao ao que esta na pagina da internet: http://www.sfreinobreza.com/eclesiasticobispos02.htm, penso nao ser dificil entender o que pode ter acontecido para os nomes de nossos ancestrais terem sido trocados. O possivel de ter acontecido eh que: no dia do casamento dos trisavos Eugenia Maria da Cruz e Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho estiveram na cerimonia o ainda senhor Policarpo Jose Barbalho, com sua filha mais velha: Genoveva de Magalhaes, representando a mae falecida.

Outro fato que se ha de acrescentar eh que o capitao Jose Coelho de Magalhaes, ou da Rocha como era conhecido, ja havia falecido em 17.7.1844. Como o casamento se deu por volta de 1.847, o mais provavel eh que a noiva tenha sido levada ao altar pelo irmao dele, o capitao Joao Coelho de Magalhaes. Era o tio mais velho e partilhara com o irmao a criacao do povoado de Sao Miguel e Almas, atual Guanhaes.

O mais provavel eh que o futuro padre Policarpo deve ter indagado a respeito dos ancestrais da noiva e o tio Joao deve ter respondido que tambem era Barbalho, pelo lado da avo materna. Ao revelar que a avo se chamava Maria e o avo era o luzo-italiano Giuseppe, o avo Policarpo comecaria a rir, porque eles seriam tios dele. Pelo que tenho visto, a avo Maria pode ser irma do pai do padre Policarpo, o Jose Vaz Barbalho. E ambos, como mandava o ritual, nao deixariam de abencoar em dobro aos noivos tambem por causa do parentesco.

A cerimonia deve ter sido um acontecimento de repercussao regional. E possivelmente deve ter sido lembrada por alguma cronica e, talvez, sido noticiada num jornal na Cidade do Serro. Lembremos que `a epoca, existira “O Liberal” que pertencera a Teofilo Otonni. O lider politico que desafiou o governo tutorial, em substituicao a rei menino, D. Pedro II. Esse jornal havia sido proibido de circular.

Mas qualquer reporter menos experiente poderia ter visto a cena e deixado escrito que os pais da noiva eram: Joao Coelho da Rocha e Luiza de Magalhaes (sobrenome que ela poderia ter usado por causa do marido falecido) e, do noivo: Policarpo Barbalho e Genoveva de Magalhaes. Quem tirou os dados do jornal para escrever isso na biografia do bispo D. Manoel Nunes Coelho nao estava errado sozinho, mas o erro pode ter sido induzido pelo engano do reporter.

E isso eh algo que se espera ter acontecido em Minas Gerais. Observe-se que o surgimento do Estado aconteceu abruptamente, com a descoberta do ouro um pouco antes do ano de 1.700. Em 1.712 haviam apenas uma meia duzia de povoados elevados `a categoria de Vila, o que para nos hoje-em-dia significa cidade. A Capitania das Minas de Ouro so foi criada em 1.820. Antes pertencera a Capitania de Sao Vicente, que abrangia tambem o Rio de Janeiro. Nao eh dificil que alguem mais abastado e com muitos filhos, tenha mandado um ou dois filhos para cada cidade recem-criada.

Os filhos tiveram filhos e os enviaram para as Freguesias que estavam sendo criadas logo depois, espalhando a familia. E esse processo se sucedeu por dez geracoes depois. Como os outros moradores dos lugares, geralmente, ja tinham algum grau de parentesco uns com os outros, assim as familias se multiplicaram, contudo, os patriarcas vinham de poucas familias consideradas dominantes. Na verdade, a palavra dominante aqui pode ser definida pelo dizer: “Em terra de cego quem tem um olho eh rei.”

A populacao de origem portuguesa era em sua maioria analfabeta. Somente alguns ricos davam estudos aos filhos. Estes eram muitas vezes: um padre, alguns advogados e quando no mais um medico. Estes acabavam dominando nao apenas por exercerem suas funcoes mas tambem porque ocupavam os cargos publicos mais desejados. Porem, passado um seculo mais ou menos, muitos ramos das familias que se espalharam desde o inicio teriam perdido a nocao de quem foram seus ancestrais.

Esse parece ser o caso dos ramos Pimenta e Barbalho da regiao Centro-Nordeste do Estado de Minas Gerais. Os dois descendiam do casal Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta de Souza. O ramo Coelho talvez tenha caido na mesma situacao. Contudo, mesmo que nao sejam descentes do mesmo casal, os Coelho podem descender de outro casal um pouco mais antigo, porem, procedente do mesmo ramo Barbalho Bezerra multiplicado no Rio de Janeiro.

E nisso esta a beleza da disciplina genealogia. Ela tem a funcao de dar luz aos misterios que a ignorancia do povo criou por nao se anotar com mais exatidao as passagens de todas as pessoas pelo mundo.

Nao sei porque deu-me o tino de buscar pelo nome de nosso ancestral Antonio Jose Moniz. Juntamente com Manuela do Espirito Santo, sao os pais da tetravo Luiza Maria do Espirito Santo. Estes viveram no Corrego da prata, possivelmente, esse eh nome de uma Fazenda em Conceicao. Nos foi dito que moravam em Conceicao do Mato Dentro, onde a filha se casou com o capitao Jose Coelho de Magalhaes (ou da Rocha) e viveram na Fazenda da Lapinha, onde o primeiro filho nasceu. Os tres seguintes nasceram tambem em Conceicao.

Depois, compraram terras e mudaram para a beira do Ribeirao Graipu, onde estavam entre os fundadores e primeiros moradores de Sao Miguel e Almas, futura Guanhaes. Onde tiveram mais quatro filhos. O anjo Sao Miguel era o santo da devocao do avo Jose Coelho. A maior parte da familia dos fundadores, posteriormente, mudou-se para a Fazenda Sao Pedro, mais proxima ao povoado de Nossa Senhora do Patrocinio de Guanhaes, futura Virginopolis, onde a familia muito multiplicou antes de ganhar o mundo.

Porem, encontrei dois personagens: Antonio Jose Muniz e seu sogro Caetano Saldanha nas paginas 167 e 168 do livro: Genealogia Tropeira, de Claudio Nunes Pereira. Trata-se de um historico do povoamento de parte do Sul do Brasil. Os dois personagens aparecem entre os povoadores de Lages-SC. E aqui temos um pouquinho dos segredos dos estudos genealogicos.

Monio e Munio sao dois nomes comuns da Era Medieval. Provavelmente, de origem celta, goda ou galega. Antes de os sobrenomes serem adotados, os filhos de Monio recebiam a alcunha de Moniz e o Muniz era dado aos filhos de qualquer Munio. Porem, os netos nao recebiam a mesma alcunha como sobrenome se o filho nao se chamasse Monio ou Munio tambem. Posteriormente, alguns fixaram o adjetivo paterno e o transformaram em sobrenome.

Eh fato tambem que, durante a lavratura de documentos, muitos escrivaes cometiam erros, acrescentando ou diminuindo letras e trocando os nomes das pessoas nos registros. Por isso, pensei na possibilidade de o nosso ancestral Moniz ser esse Muniz que eh apresentado no livro. Quem desejar conferir o texto, podera busca-lo no endereco: http://www.alfredo.com.br/arquivos/gentrop1.pdf. Role mais ou menos 2/3 do conteudo para alcarem os titulos: Antonio Jose Muniz e Caetano Saldanha.

Nele se le que o Antonio Jose Muniz era filho de Miguel Monis Travacos e Joana da Silva. Alem disso, nascera em Itatiaia, no Bispado de Mariana. Casou-se em Lages com Genoveva Maria de Saldanha em 7.1.1777. Esta fora batizada em Nossa Senhora da Conceicao do Pouso Alto, MG, tambem no Bispado de Mariana. Portanto, eram imigrantes em Lages. La tiveram duas filhas: Anna (1.778) e Rita (1.779).

Pelo texto, parece que eles tinham um desafeto com o Capitao-Mor de Lages e desapareceram do local por volta de 1.783. E para fechar as coincidencias, a Genoveva Maria de Saldanha tinha uma irma, Anna Maria de Saldanha que casou-se com o tenente Pedro da Silva Ribeiro, filho de Manoel da Silva Ribeiro e de Maria Bernardes do Espirito Santo. O tenente Pedro era natural de Viamao.

Viamao hoje eh a setima cidade mais populosa do Rio Grande do Sul, com seus mais de 260.000 habitantes. Tambem se encontra na Micro Regiao de Porto Alegre e esta no contorno mais ao norte da Lagoa dos Patos. E se acaso formos confirmados como descendentes dessas pessoas correremos o risco de nao termos acrescentado riqueza genetica alguma em nosso sangue.

O problema eh que a populacao de Viamao, desde o inicio, foi multiplicada pela chegada dos acorianos. Lembrem-se que ja somos de descendencia acoriana atraves da heranca Pereira do Amaral chegada a Minas Gerais com Miguel Pereira do Amaral, proveniente da Ilha de Sao Miguel. Descendemos dele e de nao sei mais quantos acorianos.

Parece tudo ser coincidencia, dai o risco de tomar-se decisoes precipitadas. Haveria ai a possibilidade desse Antonio Jose Muniz (Monis(z), se olharmos a assinatura do pai), ser o nosso ancestral. Um evento muito comum eram a mulheres falecerem novas e em consequencia de partos. Ele poderia ter ficado viuvo e, tendo ja o parentesco colateral, ter-se casado com uma filha dos sogros da cunhada Anna Maria. Se isso tiver acontecido, nao seria novidade alguma.

Assim se explicaria a presenca de nosso ancestral: Antonio Jose Moniz, casado com Manuela do Espirito Santo, que poderiam ter regressado a Minas Gerais, onde teriam sido pais de Luiza Maria do Espirito Santo, em 1.789, e todos serem nossos ancestrais. Mas ningurem precisa soltar foguetes em comemoracao antecipada. Em outro endereco: genealogiaserranasc.blogspot.com/2011/11/primitivas-fazendas-serranas-e-seus.html, encontrei que parte da familia se encontra em Sao Joaquim, levando a supor que a hipotese de eles terem voltado para Minas Gerais pode nao ter fundamento.

Porem, ha ai o fundamento de guardar-se essas notas aqui. Basta-nos agora encontrarmos registros da familia em Conceicao do Mato Dentro. O documento que devera nos dar uma resposta imediata deve ser o registro de casamento do capitao Jose Coelho de Magalhaes (ou da Rocha) e Luiza Maria do Espirito Santo. Os dados citando Antonio Jose Moniz e Manuela do Espirito Santo como pais dela nao devem ter sido tirados do registro e pode dever-se `a memoria de pessoas da familia, mais novas que eles. Os registros podem conter os nomes dos avos dela. Se coincidirem com os dos achados no livro, entao, daremos um salto na descoberta de nossas raizes.

Nao sei ai ate onde a nossa genealogia eh fundamentada em documentacao porque tinhamos o bisavo Joao Rodrigues Coelho que, alem de escrivao em Virginopolis, fazia anotacoes de dados da familia em um caderno. Ele deve ter tido acesso ao registro de casamento do pai dele: Antonio Rodrigues Coelho, onde pode ter encontrado os nomes de Antonio e Manuela, apenas citados como avos de seu pai. Porem nao deve ter buscado os registros de casamento do capitao Jose e Luiza Maria, que deve encontrar-se em Conceicao ou no Serro.

Nao vejo nenhuma dificuldade em que os nomes deles tenham nos chegado apenas por tradicao. Antonio Rodrigues Coelho era neto dos avos Antonio e Manuela. Ele viveu bem contados 81 anos. Nao deve ter conhecido os avos porque nasceu em 1.829. E se for mesmo aquele Antonio Jose “Muniz” que teve uma breve passagem por Lages, este poderia estar por volta dos 70 anos ou mais nessa data. Porem, o trisavo Antonio conviveu com a mae dele ate 1.861, quando ela faleceu.

A seguir, o trisavo Antonio Rodrigues Coelho conviveu com os filhos da esposa legitima. A mais nova, tia Carmelita, nasceu em 1.886, tendo a oportunidade de conviver com o pai ate 1.910, quando ele faleceu. O bisavo Joao Rodrigues conviveu com ele por 38 anos de sua vida, vindo a falecer em 1.948. Contudo, quem melhor pode ter-nos passado tradicoes pode ter sido a tia Virginia, que tive a oportunidade de conhecer e conviver durante a minha infancia e juventude.

Ela era tia e madrasta do meu avo Juca, que viveu ate 1.983. Chegou aos quase 100 anos de idade. E o vovo Juca conviveu com o avo Antonio por 18 anos. Contudo, devem ter guardado nao mais que os nomes pelo fato de o sobrenome Coelho ter sido considerado o dominante na regiao. E nao termos noticias de que o sobrenome Moniz tenha permanecido em outros possiveis descendentes daqueles nossos ancestrais.

Tia Nenem (Marina Coelho de Oliveira), que foi nora do trisavo Antonio Rodrigues Coelho por ter se casado com o tio Daniel, viveu ate aos 101 anos e sabe-se que teve uma memoria muito boa. Para completar, o tio Joao Coelho, filho da tia Virginia e meio-irmao do avo Juca, viveu ate dezembro de 2.010, vindo a falecer com quase 95 anos. Alguns meses antes, eu o havia visitado no Lar dos Velhinhos em Virginopolis. Levava comigo o livro de genealogia da Ivania e enquanto conversavamos a respeito dos familiares antigos ele dizia os nomes, datas de nascimento e casamentos. Eu os confrontava com os dados do livro e ele nao errou sequer um dado do qual conversamos.

Fica aqui registrado que estou decifrando os meandros de nossa genealogia pelas beiradas. Sem as continuacoes que dependem dos dados supostamente encontraveis em Conceicao do Mato Dentro ou Serro fica-se no ar. Ha algum tempo, veio-me um e-mail, de nosso primo Glauco, filho dos tios-avos: Bernardino Batista Coelho e Geralda, informando que tinha ficado sabendo que Conceicao do Mato Dentro tem um Arquivo enorme da genealogia da nossa familia. E realmente eh o esperado. Pelo menos, quando alguem puder ou mesmo eu puder pagar outra visita `a terra de parte de nossos ancestrais, para certificarmos a existencia dos dados, teremos que voltar de maos cheias. O mesmo direi do Serro.

Digo retornar porque ja estive uma vez em Conceicao do Mato Dentro. Fui para fazer companhia ao primo Carlucio Campos que estava levando a tia Maria Helena Coelho para matar as saudades do local. Nao tinha a menor ideia de que era um local tao importante para a nossa familia. E, por falar nisso, quem desejar conhecer ou rever o dr. Carlucio Campos (Rodrigues Coelho), basta acessar o endereco do Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=fg52DvHWo0c.

Na pagina, verificar os titulos, Entrevista com o Dr. Carlucio Campos. Vejam se a conversa do advogado ira convence-los a votar em sua pessoa para a presidencia da Republica Federativa do Brasil. Ja falei a ele, querer pode, mas para conseguir precida candidatar!

Estranhamente nunca estive no Serro. Ja rodei, por diversos motivos, nos arredores do antigo territorio dessa cidade que passa por Conceicao do Mato Dentro, Governador Valadares, Nanuque, Montes Claros, Coracao de jesus, Diamantina, etc. Em todas estive. Porem, estou devendo uma visita do tipo: “O bom filho`a casa materna torna”, `a antiga capital do Norte de Minas Gerais. Espero nao demorar muito para acontecer isto! Nao estou prometendo, apenas desejando.

Quando terminarmos de coletar os nossos dados nos antigos dominios do Serro e Conceicao do Mato Dentro sera a hora de a “porca torcer o rabo”. Teremos um leque enorme, com muitos casais que se formaram por volta do inicio do Ciclo do Ouro e se dirigiram para Minas Gerais. Devem ser provenientes de diversas partes do Brasil, de Portugal e, talvez, do resto do mundo. Porem, teremos um ou outro casal, como o Josepha Pimenta de Souza e Manoel Vaz Barbalho monopolizando, simultaneamente, a primazia de ser ancestral de diversas familias ao mesmo tempo.

Nao posso esquecer de talvez, pagar em primeiro lugar, uma segunda visita a Mariana para ver se encontramos o documento “De Genere Et Moribus” do padre Policarpo Jose Barbalho no AEAM – Arquivo Eclesiastico da Arquidiocese de Mariana. Contudo, seria bom antes encontrar algum documento em Conceicao que nos sinalizasse quem seriam os pais do nosso ancestral Antonio Jose Moniz. Caso sejam Miguel Moni(z)s Travacos e Joana da Silva, talvez encontremos mais dados deles em Mariana por Itatiaia, onde teriam sido pais do ancestral Antonio, pertencer a este bispado. Embora Mariana tenha se tornado bispado em meados do seculo XVIII, pertencendo anteriormente ao Rio de Janeiro.

Digo uma segunda visita porque ja estive la. De passagem nas diversas vezes que fui para Vicosa enquanto estudante. Mas puz mesmo o pes na cidade por volta de 1.986, quando fiz um estagio atraves da Prefeitura de Ouro Preto, numa campanha de vacinacao anti-rabica. Nosso colega, e contemporaneo mais antigo da Universidade de Vicosa, Ricardo Valim, era secretario da prefeitura e convidou-nos para fazer essa empreitada. Porem, nada sabia a respeito do nosso envolvimento genealogico com Mariana.

Observo como o trabalho de genealogia da suas voltas curiosas. Quando fui informado da existencia da avo Maria Rodrigues de Magalhaes Barbalho, levantei a hipotese de que houvesse parentesco proximo entre ela e o padre Policarpo, por causa do sobrenome e por terem vivido numa mesma regiao do Estado. Porem, descartei a ideia por causa da tradicao dizer que ele, e nao o sobrenome como um todo, fosse proveniente do Nordeste.

Quando estudei o livro do professor Demerval Jose Pimenta e descobri a existencia do casal Manoel Vaz Barbalho e Josepha Pimenta, suspeitei logo que houvesse alguma relacao parental deles com a ancestral Maria, porem, isso tera ainda que ser comprovado e nao tenho esperanca que se concretize em termos de o serem muito proximos.

O que jamais imaginei eh que fosse chegar o dia em que ficariamos mais proximos de comprovar que o padre Policarpo fosse neto do casal Manoel e Josepha.

Esse pequeno estudo que esta em andamento, com respeito ao sobrenome Barbalho, nos da uma boa ideia de como a familia brasileira foi formada. Neste momento, estamos descartando a possibilidade de o nosso sobrenome ter sido importado diretamente dos Estados do Ceara ou Rio Grande do Norte, como diziam nossas tradicoes. Porem, confirmamos o que eh sabido de que a familia Barbalho tem origem em portugueses chegados ao Nordeste, particularmente, `a Capitania de Pernambuco. Tambem, os Barbalho do Ceara e do Rio Grande do Norte nao deixam de ser nossos parentes porque, se buscarem, encontrarao ancestrais na mesma linhagem que nos originou.

Segundo outros dados, temos ancestrais oriundos de Sergipe. O professor Demerval aponta nossa ancestral Teresa de Jesus como: “brasileira, natural de Tabaiana, na Bahia.” (pagina 248 do livro dele). Esta era a esposa do Sargento-Mor: Domingos Barbosa Moreira que era portugues. Ele nao explica se se casaram em Tabaiana ou se no Serro. Sabe-se que, la chegaram e constituiram familia no Distrito de Sao Goncalo do Rio das Pedras.

Eles foram pais de Noroteia Barbosa Fiuza, que se casou com Joao de Souza Azevedo. Estes sao os pais Maria de Souza Fiuza, a primeira esposa do ancestral Antonio Borges Monteiro. Tabaiana posteriormente foi rebatizada por Itabaiana, e a partir de 1.823 deixou de pertencer `a Bahia com a restauracao de Sergipe no inicio do reinado de D. Pedro I.

Um ramo da familia Barbalho mudou e se multiplicou no Rio de Janeiro. Acompanhando a Historia do Brasil criou raizes no Estado de Minas e seguiu tambem para o Sul do pais. Hoje podemos ter certeza que o sangue esta tao espalhado quanto possivel, dentro e, em parte, fora do territorio brasileiro. Nao ha que se esperar que essa distribuicao tenha sido diferente em relacao a todas as outras familias que migraram para o Brasil no inicio de sua colonizacao. E eh o que se espera repetir quando as geracoes futuras sucederem as nossas.

Ha que se ressaltar que nenhum estudo genealogico eh completo. Pelo menos, antes da invencao da Internet, o trabalho de fazer os levantamentos de apenas uma linhagem dos ancestrais era tao absurdo que o mais comum era vermos uma coluna dorsal, semelhante a que coloquei no texto acima, e a partir de certa altura mostrar-se dados mais completos. Um exemplo concreto esta na altura do nosso possivel ancestral: Luis Barbalho Bezerra.

Poderemos em breve confirmar que somos mesmo descendentes dele. Porem, sera muito dificil fazermos o mesmo esforco para descobrirmos quem sao os descendentes dos irmaos dele: Brasia e Felipe. Isso se da tambem porque os registros dificultam o encontro de parentes proximos. Numa certidao de casamento, por exemplo, encontra-se os nomes dos pais e, nem sempre, dos avos dos nubentes. Eh preciso descobrir-se e consultar-se outros documentos para encontrar mais detalhes. E nao ha tempo e dinheiro para que poucos facam o trabalho por muitos.

Assim, a Arvore Genealogica da familia so vai se completando quando ha a combinacao de trabalhos de pessoas diferentes, porem, com ancestrais comuns. Em nosso caso, `a medida que os outros descendentes do Luis Barbalho rastrearem os seus propios dados e os descendentes da Brasia e Felipe fizerem o mesmo, a soma ira contribuir para composicao final da grande familia. Contudo, observem que a cada geracao a gente tem tios, conhecidos ou nao, que tambem precisam ter suas descendencias reveladas para que a Arvore se complete o melhor possivel.

Por melhor que sejam tais levantamentos, como estamos falando de um passado mais remoto, as Arvores Genealogicas nunca ficam verdadeiramente completas. Isso se da porque muitos dados se perderam na poeira do passado. Ou por nao terem sido anotados ou por terem sido destruidos. Quem sabera quantos filhos “naturais” nossos parentes tiveram e que nao foram computados? Eu estou pondo o naturais entre aspas porque, antigamente, se dizia isso dos filhos fora dos matrimonios, mas o termo levanta a suspeita de que os filhos dentro dos casamentos fossem artificiais.

Nao ha que haver distincao entre os meios atraves dos quais os filhos nasceram porque os filhos nao sao culpados pelos erros dos pais. E a forma de se “fabricar” filhos eh exatamente a mesma, dentro ou fora do casamento. Seriam diferentes se nao tivessem ancestrais comuns.

O correto eh saber-se que, temos ancestrais comuns com todos. E isso nao eh uma concepcao distante como a levantada nos textos biblicos que nos dao por descendentes de Adao e Eva. Nao ha necessidade de voltarmos tanto no tempo para encontrarmos ancestrais comuns com todos. Basta algumas geracoes limitadas, em torno de 33 ja devera ser o suficiente, ou o equivalente a aproximadamente 1.000 anos. Existem excecoes. E ha que sempre se ter isso em mente tambem.

Mas a capacidade de reproducao humana eh tao assombrosa que somos milhares e, mais provavelmente, milhoes de vezes parentes das pessoas com quem convivemos, sem considera-las nossas parentes. Temos que ter em mente uma acertiva. O meu sobrenome eh Barbalho por uma unica razao. Porque na maioria das vezes ele foi o sobrenome da parte masculina na familia. Porem, se ampliarmos os nossos dados, tomando como base os lados maternos, verificaremos que pertencemos, simultaneamente, a centenas e milhares de outras familias, cujos sobrenomes nao assinamos.

Dai a grande necessidade de mantermos uma Arvore Genealogica o mais completa possivel. Se o fizermos por mil anos seguidos, o que digo agora sera confirmado. E o que houver se passado em anos anteriores aos nossos, geneticamente falando, nao fara mais diferenca.

Um assunto puxa o outro e acabei lembrando-me de deixar aqui mais uns detalhes da genealogia da casa de meus pais. Este assunto torna-se interessante nao apenas para nos, os membros da grande familia Coelho e Barbalho que se multiplicou nas imediacoes de Guanhaes e Virginopolis, antes de sairmos para o mundo. As pessoas de outras familias e outros lugares podem tomar o exemplo de nossa familia como um padrao que se repetiu e continua se repetindo em todos os lugares do mundo. Principalmente quando analisamos as genealogias de cidades menores. Observem os tres segmentos genealogicos abaixo:

n. 25.08.1893 Zulmira Coelho de Magalhaes – Trajano (Cista) de Magalhaes Barbalho
n. 29.04.1876 Olimpia Rosa Coelho do Amaral – Joao Rodrigues Coelho
n. 24.04.1846 Joao Batista Coelho Junior – Quiteria Rosa do Amaral
n. 05.04.1822 tenente Joao Batista Coelho – Maria Honoria Nunes Coelho

Se retornarem `as sequencias anteriores observarao que iniciei essa sequencia por meus avos paternos e retornei a meus trisavos maternos. Isso se da porque o meu bisavo materno, Jose (Ze Coelho) Batista Coelho, era irmao do meu trisavo paterno: Joao Batista Coelho
Junior.

n. 03.11.1895 Davina Magalhaes – Jose (Juca) Batista Coelho Junior
n. 10.01.1858 Candida de Magalhaes Barbalho – Joao Batista de Magalhaes
c. + – 1847 Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho -*1 – Eugenia Maria da Cruz
c. 30.08.1808 Policarpo Jose Barbalho – Izidora Francisca de Magalhaes

Aqui retornei aos meus avos maternos porque a bisavo Candida era irma do bisavo Marcal de Magalhaes Barbalho.

c. 30.08.1808 Policarpo Jose Barbalho – Izidora Francisca de Magalhaes
Jose de Magalhaes Barbalho – esposa nao identificada
Anna (Sinh’Anna) Magalhaes – parceiro nao identificado
n. 15.10.1862 Joao Batista Magalhaes – Candida de Magalhaes Barbalho

Outra vez, retorno aos bisavos maternos, deixando demonstrado que pela terceira vez descendemos do padre Policarpo Jose Barbalho. O que diminui bastante qualquer variabilidade genetica em uma familia eh essa repeticao continua de mesmo ancestrais. E tudo esta inserido na Historia.

Por volta de 1.800, as terras conhecidas como “As Matas do Pecanha” eram habitadas apenas por indigenas e uns poucos colonos. A partir de 1.807, com a criacao de um destacamento militar em Pecanha, para combater os indigenas resistentes, tornou-se possivel a invasao daquela area pela populacao de origem europeia, que levava junto os seus escravos e agregados. Assim surgiram os povoamentos de Sao Sebastiao dos Correntes (Sabinopolis – 1.819), Sao Miguel e Almas de Guanhaes (Guanhaes – 1.822) Nossa Senhora do Patrocinio de Guanhaes (Virginopolis – 1.858) e Sao Joao Novo (Sao Joao Evangelista – 1.875).

Por serem mais proximas da cidade materna, Vila do Principe, atual Serro, e por darem passagem para outros lugares diferentes, as outras tres cidades podem ter dado uma maior oportunidade genetica aos que nasceram em seus dominios porque mais pessoas poderiam ter decidido a estabelecer-se nelas desde o inicio da povoacao. Porem, pela analise que fiz do texto do livro do professor Demerval, notei que a desejada diversidade nao aconteceu em Sao Joao Evangelista, onde muitos foram os primeiros moradores, porem, boa parte ja tinha lacos consanguineos entre si.

Virginopolis teve a caracteristica inicial de ser quase um beco sem saida. Dela para frente, a cidade de grande importancia era Vitoria, no Estado do Espirito Santo. Contudo nao havia naquela direcao senao uma picada que cortava centenas de quilometros de mata. E o surgimento de novos povoamentos so se deu com o lento passar do tempo.

Isso somente mudou a partir da implantacao da Estrada de Ferro Vitoria Minas e com a inauguracao da estacao, em 1.910, em Porto de D. Manoel, ou Figueira, atual Governador Valadares. Antes disso, todo o comercio era feito no sentido oposto, atraves da Estrada Real, que ligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro e Sao Paulo. Com a construcao da estrada de Rodagem Rio-Bahia, no inicio dos anos 40, Governador Valadares passou a experimentar um salto populacional espetacular. Absorvendo nao apenas os parentes dos pioneiros que chegaram la, provenientes da Regiao Centro-Nordeste de Minas, como tambem de todos os cantos do Brasil.

Virginopolis deixou de ser um dos pontos de passagem obrigatoria em direcao a Governador Valadares para tornar-se uma fornecedora de excedentes populacionais para o crescimento daquele novo Eldorado. Analisando a nossa genealogia, observa-se que a familia crescia em Virginopolis e cidades adjacentes `a semelhanca de um balao sendo inflado pelo ar. Com o crescimento de Governador Valadares, o movimento migratorio passou a parecer-se com o ar do balao sendo liberado por um furo em sua parte superior. Foram mais ou menos 100 anos inflando e o esvaziamento se deu num periodo de cerca de 2 decadas, entre o meio dos 50 ao meio dos 70.

Os nossos pentavos: Jose Coelho da Rocha e Luiza Maria do Espirito Santo estao entre os fundadores do Municipio de Guanhaes. Eles foram pais de oito filhos: Jose, Maria Luiza (Nha Moca), Francisca, Ana Maria (Nha Ninha), Joao Batista, Eugenia, Antonina (falecida crianca) e Antonio. Francisca casou-se com Joaquim Nunes Coelho e Joao Batista casou-se com Maria Honoria Nunes Coelho. Joaquim era tio de Maria Honoria. E, aparentemente, o Coelho das duas familias nao eh o mesmo. tio Joaquim e o trisavo Joao Batista estao na lista de primeiros moradores de Virginopolis.

Alem dos dois casais, a Eugenia Maria da Cruz foi a esposa do Francisco Marcal de Magalhaes Barbalho e o Antonio Rodrigues Coelho casou-se com Maria Marcolina Borges do Amaral. Estes terceiro e quarto casais nao sendo primeiros moradores de Virginopolis, residiram em fazendas proximas, particularmente, no patrimonio que foi a Fazenda Sao Pedro. Esta ocupava terras das duas margens do Rio Corrente, porem, com o passar das geracoes, foi sendo dividida em partes menores e ainda existe a sede como fazenda, porem, bem menor do que fora no passado.

Com a proximidade, a maioria dos descendentes dos terceiro e quarto casais estabeleceu-se em Virginopolis, e sua multiplicacao foi exponencial, resultante dos casamentos repetidamente entre primos durante os 100 anos. Atualmente os casamentos entre primos de diversos graus continuam acontecendo, dentro e fora dos dominios da cidade, porem, a dispersao pelo mundo ajudou a diversificacao. Hoje computamos nascidos em diversos estados do Brasil e outros paises.

Contudo ha que considerar-se a limitacao da multiplicacao causada pelos casamentos homogeneos. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta tomarmos o exemplo de meus pais. Eles tiveram 9 filhos. Se minha mae tivesse se casado com uma pessoa de fora da familia e tivesse tido 9 filhos e meu pai tivesse feito o mesmo, cada um deles teria o mesmo numero de filhos que tiveram juntos. Porem, meus trisavos teriam dezoito descendentes no computo geral, ou seja, 9 a mais do que realmente tiveram.

Imaginem, entao, o quanto a familia cresceria se nas repetidas vezes em que houve casamentos entre primos, tivesse havido casamentos heterogeneos, entre familias diferentes. Na verdade, se os casamentos heterogeneos houvessem acontecido, nos nao teriamos nascido, porque nao haveriam os filhos de meu pai com minha mae. Eles tambem nao teriam nascido porque nao haveriam os casamentos de seus pais, nem os casamentos dos avos deles. Nos teriamos sido substituidos por outras pessoas mas ninguem iria sentir a nossa falta, ja que nunca teriamos nascido.

Isso pode parecer triste porque a realidade eh que nascemos e estamos agradecidos por isso ter acontecido. Pode parecer que eu esteja falando isso por causa de algum ressentimento nao revelado. Porem, estou apenas fazendo uma analise da realidade. Com a alternativa de nao termos nascido teriamos a possibilidade de as pessoas que nos substituissem fossem mais saudaveis, porque seriam resultado de uma diversidade genetica maior.

Mas isso eh apenas especulacao. E assunto para ser estudado, para confirmacao ou negacao. Afinal, nao ha garantia alguma que os outros que entrariam como parceiros de nossos ancestrais ja nao lhes seriam primos, senao pelo lado que conhecemos, por outros que desconhecemos. Imaginem, se durante 100 anos se deu tantos casamentos entre primos em nossa genealogia, imaginem quantos nao terao se dado nalguma das pequenas vilas em Portugal a partir de 1000 anos atras, anteriores a nossos ancestrais terem saido delas. Ha 1000 anos atras, a populacao portuguesa era minima, e toda ela ja seria descendente de mesmos ancestrais por milenios anteriores.

Uma particularidade racial de nossa familia. Nao sabemos quem eh a mae ou avos da nossa trisavo Maria Honoria Nunes Coelho, porem, sabemos que tinha a pele escura, sugerindo que fosse mulata. Sabemos que o pai dela: Clemente Nunes Coelho era branco.

O mesmo se da com a avo Sinh’Anna. Ela era de cor escura e o Jose de Magalhaes Barbalho, seu pai, parece-nos branco. O filho dela, o bisavo Joaozinho, foi concebido em Itabira, possivelmente com um homem da sociedade local que era casado. Ela era muito nova e foi enviada para Guanhaes para que os tios: padre Emigdio e Francisco Marcal cuidassem dela. Eles a casaram com alguem cujo nome era Domingos que assumiu o filho como se fosse dele tambem. Dai o nosso bisavo tambem ser conhecido por Joao Domingos (ou do Domingos).

Minha mae tem mais sangue Magalhaes Barbalho que meu pai mas assina Coelho. Meu pai tem mais sangue Coelho que minha mae mas assina Magalhaes Barbalho. Os filhos deles se tornaram 7 vezes Magalhaes, e 6 vezes Coelho de Magalhaes e 9 vezes Barbalho e 9 vezes Coelho em curto espaco de 4 geracoes. Minha mae teve tres avos na mesma familia Coelho de Magalhaes e o unico diferente foi o bisavo Joaozinho, que tinha sangue Barbalho tambem. Meu pai repete os dados de minha mae, e a unica avo diferente eh a Dindinha Hercila Coelho de Andrade, ou seja, diferente, porem, Coelho.

Todos esses dados juntos inspiraram-me a vontade de fazer um documentario a esse respeito. O problema eh nao ter por onde comecar tal empreitada que exige tantos conhecimentos tecnicos e de custo, para mim, inimaginavel. O problema tecnico poderia ser resolvido por termos primos como Flavia Barbalho e Savio Leite que sao cineastas. Contudo, encontrar patrocinadores eh que eh uma verdadeira pedrada.

Como ultimo pensamento neste assunto, quem desejar, visite o endereco: http://blog.myheritage.com.br/2012/06/entrevista-valquirio-barbalho. Trata-se de uma entrevista que dei ao site Myheritage, atraves do representante dele no Brasil: Walter Olivas.

Voltemos agora `a politicagem aqui nos Estados Unidos. Na semana passada, hoje eh domingo, primeiro de julho de 2.012, as coisas andaram quentes. Na semana anterior, a Suprema Corte de Justica havia decidido pela inconstitucionalidade da lei chamada SB 1070, do Estado do Arizona. Eh uma lei totalmente anti-imigrante pela qual a Assembleia Legislativa local ultrapassou suas funcoes, legislando sobre assuntos exclusivamente delegados `a Uniao.

Apesar disso, a Suprema Corte manteve um dispositivo que da direito ao policiamento do Estado do Arizona a chamar a policia de imigracao em casos de apanhar um imigrante por qualquer outra razao e houver uma suspeita razoavel de que ele seja indocumentado no pais. Essa era a parte mais controversa da lei, porque o limite entre a suspeita e a realidade eh muito tenue e pode levar `a pura perseguicao discriminatoria. Creio que ai a decisao foi meramente politica. Os conservadores tem maioria no Supremo e esta nao se sentiria tao `a vontade se tivesse que contradizer seus pares nos campos executivo e legislativo.

Mas o que matou mesmo o campo conservador foi a decisao de terca-feira passada onde a lei apelidada de Obamacare, o que corresponde a um plano universal de saude, foi considerada constitucional. Os conservadores, especialmente os republicanos, ficaram furiosos com a decisao. Eles desejavam que a lei fosse considerada inconstitucional porque a administracao Obama gastou grande parte deste mandato para conseguir aprova-la e tem sido considerada a maior realizacao dele ate agora. Assim, se fosse considerada inconstitucional, os republicanos teriam um argumento forte para tentar descarrilhar a reeleicao dele.

O interessante aqui foi que o Supremo estava dividido em 5 votos a 4, a favor dos conservadores. Contudo, de ultima hora o conservador Roberts decidiu pelo outro lado. Na verdade, nesse caso, quem estava com a corda no pescoco era o proprio Supremo. A lei eh claramente constitucional. Porem, a disputa politica no pais esta tao polarizada, com os dois maiores partidos: Democratas e Republicanos, evitando de toda maneira trabalhar com objetivos acima da rivalidade, que a pressao sobre os conservadores do supremo era total.

Porem, o juiz Roberts sentiu-se na obrigacao de colocar a razao acima do coracao, embora, tenha rateado e concedido aos republicanos uma pequena escapatoria. O fato eh que a lei obriga a todos possuirem seguro saude. Quem nao tiver como pagar, caira num sistema de assistencia governamental, do tipo Previdencia Social no Brasil. E os conservadores sao contra isso porque pensam que os pobres irao honerar demais os cofres publicos, aumentando o deficit da nacao. Alem disso, eles defedem a liberdade das seguradoras privadas de explorarem o mercado sem a interferencia do governo.

O resultado da atitude dos conservadores eh que uma boa parte da populacao americana nao tem seguro saude. E nisso “a vaca vai para o brejo”. Sem o seguro saude, quando os 30% da populacao precisam de uma emergencia, os custos acabam recaindo nas costas do povo de qualquer maneira. Seja porque a previdencia do governo assume as contas, ou porque as instituicoes de saude cobram mais caro de quem paga para fazer reservas e cobrir essas despesas ou, ainda, porque grandes empresas quitam essas despesas para depois apresenta-las na declaracao do imposto de renda, sendo assim isentadas pelo governo.

A filosofia da lei eh essa: todo mundo sera coberto. Quem nao possuir o seguro sera multado quando fizer a declaracao do imposto de renda. No inicio a multa sera pequena. Com o passar dos anos ela ira aumentar exponencialmente. Mesmo que ela for menor do que o total do custo de um seguro particular, havera uma contribuicao forcada que ajudara a pagar as contas dos custos da saude no pais. Como os 30% da populacao nao contribuiam com nada, o valor dessa contribuicao fara alguma diferenca.

Outra particularidade que a lei procura combater eh essa. Muita gente, principalmente os mais novos, nao compra um seguro saude porque pensa que nao ira precisar. Mesmo essas pessoas tendo condicoes financeiras de compra-lo. Essas pessoas podem passar decadas de vida sem pagar nada. Porem, quando lhes acontecia algo mais grave, elas perdiam tudo antes de entrarem para a rede governamental. Isso compromete o futuro dos filhos e transfere os custos para o poder publico, por causa da falta do seguro.

Uma particularidade era que os seguros particulares de saude podiam negar seguro a pessoas com condicoes preexistentes. E as pessoas se arriscavam a receber o diagnostico de um cancer, por exemplo, para, entao, procurar um seguro. A lei ira cortar as regalias dos relapsos. E esta proibido `as seguradoras recusarem clientes por condicoes preexistentes.

Porem, os conservadores queriam manter essa condicao com a alegacao de que isso eh um direito de liberdade da pessoa decidir a viver a vida como desejar. Este eh um principio constitucional nos Estados Unidos. Contudo, esse excesso de liberdade influi na vida de outros que sao mais responsaveis, tolhendo-lhes suas liberdades. Ja que os responsaveis, no final de tudo, acabam cobrindo os furos dos relapsos.

O que assusta os conservadores, porem, eh o carater experimental da lei. Os Estados Unidos nao tem tradicoes de obrigatoriedade e os conservadores estao exagerando a consequencia de honerar-se ainda mais o erario publico. Por outro lado, o que os liberais antecipam, eh que as novas contribuicoes cobrirao os furos, assim, havera a possibilidade de haver uma maior garantia de a sociedade como um todo receber uma assistencia de saude melhor e ficar protegida contra as dores de cabeca por causa de situacoes inesperadas.

No fundo, a discussao d’agora nada tem haver com alguma preocupacao dos conservadores com o futuro de nossos filhos ou filhos de nossos filhos. Somente tem haver com o fato de que eles estao fora do comando da Casa Branca e quem a controla hoje eh o adversario. Quando eles estiveram la, a ideia que defendiam era muito parecida com o que os democratas conseguiram passar. Mas eles queriam derrota-los na Corte Suprema, somente para terem argumentos nas eleicoes de 2.012.

Mitt Romney esta jurando que ira extinguir a lei, no primeiro dia de governo dele, caso seja eleito. Eh uma mentira pura e simples. Para que ele fizesse isso precisaria do apoio de 2/3 do Congresso porque somente o Congresso pode repudiar uma lei passada no Congresso, assinada pela presidencia e aprovada no judiciario. O discurso dele atualmente esta muito proximo `aquele que o Fernando Collor de Mello fez para eleger-se no Brasil. Pelo que conhecemos dele, e se for eleito, nos corremos o risco de vivenciar um fim semelhante aqui tambem.

Na decisao do juiz Roberts ele declarou a lei como sendo a criacao de um novo imposto. Como a criacao de imposto eh algo considerado pornografico aqui na liberalissima economia americana, os republicanos praticamente comemoraram essa decisao. A administracao Obama sempre manteve o parecer de que nao era um imposto e sim uma punicao para os que desobedeceriam a lei. Contudo, penso que o julgamento do juiz Roberts teve ai uma certa esperteza.

A lei eh absolutamente normal e nao tem imposto algum envolvido. Ele sabia que o resultado da aplicacao da lei sera bom para o pais ao longo do tempo. Contudo ele precisava dar seu voto de forma a garantir a independencia do judiciario, cujo indice de aprovacao popular esta muito abaixo do desejado, ao mesmo tempo que oferecesse um consolo aos conservadores. Os membros da Suprema Corte tem um grau de inteligencia superior `a media da populacao e seria impossivel eles nao terem percebido que muito mais que politicas erradas, as disputas partidarias eh que estao ameacando o futuro do pais.

A classificacao como imposto tem apenas um joguete psicologico de aprovar o que eh correto parecendo que a aprovacao o fora com contrariedade. Isso mantem a legitimidade do Supremo, ao mesmo tempo que o blinda contra maiores criticas do lado conservador. Mesmo contrariados, os conservadores pensam ter ganho o argumento de apresentar o presidente Obama como mentiroso, porque afirmou que nao era imposto e sim multa.

Eh obvio que tal “imposto” tem mais caracteriscas de multa. Imposto esta geralmente associado com a aquisicao de alguma coisa. Tudo o que se compra, ou adquire legalmente, leva algum imposto embutido, mesmo naquilo que eh dito isento. As pessoas que ja possuem seguro saude nao terao que pagar mais nada. Contudo, aquelas que nao se enquadrarem na lei receberao a punicao que, na maioria do entendimento publico, se traduz por multa e nao imposto. O argumento levantado pela administracao Obama eh bem claro a esse respeito. O seguro de carros eh obrigatorio para todos os donos, contudo, ninguem chama isso de imposto.

Os republicanos nao apenas tem sido derrotados mas tambem tem se apresentado como mal perdedores. Contudo, as derrotas deles nao tem se dado pelas qualidades dos democratas. Numa comparacao, os democratas nao estao vencendo porque tem um time melhor mas porque o tecnico dos republicanos eh tao ruim que nao consegue fazer o time republicano mostrar uma qualidade melhor em campo. Quem esta assistindo essa disputa e foi do tempo ou ouviu falar, pode associar a politica americana atual ao tempo do PSD e UDN no Brasil. Eles estao preocupados em derrubar um ao outro, nao interessa o quanto isso custe ao pais.

Um dos motivos para fazer-me crer nisso esta relacionada `a questao imigratoria. O presidente Obama colocou os republicanos no canto, em modo de defensiva, com a instituicao da suspensao das deportacoes de filhos de imigrantes sem documentos que foram trazidos para os Estados Unidos ainda criancas e culturalizadas americanas. Mitt Romney tinha falado abertamente que vetaria o “Dream Act” e que tornaria a vida do imigrante sem documentos tao dificil que ele iria preferir se auto deportar.

Agora, o voto do imigrante tem se mostrado fundamental. Por si so isso ja obrigou Mitt Romney a recuar as promessas que fez para ganhar o voto do eleitorado republicano mais radical, amenizando um pouco suas palavras e afirmando que substituiria a decisao provisoria do presidente por uma solucao definitiva. O que ele nao revelou eh qual seria tal solucao. Esta falando agora em uma legislacao com a participacao bipartidaria, o que poe em xeque a determinacao dos republicanos nos ultimos tres anos e meio de fazer tudo quanto fosse possivel para que o governo democrata do presidente Obama nao desse certo, nao importando os meios.

A estrategia dos republicanos em relacao aos imigrantes foi, como eu sempre afirmei, um tiro nos proprios pes, nao apenas deles proprios mas da nacao como um todo. Eles se deixaram enganar pelas impressoes das pesquisas de opiniao publica. Todas as pesquisas sempre mostraram que a preocupacao numero um do eleitorado americano eh com a economia. E isso nao se mostra diferente em relacao ao eleitorado imigrante, particularmente, o imigrante latino que eh o dominante. E mais acentuado junto ao eleitorado de origem mexicana.

Por essa razao, os republicanos nao se deram conta de que o menosprezo que deram ao eleitorado latino seria, talvez, a pedra fundamental, da qual dependeria a eleicao de seus candidatos. Eles calcularam que o que definiria o voto seria eles apresentarem alguma solucao para o problema economico e que o resto seria esquecido. Ledo engano. Em primeiro lugar porque eles nao tem plano algum para salvar a nossa economia cambaleante. Pelo contrario, se puzerem em pratica o que propoem, nos fara descer ainda mais.

Para demonstrar o que penso, vou fazer uma pequena comparacao. Nos os imigrantes naturalizados e com direito a voto estamos como as pessoas de pernas quebradas. Sendo as pernas quebradas comparaveis `a situacao dos nossos familiares sem documentos. Se nos perguntassem qual seria a nossa preocupacao principal no momento em que nossas pernas foram quebradas, a gente responderia imediatamente que precisariamos de ir para um hospital e nada mais nos importava. Sendo o hospital uma lei de legalizacao.

Passada a situacao de emergencia, nos nos lembrariamos que havia muito tempo que estavamos sem comer. Portanto, se nos indagassem qual seria a nossa preocupacao principal naquele momento, nos responderiamos que necessitariamos de alimentacao. Neste caso, a comida representaria a economia. Entao, as nossas pernas quebradas deixaram de ser problema? Em momento algum. Apenas saberiamos que nao estava em nosso poder fazer mais nada alem de esperar pelo tempo para nos restabelecermos.

Nos nao nos esquecemos que os republicanos sao contrarios aos nossos parentes sem documentos. Se a gente soubesse que as nossas pernas quebradas pudessem receber um tratamento novo que sarasse as quebraduras nas proximas 12 horas, mesmo sabendo que iriamos ficar sem comer durante todo esse tempo, a gente continuaria dizendo que a nossa preocupacao numero um seriam as pernas quebradas e nao a fome.

A nossa prioridade passou a ser a fome porque sabemos que teremos que esperar algum tempo para as pernas quebradas se recuperarem. Seria como se a gente tivesse deixado dormentes nossa prioridade numero um para solucionar o problema numero dois, porque sabemos que entre a solucao do problema numero um e a nossa priorizacao esta o tempo.

Tirar a nossa atencao do problema principal, para resolver o problema secundario, somente nos mostra uma coisa, nao queremos ficar parados, esperando a solucao para o numero um, se ja podemos ir antecipando a solucao para o problema numero dois. E nos sabemos que, o problema numero um so nao foi resolvido por causa da interferencia negativa do partido republicano.

Outra questao relativa ao problema imigratorio eh a insistencia dos republicanos em perseguir os imigrantes sem documentos, dizendo que temos que solucionar o problema da fronteira com o Mexico antes de solucionar o problema dos imigrantes que ja estao aqui e, muitos deles, ha mais de decada. Os republicanos continuam com a ideia sem nexo de afirmar que quem chegou aqui por meios “ilegais” passou na frente dos que querem vir por meios “legais”.

Eles dizem que milhares de pessoas estao aguardando numa linha imaginaria em seus paises para terem suas requisicoes de imigracao aprovadas. Mas isso nao se torna possivel porque os “ilegais” que ja estao aqui estao tomando o lugar delas. Antes de virmos para ca, ha quase vinte anos atras, sabiamos que a ultima coisa que poderiamos fazer numa reparticao consular americana seria admitir que viriamos para trabalhar, pois que senao os vistos seriam negados imediatamente. Eles eram negados aleatoriamente e muitos que vinham apenas para fazer turismo tiveram seus vistos negados por causa da falta de criterio.

Esse eh o velho e classico argumento de acusar a vitima pelo erro do agressor. Eh muito semelhante ao agressor sexual alegar que a vitima estava vestida convidativamente. Nao creio em momento algum que as pessoas estejam furando fila. O que acontece eh que nao existe uma lei justa que contemple as pessoas que querem vir imigrar para e trabalhar honestamente nos Estados Unidos. O correto eh que primeiro houvesse a lei. Assim, todos procurariam enquadrar-se nela e o numero de violadores seria muito menor e mais facil de ser controlados.

Eu conheci casos de pessoas que chegaram ha mais de dez anos atras aqui nos Estados Unidos, trabalharam aqui e voltaram ao Brasil sem ter tido a oportunidade de legalizar. E todos que assim o fizeram afirmaram que, se houvesse uma lei que os tivesse permitido entrar legalmente no pais, nao teriam nunca cometido o erro de vir sem as garantias da lei. As pessoas que conheco, chegaram aqui antes dos ataques de 11 de setembro, antes das guerras do Iraque e do Afeganistao. Nao tiveram envolvimento algum com isso. Mas alguns republicanos tem jogado a culpa de alguns em todos.

Para sermos verdadeiros, nao sejamos entao sem inteligencia. Quem entrou na fila para chegar legalmente nos Estados Unidos ha cinco anos atras, nao chegou primeiro na fila. Este sim eh que estaria querendo entrar na frente daqueles que muito antes teriam entrado na fila, caso ela existisse para eles. A fila nao existia. Portanto, nao se pode acusar ninguem de te-la furado. Isso nao quer dizer que eu nao seja solidario com quem esta hoje nessa fila imaginaria. O que eu gostaria eh que essa fila imaginaria tivesse sido real e desse protecao a todos que entraram ou que entrariam nela.

A defesa que os republicanos tem feito dos que estao na fila esperando eh apenas casualistica. Eles foram os principais responsaveis por impedir a aprovacao de uma lei justa para a imigracao. Eles sao a maioria dos que criaram o problema e querem jogar nas costas das vitimas o peso das consequencias da criacao deles.

O pensamento contrario eh tao forte que o jornalista Jose Antonio Vargas considera-se um fura-fila nessa situacao. Para quem nao sabe quem eh a pessoa, Jose Antonio Vargas eh um filipino de nascimento que aos 12 anos de idade foi trazido para os Estados Unidos, onde passou a viver o restante de sua vida. Como tal, ele foi educado neste pais, tornando-se jornalista e inclusive sendo vencedor do Pulitzer-Prize. Quando chegou a hora de comecar a trabalhar, teve que usar identidade falsa porque nao tinha documentos.

A vida dele estava indo normal quando a lei chamada de Dream Act, que legalizaria pessoas na situacao semelhante `a dele, foi rejeitada pela maioria republicana no Cogresso. Ou melhor, ele se apresentou antes da lei ser rejeitada, juntando-se a milhares de outros estudantes e para expor a situacao como desumana que eh. No mes passado ele foi capa da revista Time Magazine, juntamente com outros americanos sem documentos. Embora a intransigencia republicana seja o unico empecilho para que essa desumanidade seja desfeita.

Em entrevista `a CNN, logo apos `a assinatura da lei provisoria que permite a estes americanos sem documentos permanecerem no pais sem serem molestados pelos agentes da imigracao, ele admitiu sentir-se culpado e pediu desculpas aos outros que estao impedidos de ingressar no pais porque, ele proprio nao soube enxergar isso, estao sendo vitimados pela falta de uma lei correta de imigracao nos Estados Unidos.

Ele nao tem que se sentir culpado de nada porque uma pessoa que chegou aos Estados Unidos aos 12 anos, foi educada segundo a cultura do pais e se sente americana como outra pessoa qualquer nascida no pais, nao tomou nada de ninguem. Dessas pessoas sim esta se tomando a liberdade de ir e vir e os culpados dessa situacao estao saindo ilesos, como se nao tivessem culpa alguma.

Durante decadas, antes da “bolha economica do setor de construcoes explodir”, os Estados Unidos, leia-se em particular os republicanos, nao aceitaram iniciativa alguma em relacao `a criacao de uma lei que organizasse a imigracao. Toda iniciativa foi vetada. Embora, os imigrantes entravam e saiam `as vistas de todos. Ninguem se importava com o assunto porque o assunto nao retornava em forma de votos.

Apos os ataques de 11 de setembro os votos comecaram a ser influidos pela situacao migratoria. Os republicanos tomaram o partido dos preconceituosos e impuzeram todas as barreiras que puderam `a solucao do problema. Comecaram a exigir que colocassem seguranca na fronteira com o Mexico antes de promulgar uma lei de legalizacao.

Eles sao os maiores culpados porque com uma lei de imigracao colocando criterios claros entre os que podem e os que nao podem entrar, deixaria a fronteira vazia em termos de pessoas que querem apenas trabalhar e nao causar problemas. Com isso, tornar-se-ia muito mais facil e efetivo fazer a seguranca na fronteira. Os republicanos estao apenas querendo “colocar o carro na frente dos bois”. Deles, nao sao culpados somente aqueles que nao conhecem o problema.

E os republicanos tiveram tempo habil para apresentar uma lei justa e ate melhor que o que os democratas vem oferecendo. Mas eles nao apenas se recusaram a fazer justica, eles resolveram tornar-se a propria injustica. Com isso deram oportunidade ao presidente Obama de aparecer como o defensor dos imigrantes mesmo tendo deportado mais de 1 milhao de pessoas sem documentos no curto periodo de tempo que ja governou. Os republicamos falharam por deixar a faca e o queijo nas maos dele.

Mas nao estou falando isso como se tudo fossem favas contadas. Por incrivel que pareca, nao importa o quanto ruim ou bom o governo de uma pessoa possa ter sido aqui nos Estados Unidos. Raramente ha um governo excepcionalmente ruim ou bom. E os estados aqui sao em sua maioria torcedores de um ou outro partido. Assim, os republicanos votam republicano e os democratas votam democrata. Nao ha outra alternativa. Alguns poucos alternam, de acordo com o que esteja acontecendo no momento. Estes sao os que decidem. (swing states).

Na verdade, as eleicoes aqui comecam empatadas. No momento, o presidente Obama esta em vantagem. Mas serao pouco mais de tres meses entre agora e as eleicoes. Ele precisa manter o que esta ganhando, torcer para que o resto do mundo nao entre em recessao e nao cometer nenhum outro erro grave. Qualquer deslise pode resultar numa virada de mesa. E o lado oposto ja cometeu todos os erros que poderia.

Mitt Romney esta fazendo o jogo do tipo Zagallo, no comando da selecao. Todo mundo recuado, esperando que o adversario cometa algum erro, sem arriscar nada, como se o empate fosse vitoria. O que conta a favor dele eh o capital que estao investindo na candidatura dele. Ele tem um apoio expressivo da classe empresarial. Mas nao porque essa classe queira consertar as molestias da economia. Ela quer apenas garantir alguns privilegios que ele manteria, e que estao ameacados pela permanencia do presidente Obama na Casa Branca.

A minha questao particular de saude aqui continua a mesma. Nao faz diferenca se o “Obamacare” foi considerado constitucional ou nao. As pessoas aqui tem um otimo sistema de saude, enquanto estiverem saudaveis! Eu sempre ouvi essa reclamacao dos meus compatriotas de nascimento brasileiros. Eles criticavam a incompetencia dos medicos que, quase sempre, apenas recebiam um cliente para repassa-lo a outro, geralmente, especialista. Eu sempre defendia o sistema aqui, dando um parecer baseado em meus conhecimentos medicos.

Mas o povo defendia os medicos e a medicina no Brasil. Alegavam que, no Brasil, os medicos nao tinham acesso a equipamentos sofisticados e que davam o diagnostico na hora. Receitam os remedios e a gente ja sai melhor do consultorio, toma os remedios e sara. Aqui parece que as doencas se prolongam e viram cronicas. A gente passa na mao de um e outro medico e nunca cura. Entra com uma doenca e sai com varias.

Ja comentei no capitulo 15 deste livro algo da minha experiencia de saude aqui. E gostaria de acrescentar que estou comecando a concordar com meus amigos criticos. Eu compreendo a cautela dos medicos americanos e tambem compreendo que eles estao sujeitos a um sistema errado, que privilegia a permanencia em tratamento nao `a cura das doencas. Infelizmente, o que conduz a medicina neste pais eh o dinheiro, como em todas as outras coisas. Nao temos medicina, temos hipocrisia, e nada vale o juramento de Hipocrates.

Ha aqui um exagero de uso de instrumentos eletronicos para diagnosticos. Os medicos mal fazem qualquer anamnese (investigacao a respeito dos precedentes que levaram aos sintomas). O paciente apenas fala que esta com sentindo um ou outro sintoma e eles logo o enviam ao laboratorio. Muitos medicos sao donos das clinicas e ganham mais quanto mais exames fazem, portanto, nao lhes interessa dar um diagnostico prematuro.

Por outro lado eles tambem sao vitimas do sistema. Como eu tenho conhecimento do processo clinico, por ser veterinario formado, reconheco a possibilidade de muitos sintomas semelhantes poderem levar a diagnosticos errados. Sei muito bem que uma dor de cabeca pode dever-se a centenas de problemas diferentes. Sintomas sao inespecificos, muitas doencas podem causar os mesmos sintomas, porem, numa anamnese bem feita o medico experiente pode dar um diagnostico diferencial em 99% das vezes.

O problema esta no 1% restante. Se um medico errar nessa porcao menor ele pode ser levado na justica e perder o que ganhou em seus acertos. Dai eles preferem tambem se precaver. Porem, com todas as precaucoes, ha uma epidemia de diagnosticos errados e que levam os pacientes ate mesmo ao obito. Contudo, os medicos ficam isentos de culpa se provarem que ofereceram o melhor atendimento possivel, ou seja, muitos exames, e que o problema foi causado por falhas do processo e nao deles proprios.

De toda forma, os medicos aqui estao sob uma intensa pressao. Eles se sentem pressionados pela natureza da propria profissao que eh a de trabalhar com a vida e a morte das pessoas; pelas imposicoes da sociedade que exige um falso sucesso na carreira; pela pressao da sociedade que exige sucesso economico de todos, enquanto as boas oportunidades nao sao para todos, enfim, tenho certa duvida entre distinguir quem eh feliz neste pais, um medico muito rico ou um trabalhador de jardinagem que vai levando a vida sem responsabilidade alguma!

Essa situacao toda tem levado-me a reavaliar a minha presenca aqui nos Estados Unidos. Como eu ja disse, agora tenho um seguro saude que nao cobre todas as despesas, minhas e de minha esposa, os ganhos estao no limite entre o seguro total e esse parcial, ou seja, o que ganharmos acima, e talvez mais um pouco, serao gastos com despesas de saude, por causa das diversas condicoes clinicas `as quais eu e minha esposa estamos sujeitos. Eu passei dos 50 e ela dos 40, portanto, as pessoas de nossa era saberao compreender a situacao.

Para nao ultrapassar muito o nosso deficit eu ja decidi a fazer um jogo de risco. Ou seja, estou evitando ao maximo tratar de problemas antigos que nunca irao sarar, apenas me farao voltar muitas vezes `as clinicas. O risco eh de as condicoes cronicas desenvolverem para coisa pior. Nao abandonei os tratamentos de situacoes que sei que nao tem conserto, porem, acarretariam consequencias drasticas se fossem abandonados tais como o para colesterol alto e o glaucoma. A situacao eh essa, a gente tem que se arriscar a cair numa situacao de invalidez permanente para ter cobertura total. A alternativa eh morrer sem alcancar o grau de invalidez.

Eu vivi uma situacao dessa que daria pavor `a maioria das pessoas. Cerca de uns tres meses atras percebi que a minha face direita ficou paralisada. Se eu enchesse a boca com ar o lado nao segurava. Quando tentava assobiar, nao conseguia. Ora, eu tive uma experiencia no ano anterior de ter sido hospitalizado por tres dias por absolutamente nada. Outra, uma ressonancia que eu havia feito ha mais tempo, levou ao diagnostico de um aneurisma cerebral, que o especialista depois afirmou ser tao minimo que nao chegava a preocupar.

Entao, a decisao passou a ser minha. Se eu fosse ao clinico geral com aqueles sintomas, de antemao eu ja sabia que seria internado e colocado num monte de aparelhagem, por nao sei quanto tempo, nao imagino a qual custo e o com quanto eu iria ter que responsabilizar por ele. Medindo e pesando as consequencias, e consultando os meus conhecimentos praticos de medicina humana referendados por minha pratica veterinaria, optei por nao fazer tratamento algum.

Pensava que teria sido um derrame mas sabia que as consequencias haviam sido minimas. Pensei: se vier um segundo vai matar ou aleijar mas vou arriscar assim mesmo! O resultado eh que dias depois meu rosto voltou a trabalhar normalmente. Nao percebi nenhuma sequela. O que levou-me a concluir que sofri uma paralisia momentanea. Isso eh comum acontecer em consequencia de “friagens” (“Eh o reumatismo, com caibras esporadicas, nos dias de friagem.” – do Aurelio, citando Nelson de Farias, autor de Tiziu e Outras Estorias). E estavamos justamente na passagem de estacao do inverno para a primavera, tempo ideal para o surgimento de friagens.

Penso que d’agora para frente esse sera o toque de minha vida. Vou ter de voltar a trabalhar em busca de dinheiro nao para ficar rico, mas para deixar de passar vergonha. Vou ter que deixar de fazer o que gosto, porque o que gosto so tem valor para mim mesmo. Vou fechar aqui estas paginas, e sair delas feliz porque eh melhor pescar do que exercer a filosofia. (Malba Tahan nao estava de todo errado ao concluir que o filosofo descansava pescando e o pescador filosofando).

Penso que no inicio enderecei este livro aos presidentes dos Estados Unidos. Mudo aqui de ideia e o endereco aos povos de um modo geral. Os povos sao os verdadeiros donos do poder e eles precisam assumir o controle dele para que a democracia de torne o bem do povo, pelo povo e para o povo.